uma leitura do livro o crisântemo e a espada a partir - HCTE

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Scientiarum Historia – UFRJ / HCTE
Uma leitura do livro O Crisântemo e a Espada a partir da construção de
alteridades nacionais durante a Segunda Guerra Mundial.
Ana Gretel Echazú Böschemeier. Licenciada em Antropologia, Universidad Nacional de
Salta, Argentina. Pós-graduanda em Antropologia Social – UFRN, Natal - Brasil.
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Crisântemo Espada orientalismo discurso guerra nacionalismo
Introdução
O texto propõe-se pensar nas implicações éticas do
trabalho antropológico à luz do livro O Crisântemo e
a Espada, da antropóloga norte americana Ruth
Benedict, editado no ano 1946. Se fará uma
reflexão sobre os pressupostos teóricos da autora e
suas implicações políticas, à luz da análise critico
da produção sobre Oriente proposto por Edward
Said1. Se fará uma reflexão sobre a repercussão
ética e prática desses traços no nosso presente de
atuação professional latino americana.
Resultados e Discussão
Ao contrário das monografias exemplares onde a
descrição ordenada dos dados faz parte essencial
da argumentação, o livro de Ruth Benedict
apresenta os dados empíricos misturados com a
análise teórica na forma de ensaios, de leitura
simples, que compõem os treze capítulos do
volume. É um texto dirigido sob encargo a um
publico especifico de leitores, o serviço de
inteligência dos Estados Unidos. Nele, ela reflexiona
sobre a cultura japonesa a partir de entrevistas
feitas a japoneses que moram nos Estados Unidos.
Focaliza-se nas diferencias, abrigando o conceito
de relativismo cultural e tentando, ao longo do
trabalho, encontrar sistematicidade nos aspectos da
cultura aparentemente isolados, descobrindo
padrões globais de pensamento e comportamento.
O assunto do libro é “o qué faz do Japão uma nação
de japoneses” 2.
É interessante ler as particularidades políticas do
trabalho de Benedict à luz de análises críticas da
produção cultural de paises centrais. Assim, é claro
que a organização discursiva do texto acha-se
fixada num jogo onde nós, é, claramente, os
Estados Unidos e o outro é o Japão. A pesar do
esforço de aprofundamento na análise da realidade
social japonesa, parece ser que os dados obtidos só
confirmam a homogeneidade daquele “ser
nacional”, e japonês e Japão são categorias que
expressam uma mesma realidade sem fissuras nos
níveis micro e macro. O pressuposto teórico de sua
proposta de uma “antropologia à distancia” onde o
campo encontra-se a centos de quilômetros, é que
é possível aceder ao “ser japonês” através de
qualquer japonês em quaisquer situação em que ele
se encontre. As pessoas, a pesar da ênfase nos
processos de endoculturação sublinhados pela
autora, acaba se configurando como uma simples
reprodutora da cultura. As implicações éticas deste
tipo de trabalho têm a ver com o silenciamento das
diferencias dentro das nações e a exacerbação
delas na comparação nós-outros, sentando
posições de alteridade cultural entre paises dentro
da luta pela reordenação da geopolítica mundial
acontecida na Segunda Guerra.
Agradecimentos
____________________
1
Said, E. Orientalismo. Companhia das Letras, São Paulo. 2007.
Benedict, R. El cristantemo y la espada. Alianza Editorial, Madrid.
1974.
2
Conclusões
1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia – UFRJ / HCTE – 22 e 23 de setembro de 2008
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