agostinho leitor de paulo

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LEITURA E ENSINO DA BÍBLIA
AGOSTINHO LEITOR DE
PAULO:
A RECEPÇÃO DA TEOLOGIA PAULINA NO
PENSAMENTO AGOSTINIANO
JOSÉ ROBERTO DE MELLO FILHO
Mestrando em Teologia (FABAPAR)
INTRODUÇÃO
F. F. Bruce, renomado erudito protestante, ao escrever a sua
magnum opus acerca da vida e obra do apóstolo Paulo, o intitulou como “o
apóstolo da graça” (BRUCE, 2012). Este título cabe bem ao apóstolo dos
gentios, pois ele, mais do que qualquer outro escritor bíblico, soube captar
com profundidade a mensagem e a teologia da graça de Deus, revelada em
Jesus Cristo.
Cerca de trezentos anos após a morte de Paulo nasce, do outro
lado do mediterrâneo, na África Setentrional, aquele que viria a ser o
principal teólogo pós-apostólico da igreja cristã e, sem dúvida, o mais
influente pensador cristão de todos os tempos. Este é Aurélio Agostinho.
Não por acaso, sua alcunha é a de Doctor Gratiae (Doutor da graça).
Herdeiro da teologia paulina, Agostinho levou às últimas consequências as
implicações lógicas da teologia da graça esboçada por Paulo.
Este artigo é um breve ensaio que tem por objetivo demostrar a
leitura e o uso que Agostinho fez da literatura paulina, principalmente
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José Roberto de Mello Filho é bacharel em Direito e Administração. Atualmente é aluno do
Mestrado Profissional em Teologia Pastoral na FABAPAR. E-mail: [email protected]
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acerca de um tema que foi caro para ambos: a doutrina da graça. Para tanto,
far-se-á no primeiro momento uma breve apresentação da vida de
Agostinho antes de sua conversão ao cristianismo e, em um segundo
momento, como a carta de Paulo aos Romanos foi fundamental para a sua
conversão e para o aprofundamento na sua renovada visão de mundo.
Agostinho adquiriu apreço inconteste pelas Escrituras, tendo-as na mais
alta estima e considerando-as a genuína Palavra de Deus.
Por último, será demonstrado como Agostinho interpretou a
doutrina da graça em Paulo a partir de três temas: as relações entre graça e
pecado; graça e liberdade; e, por fim, graça e predestinação.
1. A BIOGRAFIA DO JOVEM AGOSTINHO E SUA EXPERIÊNCIA DE
CONVERSÃO A PARTIR DA CARTA AOS ROMANOS
A carta aos Romanos é o tratado teológico mais bem estruturado
do corpus paulinum. Como tal, foi um significativo fundamento para a
construção do pensamento agostiniano. Contudo, antes de Agostinho se
deter com profundidade à exegese desse texto paulino, legando à
cristandade um dos mais brilhantes comentários ao livro de Romanos, o
impacto inicial e decisivo que essa obra causou a Agostinho foi por meio de
um insight que ele narra em suas Confissões (AGOSTINHO, 2011, p. 80). A
partir daí, há uma mudança decisiva na biografia de Agostinho, mudança
essa que será vista brevemente a seguir.
1.1. O jovem Agostinho
Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, na Numídia, situada no
norte da África Romana, em 13 de novembro de 354. Filho de pai pagão e
mãe cristã fervorosa, Agostinho narra em sua obra Confissões a sua
peregrinação espiritual rumo ao encontro da fé em Deus (VAZ, 1999, p.
117).
Agostinho conta que, antes de sua conversão, viveu uma vida
lasciva e libertina. Em busca de respostas de cunho existencial, transitou
pelo maniqueísmo, neoplatonismo e ceticismo, até encontrar a fé cristã por
meio das pregações de Ambrósio de Milão (VAZ, 1999, p. 183-184).
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1.2. A conversão na leitura de Rm 13.13,14
Agostinho foi estudante de Retórica. Por este interesse, começou a
ouvir as pregações de Ambrósio de Milão. A partir de seu contanto com a
sofisticação exegética com que Ambrósio interpretava a Bíblia, Agostinho
se abre para a fé cristã.
Porém, o seu processo de conversão não foi fácil. É famosa a sua
oração: “Senhor, dai-me castidade e continência; mas não já”
(AGOSTINHO, 2011, p. 177). Essa declaração ilustra o dilema em que se
encontrava Agostinho, que travava uma luta interior entre seu desejo de
abraçar a fé cristã por um lado e, por outro, as suas paixões desordenadas
de uma vida licenciosa que insistia em ter lugar em seu coração.
Porém, foi por meio de uma leitura do texto paulino em Romanos
13.13-14 que o futuro bispo então pôde experimentar um novo olhar sobre
a vida e a fé cristãs. Ao ouvir uma cantiga que dizia tolle lege (toma e lê),
Agostinho teve uma intuição, se dirigiu ao texto sagrado e, conforme ele
relata:
Abalado, voltei aonde Alípio estava sentado, pois eu
tinha aí colocado o livro das epístolas dos apóstolos,
quando de lá me levantei. Agarrei-o, abri-o e li em
silêncio o primeiro capítulo em que pus os olhos:
‘Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem
em desonestidades e dissoluções, nem em contendas
e rixas; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não
procureis a satisfação da carne com seus apetites’.
Não quis ler mais, nem era necessário. Apenas acabei
de ler estas frases, penetrou-me no coração uma
espécie de luz serena, e todas as trevas da dúvida
fugiram. (AGOSTINHO, 2011, p. 185).
Essa passagem das Confissões demonstra a importância que as
cartas paulinas tiveram, não só para a vida intelectual, mas também
espiritual de Agostinho. Como pode ser visto, o livro de Romanos foi usado
como instrumento para a initio fidei do mestre africano.
Depois de se converter e se tornar bispo da cidade de Hipona,
Agostinho imergiu na leitura bíblica, ao ponto de se afirmar que “toda a
obra agostiniana deve à Palavra de Deus sua carne, seu sangue e a medula
de seus ossos” (OLIVEIRA, In: AGOSTINHO, 1998b, p. 20). Com isso, o
mestre africano se tornou, com o passar do tempo, o mais influente
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intérprete de Paulo de toda história do pensamento cristão.
2. AGOSTINHO INTÉRPRETE DA GRAÇA EM PAULO
Após a reflexão inicial sobre a vida de Agostinho feita acima, neste
momento, pretende-se adentrar na teologia agostiniana propriamente dita.
Serão abordadas aqui três doutrinas fundamentais que foram formadas
mediante a interpretação que Agostinho fez do conceito de “graça” no
corpus paulinum. Primeiramente, se atentará para a relação entre a graça e o
pecado original. Depois, a relação entre a graça e a liberdade e, por último,
entre a graça e a predestinação.
Porém, antes de trabalhar nestas relações que envolvem o tema da
graça, faz-se necessário primeiro definir o seu conceito. Agostinho, ao ler 2
Coríntios 12.9, define a graça como o favor e o poder de Deus oferecidos
imerecidamente ao ser humano, concedido de forma amorosa e gratuita
(AGOSTINHO, 1995, p. 148). Feita esta consideração preliminar, passa-se
a analisar o que se segue.
2.1. Graça e Pecado
Agostinho formula a sua doutrina do pecado no contexto de sua
preocupação com a teodiceia, ou seja, o problema do mal. Como um Deus
bom, amoroso e todo poderoso permite a existência do mal no mundo?
Agostinho responde: o mal não é fruto da boa criação de Deus (Gn 1.31),
mas do livre-arbítrio dos homens. Deus criou o ser humano dotado de
liberdade de escolha, que, por si, é algo bom. Porém, a ocorrência do mal
no mundo é o resultado do mau uso desta liberdade. Ou seja, o livrearbítrio que por si é uma dádiva de Deus, foi corrompido pelo seu uso,
tornando o motivo de todo o pecado e corrupção no mundo.
Ao comentar como o pecado corrompeu a natureza humana,
Agostinho cita Efésios 2.3-5 que diz:
(...) entre os quais também todos nós andamos
outrora, segundo as inclinações da nossa carne,
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e
éramos, por natureza, filhos da ira, como também os
demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou, e estando
nós mortos em nossos delitos, nos deu vida
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juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos.
Esse texto serve de âncora para o argumento agostiniano de que
todos estão submetidos ao pecado original. Nas palavras do mestre
hiponense: “Sua fonte [natureza humana atual] é o pecado original que foi
cometido por livre vontade do homem” (AGOSTINHO, 1998b, p. 114).
Este pecado afetou radicalmente as capacidades cognitivas e volitivas do
ser humano, o que o torna inapto para cumprir a vontade de Deus. Por
conseguinte, nenhum ser humano, desde a Queda no Éden, é isento do
pecado (Rm 5.12), pois são todos pecadores e carentes da graça do
Redentor (AGOSTINHO, 1998a, p. 299).
Novamente citando o apóstolo Paulo (Rm 3.23), Agostinho
compreende a universalidade do pecado e a necessidade da salvação
gratuita e imerecida oferecida por Deus (AGOSTINHO, 1998a, p. 115). Por
conseguinte, Agostinho se apoia em Romanos 9.23 para afirmar que a
salvação é fruto unicamente da misericórdia divina, pois “os que são
libertos pela graça não se denominam vasos de seus méritos, mas vasos de
misericórdia” (AGOSTINHO, 1998a, p. 115-116).
2.2. Graça e Liberdade
Agostinho argumenta que a graça não anula a liberdade do
homem, mas, pelo contrário, é a condição para a sua possibilidade. É a
liberdade dada por Deus pela graça que permite que o homem afetado pela
Queda viva realmente livre. Fundamentando-se em 2 Coríntios 3.17, em
que se declara que “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”,
Agostinho entende que a graça é o dom de Deus que opera “a cura da alma
dos males da concupiscência” (AGOSTINHO, 1998b, p. 78), possibilitando
assim o genuíno exercício da liberdade. Para o bispo, é a graça que cura a
vontade, permitindo que o pecador ame livremente a justiça e esteja apto a
cumprir a Lei divina (AGOSTINHO, 1998b, p. 79).
Porém, o mestre africano se assegura e reitera o ensino de que é a
graça que opera no ser humano redimido tanto o seu querer, quanto o seu
agir (Fl 2.13). Em suas palavras:
Percebei como o Apóstolo, inspirado pelo Espírito
Santo, previu muito antes os futuros adversários da
graça de Deus. Além disso, asseverou que Deus opera
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em nós os dois, ou seja, o querer e o operar [et velle et
operari], que os pelagianos pretendem que sejam
nossos, como se não necessitassem da ajuda da graça
divina. (AGOSTINHO, 1998a, p. 219).
Para se achegar a Deus, outrossim, a graça divina é indispensável.
A mera vontade humana, autônoma, é incapaz de buscar a Deus. Em sua
disputa contra o monge Pelágio, Agostinho afirma que Deus conduz a
vontade do pecador, inclinando o seu coração, pela graça, em direção a
Deus. E este mover é fruto exclusivo da graça, e não de algum mérito
humano. Mais uma vez, se valendo dos escritos paulinos, o bispo assevera:
E como pode chamar-se graça, se não é dada de
graça? Como pode chamar-se graça, se é pagamento
do que é devido? Como dizer que é verdade o que diz
o Apóstolo: E isso não vem de vós, é dom de Deus; não
vem das obras, para que ninguém se encha de orgulho? (Ef
2.8-9). E novamente: E se é por graça, não é pelas obras;
do contrário, não é mais graça? (Rm 11.6).
(AGOSTINHO, 1998a, p. 237-238).
Dessa forma, Deus é absolutamente livre para conceder
misericórdia a quem lhe aprouver. Agostinho conclui, deveras, que
“conforme o Apóstolo [Rm 9.15,16], pela adesão constante [liberdade
humana] Deus infunde piedade em quem ele quer, e somente o homem
piedoso é capaz de realizar toda a obra” (AGOSTINHO, 1998a, p. 261).
Mas a graça não anula a liberdade. Ao escrever para o mosteiro de
Hadrumeto, o bispo africano adverte aqueles que “apregoam de tal modo o
sentido da graça, que chegam a negar o valor da liberdade humana”
(AGOSTINHO, 2010b, p. 11). Sem a liberdade, não haveria diversidade de
galardões. Por isso, a obediência requer liberdade, mas a liberdade só é
possível pela graça de Deus (AGOSTINHO, 2010b, p. 15).
2.3. Graça e Predestinação
Agostinho, como que num “canto do cisne”, escreve uma de suas
últimas obras dedicadas exclusivamente ao tema da predestinação. Nesta
fase final de sua vida, em 429 d.C., o mestre hiponense procura fazer um
balanço de suas obras e se dedica a revisá-las, principalmente aquelas
decorrentes de seus primeiros escritos.
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Após escrever as suas Retratationes, Agostinho compõe a obra
intitulada De dono perseverantiae. Ali, ele revê a sua posição sobre o tema da
predestinação. Antes de assumir o seu episcopado, Agostinho reconhece
que pensava acerca do tema numa perspectiva próxima daquela esboçada
pelos semipelagianos.
Agora, porém, como um leitor mais maduro de Paulo, o bispo se
apropria do corpus paulinum para afirmar que, dada a incapacidade do
homem (2Co 3.5, AGOSTINHO, 2010a, p. 152) a fé desde sua origem é um
dom de Deus (Ef 2.8,9, AGOSTINHO, 2010a, p. 165) oferecido por sua
graça (Fl 1.29, AGOSTINHO, 2010a, p. 152). Esta fé é concedida aos eleitos
antes da fundação do mundo (Ef 1.4, AGOSTINHO, 2010a, p. 173) e não é
resultado de algum mérito humano, pois não há o que oferecer a Deus para
receber em troca o favor imerecido da graça (Rm 11.35,6, AGOSTINHO,
2010a, p. 151). Afinal, é Deus quem concede misericórdia para ser fiel (1Co
7.25, AGOSTINHO, 2010a, p. 152), pois a fé é procedente dele (Rm 12.3; Ef
6.23, AGOSTINHO, 2010a, p. 154). Por isso, o homem não pode se
ensoberbecer (1Co 4.7, AGOSTINHO, 2010a, p. 155).
Sendo assim, a predestinação consiste em Deus oferecer
misericórdia a quem lhe aprouver (Rm 9.18, AGOSTINHO, 2010a, p. 157),
pois a salvação não é fruto da força humana, mas da misericórdia divina
(Rm 9.16, AGOSTINHO, 2010a, p. 157). Como pôde ser visto, Agostinho
transita pelos escritos paulinos com bastante destreza, a fim de conectar
todo o ensino do apóstolo, formando um todo teológico em que a graça
exerce um papel central e radical na relação entre Deus e os homens.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agostinho foi o mais insigne leitor de Paulo de toda a história do
pensamento cristão. Seu pensamento influenciou direta ou indiretamente
toda a teologia produzida na Idade Média. Como se não bastasse, a leitura
agostiniana de Paulo também influenciou fortemente a teologia dos
reformadores Lutero e Calvino. Entre os católicos, o movimento jansenista,
que influenciou o eminente filosofo Pascal, também se apropriou das
Escrituras a partir das lentes agostinianas. Poderia ainda ser citado outros
vários teólogos e filósofos que, inspirados em Agostinho, compreenderam a
relevância dos escritos paulinos para a formação de um pensamento
radicalmente cristão e profundamente bíblico.
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Sem dúvida, o apóstolo Paulo foi o principal e mais influente dos
apóstolos no que tange à propagação e difusão do evangelho de Jesus
Cristo. Por outro lado, como herdeiro de Paulo, Agostinho foi, e continua
sendo, o pensador cristão de maior impacto em toda história do mundo
ocidental.
Como demonstrado nesse breve artigo, a teologia da graça
apresentada por Paulo foi lida e desenvolvida por Agostinho. No que tange
à relação entre graça e pecado, observou-se que o pecado é fruto não da
criação de Deus, mas do mau uso da liberdade humana. Quanto à relação
entre graça e liberdade, constatou-se que após o pecado original, somente
pela graça de Deus o homem pode ser verdadeiramente livre. E, por último,
na relação entre graça e predestinação, compreendeu-se que Deus é
totalmente livre para conceder a sua graça a quem lhe aprouver, e os
herdeiros desta dádiva salvífica a receberam não por méritos próprios, mas
pela misericórdia divina.
Diante do exposto, conclui-se que Agostinho se apropriou da
teologia paulina apresentada nas cartas neotestamentárias e, a partir de sua
leitura reflexiva, dedicada e profunda, legou para a igreja cristã uma
herança riquíssima no trato e no desenvolvimento do pensamento paulino.
REFERÊNCIAS
AGOSTINHO. A Doutrina Cristã. São Paulo: Paulus, 1998b.
________. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995.
________. Confissões. Petrópolis: Vozes, 2011.
________. A Graça de Cristo e o Pecado Original. In: AGOSTINHO. A
Graça (I). São Paulo: Paulus, 1998a.
________. Carta 194. In: AGOSTINHO. A Graça (II). São Paulo: Paulus,
2010b.
________. A Predestinação dos Santos. In: AGOSTINHO. A Graça (II). São
Paulo: Paulus, 2010a.
BÍBLIA SAGRADA. Versão RA de João Ferreira de Almeida. Barueri: SBB,
2007.
BRUCE, F. F. Paulo, o apóstolo da graça: sua vida, cartas e teologia. São Paulo:
Vida Nova, 2012.
VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de Filosofia IV: Introdução à Ética
Filosófica. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
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