Módulo: CP_5 Deontologias e Princípios Éticos Formadora: Zélia Pais Monchique, 28 de Outubro de 2010 Formanda Paula Alexandre 1 TRABALHO INDIVIDUAL. Ética e Moral Habitualmente confundimos os termos ética e moral. É o caso quando de uma pessoa que agiu incorrectamente ou mesmo imoralmente dizemos que não tem ética, "não tem carácter". Na verdade, o termo moral procede do termo latino “mores”, que significa costume ou modo de ser habitual e o termo ética deriva do grego antigo “ethos”, que significa carácter e também lugar onde se habita. Apesar da proximidade etimológica, os termos ética e moral têm sentidos diferentes. A moral tem uma dimensão prática. A ética é uma dimensão teórica. A Moral é o conjunto de normas e princípios que visam reger ou regular o comportamento de um indivíduo, de um grupo ou de uma colectividade. Frequentemente essas normas estão ligadas a determinadas formas de religiosidade e por isso se fala de moral católica, protestante, budista, judaica, islâmica, etc. A tarefa da moral é, por exemplo, a de definir as normas que devem reger as relações entre os membros de uma família ou entre o médico e o paciente. A Ética é "a vida moral pensada". Existem normas que prescrevem fazer o bem e evitar o mal, que explícita ou implicitamente nos dizem que esta acção é imoral e aquela moralmente válida. Mas o que é o bem? O que queremos dizer quando aplicamos as noções de bem e de mal? Como determinar a validade moral de um acto? Pelas suas consequências e resultados? Pela intenção e pelos motivos que a determinaram? Uma acção moralmente válida é uma acção boa em si mesma ou boa para realizar um fim? Estas, entre muitas outras questões, são questões essencialmente éticas e das diferentes respostas que recebem de quem reflecte sobre o "facto moral" deriva a diversidade dos sistemas e teorias éticas. À Ética dá-se também o nome de Filosofia Moral. A Filosofia é uma actividade crítica e que investiga os fundamentos das coisas. A Ética é Filosofia Moral porque reflecte criticamente sobre o que a Moral estabelece. Assim se a Moral me diz "Não deves mentir", a Ética discutirá racionalmente a validade dessa norma: "Porque consideramos moralmente correcto dizer a verdade?" Esta atitude é importante porque muitas pessoas aceitam e seguem certas normas morais sem perguntarem a si próprias se essas normas são válidas ou não. 2 Além disso, a Ética coloca questões fundamentais: "Qual o fundamento da acção moral (boa ou má), isto é, em última análise, o que torna possível falar de comportamentos morais (que podem ser avaliados como bons ou maus)?" Em suma, a Moral é o conjunto de normas concretas e de comportamentos sobre os quais a Ética ou Filosofia Moral reflecte criticamente. Moral e Ética são portanto distintas, embora sejam inseparáveis. Note-se para terminar que a Moral não é o único campo da acção humana que "alimenta" a reflexão ética. O Direito e a Política, por exemplo, também constituem campos de trabalho da Ética. Assim, é a reflexão ética que distingue normas morais de normas jurídicas, que pergunta se legalidade é igual a legitimidade, se devemos obedecer sempre às leis do Estado, se o que é aprovado pela maioria é sempre justo, etc. Proposta de trabalho CP5 DR1 Já alguma vez foi confrontada com situações de tensão cultural, como por exemplo, ordem religiosa, racial ou outra no contexto da família, vizinhança ou amigos? Como agiu? CP5 DR2 Por que valores e rege (regeu) na sua prática profissional? Identifica-se com esses valores? 3 Nunca presenciei uma situação de tensão cultural. No entanto tenho ouvido falar em pessoas que sofrem por serem de uma religião, cultura ou tradição diferente. No meu caso, eu sofro por ser da religião cristã e praticante, pois pessoas que não são da minha religião ou então sendo não são praticantes, muitas vezes não aceitam a minha prática. Sou vítima de certo modo de descriminação por parte dessas pessoas por ser e gostar de ser cristã praticante. Para mim cada pessoa pode ser aquilo que quiser, acreditar nas suas crenças e não é por isso que as outras pessoas têm o direito de gozar os outros por aquilo que são ou no que acreditam. Tento não dar grande importância a esse ponto, passar por cima disso e seguir em frente. Para mim acho que isso é um grande problema de sociedade, as pessoas têm de aprender a respeitar os outros como são sejam, brancos, vermelhos ou de outra cor qualquer. Não interessa a sua raça ou religião a que pertença. Todas as pessoas têm o direito de serem respeitados, gostava de sugerir a todas as pessoas que desrespeitam ou subestimam os outros só pelo simples facto de serem diferentes, ou de outra religião que pensassem, se pusessem no lugar dessa pessoa e reflectissem se gostariam de ser rebaixadas por serem diferentes, como se sentiriam se estivessem na pele dessa pessoa. Existem pessoas que têm seus filhos na escola e não os deixam brincar com um coleguinha pelo simples facto dele ser de cor ou de outra nacionalidade. Não pensam nos seus próprios filhos, ou nessas crianças, no sofrimento que causam a essas crianças, fazer com que elas se sintam diferentes, postos de parte por serem de outra cor, raça ou nacionalidade. Eu nunca descriminei ninguém por ela ser de uma raça, religião ou nacionalidade diferente da minha. No caso de presenciar uma situação do género desta tentaria explicar a essa criança que não é por esse menino/menina ser de outra cor ou nacionalidade que não pode brincar com ela. Muitas vezes existem pessoas que ao verem uma pessoa de outra cor, raça, nacionalidade ou religião nas compras ficam logo desconfiadas, olhando pelo canto do olho, pensando é de outra cor veio aqui não para fazer compras, mas sim para roubar os produtos que cá temos. Não é por uma pessoa ser diferente que tem de ter más intenções, tem de ter a maldade à flor da pele. Muitas vezes, as pessoas que fazem o mal não são de outra nacionalidade, cor ou raça estão mesmo ao nosso lado, são da nossa nacionalidade. 4 No caso de assistir a ver essa desconfiança sobre uma pessoa diferente eu tentaria confortar essa pessoa e dizer-lhe que não deveria ligar ao que as pessoas dizem ou pensam dela pois essas pessoas não têm o direito de desrespeitar os outros só pela diferença. Há que mudar esta mentalidade, temos de aprender a ter respeito pela diferença Durante a minha não muito longa carreira profissional eu tenho vindo a reger-me pelas seguintes práticas profissionais: honestidade, confiança, amizade, pontualidade, respeito, verdade. Estas práticas devem, penso eu fazer parte da carreira profissional de toda e qualquer pessoa. Na minha carreira profissional, tenho vindo a reger-me pelos valores que enumerei anteriormente, pois penso que estes valores são essenciais para o reger de uma carreira profissional bem sucedida. Eu num dos trabalhos pelos quais eu passei, fui humilhada, espezinhada, a minha chefe, tratava-me mal, humilhava-me, chamava-me nomes. Ou seja era desrespeitada de todas as maneiras, como pessoa, empregada, subordinada. Cheguei ao cúmulo de ter de me despedir pois já não aguentava mais trabalhar com aquela senhora. Arranjei outro trabalho onde fui tratada muito bem por todas as pessoas. Este trabalho só tinha um pequeno problema, pois as minhas colegas chegavam sempre atrasadas, depois era muito complicado com a patroa porque ela era uma pessoa que gostava muito de pessoas pontuais. Por isso eu em pouco tempo tornei-me o braço direito da senhora, pois ela quando precisava de sair deixava a casa nas minhas mãos. A partir daí fiz grande amizade com ela e a restante família, graças aos valores pelos quais todos se regiam no trabalho, respeito, confiança, amizade, verdade, honestidade entre outros muito importantes para mim, ainda não há muito tempo recebi uma proposta dela para ir trabalhar de novo para ela. 5