Arq Bras Cardiol 2001; 77: 235-8. e cols ArtigoCosta Original Laser na remoção do cabo-eletrodo de marcapasso Raios Laser na Remoção de Cabo-Eletrodo de Marcapasso e de Desfibrilador Implantável Roberto Costa, Martino Martinelli Filho, Elizabeth Sartori Crevelari, Noedir Antonio Groppo Stolf, Sérgio Almeida de Oliveira São Paulo, SP Objetivo - Analisar os resultados da utilização de raios laser no auxílio à remoção de cabos-eletrodos permanentes. Métodos - Foram operados 36 pacientes, com idade média de 54,2 anos. A remoção de 56 eletrodos deveu-se à infecção em 19, troca eletiva em 13 e outras causas em quatro pacientes. O tempo médio de permanência dos cateteres foi 7,5±5,5 anos, sendo 47 de marcapasso e nove de desfibrilador. Trinta e oito eletrodos estavam em uso, 14 abandonados na loja do marcapasso e quatro abandonados no interior do sistema venoso. Resultados - Foram removidos 54 cateteres, perfazendo 96,4% de sucesso com 82,1% de remoção completa. O tempo médio de aplicação do laser foi 123,0±104,5s, utilizando-se 5215,2±4924,0 pulsos, perfazendo 24,4±24,2 ciclos de aplicação. Trinta e quatro eletrodos foram liberados do miocárdio por contra-tração após progressão completa da bainha de laser; 12 soltaram-se durante a progressão da bainha e os 10 restantes foram liberados com outras manobras. Um paciente apresentou tamponamento cardíaco após a remoção de cabo de desfibrilador, necessitando cirurgia de emergência a céu aberto. Os dois casos de insucesso relacionaram-se à presença de cálcio no trajeto do cabo-eletrodo. Conclusão - O uso do excimer laser permitiu a remoção dos cateteres com taxa de sucesso de 96%, não tendo sido efetivo em dois pacientes que apresentavam calcificação sobre o cabo-eletrodo. Um paciente (2,8%) apresentou complicação que exigiu cirurgia cardíaca de emergência. Palavras-chave: marcapasso cardíaco artificial, remoção de cateteres, raios laser Instituto do Coração do Hospital das Clínicas - FMUSP Correspondência: Roberto Costa – InCor - Av. Dr. Enéas C. Aguiar, 44 – 05403-000 – São Paulo, SP – E-mail: [email protected] Recebido para publicação em 6/9/00 Aceito em 4/10/00 A remoção de cabos-eletrodos transvenosos de marcapassos e de desfibriladores permanentes representa um grande desafio para a estimulação cardíaca artificial, devido aos altos índices de insucesso e às complicações observadas com as diversas técnicas já utilizadas. As condições clínicas que demandam a obrigatoriedade da remoção desses cateteres são, felizmente, pouco freqüentes e são representadas, principalmente, pela infecção no sistema de estimulação, pela trombose venosa, por embolias pulmonares repetidas ou por outras situações associadas à presença do cateter, que ponham em risco a vida do paciente 1,2. A prática rotineira de abandonar cabos-eletrodos sem função tem-se tornado, também, problemática com o uso de múltiplos eletrodos dos marcapassos bicamerais e multisítio. Da mesma forma, os eletrodos de desfibriladores implantáveis, por serem muito calibrosos e dotados de grande superfície rugosa, quando necessitam ser substituídos ou removidos, representam também um sério problema. Essa conduta aumenta o risco de trombo-embolismo pulmonar, de síndrome da veia cava superior e, freqüentemente, dificulta a via de acesso para a colocação de novos cabos. Três tipos principais de abordagem para a retirada de eletrodos transvenosos têm sido utilizadas: 1) a tração direta externa dos cabos, que apresenta baixo índice de sucesso e alto risco de laceração das estruturas cardíacas e venosas; 2) a cardiotomia, habitualmente realizada com o auxílio da circulação extracorpórea e, 3) a contra-tração interna, realizada com bainhas de teflon ou de polipropileno, que apresenta bom índice de sucesso 1. A contra-tração interna constitui-se uma técnica transvenosa e, portanto, menos invasiva que a cardiotomia, e tem sido a abordagem preferida pela maioria dos serviços. Requer, entretanto, a introdução de uma bainha, que libera o cabo a ser removido, e avança através da veia, envolvendo o cabo-eletrodo até a câmara cardíaca onde o eletrodo está implantado, para servir de apoio junto ao miocárdio para a remoção do cateter. A introdução dessa bainha pode ser realizada utilizando-se dilatadores mecânicos que rompem Arq Bras Cardiol, volume 77 (nº 3), 235-8, 2001 235 Costa e cols Laser na remoção do cabo-eletrodo de marcapasso o tecido fibroso ao longo do trajeto do eletrodo, ou o excimer laser, que corta a frio esta fibrose. Estudos recentes da literatura têm demonstrado superioridade da técnica assistida a laser que apresenta maior índice de sucesso na liberação da fibrose e menor taxa de complicações. O objetivo do presente artigo é apresentar os resultados obtidos com o uso do excimer laser como auxílio para a retirada de cabos transvenosos permanentes em 36 pacientes operados no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Métodos No período de setembro/98 a junho/00, foram operados 36 pacientes com idades variando de um a 91 anos (M=54,2±21,9). O sexo era masculino em 22 e feminino em 14 pacientes. A etiologia do distúrbio do sistema de condução era a doença de Chagas em nove, degenerativa em seis, isquêmica em cinco, outras causas encontradas em 16 pacientes. O ritmo cardíaco, no momento da remoção, apresentava-se bradicárdico em 23 pacientes, devido a bloqueio atrioventricular em 17 e disfunção sinusal em seis. O motivo para a remoção dos cabos foi infecção no sistema de estimulação em 19 pacientes, troca eletiva de eletrodo em 13, e outras causas em quatro (tab. I). Os cateteres removidos estavam implantados de oito meses a 21,8 anos (M=90±66 meses), sendo 47 cabos de marcapasso e nove de desfibrilador. O tempo de permanência dos cabos era maior no grupo de portadores de marcapasso (M=103,2±63,6 meses). Quarenta e dois cabos estavam implantados em ventrículo direito e 14 em átrio direito. Nos portadores de desfibrilador, o tempo de permanência dos eletrodos era menor (M=24,0±10,8 meses) (tab. II). A via de acesso por onde os cabos estavam implanta- Tabela I - Características clínicas dos pacientes Número de pacientes Idade (anos) Sexo feminino/masculino • Indicação mandatória Endocardite/septicemia • Indicação necessária Abscesso de loja Erosão de pele Febre não esclarecida • Indicações opcionais Descontinuidade Troca eletiva Outras causas 36 54,2 ± 21,9 14 / 22 3 6 9 1 2 13 2 Tabela II - Características dos cabos-eletrodo removidos Eletrodos por paciente Atriais/ventriculares CDI/MP Permanência (meses) 236 1,55 14/42 9/47 90±66 Arq Bras Cardiol 2001; 77: 235-8. dos era veia cefálica em 10, subclávia em 40, jugular em três e femoral em três. No momento da indicação da remoção, 38 cabos estavam em uso, 14 abandonados na loja do marcapasso e quatro abandonados no interior do sistema venoso. A anestesia utilizada foi geral em 34 pacientes e local associada a sedação em dois. O excimer laser CVX-300 emite um feixe de luz de 308nm, que está abaixo da visibilidade do olho humano. É um tipo de laser que corta a frio: a temperatura da luz emitida é de aproximadamente 50ºC. A uma profundidade tecidual de aproximadamente 0,06mm, 64% da energia é absorvida e a 0,18mm, 95% dessa energia foi dissipada. A absorção da luz é feita pelos lípides e proteínas, não havendo, entretanto, absorção pela água, que é o principal meio de dissipação de outras modalidades de laser, o que permite a foto-ablação das traves fibrosas que envolvem o cabo-eletrodo sem danificá-lo e sem lesar as estruturas venosas e cardíacas. Os feixes de luz são emitidos pela extremidade distal de bainhas flexíveis que são passadas sobre o eletrodo a ser removido, envolvendo-o completamente após sua liberação do tecido fibroso, fazendo o apoio circunferencial da ponta do eletrodo no miorcárdio, para a realização da contratração interna. O corpo dessa bainha é construído de forma a conter 82 fibras ópticas, que conduzem os raios laser até sua porção distal, cada uma delas com 100mm de diâmetro. A progressão da bainha de laser sobre o cabo-eletrodo é conseguida à medida que o feixe de luz corta o tecido fibroso, sendo acompanhada pela fluoroscopia contínua. A liberação total do cabo-eletrodo ocorre quando a bainha atinge o endocárdio, no local da câmara cardíaca onde o eletrodo está implantado. Existem três calibres diferentes de bainha: 12, 14 e 16F, correspondendo respectivamente a 2,8mm, 3,4mm e 4,2mm de diâmetro interno e 4,1mm, 4,8mm e 5,6mm de diâmetro externo. A escolha adequada do calibre da bainha permite a remoção de qualquer modelo de cabo-eletrodo já utilizado em estimulação cardíaca artificial transvenosa. Os pacientes são operados, preferencialmente, sob anestesia geral com intubação oro-traqueal. Em decúbito dorsal horizontal, sob monitoração contínua de eletrocardiograma e de pressão arterial, os pacientes recebem placas adesivas para estimulação cardíaca e desfibrilação transcutâneas. A antissepsia da pele (realizada com iodo povidona) e a colocação de campos estéreis são feitas de modo a permitir fácil acesso para a realização de toracotomia mediana transesternal ou lateral. Todo o material para a toracotomia deve estar facilmente acessível. Após a abertura da loja do marcapasso, com o eletrodo já liberado do gerador de pulsos, o cabo é cuidadosamente dissecado do tecido cicatricial que o envolve e a luva de fixação é removida. Uma suave tração manual é então aplicada no sentido de testar se a remoção é possível sem a utilização do conjunto de bainhas de remoção, sem, contudo, danificar o cabo-eletrodo. Caso a remoção manual não seja factível, o procedimento de extração é continuado. O procedimento padrão para remoção do cabo inicia- Arq Bras Cardiol 2001; 77: 235-8. Costa e cols Laser na remoção do cabo-eletrodo de marcapasso se com a remoção do conector do cabo-eletrodo, com um cortador de arame estéril, deixando-se uma longa porção proximal do cabo-eletrodo para permitir o manuseio das guias-travas e das bainhas. Como a parte distal do condutor pode ficar deformada pelo uso do cortador de arame, utilizase um dilatador cônico pontiagudo para expandir o coil e permitir a passagem da guia-trava mais espessa possível. Um guia comum de cabo-eletrodo de marcapasso é passado nesse momento para assegurar que o lúmen do condutor está completamente livre, até a porção distal do cabo-eletrodo, que está implantada no miocárdio, e também para a medida precisa da distância que a guia-trava deverá ser introduzida. O diâmetro interno do lúmen do condutor é então medido com um conjunto de medidores de guia-trava. A guiatrava de maior diâmetro possível é então introduzida no coil, até que o final do lúmen seja atingido, e expandido, aumentando-se dessa forma a rigidez e a força à tração do cabo-eletrodo. Após essa manobra é possível realizar-se nova tração sobre o cabo-eletrodo, para verificar se é factível sua liberação do miocárdio sem o uso de contra-tração. Caso o eletrodo não se libere, o conjunto de bainhas (a interna, que emite os raios laser, e a externa, de polipropileno) é aplicado sobre o cabo-eletrodo, utilizando-o como guia para a sua introdução. As aplicações de raios laser são então iniciadas, cada aplicação durando cinco segundos, sempre acompanhadas pela fluoroscopia. Conforme a bainha de laser avança em direção ao coração, a bainha externa de polipropileno é também avançada, liberando-se as aderências do cabo-eletrodo às estruturas venosas e cardíacas, até que a porção mais distal do cabo-eletrodo seja atingida pela bainha de laser. Nesse momento interrompe-se a utilização dos raios laser, e com a própria bainha emissora de laser, realiza-se um apoio circunferencial sobre o miocárdio, e aplicando-se tração sobre o cabo-eletrodo, esse é removido do miocárdio. A seguir, todo o conjunto (bainha externa, bainha de laser e cabo-eletrodo) é removido, realizando-se a hemostasia no local da introdução do cateter por compressão simples. Resultados Foram removidos 54 cateteres, resultando em 96,4% de sucesso. A remoção de 46 cabos foi completa (82,1%), de oito cabos restou apenas a ponta metálica presa ao miocárdio (14,3%), não sendo possível a remoção de apenas dois (3,6%). O tempo de aplicação do laser variou de 20 a 540s (M = 123,0±104,5), sendo aplicados de 800 a 23.380 pulsos (M = 5215,2±4924,0), num total de quatro a 119 ciclos de aplicação (24,4 ±24,2). A liberação do miocárdio deu-se por: 1) contra-tração após progressão completa da bainha de laser em 34 eletrodos (60,7%); 2) tração durante a progressão da bainha em 12 (21,4%); 3) apenas tração após progressão completa da bainha devido à impossibilidade de contra-tração (habitualmente por adesão do cabo-eletrodo com fibrose à luz da bainha) em quatro (7,1%); 4) apenas tração por falha da pro- gressão completa da bainha em dois (3,6%) e de outras formas em quatro (7,1%). Um paciente apresentou tamponamento cardíaco após a remoção de cabo de desfibrilador, necessitando cirurgia a céu aberto, de emergência, para correção de uma laceração na ponta do ventrículo direito. Os dois casos de insucesso estiveram relacionados à presença de grande quantidade de cálcio no trajeto do cabo-eletrodo. Discussão O estado da arte da estimulação cardíaca artificial no que se refere à remoção de cabos-eletrodos tem demonstrado vantagens das técnicas que utilizam a contra-tração interna sobre as outras técnicas. Alta taxa de sucesso com as técnicas de contra-tração com dilatadores mecânicos tem sido relatada na literatura. Smith e cols., relatando os resultados obtidos de 1988 a 1994 pelo Banco de Dados de Extração Intravascular de Eletrodos dos Estados Unidos da América, referem: 86,8% de remoção completa; 7,5% de remoção incompleta; 5,7% de insucesso; 2,5% de complicações graves e 0,6% de mortalidade 3. Bird e cols., analisando os dados coletados de janeiro/94 a abril/96 pelo mesmo banco de dados, período que consideram essas técnicas razoavelmente estabilizadas, relatam os resultados de extração de 3.540 cabos de 2.338 pacientes: 93% de remoção completa; 5% de remoção parcial; 2% de falha no procedimento e 1,4% de complicações graves 4. Kantharia e Kutalek referem 98% de sucesso na remoção de eletrodos de marcapasso e desfibrilador com 0,7% de complicações graves, representadas por dois casos de tamponamento cardíaco 5. Bird e cols., analisando os resultados do Banco de Dados Americano, concluem que o risco de falha na remoção ou de remoção incompleta aumenta: quanto maior o tempo que o eletrodo está implantado (P<0,0001); quanto menor a experiência do médico que realiza o procedimento (P<0,0001); quando o eletrodo está implantado em ventrículo (P<0,005) e quanto mais jovem for o paciente (P<0,0001). Por outro lado, o risco de complicações aumenta: quanto maior for o número de cabos a ser removidos (P<0,005); quanto menos experiente for o médico que realiza o procedimento (P<0,005) e em pacientes do sexo feminino (P<0,01) 4. Segundo Kantharia e Kutalek, as principais causas de falha de remoção seriam: a) a severidade da cicatriz fibrosa, que aumenta com o tempo de permanência do cabo; b) a experiência do médico que executa a remoção e c) o tipo de eletrodo a ser removido. Segundo esses autores, cabos atriais, de fixação ativa e revestidos de silicone, são completamente removidos, mais freqüentemente, que cabos ventriculares, de fixação passiva e revestidos de poliuretano, respectivamente 5. A fibrose poderia ser muito intensa após quatro meses de implante para os eletrodos de silicone e seis meses para os revestidos com poliuretano 5. A utilização dos raios laser (substituindo os dilatadores mecânicos) para permitir a introdução das bainhas para 237 Costa e cols Laser na remoção do cabo-eletrodo de marcapasso Arq Bras Cardiol 2001; 77: 235-8. contra-tração tem resultado na redução do tempo de procedimento e aumento da segurança. Wilkoff e cols., 1999, reportando os resultados obtidos pelo Pacing Lead Extraction with the Excimer Sheath (PLEXES) Trial”, que randomizou 301 pacientes, utilizando duas técnicas de contra-tração, (em um grupo utilizou dilatadores mecânicos e no outro excimer laser), reportaram que o uso do laser permitiu a remoção completa em 94% dos casos; 2,5% de remoção parcial; 3,3% de falha e 2,6% de complicações graves 6. Referem significativa superioridade (p=0,001) dos resultados obtidos pelo laser (94% de sucesso para laser-assistida e 64% de sucesso para técnicas convencionais), com significativo número de pacientes que, por insucesso ou dificuldade de remoção do eletrodo pelas técnicas clássicas, migraram para o grupo dos pacientes randomizados para remoção por laser (crossover em 72 eletrodos) 6. Kennergren, analisando os resultados obtidos pelo Estudo Europeu Multi-Cêntrico de Extração Laser-Assistida, com 179 cateteres abordados em 149 pacientes, referem: 89,5% de remoção completa; 6% de eletrodos removidos parcialmente; 4,5% de falha na remoção; 2,7% de complicações graves 7. Os resultados obtidos na presente experiência, se comparados aos da literatura, demonstram a reprodutibilidade do método. A taxa de sucesso de 96,4% e de complicação grave de 2,8% estão dentro das encontradas na literatura, embora a incidência de remoção incompleta (14,3%) tenha sido maior no presente estudo. Utilizando-se as conclusões de Bird e cols. 4, e de Kantharia e Kutalek 5, e analisando os dados dispostos nas tabelas III e IV, podemos observar que a população presentemente relatada apresenta maior risco de falha ou de remoção completa do que as populações tratadas por Wilkoff e cols. 6 e Kennergren 7. Os pacientes do presente estudo são, em média, 11 e 14 anos mais jovens, respectivamente, que os reportados por Wilkoff e cols. 6 e Kennergren 7; os cabos tinham permanência nitidamente maior (39% e 32%, respectivamente) e a proporção de cabos atriais em relação aos ventriculares é menor na presente experiência (0,33 contra 1,06 e 1,83, res- Tabela III - Dados comparativos dos resultados obtidos com remoção de cateteres “laser-assistida” Sucesso Remoção completa Remoção incompleta Falha Complicações graves Wilkoff et al., 1999 Kennergren, 1999 InCor 96,5% 94% 2,5% 3,3% 2,6% 95,5% 89,5% 6% 4,5% 2,7% 96,4% 82,1% 14,3% 3,6% 2,8% Tabela IV - Dados comparativos das populações submetidas a remoção de cateteres “laser-assistida” No pacientes Idade média (anos) Permanência (meses) Cabos/paciente Atrial/ventricular Sexo feminino Wilkoff et al., 1999 Kennergren, 1999 Incor 153 65±18 65±42 1,59 125/118 33% 149 68,3 68,3 1,2 104/57 35% 36 54,2±21,9 90±66 1,55 14/42 39% pectivamente). Todos esses fatores sugerem maior risco de complicações ou de remoção parcial. Os outros dois critérios observados, número de cabos por paciente e proporção de pacientes do sexo feminino, mostraram números semelhantes entre as três populações analisadas. Concluindo, o uso do excimer laser permitiu a remoção dos cateteres com alta taxa de sucesso e baixo índice de complicação. Essas complicações, entretanto, tendem a ser graves, necessitando atitude imediata no sentido de salvar a vida do paciente, inclusive com a possibilidade de cirurgia torácica a céu aberto. Agradecimentos A Anísio Pedrosa, João Luiz Piccione, Neide Romão, Sérgio Siqueira, Silvana D’Ório Nishioka, Wagner T. Tamaki. Referências 1. 2. 3. 4. Byrd CL, Shwartz SJ, Hedin N. Lead extraction: indications and techniques. Cardiol Clin 1992; 10: 735-48. Klug D, Lacroix D, Savoye C, et al. Systemic infection related to endocarditis pacemaer leads. Clinical presentation and management. Circulation 1997; 95: 2098-107. 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