Lição - Evangelho de João

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Igreja Evangélica Congregacional da Barra da Tijuca
Rua Odilon Duarte Braga, Nº 44 – Recreio dos Bandeirante-Rio de Janeiro – RJ
Prª Rosângela Maia
ECM – ESCOLA DE CRESCIMENTO MINISTERIAL
ESTUDO DO EVANGELHO DE JOÃO
I. INTRODUÇÃO
Há somente um Evangelho de Cristo, porém escrito de quatro maneiras diferentes, para
quatro grupos diferentes de pessoas: O Evangelho de Mateus, que foi escrito para o povo judeu;
o Evangelho de Marcos, que foi escrito para os Romanos; o Evangelho de Lucas, escrito para o
povo Grego e o Evangelho de João com o propósito de mencionar a vida de Cristo, revelando
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, ou seja, escrito para aqueles que reconheceram Cristo
como Senhor e Salvador.
O autor do evangelho de João, é o próprio Apostolo João, discípulo de Jesus Cristo, um
simples pescador galileu que se tornou amigo de Cristo e um dos primeiros líderes da igreja
primitiva. O apostolo João, também escreveu suas três epistolas e o livro de Apocalipse. O
evangelho foi escrito por volta de 80 dC a 100 dC. Nessa época muitos falsos profetas já haviam
surgido, negando que Cristo não viera em carne, por conta dessas heresias João deu ênfase as
obras de Jesus, Suas palavras, que revelaram Seu divino poder e glória.
Como dissemos no texto anterior, João escreveu este evangelho, para provar que Jesus era
o Cristo, o Messias Prometido para os judeus e o Filho de Deus para os gentios; o objetivo era
levar aqueles que viessem a ler o seu livro a crer em Jesus, tivessem vida em Seu nome (Jo 20:31).
Para comprovar a veracidade da divindade de Jesus, João no início de seu evangelho usa as
expressões “No princípio” e “Verbo”, (Jo 1:1). João menciona a criação do mundo, o começo de
tudo, confirmando que Jesus estava na fundação do mundo, em seguida ele apresenta a
expressão “Verbo”, que vem do grego logos, que significa “Palavra”. Ou seja, a “Palavra” é que
faz acontecer, é através da “Palavra” que o mundo foi criado (Gn 1:3).
Semelhantemente ao apresentar que Jesus estava desde a fundação do mundo, João
apresenta a divindade de Cristo, confirmando que Ele (o Verbo), estava com Deus e era Deus (Jo
1:1). Seguindo no discurso para comprovar a divindade de Cristo, João diz no capitulo 1, verso
14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito
do Pai, cheio de graça e de verdade.”
Em toda a epistola João vai mostrar a divindade de Cristo, através de confissões (Jo 1:49)
“Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel.”; através de
sinais (Jo 3:2): “Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre,
vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.”;
e em cada momento narrado por João a divindade de Jesus é revelada.
Neste estudo veremos como João tratou a divindade de Cristo, os títulos dados a Jesus; Seus
milagres; a revelação da vida eterna por Cristo; Deus sendo tratado como Pai; os sete “Eu Sou”
proferidos por Jesus Cristo e que possamos no final crescer na graça e no conhecimento de Cristo
(2 Pe3:18), frutificando e vendo os milagres de Deus para o ano de 2017.
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II. TÍTULOS DE JESUS NO EVANGELHO DE JOÃO
a. Verbo
Como foi mencionado na introdução dessa lição, houve uma preocupação do apostolo
João em mostrar Jesus, como o Verbo (Palavra) Vivo de Deus (Jo 1:1, 14).
b. Unigênito do Pai
A palavra unigênito, vem do grego “monogenes”, que significa “monós” (único) e “genes”
que vem a ser uma derivação do verbo grego ”gennão” (gerar), logo Cristo é o Filho único gerado
por Deus. Essa definição fica bem clara na afirmação de João, em um dos versículos mais
conhecidos da Bíblia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16).
João é o único autor no Novo Testamento que usa a palavra “unigênito”, em referência a
Jesus Cristo (Jo 1:14,18; 3:16,18 e 1 João 4:9). Ele, João, estava mais preocupado em demonstrar
que Jesus era o Filho de Deus e que os que cressem, viessem a ter vida (Jo 20:31). Ele usa esta
palavra para destacar Jesus unicamente como o filho de Deus – compartilhando da mesma
natureza divina que Deus – ao contrário de crentes que são filhos e filhas de Deus através da fé.
Este título de Filho Unigênito (Único) revela aspectos importantes da identidade do
Cristo:
1º. Ele é o Filho desde toda a eternidade, procedendo d'Ele em Geração eterna.
2º. Ele é o Filho Encarnado, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que assume
natureza humana com vistas à salvação do mundo, por um ato de perfeito
e obediente Amor.
3º. Em nosso amor a Cristo nós temos o único acesso ao Amor do Pai, de modo que
Cristo se torna, assim, o Primeiro de muitos irmãos.
c. Cordeiro de Deus
Apesar da expressão “Cordeiro de Deus”, ter sido usada primeiramente por João Batista (Jo
1:29), o apóstolo João optou por intitular Jesus como “Cordeiro de Deus” para continuar
testificando a divindade de Cristo e o propósito dEle ter vindo a Terra, morrer pela humanidade.
João, com toda certeza foi guiado pelo Espírito Santo a escrever sobre esse título de Cristo,
pois em quase todo Antigo Testamento, quando se fala em sacrifícios, a palavra “cordeiro” é
mencionada. Quando este cordeiro era sacrificado, seu sangue aspergido perdoava os pecados
do povo.
Jesus sendo o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, veio para ser o sacrifício
perfeito para total remissão dos pecados, não só do povo judeu, mas de todo mundo, vindo
assim se cumprir a profecia do profeta Isaías: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua
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boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus
tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.” (Is 53:7)
d. Eu sou
Este título dado por João, iremos estudar em um tópico específico.
III. DUALISMO DE JOÃO
João traz em seu dualismo o contraste entre dois mundos: o mundo de cima e o mundo de
baixo: “E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste
mundo.” (Jo 8:23). O apóstolo João, também faz dualismo entre a luz e as trevas e a carne e
Espírito, como veremos a seguir:
a. Luz x Trevas
Sabemos que o diabo, desde a queda, tentou destruir o que Deus havia criado, tentou acabar
com a comunhão com o homem, com o povo escolhido e até os dias atuais, ele é conhecido
como o “príncipe deste mundo” (Jo 16:11). Nessa conotação João apresenta este dualismo,
dizendo que as trevas que ora habitavam no mundo, foram combatidas pela Luz de Cristo: “a luz
resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1:5).
Este mundo é caracterizado pelo reino das trevas e a Luz apresentada por Jesus Cristo é para
que o homem venha ser liberto dessas trevas que lhe prendem e praticar a verdade que é Cristo
(Jo 8:12; 12:35,46). Nesse dualismo trazido por João é um aspecto do superior versus inferior,
do céu versus o mundo. Sabemos que muitos desprezam a luz devido as obras más (Jo 3:19)
Uma das provas mais contundentes desses dois reinos é a declaração do próprio Jesus:
“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo,
pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino
não é daqui.” (Jo 18:36).
b. Carne X Espírito
Outro dualismo joanino é o contraste entre carne que pertence ao reino de baixo e o Espírito
pertencendo ao reino de cima.
Este contraste fica mais claro de se entender quando observamos que a “carne” é tudo aquilo
que vem da vontade humana. Por exemplo a vida humana é vinda de uma procriação de um
homem e uma mulher, logo, ela advém da “vontade da carne” (Jo 1:13). A de se observar que a
“carne” se remete à natureza humana, ou seja, ela é limitada às coisas da terra, não podendo
alcançar as celestiais. (Jo 3:6). Sem o nascimento do Espírito o homem, não poderá compreender
e nem experimentar bênçãos do reino celestial.
Quando nós nascendo do Espírito adoramos a Deus com sinceridade, pois o Espírito Santo nos
leva a essa adoração, “Deus é espírito e importa que os que o adoram o adorem em espírito e
em verdade” (Jo 4:24). “Adorar em espírito” não quer dizer adorar no espírito humano, em
contraposição a adorar por intermédio do uso de formas e ritos externos; significa a adoração
que é dotada de poder pelo Espírito Santo de Deus.
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IV. OS MILAGRES
A palavra “milagres”, se origina de “dynamis”, que vem a ser: “Poder”, “força”, “habilidade”,
em outras palavras, milagre pode ser declarado como um “ato de poder”. Os milagres de Jesus,
só poderiam vir da Glória de Deus, isso para suscitar a fé (Jo 20:30). João tem uma terminologia
própria quando fala dos milagres de Jesus. Os Evangelhos Sinópticos geralmente usam a palavra
dynamis quando se referem aos milagres, mas João nunca usou esse termo. Ele emprega duas
palavras: semeion (sinal) e ergon (obras).
A palavra SINAL ocorre 17 vezes. O próprio Jesus usou esta palavra quando falou dos que só
creem quando veem “sinais e prodígios” (Jo 4:48).
Para João os milagres não eram simplesmente maravilhosos e inexplicáveis mas tinham sentido.
Tinham um significado. Quando ele termina o relato do primeiro sinal de Jesus, a transformação
da água em vinho, João diz que os discípulos creram nEle (Jo 2:11). Eles discerniram o suficiente
para ver em Jesus a glória de Deus. Mais tarde, outros vieram crer por causa dos sinais (Jo 2:23).
Nicodemos expressou sua convicção quando disse a Jesus: “...ninguém pode fazer estes sinais
miraculosos que tu fazes, se Deus não fosse com ele.” (Jo 2:11). Já os fariseus, incrédulos, se
questionavam como poderia um pecador (por não guardar o sábado) realizar sinais miraculosos
(Jo 9:16).
João escolheu sete milagres ou sinais que provam que Jesus era Deus, são eles:
a.
b.
c.
d.
e.
f.
g.
A transformação da água em vinho (Jo 2:1-11)
A cura do filho de um oficial do rei (Jo 4:46-54)
A cura do paralítico de Betesda (Jo 5:1-17)
A multiplicação dos pães (Jo 6:1-14)
Jesus andando sobre o mar (Jo 6:15-21)
A cura do cego de nascença (Jo 9:1-11)
A ressureição de Lázaro (Jo 11:1-46)
VIDA ETERNA
Nos evangelhos sinópticos, os ensinos de Jesus são voltados para a proclamação do Reino de
Deus, enquanto João se preocupou em passar os ensinamentos girando em torno da vida eterna.
João escreveu com o propósito de levar os leitores a conhecer o caminho para a vida eterna
através da fé em Jesus. O segredo era simples, desfrutar da vida em abundância dada por Deus
(Jo 10:10).
Este tipo de vida não é resultado de força e poder do homem, ela é outorgada de uma nova
vida mediada através de Jesus. Esta vida habita em Sua própria Pessoa (Jo 5:26). Ele é o Pão vivo
que outorga a vida (Jo 6:51). Deus Pai, é o dono da vida, porém conferiu ao Filho ter vida em Si
mesmo, por isso, Jesus podia dizer “Eu sou a vida” (Jo 11:25), esta vida que habita em Jesus é a
vida da Era porvir, a Vida Eterna. Aquele que deseja desfrutar viverá para sempre (Jo 10:28),
porém o que rejeita perecerá.
A dimensão futura da vida eterna inclui a dimensão do corpo, Jesus concede vida eterna a
estes e no último dia os ressuscitará (Jo 6:40,54). Jesus também é a ressurreição (Jo 11:25) e
aquele que creu nEle em vida, mesmo que morra fisicamente, viverá novamente no último dia.
Quem crer em Jesus nunca morrerá (Jo 11:25,26).
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V. OS SETE “EU SOU”
Iremos estudar nesse tópico, os sete “EU SOU” de Jesus, descritos no evangelho escrito por
João. Em cada um desses “EU SOU” Jesus vem revelar sua natureza divina. Em cada uma das
afirmações de Jesus, temos um ensinamento sobre a missão que Lhe foi confiada:
a. EU SOU o Pão da Vida - Jo 6:35,41,48,50,51.
No começo do capítulo 6, lemos a respeito da multiplicação do pães e peixes, onde Jesus
alimentou a multidão (Jo 6:1-12). Esta multidão comeu até se saciar (Jo 6:12), porém na manhã
seguinte o povo estava novamente atrás de Jesus, não pelos seus ensinos, mas para novamente
se saciar com o alimento natural (Jo 6:26).
Essa procura desenfreada, era por um simples motivo, o pão era um alimento necessário à
vida, e o povo precisava desse alimento, porém Jesus desejava muito mais do que oferecer o
alimento natural, mas dar o alimento espiritual, afirmando que Ele era o Pão da vida e que
aquele que se alimentasse de suas palavras, jamais teria fome espiritual (Jo 6:35).
Essa vida no qual Jesus prometeu viria à custa de Sua morte na cruz, “Eu sou o pão vivo que
desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha
carne, que eu darei pela vida do mundo.” (Jo 6:51).
b. EU SOU a Luz do mundo - Jo 8:12
No livro de Gênesis, Deus disse “Haja Luz” (Gn 1:3), e ao criar a luz, Deus viu que era bom e
fez a separação de luz e trevas (Gn 1:4). Sabemos que a luz é essencial para vivermos nessa terra,
pois sem ela não conseguimos fazer nada: enxergar quando estiver escuro; ligar um ventilador
ou ar condicionado para nos refrescar em dias quentes; carregar nossos celulares; etc.
Se nos dias atuais necessitamos tanto da luz seja para coisas supérfluas ou não, podemos
imaginar nos dias de Jesus como era escuro. Jesus, sendo Deus, usou uma analogia para testificar
ao povo que Ele era o Filho de Deus, capaz de tirar o mundo das trevas do pecado e conduzir
para a luz de Deus (no caso a Sua luz), ou seja, levando-nos a vida eterna.
c. EU SOU a Porta das ovelhas - Jo 10:7,9
Jesus Cristo, usava analogias simples para apresentar o Reino de Deus, pois Ele era simples e
quando Ele disse “eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10:7), mais uma vez se referia a salvação desse
mundo. As ovelhas se encaminhavam para o aprisco através das ordens dadas pelo seu senhor,
caso a voz que era ouvida, não fosse do seu dono, elas (as ovelhas) se dispersariam. Ao ouvir os
ensinamentos de Cristo e reconhece-Lo como Senhor, nós caminhamos para o aprisco (salvação)
que Ele preparou para nós.
Há algo interessante na expressão “a porta”: primeiro, Ele é a porta pelo qual o pastor entra;
os que não entram por essa porta não são pastores, são ladrões e não querem o bem das ovelhas
(Jo 10:8,10); segundo, Ele é a porta pela qual as ovelhas entram e alcançam a vida eterna.
d. EU SOU o Bom Pastor - Jo 10:11,14
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Historicamente um pastor de ovelhas, quando sentia falta de uma que havia se perdido, ele
deixava as demais ovelhas em segurança e iria atrás daquela para salvá-la. Mesmo sendo muitas
ovelhas no rebanho, o pastor conhecia cada uma. Assim que Jesus se apresentava como o “Bom
pastor” (Jo 10:11). Podemos ver claramente quando Jesus encontra Natanael (Jo 1:47,48), Jesus
conhecia sua ovelha Natanael.
Ele nos conhece, sabe os nossos nomes e deu a vida por nós. Como suas ovelhas, nós,
obedecemos aos Seus ensinamentos, ouvindo a sua voz (Jo 10:14).
e. EU SOU a ressurreição e a vida - Jo 11:25
Essas palavras foram ditas a Maria, irmã de Lázaro, logo após a morte dele; aqui Jesus não só
traz a ressurreição e a vida, como Ele é a própria ressurreição e a via. Ele é a vida que triunfa
sobre a morte.
Interessante observar a tradução feita por David H. Stern, no Novo Testamento Judaico:
“Disse-lhe Yeshua: Eu sou a ressureição e a vida! Quem deposita a confiança em mim viverá,
ainda que morra” (Jo 11:25). Quem deposita algo em algum lugar é porque deseja guardar esse
algo, seja um dinheiro no banco, um alimento no armário, etc; que a nossa confiança (fé,
esperança), sejam depositadas no Senhor Jesus.
f. EU SOU o caminho, a verdade e a vida - Jo 14:6
Em cada uma dessas afirmações de Jesus, podemos resumir em uma simples palavra,
“salvação”. Desde o Éden, Deus fez a promessa da vinda de um Redentor (Gn 3:15). Esse
Redentor, religaria a contato (intimidade) que o homem tinha com Deus. Sabemos que Jesus, é
esse Redentor e vamos estudar separadamente cada uma dessas afirmações.
Jesus afirmar ser o “caminho”, no original grego é “odv ou hodos”, que significa “estrada”.
Quando pegamos uma estrada, desejamos chegar a algum lugar. Em Atos 4:12, lemos o discurso
de Pedro declarando, que: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu
nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (At 4:12).
Claramente, o apostolo Pedro declara que Jesus é o caminho, o cumprimento da promessa de
Deus, a estrada que nos conduz a salvação.
João apresenta Jesus, como “a verdade”, do grego “alhyeia ou aletheia”, que vem a ser “o
certo”, “o correto”, em outras palavras “não a hipótese algum de haver erro”. Este é Jesus, o
que é correto, o que não erra, que jamais pecou (Hb 4:15). Cristo é a verdade absoluta para esse
mundo.
A palavra "vida", nos traz dois significados, ambas no grego: 1º "biov ou bios", que revela a
vida natural, para tudo o que fora criado por Deus (humanos, animais e plantas); e 2º "zwh ou
zoe", que revela ser a "vida de Deus". Essa vida retrata a vida espiritual, a vida eterna, logo, para
se ter essa vida, precisamos ter um encontro com Jesus, (Jo 1:4; 5:21; 5:40; 10:10; Rm 6:23).
g. EU SOU a videira verdadeira - Jo 15:1,5
Aqui enfatiza-se a importância da ligação com Jesus Cristo. Se o ramo da videira é separada
do tronco, ele vem a morrer. Só teremos uma vida verdadeira se estivermos ligados a Cristo,
isso significa, viver nEle e tê-Lo vivendo em nós (Jo 15:4). Precisamos permanecer na videira
verdadeira.
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Há outras passagens em que Jesus se intitula “Eu sou”, porém, sem acrescentar um
predicado: Jo 8:24; 8:28; 8:58 e 13:19.
VI. DEUS COMO PAI
O apostolo João, trouxe em seu evangelho, Deus como pai de todos. Isso foi para apresentar
a vontade de Deus de se aproximar da humanidade, não havendo mais a necessidade de um
sacerdote para intermediar essa relação. A palavra “aba ou ábba”, que vem do aramaico,
significa, “o pai”, “meu pai” ou há alguns que dizem: “paizinho”; essas expressões são utilizadas
para demostrar uma intimidade do filho para com o pai, uma forma carinhosa de chamar o pai.
Os judeus jamais utilizam essa forma de tratamento com Deus, pois enxergam apenas como
Senhor, podemos ver isso quando Filipe pede para Jesus mostrar o Pai (Jo 14:8-9).
Jesus, sabia dessa reverência dos judeus e passou a demostrar que possuía intimidade com
o Deus Pai, constantemente Jesus fazia referências ao Pai (Jo 11:41; 12:27,28; 13:1; 14:12,16,28;
16:17). João, guiado pelo Espírito Santo, levou a igreja a falar de Deus como “Pai”. Em João 14:31,
é o único lugar de todo Novo Testamento em que é relatado o amor de Jesus, pelo Pai de forma
explicita.
VII. O ESPÍRITO SANTO
Jesus, disse aos seus discípulos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para
que fique convosco para sempre;” (Jo14:16). Este “Consolador” citado por Jesus, é o Espírito
Santo, que estaria para sempre auxiliando os Seus discípulos.
No Antigo Testamento o Espírito Santo, também atuava, dotando certas pessoas de um
ministério oficial. O símbolo utilizado para esta outorga era a unção com óleo, como exemplo,
foi atribuído poder aos juízes (Jz 3:10; 6:34; 11:29; 13:25); capacitou os que edificaram o
Tabernáculo com sabedoria e habilidade (Ex 31:2-4). O Espírito Santo dotava os homens para
cumprirem funções na Teocracia, porém quando este deixava de ser útil para esse fim, o Espírito
Santo podia se retirar. Foi assim com Saul (I Sm 16:14), com Sansão (Jz 14:6; 16:20). Davi
entendia a importância do Espírito Santo e clamou ao Senhor para que não perdesse essa
comunhão (Sl 51:11).
Quando Jesus, disse que o Espírito Santo estaria para sempre com os discípulos, Ele declarava
que o Espírito Santo, não se ausentaria mais dos que decidiram em seguir a Jesus e sim ajudaria
em todas as coisas (Jo 14:26), nos guiando no caminho da verdade (Jo 16:13).
No evangelho de João, vemos que a obra do Espírito Santo envolveria:




A nova obra do Espírito Santo, envolveria uma habitação permanente dentro do
crente, (Jo 14:16,17);
O Espírito Santo glorificará a Cristo. Seu ministério é chamar a atenção para Aquele
que Ele representa e revelar aos homens as coisas de Cristo, (Jo 14:16; 15:26);
Ele é o Espírito Santo da Verdade e guiará os homens a uma revelação mais ampla
da verdade redentora, (Jo 16:13);
A função primária do Espirito Santo em relação aos crentes é a de mestre (Jo 14:26),
e para o mundo é convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8).
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VIII.
OUTROS PONTOS A SEREM OBSERVADOS NO EVANGELO DE JOÃO
1. DEUS AMOU O MUNDO
Quando a frase “Deus amou o mundo” é dita, subitamente vem a nossa mente, um dos
versículos chave da Palavra de Deus, para nós, cristãos. Estamos falando de Jo 3:16, que diz:
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer
não pereça, mas tenha a vida eterna.” Além de ser uma das mais belas declarações de amor do
Nosso Deus para a humanidade, este versículo revela muito mais do que o plano da Salvação,
ele (o versículo) nos revela o desejo do Senhor de nos livrar da condenação eterna.
Para entendermos bem esse versículo, precisamos ver a tradução original, que se encontra
no Novo Testamento Judaico, a versão diz: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho
único, para que todo que nele confia possa ter a vida eterna, em vez de ser completamente
destruído”.
Podemos dizer, naturalmente falando, que é assustador, mas como cristãos, lavados e
remidos pelo Sangue do Cordeiro, vemos a Maravilhosa Graça de Deus para conosco, onde Seu
amor suplanta em tudo, para não ver a Sua criação perecer, mas um dia estar diante dele na
Glória.
2. A VERDADE VOS LIBERTARÁ
Como estudamos em aulas anteriores, a palavra “verdade”, significa, o que é: “certo”,
“correto”, logo, cada vez mais que vamos conhecendo a Jesus, Ele vai nos libertando das nossas
fraquezas, dos nossos pecados, das nossas doenças quer sejam físicas quer sejam emocionais.
Durante o decorrer do ministério de Jesus na terra, Ele anunciou o Reino de Deus; curou
enfermos; expulsou os demônios das pessoas, enfim, todo o trabalho de Cristo era trazer a
liberdade natural e a espiritual para o ser humano. Conforme vamos conhecendo Ele, Ele vai nos
libertando e nos tornando cada vez mais livres.
3. UM DE VÓS VAI ME TRAIR
Ao discorrer sobre este tópico, é impossível não lembrar que um desses que traiu Jesus, foi
Judas Iscariotes e impossível também informar que mesmo sendo traído e indo a Cruz para
morrer, Jesus, também, o fez por Judas Iscariotes, o que ocorre é ele, não se arrependeu do seu
pecado, vindo se suicidar (Mt 27:5), pelo remorso.
Nós imaginamos que isso só ocorreu com Judas, e que mais ninguém vai trair o Mestre. Isso
é um erro, pois podemos destacar muitos que traem os ensinamentos de Jesus, deixando de
pregar o que Ele ordenou; deixando a humildade e se entregando a vaidade e o desejo de ser
conhecido; se tornando arrogantes e autossuficientes ao ponto de se intitular em doutor em
divindade.
É importante salientar que Deus não divide a glória dEle com ninguém (Is 42:8), e que tudo
que o homem planta, ele colherá (Gl 6:7), pois não se zomba dEle. Tais homens inescrupulosos,
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a cada manhã, tem a misericórdia de Deus renovada sobre sua vida, porém caso permaneçam
em seus delitos e não se arrependam, receberão aquilo que está reservado para o diabo e seus
anjos.
4. ESTÁ CONSUMADO
Esta frase foi a última dita por Jesus, transcrita no capítulo 19, versículo 30, do evangelho de
João, após ter dito, Ele “...curvando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 19:30 - versão Bíblia
Judaica).
Quando lemos esse trecho, vemos todo o propósito de Deus se cumprir. Onde Seu Filho foi
entregue por amor da humanidade, aonde não haveria mais necessidade de um sumo sacerdote
entre Deus e os homens, para expiar os pecados do povo, mas Jesus passaria ser o caminho, o
único intermediador (I Tm 2:5).
“Tudo está consumado”, significa que não precisamos mais pagar promessas; fazer qualquer
extravagancias; ou qualquer outra loucura, para ter o perdão do Senhor, a salvação ou dádiva.
O sacrifico vicário de Cristo é suficiente para a redenção do homem.
BIBLIOGRAFIA



APOSTILA DO NOVO TESTAMENTO DO SEMINÁRIO TEOLÓGICO VIDA E LUZ – (IGREJA
BATISTA NOVA JERUSALÉM – 2002/2010);
BÍBLIA SAGRADA – (Tradução Almeida)
BÍBLIA SAGRADA - (Tradução Judaica)
OBS: ESTA LIÇÃO DEVERÁ SER ESTUDADA EM 6 DOMINGOS
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