Aula-6 Teoria da Relatividade Restrita - II Física Geral F-428 1 As transformações de Lorentz • Se, no referencial S, dois eventos estão separados por uma diferença de coordenada ;e ocorrem em dois instantes de tempo separados por , no referencial S’ teremos: x ( x v t) t ( t v x) 2 c H. A. Lorentz (1853 – 1928) • Vemos que as noções de espaço e tempo, como entes independentes, não têm mais sentido; o que temos é um ente único: o espaço-tempo. • Podemos também inverter as transformações acima: x ( x v t) t ( t v x) 2 c 2 A relatividade das velocidades Vimos que: x ( x v t) t Portanto: dx (dx v d t) dt dx dt ux v v ux 1 2 c Logo: ux Na transformação clássica de Galileu teríamos (v << c) : ux v ( t x) 2 c v ( dt dx ) 2 c dx dt ux v 3 A relatividade das velocidades Podemos ainda deduzir expressões para as relações entre as demais componentes nos outros eixos: uy dy dt (1 2 ) uy v ux 1 c2 uz dz dt (1 2 ) uz v ux 1 2 c • As transformações podem ser invertidas, trocando os índices com linha sem linha e v por –v : ux v c • Se: u x c teremos: u x v ux 1 c2 Portanto, a transformação está coerente com o fato da velocidade da luz ser a mesma em todos os referenciais, e nenhuma velocidade poder excedê-la. 4 O efeito Doppler da luz • No efeito Doppler do som é necessário distinguir as situações em que ele é causado pelo movimento da fonte ou do detector. Isto, porque o som se propaga no ar, e ambos, fonte e detector, podem ter velocidades relativas a esse. Já para a luz, que se propaga no vácuo, importa apenas a velocidade relativa entre a fonte e o detector. Som 5 O efeito Doppler da luz • No efeito Doppler do som é necessário distinguir as situações em que ele é causado pelo movimento da fonte ou do detector. Isto ocorre porque o som se propaga no ar, e ambos, fonte e detector, podem ter velocidades relativas a esse. Já para a luz, que se propaga no vácuo, importa apenas a velocidade relativa entre a fonte e o detector. v Fonte v a Detector 6 O efeito Doppler da luz • No efeito Doppler do som é necessário distinguir as situações em que ele é causado pelo movimento da fonte ou do detector. Isto ocorre porque o som se propaga no ar, e ambos, fonte e detector, podem ter velocidades relativas a esse. Já para a luz, que se propaga no vácuo, importa apenas a velocidade relativa entre a fonte e o detector. Detector v Fonte v a 7 O efeito Doppler da luz Se o observador O, em S, descreve o campo E ( x , t ) E 0 s in ( k x t) de uma onda eletromagnética, o observador O’, em S’, deverá observar E ( x , t ) E 0 s in ( k x t ) . Pelo princípio da relatividade, devemos ter invariância de fase: kx Então, usando que: x t (x kx vt ) t e t v x) 2 c (t podemos mostrar que: k k v c2 e vk 8 O efeito Doppler da luz Mas: c k k1 f 1 f 1 e 1 k ; k v c ; ´, f ´ Fonte f c v Esta expressão é válida no caso do observador ( f ´ = fobs) e a fonte ( f = f0) estarem se afastando ( > 0). 9 O efeito Doppler da luz Mas: c k k1 f 1 f 1 e 1 k ; k v c ; Fonte f c v ´, f ´ Esta expressão é válida no caso do observador (f ´ = fobs) e a fonte ( f = f0 ) estarem se aproximando ( < 0). 10 O efeito Doppler da luz Caso o movimento relativo não seja na direção de propagação: Fonte k ; k ; Observador 1 Se cos “Doppler transverso”. Note que aqui a fonte em 2 movimento emite radiação com frequência conhecida 90º 0 1 0 . 2 11 O efeito Doppler na Astronomia • Vamos supor que uma estrela se afasta da Terra com uma velocidade relativamente pequena, . Neste caso temos: Em termos dos comprimentos de onda, temos: •Se a estrela estiver se afastando ( v > 0 ) temos 0 Deslocamento da luz para o vermelho •Se a estrela estiver se aproximando (v < 0) teremos < 0 Deslocamento da luz para o azul http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e0/XYCoordinates.gif 12 Observações experimentais e suas implicações para a Cosmologia: Em 1929, Edwin Hubble propôs que o desvio para o vermelho observado para as linhas espectrais originadas de átomos de cálcio de galáxias distantes era devido ao efeito Doppler: as galáxias estariam se afastando de nós. É possível medir a velocidade de recessão V de várias galáxias e Hubble encontrou V = H0 r , com H0 é a constante de Hubble = = 71 4 km/s/Mpc. Esta é a primeira evidência experimental da expansão do Universo! 13 Dinâmica relativística Na Mecânica Newtoniana temos F dp dt , onde o momento linear é definido por: F 0 p p mv co nst. Procuramos um análogo relativístico desta expressão que tenha as seguintes propriedades: a) O momento relativístico deve ser conservado em sistemas isolados, assim como na Mecânica Newtoniana. b) A expressão obtida deve se reduzir à forma newtoniana no limite . 14 Dinâmica relativística Colisão das partículas a e b, de mesma massa, no referencial S’. Vamos definir o referencial S´ como aquele em que o momento total seja nulo (Ref. Centro de Momento=RCM). p const. (depois) Se F ext 0 vb vb(antes) ( antes ) ( antes ) m va m v = + b ( depois ) ( depois ) m va + m vb S’ y x va(antes) va(depois) 15 Momento linear relativístico Usando a fórmula para a transformação de Lorentz das velocidades: dx dt ux uz dz dt (1 2 ) uz v ux 1 c2 ux v v ux 1 c2 uy dy dt (1 2 ) uy v ux 1 2 c ... podemos escrever as componentes das velocidades no referencial S, que se move em relação a S’ com velocidade constante, -v , ao longo do eixo x ... 16 y Momento linear relativístico y S’ S v axantes vx vbxantes vx v ayantes vy vbyantes vy v axdepois vbxdepois vx v aydepois vbydepois vy transformação de Lorentz das velocidades vx vy dx dt dy dt x vx va( antes) vy ma depois v ax v v vx 1 c2 2 antes vay ) vy v vx 1 c2 vb( antes) vb( depois) antes v ax vx (1 v v depois ay mb m vx v 1 (vx v / c 2 ) vx v 1 (vx v / c 2 ) 2 1 vy 1 (vx v / c2 ) 1 2 vy 2 1 (vx v / c ) x va( depois) antes vbx depois vbx vbyantes v depois by vx v 1 (vx v / c 2 ) vx v 1 (v x v / c 2 ) 1 2 vy 1 (vx v / c2 ) 1 2 vy 17 1 (vx v / c2 ) Momento linear relativístico p m v não fornece uma expressão tal que o momento linear total conservado na colisão. 18 Momento linear relativístico Mas, pode-se mostrar que o momento total será uma quantidade conservada se definirmos: (com m0 sendo a massa do corpo m0v no referencial em que o corpo se p m0v 1 v 2 / c 2 encontra em repouso.) • Pode-se ainda definir uma massa relativística, dada por: m (v ) m0 m0 1 v2 c2 • A força é, então, dada por: F dp dt d (m0 v ) dt 19 Energia relativística (Supondo Epotencial = 0 ) • A taxa de variação temporal da energia cinética de uma partícula continua sendo dada por: dK dp F v dt r K F dr 0 r d (m0 dt 0 v K m0c 2 d( 0 1 v2 / c2 ( K ) (v / c) 1) m 0c 2 m 0c dr 0 v /c K então: v) r 2 v v 2 0 (m mc 2 m 0 )c 2 E γ m 0v dt v) v dt d (m0 dt m0c p x dx (1 x 2 )1 / 2 o nd e : E v/c x 1 v2 / c2 m0c m mc 2 x 2 1 1/ 2 v 0 m0 2 Energia Total 20 Veja uma outra forma de deduzir essas expressões da energia total e da energia cinética (através de derivada, não de integral) no arquivo “Dinâmica Relativística”. 21 1 Energia relativística 1 (v / c)2 Relação energia-momento linear Usando que p Como E 2 m 2c 4 E 2 mv m02 c 4 c4 p2 1 2 2 c E temos p 2 mc v c2 2 v c p E 2 m 02 c 4 obtemos: E 2 2 0 m c Se m0 = 0 4 2 p c E 2 pc • Portanto, a radiação eletromagnética transporta um momento linear p U / c , e podemos imaginá-la como composta por corpúsculos de massa zero ( fótons ), como veremos mais adiante. 22 Energia relativística • Limite clássico da energia pontos experimentais (x) Expandindo E=mc2 para v/c << 1 : m0 c 2 1 v2 c2 E E m0c 2 2 v m0 c 2 1 2c 2 m0v 2 2 3v 4 ... 4 8c 3m 0 v 2 v 2 8 c2 Energia de repouso: E ... m0c 2 Energia cinética para v/c << 1 : K m0 v 2 2 23 Experimento de William Bertozzi para medir v e K de elétrons relativísticos no acelerador linear no MIT (Amer.Jour.Phys. 32(1964)551) Energia relativística pontos experimentais (x) Energia de repouso: E m0c 2 Energia cinética para v/c << 1 : K m0 v 2 2 24 Procedimento mais usual: usar apenas a massa de repouso da partícula nas nossas equações, que é a única massa definida para a partícula. As equações da dinâmica ficarão: p p E 2 E Ecin mv 2 4 p c 2 2 m c mc 2 2 mc E mc 2 Ecin 1 mc 2 25 Energia relativística • A energia de um sistema isolado se mantém constante. Portanto, se um sistema libera uma quantidade de energia ∆E = Ef - Ei = - Q , deve apresentar uma redução de massa: E ( m )c 2 Q m mf mi Q c2 Isto vale tanto para reações químicas quanto para reações nucleares, embora a variação de massa no primeiro caso seja imperceptível. Se a energia de um sistema aumenta, (ex.: aumentando a sua velocidade), sua massa também aumenta: m E c2 26 Relatividade Geral • Movimento retilíneo uniforme em um referencial inercial parece acelerado, se visto de um referencial não-inercial. • Einstein encarou a força gravitacional como uma força de inércia: É impossível distinguir a física num campo gravitacional constante daquela num referencial uniformemente acelerado! O elevador de Einstein 27 Relatividade Geral • Princípio da equivalência de Einstein Num recinto suficientemente pequeno para que o campo gravitacional dentro dele possa ser considerado uniforme e em queda livre dentro deste campo, todas as leis da física são as mesmas que num referencial inercial, na ausência do campo gravitacional. a a g (a) a g a g 28 Relatividade Geral • Só precisamos de geometria para descrever trajetórias dos corpos. • Einstein encarou a força gravitacional como uma força de inércia curvatura do espaço-tempo! “A massa diz ao espaço-tempo como se curvar; e o espaço-tempo diz à massa como se mover”! 29 Expressão geral para o efeito Doppler: f´ f 1- v P S´ S cos Note: os casos mencionados são casos particulares do caso geral, com = 0° ou 180°. Se a fonte se move, então f´ = f0 e a frequência observada a 90° é f = f0/ (1- 2/2) f0 . 30 Prob. 31: Uma espaçonave cujo comprimento próprio é 350 m está se movendo com uma velocidade de 0,82c em um certo referencial. Um micrometeorito, também com velocidade de 0,82c neste referencial, cruza com a espaçonave viajando na direção oposta. Quanto tempo o micrometeorito leva para passar pela espaçonave, do ponto de vista de um observador a bordo da espaçonave ? y L 0 L0 = 350 m v = 0,82 c v Velocidade do meteorito em relação à nave: ux v v ux 1 c2 ux t0 L0 v v v S v v v ( v) 1 c2 2v v2 1 2 c 350 m 1,19 s 8 2,94 10 m/s x 1,64 c 1 ( 0 ,82 ) 2 v 0 ,98 c 2,94 108 m/s 31 Prob. 39: Uma espaçonave está se afastando da Terra a uma velocidade de 0,20c. Uma fonte luminosa na popa da nave parece azul ( = 450 nm) para os passageiros. Determine: (a) o comprimento de onda e (b) a cor (azul, verde, amarela...) da luz emitida pela nave, do ponto de vista de um observador terrestre. v = 0,20c • Efeito Doppler da luz (se afastando): f 1 f 1 c c 1 1 1/ 2 a) 1 1 1/ 2 1,2 450 nm 0,8 1/ 2 551 nm b) Luz "verde-amarelada": 32 33 Prob. 47: Qual deve ser o momento linear de uma partícula, de massa m, para que a energia total da partícula seja 3 vezes maior que a sua energia de repouso ? E mc2 3 (m 0c 2 ) mas: E2 m 02 c 4 p 2c 2 8 m 02 c 2 p2 9 m 02 c 4 p m 02 c 4 p 2c 2 2 2 m0c 34 Prob. 51: Uma certa partícula de massa de repouso m0 tem um momento linear cujo módulo vale m0c. Determine o valor: (a) de ; (b) de ; (c) da razão sua energia cinética e energia de repouso. p m (v) v m0 v m0c 2 1/ 2 1 a) v2 2 2 c 1 1 1/ 2 b) c) K E0 ( v c2 v c 1 1) m 0 c 2 m0c 2 m0 c 1 1/ 2 1 2 v2 c2 v2 1 2 c 0 , 707 2 1, 414 1, 414 1 0 , 414 35