Avaliação das diferentes dosagens de nitrogênio na cultura do trigo

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AVALIAÇÃO DAS DIFERENTES DOSAGENS DE NITROGÊNIO NA CULTURA
DO TRIGO
Ariele Cristina Moreira Santos(1); Takao Enardo Fujimoto (2)
(1)
Graduando em Agronomia do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM.
[email protected]
(2)
Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.
[email protected]
INTRODUÇÃO
O trigo é uma gramínea do gênero Triticum e está entre as plantas mais cultivadas no
mundo. Existem cerca de 30 tipos de trigo, geneticamente diferenciados. Em busca de
produtividade, conteúdo de farinha no grão, teor de nutrientes, resistência a doenças ou
adaptação ao clima e ao solo, pesquisadores e plantadores já testaram milhares de
cruzamentos, chegando a obter cerca de 30 mil variedades de trigo.
O nitrogênio (N) é o nutriente mais difícil de ser manejado nos solos de regiões
tropicais e subtropicais, em virtude do grande número de reações a que está sujeito e a sua alta
instabilidade no solo (ERNANI, 2003). Em função disso, o parcelamento da adubação
nitrogenada proporciona uma maior eficiência na assimilação do nutriente pelo trigo,
diminuindo as perdas por lixiviação em anos chuvosos e por volatilização em anos secos
(MUNDSTOCK, 1999).
A época correta de aplicação do nitrogênio é fundamental para incrementar o
rendimento de grãos, pois aplicações muito precoces ou muito tardias podem ser pouco
aproveitadas pelas plantas (SILVA et al., 2005). A aplicação de nitrogênio no momento
adequado pode aumentar a eficiência de uso do nitrogênio pelo trigo, incrementando o
número de grãos por espiga e o número de espigas por área (MAHLER et al., 1994). Sua
deficiência pode comprometer os processos de crescimento e de reprodução das plantas. Já o
excesso de nitrogênio, verifica-se elongação no período vegetativo e paralização na formação
de matéria seca.
A avaliação das diferentes dosagens de nitrogênio na cultura do trigo foi fundamental,
para que conseguíssemos encontrar o tratamento que responderia melhor a adubação feita.
Dentro desse contexto, conduziu-se este trabalho com o objetivo de avaliar os diferentes
tratamentos de adubação na cultura do trigo, utilizando várias dosagens de nitrogênio. Para
computar peso, tamanho de raiz e a sua parte aérea, ao longo do seu desenrolamento.
MATERIAL E MÉTODOS
06 a 10 de outubro de 2014 – Centro Universitário de Patos de Minas, Patos de Minas, MG.
O experimento foi conduzido na estufa do centro Universitário de Patos de Minas –
UNIPAM, na cidade de Patos de Minas, MG, localizado a 18° 33’ 54’’ de latitude sul e 46°
28’ 44’’ de longitude oeste, a uma altitude média de 835m.
Plantou-se sementes de trigo em cinco diferentes tratamentos de a cultivar CD 208, em
vasilhames com capacidade para 0,8 litros utilizando como substrato areia lavada (pelo fato
de ser um substrato inerte), os adubos utilizados foram: ureia como fonte de nitrogênio,
superfosfato triplo como fonte de fósforo e cloreto de potássio como fonte de potássio, as
adubações foram realizadas no plantio e na cobertura em 7 e 14 dias após a germinação.
Ureia (45% N) T-2 = Aplicar total na semeadura, T-3 e T-4 = Aplicar a 1ᵃ - na
semeadura, a 2ᵃ - 7dias após e T-5 = Aplicar a 1ᵃ na semeadura, 2ᵃ apl. 7 dias após, 3ᵃ
apl. 14 dias após a semeadura. Superfosfato Triplo – Aplicar toda a dose no momento da
semeadura. 210mg/vaso. Cloreto de Potássio – Dividir em duas aplicações. 85mg/vaso
semeadura; 85mg/vaso 14 após emergência.
Concluindo esta etapa, todos os dias uma vez ao dia, aguamos todos os tratamentos.
Depois de ter feito a última adubação de cobertura foi necessário fizemos desbaste em cada
vaso, deixando apenas 4 plantas por vaso, sendo assim as plantas mais vigorosas e sadias.
Realizamos quatro avaliações, em cada uma, as plantas de trigo foram coletadas e separadas
em parte aéreas e raiz, obtendo-se peso e tamanho de ambas as partes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segue abaixo gráficos com as médias obtidas dos valores de tamanho e peso total das
plantas em função das diferentes dosagens de nitrogênio na cultura do trigo. Patos de Minas,
UNIPAM, 2014.
06 a 10 de outubro de 2014 – Centro Universitário de Patos de Minas, Patos de Minas, MG.
Figura 5 – Modelo de regressão e curvas de tamanho da planta do trigo (cm) em função de aplicação de doses de
nitrogênio N (kg há) com superfosfato triplo SFT (kg há) e cloreto de potássio KCL (kg há), em diferentes
tratamentos, na estufa do UNIPAM, na região do Alto Paranaíba em Minas Gerais, 2014.
Figura 6 – Modelo de regressão e curvas de peso da planta do trigo (g) em função de aplicação de doses de
nitrogênio N (kg há) com superfosfato triplo SFT (kg há) e cloreto de potássio KCL (kg há), em diferentes
tratamentos, na estufa do UNIPAM, na região do Alto Paranaíba em Minas Gerais, 2014.
Diante das interpretações realizadas sobre os gráficos acima, afirmamos que nos
experimentos onde as dosagens de N foram maiores, o peso da planta foi maior a proporção
do seu crescimento. E nos experimentos realizados com menores dosagens, o crescimento da
planta foi superior ao seu desenvolvimento de peso.
O N promove alterações na morfologia das plantas e em condições de alto suprimento
desse nutriente, ocorre aumento na área foliar; como consequência, a curvatura das folhas é
ampliada de modo a interferir na intercepção de luz (MARSCHNER, 1995). Por ser o
nutriente responsável pela vegetação, o suprimento de nitrogênio reflete no índice de área
foliar, na produção de gemas vegetativas, no perfilhamento e no teor de proteína dos grãos
(MALAVOLTA, 2006).
De acordo com (Salvadoret al. 1999), a toxidez de N favorece o desaparecimento de
outros nutrientes disponíveis para a planta, pois o excesso de um nutriente pode induzir a
deficiência de outro. No entanto, constatamos estabilidade no tratamento 3, tanto no ganho de
peso quanto no crescimento.
06 a 10 de outubro de 2014 – Centro Universitário de Patos de Minas, Patos de Minas, MG.
CONCLUSÕES
(i) nos exames (1 e 2) onde aplicamos doses de 0 e 50 kg/ha de N respectivamente,
constatou-se ganho no crescimento, entretanto débito de peso. A disponibilidade de
nitrogênio é fundamental para a determinação dos seguintes componentes: rendimento de
grãos, número de espigas, número de grãos por espigas, teor de proteínas nos grãos e massa
de grãos. Além disso, a deficiência de nitrogênio pode comprometer os processos de
reprodução das plantas (área vegetativa – ganho de peso), (POTTKER; ROMAN, 1998).
(ii) naqueles aonde as dosagens foram 200 e 300 kg/ha de N (T4 e T5), verificamos
débito de crescimento, apesar disso, ganho de peso. Harper et al. (1987), afirma que a
concentração (excesso) de nitrogênio no trigo diminui a estação de crescimento, isso
ocorre devido à lenta assimilação desse nutriente.
Finalizo assim meu artigo, afirmando que a melhor dosagem de N na cultura do trigo
(variedade a cultivar CD 208) foi obtida no exame 3 (onde aplicamos a dosagem de
100kg/há), já que nele atingimos um equilíbrio, sem grandes contrastes no ganho de peso
em relação ao crescimento da planta.
REFERÊNCIAS
Disponível em:
ROS, O., C.;-Professor do Departamento de Ciência Agrárias, Curso de Agronomia,
Universidade de Cruz Alta UNICRUZ. Ciência Rural, Santa Maria, v. 33, n. 5, p. 799-804,
set-out, 2003. Disponibilidade de nitrogênio para trigo com diferentes métodos de adubação
nitrogenada no sistema plantio direto. Acessado em 04 de junho de 2014.
Disponível em:
BRAGANTIA-Revista Científica do Instituto Agronômico de Estado de São Paulo.
Vol.32, Campinas, outubro de 1973 nº16/Absorção de Nutrientes pelo Trigo. Acessado em 04
de junho de 2014.
Disponível em:
TRINDADE, G., M.;-Embrapa Trigo/Núcleo Centro-Oeste, Santo Antônio de Goiás, GO.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental v.10, n.1, p.24–29, 2006 Campina
Grande, PB, DEAg/UFCG – http://www.agriambi.com.br Protocolo 085.04 – 17/06/2004
Aprovado em 06/12/2005. Acessado em 04 de junho de 2014.
06 a 10 de outubro de 2014 – Centro Universitário de Patos de Minas, Patos de Minas, MG.
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