Transfusão de sangue, um ato de amor à vida

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Transfusão de sangue, um ato de amor à vida
Antonio Carlos Lopes - Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica
MédicaPublicado no(a): Em: 13/3/2008A cada dois segundos um paciente
precisa de transfusão de sangue no Brasil, de acordo com a Fundação
Pró-sangue. Normalmente isso ocorre em casos de cirurgias,
traumatismos, anemias, ou partos, em que a perda de sangue é
significativa e o organismo não é capaz de uma recomposição
suficientemente rápida. Pacientes de câncer e portadores de algumas
doenças genéticas que afetam o sistema sanguíneo também podem precisar
de sangue ou de seus derivados. É, por exemplo, o caso dos hemofílicos,
que necessitam de transfusão para minimizar a o comprometimento do
sistema de coagulação. O procedimento começa com a doação de sangue,
que deve ser feita de maneira absolutamente voluntária. A Constituição
Federal veda qualquer tipo de comercialização envolvendo o sangue, que
deve sempre ser doado com fim altruístico. Também garantido por lei é o
sigilo acerca das declarações prestadas pelo doador na entrevista que
precede a coleta. O questionário é o primeiro passo para garantir que a
doação seja de pessoas saudáveis e não ofereça riscos nem ao receptor
nem ao doador. Após esta triagem inicial, o sangue passa por uma série
de testes para comprovar sua qualidade. De acordo com recomendação do
Ministério da Saúde, o sangue doado deve ser submetido a testes que
confirmem a ausência de doenças diversas, como malária, sífilis, doença
de Chagas, hepatites B e C e até mesmo a AIDS. No caso de o doador ser
portador de algum destes males, eles podem ser transmitidos em uma
transfusão. Passado esse processo, o sangue é estocado à espera de
receptor compatível. Pode também ser armazenado para uso próprio,
situação em que o indivíduo doa para si mesmo meses antes de ser
submetido a uma cirurgia. Existem determinados tipos de sangue
incompatíveis com outros, impedindo a transfusão. No universo das
combinações, o portador do sangue AB positivo é considerado receptor
universal, já que pode receber qualquer tipo sanguíneo. O de tipo O
negativo é classificado como doador universal, pois seu sangue pode ser
recebido por todos os indivíduos. É o tipo ideal para casos de
acidentes ou emergências, quando não há tempo de realizar o estudo do
sangue do receptor. Aliás, por este motivo, os bancos de sangue
geralmente focam suas campanhas de doação nos portadores do sangue tipo
O negativo. Como ainda não existe nenhum substituto para o sangue
humano, seja qual for o seu tipo, fazer da doação uma rotina é um ato
de cidadania. É seguro doar sangue a cada seis meses. Qualquer pessoa
com boa saúde, entre 18 e 65 anos de idade e com mais de 50 kg de peso,
é um doador potencial. Além de salvar inúmeras vidas, a doação não traz
qualquer revés ao doador, demora cerca de uma hora e pode ser útil para
até três pessoas. Todos devem conhecer os locais de coleta mais
próximos. Além do benefício evidente da doação, pois pode salvar vidas,
quem doa tem gratuitamente vários exames realizados. Frequentemente
pacientes portadores de hepatite B ou C e sífilis, que não tinham
diagnóstico estabelecido, são identificados durante a doação de sangue
e passam a ter a oportunidade de receber o tratamento adequado.
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