O SR. REINALDO BETÃO (PL-RJ) pronuncia o seguinte discurso: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta Tribuna falar sobre um assunto bastante relevante e que interfere na vida de milhares de pessoas em todo o mundo. Além disso, tem sido motivo de preocupação diária de diversos hospitais. Estou falando da importância da doação periódica de sangue. A ciência avançou muito e fez várias descobertas. Mas ainda não foi encontrado um substituto para o sangue humano. No Brasil, infelizmente, ao contrário dos países desenvolvidos, menos de 2% da população brasileira doa sangue. Nos países desenvolvidos, 7 a 8% da população doa sangue voluntária e habitualmente. Doação voluntária é aquela que é feita sem saber a quem se destina o sangue. No Brasil, porém, cerca de 60 a 70 % das pessoas doam vinculando sua doação a um amigo ou parente. 2 A crença de que o sangue que dá e sustenta a vida também é capaz de salvá-la vem de tempos remotos. Entretanto, foram necessários séculos e séculos de estudos e pesquisas para a ciência descobrir sua real importância e dar a ele uso adequado. Até chegar esse dia, prevaleceram as práticas fundamentadas na intuição e no senso comum. Conta-se que, na Grécia antiga, os nobres bebiam o sangue de gladiadores mortos na arena, a fim de obterem a cura de diversos males, entre eles a epilepsia. A primeira experiência em ser humano aconteceu em 1667, em Paris. Seu autor foi Jean Baptiste Denis, professor de filosofia e matemática em Montpellier e médico do Rei Luis XIV. Um fato curioso, Sr. Presidente: as transfusões de sangue nessa época eram feitas com sangue de animais de espécies diferentes. Denis defendia a prática 3 argumentando que, ao contrário do humano, o sangue de animais estaria menos contaminado de vícios e paixões. Posteriormente essa prática foi proibida. Embora proibidas, as experiências não foram de todo abandonadas. Em 1788, após tentativas fracassadas com transfusões feitas com sangue de animais de espécies diferentes, novas experiências obtiveram resultados positivos com transfusões entre animais da mesma espécie, concluindo que elas poderiam ser benéficas e inclusive salvar vidas. Assim, as pesquisas evoluíram-se e, em 1818, surgiu a primeira transfusão com sangue humano em mulheres com hemorragia pós-parto. Finalizo, Sr. Presidente, destacando a importância da doação de sangue para os hospitais e da realização de campanhas periódicas na mídia, nas associações de classe e corporações militares, nos 4 sindicatos e clubes, para reposição do estoque de sangue, pois, mais do que doar sangue, o doador, primeiramente, doa amor, solidariedade e, indiscutivelmente, vida. Doar sangue é simples, rápido e seguro. Seja um doador voluntário. Faz bem para a saúde e para a mente. Muito obrigado.