Treinamento para Olimpíadas de 1 ª- / 2 ª- s é r i e E M Física 2008 www.cursoanglo.com.br AULAS 5 e 6 MOVIMENTO CIRCULAR 1. DESCRIÇÃO DE UM MOVIMENTO CIRCULAR COM GRANDEZAS ANGULARES t V ∆s to V φ φo φo: ângulo de fase inicial φ: ângulo de fase final ∆φ: deslocamento angular ∆s ∆φ = ⇒ ∆s = ∆φ ⋅ r φ=0 ↓ o origem r • Velocidade angular média: ωm = r rad ∆φ (rad/s) ∆t • ω: velocidade angular instantânea • Relação fundamental do MCU: V = ω ⋅ r 2. MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME — CINEMÁTICA • ωm = CTE ⇒ ω = ∆φ ∆t • Período (T): intervalo de tempo decorrido em uma volta. Unidade: s. • Freqüência (f): número de voltas completadas em uma unidade de tempo. Unidade: Hz ou rpm (1Hz = 60 rpm). • Relações importantes do MCU: f= 1 T ω= 2π T ω = 2πf • Equação horária do MCU: φ = φ0 + ωt 3. MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME — DINÂMICA V V ac ac o r → → • V varia em direção, mas não em intensidade (a→T = 0 ) SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 1◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física → • Aceleração centrípeta (a c) taxa de variação da direção da velocidade. • Intensidade: a = V2 = ω2 ⋅ r c → r → a c • Direção: radial (perpendicular a V ). • Sentido: para o centro da trajetória circular. • Princípio Fundamental da Dinâmica para o MCU: → → γ→ = a c ⇒ R = m ⋅ a→c → R = m ⋅ ac → → R aponta para o centro da trajetória circular. obs.: Diz-se neste caso, que a resultante é centrípeta. É comum encontrar a expressão força centrípeta. É importante notar que não se trata de um tipo de força (como o peso, tração, etc), pois não corresponde, necessariamente a uma interação entre dois corpos. Força centrípeta significa apenas a componente da resultante que aponta para o centro da curva. 4. MOVIMENTO CIRCULAR VARIADO (ACELERADO OU RETARDADO) — CINEMÁTICA ∆ω • Aceleração angular média: αm = ∆t • α: aceleração angular instantânea. • Movimento Circular Uniformemente Variado: α = CONSTANTE = αm ⇒ α = ∆ω ∆t φ = s/r φ0 = s0/r ω0 = V0/r ω = V/r α = a/r αt2 φ(t): φ = φ0 + ω0 ⋅ t + 2 Equações ω(t): ω = ω0 + αt Torricelli: ω2 = ω20 + 2 ⋅ a ⋅ ∆φ 5. DINÂMICA DO MOVIMENTO BI-DIMENSIONAL GERAL → • V pode variar em intensidade e direção. → → → → • a T: taxa de variação da intensidade de V (em movimentos uniformes a T = 0) → → → → • a C: taxa de variação da direção de V : (em movimentos retilíneos, a C = 0) → → aT + a • γ =→ C M.R.U. aT = 0 γ=0 Vo V = Vo Vo aT ≠ 0 ac = 0 aT = γ Vo V Vo aT = 0 ac ≠ 0 ac = γ SISTEMA ANGLO DE ENSINO aT = γ V Vo ac ≠ 0 aT ≠ 0 Vo γ ac γ2 = a2T + a2c V Vo ◆ 2◆ aT ac aT γ V = Vo Vo M.C.R. aT ≠ 0 Vo aT ≠ 0 ac = 0 M.C.U. M.C.U. ac ≠ 0 M.R.R. M.R.A. ac = 0 V Vo γ2 = a2T + a2c 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física • Princípio Fundamental da Dinâmica: — Em qualquer movimento: → → R=m⋅γ • R = m ⋅ γ→ → → • R e γ têm mesma direção e mesmo sentido. Em Classe 1. (OBF-2006) Um ciclista pedala sua bicicleta fazendo com que a engrenagem maior, concêntrica ao eixo do pedal e tendo um raio RA igual a 10,0 cm, gire com uma freqüência fA igual a 2,0 Hz e transmitia esse movimento à engrenagem menor por meio de uma corrente. A engrenagem menor, por sua vez, tem raio RB de 4,0cm e é solidária e concêntrica ao eixo da roda traseira, que tem raio R de 30,0 cm. Dadas essas condições, determine: a) a freqüência de rotação fB da engrenagem menor; b) a velocidade de translação v da bicicleta. 2. (OBF-2007) Em um pêndulo cônico temos uma corda de comprimento l e na sua extremidade um corpo de massa m, que realiza um movimento circular no plano (veja figura). Como conseqüência deste movimento, a corda descreve a figura de um cone, razão pela qual o pêndulo adquire esse nome. Determine: a) A velocidade angular ω do corpo em função da aceleração da gravidade g, do comprimento l e do ângulo θ de inclinação da corda. b) O tempo para o corpo dar uma volta completa no círculo. θ l r m v Em Casa 1. (OBF-2001) Uma partícula realiza um movimento circular uniforme. Sobre tal situação, pode-se afirmar a) a velocidade da partícula muda constantemente de direção e sua aceleração tem valor constante e não nulo. b) o movimento é certamente acelerado, sendo a aceleração da partícula paralela à direção da sua velocidade. c) visto que o movimento é uniforme, a aceleração da partícula é nula. d) o vetor velocidade aponta para o centro da trajetória circular, sendo perpendicular ao vetor aceleração. e) o ângulo formado entre os vetores velocidade e aceleração varia ao longo da trajetória. 2. (OBF-2002) O planeta Terra gira em torno do Sol completando uma volta em 1 ano (3 × 107 s). Supondo que seu movimento se dê numa órbita circular de raio r = 1,5 × 108 km, com velocidade de módulo constante, a velocidade linear da Terra neste movimento é de a) 10 m/s. d) 300 000 km/s. b) 300 m/s. e) zero. c) 30 km/s. 3. (OBF-2004) Um aeromodelo descreve um movimento circular uniforme com velocidade escalar de 12 m/s, perfazendo 4 voltas por minuto. A sua aceleração é de a) 0,0 m/s2 b) 0,8 m/s2 c) 4,8 m/s2 SISTEMA ANGLO DE ENSINO d) 7,2 m/s2 e) 9,6 m/s2 ◆ 3◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física 4. (OBF-2001) Uma haste fina e retilínea tem uma de suas extremihaste dades pivotada em um suporte montado sobre uma superfície horizontal, como ilustrado na figura ao lado. A base encontra-se suporte inicialmente em repouso, com o seu comprimento ao longo da direção vertical. No instante t = 0, a haste tomba em direção à superfície, atingindo-a após t = 1,5 s a) Calcule o valor da velocidade angular média da haste durante sua queda até a superfície. b) Estime o comprimento da haste, sabendo que a sua extremidade livre cai com velocidade escalar média de π 12 5. m / s. (OBF-2001) A equação horária para a posição angular θ (em radianos) em função do tempo t (em segundos) de uma partícula que executa um movimento circular, de raio igual a 1 m é dada por: θ(t) = 1 – 2t + t2 No instante t = 1 s calcule a) o módulo da aceleração centrípeta da partícula; b) o módulo da aceleração tangencial da partícula. 6. (OBF-2001) A figura a seguir representa uma partícula de massa m, presa a um fio ideal e inextensível de comprimento L. O fio faz um ângulo θ constante com a vertical. Durante seu movimento, a partícula descreve uma circunferência horizontal, num movimento circular e uniforme. O movimento → → g θ L ocorre no vácuo. A aceleração da gravidade é g. Nesta circunstâncias, podemos afirmar que: a) o corpo está em equilíbrio, já que apresenta força resultante nula. m R b) o corpo não está em equilíbrio, pois para mantê-lo em sua trajetória circular existe uma força dirigida para fora da circunferência. c) a situação na qual θ é constante e igual a 90° é fisicamente inatingível. d) se o fio for cortado, o corpo seguirá indefinidamente em movimento retilíneo e uniforme, numa direção tangente à circunferência. e) ao montarmos este mesmo dispositivo na Lua, o tempo gasto pelo corpo para dar uma volta completa seria menor que aquele medido na Terra. 7. (OBF-2002) Um corpo executa um movimento circular uniforme. Em relação a esta situação, podemos afirmar que a) como sua velocidade é constante, a força que age sobre ele é nula. b) a força resultante que atua sobre ele é a força centrípeta. c) como a força centrípeta cancela a força centrífuga, então a força resultante que atua sobre ele é nula. d) a força resultante que atua sobre ele é a força centrífuga. e) a força resultante é sempre igual à força peso. 8. (OBF-2002) Você já deve ter observado em corridas de circuitos ovais que as curvas são inclinadas. Esta inclinação das curvas, também observadas em rodovias, é para aumentar a segurança e diminuir o risco de derrapagens. Considere que um automóvel realiza uma curva de raio R e ângulo de inclinação θ. Considere também que a pista está muito escorregadia e o coeficiente de atrito estático entre os pneus do carro e a pista é desprezível, podendo o carro derrapar ao realizar a curva. R θ a) Represente, num diagrama de forças que atuam no carro durante a curva, identificando-as. b) Calcule o módulo da velocidade máxima com a qual o carro pode realizar a curva sem risco de derrapar, em função do raio R e do ângulo de inclinação θ. SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 4◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física 9. (OBF-2000) Um carro de corrida descreve uma trajetória circular, horizontal, de raio 125 m e velocidade de 180 km/h. O veículo derrapa devido à lama e sai da pista, deslocando-se 100 m, em linha reta, até parar. Calcule a) A razão entre as forças que atuaram no veículo, na trajetória circular (F1) e em linha reta (F2). b) A velocidade angular do carro na trajetória circular. 10. (OBF-2006) Um trecho de uma montanha russa apresenta uma depressão de raio de curvatura R igual a 8 0 m. Determine a velocidade que deve ter um vagonete para que, descendo, seus passageiros sofram, no ponto mais baixo da depressão, uma sensação que seu peso triplicou. 80 m 11. (OBF-2000) Uma esteira movimenta-se entre dois cilindros idênticos de raio 5 cm, numa freqüência de 10 Hz. Calcule a) A velocidade que uma pessoa deve ter, sobre a esteira, para “não sair” do local onde se encontra. b) Colocando um pacote de 20 kg sobre esta esteira e supondo o coeficiente de atrito estático entre ambos de 0,6, qual pode ser a aceleração angular máxima da esteira imprimida para o pacote não derrapar. 12. (OBF-2004) Considere o movimento de um motoqueiro em um globo da morte, como ilustrado ao lado. Quando o motoqueiro encontra-se no ponto mais alto da trajetória e a sua velocidade é a mínima para não cair, a) seu peso deve ser igual a força normal. b) seu peso mais a força centrípeta deve ser igual à força normal. c) a força normal é a força resultante sobre o motoqueiro. d) a força peso é a força resultante sobre o motoqueiro. e) a força resultante sobre o motoqueiro é nula. Globo da morte 13. (OBF-2002) Um cachorro está preso por uma corda num poste quando vê um gato e, obviamente, decide ir atrás dele. O cachorro, porém, por mais força que faça, não consegue romper a corda, que suporta uma tração de até 1000 N. Sendo ele o cachorro de um cientista, ele sabe que pode tentar romper a corda girando em torno do poste. Supondo que o tamanho da corda seja 1 m, a massa do cachorro m = 20 kg, e o movimento seja circular uniforme, determine a) qual deve ser a velocidade linear mínima que o cachorro deve ter para que consiga romper a corda. b) quanto tempo o cachorro demora para dar uma volta completa em torno do poste, com esta velocidade. De posse destes resultados, comente se é possível supor que o cachorro conseguirá arrebentar a corda. SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 5◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física AULA 7 MOVIMENTOS BALÍSTICOS • Movimentos realizados perto da superfície da Terra, desprezando-se a resistência do ar. • A única força que age sobre o corpo é o peso. Logo: → → → → → → R = P ⇒ mγ = mg ⇒ γ = g • Portanto, a aceleração é constante, vertical, para baixo, e não depende da massa do corpo. • São classificados de acordo com a velocidade inicial. → → 1. QUEDA LIVRE (V0 = 0 ) • M.U.V. na direção vertical (y). • Movimento retilíneo acelerado. • É conveniente colocar a origem no ponto de lançamento e orientar a trajetória para baixo. Assim: y0 = 0 v0 = 0 a=+g y0 = 0 v0 = 0 Equações: g 2 y(t): y = t 2 v(t): v = gt Torricelli: v2 = 2gy y v y → 2. LANÇAMENTO VERTICAL (V0 vertical) • • • • M.U.V. na direção vertical (y). Movimento retilíneo retardado na subida e acelerado na descida. No ponto mais alto da trajetória, v = 0. É conveniente colocar a origem no ponto de lançamento e orientar a trajetória no sentido da velocidade inicial. → a) V 0 para cima: y0 = 0 v0 = V0 a = –g Equações: g y(t): y = V0t – t2 2 v(t): v = V0 – gt 2 Torricelli: v2 = v0 – 2gy y v y y0 = 0 → b) V 0 para baixo: y0 = 0 v0 = V0 a = +g Equações: g y(t): y = V0t + t2 2 v(t): v = V0 + gt 2 Torricelli: v2 = v0 + 2gy SISTEMA ANGLO DE ENSINO v0 y0 = 0 y y ◆ v 6◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física → 3. LANÇAMENTO HORIZONTAL (V0 horizontal) • M.U. na direção horizontal (x). • M.U.V (acelerado) na direção vertical (y). • É conveniente colocar a origem no ponto de lançamento, orientar o eixo x no sentido da velocidade inicial e o eixo y para baixo. • Trajetória parabólica: vx = V0 V0 0 vx = V 0 vx = V 0 vy vy trajetória: arco de parábola v v x = V0 vy vy y v x0 = 0; y0 = 0 vx = V0 (CTE) v0y = 0 ay = + g • Equações: Direção x: { x(t): x = V0t g y(t): y = t2 2 Direção y: vy(t): vy = gt 2 Torricelli: vy = 2gy → 4. LANÇAMENTO OBLÍQUO (V0 faz um ângulo θ com a horizontal) • M.U. na direção horizontal (x). • M.U.V. (retardado na subida e acelerado na descida) na direção vertical (y). • É conveniente colocar a origem no ponto de lançamento, orientar o eixo x no sentido da velocidade inicial e o eixo y para cima. • No ponto mais alto da trajetória, vy = 0, então V = vx = V0cosθ. • Trajetória parabólica: y vx vy = 0 trajetória: arco de parábola v vy vx vx vy vy v v0y = v0 ⋅ senθ θ vx vx vx vx x0 = 0; y0 = 0 vx = V0 cosθ (CTE) v0y = V0 sen θ ay = – g x vx = v0 ⋅ cosθ vy v SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 7◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física • Equações: Direção x: {x(t): x = V0 cos θ ⋅ t g 2 y(t): y = V0sen θ ⋅ t – t 2 Direção y: v (t): v = V sen θ – gt y y 0 2 Torricelli: vy = (V0 sen θ)2 – 2gy Em Classe Um canhão repousa sobre uma superfície horizontal, fazendo um ângulo θ com a mesma. Ele atira um projétil → com velocidade inicial V 0. Pode-se desprezar a resistência do ar. Sendo g a intensidade do campo gravitacional → local, determine, em função de θ, V 0 e g: a) b) c) d) e) f) g) h) i) O tempo decorrido até o corpo atingir a altura máxima. A velocidade do corpo neste instante. A altura máxima. O tempo decorrido até o corpo retornar à superfície horizontal. A velocidade do corpo neste instante. O alcance do projétil. Para qual valor de θ o alcance é máximo. A equação da trajetória. Preencha a tabela abaixo, substituindo V0 = 10 m/s e g = 10 m/s2. θ Altura máxima (m) Alcance (m) 30° 45° 60° 90° j) Esboce as trajetórias para os 4 casos do item anterior. y (m) 6 5 4 3 2 1 x (m) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Em Casa 1. (OBF-2005) Um corpo é lançado para o alto com uma velocidade igual a 5 m/s. Qual a altura máxima que o corpo irá alcançar? 2. (OBF-2006) Um objeto é lançado verticalmente para cima e atinge, no ponto mais alto de sua trajetória, uma altura igual a 20 m. Desconsiderando a resistência do ar, determine: a) a velocidade com que foi lançado; b) em quanto tempo, após o lançamento, ele retorna ao ponto de partida. SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 8◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física 3. (OBF-2002) Quando deixamos uma pedra cair de uma altura de 5 m, próximo à superfície da Terra, ela demora 1s para atingir o solo. Sabendo-se que a aceleração da gravidade na Lua é seis vezes menor que na Terra, o tempo que uma pedra demora para atingir o solo lunar, caindo desta mesma altura é a) 6 vezes menor b) 6 vezes maior. c) O mesmo d) Aproximadamente 2,5 vezes maior. e) Aproximadamente 2,5 vezes menor. 4. (OBF-2004) Uma bolinha de aço, abandonada a 1m de altura de um piso muito duro, realiza um movimento periódico de subida e descida, por tempo indeterminado se desconsiderarmos as perdas de energia na resistência do ar e nas colisões com o solo. De que altura deve-se abandonar, simultaneamente com a primeira, uma segunda bolinha para que a sua terceira colisão com o solo coincida com a quinta colisão da primeira bolinha? 5. (OBF-2001) Um estudante no topo de um edifício observa a trajetória de uma bolinha lançada verticalmente para cima no instante t = 0, a partir de um ponto localizado abaixo do topo. Medindo a posição a partir do topo, ele nota que a bolinha atinge a altura de 10m quando t = 1s, e 15m quando t = 2s. Despreze o atrito da bolinha com o ar. a) Calcule o módulo da velocidade inicial da bolinha. b) Calcule a distância total percorrida desde o início do lançamento até o instante em que a bolinha atinge a altura máxima. 6. (OBF-2001) Um motociclista pretende saltar sobre um conjunto de automóveis enfileirados. As rampas de salto e de descida têm a mesma altura, comprimento 50 m e inclinação de 15° com a horizontal. A frente de cada automóvel de comprimento 5 m está encostada à traseira do automóvel seguinte. Despreze a resistência do ar. a) Calcule quantos automóveis o motociclista conseguirá saltar se sua velocidade inicial na base da rampa for 30 m/s e sua aceleração constante ao longo da rampa for 1 m/s2. b) Calcular qual deverá ser a sua aceleração constante ao longo da rampa se, para realizar um salto igual ao anterior, a sua velocidade inicial na base da rampa for 25 m/s. 7. (OBF-2004) Dois rapazes brincam de tênis na praia. Um deles dá uma raquetada na bola a 2,45 m de altura, imprimindo-lhe uma velocidade de 72 km/h na horizontal. Qual deve ser a velocidade mínima do outro rapaz, situado inicialmente a 20,3 m à frente do primeiro, para que consiga aparar a bola antes que ela bata na areia? 8. (OBF-2000) No instante em que um veículo vai iniciar, a 72 km/h, a travessia de uma ponte de 80 m de altura uma pessoa do interior do carro lança horizontalmente uma pedra, com velocidade de 5 m/s perpendicular a sua velocidade em direção ao despinhadeiro. A pedra atinge o solo, no instante em que o veículo conclui a travessia. Calcule: a) Qual o comprimento da ponte. b) A posição da pedra, em relação ao veículo, quando ele atinge o solo. 9. (OBF-2007) Uma roda gigante de raio 5,0m tem o seu eixo a 6,6m do solo e se encontra girando, com velocidade constante, no sentido horário. Quando uma das cadeiras chega à posição que forma 53° com direção vertical (veja figura), a criança que a ocupa lança uma bola para o alto, na direção vertical, com velocidade de 8,8m/s. Sabendo que o período do movimento da roda gigante é de 10π s, determine o ponto em que a bola vai atingir o solo. 53° giro 5m 6,6 m 10. (OBF-2005) Um carrinho, que se move com velocidade constante igual a 2,0m/s, possui um dispositivo com uma mola, inicialmente comprimida, capaz de lançar verticalmente para cima uma pequena bola. Este dispositivo pode ser SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 9◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física acionado por um gatilho quando o carrinho passa por um determinado ponto de sua trajetória, deixando a partir daí a mola distendida. A bolinha é então arremessada verticalmente com velocidade igual a 5m/s (despreze a resistência do ar). a) Qual a velocidade da bolinha quando esta alcançar o ponto mais alto de sua trajetória? b) Esboce o movimento da bolinha e do carrinho, visto por um observador parado no solo, para um tempo de 2 segundos a partir do momento que a bolinha é lançada para o alto. AULA 8 DINÂMICA IMPULSIVA 1. INTRODUÇÃO → → → → • Seja um corpo de massa m que se move com velocidade V . Suponha que neste corpo ajam as forças F 1, F 2, F 3, … durante um→ certo intervalo de tempo ∆t. O objetivo central da dinâmica consiste em determinar qual será a velocidade V do corpo após as forças terem agido sobre ele. Para tanto, 1. Determina-se a resultante destas forças: → → → → → R = Σ F = F1 + F2 + F3 + … → 2. Utiliza-se o Princípio Fundamental da Dinâmica para calcular a aceleração γ causada no corpo por estas forças: → → → R = mγ 3. Caso → γ seja constante, é simples determinar V’: r r r r ∆ V V’ − V = ⇒ V’ = V + ∆t ⋅ γ γ = CTE ⇒ γ = γm = ∆t ∆t → → → • Entretanto, caso R não seja constante, γ também não será, de forma que não se pode calcular V ’ assim. Existem muitas situações em que isso ocorre. Uma delas é a colisão de uma bolinha (de tênis, por exemplo) contra uma parede. A figura abaixo mostra→instantes sucessivos desta situação desde quando a bolinha se aproxima da parede → (instante t0) com velocidade V até se afastar dela após a colisão (instante t’) com velocidade V ’, passando por → instantes intermediários (t1, t2, t3) em que a bola está em contato com a parede, recebendo dela uma força F que → → causa a deformação vista e altura sua velocidade de V para V ’. V F t0 F t1 F t2 t3 V’ t’ → • Observa-se que F não é constante. Sua intensidade varia, de forma qualitativa, segundo o gráfico abaixo, em que ∆tINTERAÇÃO costuma ser bem pequeno: F t t0 t1 t2 t3 t’ ∆tINTERAÇÃO SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 10 ◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física → • A determinação de V ’ em problemas como este requer a introdução de dois novos conceitos: impulso e quantidade de movimento. 2. IMPULSO DE UMA FORÇA E QUANTIDADE DE MOVIMENTO → • Se uma força F de intensidade constante age em um corpo durante um intervalo de tempo ∆t, define-se o impulso desta força como: Grandeza vetorial → → → IF = F ⋅ ∆t Mesma direção e sentido de F Unidade: N ⋅ s → • Caso F não seja constante, a única forma de calcular o seu impulso é → pela área sob um gráfico F × t. Define-se a → força média F m como a força que causaria o mesmo impulso que F , agindo no mesmo intervalo de tempo, conforme mostra a figura abaixo: F F → IF → = Fm ⋅ ∆t Fm MESMA ÁREA IF IF t t t0 t’ t0 t’ ∆t ∆t → • Define-se a quantidade de movimento de um corpo de massa m que se move com velocidade V como: Grandeza vetorial → Q = mV Mesma direção e sentido de V Unidade: kg ⋅ m/s (= N ⋅ s) → → 3. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA PARA VALORES MÉDIOS • Quando a resultante das forças que agem em um campo não for constante, é conveniente aplicar o princípio fundamental da dinâmica para valores médios: → → Rm = mγ m r • Como a aceleração vetorial média γ→m é calculada como γm = → → ∆ V V’ − V = , então: ∆t ∆t → Rm ⋅ ∆t = mV’ – mV • Pode-se escrever a equação acima com as grandezas definidas na seção anterior: → → → I R = Q’ – Q • Lê-se: o impulso da resultante das forças que agem em um corpo é igual à variação da quantidade de movimento deste corpo. A equação acima é também chamada de teorema do impulso. 4. SISTEMA ISOLADOS • Uma das principais aplicações do teorema do impulso é o estudo de sistemas isolados: conjuntos de corpos em que a somatória de todas as forças externas é nula. Um exemplo é a colisão entre duas bolas de bilhar A e B se deslocando sobre uma mesa com a qual o atrito é desprezível: NA A vA B vB FB/A SISTEMA ANGLO DE ENSINO vA’ FA/B PA ANTES NB vB ’ PB DURANTE DEPOIS ◆ 11 ◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física • A aplicação do teorema do impulso a cada uma das bolas conduz a: → → → RmA ⋅ ∆t = Q’A – QA → → → RmB ⋅ ∆t = Q’B – QB • A quantidade de movimento de um sistema é a soma das quantidades de movimento de todos os corpos que fazem parte deste sistema (no caso, as bolas A e B). Logo, somando-se as duas equações acima, obtém-se: → → → → (RmA + RmB) ⋅ ∆t = Q’SIST – QSIST • A resultante das forças que agem em um corpo é a soma vetorial de todas elas. Algumas destas forças são internas, → → ou seja, aplicadas por corpos do próprio sistema (no caso, as forças F A/B e F B/A, aplicados pela bola A sobre a bola B e vice-versa, respectivamente); outras são externas , ou→seja, aplicados por corpos de fora do sistema (no caso, os → → → peso P A e P B, aplicados pela Terra, e as normais NA e NB, aplicadas pela mesa). Como a resultante é a soma de todas as forças aplicadas a um corpo, ela é a soma das forças internas e das forças externas. A soma das resultantes → aplicadas aos corpos do sistema será, portanto, a somatória de todas as forças internas (ΣF INT) com todas as forças → externas (ΣF EXT). Desta forma: → → → → (ΣF EXT + ΣF INT) ⋅ ∆t = Q’SIST – QSIST → • Pelo Princípio da Ação-Reação, se um corpo A aplica uma força F em uma corpo B, ele receberá deste uma força → – F . Pertencendo ambos os corpos ao sistema, ambas as forças serão internas, e sua soma será nula. Isso ocorrerá quaisquer que sejam os corpos A →e B do sistema, e quaisquer que sejam as forças trocadas por ele. Por isso, pode→ se concluir que, sempre, ΣF INT = 0 . → → • Caso as forças externas sejam tais que ΣF EXT = 0 , então a equação anterior implica que a quantidade de movimento do sistema se conserva. Este é o enunciado do teorema dos sistemas isolados : → → → → → → 0 = Q’SIST – QSIST ⇒ Q’SIST = QSIST → • Note que ΣF EXT = 0 significa que a soma de todas as interações de corpos do sistema com corpos de fora do sistema é zero, ou seja, tudo se passa como se não houvesse nenhuma força externa: como se o sistema não → → interagisse absolutamente com o restante do universo. Por esta razão, diz-se que um sistema em que ΣF EXT = 0 é um sistema isolado. • As duas bolas de bilhar do exemplo apresentado acima formam um sistema isolado, pois: → → → → → → → → ΣF EXT = P A + NA + PB + NB = 0 + 0 = 0 . 123 123 → → =0 =0 • Portanto, segundo o teorema dos sistemas isolados, a quantidade de movimento do sistema se conserva: → → → → → → Q’SIST = QSIST ⇒ mAV’A + mBV’B = mAVA + mBVB 5. COEFICIENTE DE RESTITUIÇÃO • Toda colisão é, com boa aproximação, um sistema isolado. Entretanto, apenas o teorema dos sistemas isolados não basta para estudar uma colisão de dois pontos materiais. Uma informação adicional acerca da natureza da colisão é necessária: o coeficiente de restituição da colisão, definido como: e= | v’A – v’B | = vA – vB Vafastamento Vaproximação • Pode-se mostrar que o coeficiente de restituição se relaciona com a conservação da energia mecânica em uma colisão. A tabela a seguir classifica as colisões de acordo com os valores do coeficiente de restituição. Natureza da Colisão Coef. Restituição Energia Mecânica Elástica e=1 εm’ = εm: Sist. conservativo Parcialmente Elástica 0e1 εm’ εm: Sist. Não-conservativo Inelástica e=0 εm’ εm: Sist. Não-conservativo SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 12 ◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física • Como se nota, apesar de em toda colisão a quantidade de movimento se conservar, a energia mecânica só se conserva nas colisões elásticas, que são aquelas em que a velocidade de afastamento dos corpos é igual à velocidade de aproximação. Em Classe (OBF-2007) Em uma mesa de bilhar estão dispostas três bolas idênticas de massa m = 200g, em repouso. Um jogador toca a bola 1 com um taco, exercendo sobre ela uma força de módulo F = 5N, paralela à superfície da mesa. Após 0,2s da aplicação da força, a bola 1 atinge a bola 2. Observa-se que, após o choque, as bolas 1 e 2 passam a mover-se em direções que formam 60° e 30°, respectivamente, com a direção original da bola 1. Após certo tempo a bola 2 colide com a bola 3 e fica em repouso, enquanto a bola 3 segue em direção à caçapa, atingindo-a em 0,3s. Considerando os choques elásticos e desprezando o atrito entre as bolas e a superfície, pergunta-se: a) A velocidade da bola 3 ao atingir a caçapa; b) A distância percorrida pela bola 3 até atingir a caçapa. Em Casa (OBF-2000) Um objeto de 400 g é solto do repouso de uma altura de 80 m e atinge o solo, nele penetrando. Sobre o corpo atua uma força constante de 4000 N para detê-lo. a) Calcule o tempo que a força atuou sobre o objeto. b) Quanto o objeto penetrou no solo? 2. (OBF-2001) Uma bolinha de borracha de massa 0,1 kg cai em queda livre, a partir do repouso, de uma altura de 12,8 m. Após a primeira colisão com o solo, cuja duração é 0,2 s, a bolinha sobe verticalmente e atinge uma altura máxima de 9,8 m. Despreze a resistência do ar. a) Calcule a quantidade de movimento (momento linear) da bolinha imediatamente antes e depois da colisão (indique claramente o módulo, a direção e o sentido em cada caso). Houve conservação da quantidade de movimento? Explique sua resposta. b) Calcule a força média que o solo exerce sobre a bolinha durante a colisão (indique claramente o módulo, a direção e o sentido). 3. (OBF-2004) Uma bola, de massa igual a 100 g, é abandonada de uma altura de 1,25 m, bate no chão e torna a subir até a altura de 0,80 m. Desprezando a resistência do ar, determine: a) o coeficiente de restituição; b) o impulso do chão sobre a bola; c) a força máxima exercida pelo chão sobre a bola, considerando que a colisão dure 20m/s e que a variação da força com o tempo seja como no gráfico abaixo. F(N) 1. t(s) 4. (OBF-2005) Os movimentos, em uma linha reta, de dois corpos A e B são descritos pelo gráfico a seguir, que relaciona as quantidades de movimento com o tempo. Qual a intensidade média da força de interação que o corpo A exerceu sobre o corpo B? q (kg ⋅ m/s) A 80 5 – 20 SISTEMA ANGLO DE ENSINO 10 15 t(s) B ◆ 13 ◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física 5. (OBF-2007) Um garoto de massa m está num pequeno barco, de massa M, que se encontra em repouso em um lago de águas paradas. Em um determinado momento ele anda com velocidade v de um extremo do barco ao outro. Desprezando os efeitos dissipativos, a) Qual será a velocidade do barco em relação à margem? b) Se o barco fosse transformado num navio, qual seria a velocidade do navio? 6. (OBF-2006) Uma bola de chumbo de massa mB igual a 5 kg é lançada com uma velocidade VB que faz com que ela caia e fique imobilizada dentro de um carrinho, conforme mostrado no desenho. O carrinho tem massa mc igual a 10 kg e se move com velocidade constante Vc = 5 m/s. 10 m VB 5m VC a)calcule o valor da velocidade VB com que a bola colide com o carrinho; b) calcule a velocidade V com que o carrinho se movimentará após ter recebido a bola de chumbo. 7. (OBF-2006) A figura mostra a mão de um jardineiro segurando o bico de uma “mangueira” de regar jardins e o jato de água da mesma batendo em uma parede e sendo espelhado perpendicularmente ao bico da mangueira. Supondo o escoamento igual a 1,0kg de água por segundo, a velocidade da água no interior da mangueira VE igual a 0,25 m/s e a velocidade da água ao sair pelo bico Vs igual a 2,0 m/s, pede-se determinar: VE VS a) o valor da força horizontal que o jardineiro exerce para equilibrar a força associada à mudança de velocidade da água no bico da “mangueira”. b) o valor da força de reação exercida pela parede contra o jato de água. SISTEMA ANGLO DE ENSINO – Coordenação Geral: Nicolau Marmo; Coordenação Pedagógica: Marco Antônio Gabriades; Supervisão de Convênios: Helena Serebrinic; Equipe 1a e 2a série Ensino Médio: Luis Ricardo ARRUDA de Andrade, DANILO Pereira Pinseta, PEDRO Nery Lavinas, Maurício DELmont de Andrade; Projeto Gráfico, Arte e Editoração Eletrônica: Gráfica e Editora Anglo Ltda; SISTEMA ANGLO DE ENSINO ◆ 14 ◆ 2008 Treinamento para Olimpíadas de Física