ureterotomia com tratamento de obstrução ureteral parcial

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URETEROTOMIA COMO TRATAMENTO DE OBSTRUÇÃO
URETERAL PARCIAL EM UM CÃO – RELATO DE CASO
URETEROTOMY AS TREATMENT OF PARTIAL URETERAL
OBSTRUCTION IN A DOG – CASE REPORT
¹MILTON MIKIO MORISHIN FILHO, ²ANA PAULA HUIDA FRANÇA;
³SIMONE GONÇALVES DA SILVA; 4 RENATA FOGAGNOLI
CONCEIÇÃO
¹Professor Adjunto - Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), ²Médica
Veterinária Residente em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais – UTP,
³Médica Veterinária Residente em Clínica Cirúrgica de Pequenos
Animais – UTP, 4Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária - UTP
RESUMO: Ureterotomia é a técnica cirúrgica utilizada para remover
urólitos que causem obstrução do ureter. Foi atendida uma cadela da
raça Lhasa Apso, 7 anos, apresentando anorexia, apatia, êmese, fezes
amolecidas
e
polidipsia
com
evolução
de
3
dias.
Exame
ultrassonográfico revelou urólito em ureter esquerdo, causando dilatação
ureteral significativa. Foi realizada avaliação diária até identificação do
momento ideal para ureterotomia. A evolução do paciente foi favorável e
sem complicações.
Palavras-chaves: Urólito, urolitíase, ureter
ABSTRACT: Ureterotomy is the surgical technique used to remove
uroliths that cause ureter obstruction. A Lhasa Apso breed bitch, 7 years,
was attended presenting anorexia, apathy, emesis, softened faeces and
polydipsia with 3 days of evolution. Ultrasound examination showed
urolith in left ureter, causing significant ureteral dilatation. Daily
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assessment was conducted to indentify the ideal time to ureterotomy.
The evolution of the patient was favorable and without complications.
Key-words: Urolith, urolithiasis, ureter
INTRODUÇÃO
Urolitíase é uma enfermidade causada pela presença de urólitos
no trato urinário, que se caracterizam por formação sólida desenvolvida
a partir da hipersaturação da urina por substâncias cristalogênicas. (Rey
e Pernas, 2012). A obstrução ureteral ocorre quando urólitos se alojam
nos ureteres, comprometendo o fluxo urinário. A ureterotomia consiste
no acesso cirúrgico ao ureter indicado para remoção de cálculos que
estejam causando obstrução (Fossum, 2008).
Este trabalho objetiva relatar um caso de urólito em ureter levando
a obstrução parcial do trato urinário, demonstrando a avaliação
necessária para escolha do momento correto para intervenção cirúrgica.
DESCRIÇÃO DO RELATO
Uma cadela da raça Lhasa Apso, 7 anos, foi atendida com
histórico de anorexia, apatia, êmese, fezes amolecidas e polidipsia a 3
dias. Ao exame físico o animal apresentou dor à palpação abdominal.
Ultrassonografia abdominal revelou nefrólitos em rins e urólito de 0,7 cm
no terço proximal de ureter esquerdo, causando dilatação ureteral
significativa. Exames de sangue demonstraram leucocitose e anemia. A
urinálise revelou urina de aspecto turvo, densidade reduzida, traços de
proteína, sangue, ph ácido, células de transição, leucócitos e bactérias.
Foi observado, por meio da repetição diária dos exames, deslocamento
mínimo do urólito em direção à bexiga e dilatação da pelve renal, além
de diminuição da leucocitoce. No sétimo dia de avaliação, houve
aumento da creatinina (2,2mg/dL), levando à decisão de ureterotomia
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para remoção de urólito. O procedimento foi iniciado com incisão
retroumbilical para acesso ao rim esquerdo. Foi realizada incisão
longitudinal ao longo do ureter e acima do urólito, remoção do urólito e
síntese da parede ureteral com fio poliglactina 910 nº 4.0 em padrão de
sutura simples separado. O acompanhamento clínico, laboratorial e
ultrassonográfico pós-operatórios demonstraram ausência de sinais de
estenose ureteral e normalização de todas as alterações, sugerindo
manutenção da função renal. O paciente foi avaliado dois meses após o
procedimento e manteve-se sem complicações. Recomendaram-se
reavaliações periódicas para controle de novas obstruções.
DISCUSSÃO
A urolitíase afeta entre 1,5 e 3% da população canina, e
representa uma complicação de causa multifatorial que provoca
aumento da excreção urinária de certos minerais. (Vicente e Madrigal,
2012; Waki e Kogika, 2015). Urólitos de oxalato de cálcio são o principal
cristal presente na urina ácida (Vicente e Madrigal, 2012). No caso
relatado suspeita-se deste tipo de cálculo devido ao ph 5,0, ainda que
não se observe presença de cristais de oxalato na urina. Waki e Kogika
(2015) citam o Lhasa Apso como uma raça predisposta à formação
desse tipo de cálculo e dizem, ainda, que apenas 5% dos urólitos são
encontrados na pelve renal e nos ureteres. Os urólitos de oxalato de
cálcio apresentam menor incidência em fêmeas, possivelmente pela
ação protetora exercida pela redução da excreção urinária de oxalato e
do aumento de citrato oriundas da ação dos estrógenos, considerados
inibidores da cristalização (Rey e Pernas, 2012).
Rey e Pernas (2012) dizem que há predisposição a infecções no
trato urinário em casos de presença de urólitos, e citam a hematúria,
disúria, cistite, polaciúria e estrangúria como sinais comuns da urolitíase.
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No caso relatado, o paciente não apresentou alterações no fluxo
urinário, no entanto, a urinálise e exames hematológicos demonstraram
sinais de infecção e início de comprometimento renal.
Giordani et al (2008) relatam um caso de hidronefrose como
consequência da obstrução ureteral. Além disso, Faria et al (2011)
ressaltam a ocorrência de pionefrose nos casos de infecção urinária
decorrente de urolitíase crônica. Isto demonstra a importância da
identificação precoce do urólito e do acompanhamento destes casos
para a prevenção de complicações. Rodrigues et al. (2007) diz que o
grau da lesão renal depende da integridade e do tempo de obstrução.
Caso a obstrução seja aliviada, a lesão renal será totalmente reversível.
A ureterotomia para remoção de cálculos é indicada se ocorrer ou
se houver a possibilidade de obstrução ureteral (FOSSUM, 2008). Neste
caso, optou-se por este procedimento no momento em que foi
observada dilatação da pelve renal e aumento de creatinina, e a
evolução do paciente foi favorável e sem complicações.
CONCLUSÃO
A ureterotomia se mostrou eficaz no tratamento da obstrução
ureteral quando realizada no momento ideal, identificado por meio do
controle diário da função renal e imagem ultrassonográfica. O
tratamento precoce evita a evolução da obstrução para alterações
renais. A rápida identificação e instituição do tratamento adequado são
essenciais para evitar complicações como hidronefrose ou pionefrose,
que poderiam levar a perda irreversível da função renal.
REFERÊNCIAS
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