UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO DE FISIOTERAPIA ÁGHATTA NIKOLAJOF RIBEIRO DA SILVA ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS DO MÉTODO DA CROCHETAGEM MIOAPONEURÓTICA DE EKMAN COMPARADO COM MÉTODOS CONVENCIONAIS APLICADOS NA FASCITE PLANTAR MAFRA-SC 2008 ÁGHATTA NIKOLAJOF RIBEIRO DA SILVA ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS DO MÉTODO DA CROCHETAGEM MIOAPONEURÓTICA DE EKMAN COMPARADO COM MÉTODOS CONVENCIONAIS APLICADOS NA FASCITE PLANTAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do título de bacharel, do curso de Fisioterapia, ministrado pela Universidade do Contestado – Campus Mafra, sob orientação da professora Malu Cristina de Araújo Montoro Lima. MAFRA-SC 2008 2 AGRADECIMENTOS A Deus, que me manteve firme mesmo nos vários momentos que o cansaço e pessimismo estiveram comigo. À minha mãe que em especial fez todo esse sonho se tornar realidade, e que esteve incondicionalmente ao meu lado, me apoiando nas idéias malucas como esta, incentivando a me manter de cabeça erguida, oferecendo a amizade, o carinho, a compreensão e o amor vital para o início e conclusão deste e de tantos outros trabalhos. A persistência e firmeza exemplar e o trabalho duro para fazer de meus sonhos projetos de vida e das minhas idéias caminhos a percorrer, sendo meu maior exemplo, mostrando que uma vida se faz com honestidade, princípios, valores, trabalho, garra, empenho e que nunca se deve desistir ao primeiro obstáculo, nem que para alcançar aquilo que se almeja se faça necessário “matar um leão por dia”. A você mãe que em muitos momentos foi meu refúgio e minha inspiração para se manter forte durante esta caminhada cheia de obstáculos e pontos de partida, meu muito obrigado. À minha avó que mesmo não estando mais entre nós, sempre acreditou em meu potencial, e contribuiu em grande parte para a pessoa que sou hoje. Ainda que somente em memória foi essencial para que não desistisse mesmo havendo inúmeros empecilhos durante esses quatro anos. À minha irmã que sempre esteve presente aturando por diversas vezes meu mau humor e reinas, mas nunca deixou de me apoiar, me ajudando sempre que possível no que fosse preciso. Ao meu pai que apesar das divergências de idéias, contribuiu para a realização desse sonho de inúmeras maneiras e mesmo havendo discussões acreditou em mim quanto às minhas idéias mirabolantes. A todos os amigos que compartilharam os risos, os choros, os problemas, as dúvidas, as alegrias e também tristezas, a vocês, Diogo por todas as vezes que sempre esteve disposto a ajudar a qualquer hora e no que fosse necessário, Dani pela carteirinha da biblioteca e pelo apoio prestado sempre, Ana e Veri que sempre estiveram do meu lado e se tornaram grandes amigas no decorrer do estágio e pra toda a vida, e que sempre ajudaram no possível. Fabi por todos os favores com livros e afins e mesmo por me ouvir reclamar quando precisava desabafar. Andréa 3 por sempre estar disposta a ajudar e mesmo apesar da distância se mostrar a amiga que é. E em especial a Su que sempre esteve do meu lado independente do que acontecia, sempre procurando me ajudar mesmo que tivesse milhares de coisas pra fazer, enxugando minhas lágrimas, rindo e muito quando havia motivos pra chorar, me fazendo sentir viva e confiante, sendo em suma, a amiga meiga, especial, amorosa, querida e inigualável que é. E por fim a todos que criticaram, ou não acreditaram na conclusão desta pesquisa, me incentivando mais que nunca a tornar este sonho realidade. Fazendo lembrar que não devemos dar demasiada atenção ao que os críticos dizem, pois nunca foi e nem será erguida uma estátua em honra de um crítico. "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". (Fernando Pessoa) 4 “As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias que precisam e, quando não as encontram, as criam.” Bernard Shaw 5 RESUMO A síndrome dolorosa miofascial encontrada na fascite plantar constitui causa comum de dor músculo-esquelética. Ocorre particularmente ao primeiro apoio da manhã ou ao levantar-se após longo tempo sentado. Se não tratada adequadamente pode se tornar limitante e até mesmo incapacitante. A pesquisa teve como objetivo verificar os benefícios da Crochetagem mioaponeurótica de Ekman comparados com métodos convencionais, aplicados na fascite plantar. Foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade do Contestado – UnC Campus Mafra. Nos 2 grupos foram realizadas 10 sessões com freqüência de 2 vezes por semana. Foram recrutadas 5 pacientes do sexo feminino, de forma aleatória a partir da procura pelo tratamento, onde foram divididas em 2 grupos, onde o grupo I continha 2 pacientes com fascite plantar bilateral e o grupo II 3 pacientes com fascite plantar unilateral. No grupo I foi aplicado o método convencional e no grupo II o método da Crochetagem. Nas participantes do grupo I o protocolo de estudo contou com alongamentos para musculatura de tríceps sural e fáscia plantar juntamente com aplicação da TENS de alta freqüência e baixa intensidade. No grupo II foi aplicada a Crochetagem e em seguida realizado bandagem funcional na fáscia plantar para maior estabilidade após a aplicação do método. Os resultados obtidos com este estudo foram na diminuição de dor onde a Crochetagem superou significativamente o método convencional. Na aquisição de ADM de plantiflexão, dorsiflexão e eversão a Crochetagem também superou significativamente o método convencional, no movimento de inversão mesmo não sendo significativo a Crochetagem obteve resultados mais favoráveis. Mesmo não havendo significância em nenhum dos grupos em relação à força muscular de tornozelo a Crochetagem superou o método convencional no movimento de plantiflexão e dorsiflexão, sendo que em ambos os grupos a força muscular de inversores e eversores de tornozelo se mantiveram iguais pré e pós tratamento. Também não houve significância em nenhum dos grupos em relação às pressões média e máxima, somente na superfície do grupo I onde houve significância mas de maneira negativa, visto que para alcançar um resultado positivo as pressões devem diminuir e a superfície aumentar, e o encontrado no grupo do método convencional foi o contrário. Não houve significância em nenhum dos grupos, mas grande melhora em relação a porcentagem de distribuição do peso no antepé e retropé antes e após o tratamento, principalmente no grupo II. Em relação à largura da base, em ambos os grupos houve diminuição principalmente no grupo da Crochetagem, e quanto ao comprimento do passo e passada não houve significância, mas o método convencional atingiu resultados discretamente melhores que o grupo da Crochetagem, aumentando o comprimento do passo e passada. Em relação à marcha houve diminuição da claudicação em uma das pacientes do grupo I e resolução total em todas as pacientes do grupo II relacionado às compensações e claudicação. Conclui-se que na análise comparativa entre os 2 grupos, a Crochetagem obteve resultados melhores e extremamente favoráveis quando confrontados com os métodos convencionais. PALAVRAS CHAVE: Crochetagem, Fascite plantar, Baropodometria. 6 ABSTRACT The painful syndrome miofascial found in the plantar fascilits constitutes common cause of pain skinny-muscle. It takes place particularly to the first support of the morning or while being lifted after long sitting time. If it is not treated adequately the patiente could have limitation even though incapacity in his movements. The research had as objective to check the benefits of the Crochetagem mioaponeurotica of Ekman compared with conventional methods, applied in the plantar fascits. It was carried out in the Clinical School of Physical therapy of the “Universidade do Contestado”– UnC Campus Mafra. In 2 groups 10 sessions were carried out frequently of 2 times in a week. There were recruited 5 patients of the feminine sex, of random form from the search by the treatment, where it forms when they were divided in 2 groups, where the group I was containing 2 patients with fascits plantarilaterally and the group II 3 patients with plantar fascits unilateral. In the group I was applied the conventional method and in the group II the method of the Crochetagem. In the participants of the group I the study protocol disposed of lengthenings for musculature of triceps sural and fascia plantar together with application of the TENS of high frequency and low intensity. In the group II was applied the Crochetagem and when functional bandaging was next carried out in the plantar fasciator bigger stability after the application of the method. The results obtained with this study were in the pain reduction where to Crochetagem it surpassed significantly the conventional method. In the acquisition of ADM of plantar flexion, dorsiflexion and eversion to Crochetagem also surpassed significantly the conventional method in the movement itself of inversion without being significant the Crochetagem obtained more favorable results. Even when signification is not in any of the groups regarding the muscular force of ankle the Crochetagem it surpassed the conventional method in the movement of plantar flexion, dorsiflexion being that in both groups the muscular inverters force and eversores of ankle daily pay and powders treatment remained equal. Also there was no signification in any of the groups regarding the middle and very pressures, only in the surface of the group I where there was signification but in negative way, since to reach a positive result the pressures must lessen and the surface increase, and the considered in the group of the conventional method was the opposite. There was no signification in any of the groups, but great improvement regarding percentage of distribution of the weight in the forefoot and retrofoot before and after the treatment, principally in the group II. Regarding the width of the base, in both groups there was reduction principally in the group of the Crochetagem, and as for the length of the step and step there was no signification, but the conventional method reached results discreetly better than the group of the Crochetagem, increasing the length of the step and step. Regarding the march there was reduction of the claudication in one of the patients of the group I and total resolution in all the patients of the group II made a list to the compensations and claudication. It is ended that in the comparative analysis between 2 groups, the Crochetagem obtained better and extremely favorable results when confronted with the conventional methods. KEY WORDS: Crochetagem, Fascite to Plant, Baropodometer 7 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 11 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 11 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 29 2.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 42 2.4 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 57 3. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62 APÊNDICE ................................................................................................................ 66 APÊNDICE I: Avaliação Ortopédica .......................................................................... 67 ANEXO...................................................................................................................... 70 ANEXO I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................................... 71 ANEXO II: Laudos Clínicos ....................................................................................... 74 ANEXO III – Gráficos Individuais ............................................................................... 77 8 1. INTRODUÇÃO A fascite plantar é descrita como uma condição inflamatória da fáscia plantar no médio pé ou em sua inserção na tuberosidade medial do calcâneo que envolve microlacerações ou ruptura parcial das fibras fasciais. A síndrome dolorosa miofascial constitui causa comum de dor músculo-esquelética. Ocorre particularmente ao primeiro apoio da manhã ou ao levantar-se após longo tempo sentado. As forças de tração durante a fase de apoio na marcha levam ao processo inflamatório, que resulta em fibrose e degeneração. A doença é acelerada ou agravada pela falta de flexibilidade, como na retração do tendão calcâneo, pelo excesso de treinamento, fadiga, inextensibilidade fascial e mecânica precária. (WHITING; ZERNICKE, 2001). Em um estudo realizado por Zanon; Brasil; Imamura (2006), relata que a fascite plantar (FP) é uma síndrome degenerativa da fáscia plantar que atinge cerca de 10% da população em pelo menos um momento da vida. Das mulheres acometidas, em geral, 60% estão obesas, na faixa etária do climatério. (HEBERT; XAVIER; PARDINI JR, 2003). Essa afirmação é corroborada pelo estudo de Riddle, (2004) que demonstra uma relação estreita entre o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC), e as manifestações clínicas da doença. Felizmente os tratamentos fisioterapêuticos estão se inovando e conquistando mais espaço através de bons resultados, métodos e técnicas que não só aceleram a reabilitação de pacientes, como também evitam o surgimento e/ou agravamento de inúmeras enfermidades. Sendo assim, a Crochetagem se distingue das demais técnicas por acelerar a reabilitação. Para Baumgarth (2007), a Crochetagem percutânea, ou miaponeurótica promove uma ação mecânica na área inflamada da fáscia, causando uma hiperemia profunda, que melhora a oxigenação do tecido. Quanto aos métodos convencionais, a TENS promove eletroanalgesia e tratase de uma técnica clínica não invasiva, utilizada para promover o alívio sintomático das dores de diversas origens, tanto agudas como crônicas. (LOW; REED, 2001). E seu efeito torna-se mais eficaz quando utilizado juntamente com alongamentos, pois, segundo Geoffroy (2001), o alongamento possui um papel 9 preventivo importante, pois ele prepara a musculatura, favorecendo a recuperação, assim evitando os problemas tendinosos, musculares e articulares. A fascite plantar, se não tratada adequadamente pode gerar deformidades ósseas e musculares progressivas, que limitam a deambulação. Portanto a crochetagem mioaponeurótica bem como a eletroanalgesia e os alongamentos tiveram como propósito principal eliminar o quadro álgico do paciente acometido por esta patologia. O presente estudo teve como objetivo avaliar os supostos benefícios do método da crochetagem comparado com métodos já utilizados para o tratamento da fascite plantar, bem como avaliar se houve melhora na deambulação após a aplicação da técnica, diminuição da dor presente na fáscia plantar e por fim quantificar distribuições pressóricas nos pés pré e pós tratamento. A pesquisa foi analítica, qualiquantitativa, prospectiva, intervencionista. Nesta pesquisa foram selecionados 5 pacientes voluntários de ambos os sexos, de 30 a 58 anos, apresentando diagnóstico clínico de fascite plantar, com encaminhamento médico, onde os pacientes foram divididos em 2 grupos, em um deles foi aplicada a técnica da crochetagem, no outro a eletroanalgesia e alongamentos. Com o intuito de observar qual teve melhores resultados. Foram excluídos pacientes com alterações neurológicas e/ou psiquiátricas, pacientes submetidos a qualquer tipo de cirurgia ortopédica de membro inferior, que apresentem alterações de sensibilidade, maus estados cutâneos e circulatórios, pacientes que utilizem anticoagulantes. Utilizou-se uma ficha de avaliação ortopédica onde havia dados pessoais, informações gerais sobre o curso da patologia, ADM de tornozelo, força muscular do tornozelo, escala visual analógica da dor, análise da marcha, podograma e análise das distribuições pressóricas através da baropodometria. Os resultados mostraram que no grupo II houve diminuição do quadro álgico total já no grupo I a melhora foi parcial, melhora/manutenção da força muscular nos movimentos de plantiflexão, dorsiflexão, inversão e eversão de ambos os grupos, melhora na ADM em todos os movimentos de tornozelo no grupo II, e melhora parcial de alguns movimentos no grupo I, diminuição das pressões média e máxima e aumento da superfície de contato da fáscia no grupo II e aumento das pressões média e máxima e diminuição da superfície de contato da fáscia do grupo I. Melhora em relação à porcentagem de distribuição do peso no antepé e retropé antes e após 10 o tratamento de ambos os grupos, principalmente no grupo II, diminuição da largura da base, aumento do passo e passada no grupo I e diminuição da largura da base e diminuição do passo e passada no grupo II. Em relação à marcha houve diminuição da claudicação em uma das pacientes do grupo I e resolução total em todas as pacientes do grupo II relacionado às compensações e claudicação. Sendo assim o grupo II superou os resultados do grupo I em praticamente todos os quesitos, sendo que em alguns de forma significativa. 11 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Spence (1991), o esqueleto da perna é composto pela tíbia e pela fíbula, a fíbula é um osso afilado que é lateral à tíbia. Sua extremidade proximal é expandida numa cabeça que se articula com o côndilo lateral da tíbia. A extremidade distal da fíbula é achatada, formando o maléolo lateral. A tíbia e a fíbula estão firmemente ligadas por uma membrana interóssea composta de fibras oblíquas resistentes. Figura 1- Ossos da Perna Fonte: NETTER, 2003 12 A tíbia é mais volumosa que a fíbula, articulando-se com o fêmur em sua extremidade proximal (somente ela faz parte da articulação do joelho). Inferiormente tanto a fíbula como a tíbia se articulam com o tarso como uma grande pinça que prende superior, medial e lateralmente o tálus. (CASTRO, 2005). Já os ossos do pé compreendem o tarso, o metatarso e as falanges. Existem sete ossos tarsais, cinco metatarsais e quatorze falanges. Os ossos tarsais consistem em sete ossos: calcâneo, tálus, cubóide, navicular e três ossos cuneiformes. Apenas um osso, o tálus, articula-se com os ossos da perna. O calcâneo é o maior e mais resistente osso no pé. O calcâneo transmite a maior parte do peso do corpo proveniente do tálus para o solo. O calcâneo articula-se com o tálus, superiormente, e com o cubóide anteriormente. A parte posterior do calcâneo possui uma proeminência – a tuberosidade do calcâneo – que possui processos medial, lateral e um tubérculo anterior, o tubérculo do calcâneo. Apenas o processo medial repousa sobre o solo quando se está em pé. (DÂNGELO; FATTINI, 2003). Figura 2 – Ossos do Pé Fonte: NETTER, 2003 13 Na região posterior da perna, os músculos estão dispostos em duas camadas: a superficial compreende o tríceps sural e o músculo plantar; a profunda inclui o poplíteo, o flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior. O tríceps sural é constituído pelo gastrocnêmio medial e lateral e pelo sóleo, que formam a panturrilha. (DÂNGELO; FATTINI, 2003). Figura 3 – Músculos da Perna Fonte: NETTER, 2003 O tríceps sural é um poderoso flexor plantar. O músculo gastrocnêmio pode fletir a perna, pois cruza, posteriormente, a articulação do joelho; porém ele só pode agir na flexão de joelho quando a perna não estiver suportando peso, isto é, na postura bípede ele não pode agir sobre a perna. A ação do músculo plantar é insignificante para o homem. Estes músculos são inervados pelo nervo tibial. O músculo tibial posterior é um flexor plantar e inversor do pé. (DÂNGELO; FATTINI, 2003). 14 Ainda segundo Dângelo; Fattini (2003), os chamados músculos curtos do pé (intrínsecos), dispõem-se no dorso e planta do pé. No dorso só existe um músculo intrínseco, o extensor curto dos dedos. Origina-se na face superior do calcâneo e seu ventre muscular se prolonga por quatro tendões. Spence (1991) diz que o restante dos músculos intrínsecos estão na face plantar. Esses músculos estão separados em quatro camadas, e podem ser divididos funcionalmente naqueles que agem no hálux, aqueles que movem somente o dedo mínimo, e aqueles que movem todos os dedos, exceto o hálux. Gardner (1988), afirma que os músculos da planta do pé individualmente, apresentam pouca importância, mas, coletivamente, são significantes na postura e locomoção e sustentam, com firmeza, os arcos plantares durante os movimentos. A fáscia plantar é de suma importância nesse estudo por se tratar da estrutura do pé a qual suporta grande parte do peso corpóreo, e por conseqüência a mais afetada dentro da fascite plantar. Dângelo; Fattini (2003), afirmam que a fáscia profunda é fina no dorso do pé, onde é contínua com o retináculo inferior dos músculos extensores. Sobre as faces lateral e posterior do pé, a fáscia profunda é contínua com a fáscia plantar, a espessa parte central desta fáscia forma a forte aponeurose plantar (faixas dispostas longitudinalmente de tecido conectivo fibroso denso), que possui uma espessa parte central e partes medial e lateral mais fracas. A aponeurose plantar mantém juntas as estruturas do pé, ajuda a proteger a face plantar de lesões e ajuda a sustentar os arcos longitudinais. A aponeurose plantar origina-se posteriormente do calcâneo e divide-se em cinco faixas, que se separam para envolver os tendões digitais que se prendem às margens das bainhas digitais fibrosas e aos ossos sesamóides do hálux. 15 Figura 4 – Fáscia Plantar Fonte: NETTER, 2003 Funcionalmente, há dois tipos de fáscia no membro inferior. Um tipo funde-se com a pele e atua como a base para ela; esta é a fáscia superficial e capacita a pele a mover-se livremente sobre o tecido subjacente. A outra é composta de tecido fibroso denso, resistente e é conhecida como a camada de revestimento da fáscia profunda. Quando esta camada de revestimento passa sobre projeções ósseas, geralmente se fixa nelas. Da sua superfície profunda, uma lâmina de tecido semelhante passa entre os grupos de músculos, formando septos intermusculares. Estes septos geralmente são fixados em osso e servem para manter a forma do corpo e exercer uma força de compressão sobre o conteúdo dos compartimentos osteofasciais formados. (PALASTANGA, 2000). Segundo Palastanga (2000), a fáscia do pé é contínua com a da perna. No dorso ela é fina, enrolando-se em torno de cada lado do pé para tornar-se contínua com a aponeurose plantar, enquanto anteriormente ela se divide para cobrir o dorso dos dedos do pé. A aponeurose plantar compreende algumas das mais grossas 16 fáscias no corpo, tendo até 80 camadas de espessura. Ela é contínua com a fáscia sobre o calcanhar e nos lados do pé com a fáscia dorsal. Tem forma triangular com o ápice no calcanhar, fixando-se na face inferior do calcâneo, imediatamente atrás do tubérculo medial, e espalha-se para fora anteriormente em cinco tiras que passam para a frente e tornam-se contínuas com as bainhas fibrosas dos dedos. Segundo Bienfait (1999), a aponeurose plantar comporta dois planos, a aponeurose superficial plantar que se divide em três partes: média, externa e interna e corresponde a três grupos musculares, bem como também a aponeurose profunda, que recobre os interósseos do bordo inferior do primeiro ao bordo inferior do quinto metatarsiano. Ela se confunde com o ligamento intermetatarsiano profundo. A aponeurose plantar é uma estrutura extremamente importante na manutenção dos arcos longitudinais do pé. Com os dedos dorsiflexionados, a falange proximal enrola sua tira da aponeurose em torno da cabeça do metatarsiano, um efeito de “molinete” que aperta a aponeurose e levanta os arcos longitudinais. (PALASTANGA, 2000). Na perna a fáscia estende-se desde a inserção do músculo sóleo e seu arco até a epífise distal dos dois ossos, comprimindo os tendões profundos contra o plano ósseo e delimitando túneis osteofibrosos. (DUFOUR, 2003). Para Filho (2004), inflamação ou flogose (do latim inflamare e do grego phlogos, que significam pegar fogo) é uma reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. Embora em geral constitua um mecanismo defensivo muito importante contra inúmeras agressões, em muitos casos a reação inflamatória pode também causar danos ao organismo. Por muito tempo, a inflamação foi considerada como doença, e somente a partir do século XVIII é que Hunter propôs que a inflamação é uma resposta benéfica. Desde Celsus (contemporâneo de Cristo) que se caracteriza a inflamação por quatro sinais “cardinais”: rubor, calor, tumor e dor. Virchow, no século XIX, acrescentou um quinto sinal; perda da função. (MONTENEGRO;FRANCO, 2004). Ainda segundo Montenegro; Franco (2004), o rubor e o calor são o resultado de um aumento da circulação na área inflamada. O tumor é a conseqüência do aumento local do líquido intersticial e a dor depende do acúmulo, no local, de substâncias biológicas que atuam sobre as terminações nervosas. A perda da 17 função é a conseqüência do somatório de vários fatores, especialmente do edema e da dor. Os sinais cardinais se refletem a inflamações da superfície corpórea ou das articulações, porém, inflamações com as mesmas características ocorrem em todos os tecidos e órgãos agredidos. Já para Guyton; Hall (2002), inflamação é uma lesão tecidual, seja ela causada por bactérias, traumatismo, substâncias químicas, calor ou qualquer outro fenômeno, onde os tecidos lesados liberam múltiplas substâncias que provocam alterações radicais secundárias nos tecidos, ou seja, inflamação é todo o complexo das alterações teciduais observadas. A resposta inflamatória está estreitamente interligada ao processo de reparação. A inflamação serve para destruir, diluir ou encerrar o agente lesivo, mas, por sua vez, põe em movimento uma série de eventos que, tanto quanto possível, cicatrizam e reconstituem o tecido danificado. A reparação começa durante as fases iniciais da inflamação, mas geralmente se conclui depois que a influência nociva foi neutralizada. Durante a reparação, o tecido lesado é substituído por regeneração de células parenquimatosas naturais, por preenchimento do defeito com tecido fibroblástico (cicatrização), ou, mais comumente, por uma combinação desses dois processos. (ROBBINS; COTRAN; KUMAR, 2000). Há uma divisão simples e útil, em inflamações agudas ou de evolução rápida e inflamações crônicas ou de evolução lenta, existindo, entre uma e outra, as inflamações subagudas. Nas inflamações agudas, os sinais da inflamação são mais evidentes. A reação inflamatória processa-se fundamentalmente ao nível do tecido conjuntivo e vasos do local lesado. As causas são muito variadas, e provocam inflamação todos os agentes que lesem as células e os tecidos. Assim, não só os microrganismos, como se admitira na era pasteuriana, sem dúvida, a causa mais importante, mas também agentes inanimados, tais como mecânicos (trauma), físicos (calor, diversas espécies de raios) e químicos (ácidos, álcalis), produzem inflamação. (FARIA, 2003). A fascite plantar não é uma patologia fatal, mas quando não tratada pode se tornar deformante e incapacitante. Para Grabowski (2002), a fascite plantar ou síndrome do calcanhar dolorido é uma reação inflamatória causada por irritação crônica da aponeurose plantar, no local onde se origina no calcâneo. A aponeurose torna-se menos elástica com a idade. Essa condição também está associada às atividades relacionadas com o 18 suporte de peso (andar, correr, levantar objetos pesados), com o uso de sapatos mal desenhados ou de tamanho inadequado, com o excesso de peso (aumenta a pressão nos pés) e alterações biomecânicas do pé (pé chato, arcos altos e anormalidades no modo de andar podem causar distribuição inadequada do peso do corpo nos pés). A fascite plantar é a causa mais comum de dor no calcanhar em corredores e surge como resposta ao impacto repetitivo da corrida. A fascite plantar causa dor na face plantar do calcanhar e na face medial do pé. A dor é freqüentemente mais severa após sentar e ao começar a caminhar de manhã. O ponto de sensibilidade está localizado na fixação proximal da aponeurose até o tubérculo medial do calcâneo e na face medial do osso. A dor aumenta com a dorsiflexão passiva do hálux. Se um esporão calcâneo se protrai do tubérculo medial do calcâneo, a fascite plantar pode produzir a “síndrome do esporão do calcâneo”. Normalmente uma bolsa se desenvolve na extremidade do esporão que também pode se tornar inflamado e doloroso. (DÂNGELO; FATTINI, 2003). O quadro clínico se caracteriza por dor de início insidioso e principalmente no primeiro apoio, ou primeiro passo pela manhã. (MEJIA; KALB, 2000). Já Snider (2000), afirma que a fascite plantar ocorre devido a uma inflamação no osso calcâneo e na fáscia plantar, e há evidência histológica de degeneração crônica nas fibras fasciais que se originam nesse osso. Segundo Whiting; Zernicke (2001 apud SCOTT e WINTER, 1990, p. 161), na maioria dos casos a fascite plantar se manifesta em resposta a cargas repetidas (por exemplo corridas), nas quais forças compressivas achatam o arco longitudinal do pé. Esse achatamento dos arcos distendem a fáscia e absorvem a carga exatamente da mesma maneira como uma mola metálica se inclina para acomodar pesos exacerbados. Para Hebert; Xavier; Pardini Jr (2003), durante o sono, a inatividade dos músculos dorsiflexores posiciona o pé em eqüino, o que conseqüentemente, promove o encurtamento da fáscia plantar. No primeiro apoio há um estiramento brusco, que traciona a origem da fáscia e exacerba a dor. Conforme Hoppenfeld (2001), no exame físico, a superfície plantar do pé deve ser percebida como uniforme e sem nodulações. Os pontos de sensibilidade são indicativos de fascite plantar. A palpação ao longo da fáscia plantar revela a origem do problema. Em alguns casos a fascite envolve a origem do músculo abdutor do 19 hálux, e nesses casos, a dor está localizada ao longo do aspecto medial plantar do calcanhar, sendo agravada pela palpação da origem do músculo. No exame físico a deambulação mostra-se antálgica sobre a face lateral do pé ou mesmo digitígrada. A palpação revela o ponto-gatilho na região medial e plantar da tuberosidade do calcâneo, relacionada com a origem da porção medial da fáscia plantar. A marcha com apoio sobre o calcâneo provoca dor. A distensão da fáscia pela manobra de dorsiflexão dos dedos reproduz os sintomas. A presença de pontos dolorosos na porção proximal do músculo gastrocnêmio medial demonstra a concomitância de uma síndrome dolorosa miofascial que envolve o complexo calcâneo plantar. (HEBERT, XAVIER; PARDINI JR, 2003). Conforme Hebert; Xavier; Pardini Jr (2003), os exames complementares incluem o estudo radiológico, a eletroneuromiografia, os exames laboratoriais, a ultra-sonografia, a tomografia, a ressonância magnética e a cintilografia. O diagnóstico por meio de ultra-sonografia e mais especificamente o de ressonância magnética demonstra com maior precisão as lesões fasciais encontradas na fascite plantar. A imagem da ressonância identifica a extensão do processo inflamatório, as roturas parcial e total e o espessamento devido à cicatrização hipertrófica. A sensibilidade e a especificidade de cada exame têm de ser ponderadas para se evitar o desperdício. O exame radiográfico evidencia a presença de esporão e as alterações morfológicas do tálus e de calcâneo, tais como exostoses, tumores, desvios resultantes de consolidações viciosas das fraturas, processos infecciosos ósseos e também, da espessura do coxim de gordura. A Associação Internacional para o Estudo da Dor (2001, p. 42), publicou a seguinte definição de dor, que reflete o que se aprendeu sobre dor nos últimos quatro séculos, e principalmente no último meio século: “Dor é uma experiência emocional e sensorial desagradável, associada com um dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano”. Os segundos iniciais da dor aguda são definidos como dor transitória. Se o dano tissular for insignificante, a dor transitória cessa. A continuidade da dor aguda, portanto, está intimamente ligada com dano tecidual, já que alterações inflamatórias e exsudação nas primeiras horas podem causar aumento da dor. Obviamente que a função adicional desse tipo de dor seria limitar a movimentação ou as sobrecargas sobre o tecido, agindo como um fator de proteção para evitar maiores danos e facilitar a cicatrização. (FILHO, 2001). 20 Esse tipo de dor pode originar-se tanto das paredes do corpo como das vísceras. Superficialmente é bem localizada, sendo que a dor profunda proveniente de tendões, músculos e articulações, tende a ser mais difusa e difícil de localizar. (FILHO, 2001). Em geral se expressa por uma sensação de queimação, e pode estar associada com distúrbio do sistema nervoso autônomo, ocorrendo devido a alguma forma de dano neural (causalgia e neuralgia pós herpética). Influenciada por centros superiores, é acentuadamente acompanhada por fatores psicológicos, como depressão, preocupações, entre outros. (FILHO, 2001). Definida por sua persistência, geralmente está associada a processos degenerativos. Persistindo além do tempo razoável para a cura de uma lesão, ou que está associada a processos patológicos crônicos que causam dor contínua ou recorrente em intervalos de meses ou anos. Enquanto a dor aguda é um fenômeno transitório associado com lesão tecidual, presente ou potencial, a dor crônica, por outro lado, é uma condição persistente, mesmo após a cura da lesão. (LOW; REED, 2001). A fáscia plantar está intimamente ligada com a marcha, e conseqüentemente na fascite plantar encontra-se alterada. Segundo Konin (2006), o ciclo da marcha é dividido em duas fases principais: fase de apoio e fase de balanceio, onde a fase de apoio constitui aproximadamente 60% do ciclo da marcha, enquanto a fase de balanceio consiste nos 40% restantes. Ambas as fases ainda podem ter subdivisões. A fase de apoio consiste em: fase do toque do calcanhar, fase de contato, fase de apoio médio, fase de saída do calcanhar, e fase de propulsão. Enquanto a fase de balanceio consiste em: fase de aceleração, fase de balanceio médio e fase de desaceleração. 21 Figura 5 - Divisão do Ciclo de Marcha Fonte: PERRY, 2005 A fáscia plantar oferece sustentação passiva do mediopé e das articulações metatarsofalangeanas. Estendendo-se do calcâneo até os dedos, ela torna-se tensa com a elevação do calcanhar. A extensão das articulações metatarsofalangeanas tensiona a fáscia. Na dorsiflexão máxima a força flexora dos dedos foi duas vezes maior que a força disponível na contração voluntária máxima dos músculos flexores. (PERRY, 2005). Ainda segundo Perry (2005), a fáscia plantar oferece estabilidade passiva no apoio terminal e pré balanço. Estendendo-se do calcâneo até a fáscia, perto da base dos dedos (falanges proximais), essa banda fascial é tensionada pela extensão das articulações metatarsofalangeanas. Contudo, a efetividade da tensão da fáscia plantar durante a marcha rotineira é limitada, uma vez que 50% de encurtamento da aponeurose requer 30º de extensão metatarsofalangeana. Somente dois terços dessa amplitude de extensão é alcançada no final do apoio terminal, quando o máximo de estabilidade é necessário. A estabilidade da fáscia plantar, no entanto, seria de grande importância em atividades mais vigorosas. Para Konin (2006), existem variáveis que desempenham papéis importantes durante o ciclo da marcha. Estas variáveis estão relacionadas ao tempo e à distância. As variáveis da distância incluem o comprimento da passada, o comprimento do passo e a base de sustentação. 22 A passada é o equivalente a um ciclo de marcha. É baseada nas ações de um membro. A duração da passada é o intervalo entre dois contatos iniciais seqüenciais entre o solo e o mesmo membro. O passo refere-se ao intervalo entre os dois membros. Existem dois passos em cada passada. (KONIN, 2006). A largura da passada é determinada pela distância entre a linha média de um pé e a linha média do outro, sendo normalmente de oito centímetros. Na média os valores são cento e cinqüenta e seis centímetros para o comprimento da passada e a metade desse valor para o comprimento do passo. (PERRY, 2005). Figura 6 – Comprimento do Passo e Passada Fonte: KONIN, 2006 Segundo Konin (2006), em relação ao comprimento de passo e a cadência, que seria o número de passos que o indivíduo realiza por minuto, tem-se que, o comprimento médio de uma passada é de 1,46 metros para o homem e de 1,28 para as mulheres, e que a cadência média é de 80 a 100 passos por minuto. Então se o indivíduo diminui o tempo do passo,ele poderá estar poupando o MI (membro inferior) que está com problema. A largura da base é de 5 cm a 15 cm, no indivíduo normal. Segundo Baumgarth (2007), A Crochetagem é um método utilizado no tratamento das algias do aparelho locomotor, através da busca da remoção das aderências e dos corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos, ou mioaponeuróticos, com o uso de ganchos colocados e mobilizados sobre a pele. 23 O fundador desta técnica é o fisioterapeuta sueco Kurt Ekman, que trabalhou na Inglaterra ao lado do Dr. James Cyriax durante anos pós-segunda guerra mundial. Frustrado por causa dos limites palpatórios das técnicas convencionais, inclusive a massagem transversa profunda de Cyriax, ele colaborou progressivamente com a construção de uma série de ganchos e uma técnica de trabalho específica para os mesmos. (BAUMGARTH, 2007). Sua reputação se desenvolveu depois do tratamento com sucesso de algias occipitais do nervo de Arnold, de epicondilites rebeldes e de tendinites de calcâneo, também rebeldes. Durante os anos 70, ele ensinou seu método para vários colegas, como Dr. P. Duby e Dr. J. Burnotte. Estes, perpetuaram o ensino de Ekman, dandolhe uma abordagem menos sintomática da disfunção. (BAUMGARTH, 2007). De fato, no início Ekman tinha uma abordagem direta e agressiva, ou seja, dolorosa. Esta abordagem prejudicou durante muito tempo o uso da técnica como a preferencial. Os doutores P. Duby e J. Burnotte, se inspiraram no conceito de cadeias musculares e da filosofia da osteopatia para desenvolver uma abordagem da lesão mais suave, através da denominada diafibrólise percutânea. A partir de então a Crochetagem ganhou mais um sinônimo podendo também ser chamada de Diafibrólise Percutânea, como Crochetagem de Ekman, Crochetagem Mioaponeurótica de Ekman. Os nomes podem ser diferentes, mas todos têm o mesmo objetivo. (BAUMGARTH, 2007). Os Efeitos da Crochetagem segundo Baumgarth (2007) agem nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares, nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de estases circulatório e próximo às articulações, nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento, nas proeminências ou descolamentos periósteos. Fazendo assim com que haja uma ação mecânica. Ainda para Baumgarth (2007), a Crochetagem atua também no organismo gerando efeitos circulatórios onde a observação clínica dos efeitos da Crochetagem parece demonstrar um aumento da circulação linfática. Os rubores cutâneos, que segue uma sessão de Crochetagem, parecem sugerir uma reação histamínica. A hiperemia profunda aumenta a chegada de antiinflamatórios. E também um efeito reflexo, pois a rapidez dos efeitos da Crochetagem após a aplicação da técnica principalmente ao nível dos trigger points, demonstram este reflexo. 24 As principais indicações da Crochetagem são nas aderências consecutivas a um traumatismo levando a um derrame tecidual, nas aderências consecutivas a uma fibrose cicatricial iatrogênica cirúrgica, em algias inflamatórias, ou não inflamatórias, do aparelho locomotor: miosite, epicondilites, tendinites, periartrites, pubalgia, lombalgia, torcicolo, ajustes ortodônticos, nas nevralgias consecutivas a uma irritação mecânica dos nervos periféricos, occipitalgia do nervo de Arnold, nevralgia cervicobraquial, nevralgias intercostais, ciatalgia e outras, nas síndromes tróficas dos membros: algoneurodistrofia, canal do carpo, entre outras da traumatoortopedia. (BAUMGARTH, 2007). As contra-indicações da técnica são terapeuta não acostumado com o método, os maus estados cutâneos: pele hipotrófica, ulcerações, dermatoses (eczema, psoríase), os maus estados circulatórios: fragilidade capilar sangüínea, reações hiperhistamínicas, varizes venosas, adenomas, pacientes que estão fazendo uso de anticoagulantes, abordagem demasiadamente direta em processos inflamatórios agudos, hiperalgia insuportável. (BAUMGARTH, 2007). Depois de terem sido testados vários dos materiais disponíveis para a técnica, tais como: a madeira, ossos, e outros, Dr. Ekman criou uma série de ganchos de aço, de forma a melhor atender às exigências do seu método. Cada gancho apresenta uma curvatura diferente, permitindo o contato com os múltiplos acidentes anatômicos que se interpõem entre a pele e as estruturas a serem tratadas. (BAUMGARTH, 2007). Cada curvatura do gancho se continua em uma espátula, que permite reduzir a pressão exercida sobre a pele. Isto permite reduzir a irritação cutânea provocada pelo instrumento. Além disso, cada espátula apresenta uma superfície externa convexa e uma superfície interna plana. Esta configuração cria entre as duas superfícies um bordo em bisel (sem aresta) e desgastado. Esta estrutura melhora a interposição da espátula entre os planos tissulares profundos, inacessíveis pelos dedos do terapeuta, permitindo a crochetagem das fibras conjuntivas delgadas ou dos corpúsculos fibrosos, em uma manipulação eletiva. (BAUMGARTH, 2007). 25 Figura 7 - Gancho Fonte: SILVA, 2008 O princípio do tratamento se baseia numa abordagem do tipo centrípeta, iniciando de fora para dentro dos tecidos. Na presença de uma dor em um local específico, o terapeuta inicia sua busca palpatória manual nas regiões afastadas (proximais e distais) do foco doloroso. (BAUMGARTH, 2004). Esta busca palpatória segue as cadeias musculares e fáscias lesionadas que estão em relação anatômica (mecânica, circulatória e neurológica) com a lesão. Esta concepção permite evitar o aumento da dor, chamado de efeito rebote, conseqüência de um tratamento exclusivamente sintomático. (BAUMGARTH, 2004). A técnica da Crochetagem comporta três fases sucessivas: palpação digital, palpação instrumental e fibrólise. A palpação digital consiste em uma espécie de amassamento, realizado com a mão, permitindo delimitar grosseiramente as áreas anatômicas a serem tratadas. (BAUMGARTH, 2004). A segunda fase denominada palpação instrumental se realiza com a utilização do gancho em função do volume da estrutura anatômica a tratar. Ela permite localizar com precisão as fibras conjuntivas aderentes e os corpúsculos fibrosos. Com o gancho em uma das mãos, posiciona-se a espátula, colocando-a ao lado do dedo indicador localizador da mão palpatória. O conjunto posiciona-se perpendicular às fibras tissulares a serem tratadas. A mão palpatória cria um efeito em onda com os tecidos moles, onde o polegar busca esta onda dentro do gancho. A penetração e 26 busca palpatória são efetuadas através de movimentos lentos ântero-posteriores. (BAUMGARTH, 2004). Durante esta última fase, os movimentos de mão palpatória precedem aos movimentos da mão com o gancho, o que permite reduzir a solicitação dos tecidos controlando melhor a ação do gancho. (BAUMGARTH, 2004). A impressão palpatória instrumental traduz por um lado, uma resistência momentânea, seguida de um ressalto durante a passagem da espátula do gancho num corpo fibroso, e por outro lado, uma resistência seguida de uma parada brusca quando encontra uma aderência. Estas últimas impressões só podem ser percebidas quando o gancho está em movimento, pelo indicador da mão repousado no gancho. Estas sensações se opõem àquelas de fricção e de superfície lisa, encontradas nos tecidos saudáveis. (BAUMGARTH, 2004). A terceira fase, a fibrólise corresponde ao tempo terapêutico. Esta fase consiste, no final do movimento de palpação instrumental, em uma tração complementar da mão que possui o gancho. Este movimento induz, portanto, um cisalhamento, uma abertura, que se visualiza como um atraso breve entre o indicador da mão palpatória e a espátula do gancho. (BAUMGARTH, 2004). Esta tração complementar é feita para alongar, ou romper as fibras conjuntivas que formam a aderência, ou mesmo deslocar ou a achatar o corpúsculo fibroso. (BAUMGARTH, 2004). A técnica perióstea é utilizada para um trabalho de deslocamento de áreas de inserções ligamentares ou tendinosas no periósteo. Ela consiste em uma raspagem superficial da estrutura anatômica, com a ajuda do gancho, associado a uma mobilização manual do tecido periósteo. Ela é utilizada para uma abordagem terapêutica articular. (BAUMGARTH, 2004). Embora esta técnica não seja de domínio exclusivo da Fisioterapia, por ser um recurso de manipulação de tecidos corpóreos, entende-se que está no âmbito dela. Por ser recente existe pouca bibliografia a respeito, sendo na maioria em francês e alemão. No Brasil a técnica é difundida e utilizada por fisioterapeutas, tendo sido aperfeiçoada em seu instrumental pelo fisioterapeuta Prof. Mestre Henrique Baumgarth, osteopata, sendo utilizada com sucesso comprovado em sua clínica. 27 O tratamento da fascite plantar não é voltado somente para o pé ou a fáscia plantar em si. É importante que se atue também na parte posterior da perna (gastrocnêmicos medial e lateral e sóleo), pois estes estão diretamente ligados a fascite plantar. (BAUMGARTH, 2004). No âmbito convencional o fisioterapeuta poderá contar com o uso da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), para promover a eletroanalgesia combatendo principalmente o quadro álgico de seu paciente afetado pela fascite plantar. (LOW; REED, 2001). O TENS de baixa freqüência e alta intensidade também é conhecido como acupuntural, e ocorre em freqüências menores que 10 Hz e otimamente entre 1 e 4 Hz . (LOW; REED, 2001). Utiliza largura de pulso maior que 200 microssegundos. Esse tipo de estimulação proporciona impulsos sensoriais adicionais. O tempo de aplicação varia de 20 a 30 minutos. (LOW; REED, 2001) Segundo ainda Low; Reed, (2001), a dor aguda de natureza superficial, responderia melhor a TENS convencional, ao passo que a dor contínua, profunda, de longa duração, responderia melhor a TENS de baixa freqüência. A teoria da comporta do controle da dor foi sugerida por Melzack e Wall, (1965), e desde então foi expandida e modificada. A essência é que a percepção da dor é regulada por uma “comporta” que pode ser aberta ou fechada por meio de outros impulsos provenientes dos nervos periféricos ou do sistema nervoso central, desse modo aumentando ou diminuindo a dor percebida. (LOW; REED, 2001). A estimulação elétrica com altas freqüências pode ser capaz de produzir um bloqueio fisiológico nos dois tipos de fibras dolorosas periféricas. Um estudo bem conduzido por Walsh em 1997 mostrou que diferentes combinações de freqüências e comprimentos de pulso de TENS têm influências distintas na latência de condução do nervo periférico. Mostrou-se que o pico negativo de latência ficava acentuadamente aumentado (ou seja, a condução era diminuída) no nervo radial superficial que havia recebido pulsos de 0,2 ms a 110 Hz por 15 min, e em menor extensão com outros parâmetros de estimulação. Presume-se que a diminuição na velocidade de condução reduza o volume de tráfego nociceptor, reduzindo a percepção da dor. (LOW; REED, 2001 apud WALSH, 1997, p.105). Portanto a TENS pode agir diretamente nos nervos periféricos, assim como em suas conexões na medula espinhal. 28 A duração do alívio da dor devido a TENS é muito variável. Um estudo de Thorsteinsson em 1977 relatou uma média de 4 – 7 horas, mas não está claro por que a dor deveria ser aliviada por períodos assim longos devido a qualquer um dos mecanismos descritos. (LOW; REED, 2001 apud THORSTEINSSON, 1977, p.107). Um estudo subseqüente Low; Reed (2001 apud JOHNSON, 1991, p. 108), relatou que a analgesia durava menos de 30 minutos em cerca da metade dos pacientes e cerca de uma hora em outros 30%. Esse estudo, particularmente valioso, de um grande número de pessoas que utilizaram o TENS a longo prazo, mostrou que quase metade (47%) teve a dor reduzida em mais da metade como resultado desse tratamento. Alguns dos pacientes que não obtiveram resultados positivos continuaram a usar a TENS, aparentemente porque ela proporcionava distração da dor, demonstrando que a TENS pode fazer mais do que aliviá-la. A TENS também tem sido usada no tratamento bem sucedido de pacientes que sofrem de sensações de pele anormais e persistentes, como formigamento ou sensação de lagartas andando sob a pele (disestesia). O modo de ação deve presumivelmente ser similar ao que leva ao alívio da dor, de modo que parâmetros terapêuticos similares devem ser usados. (LOW; REED, 2001). As principais indicações para a TENS são o alívio sintomático e o controle de dores crônicas intratáveis e como um tratamento coadjuvante no controle de dores agudas pós-cirúrgicas e pós-traumáticas. De uma forma geral, a TENS não tem poder curativo. Entretanto, existem evidências que a corrente elétrica aplicada externamente possa afetar a reparação tecidual, o que pode estar associado ao alívio da dor. (NELSON; HAYES; CURRIER, 2003). Segundo Low; Reed (2001); Nelson; Hayes; Currier (2003), existem poucas circunstâncias que proíbem ou limitam as aplicações da TENS para certos indivíduos, tais como: marcapassos, região ântero-lateral do pescoço, gestação, problemas cardíacos, patologias evolutivas ou agudas. O alongamento possui um papel preventivo importante, pois ele prepara a musculatura, favorecendo a recuperação, assim evitando os problemas tendinosos, musculares e articulares. (GEOFFROY, 2001). Dentro de um programa de tratamento fisioterapêutico, além das preocupações em diminuir o quadro álgico e de se reabilitar as seqüelas oriundas das diversas patologias, não se deve esquecer da necessidade de recuperar a flexibilidade dos tecidos envolvidos nas lesões. (DANTAS, 2005, p. 189). 29 Após um quadro lesional ou patológico os componentes musculares e articulares geralmente se apresentam comprometidos, sejam essas patologias traumato-ortopédicas, reumatológicas, neurológicas ou geriátricas. O encurtamento muscular tende a piorar se houver a necessidade de uma imobilização mais prolongada, ou no caso de uma lesão maior das estruturas. (DANTAS, 2005). A utilização do alongamento na fisioterapia, dentro de um programa de reabilitação de um modo geral tem por finalidade a manutenção do arco normal de movimento, mobilização da articulação e alongamento das musculaturas que estejam rígidas por desuso, edemaciadas e noduladas. (DANTAS, 2005). Os alongamentos estáticos que são usados na fisioterapia podem ser de forma passiva, ativa ou mista. Ambos devem ser realizados com pouca ou nenhuma velocidade, e devem ser mantidos na posição de alongamento por alguns segundos. O paciente deve experimentar a sensação de tração ou rigidez da musculatura que esta sendo alongada, e não a sensação de dor. (DANTAS, 2005 apud KISNER e COLBY, 1998, p. 190). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Trata-se de uma pesquisa analítica, qualiquantitativa, prospectiva, intervencionista. Nessa pesquisa não foi utilizado caso controle. Foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade do Contestado – UnC Campus Mafra. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética e o termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO I) foi assinado pelos participantes. A amostra foi de cinco pacientes portadores de fascite plantar, estes foram divididos em dois grupos, onde o grupo I realizou alongamentos e eletroanalgesia e o grupo II a Crochetagem. Os pacientes foram encaminhados através de um médico ortopedista, juntamente com o diagnóstico clínico atestando fascite plantar, para a clínica escola de fisioterapia da Universidade do Contestado, onde foram dispostos de forma aleatória nos grupos de pesquisa. 30 Os critérios de inclusão foram pacientes de ambos os sexos de 30 a 58 anos, com diagnóstico clínico de fascite plantar, com encaminhamento médico, termo de consentimento livre e esclarecido devidamente assinado. Os critérios de exclusão foram pacientes com alterações neurológicas e/ou psiquiátricas; pacientes submetidos a qualquer tipo de cirurgia ortopédica de membro inferior; alterações de sensibilidade; mal estados cutâneos e circulatórios; pacientes que utilizem anticoagulantes. O tratamento fisioterapêutico proposto para os 2 grupos foi realizado em 10 sessões com freqüência de 2 vezes por semana onde cada sessão teve duração de 60 minutos. O grupo I contou com a participação de 2 pacientes, onde aplicou-se eletroanalgesia e alongamentos. O grupo II contou com a participação de 3 pacientes, onde foi aplicada a técnica da crochetagem. Os participantes foram submetidos a uma avaliação inicial, de acordo com a ficha de avaliação (APÊNDICE I), a qual contém diagnóstico funcional, queixa principal, mecanismo de trauma, sintomas atuais, apresentação de pele, patologias associadas, movimentos que desencadeiam dor, exames complementares, inspeção, palpação, teste de estiramento da fáscia plantar, fases da marcha, força muscular, ADM, escala da dor, baropodometria e com laudo clínico (ANEXO II). Os instrumentos de coleta de dados utilizados nesta pesquisa foram goniometria da articulação de tornozelo, força muscular de musculatura de tornozelo, escala de dor, avaliação da marcha, podograma e baropodometria. Os pacientes foram avaliados quanto ao grau de amplitude de movimento de plantiflexão, dorsiflexão, eversão e inversão. A tabela 1 demonstra os valores normais de referência para a articulação de tornozelo. Tabela 1: Valores de ADM´s de Tornozelo MOVIMENTOS VALORES DE REFERÊNCIA Plantiflexão 0-45º Dorsiflexão 0-20º Eversão 0-20º Inversão 0-40° Fonte: MARQUES, 2003. 31 Segundo Marques (2003), o termo goniometria se forma a partir de duas palavras gregas, gonia = ângulo e metron = medida. Portanto a goniometria referese à medida de ângulos articulares presentes nas articulações dos seres humanos. O instrumento mais utilizado para medir esses ângulos é o goniômetro universal. Os pacientes foram avaliados para mensuração do grau de sua força muscular em relação aos movimentos do tornozelo, segundo a tabela 2. Os músculos principais que atuam no movimento de dorsiflexão de tornozelo são o tibial anterior, o qual também inverte o pé, o extensor longo dos dedos, extensor longo do hálux e fibular terceiro. (MOORE; DALLEY, 2001) Para Dângelo; Fattini (2003), os músculos responsáveis por realizar a eversão do pé e auxiliar na plantiflexão são os fibulares longo e curto, se localizam na região lateral da perna. Tabela 2: Tabela de Força Muscular de Tornozelo Grau Valor Movimento 5 Normal (100%) Amplitude completa de movimento contra a gravidade, com resistência máxima. 4 Bom (75%) Amplitude completa de movimento contra a gravidade, com alguma resistência (Moderada). 3+ Regular + Amplitude completa de movimento contra a gravidade, com resistência mínima. 3 Regular (50%) Amplitude completa de movimento contra a gravidade. 3- Regular - Alguma amplitude de movimento (Incompleta) contra a gravidade. 2+ Fraco + 2 Fraco (25%) Inicia o movimento contra a gravidade. Amplitude completa 32 de movimento, com eliminação da gravidade. 2- Fraco - Inicia o movimento se a gravidade for eliminada. 1 Traço Evidência de uma leve contratilidade, sem movimento articular. 0 Zero Nenhuma contração é percebida. Fonte: DUTTON, 2006, p. 186. Segundo Clarkson, (2002), seja qual for o método usado ao avaliar manualmente a força muscular, será atribuído um grau capaz de indicar a força de um músculo ou grupo muscular. Na graduação convencional e em alguns métodos alternativos de graduação, o grau indica a força de uma contração muscular voluntária. A dor referida pelos pacientes foi avaliada através da Escala Visual Analógica da Dor (EVA), identificada na figura 8. A escala analógica visual é graduada de 0 a 10, em que zero significava ausência de dor e 10, dor muito intensa. Figura 8: Régua de Escala Analógica de Dor Fonte: http://www.eletroterapia.com.br/regua_dor.jpg. Acesso em 01jun. 2007 Foi verificado através do podograma o comprimento do passo e da passada e o padrão de apoio sobre os pés. Nesta avaliação foi utilizado seis metros de papel pardo, onde o paciente deambulava após a terapeuta pintar a planta dos pés do mesmo com tinta guache vermelha, o paciente dava aproximadamente 6 passos. 33 Figura 9 - Podograma Fonte: SILVA, 2008 Segundo Saad; Battistella; Masiero, (1996), é a impressão da planta dos pés sobre uma esteira de papel, a qual permite conhecer o comprimento do passo, da passada, e o padrão de apoio sobre os pés. O baropodômetro da marca San Ville® foi utilizado para a verificação das pressões plantares. Nesta avaliação o paciente se manteve em posição ortostática e relaxado sobre a prancha do baropodômetro a qual é conectada no computador por um cabo USB, onde o paciente permaneceu por dez segundos. O software utilizado para a utilização do baropodômetro é o Foot Work, 2006. Figura 10- Baropodômetro Fonte: SILVA, 2008 34 Para realizar a baropodometria é necessário o uso do baropodômetro eletrônico modular que documenta as análises com imagens de pontos de pressão plantar, oscilações ântero-posteriores e oscilações laterais (ambas em cm) e oscilações do centro de pressão medidos em superfície por cm². (BANKOFF; BEKEDORF; SCHMIDT, 2004) No grupo I foi aplicado o TENS da marca Dualpex 961 com 4Hz de freqüência e 60 mA de intensidade, por 20 minutos. Os eletrodos eram auto adesivos e eram dispostos um no ventre muscular de tríceps sural e outro em região medial de calcâneo e planta dos pés. Figura 11- Aplicação de TENS Fonte: SILVA, 2008 Ressaltando que no seguinte trabalho a eletroanalgesia foi aplicada juntamente com alongamentos dos principais músculos afetados na fascite plantar, estes alongamentos serão descritos mais detalhadamente na seqüência. Com o paciente em posição ortostática, apoiado na parede, orientá-lo a permanecer na posição de “passo”, onde um dos membros inferiores fica a frente flexionado enquanto o outro membro permanece atrás estendido. Os membros superiores permanecem apoiados na parede. Foi realizado 3 séries de 15 segundos. 35 Figura 12- Alongamento: Posição de Passo Fonte: SILVA, 2008 Paciente em decúbito dorsal, com o joelho estendido, com o auxílio do thera band trás o tornozelo em dorsiflexão, e fletindo o quadril do membro inferior a ser alongado (musculatura posterior). Foi realizado 3 séries de 15 segundos. Figura 13- Alongamento: Theraband Fonte: SILVA, 2008 Paciente em posição ortostática sobre a tábua “bailarina”, membros superiores apoiados na parede. Paciente inclina o corpo para frente, alongando musculatura posterior de membro inferior bem como fáscia plantar. Foi realizado 3 séries de 15 segundos. 36 Figura 14- Alongamento: Tábua Bailarina Fonte: SILVA, 2008 Com o paciente deitado em decúbito dorsal, terapeuta realiza dorsiflexão máxima passiva de tornozelo (membro inferior estendido), paciente mantém a dorsiflexão inicialmente por 15 segundos, evoluindo sempre que possível. Foi realizado 3 séries. Figura 15- Alongamento: Dorsiflexão Passiva Fonte: SILVA, 2008 Obs: todos os alongamentos devem ser mantidos pelo tempo recomendado, mas respeitando os limites do paciente, e fazendo as repetições dos mesmos dependendo da evolução do paciente. 37 No grupo II foi aplicada a técnica da crochetagem, onde seguiu-se um roteiro para a aplicação da técnica. Alongamento da musculatura do tríceps sural, onde o paciente fica em decúbito dorsal e passivamente o terapeuta realiza dorsiflexão de tornozelo extensão de joelho e flexão de quadril, mantendo o membro inferior a ser alongado por 30 segundos. Figura 16- Crochetagem: Alongamento de Tríceps Sural Fonte: SILVA, 2008 Depois com o paciente em decúbito ventral, terapeuta realiza com o bordo menor do gancho uma “abertura” entre os músculos gastrocnêmio medial e gastrocnêmico lateral, de distal para proximal. 38 Figura 17- Crochetagem: Abertura muscular Fonte: SILVA, 2008 Ainda com o paciente em decúbito ventral é realizado fibrólise, onde com o bordo maior do gancho será ganchado todo o ventre muscular de gastrocnêmio medial e posteriormente lateral, de distal para proximal. Figura 18- Crochetagem: Fibrólise Fonte: SILVA, 2008 O tratamento segue no tendão calcâneo, que é ganchado com o bordo menor do gancho; com o paciente em decúbito ventral. Este procedimento é importante porque o tendão calcâneo sofre um tensionamento direto da musculatura do tríceps sural. 39 Figura 19- Crochetagem: Tendão Calcâneo sendo Ganchado Fonte: SILVA, 2008 Com o paciente em decúbito ventral, terapeuta segura à nível de tornozelo, tensionando a pele da parte posterior da perna, em seguida drena com o bordo maior do gancho de distal para proximal toda a musculatura de tríceps sural. Figura 20- Crochetagem: Drenagem do Tríceps Sural Fonte: SILVA, 2008 40 Com o dorso do pé do paciente apoiado sobre a coxa do terapeuta faz-se uma “raspagem” da fáscia plantar com o bordo menor do gancho, para que haja uma hiperemia do tecido. Figura 21- Crochetagem: Raspagem Fonte: SILVA, 2008 Depois com o paciente em decúbito dorsal, faz-se a drenagem da musculatura plantar e da fáscia plantar, sendo que quando o tornozelo está dorsiflexionado e as falanges fletidas drena-se a musculatura plantar. Figura 22- Crochetagem: Drenagem da Musculatura Plantar Fonte: SILVA, 2008 41 Quando há dorsiflexão de tornozelo e extensão das falanges drena-se a fáscia plantar, objetivando através da irritação da fáscia plantar, melhorar a oxigenação da mesma, tendo em vista, que a fáscia é composta das chamadas fibras brancas, sendo por sua natureza pouco oxigenada. Figura 23- Crochetagem: Drenagem da Fáscia Plantar Fonte: SILVA, 2008 Após estes procedimentos com o gancho pode ser realizado uma nova seqüência de alongamentos da musculatura do tríceps sural, para uma melhor resposta do corpo ao tratamento. Figura 24- Crochetagem: Alongamento da Musculatura de Tríceps Sural Fonte: SILVA, 2008 42 Posteriormente a Crochetagem foi feita bandagem funcional, para que o paciente não sentisse algia durante a posição ortostática, ou qualquer outra em que ocorra estiramento passivo da fáscia por longos períodos. A bandagem é feita dividindo inicialmente o esparadrapo em quatro partes. Então se passa o esparadrapo do dedo mínimo ao hálux, contornando o calcanhar. Posteriormente com três fitas passa do dedo mínimo ao hálux uma fita sobre a outra (em forma de oito), para melhorar a estabilidade. Após com três fitas grandes de esparadrapo envolve-se o pé da planta ao dorso. Ao final orienta-se o paciente para deixar a bandagem de um dia para o outro, mas se o paciente apresentar prurido ou cianose deve-se retirar os esparadrapos. Depois de aplicadas todas as técnicas foi realizada uma análise comparativa dos resultados obtidos em ambas para posterior avaliação dos benefícios que as mesmas proporcionaram, através do programa Excel® versão 2007. 2.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Esta pesquisa contou com 5 participantes na amostra final, sexo feminino, todas com laudo clínico atestando fascite plantar. As pacientes foram dispostas em 2 grupos de forma aleatória, a partir da procura pelo tratamento, sendo que 2 pacientes ficaram no grupo I (representando 25%), neste grupo foram aplicados os alongamentos e o TENS e 3 pacientes no grupo II (representando 75%), onde foi aplicado a técnica da Crochetagem, com média de idade de 49,4 (44 – 54) e desvio padrão de ± 7,07 anos. Os resultados obtidos nas avaliações quantitativas, como goniometria, força muscular, escala de dor, podograma, baropodometria e avaliação da marcha, podem ser evidenciados nos gráficos abaixo. O grupo I contou com 2 pacientes as quais apresentavam fascite plantar bilateral, sendo que uma das pacientes deste grupo apresentava além de fascite plantar também algia em região de coluna torácica. O grupo II contou com 3 pacientes, onde 2 destas apresentavam fascite plantar em pé esquerdo e uma delas em pé direito. Uma das pacientes deste grupo apresentava como patologia associada bursite trocanteriana bilateral. 43 Visto que a amostra não era homogênea, pois em um dos grupos a fascite plantar era bilateral e no outro era unilateral, bem como o número de pacientes que eram diferentes, a análise comparativa foi realizada por número de pés acometidos, sendo assim foram comparados os quatro pés acometidos do grupo I (2 pacientes com fascite plantar bilateral) e os três pés acometidos do grupo II (3 pacientes com fascite plantar unilateral). O gráfico 1 demonstra os resultados encontrados antes e depois intervenção fisioterapêutica, no movimento de plantiflexão. O grupo I após aplicação da eletroanalgesia e alongamentos diminuiu 5° na goniometria, permanecendo com diminuição na ADM de plantiflexão. Já no grupo II houve um aumento de 21,6°, onde o valor alcançado foi significativo p<0,002 (p<0,05). Portanto, na aquisição de plantiflexão a Crochetagem superou significativamente o método convencional. Gráfico 1 – Goniometria do Tornozelo – Plantiflexão Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 2 demonstra os resultados encontrados antes e depois intervenção fisioterapêutica, no movimento de dorsiflexão. O grupo I após aplicação da eletroanalgesia e alongamentos aumentou 1,75° na goniometria, melhorando a ADM de dorsiflexão. No grupo II houve um aumento de 7,66°, onde o valor alcançado foi significativo p<0,009 (p<0,05). Portanto, na aquisição de dorsiflexão a Crochetagem também superou significativamente o método convencional. 44 Gráfico 2 – Goniometria do Tornozelo – Dorsiflexão Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 3 demonstra os resultados obtidos pré e pós intervenção fisioterapêutica, no movimento de inversão. No grupo I após aplicação do tratamento houve uma diminuição em 2,25°. No grupo II houve um aumento de 7°, onde o valor alcançado não foi significativo, mas extremamente positivo. E quando comparado com o método convencional, superou seus resultados pós tratamento. Gráfico 3 – Goniometria do Tornozelo – Inversão Fonte: SILVA, 2008 45 O gráfico 4 demonstra os resultados encontrados pré e pós tratamento fisioterapêutico, no movimento de eversão. O grupo I após aplicação do método convencional aumentou 1,5° na goniometria, melhorando a ADM de eversão do tornozelo. No grupo II houve um aumento de 3°, onde o valor alcançado foi significativo p<0,02 (p<0,05). Portanto, na aquisição de ADM de eversão a Crochetagem também superou significativamente o método convencional. Gráfico 4 – Goniometria do Tornozelo – Eversão Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 5 demonstra os resultados encontrados pré e pós intervenção fisioterapêutica em relação a força muscular, no movimento de plantiflexão. O grupo I após aplicação do método convencional aumentou 0,25 de força muscular nesse movimento. No grupo II houve um aumento de 0,67 no movimento de plantiflexão, aumentando assim a força muscular nesse movimento. Mesmo não havendo significância em nenhum dos grupos a Crochetagem superou o método convencional em relação a força muscular de tornozelo no movimento de plantiflexão. 46 Gráfico 5 – Força Muscular do Tornozelo – Plantiflexão Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 6 demonstra os resultados encontrados pré e pós tratamento fisioterapêutico em relação a força muscular, no movimento de dorsiflexão. No grupo I houve diminuição em 0,25 após a aplicação do tratamento. No grupo II houve um aumento de 0,67 no movimento de dorsiflexão, aumentando assim a força muscular nesse movimento. Mesmo não havendo significância em nenhum dos grupos a Crochetagem superou o método convencional em relação a força muscular de tornozelo no movimento de dorsiflexão. 47 Gráfico 6 – Força Muscular do Tornozelo – Dorsiflexão Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 7 demonstra os resultados encontrados pré e pós tratamento fisioterapêutico em relação a força muscular, no movimento de inversão. No grupo I os resultados encontrados pré e pós tratamento foram iguais, sendo o valor de 3,25. No grupo II as médias pré e pós tratamento também se mantiveram as mesmas, sendo o valor de 3,33. Não houve significância em nenhum dos grupos em relação a força muscular de tornozelo no movimento de inversão, sendo que em ambos as médias se mantiveram as mesmas antes e após a aplicabilidade do tratamento fisioterapêutico. 48 Gráfico 7 – Força Muscular do Tornozelo – Inversão Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 8 demonstra os resultados encontrados pré e pós intervenção fisioterapêutica em relação a força muscular, no movimento de eversão. No grupo I os resultados encontrados pré e pós tratamento foram iguais, sendo o valor de 3,25. No grupo II as médias pré e pós tratamento também se mantiveram as mesmas, sendo o valor de 3. Não houve significância em nenhum dos grupos em relação a força muscular de tornozelo no movimento de eversão, sendo que em ambos as médias se mantiveram as mesmas antes e após a aplicabilidade do tratamento fisioterapêutico. 49 Gráfico 8 – Força Muscular do Tornozelo – Eversão Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 9 demonstra os resultados encontrados pré e pós intervenção fisioterapêutica em relação a escala da dor tanto na deambulação, quanto na permanência da posição ortostática, bem como no teste de estiramento passivo da fáscia. No grupo I os resultados encontrados pré e pós tratamento foram pequenos, sendo que antes do tratamento as pacientes graduaram sua dor em 10 e após passou para 9. Já no grupo II após o tratamento as pacientes relataram não sentir mais algia, sendo que antes do tratamento a dor era de 7 e ao final foi para 0, onde o valor alcançado foi significativo p<0,008 (p<0,05). Portanto, na diminuição de dor a Crochetagem superou significativamente o método convencional. 50 Gráfico 9 – Escala da Dor Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 10 demonstra os resultados encontrados pré e pós tratamento fisioterapêutico, em relação às pressões média e máxima graduadas através do baropodômetro. O grupo I após aplicação do método convencional aumentou a pressão média e máxima sendo que na média houve um aumento de 15,12 Kpa e na máxima de 48,62 Kpa. Já no grupo II houve uma diminuição da pressão média e máxima, sendo que o valor encontrado pós tratamento em relação a pressão média foi de 3,95 Kpa, e em relação a pressão máxima foi de 69,4 Kpa. Mesmo não havendo significância em nenhum dos grupos a Crochetagem superou o método convencional em relação às pressões média e máxima, visto que para alcançar um resultado positivo as pressões devem diminuir. 51 Gráfico 10 – Baropodômetro - Pressões Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 11 demonstra os resultados encontrados pré e pós tratamento fisioterapêutico, em relação à superfície graduada através do baropodômetro. O grupo I após aplicação do método convencional diminuiu significativamente a área de superfície em 21,895 cm2, com um p<0,02 (p<0,05). Já no grupo II houve um aumento da área de superfície em 0,58 cm2 após a aplicação do tratamento. Mesmo havendo significância no grupo I e no grupo II não, os resultados mais satisfatórios foram em relação ao grupo da Crochetagem, visto que o intuito da superfície é aumentar e não diminuir, sendo assim a significância encontrada no grupo I é negativa. 52 Gráfico 11 – Baropodômetro - Superfície Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 12 demonstra os resultados obtidos antes e depois do tratamento fisioterapêutico, em relação à distribuição de massas graduada pelo baropodômetro. No grupo I pode-se observar que a discrepância pré e pós tratamento não era alarmante, sendo que antes do tratamento a porcentagem de peso destinada ao antepé era de 49% e no retropé era de 51%, já após o tratamento essas pressões se igualaram em 50% no antepé e 50% no retropé. Já no grupo II as diferenças pré tratamento eram maiores, sendo que antes do tratamento a porcentagem de peso destinada ao antepé era de 38.7% e no retropé era de 61.3% e após o tratamento essas pressões se modificaram para 48% no antepé e 52% no retropé, não havendo significância em nenhum dos grupos, mas grande melhora em relação a porcentagem de distribuição do peso no antepé e retropé antes e após o tratamento, principalmente no grupo II. 53 Gráfico 12 – Baropodômetro – Distribuição de Massas Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 13 demonstra os resultados obtidos pré e pós intervenção fisioterapêutica, em relação à largura da base, avaliada através do podograma. No grupo I pode-se observar uma diminuição em 0,28 cm, havendo uma discreta melhora, visto que a diminuição da largura da base indica melhora no equilíbrio. No grupo II houve uma diminuição de 1,64 cm na largura da base. Não houve significância em nenhum dos grupos, mas uma melhora maior no grupo II em relação à diminuição da largura da base e conseqüentemente melhora no equilíbrio. 54 Gráfico 13 – Podograma – Largura da Base Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 14 demonstra os resultados obtidos pré e pós tratamento, em relação ao comprimento do passo, avaliado através do podograma. No grupo I podese observar um aumento em 0,75 cm, havendo uma discreta melhora no comprimento do passo, possível indicativo de aumento de flexibilidade. No grupo II houve uma diminuição de 0,9 cm no comprimento do passo, não significativa. Não houve significância em nenhum dos grupos, mas uma melhora discreta no grupo I em relação ao comprimento do passo. 55 Gráfico 14 – Podograma – Comprimento do Passo Fonte: SILVA, 2008 O gráfico 15 demonstra os resultados obtidos pré e pós tratamento, em relação ao comprimento da passada, avaliado através do podograma. No grupo I pode-se observar um aumento em 11,24 cm, havendo uma melhora no comprimento do passada. No grupo II houve uma diminuição de 3,13 cm no comprimento da passada, não significativa. Não houve significância em nenhum dos grupos, mas uma melhora no grupo I em relação ao comprimento da passada. 56 Gráfico 15 – Podograma – Comprimento da Passada Fonte: SILVA, 2008 Em relação à marcha, anteriormente ao tratamento as pacientes apresentavam compensações, todas as pacientes de ambos os grupos claudicavam, sendo que apresentavam déficits em várias fases da marcha. Todas as pacientes apresentavam diminuição acentuada nas fases de acomodação, aplanamento do pé e acomodação intermediaria. Nenhuma das pacientes realizava totalmente apoio de calcanhar, das pacientes que apresentavam fascite plantar unilateral em 2 delas a concentração maior de descarga de peso era colocada no pé acometido, na outra a maior concentração de peso era colocada no pé contralateral ao acometido. Já nas pacientes com fascite plantar bilateral a compensação era relativa ao dia, dependendo do quadro álgico de um ou outro pé. Após o tratamento observou-se diminuição da claudicação em 1 das pacientes do grupo I, e no grupo II nas 3 pacientes pôde ser observado uma melhor distribuição de peso sendo que as pacientes não necessitaram de compensações e assim não havia mais claudicação, visto que ao mesmo tempo que esta melhora pôde ser constatada na avaliação, foi relatado também pelas pacientes que as mesmas sentiam a diferença durante a marcha. Já em 1 das pacientes do grupo I a compensação tornou-se ainda maior após a aplicação do tratamento. 57 Para uma melhor visualização dos resultados podem ser observados os gráficos individuais das pacientes do grupo I e do grupo II em relação à goniometria, força muscular, escala de dor, baropodômetro e podograma. (ANEXO III). 2.4 DISCUSSÃO A fascite plantar apresenta várias explicações etiológicas, porém a causa mais comum é de origem mecânica, envolvendo forças compressivas que aplainam o arco longitudinal do pé. A inflamação ocorre por microtraumatismos de repetição na origem da fáscia plantar sobre a tuberosidade medial do calcâneo. As forças de tração durante a fase de apoio na marcha levam ao processo inflamatório, que resulta em fibrose e degeneração. (ZANON, BRASIL, IMAMURA, 2006). Já para Mattos; Salgado (2003), as causas de fascite plantar são numerosas e frequentemente multifatoriais, sendo estas fatores anatômicos, incluindo pés planos, pés cavos, desequilíbrio muscular, encurtamento de tríceps sural e discrepância de comprimento de MMII. Outros fatores que podem contribuir são sapatos inadequados e desgastados, idade avançada, ganho de peso, uma variedade de doenças sistêmicas e sobrecargas mecânicas. Concordando com os autores verificou-se no presente estudo que as causas da fascite plantar ao mesmo tempo que são frequentemente multifatoriais também ocorrem por microtraumatismos na fáscia, visto que as pacientes relataram aumentar o quadro álgico após impacto demasiado sobre a fáscia ou em sua inserção na tuberosidade medial do calcâneo. Para Cigolini (2003), a crochetagem demonstra uma eficácia superior aos outros métodos fisioterapêuticos existentes em relação às aderências póstraumáticas e pós inflamatórias com sintomatologia dolorosa e limitação funcional. Nascimento; Baumgarth; Paoli (2006), em um estudo realizado em ratos de laboratório observaram que a Crochetagem é uma técnica capaz de produzir melhor aporte sanguíneo à região tratada, permitindo uma recuperação mais adequada e mais rápida do que a fisiologia natural do indivíduo. Os resultados obtidos em nosso estudo corroboram com os autores supra citados, visto que a técnica da crochetagem mostrou resultados mais eficazes quando comparada com os métodos fisioterapêuticos convencionais, em relação a 58 dor, pois houve resolução total do quadro álgico, sendo que no grupo I houve mínima diminuição da algia. Segundo Cyriax (2001), Baumgarth (2007), as fricções transversas atuam num maior aporte sanguíneo para os tecidos mal vascularizados, fazendo com que estes tecidos tenham uma maior nutrição. Citam também que é necessário realizar trações nos ventres musculares para recuperar sua elasticidade. Seguindo as orientações dos autores, foram feitas fricções no tendão do calcâneo e fáscia plantar das pacientes do grupo II para aumentar vasodilatação e por conseqüência diminuir o processo inflamatório e tração na musculatura de tríceps sural para liberar a musculatura aderida e/ou fibrosada, onde obteve-se grandes resultados, principalmente em relação a ADM, pois, as fricções feitas nas estruturas citadas anteriormente nos proporcionou aumento da mobilidade da fáscia e da articulação do tornozelo nos movimentos de plantiflexão o qual se restabeleceu quase que totalmente e no movimento de dorsiflexão. A TENS de baixa freqüência e alta intensidade utiliza largura de pulso maior que 200 microssegundos, para recrutamento de fibras nervosas tanto sensitivas como motoras, produzindo contrações musculares visíveis. (SALGADO, 1999). Low; Reed (2001), citam que essa modalidade estimula as fibras aferentes nociceptivas e também as fibras eferentes motoras. Sendo que a sensação gerada por esse tipo de TENS é de parestesia. Em nosso estudo verificou-se durante a aplicação do TENS de baixa freqüência e alta intensidade contrações musculares e sensações de parestesia como os autores acima citados afirmaram. Embora neste estudo não foi controlado o tempo de melhora da dor pós aplicação da corrente verificou-se após a aplicação que não houve melhora significativa da dor. Mantendo os mesmos resultados pré tratamento. Exercícios de alongamento, para a fáscia e para a musculatura posterior da perna, é eficaz para a redução da dor plantar e para a melhora funcional na FP (fascite plantar) crônica. (ZANON, BRASIL, IMAMURA, 2006). Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito dos alongamentos é o aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação. Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele músculo e, portanto, maior sua flexibilidade. (KISNER, 2005). Para Hall; 59 Brody (2001) o alongamento é o método no qual, os músculos e os tecidos conjuntivos que estão sendo estirados (estendidos) são mantidos em posição estacionária em seu maior comprimento possível por um período de 15 a 30 segundos, com o paciente sendo mantido numa posição que permita o relaxamento completo do músculo a ser alongado em uma superfície de apoio confortável. Acedendo com os autores em relação ao aumento da flexibilidade da musculatura encurtada de tríceps sural, foi realizado alongamento desta musculatura com 3 séries de 15 segundos no grupo I, e uma série de 30 segundos antes e após o tratamento no grupo II para potencializar os efeitos da crochetagem, atingindo resultados positivos em relação à flexibilidade de cadeia muscular posterior de membro inferior tanto do grupo I quanto do grupo II. Para Jordão (2004), ao comprometer a deambulação e o ortostatismo do indivíduo, a fascite plantar pode afetar sua saúde em seu aspecto social. Sant’anna (2004) diz que o tratamento da fascite plantar pode estar associado a causas intrínsecas como obesidade e características biomecânicas; e a causas extrínsecas, como tipo de vida, atividades repetitivas que podem levar a microtraumatismos, e até mesmo, calçados inadequados. Em nossos resultados pôde ser observado assim como no estudo dos autores supracitados que a deambulação pré tratamento das pacientes de ambos os grupos se encontrava bastante comprometida, sendo que todas as pacientes claudicavam, e todas passavam grande parte do dia em posição ortostática, exacerbando o quadro álgico. Após o tratamento houve uma melhora notável na marcha de todas as pacientes do grupo II, e diminuição leve da claudicação em uma das pacientes do grupo I. Mattos; Salgado (2003) realizaram uma busca de artigos, onde não foi possível confirmar se a fraqueza muscular ou encurtamento da fáscia plantar são fatores etiológicos para fascite plantar. Allen; Gross (2003) não encontraram relação da extensibilidade da fáscia como fator etiológico de fascite plantar, mas encontraram através de avaliação isocinética déficits na força muscular dos flexores plantares. Em nosso estudo observou-se que antes do tratamento as pacientes de ambos os grupos apresentavam déficits maiores de força muscular nos movimentos de plantiflexão e dorsiflexão e após a aplicação do tratamento a força muscular melhorou nos movimentos citados no grupo II, e apenas no movimento de plantiflexão do grupo II. 60 Segundo Lafayette; Mattos; Pacheco (2007) atualmente, estudos descrevem o corpo humano como sendo um pêndulo invertido suspenso sobre uma base, e que oscila constantemente devido ao controle do equilíbrio e da postura. Marsico et al (2002) afirmam que a distribuição de carga no pé reflete na postura e no equilíbrio postural. Em nosso estudo pôde ser observado que a distribuição de carga influenciou significativamente na postura das pacientes principalmente durante a posição ortostática e também durante a deambulação. Sendo que após o tratamento na avaliação baropodômetrica constatou-se uma diminuição nos níveis de pressão principalmente na pressão máxima, aumento da superfície e melhor distribuição de cargas entre o retropé e antepé no grupo II. No grupo I em contrapartida as pressões aumentaram significativamente, sendo que a superfície também diminuiu e as cargas entre retropé e antepé se igualaram. 61 3. CONCLUSÃO A Crochetagem mioaponeurótica de Ekman comprovou após a realização do presente estudo ter atingido resultados mais positivos e uma recuperação mais rápida quando comparada com os métodos convencionais no tratamento fisioterapêutico da fascite plantar. Os resultados significativos encontrados com o uso da crochetagem abrem precedentes para a revisão das técnicas fisioterapêuticas utilizadas até o presente momento no tratamento da patologia. Tendo em vista que a amostra na referente pesquisa foi pequena e comparada a apenas dois métodos convencionais, sugerem-se pesquisas futuras com uma amostra maior comparada com outros métodos já existentes, para validação dos benefícios da técnica da Crochetagem mioaponeurótica de Ekman. Destaca-se ainda a importância do profissional fisioterapeuta conhecer as técnicas fisioterapêuticas em desenvolvimento que são diferentes do seu cotidiano e estudar a sua aplicabilidade nas diversas patologias atendidas. Isto trará benefícios tanto para o paciente, bem como, fisioterapeuta, refletindo em seu amadurecimento profissional. 62 REFERÊNCIAS Allen; R. H. and Gross; M. T. 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Acesso em 01jun. 2007 66 APÊNDICE 67 APÊNDICE I: Avaliação Ortopédica Nome: _______________________________________Data: / / Idade: ________________________________________ Sexo: ( ) M ( ) F Fone: ____-_____ Diagnóstico Funcional: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ANAMNESE Queixa principal: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Mecanismo de trauma: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Sintomas atuais: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Apresentação de pele: Hiperemia: ( ) Sim ( ) Não Cianótica: ( ) Sim ( ) Não Edema: ( ) Sim ( ) Não Fissuras: ( ) Sim ( ) Não Obs________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Patologias associadas: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Movimentos que desencadeiam dor: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Exames complementares: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 68 Inspeção: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Palpação: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Teste de estiramento passivo da fáscia plantar+extensão do hálux: Apresenta dor ao movimento: ( ) Sim ( ) Não FASES DA MARCHA Fase de Acomodação Apoio do Calcanhar: Direito:______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Esquerdo:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Aplanamento do Pé: Direito:______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Esquerdo:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Acomodação Intermediária: Direito:______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Esquerdo:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Impulso: Direito:______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Esquerdo:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Fase de Oscilação Aceleração: Direito:______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Esquerdo:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Oscilação Intermediária: Direito:______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 69 Esquerdo:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Desaceleração: Direito:______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Esquerdo:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Bases: ( )Aumentadas ( )Diminuídas Comprimento do Passo:_______________________________________________ Balanço dos MMSS: ( )Apresenta ( )Não Apresenta Comprimento da passada:______________________________________________ Padrão de apoio sobre os pés:___________________________________________ Meios Auxiliares:______________________________________________________ Anotações:__________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Força Muscular Fonte: (DUTTON, 2006, p. 186): ADM: Fonte: (MARQUES, 2003): Escala da dor: (http://www.eletroterapia.com.br/regua_dor.jpg. Acesso em 01jun. 2007) Baropodometria: (BANKOFF; BEKEDORF; SCHMIDT, 2004): 70 ANEXO 71 ANEXO I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Adulto 1. Identificação do Projeto de Pesquisa Título do Projeto: Análise dos Benefícios do Método da Crochetagem Mioaponeurótica de Ekman Comparado com Métodos Convencionais como Eletroanalgesia e Alongamentos Aplicados na Fascite Plantar Área do Conhecimento: Ciências da Saúde Curso: Fisioterapia Número de sujeitos no centro: Não se Aplica Número total de sujeitos: 06 Patrocinador da pesquisa: Não se Aplica Instituição onde será realizado: Clínica de Fisioterapia da Universidade do Contestado Campus Mafra Nome dos pesquisadores e colaboradores: Malu Cristina de Araújo Montoro Lima, Ághatta Nikolajof Ribeiro da Silva. Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa acima identificado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir, a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. 2. Identificação do Sujeito da Pesquisa Nome: Data de Nascimento: Nacionalidade: Estado Civil: Profissão: CPF/MF: RG: Endereço: Telefone: E-mail: 3. Identificação do Pesquisador Responsável Nome: Malu Cristina de Araújo Montoro Lima. Profissão: Fisioterapeuta N. do Registro no Conselho: 10/15182 F 72 Endereço: Avenida Presidente Nereu Ramos nº 1071. Bairro: Jardim do Moinho Telefone: 47 36415523 E-mail: [email protected] Eu, sujeito da pesquisa, abaixo assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário(a) do projeto de pesquisa acima identificado. Discuti com o pesquisador responsável sobre a minha decisão em participar e estou ciente que: 1. O objetivo desta pesquisa é analisar através de uma comparação entre dois métodos, qual melhor funciona para haver uma melhora significativa na fascite plantar (inflamação na fáscia plantar), eliminando assim a dor e melhorando a deambulação (caminhada). 2. O procedimento para coleta de dados vai ser realizado através de uma avaliação inicial, de acordo com uma ficha de avaliação específica, serão avaliados também por uma escala de dor, tabela de força muscular, tabela de amplitude de movimento (para analisar a mobilidade do tornozelo), através do baropodômetro (aparelho utilizado para avaliar a descarga de peso corporal sobre os pés) e também pela análise de marcha (para observar como o paciente caminha), então depois de realizadas todas as avaliações necessárias será feita a aplicação das duas técnicas, sendo que uma das técnicas será aplicada em 03 participantes e a outra técnica nos 03 participantes restantes. 3. O benefício esperado é principalmente eliminar a dor, que é constante nos pacientes que apresentam a fascite plantar (inflamação na fáscia plantar) através da Crochetagem (técnica onde será realizada quebra do tecido que está “prendendo” a articulação) bem como com o uso do TENS (aparelho que da sensação de “choquinhos”) e alongamentos. 4. O desconforto e o risco esperado é quanto a Crochetagem (técnica onde será realizada quebra do tecido que está “prendendo” a articulação), haverá um leve desconforto nas primeiras sessões, e quanto aos alongamentos e o uso do TENS (aparelho que da sensação de “choquinhos”), também nas primeiras sessões até o paciente se acostumar com as técnicas. 5. A minha participação neste projeto tem como objetivo comprovar a melhora no quadro álgico (doloroso) da fascite plantar (inflamação na fáscia), através da comparação de dois métodos, para analisar ao final da pesquisa qual obteve melhor resultado, para que futuramente as técnicas já descritas tenham sua eficácia comprovada. 6. A minha participação é isenta de despesas e tenho direito a assistência gratuita pelo sistema único de saúde (SUS), e acompanhamento fisioterapêutico pelo pesquisador responsável, além do atendimento na clínica escola de fisioterapia da Universidade do Contestado Campus Mafra, decorrentes de minha participação na presente pesquisa. 7. Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração nesta pesquisa no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação. 8. A minha desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá interferir na continuidade do tratamento. 73 9. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados. 10. Poderei consultar Malu Cristina de Araújo Montoro Lima ou o CEP-UnC-Mafra, com endereço na Av. Presidente Nereu Ramos, número 1071, Jardim do Moinho, Mafra – SC, telefone: (47) 3641 5559, [email protected] sempre que entender necessário obter informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no mesmo. 11. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s) parcial(is) e final(is) desta pesquisa. Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às dúvidas por mim apresentadas e, por estar de acordo, assino o presente documento em duas vias de igual teor (conteúdo) e forma, ficando uma em minha posse. _____________( ), _____ de ____________ de ______. _________________________________ _________________________________ Pesquisador Responsável pelo Projeto Sujeito da pesquisa e/ou responsável Testemunhas: _______________________________________ Nome: ________________________________________ ___ Nome: RG: RG: CPF/MF: CPF/MF: Telefone: Telefone: 74 ANEXO II: Laudos Clínicos Paciente D.J Paciente I.W 75 Paciente M.I.H.D Paciente M.C.S 76 Paciente Z.I.B 77 ANEXO III – Gráficos Individuais Paciente I.W – Grupo I (Fascite Plantar Bilateral) Goniometria de Tornozelo Gráfico 16 – Goniometria de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 17 – Goniometria de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 78 Força Muscular de Tornozelo Gráfico 18 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 19 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 79 Escala da Dor Gráfico 20 – Escala da Dor Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Pressões e Superfície Gráfico 21– Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 80 Gráfico 22 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Distribuição das Massas Gráfico 23 - Distribuição das Massas – Antes Fonte: SILVA, 2008 81 Gráfico 24 – Distribuição das Massas – Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Figuras Figura 25 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 82 Figura 26 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Podograma Gráfico 25 – Podograma - Antes Fonte: SILVA, 2008 83 Gráfico 26 – Podograma - Depois Fonte: SILVA, 2008 84 Paciente Z.I.B – Grupo I (Fascite Plantar Bilateral) Goniometria de Tornozelo Gráfico 27 – Goniometria de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 28 – Goniometria de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 85 Força Muscular de Tornozelo Gráfico 29 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 30 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 86 Gráfico 31 – Escala da Dor Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Pressões e Superfície Gráfico 32 – Baropodômetro – Antes Fonte: SILVA, 2008 87 Gráfico 33 – Baropodômetro – Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Distribuição das Massas Gráfico 34 – Distribuição das Massas – Antes Fonte: SILVA, 2008 88 Gráfico 35 – Distribuição das Massas – Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Figuras Figura 27 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 89 Figura 28 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Podograma Gráfico 36 – Podograma - Antes Fonte: SILVA, 2008 90 Gráfico 37 – Podograma - Depois Fonte: SILVA, 2008 91 Paciente D.Z – Grupo II (Fascite Plantar em Pé Esquerdo) Goniometria de Tornozelo Gráfico 38 – Goniometria de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 39 – Goniometria de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 92 Força Muscular de Tornozelo Gráfico 40 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 41 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 93 Escala da Dor Gráfico 42 – Escala da Dor Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Pressões e Superfície Gráfico 43 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 94 Gráfico 44 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Distribuição das Massas Gráfico 45 – Distribuição das Massas – Antes Fonte: SILVA, 2008 95 Gráfico 46 – Distribuição das Massas – Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Figuras Figura 29 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 96 Figura 30 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Podograma Gráfico 47 – Podograma - Antes Fonte: SILVA, 2008 97 Gráfico 48 – Podograma - Depois Fonte: SILVA, 2008 98 Paciente M.I.H.D – Grupo II (Fascite Plantar em Pé Esquerdo) Goniometria de Tornozelo Gráfico 49 – Goniometria de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 50 – Goniometria de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 99 Força Muscular de Tornozelo Gráfico 51 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 52 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 100 Escala da Dor Gráfico 53 – Escala da Dor Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Pressões e Superfície Gráfico 54 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 101 Gráfico 55 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Distribuição das Massas Gráfico 56 – Distribuição das Massas – Antes Fonte: SILVA, 2008 102 Gráfico 57 – Distribuição das Massas – Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Figuras Figura 31 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 103 Figura 32 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Podograma Gráfico 58 – Podograma - Antes Fonte: SILVA, 2008 104 Gráfico 59 – Podograma - Depois Fonte: SILVA, 2008 105 Paciente M.C.S – Grupo II (Fascite Plantar em Pé Direito) Goniometria de Tornozelo Gráfico 60 – Goniometria de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 61 – Goniometria de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 106 Força Muscular de Tornozelo Gráfico 62 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Direito Fonte: SILVA, 2008 Gráfico 63 – Força Muscular de Tornozelo do Pé Esquerdo Fonte: SILVA, 2008 107 Escala da Dor Gráfico 64 – Escala da Dor Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Pressões e Superfície Gráfico 65 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 108 Gráfico 66 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Distribuição das Massas Gráfico 67 – Distribuição das Massas – Antes Fonte: SILVA, 2008 109 Gráfico 68 – Distribuição das Massas – Depois Fonte: SILVA, 2008 Baropodômetro – Figuras Figura 33 – Baropodômetro - Antes Fonte: SILVA, 2008 110 Figura 34 – Baropodômetro - Depois Fonte: SILVA, 2008 Podograma Gráfico 69 – Podograma - Antes Fonte: SILVA, 2008 111 Gráfico 70 – Podograma - Depois Fonte: SILVA, 2008