712_CC.indd 1 CASO CLÍNICO 7 Anestesia Venosa Total para Colecistectomia Videolaparoscópica 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 2 Dr. José Eduardo Bagnara Orosz CRM: 88119 SP Corresponsável pelo CET / SBA - PUC Campinas Mestre em Anestesiologia pela FM Botucatu – UNESP Membro da Comissao Científica da SAESP Presidente do Comite de Anestesia Ambulatorial da SBA 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 3 CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO Colelitíase Comorbidades associadas: ASA II por dislipidemia DADOS DEMOGRÁFICOS Paciente: RBS, 48 anos, sexo feminino RBS, 48 anos, sexo feminino Medicações em uso: Sinvastatina CIRURGIA PROPOSTA Colecistectomia videolaparoscópica Exame Físico: P78 kg, 167cm, IMC: 28 kg.m-2 • Bom estado geral, corada, hidratada, eupneica, orientada, sem edemas. 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 4 • Ausculta precordial e torácica sem alterações. PA:122x78 mmHg, FC:76 bpm. • Abdome flácido, indolor à palpação. - LDL: 71 mg.dL-1 - VLDL: 144 mg.dL-1 - HDL: 32 mg.dL-1 • Mallampati grau 2, boa mobilidade cervical, distância tireomentoniana 8 cm. Linha do Tempo (minutos) • Sem antecedentes relevantes. 1 - Início infusão IV propofol – alvo 6 µg.mL-1 • Exames laboratoriais com valores alterados: 3 - Perda consciência - triglicérides: 221 mg.dL-1 - colesterol total: 247 mg.dL-1 Início infusão remifentanil - 1µg.kg-1 em 1 minuto IV Bolus de rocurônio - 1,2 mg.kg-1 IV 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 5 5 - IOT Reajustada infusão remifentanil para 0,25 µg.kg-1. min-1 IV 6 - Alvo do propofol reajustado para 4 µg.mL-1 10 - Incisão da pele Titulação da infusão remifentanil conforme parâmetros hemodinâmicos 40 - Rocurônio 0,1 mg.kg-1 IV 50 - Morfina 0,1 mg.kg-1 IV 70 - Término da sutura da pele interrompida infusão de remifentanil e propofol 75 - Término do curativo reversão do rocurônio 79 - Extubação 98 - Chegada à SRPA 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 6 Técnica anestésica e evolução pós-anestésica Proposta anestesia geral venosa total, com infusão alvo-controlada de propofol - Diprivan® PFS 2%, por tratar-se de técnica segura, de fácil administração e grande estabilidade perioperatória, recuperação rápida com mínimos efeitos adversos, e grande satisfação do paciente.1,2 A monitorização constou de eletrocardioscópio, oxímetro de pulso, pressão arterial não invasiva, capnógrafo e termômetro esofágico. Obtido acesso venoso com cateter G20 em membro superior esquerdo. A anestesia geral foi iniciada com pré-oxigenação sob máscara facial, com O2 a 100% por 3 minutos, seguida de indução da hipnose, através de infusão alvo-controlada de propofol, com uso de Diprifusor™. A bomba foi programada com alvo plasmático de 6 µg.mL-1. Iniciou-se a infusão acompanhando na tela da bomba a evolução da concentração estimada no local de efeito. Observou-se inconsciência com concentração de 3,1 µg.mL-1, quando foi perdido o contato verbal com a paciente. Iniciou-se bolus de 1 µg.kg-1 de remifentanil, administrado em 1 minuto, e de 1,2 mg.kg-1 de rocurônio, seguidos de infusão de 0,3 µg.kg-1.min-1 do opioide. Ao constatar-se satisfatório relaxamento muscular, procedeu-se à laringoscopia e intubação traqueal, sem ventilação com pressão positiva sob máscara facial. 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 7 Após ausculta bipulmonar e fixação da sonda traqueal, reajustou-se a concentração alvo de propofol no Diprifusor™. Ao valor observado no momento da perda de consciência (3,1 µg.mL-1 ) somou-se 30%, a fim de se obter a concentração de efeito mínima de manutenção durante a anestesia geral (4,0 µg.mL-1). Assim, a manutenção da hipnose foi realizada com a concentração alvo de 4 µg.mL-1 de propofol no plasma, associada à infusão contínua de remifentanil, variando entre 0,1 e 0,4 µg.kg-1.min-1, e oxigênio em FiO2 de 0,6. Ajustes na infusão de remifentanil foram feitos conforme necessidade, de acordo com as variações hemodinâmicas e da intensidade do estímulo nociceptivo. Novo bolus de 0,1 mg.kg-1 de rocurônio foi administrado após 40 minutos da indução anestésica. Foram administrados ainda ranitidina 50 mg, cetoprofeno 100 mg e 8 mg de morfina, diluídos na primeira unidade de cristaloide, infundida EV durante a indução anestésica. Ao término da sutura da pele, foram interrompidas as infusões de propofol e remifentanil e, após a conclusão do curativo, realizada reversão do bloqueio neuromuscular com atropina 1,25 mg EV e neostigmina 2,5 mg EV. A extubação ocorreu 9 minutos após a interrupção da infusão de propofol, com a paciente acordada e tranquila, orientada e com bom volume corrente. Foi encaminhada à sala de recuperação conversando, tendo alta para o quarto após 60 minutos, sem qualquer queixa. 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 8 1. Quais os cuidados a serem tomados na videolaparoscopia abdominal? Apesar de gerar estimulação nociceptiva de intensidade inferior, se comparada à laparotomia, demandando menores doses totais de analgésicos, a laparoscopia exige controle preciso do plano anestésico e pleno relaxamento muscular, tanto da parede abdominal como do diafragma. Dessa forma se obtém boa visualização das vísceras e amplo campo operatório, o que confere não apenas maior conforto e facilidade ao cirurgião, mas também relevante ganho em segurança para o paciente. Mas o pneumoperitônio produz compressão de vasos abdominais, dificultando o retorno venoso, sobretudo de membros inferiores e vísceras. Assim, pode causar distúrbios hemodinâmicos, com redução do débito cardíaco e hipotensão arterial. O aumento da pressão intra-abdominal tende também a elevar o diafragma, dificultando a ventilação pulmonar. Gera maior pressão nas vias aéreas e redução da capacidade residual funcional, o que aumenta o shunt alveolar, prejudicando a hematose, com dessaturação de oxigênio e hipercapnia. Contribui ainda para a elevação da PaCO2 e absorção do CO2 na cavidade.3 2. A anestesia venosa total tem indicação para 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 9 este caso? Por quê? Frente ao potencial para produzir alterações cardiovasculares, intrínseco à técnica cirúrgica, a possibilidade de melhor controle hemodinâmico oferecida pela anestesia venosa total traz evidente vantagem em relação à técnica balanceada, à medida que o propofol produz menor depressão miocárdica em relação aos anestésicos halogenados, sobretudo o halotano.4 Além disso, como há prejuízo à ventilação pulmonar, utilizar apenas anestesia venosa, que não depende da via respiratória para administração, constitui outro benefício, pois alteração da ventilação pulmonar que dificulta a hematose pode também prejudicar a administração adequada de anestésico inalatório. Quantidade insuficiente de anestésico disponível ao sistema nervoso central pode ser causa de plano anestésico inadequado, com risco de despertar e memória intraoperatória, desencadeamento de respostas neuroendócrinas, estimulação do sistema nervoso autônomo simpático, distúrbios hemodinâmicos, hiperglicemia e acidemia.5,6 Alguns procedimentos cirúrgicos apresentam maior incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios, que estão entre as complicações mais temidas pelos pacientes. Esse é o caso das cirurgias laparoscópicas. Também nesse aspecto a manutenção da anestesia 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 10 com Diprivan® apresenta-se como grande vantagem, uma vez que, sobretudo em infusão contínua, o propofol apresenta efeitos antieméticos, ao contrário do que ocorre com os anestésicos halogenados.7,8 3. Como deve ser realizada a indução e a manutenção neste caso? Por quê? A indução deve priorizar o equilíbrio hemodinâmico, a fim de evitar vasodilatação periférica acentuada e hipotensão arterial, efeitos adversos do propofol que, no entanto, são doses dependentes. A técnica de infusão alvo-controlada (TCI - Target Controlled Infusion) caracteriza-se por menores doses de indução, se comparada à técnica combinada, ou mesmo à técnica manualmente controlada (MCI). Dessa forma, a TCI oferece melhor controle hemodinâmico, pela utilização de doses mais precisas, calculadas pela bomba de acordo com o modelo farmacocinético que utiliza, sendo no Diprifusor™ o modelo de Marsh.9-10 No caso descrito, como se trata de paciente não idosa, sem comprometimento importante da reserva cardiovascular funcional, optou-se por abreviar a fase de indução anestésica, programando a bomba de infusão com a concentração alvo de 6 µg.mL-1, superior ao que usualmente se necessita para perda da consciência, em torno de 4 µg.mL-1. Como o bolus inicial infundido pela bomba é proporcional ao alvo escolhido, a maior rapidez de indução possibilitou 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 11 também que se tentasse fazer a intubação traqueal sem ventilação, com pressão positiva sob máscara facial, a fim de se evitar distensão gástrica, que poderia prejudicar o campo visual do cirurgião. Durante a indução, foi possível determinar a concentração plasmática que deveria ser usada para manutenção da anestesia, ao se observar que com o valor estimado de 3,1µg.mL-1 a paciente perdeu a consciência. Esse valor aparece como ”efeito” na terceira linha da tela exibida após o início da infusão, pressionando-se a tecla, localizada logo abaixo do botão giratório do Diprifusor. Considerando-se a existência da variabilidade interpessoal, é prudente somar-se ao valor obtido uma margem de segurança de 30%, o que permite redução do risco de despertar e de memória intraoperatória, resultando na concentração plasmática usada para manutenção (4 µg.mL-1), reajustada após a intubação traqueal.11 No transcorrer da cirurgia, é essencial adequar a analgesia oferecida à intensidade do estímulo doloroso vigente, sobretudo quando se usa opioide de ultra curta duração, como o remifentanil, como fármaco único para prover analgesia. 4. Como se deve proceder ao final da anestesia? À medida que a cirurgia se aproxima do final e passa às fases de menor estimulação nociceptiva, como as suturas de pele, é possível fazer uma redução 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 12 progressiva da concentração plasmática de propofol, para se reduzir tanto o tempo de despertar ao final da infusão, como eventuais efeitos adversos resultantes de dose total além da necessária. Para tanto, podese retornar ao alvo próximo daquele em que houve perda da consciência, desde que se mantenha analgesia suficiente.12 Em tese, as concentrações em que ocorrem a perda de consciência e o despertar são as mesmas, exceto se houver ainda quantidades residuais de outros fármacos no plasma, suficientes para haver somatória ou sinergia de efeito.13 5. Qual a técnica de analgesia pós-operatória que pode ser utilizada? Analgesia pós-operatória de boa qualidade pode ser alcançada com anti-inflamatórios (AI) esteroidais e não hormonais, nas cirurgias com dor de pequena a moderada intensidade. Para procedimentos com maior dor está indicada a técnica multimodal, quando se associam, além de AI, opioides como morfina e metadona, na dose de 0,1 mg.kg-1, administrados IV cerca de 30 e 60 minutos antes do final do procedimento, respectivamente. Outros opioides de latência mais curta, como tramadol, na dose de 1mg. kg-1 IV, também oferecem analgesia pós-operatória de boa qualidade, mas de menor duração. 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 13 6. Há vantagem na utilização da apresentação de Diprivan® PFS 2%? Diprivan® PFS 2% apresenta 20 mg.mL-1, mas com a mesma quantidade de lipídeos por mL, comparada ao PFS 1%. Dessa forma, para administrar determinada dose, usando PFS 2% infunde-se metade do volume que se necessitaria de propofol 1% e, consequentemente, também metade da quantidade de lipídeos. Em pacientes dislipidêmicos, a manutenção da anestesia com propofol 2% constitui vantagem adicional em comparação às apresentações a 1%, pela menor elevação da trigliceridemia durante e após a infusão.15,16 Essa vantagem pode ser ainda mais impor- tante em pacientes obesos, que apresentam maior incidência de esteatose hepática, já que os lipídeos presentes na emulsão de propofol dependem de metabolização hepática.17 Pacientes em estado grave ou aqueles submetidos a quaisquer cirurgias de longa duração, quando é usada maior dose total, também podem se beneficiar do fato de receberem 50% menos lipídeos, sem custos adicionais.18 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 14 Referências Bibliográficas: 1. Myles PS, Leslie K. Patient satisfaction after anaesthesia and surgery: results of a prospective survey of 10811 patients. Br J Anaesth 2000: 6-10. 2. Palomba R et al. Comparison between balanced anesthesia and total intravenous anesthesia in videolaparocholectomy. Minerva Anestesiol. 1994; 60(11):669-74 3. Luiz T, Huber T, Hartung HJ. Ventilatory changes during laparoscopic cholecystectomy. Anaesthesist. 1992; 41(9):520-6. 4. Palomba R et al. Comparison between balanced anesthesia and total intravenous anesthesia in videolaparocholecystectomy. Minerva Anestesiol. 1994;60:669-74. 5. Domino KB, Poser KL, Caplan RA. Awareness during anaesthesia: A closed claims analysis. Anesthesiology 1999;80:1053-1061. 6. Myles PS, Leslie K, McNeil J, et al. Bispectral index monitoring to prevent awareness during anaesthesia: the B-Aware randomised controlled trial. Lancet 2004; 363: 1757-1763. 7. Alghanem SM, Massad IM, Rashed EM, Abu-Ali HM, Daradkeh SS. Optimization of anesthesia antiemetic measures versus combination therapy using dexamethasone or ondansetron for the prevention of postoperative nausea and vomiting. Surg Endosc. 2010;24(2):353-8. 8. Borgeat A, Wilder-Smith OH, Saiah M et al. Subhypnotic doses of propofol posses direct antiemetic properties. Anesth Analg 1992; 74: 539-541. 9. Absalom AR, Struys MMRF TCI vs manual infusions, em: Absalom AR, Struys MMRF - Overview of target controlled infusions and total intravenous anaesthesia Gent. Academia Press,2007;14-16. 10. Russel D, Wilkes MP, Hunter 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 15 SC, Glen JB, Hutton P, Kenny GN - Manual compared with target-controlled infusion of propofol. Br J Anaesth, 1995;75:562-566. 11. Schuttler J, Ihmsen H - Population pharmacokinetics of propofol: a multicenter study. Anesthesiol, 2000; 92:727738. 12. Servin FS, Marchand-Maillet F, Desmonts JM - Influence of analgesic supplementation on the target propofol concentration for anaesthesia with Diprifusor TCI. Anaesthesia,1998; 53 Suppl 1:72-76. 13. Iwakiri H, Nishihara N, Nagata O, Matsukawa T, Ozaki M, Sessler DI - Individual effect-site concentrations of propofol are similar at loss of consciousness and at awakening. Anesth Analg, 2005;100:101-10. 14. Simoni RF et al. – Eficácia do emprego da metadona ou da clonidina no intraoperatório para controle da dor pós-operatória imediata após uso de remifentanil. Rev Bras Anestesiol 2009; 59(4):421-30. 15. Petricek W, et al. Does a high-dose propofol infusion affect lipid metabolism in man? European Journal of Anaesthesiology 1991;8(6):500-1. 16. Magana JJJ, Zapata GFL, Garcia LI. Changes in serum lipids, cholesterol and triglycerides during propofol infusion for induction and maintenance of anaesthesia in neurosurgical procedures. Revista Mexicana de Anestesiologia 1991;14(1):3-7. 17. Halpern A - Fisiopatologia da obesidade, em: Garrido Jr AB, et al. - Cirurgia da Obesidade. São Paulo, Atheneu, 2002;9-12. 18. Coetze A, et al. Effect of 1% and 2% propofol on blood lipids during long-term sedation. South Africa Medical Journal 2002; 92:911-6. 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 16 Diprivan® 1% e 2% (propofol) Diprivan® (propofol) é um agente de anestesia geral de curta duração, com rápido início de ação de aproximadamente 30 segundos. Indicações: Diprivan é um agente anestésico intravenoso de curta ação, adequado para indução e manutenção de anestesia geral em procedimentos cirúrgicos. Pode também ser usado para a sedação de pacientes adultos ventilados, que estejam recebendo cuidados de terapia intensiva e, também, para sedação consciente para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico. Contraindicações: Diprivan é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente de sua fórmula; para sedação em crianças com menos de 3 anos de idade com infecção grave do trato respiratório, recebendo tratamento intensivo e para sedação de crianças de todas as idades com difteria ou epiglotite, recebendo tratamento intensivo. Cuidados e Advertências: Advertências: Quando Diprivan é administrado para sedação consciente, procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico, os pacientes devem ser continuamente monitorados para sinais precoces de hipotensão, obstrução das vias aéreas e dessaturação de oxigênio. Quando Diprivan é usado para sedação durante procedimentos cirúrgicos, podem ocorrer movimentos involuntários dos pacientes. Durante procedimentos que requerem imobilidade, esses movimentos podem ser perigosos para o local cirúrgico. A liberação do paciente da sala de recupera8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 17 ção requer atenção especial, de modo a assegurar a completa recuperação da anestesia geral. Assim como com outros agentes anestésicos intravenosos, deve-se tomar cuidado em pacientes com insuficiência cardíaca, respiratória, renal ou hepática, pacientes hipovolêmicos ou debilitados. Diprivan não possui atividade vagolítica e tem sido associado com relatos de bradicardia (ocasionalmente profunda) e também assístole. Deve-se considerar a administração intravenosa de um agente anticolinérgico antes da indução ou durante a manutenção da anestesia, especialmente em situações em que haja probabilidade de predominância do tônus vagal ou quando Diprivan for associado a outros agentes com potencial para causar bradicardia. Quando Diprivan for administrado a um paciente epiléptico, pode haver risco de convulsão. Deve-se dispensar cuidado especial aos pacientes com disfunções no metabolismo de gordura e em outras condições que requeiram cautela na utilização de emulsões lipídicas. A necessidade de zinco suplementar deve ser considerada durante a administração prolongada de Diprivan, particularmente em pacientes que tenham predisposição à deficiência em zinco, tais como aqueles com queimaduras, diarreia e/ou sépsis. O uso de Diprivan utilizando-se o sistema TCI DIPRIFUSOR é restrito à indução e manutenção de anestesia geral, sedação consciente para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico e sedação de pacientes adultos ventilados, que estejam recebendo cuidados de terapia intensiva. O sistema TCI DIPRIFUSOR não é recomendado para uso em crianças. A administração de Diprivan 2% por injeção em bolus não é 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 18 recomendada. Uso durante a gravidez e a lactação: Categoria de risco na gravidez: B. Diprivan não deve ser usado durante a gravidez. Todavia, este produto foi usado durante interrupção da gestação no primeiro trimestre, quando indicada. A segurança para o neonato, quando do uso de Diprivan em mulheres que estejam amamentando, não foi estabelecida. Diprivan atravessa a placenta e pode estar associado à depressão neonatal. O produto não deve ser utilizado em anestesia obstétrica. Interações medicamentosas: recomenda-se que os bloqueadores neuromusculares atracúrio e mivacúrio, não devem ser administrados na mesma via IV antes de se eliminar os indícios de Diprivan. Doses menores de Diprivan podem ser necessárias em situações em que a anestesia geral é utilizada como um adjunto às técnicas anestésicas regionais. (para maiores informações vide bula completa do produto). Reações adversas: As reações adversas mais comumente informadas são efeitos colaterais farmacologicamente previsíveis de um agente anestésico, como a hipotensão, dor local em indução, bradicardia, apneia transitória durante a indução, náusea e vômito durante a fase de recuperação, dor de cabeça durante a fase de recuperação, sintomas de abstinência em crianças, ruborização em crianças (outras reações adversas vide bula completa do produto). Posologia: Adultos: Indução de anestesia geral: Diprivan 1% pode ser usado para induzir anestesia através de infusão ou injeção lenta em bolus. Diprivan 2% deve ser usado para induzir anestesia através de infusão e somente naqueles pacientes que receberão Diprivan 2% para manutenção de anestesia. Administrar 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 19 aproximadamente 40 mg a cada 10 segundos em adulto razoavelmente saudável, por injeção em bolus ou por infusão, até que os sinais clínicos demonstrem o início da anestesia. Manutenção de anestesia geral: A profundidade requerida da anestesia pode ser mantida pela administração de Diprivan por infusão contínua ou por injeções repetidas em bolus.- Infusão contínua – Diprivan 1% ou Diprivan 2% podem ser usados. A velocidade adequada de administração varia consideravelmente entre pacientes, mas velocidades na faixa de 4 a 12 mg/kg/h, normalmente mantêm a anestesia satisfatoriamente. Injeções repetidas em bolus – recomenda-se que apenas Diprivan 1% seja utilizado. Se for utilizada a técnica que envolve injeções repetidas em bolus, podem ser administrados aumentos de 25 mg (2,5 mL) a 50 mg (5 mL), de acordo com a necessidade clínica. Sedação na UTI: A velocidade de infusão deve ser ajustada de acordo com a profundidade necessária de sedação, sendo que velocidades em torno de 0,3 a 4,0 mg/kg/h devem produzir sedação satisfatória. Sedação consciente para cirurgia e procedimentos de diagnóstico: A maioria dos pacientes necessitará de 0,5 a 1 mg/kg por aproximadamente 1 a 5 minutos para iniciar a sedação. A manutenção da sedação pode ser atingida pela titulação da infusão de Diprivan até o nível desejado de sedação – a maioria dos pacientes irá necessitar de 1,5 a 4,5 mg/kg/h. Adicional à infusão, a administração em bolus de 10 a 20 mg pode ser usada se for necessário um rápido aumento na profundidade da sedação. Crianças: Administração de Diprivan por sistema TCI DIPRIFUSOR não é recomendado para uso em crianças. Indu8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 20 ção de anestesia geral: A dose deve ser ajustada em relação à idade e/ou ao peso. A maioria dos pacientes com mais de 8 anos provavelmente irá necessitar aproximadamente 2,5 mg/kg de Diprivan para a indução da anestesia. Manutenção da anestesia: A profundidade necessária de anestesia pode ser mantida pela administração de Diprivan por infusão ou por injeções repetidas em bolus. É recomendado que somente Diprivan 1% seja usado se forem usadas injeções repetidas em bolus. Geral: A velocidade necessária de administração varia consideravelmente entre os pacientes, no entanto, a faixa de 9 a 15 mg/kg/h normalmente produz anestesia satisfatória. Idosos: Em pacientes idosos, a dose de Diprivan necessária para a indução de anestesia é reduzida. Sistema TCI DIPRIFUSOR: Indução e manutenção da anestesia geral: Em pacientes adultos com idade abaixo de 55 anos a anestesia pode normalmente ser induzida com concentrações alvo de propofol em torno de 4 a 8 mcg/mL. Uma concentração alvo inicial de 4 mcg/mL é recomendada em pacientes pré-medicados e, em pacientes sem pré-medicação, a concentração alvo inicial recomendada é de 6 mcg/mL. O tempo de indução com estas concentrações alvo é geralmente de 60-120 segundos. As concentrações alvo podem então ser aumentadas na proporção de 0,5 a 1,0 mcg/mL em intervalos de 1 minuto a fim de se atingir uma indução gradual de anestesia. Sedação consciente para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico: Em geral, serão necessárias concentrações sanguíneas de propofol no intervalo de 0,5 a 2,5 mcg/mL. O ajuste da concentração alvo deve ser titulado conforme a resposta 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 21 do paciente, para obter a profundidade de sedação consciente desejada. Sedação na UTI: Em geral, serão necessárias concentrações sanguíneas de propofol no intervalo de 0,2 a 2,0 mcg/mL (para informações mais detalhadas da posologia vide bula completa do produto). Superdose: É possível que a superdosagem acidental acarrete depressão cardiorrespiratória que deve ser tratada através de ventilação artificial com oxigênio. A depressão cardiovascular requer a inclinação da cabeça do paciente e, se for grave, o uso de expansores plasmáticos e agentes vasopressores. Apresentações: Diprivan 1% emulsão para injeção via intravenosa é apresentado em embalagens com 5 ampolas contendo 20 mL ou 1 frasco-ampola contendo 50 ou 100 mL e embalagem com 1 seringa pronta para uso contendo 50 mL. Diprivan 2% emulsão para injeção via intravenosa é apresentado em embalagem com 1 frasco-ampola contendo 50 mL ou embalagem com 1 seringa pronta para uso contendo 50 mL. USO ADULTO (Diprivan PFS 1% e 2% seringas prontas para uso) e CRIANÇAS ACIMA DE 3 ANOS (Diprivan 1% e 2% frascos-ampolas e ampolas). VIA INTRAVENOSA. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. USO RESTRITO A HOSPITAIS. Para maiores informações, consulte a bula completa do produto (CDS 11.06 Janeiro/08). AstraZeneca do Brasil Ltda., Rod. Raposo Tavares, km 26,9 - Cotia - SP - CEP 06707-000 Tel.: 0800-0145578. www.astrazeneca.com.br Diprivan®. MS – 1.1618.0011 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 22 Contraindicações: Diprivan® é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente de sua fórmula. Interações medicamentosas: recomenda-se que os bloqueadores neuromusculares atracúrio e mivacúrio, não devam ser administrados na mesma via IV antes de se eliminar os indícios de Diprivan®. Diprivan® (propofol) é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas. 8/22/11 1:21 PM 712_CC.indd 23 8/22/11 1:21 PM 8/22/11 1:21 PM Para uma anestesia geral confiável e eficaz, siga por estas 3 direções: 1621144 - Produzido em Agosto/2011 VANTAGENS DO DIPRIFUSOR™: • Reconhecimento automático da medicação e concentração.2 • Manutenção e reposição de peças, sem custo para o hospital. • Aparelho em comodato. • Treinamento e suporte científico. Material destinado à classe médica. 1- Servin, F. S. TCI compared with manually controlled infusion of propofol: a multicentre study [Target Controlled Intravenous Anaesthesia using ‘Diprifusor’]. Anaesthesia 1998; 53(suppl 1): 82-86. 2- Gray J. M.; Kenny G. N. C.. Development of the technology for ˝Diprifusor TCI systems. Anaesthesia, 1998; 53(suppl 1): 22-27. 712_CC.indd 24