RELAÇÃO ENTRE OS ESTOQUES DE GLICOGÊNIO MUSCULAR E O APARECIMENTO DA FADIGA DURANTE A REALIZAÇÂO DE EXERCÍCIOS INTERMITENTES PROLONGADOS: UMA ABORDAGEM BIBLIOGRÀFICA KÊNIA GODOI¹; FRANCE LIMA¹; MARIA ALBUQUERQUE¹; ANA MARIA RIBEIRO¹; MARTA LUNA¹; MIRTES ARAÚJO MOREIRA¹ e VERIDIANA MOTA MOREIRA². O glicogênio muscular não parece estar relacionado à fadiga durante uma única sessão de exercício, desde que as concentrações musculares não sejam baixas. Por outro lado, o tipo de fadiga que ocorre durante o exercício intermitente prolongado pode estar relacionado a uma redução nos estoques de glicogênio muscular. Este trabalho teve por objetivo descrever a relação entre os estoques de glicogênio muscular e o aparecimento da fadiga durante a realização de exercícios intermitentes e prolongados. Em estudo realizado recentemente, alguns indivíduos foram testados em duas ocasiões, consumindo primeiramente uma dieta contendo baixo teor de carboidratos (CHO) e outra com alto teor de carboidratos, por dois dias antes dos testes. Os sujeitos realizaram 156 segundos de bicicleta a uma intensidade de 957 W separados por 30 segundos de recuperação em ambos os casos. Em dois dias separados, os indivíduos realizaram séries de 6 segundos de exercício a uma intensidade próxima a 700/800 W, intercaladas por 30 segundos de recuperação, até a exaustão. Os indivíduos puderam realizar 111 e 294 segundos, após terem ingerido as dietas referidas anteriormente (baixo e alto teor de CHO, respectivamente) alguns dias antes do teste, levando a uma diferença nos níveis de glicogênio muscular (45 e 135 mmol/kg WW, respectivamente). O rendimento do grupo com alto teor de CHO durante as últimas quatro sessões de exercício foi significativamente melhor em relação ao grupo com baixo teor de CHO, ou seja, menor armazenamento de glicogênio muscular no grupo que recebeu a dieta de baixo teor de CHO inibiu o desempenho. Ao final do exercício as concentrações musculares de glicogênio estiveram próximas a 14 e 15 mmol/kg WW, respectivamente. A manutenção da glicemia também se faz presente com à ingestão de CHO durante o exercício intermitente prolongado, aumentando o desempenho. De acordo com os estudos supracitados, conclui-se que uma baixa concentração de glicogênio muscular está relacionada à fadiga precoce durante exercício intermitente prolongado. Os momentos que precedem este tipo de atividade devem ser altamente valorizados no sentido de repor imediatamente as reservas depletadas, uma vez que os transportadores de glicose (GLUT 4) estão prontamente disponibilizados no sarcolema bem como a atividade da enzima glicogênio sintetase também se encontra aumentada. É necessário reconhecer que a fadiga durante o exercício intermitente prolongado nem sempre está associada à depleção de glicogênio muscular. A redução na hidratação e nos eletrólitos importantes no processo da contração muscular também pode estar gerando fadiga durante algumas modalidades esportivas. Palavras-Chave: glicogênio, fadiga, exercício 1 Acadêmicos do Curso de Educação Física (CEULJI/ULBRA) – E-mail [email protected] ² Professora orientadora (CEULJI/ULBRA) – E-mail: [email protected]