Selamento Marginal de Três Tipos de lonômero de Vidro

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Selamento Marginal de Três Tipos de
lonômero de Vidro Polimerizável
Estudo Comparativo da Avaliação In Vitro Destes Materiais Quando Usados em
Obturações Retrógradas
INTRODUÇÃO
Em trabalho conjunto entre as especialidades de Endodontia e Cirurgia BucoMaxilo-Facial, têm-se obtido grandes avanços na resolução de processos periapicais,
onde o objetivo é o perfeito isolamento entre o canal radicular e os tecidos periapicais,
impedindo a passagem de microrganismos
e/ou toxinas do canal ao periápice, permi-
tindo o reparo tecidual.
Na área da cirurgia paraendodôntica,
mais precisamente nas apicectomias com
Mário Sérgio Medelros Pires
Mestre em Cirurgia
Pelotas/RS
BMF pela FOI
Adalr Lulz StBfanBllo Busato
Professor Titular de Dentística da FOI
Pelotas/RS
obturação retrógrada, muitos materiais já foram pesquisados (amálgama, resina composta, IRM, ionômero de vidro, etc.), mas ainda não se obteve um material com características
próximas ao material ideal, onde o mesmo deveria apresentar
biocompatibilidade
des antimicrobianas,
aos tecidos periapicais, poder de vedamento total, ter propriedaser radiopaco e de fácil manuseio.
A técnica de apicectomia pode ser definida como a amputação da porção apical
do dente seguido de curetagem de todo o processo patológico periapicaP. Em alguns
casos, para se obter pleno sucesso no tratamento e cura total do processo é necessário
que se realize uma complementação à apicectomia - a obturação retrógrada - que
consiste no selamento do extremo do canal radicular remanescente por via apicaP9.
As apicectomias com obturação retrógrada estão indicadas nos seguintes casos:
Os AA avaliam a
capacidade de
1- em processos de reabsorção dental na região apical, tanto cementária eÀ1ernacomo
vedamento marginal,
dentinária interna; 2 - dentes que apresentam perfurações radiculares à altura do terço
de 3 ionômeros de
apical; 3 - obturações mecânicas, tais como pinos, restaurações coronárias cuja remoção não está indicada; 4 - calcificações que inviabilizem o tratamento endodôntico
vidro fotopolimerizáveis,
convencional; 5 - restos de instrumentos no periápice sem possibilidade de remoção
quando utilizados
via canal; 6 - processos irreversíveis do tratamento via canal radicular; 7 - dentes com
fraturas no terço apical desde que haja necrose pulpar.
São considerados casos de contra-indicação quando: I - o dente envolvido esti-
em obturações
retrógradas
ver acometido de infecção aguda; 2 - os dentes apresentarem bolsas periodontais extensas; 3 - houver oclusão traumática; 4 - ocorrer perda óssea além do terço apical
ocasionada por processos infecciosos; 5 - os ápices radiculares estiverem muito próximos de acidentes anatôriricos; 6 - os dentes apresentarem
extensas reabsorções
radiculares que ultrapassem o terço apical.
As obturações retrógradas dos canais radiculares realizadas nas últimas décadas têm esbarrado não só em problemas de biocompatibilidade,
RGO, 48 (1): 19-24, jan/fev/mar.,
2000
como os ligados às
19
propriedades fisico-químicas dos materiais empregados, como
teor de cobre (DFL Alloy - Dental Filling Ltda. Brasil), mani-
também com dificuldades de sua manipulação
pulados em amalgamador (Dosamat - Dabi Atlante, Brasil), para
durante o ato
cirúrgic02.
servirem de parâmetro comparativo.
Dessa forma, se a biocompatibilidade
das substâncias é o
Após serem hidratados
novamente, os dentes foram incluídos em tubos de PVC com
primeiro fator a ser pesquisado, um outro, talvez não menos
resina acrilica autopolimerizável,
importante para o êxito das obturações retrógradas, é o selamento
a superficie apical remanescente após o corte, com o objetivo
que o material retroobturador
de isolamento e suporte ao dente para o seccionamento. Os dentes foram identificados individualmente e imersos em Rodamina
deve proporcionar
após sua in-
deixando-se exposta apenas
trodução no interior da cavidade apical.
Desde a elaboração do ionômero de vidro, que suas pro-
B, a 2%, por 24 horas a 37°C. Decorrido este período, fez-se a
priedades vêm sendo estudadasI9,42. Vários pesquisadores con-
lavagem dos dentes em água corrente por 24 horas, e em segui-
centram suas pesquisas
da desgastados longitudinalmente num recortador de gesso. Para
na biocompatibilidade
do materi-
ap,18,2S,46,43,13,32,ll,
outros analisam suas propriedades mecânicas
avaliação da penetração do corante foram atribuídos escores:
e de adesão17,33,s,26,
análises clínicas e radiográficas
de longo
- sem infiltração; I - penetração do corante em uma parede late-
praz040,4S,34,
bem como fenômenos de microinfiltração marginal
relacionada ao materiaI44,S,4I,40,21,28,31,1I,10,3,30,
e todos os estudos
ral da cavidade; 2 - penetração do corante em duas paredes laterais da cavidade; 3 - quando o corante atingiu a parede de
apontam para um aperfeiçoamento neste material de tal ordem
fundo. A penetração do agente corante foi analisado por três
que possa vir a ser indicado como material de eleição em obtu-
avaliadores,
20x.
rações retrógradas de dentes apicectomizados.
O
através de lupa estereoscópica com aumento de
A proposição deste trabalho foi avaliar, comparativamente, "in vitro", a capacidade de vedamento marginal, em obtura-
RESULTADOS
A partir dos dados obtidos, fez-se a análise descritiva das
ções retrógradas, de três ionômeros de vidro fotopolimerizáveis,
os quais citamos a seguir: Vivaglass Uner (Vivadent), Vitremer
variáveis qualitativas, através de testes de qui-quadrado, com o
de vidro
objetivo de avaliar as possíveis relações entre elas. Os escores
foi escolhido como objeto para o trabalho,
porque desponta como o material que reúne características ex-
obtidos para cada material, e o escore esperado, são demonstrados nas tabelas I e 11, demonstrando a dependência entre o
celentes, na atualidade, como: tempo de trabalho adequado,
material usado e o comportamento do mesmo, com um nível de
radiopacidade, biocompatibilidade, adesão aos tecidos dentáriós,
efácil manuseio.
B A
41
C
1% de significância.
(3M) e Variglass
VLC (Dentsply).
fotopolimerizável
O ionômero
T ab eI fi I TOTAL
I21
Testes 81
de QUl- ua dra do
9363
21
17
E
3E242
18
18
10
66
37
33
192
10,8
13,5
26,6
14,1
12,1
13,5
27,8
12,1
lI,3
12,7
O
MATERIAL E MÉTODO
Foram selecionados 66 dentes uniradiculares
humanos,
com os canais
radiculares
previamente
tratados
endodonticamente. Estes dentes foram distribuídos ao acaso em
O, 1,2 e 3 = Escores atribuídos; E = escores esperados
Tabela
três grupos distintos (A, B, C), e hidratados em soro fisiológico
por 72 horas a 37°C, e a seguir tiveram suas superfícies
radiculares limpas por raspagem. Os ápices radiculares foram
li ~Teste de
ui
uadrado 2 a 2
Materiais
Totais
E
O
A
B
Total
21
17
38
O
E
18,55818
19,44210
38,OUO
13,6743
H:õõ8
28
removidos 3mm aquém do limite apical, com disco diamantado
refrigerado, em baixa rotação, perpendicularmente ao longo eixo
dentário. A seguir, os dentes foram revestidos externamente por
duas camadas
de esmalte
impernleabilização.
de unhas,
com objetivo
de
As cavidades retrógradas foram realizadas
com broca de alta rotação refrigerada nO35, com profundidade
O
~à
E
lI,721
21
12,27918
24,UOO
E
O
39
19,04763
19,95366
39,000129
63
63
A
C
Total
126
30,70
B
C
Total
~Õ:õg
x2
o=
Escores Obtidos;
cal.
=
X' Tab. =
24,20
66
63
129
11,34'
E = Escores Esperados
de 2mm, exatamente no orificio remanescente do canal radicular.
As cavidades foram lavadas e secadas comjatos de ar, antes da
DISCUSSÃO
A foi
As obturações retrógradas são um procedimento impor-
retroobturado com Vivaglass Liner, o grupo B com Vitremer e
tante na Cirurgia, uma vez que, em situações onde a via radicular
o grupo C com Variglass VLC, sempre observando-se rigorosamente
as recomendações
dos fabricantes.
Para a
não pernlite acesso a região apical, apenas a apicectomia resta
fotopolimerização
necessitam de tratamento cirúrgico. Se na verdade é um trata-
colocação
Visilux
do material
11 (3M).
retroobturador.
dos materiais,
O grupo
utilizamos
uma lâmpada
Foram incorporados dois dentes em cada gru-
po, retroobturados com amálgama de liga atomizada com alto
20
como alternativa de intervenção. Não são raros os casos que
mento razoavelmente
comum, importante
se faz que seja
pesquisada a melhor forma de execução, bem como a indicação
RGO. 48 (1); jan/fev/mar
.•
2000
do melhor material para vedar o ápice cortado. Aqui, não se
gem de "vaga-lwne". O anlálgama, é portanto um material difi-
trata
mas a
cil de ser manípulado e trabalhado nestas condições, apesar da
retroobturação está associada a um procedimento cirúrgico, com
apenas· de um procedimento
restaurador,
sua inígualável resistência ao desgaste. Não é disto que o pro-
dificuldade de isolamento absoluto, e portanto, com interferên-
cedimento necessita. Nesta área é mais importante a adaptação
cia de toda a a ordem sobre a qualidade da "restauração final" .
O material de escolha para obturações retrógradas tem
tecidos periapicais. O amálgama é considerado, hoje, um mate-
sido o amálgama. Por que a preferência pelo amálgama se sabemos se tratar de uma liga heterogênea, altamente susceptível
a presença da umidade e passível de provocar manchamento
dos tecidos moles pela presença do mercúrio? Observando-se
que a apicectomia teve suas indicações recomendadas na 20"
Conferencia Internacional de Endodontia de 1953, se encontrarão as razões para tal preferência. Os materiais com plasticidade
marginal, para o dente, e a compatibilidade
biológica com os
rial intermediário em termos de vedamento marginal. A capacidade inícial é baixa, tanto que o verniz cavitário é usado para
compensar a contração de cristalização inícial. Nos dias atuais
esta combinação (amálgama + verniz) está sendo questionada,
certanlente em função da melhoria que as ligas sofreram, ou
ainda pela hidrólise que ocorre muito precocemente em relação
para serem colocados em cavidades, disponíveis na época eram
ao verniz. Não temos clareza se estes aspectos podem ser
extrapolados para as obturações retrógradas. Nestes casos, as
o amálgama, as resinas acrilicas e o cimento de silicato. Destes,
alterações dimensionais
o menos critico era o amálgama apesar de sempre ter tido pro-
portanto, a contração e expansão, fenômenos freqüentes na ca-
blemas diante da umidade, especialmente por apresentar na sua
vidade oral, não ocorrem com a a mesma magnitude a nivel do
composição o estanho, o mercúrio, e o principal inímigo, o zinco. Certamente muitos sucessos foram obtidos com o amálgama.
ápice. Seria a vantagem restabelecida. Em função destas vanta-
Obviamente alguns fracassos ocorreram. Mesmo que a presença do zinco pudesse provocar alta oxidação, a cavidade, por
situar-se internamente, não mostrava a conseqüência. Importa-
gens, o amálgama ainda
térmica são de menor intensidade, e
é o material de escolha para a maioria
dos cirurgiões, ta~vez por que desconheç~
um material mais
qualificado que o amálgama para exercer este papel. Os materiais odontológicos evoluíram de forma excepcional nos últimos
fato do amálgama ser radiopaco e poder ser visto ao
anos, não só em termos de alternativas, mas especialmente em
exame radiográfico. OTTESEN29 em 1958, foi ao que parece o
termos de capacidade de adesão a estrutura dentária, tanto em
pioneiro na indicação do amálgama como material restaurador
esmalte, dentina e cemento, o claro está que também nesta área,
em cavidades de apicectomia.
Como o amálgama é uma liga de composição variada e
novas opções devem ser testadas. Na opinião de autores como
NAGEM FILH027 et alii, o amálgama pode ser bem tolerado
ainda necessita da presença do mercúrio para plastificar as par-
quando as proporções liga/mercúrio
tículas, o procedimento chamado de amalgamação
proporções de I: 1.5 não são bem toleradas por tecidos vivos.
va mais
<>
ou tritura-
forem de 1: 1, no entanto
& KRISBER<J22,observaram desvantagens no anlálgama,
ção é altamente importante na qualidade da massa restauradora
KOPP
e dele depende, com absoluta certeza, a qualidade da oxidação
e corrosão posterior, sendo dependente da relação liga/mercú-
tais como: mercúrio introduzido nos tecidos vivos, dispersão
de partículas para o interior dos tecidos; material não estéril;
rio o melhor ou pi6r vedamento marginal da restauração. Como
corrosão, entre outros. Para BARRY6 et alii, mesmo que outros
se trata de um material que não apresenta adesão a estrutura
materiais, tais como a guta-percha em temperatura ambiente e
dentária, qualquer desproporção resulta em alterações mecâni-
aquecida, anlálgama e Durelon, tenham mostrado comportamen-
cas por diferenças de temperaturas,
podendo criar espaços na
to semelhantes, os autores sem nenhuma justificativa recomen-
interface dente/restauração, levando a penetração de líquidos,
caracterizando a infiltração marginal. Este fenômeno ocorre
nornlalmente em restaurações executadas tia cavidade oral, al-
dam o amálgama. Assim também procedem autores como
DELIVANIS & TABffiI9, KIMURA20, TRONSTAD39 et alii,
tamente sujeita a essas modificações de temperatura. Na região
MATTIS0N24 et alH. Outros, como KAWAHARAl8 et alii,
ABDAV et alii, ZMENER & DOMINGUES46, STABHOLZ37
apical, menos intensamente estes aspectos poderão ocorrer, ra-
et alii, ZETERQUIST43 et alH, acreditam que outras alternati-
zão pela qual o anlálgama, mesmo não se aderindo ao dente,
vas podem ser melhores que o amálgama e indicam o Ionômero
merecia a indicação como o material de eleição. Nas ligas con-
de vidro como sendo capaz de substituir o amálgama, com van-
vencionais, com presença de fase gama lI, estes fatos são ainda
tagens, especialmente aqueles relacionados com o vedamento
mais relevantes, uma vez que na fase gama dois, mais umidade
maIginal.
resulta em maior facilidade de oxidação. Outro aspecto importante é a qualidade da restauração, considerando-se
o Jato de
que o amálgama precisa ser esculpido e que esta escultura deve
ser executada após o início da cristalização e os fragmentos
tendem a cair na loja cirúrgica, aderindo-se ao periósteo, dificultando a toalete da cavidade e posteriormente
RGO, 48 (1): jan/fev/mar.,
2000
dando a ima-
Para VILLELNl,
o Ionômero de vidro pode ser uma op-
ção nova para restaurar cavidades decorrentes de apicectomias.
Neste sentido, muitos trabalhos estão sendo realizados com o
intuito de verificar o comportanlento
do Ionômero de vidro.
Desde o surgimento do cimento Ionomérico de vidro, em 1972,
por WILSON & KENT42, muitas formulações foram desenvol21
vidas, de tal maneira que hoje existem materiais ionoméricos
uma restauração tradicional, como para uma "restauração" de
para todas as indicações. Dadas as características biológicas do
ápice, a massa deve ter aspecto de massa de'vidraceiro,
material, observadas por HEYS16 et alii, suscitou-se a possibili-
preferirmos, apr.oximadamente a mesma c.onsistência das resi-
dade de uso em obturações retrógradas. Em 1991, RAY &
SELTZER35, destacam as boas características dos cimentos de
nas comp.ostas fot.oativadas. O ionômer.o é p.oUC.outilizado na
ou se
Od.ontol.ogia, e tal situaçã.o deve-se a dificuldade de entendi-
lonômero de vidro para preenchimento do canal radicular, tais
ment.o de c.omo .omaterial deve ser preparad.o e dos riscos de
como a radiopacidade,
a adaptação às paredes e o escoamento
uma manipulaçã.o inadequada. Na prótese, diz-se que .ofosfato
adequado. Em 1993, SCELZN6 et ali i, demonstraram o potencial dos cimentos ionoméricos, tipo Ketac Bond, para obtura-
adequadamente. Na Dentistica, c.om.omaterial restaurad.or, caso
é melh.or, quand.o na realidade a desculpa é p.or nã.o conhecê-l.o
ções retrógradas. Assim testar cimentos de ionômero de vidro
em cavidades de dentes apicetomizados ainda carece de res-
nã.o seja precedid.o d.ois.olament.o abs.olut.o, seu c.omportamen-
postas mais concretas e definitivas.
enc.ontraria a simpatia em relaçã.o a materiais consagrados como
Em 1991, ZETERQVIST45 et alii compararam o comportamento de amálgama (Amalcap) e ionômero devidro(Chenfill)
t.opassa ser de alt.o risc.o; nã.o seria na cirurgia que este material
.oamálgama, p.or exempl.o. As desculpas sã.o na realidade ina-
em termos de selanlento apical e constataram não haver dife-
ceitáveis. Para tentar diminuir .os risc.os de uma manipulação
inc.orreta, surgiram
mais recentemente
.os ionômeros
rença entre ambos, todavia destacam o excelente comportamento
f.ot.oativad.os, c.om.o .o Vitrebond (3M do Brasil), em 1990; o
do ionômero, 89% de sucesso clínico e radiográfico, bem como
do amálgama, 91% de sucesso. Destacam ainda que o amálgama
XR I.on.omer, igualmente em 1990; foram passos decisivos na
busca d.o material quase que ideal, imaginado para um futuro
tem contração e expansão em torno de 10m/cm, resultando em
ainda nã.o sabid.o. Mesm.o que estes materiais tivessem indica-
pobre adaptação às paredes. Para os autores, o ionômero se
çã.o para f.orrament.o de cavidades, ainda assim teríamos um
apresenta como a melhor alternativa, considerando, entre outras propriedades, a sua tolerância biológica.
excepci.onal material n.ov.oa disp.osiçã.o, .o qual foi pesquisado
FLORES
10,
em 1992, avaliando
diferentes
tipos de
p.or FLORES10 et alii, tend.o dem.onstrad.o b.oas propriedades
para us.o em apicect.omias. O surgiment.o recente de i.onômeros
ionômero de vidro, constatou que a infiltração marginal foi di-
novos, os chamad.os da 4" geração .ou d.otip.o IV, restauradores
minuída por ionômeros fotopolimerizados.
p.or excelência, mas também p.odend.o ser utilizados em outras
Na realidade a alte-
ração dimensional térmica dos ionômeros fotopolimerizáveis
é
superior aos ionômeros convencionais em função da presença
de, no mínimo, 10% de ésteres vinilicos de BIS GMA. Se este
indicações, parece fazer crer que estamos diante de um grande
material restaurad.or. Segund.o BUSATO* (* Comunicação Pess.oal, BUSATO, BARBOSA e BALDISSERA),
que avaliaram
o tempo de
restaurações de classe V realizadas com Vitremer (3M do Bra-
polimerização, em torno de 30 segundos, praticamente elimina
os riscos de embebição e sinérese, característica dos ionômeros
sil) e Variglass (Dentsply), os resultados foram altamente
satisfatóri.os a.os 12 meses. Descontando a dificuldade do isola-
convencionais. Parece então que se torna flagrante a superiori-
ment.o abs.olut.o, tant.o faz a cavidade ser na cor.oa .ou na raiz,
dade dos materiais fotoativados, uma vez que, sendo aquela
região impossível de ser isolada, o contato com sangue poderia
pois sabe-se que .oi.onômero se une com bastante energia, tant.o
a dentina com.o a.o cement.o. Se em uma cavidade de classe V
aspecto,
aparentemente
é uma desvantagem,
levar a embebição do material e provocar a sua desintegração
com as paredes gengivais em cement.o .o material apresentou
química. O aspecto negativo, mais resina, aqui não parece ser
c.omportament.o altamente aceitável, n.ormal será esperar o mes-
algo fundamental uma vez que este fato é importante em termos
mo comportamento
de alterações térmicas, as quais não acontecem nesta região. Na
região apical não há necessidade de alta resistência ao desgas-
região da apicectomia. Os resultados obtidos são normais. O
Vitremer tem uma composição química diferenciada e uma ca-
te; o que realmente é importante é a capacidade de vedamento.
pacidade de reação inédita. Parte do material reage quimica-
Estas são exatamente as características primordiais dos materiais ionoméricos. Num local de dificil acesso, com dificuldade
luz halógena, e uma terceira fração, mesmo na ausência da luz,
de manter o campo seco, o melhor material é aquele que toma
p.olimeriza e garante a completa polimerização.
presa, gelifica ou cristaliza mais rapidamente. O amálgama de-
persulfato de potássio + ácido ascórbico permite que o material
mora pelo menos 5 minutos para cristalizar,
gelificam/polimerizam
os ionômeros
em tempos muito menores, cerca de 30
segundos e isto parece uma vantagem altamente significativa.
em região de cemento e dentina como é a
mente - a reação ácido/base, uma segunda porção reage pela
A união do
seja colocado todo de uma única vez, diminuindo a incorporação de bolhas entre as camadas e certamente melhorando o
vedamento marginal, pel.o menos é esta a expectativa do fabri-
Por outro lado devemos considerar alguns fatores negativos dos
cante. Não resta dúvida que, em cavidades pequenas, a dificul-
cimentos de ionômero de vidro, e dentro deles, certamente o
de pó/líquido e o
dade de inserção pode pr.ov.ocar a permanência de bolhas internas e dificultar o vedamento.
conhecimento do ponto de mistura ideal do material. Tanto para
O Variglass, é quase uma resina composta sem carga. O
mais problemático trata-se da manipulação
22
RGO, 48 (1): jan/fev/mar.,
2000
comportamento
clínico deve se assemelhar
as resinas
de
que de alguma forma possam ter interferido no presente traba-
micropartículas. Em assim sendo, a contração de polimerização
será um fator relevante, bem como a sorpção de água, pelo menos
lho, acredita-se que seja possível concluir que o ionômero de
vidro é uma alternativa
nos primeiros momentos. Como na região em que foi colocado
apicectornias, evidente que fazendo ressalvas a alguns tipos de
a presença de umidade é restrita, o vedamento a priori poderá
ser semelhante ao do ionômero, descontado o fato das ligações
de trabalho seja o mais reduzido possível. Assim evitar-se-ia o
com a estrutura dentária, provavelmente serem mais efetivas no
Vitremer, por este ser um ionômero de vidro verdadeiro, condição adquirida pela capacidade de reação ácido/base, fundamental
da maior importância
para uso em
ionômero de vidro, estando mais indicados aqueles cujo tempo
contato prematuro com sangue, garantindo uma polimerização
completa e em conseqüência uma interação à estrutura dentária
de forma mais eficiente.
para caracterizar como lonômero. O Variglass, por ser apenas
fotopolimerizável, é denominado por LIMA NAVARR()23et alii,
como um falso ionômero, sendo hoje chamado de compômero.
CONCLUSÕES
1. Houve diferença significativa
entre os materiais A
O terceiro material utilizado, o Vivaglass da Vigodent, é uma
(Vivaglass) e B (Vitremer) em relação ao material C (Variglass).
proposta para forramento de cavidades, e foi utilizado por se
tratar de um material novo, mesmo que ele não seja recomenda-
Os materiais A e B se mostraram superiores ao material C;
2. Houve diferença significativa entre os materiais A e B,
do como restaurador.
sendo A superior a B em termos de vedamento marginal;
Apresentou
um comportamento
satisfatório, talvez baseado no rigor da técnica utilizada. Sendo
um silicato de vidro alumínio e metacrilato, na realidade se as-
3. Os testes de infiltração marginal com amálgama (efeito comparativo) mostraram graus de infiltração semelhantes aos
semelha ao Vitremer, todavia não apresenta a terceira forma de
materiais A e B;
polimerização e por isso mesmo se mostrou bastante eficiente.
4. Os cimentos de ionômero de vidro fotopolimerizados,
Outra vantagem do Vitremer em relação aos dois concorrentes
pelos resultados aqui encontra~os, e considerando o seu tempo
está situada no fato de que o material da 3M é colocado todo de
uma vez, os demais devem ser usados com a técnica estratificada,
de trabalho e capacidade de união à estrutura dentária, podem
exigindo mais tempo para a retroobturação e correndo mais ris-
ser recomendados
como materiais
de eleição
retroobturações em dentes apicectomizados.
cos de contaminação,
os testes.
RESUMO
se fizermos a extrapolação clínica para
Por fim, ao escolhermos o material para a pesquisa, nos
pareceu
natural
fotopolimerizável
por GONZALESl4
optarmos
pelo
ionômero
ou Tipo IV, segundo classificação proposta
e LIMA NAVARR023
et alii. Observamos
ceu a melhor opção e o material mais promissor.
Sem dúvida,
a introdução
da condição
na característica
fotopolimerizáveis,
em relação
à penetração
de corante
(Rodamina B a 2%), com opção de material para obturações
retrógradas em dentes apicectomizados. Para isso, usou-se 66
dentes humanos uniradiculares,
que foram retroobturados com
os seguirites materiais: Vivaglass Liner - Vivadent (Grupo A),
de
dos ionômeros de vidro é
responsável pelas sensíveis melhoras no comportamento
O presente trabalho se propôs a realizar avaliação in vitro,
do poder de selamento marginal de três ionômeros de vidro
de vidro
que cada autor tem sua preferência com relação ao material a
ser usado, mas com a evolução do ionômero de vidro, nos pare-
fotopolimerização
para
do
material, somando-se às outras vantagens que o material já possui, assim como ocorre com o hidróxido
de cálcio;
Vitremer - 3M (Grupo B) e Variglass VLC - Dentsply (Grupo
C). Dois J dentes em cada grupo foram retroobturados com
amálgama.
Logo após, colocou-se
os corpos de prova em
Rodamina B a 2%. Concluiu-se que os ionômeros de vidro
fotopolimerizáveis,
pelos resultados observados, e consideran-
FRIEDMANII et alii especulam sobre a performance inferior
do-se o seu tempo de trabalho e capacidade de união à estrutura
do ionômero de vidro devido à contaminação pela umidade,
assim como THIRAWAT & EDMUNDS38, onde recomendam
dentária, são recomendados
a produção de um material com menor tempo de aplicação.
ALHADAINY & HIMEU observaram essa melhora
quando
usaram
o ionômero
de vidro
utilizados
(amálgama
Obturação
retrógrada;
microinfiltração
apical; selamento apical; material retroobturador.
fotopolimerizável
índice de infiltração do corante em comparação aos demais
materiais
obturações retrógradas em dentes apicectomizados.
Unitermos:
(Vitremer) no reparo em perfurações de furca, obtendo o menor
fotopolimerização,
como materiais de eleição para
e Cavit),
devido
a
que permitiu um bom controle do material
SUMMARY
In retrograde fillings, three light-cured glass ionomers
(Vivaglass- Vivadent,
Vitremer-3M
and Variglass- VLC -
Dentsply) were used for marginal sealing in experimental sltudy,
no momento da colocação, evitando a contaminação pela umi-
and results achieved from in vitro techniques were compared.
dade, e rápida polimerização (20 segundos).
De posse dos resultados, e discutindo to'das as variáveis
For this purpose, 66 teeth were selected, and randomly diviided
RGO, 48 (1): jan/fev/mar.,
2000
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23
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