A utilização de proteínas relacionadas à resposta imune em

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54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
A utilização de proteínas relacionadas à
resposta imune em esponjas marinhas
como possíveis biomarcadores de poluição
Lima, G1; Sereno, D1; Custódio, MR2; Lôbo-Hajdu, G1; Zilberberg, C1
Instituto de Biologia Roberto Alcântara, Departamento de Biologia Celular e Genética, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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Instituto de Biologia, Departamento de Fisiologia, Universidade de São Paulo
[email protected]
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Palavras-chave: Proteínas, Resposta imune, p38, AIF-1, Esponjas, Poluição
O ambiente marinho está constantemente sendo exposto a um grande número de substâncias tóxicas que são lançadas
diretamente no meio, como o despejo de dejetos domésticos, industriais e agrícolas. Assim, o biomonitoramento marinho,
através do uso de organismos sentinelas, tem sido essencial para avaliar os impactos ambientais causados por atividades
humanas no mar. Atualmente tem crescido o interesse pelo uso de biomarcadores, ou seja, a utilização de respostas
iniciais ao nível bioquímico ou celular de uma espécie bioindicadora frente a um ambiente alterado, a fim de prever
e muitas vezes limitar os efeitos destes impactos ambientais. O emprego de proteínas relacionadas à resposta imune
de um organismo pode ser um eficiente biomarcador de estresse gerado por poluentes. Isto porque qualquer alteração
na resposta imune ou na capacidade do organismo de exercer seus mecanismos efetores pode eventualmente levar a
sua morte. O objetivo do presente estudo foi empregar proteínas relacionadas à resposta imune em esponjas marinhas
como possíveis biomarcadores de estresse relacionado à chegada de poluentes no meio. A ativação de moléculas da
cascata da MAPK (p38 e ERK2), além de um fator de inflamação (AIF-1) foi monitorada após a exposição da esponja
Hymeniacidon heliophila a diversos poluentes, como grandes concentrações de Escherichia coli, derivados de petróleo e
detergentes aniônicos. Os resultados mostram uma pequena ativação de AIF-1 após 4hrs de incubação em 30ug de LPS
(Lipopolissacarídeo) de E. coli (a camada endotóxica de bactérias Gram-negativas). Além disso, houve uma ativação
de p38 48hrs após a exposição de H. heliophila a 1% de óleo de motor. Porém, não houve ativação da proteína ERK2
nos mesmos indivíduos expostos ao óleo. O experimento de exposição de H. heliophila a 0,25mg/L de Dodecil sulfato
de sódio (SDS, detergente aniônico) por 48hrs não gerou diferença na ativação de AIF-1 em relação ao controle. Esses
resultados indicam que apesar da p38 e AIF-1 serem moléculas adequadas para serem utilizadas como biomarcadores
de estresse gerado por poluentes, a esponja H. heliophila parece não ser um modelo apropriado para os estudos em
questão. Novos experimentos estão sendo conduzidos com seis outras espécies de esponjas para averiguar quais seriam
as mais adequadas para o estudo de resposta a poluentes. Os modelos mais adequados serão as espécies mais sensíveis
e com uma rápida ativação das moléculas relacionadas à resposta imune após a exposição aos poluentes.
Apoio Financeiro: CNPq e FAPERJ.
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