slides - A CLÍNICA DA PSICOSE

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A CLÍNICA DA
PSICOSE
Profª Ms Sandra Diamante
Dezembro - 2013
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O Psicótico: aspectos da
personalidade David Rosenfeld
Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa
de Psicanálise. Expandiu o entendimento psicanalítico da
psicose tanto clínica qto teoricamente.
Funções dos sintomas psicóticos na transferência, com ênfase
nas defesas primitivas (identificação projetiva, dissociação,
negação), com redução da capacidade de pensar do paciente e
de se haver com a realidade interna.
Funções do analista: ser continente e usar interpretações
contratranferênciais.
A organização intrapsíquica das relações internas de objetos
diferencia os diversos tipos de organizações defensivas no
desenvolvimento da clinicada psicose.
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Psicose e Parte Psicótica: uma
aproximação clínica
Definida por Freud como uma negação da realidade e
inadaptação. É um distúrbio narcisista, um aparelho
psíquico danificado.
A parte psicótica (não descrita por Freud) definidefini-se a
partir do conceito de Cisão. Para Freud tratatrata-se de um
processo defensivo dos mais primitivos.
Rosenfeld conjectura que a parte sadia ou neurótica,
sem presente em qq paciente, é capaz de estabelecer
alguma forma de relação transferencial, mesmo com a
parte cindida do ego.
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“Podemos entender algo sobre o paciente psicótico
graças a sua parte mais sadia através da qual ele pode
verbalizar e formas conceitos. Não se pode tomar
contato direto com a parte psicótica. Vai sendo criada,
durante o tratamento” (19 25, p 32)
Para Freud “a transferência não está totalmente ausente,
mas pode ser usada até certo ponto, e a psicanálise
conseguiu um inegável sucesso nas depressões cíclicas,
transtornos paranóides leves e esquizofrenias parciais”
(1925)
Contribuições de Bion (1967 a) ao campo clínico e
técnico ao identificar o funcionamento da personalidade
psicótico. Entende que a personalidade psicótica não
tem capacidade de formular perguntas para si mesmo,
não toma conhecimento dos conflitos. Expele seu ego e
suas funções perceptivas.
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Transferência no Tratamento
Psicanalítico
O analista deve então ajudar o paciente a recuperar
aquilo do qual se livrou (objetos, emoções, e também
funções do ego) por identificação projetiva.
No tratamento é preciso “aproveitar“aproveitar-se” da parte
neurótica do paciente, com mínima capacidade de
verbalização, par estabelecer uma relação transferencial.
Esta parte neurótica que dá base para uma relação
transferencial.
(Abraham)
Metodologicamente a Transferência em Freud permite
que os protótipos das imagos parentais emerjam.
É pela relação libidinosa que o paciente é capaz de se
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comunicar com o analista.
Como é a transferência no tratamento de psicóticos?
Alguns fenômenos transferenciais
Muitos aspectos profundos que nos neuróticos só podem ser
trazidos à superfície trabalhosamente, nos psicóticos são visíveis a
qualquer um
O que Freud chamou de transferências na psicose, foi um tipo de
transferência que não pode ser incluída na sua teoria das neuroses.
Com alguns modos de comunicação mais primitivos e
indiferenciados, disruptivas ou desorganizadas.
Restituição Psicótica: São delírios e alucinações como tentativas
de restituição do vínculo. Mas são fenômenos transferenciais?
Nem Freud respondeu...
Freud: Reconstituição é reconexão com os objetos.
A noção do conceito de tempo necessário para estabelecimento6 de
transferência no tratamento com psicótico.
Conduta técnica:
1.
2.
3.
4.
5.
Não interpretar apressadamente, antes criar o
contexto adequado;
Aprender a conter as identificações projetivas do
paciente para não ser subjugado por elas
Considerar os sentimentos contratransferenciais em
relação à transferência delirante
Não interpretar níveis edípicos pois só aumentam a
confusão do paciente. Ex: “esta é uma parte louca
sua projetada no seu pai ou sua mãe e agora em
mim”
O paciente descobre que existe alguém capaz de
tolerar e conter sentimentos insuportáveis para ele,
e par aqueles que com ele convivem.
Rosenfeld, 1994, p.42/43.7
O uso da contratransferência
O terapeuta do paciente psicótico ante emoções
intensas que estão além dos afetos da transferência do
neurótico.
A contratransferência deveria ser usada para pensar e
não para explicar ou interpretar. Usada como hipótese
para pensar.
Os sentimentos intensos são transmitidos pelos
mecanismos (defensivos e também expressivos, tom
de voz, frases interrompidas mensagens paradoxais. 8
O uso da contratransferência
A maneira do psicótico se expressar é a fonte mais
rica, mais que memórias e sonhos dos neuróticos
(Liberman, 1970)
A contratransferência é perturbadora somente enq
uanto não percebemos seu significado, qdo não se
sabe o que fazer com ela.
Nos psicóticos a perturbação é mais difícil porque o
paciente tenta transmitir o que não pode expressar em
palavras, seu mundo caótico infantil
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O uso da contratransferência
No caso do paciente psicótico o sentimento mais
difícil de tolerar é o desespero. É sua forma de
projetar de se livrar dos sentimentos insuportáveis,
com os quais não pode lidar.
Tenta descobrir se o terapeuta também se sente
desesperançado dele, ou se fica atento e ainda pode
pensar ativamente, diferente dos pais na sua infância.
A contratransferência deve ser pensada, decodificada,
levada para nossa análise e nunca expelida por meio
de interpretações selvagens apressadas e incorretas. 10
REFERÊNCIAS
D. Rosenfeld. “O Psicótico”. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1993.
J. Bergeret.
Bergeret.
“Psicopatologia: teoria e clínica” 9ª ed.
Porto Alegre: Artmed
Artmed,, 2006.
“A personalidade normal e a patológica”
3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1993.
S. Freud. “Obras Completas”
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