Qual-o-lugar-das-instituições-de-saúde-mental-para-o

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
UNIDADE SÃO GABRIEL
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
QUAL O LUGAR DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE MENTAL PARA O SUJEITO
PSICÓTICO?
Cristiane Silva Lacerda1
Aline Aguiar Mendes2
O presente trabalho tem como objetivo investigar a questão: Qual o lugar das
instituições de saúde mental para o sujeito psicótico? Para orientar nosso percurso,
foram formuladas duas hipóteses de trabalho, baseadas no olhar crítico e indagativo
decorrentes do aprendizado como estagiária de psicologia do Instituto Raul Soares e
do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Santa Luzia. Alia-se a isso, os
conceitos contemplados durante a formação acadêmica, referente ao atendimento
psicológico em saúde mental. Essas hipóteses são: As instituições de saúde mental
têm o significado, para o psicótico, de impedir a invasão do Outro? Ou, será que as
instituições de saúde mental têm o significado de um Outro que também o invade?
Para responder a estas questões, foi realizado, através da abordagem psicanalítica,
um levantamento teórico sobre psicose, Complexo de Édipo, o Outro da psicose, a
transferência maciça na psicose, as instituições de tratamento para o sujeito
psicótico, a contribuição da psicanálise às instituições de saúde mental e a
construção do caso clínico. Para tanto, alguns(mas) teóricos(as) que discutem sobre
estes temas foram utilizados(as), tais como: Wellerson Durães Alkmim (2003),
Margarida Maria Assad (2004-2005), Hugo Bleichmar (1984), Lia Ribeiro Fernandes
(2000), Jaques Lacan (1999), Aline Aguiar Mendes (2005), Antonio Luiz de Andrade
Aluna do curso de Psicologia da PUC Minas - Unidade São Gabriel. Resumo da Monografia
apresentada no 2º semestre de 2009, como requisito parcial para conclusão de curso. Contato:
[email protected].
1
2
Mestre em Psicologia pela UFMG, professora do curso de psicologia da PUC Minas - Unidade São
Gabriel e orientadora desta monografia.
Quinet (2000), Colette Soler (1997), Carlo Viganò (1999), Alfredo Zenoni (2000).
Como resultado, chegamos à seguinte constatação: se as intuições de saúde mental
assumirem o lugar de saber sobre seus pacientes, de operarem através da lógica do
discurso médico buscando normatizar o sujeito, a equipe ocupará o lugar de Outro
absoluto que invade e assujeita os pacientes psicóticos. Isso favorece a construção
de um Outro absoluto, o que pode deixar o psicótico diante de experiências
impossíveis de serem simbolizadas – tornando-se, um empecilho para a
estabilização ou indutoras de uma desestabilização. Porém, se as equipes das
instituições de saúde mental assumirem uma postura de sujeitos suposto não saber
para o sujeito psicótico, ocupará o lugar de um Outro mais moderado e menos
invasivo. Isso vai ocorrer se a equipe operar um esvaziamento de um saber prévio
sobre o paciente, de um “querer para ele” e evitar oferecer elementos que permitam
que ele os coloque como um Outro absoluto, diante do qual ele passa a ser um
objeto.
Área de conhecimento: Ciências Humanas. Psicologia. Saúde mental. Psicanálise.
Palavras chave: Psicose. Psicanálise. Saber médico. Instituições de saúde mental.
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