Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Diferenciação do Tubo Neural Ana Isabel Pereira de Azevedo Ana Leonor Assunção Silva Ana Nunes Vieira Maria Inês Taboas Simões Marta H.C. Nunes de Andrade Biologia Celular e Molecular Porto 2005 Índice Pág. 1. Introdução 3 2. O desenvolvimento embrionário 3 3. Regulação molecular da indução neural 4 4. Neurulação 5 5. Diferenciação do tubo neural 7 5.1 Diferenciação céfalo-caudal 7 5.2 Diferenciação dorso-ventral 7 6. Malformações associadas ao desenvolvimento do tubo neural 9 6.1 Definição 9 6.2 Doenças 9 7. Investigação 10 8. Conclusão 12 9. Bibliografia 12 2 1. Introdução A presente monografia, de carácter opcional, insere-se no âmbito da disciplina de Biologia Celular e Molecular e, por meio dela, temos como objectivo alargar o nosso conhecimento, bem como o de outros, acerca de uma etapa específica do desenvolvimento embrionário, a diferenciação tubo neural e sua importância no desenvolvimento do sistema nervoso. A nossa escolha recaiu neste tema tanto pela sua importância no contexto das matérias abordadas em biologia do desenvolvimento, como pela relevância que tem na nossa futura profissão. De facto, é nossa convicção que compreendendo os mecanismos que estão subjacentes a uma normal diferenciação do tubo neural consigamos, mais facilmente, perceber o que está alterado quando surgem malformações fetais associadas ao tubo neural. Neste sentido, o nosso trabalho organiza-se de forma a darmos umas breves ideias sobre o que se passa até o embrião chegar a ser tridérmico, focando-se, posteriormente, nos mecanismos moleculares que regulam a indução neural e de que forma é que esta se processa. Reservaremos um espaço para apresentação de algumas malformações conhecidas por défices de mecanismos que explicitaremos. Optaremos, também, pela introdução de um capítulo no qual seleccionaremos alguns dos trabalhos e avanços em investigações nesta área. 2. O desenvolvimento embrionário O desenvolvimento embrionário começa após a fecundação, compreendendo todo o processo desde a formação do zigoto até ao nascimento. Inicia-se com uma série de divisões mitóticas do zigoto, originando a mórula que, ao ser implantada no útero, se modifica, havendo diferenciação das células em dois grupos: a mais externa, o trofoblasto, que mais tarde, se diferencia em citotrofoblasto e sinciotrofoblasto, enquanto que a mais interna, o embrioblasto, se diferencia em hipoblasto e epiblasto, que originará posteriormente, na gastrulação, os três folhetos embrionários: endoderme, mesoderme e ectoderme1,2. Após a gastrulação, caracterizada por movimentos morfogénicos intensos, forma-se o embrião tridérmico. Os três folhetos embrionários sofrem diferenciação celular, originando-se os 3 diferentes tecidos, os quais se inter-relacionam formando órgãos e sistemas de órgãos. Esta fase denomina-se organogénese; é iniciada com a neurulação, que culmina na formação do tubo neural (que originará o encéfalo e espinhal medula) e da crista neural (na base dos sistemas nervosos periférico e autónomo), sendo induzida por um conjunto de interacções celulares. Segue-se a diferenciação do tubo neural, num processo rápido, em que ocorre diferenciação a diversos níveis, podendo distinguir-se diferenciação céfalo-caudal de dorso-ventral1,2. 3. Regulação molecular da indução neural Os organismos são estruturas complexas compostas por diversos tipos de tecidos, os quais, necessariamente, têm de comunicar entre si para que se possam desenvolver como um todo estruturado. Também durante o desenvolvimento embrionário as células comunicam entre si e transmitem sinais através de processos de indução. Por este mecanismo, um determinado tecido produz um sinal que envia a outro, provocando uma resposta que, de alguma forma, altera o rumo do seu desenvolvimento. Existem dois tipos principais de interacções entre as células: interacção parácrina e justácrina. Em relação à primeira, podem agrupar-se os seus factores em quatro famílias: o Fibroblast Growth Factor (FGF): associados à angiogénese, desenvolvimento da mesoderme e condução axonal, entre outros; o Hedgehog Family: sendo o mais conhecido desta família o Sonic Hedgehog, responsável pela modelação do tubo neural em vertebrados e indução da formação de diversos tipos de neurónios; o Wnt Family: importantes no estabelecimento da polaridade nos membros dos vertebrados; o TGF-β super Family: que inclui as famílias TGF-β, activina, BMP e Vg1, entre outras proteínas. As proteínas BMP são capazes de controlar o ciclo celular de outras células, bem como a sua migração e diferenciação2. A BMP-4 assume um papel fundamental na indução neural. O seu bloqueio promove a indução neural enquanto que, na sua presença, a ectoderme origina epiderme e a mesoderme forma a mesoderme intermediária e a placa lateral. Quando ausente ou neutralizada a BMP-4, a ectoderme 4 dá origem ao tecido neural. Dada a importância da inactivação desta proteína, existem moléculas que são segregadas com esse propósito, nomeadamente a noguina, a cordina e a folistatina, presentes no nó primitivo, no notocórdio e na mesoderme pré-cordal. Elas induzem a mesoderme a formar o notocórdio e a mesoderme paraxial (mesoderme desloca-se dorsalmente). Estes indutores neurais apenas induzem os tecidos do encéfalo anterior e do mesencéfalo. As estruturas caudais da placa neural (encéfalo posterior e medula espinhal) dependem da secreção de duas proteínas: a Wnt3 e FGF. O ácido retinóico também parece tomar parte na organização do eixo céfalo-caudal, uma vez que pode fazer com que segmentos cefálicos sejam reespecificados para caudais, pela regulação da expressão de genes homeobox3. 4. Neurulação Subsequentemente à indução, a placa neural alongada expande-se, gradualmente, em direcção à linha primitiva. Existem duas formas principais para converter a placa neural em tubo neural: a neurulação primária e a secundária. Regra geral, a porção anterior do tubo neural provém de uma neurulação primária, enquanto a posterior é secundária. O tubo neural completo é constituído pela junção dos dois tubos formados separadamente3. Na neurulação primária, as células que rodeiam a placa neural induzem-nas a proliferarem e invaginar para formar uma estrutura tubular. Após a formação da placa neural, os seus bordos ficam mais finos e ascendem para formar as pregas neurais, enquanto o sulco neural, em forma de U, surge no centro da placa, dividindo os futuros lados esquerdo e direito do embrião. As pregas neurais migram em direcção à linha média do embrião, fundindo-se para originar o tubo neural. A neurulação primária pode ser dividida em quatro etapas distintas espacial e temporalmente: 1. e 2. formação e a modelação da placa neural. A partir da mesoderme dorsal são enviados sinais para as células da ectoderme se alongarem e constituírem a placa neural. Estas células alongadas diferenciam-se daquelas da epiderme. Os movimentos intrínsecos da epiderme e da placa neural dão forma a esta, a qual se alonga ao longo do eixo antero-posterior e se torna mais estreita, para que se possa dobrar e formar o tubo neural; 5 3. dobra da placa neural. Esta fase envolve a formação de regiões onde a placa neural contacta com os tecidos circundantes. Em mamíferos, as células da linha média da placa neural são designadas de medial hinge point (MHP) e tornam-se ancoradas ao notocórdio subjacente, o qual as Fig. 1: Microscopia electrónica: sulco neural e pregas neurais. Adaptado de 4. induz a tornarem-se cuneiformes. Fica formado um canal na linha média dorsal. Pouco depois, outros dois canais são formados perto do contacto da placa neural com a restante ectoderme, em regiões designadas dorsolateral hinge points (DLHPs), ficando ancorados à superfície da ectoderme das pregas neurais. Também estas células se tornam cuneiformes. Após a formação destes canais na placa neural, ela acaba por se dobrar à volta deles, os quais funcionam como pivots. Forças extrínsecas também actuam, puxando a epiderme para o centro do embrião. Estes eventos levam à constituição das pregas neurais (fig.1); 4. fecho do tubo neural. À medida que as pregas neurais se aproximam na linha média, aderem uma à outra e fundem-se. Esta fusão não ocorre simultaneamente ao longo da ectoderme, Fig. 2: Microscopia electrónica: tubo neural. Adaptado de 4. sendo que a neurulação cefálica é mais avançada que a caudal e que permanecem duas extremidades abertas, uma anterior, o neuroporo anterior e uma posterior, o neuroporo posterior. Em mamíferos, o fecho do tubo neural (fig. 2) é iniciado em vários locais ao longo do eixo anteroposterior3. O processo da neurulação primária parece ser similar em anfíbios, répteis, aves e mamíferos e divide a ectoderme em três tipos de células: o tubo neural, posicionado internamente, que dará origem ao encéfalo e espinhal medula, a epiderme, localizada externamente e as células da crista neural (fig. 3)3. Fig. 3: Microscopia electrónica: células da crista neural. Adaptado de 4. A crista neural constitui a região que põe em contacto o tubo neural e a epiderme. Forma-se no local de elevação das pregas neurais, quando existem elevados níveis de BMP’s em contacto 6 com altos níveis de Wnt 6 da epiderme. As células da crista neural expressam os factores Fox D3 e Slug. Este último inactiva moléculas adesivas entre as células da crista neural (N-caderinas), permitindo que migrem ao longo do organismo. Esta estrutura irá, futuramente, originar os sistemas nervosos periférico e autónomo3. Na neurulação secundária, o tubo neural ascende a partir da coalescência das células mesenquimatosas para formar uma estrutura sólida que, posteriormente, cavita e se converte em tubular. O conhecimento da neurulação secundária é importante em medicina devido à prevalência das malformações da medula espinhal posterior3. 5. Diferenciação do tubo neural A diferenciação do tubo neural nas diversas regiões do sistema nervoso central (SNC) ocorre rapidamente e a vários níveis simultaneamente: Fig. 4: O tubo neural. Adaptado de 5. o diferenciação anatómica das diferentes estruturas do SNC; o diferenciação a nível tecidual para formar diferentes camadas quer na medula espinhal quer no cérebro; o diferenciação a nível celular, com a formação de diferentes tipos de células nervosas (neurónios) e de suporte (glia)2,3. 5.1 Diferenciação céfalo-caudal A região cefálica do tubo neural experimenta um desenvolvimento muito acentuado, ocorrendo formação das diferentes partes do cérebro e de estruturas cefálicas do SNC. Este desenvolvimento é controlado por uma série de genes, incluindo os genes Hox2,3. 5.2 Diferenciação dorso-ventral O tubo neural sofre uma polarização e diferenciação dorso-ventral, o que leva a que as células de diferentes camadas ao longo deste eixo adquiram diferentes características e assumam diferentes funções, como é o caso dos neurónios sensitivos e motores, os quais são formados nas 7 regiões dorsal e ventral do tubo, respectivamente. Os interneurónios formam-se nas regiões intermédias3. A polaridade é estabelecida por influência de tecidos vizinhos, nomeadamente o notocórdio, ventralmente, e a epiderme, dorsalmente. A especificação do eixo dorso-ventral do tubo neural é iniciada por dois grandes factores parácrinos. O notocórdio liberta Sonic Hedghog (shh) que vai induzir a formação da placa ventral do tubo (floor plate); as células ventrais da placa passam, também, a libertar shh. A epiderme (ectoderme dorsal) liberta proteínas da família TGF-β, especialmente BMP 4, BMP 7, dorsalina e activina, as quais vão induzir a formação da placa dorsal (roof plate), que passa, também, a libertar estas proteínas. Tais factores promovem um gradiente ao longo das células vizinhas, difundindo-se a BMP 4 ventralmente e o shh dorsalmente3. Os factores parácrinos interactuam para instruir a síntese de diferentes factores de transcrição ao longo do eixo dorso-ventral do tubo neural. As células do tubo neural irão exprimir a sua identidade de acordo com a influência que recebem das células vizinhas, uma vez que os diferentes tipos de factores parácrinos activam ou inibem determinados factores de transcrição celular, conduzindo a uma expressão genética diferencial ao longo das diversas camadas de células do tubo neural. Assim, as células sujeitas a maior concentração de shh sintetizam os factores de transcrição Nkx6.1 e Nkx2.2, tornando-se neurónios ventrais (V3). Os grupos celulares mais dorsais, sujeitos a cada vez mais factores TGF-β e a menos shh produzem os factores de transcrição Nkx6.1 e Pax6 e tornam-se neurónios motores. Os dois grupos celulares seguintes, que recebem progressivamente menos shh, tornam-se os interneurónios V2 e V12,3. A diferenciação dorso-ventral até aqui referida corresponde ao que se passa na metade ventral da medula espinhal, da qual se originam os neurónios motores. Porém, da metade dorsal originar-se-ão neurónios que terão por função a integração de informações sensoriais da periferia. A organização da parte dorsal da medula espinhal definitiva resulta da migração e rearranjos controlados das células, durante o desenvolvimento neural inicial. Todos os neurónios que farão parte da medula espinhal dorsal originam-se no tubo neural dorsal. São quatro os domínios de 8 expressão de genes pró-neurais, que codificam para factores de transcrição da Basic Helix-LoopHelix (bHLH), os que definem as células progenitoras no tubo neural dorsal. Estes diferenciam-se, originando seis tipos de interneurónios dorsais (dI1-dI6), os quais podem ser distinguidos através do tipo de factores de transcrição que expressam. Os dados disponíveis até hoje indicam que os genes pró-neurais são necessários para iniciar o desenvolvimento das diferentes classes de neurónios. Alguns dos factores expressos são o Math1 (expresso pelas células localizadas dorsalmente, adjacentes ao roof plate), neurogenina 1 (Ngn1) e Ngn2 (expressas em células localizadas mais ventralmente) e Mash1 (expresso por precursores dos interneurónios dI3 e dI5). Claramente, muito há ainda a investigar acerca das células do tubo neural, factores expressos e correlações entre caracterização anatómica e funcionalidade, mas trata-se de uma área em franca evolução de conhecimentos, actualmente 6. 6. Malformações associadas ao desenvolvimento do tubo neural 6.1 Definição “Malformações congénitas do sistema nervoso central e estruturas adjacentes relacionadas com uma formação anormal do tubo neural durante o primeiro trimestre de gravidez que geralmente acontece entre dias 18 e 29 de gestação. Malformações da ectoderme e da mesoderme (envolvendo o crânio e vértebras principalmente) podem acontecer como resultado de defeitos no fecho do tubo neural. 7” 6.2 Doenças A anencefalia é um defeito do tubo neural que acontece quando a extremidade cefálica do tubo neural não fecha, normalmente entre o 23º e 26º dias de gravidez, resultando na ausência de uma porção principal do encéfalo, crânio e couro cabeludo. Crianças com esta anomalia nascem sem um encéfalo frontal. O tecido restante do encéfalo está, frequentemente, exposto 8, 9, 10. A lisencefalia, que literalmente significa “cérebro liso”, é uma malformação de encéfalo rara caracterizada por microcefalia e falta das circunvoluções normais do cérebro. É causado por uma migração neuronal defeituosa 9. 9 A megalencefalia é uma condição na qual há um encéfalo anormalmente grande, pesado e com mau funcionamento. Pensa-se que a megalencefalia está relacionada com uma perturbação na regulação de reprodução de células ou com a sua proliferação 9. A Malformação de Chiari é uma condição na qual há protrusão do cerebelo no canal espinhal. Pode ser ou não aparente ao nascimento 9, 10. A encéfaloceles é um conjunto de defeitos raros no tubo neural caracterizado por protrusões do encéfalo e suas membranas nas aberturas no crânio. Estes defeitos são causados pelo insucesso do tubo neural em se fechar completamente durante o desenvolvimento fetal 9, 10. A espinha bífida é uma gama de malformações que são o resultado de fecho anormal ou incompleto da porção caudal do tubo neural. É um defeito do tubo neural (uma desordem que envolve desenvolvimento incompleto do encéfalo, espinha dorsal, e/ou as suas estruturas protectoras) causado pela incapacidade da coluna do feto em se fechar correctamente durante o primeiro mês de gravidez 8, 9. 7. Investigação O conhecimento sobre como o sistema nervoso se desenvolve e qual o papel dos genes no desenvolvimento fetal são as metas principais dos investigadores que estudam as doenças neurológicas congénitas. Estão-se a concentrar esforços no sentido de entender os processos complexos responsáveis no desenvolvimento normal do cérebro e sistema nervoso e como o seu impedimento leva a doenças cefálicas. Entender como, por um lado, os genes controlam a migração das células do cérebro, sua proliferação, diferenciação e morte e, por outro, como a radiação, drogas, toxinas, infecções e outros factores influenciam estes processos, será um passo em frente na prevenção10. A existência de um gene variante, C677T, do gene da enzima 5,10-metilenotetrahidro-folato redúctase, gene envolvido no processamento do folato, é suficiente para aumentar o risco de se nascer com uma malformação associada ao tubo neural. Em homozigóticos para o alelo T, do gene variante C677T, e os heterozigóticos CT estão associados a uma concentração baixa de folato, 10 concentrações altas de homocisteína e actividade enzimática mais baixa do que os homozigóticos CC, sendo estes efeitos mais evidenciados para os homozigóticos. Estes são factores de risco para as malformações do tubo neural. Tanto as concentrações baixas de folato como as altas de homocisteína associadas aos genótipos do tipo CT e TT, podem ser corrigidos através de ácido fólico. Realça-se a importância da entrada do ácido fólico nos programas de saúde social para todas as mulheres em idade de engravidar para, assim, evitar as malformações associadas ao tubo neural. Para além disso, o ácido fólico, previne, também, as doenças cardiovasculares 11. Resultados obtidos em ensaios clínicos randomizados recolhidos mostraram que, pelo menos metade dos casos de malformações associadas ao tubo neural podiam ter sido prevenidos se as mães tivessem ingerido ácido fólico. Aconselha-se a ingestão de 0,4mg de ácido fólico no mês anterior à concepção e nos três primeiros meses de gravidez. A título de prevenção e, para além da ingestão de ácido fólico, podem referir-se as ultra-sonografias pré natais e o teste de risco fetal 12, 13. Foram realizadas análises (SSCA) aos genes de 179 pacientes com espinha bífida com o objectivo de analisar a BMP4 e o seu inibidor, NOG. A análise revelou quatro mutações para a BMP4 e apenas uma para o NOG. Os investigadores acreditam que estas mutações, actuando com outras variantes de genes, podem estar na base do aparecimento da espinha bífida. Em adição, um estudo de casos e controlos trouxe evidências para um desequilíbrio no genótipo da BMP4 – a existência da forma variante 455TC (V152A), no exão 5. A frequência de heterozigóticos 455TC é mais baixa nos casos do que nos controlos, apesar da frequência dos alelos ser semelhante em ambos os grupos. Uma explicação possível é que ser-se heterozigótico para o 455TC neste local é um factor de protecção na população normal, apesar de até hoje ainda não ter sido provado 14. Foi revelada a importância da FGF-1 e da FGF-2 para a proliferação e diferenciação das células neuronais. Foi demonstrado que as células da zona sub-ventricular do cérebro adulto têm características de percursores neuronais: elas podem responder à proliferação pela FGF-2 e à indução da diferenciação pela FGF-1. Aparentemente, a exposição do embrião ao álcool diminui a 11 proliferação da camada ventricular e, consequentemente, reduz o número de neurónios formados, o que sugere que o álcool é um inibidor da acção das FGF 15. Neste momento está a ser levado a cabo nos EUA um estudo que tem como objectivo descrever as condições genéticas que estão na origem da espinha bífida. Encontra-se ainda na fase de recrutamento de pacientes 16. 8. Conclusão O desenvolvimento do nosso trabalho permitiu-nos alcançar os objectivos a que nos propusemos no início. Para nós, foi estimulante toda a abordagem de um tema tão interessante e actual, particularmente no que se refere à pesquisa e selecção de artigos científicos subordinados a novas descobertas nesta área. As principais dificuldades com que nos debatemos foram, por um lado, o facto de sermos de diferentes turmas e ser complexo conciliar os diferentes horários; por outro, conseguir reunir e condensar tanta informação escrita e gráfica que existe disponível acerca desta temática num tão curto limite de páginas. Apesar de tudo, estamos satisfeitas com a tarefa que levámos a cabo e incentivámos a continuação da realização deste tipo de trabalhos, uma excelente forma de interiorizar a matéria e de procurar saber um pouco mais. 9. Agradecimentos Por último, queremos deixar o nosso especial agradecimento à Drª Sandra Rebelo pela sua disponibilidade e sugestões para melhorar este trabalho. 9. Bibliografia 1. Williams, P. L., Warwick, R., Dyson, M., Bannister; L. H. (1995) Gray Anatomia. 37ª Edição. Londres. Editora Guanabra Koogan. 2. Alberts. Principles of Development. 2ª Edição. Wolpert. 3. Gilbert. Development Biology. 6ª Edição. 4. http://escuela.med.puc.d/.../atlas/cap3/priat3.html 5. http://www.forp.usp.br/mef/embriologia/geral.html 12 6. Anderson, T. C. (2003) Patterning cell types in the dorsal spinal cord: what the mouse mutants say. Nature Publishing Group. 7. Joynt. (1992) Clinical Neurology. 55, pp. 31-41. 8. http://www.wrongdiagnosis.com/n/neural_tube_defect/intro.htm 9. http://www.ninds.nih.gov/disorders/disorder_index.htm 10. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/neuraltubedefects.htm 11. Kirke, P. N., et al. (2004) Impact of the MTHFR C677T polymorphism on risk of neural tube defects: case-control study. British Medical Journal. 328, pp. 1535 – 1536. 12. Honein, M. A., et al. (2001) Impact of folic acid fortification of the US food supply on the occurrence of neural tube defects. Journal of the American Medical Association. 285(23), pp. 29812986. 13. Berry, R. J., et al. (1999) Prevention of Neural-Tube Defects with Folic Acid in China. The New England Journal of Medicine. 341, pp. 1485-1490. 14. Felder B., et al. (2002) Evaluation of BMP4 and its specific inhibitor NOG as candidates in human neural tube defects (NTDs). [Pubmed] 15. Bartlett P. F., et al. 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