SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI ARIONE ALVES DOS REIS ROCIÁRIA MARIA AIRES BARREIRA UM OLHAR DIFERENCIADO DO ENFERMEIRO A RESPEITO DO CUIDADO AO PACIENTE GRAVE NA UTI E DOMICILIAR Brasília – DF 2011 ARIONE ALVES DOS REIS ROCIARIA MARIA AIRES BARREIRA UM OLHAR DIFERENCIADO DO ENFERMEIRO A RESPEITO DO CUIDADO AO PACIENTE GRAVE NA UTI E DOMICILIAR Dissertação apresentada como requisito parcial para a conclusão do Curso de Terapia Intensiva e obtenção do título de Mestre em UTI pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva. Orientador: Prof. Dr. Douglas Ferrari. Brasília – DF 2011 FICHA CATALOGRÁFICA BARREIRA, Rociária Maria Aires; REIS, Arione Alves dos. Um olhar diferenciado do enfermeiro a respeito do cuidado ao paciente grave na UTI e domiciliar. (Dissertação). Curso de Terapia Intensiva, pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI). Brasília, 2011. 36 páginas Inclui Referências Orientador: Prof. Dr. Douglas Ferrari Especialista em Medicina Intensiva, Presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI). 1. Unidade de Terapia Intensiva. 2. Cuidar. 3. Humanização. 4. Enfermeiro. 5. Acolhimento. ARIONE ALVES DOS REIS ROCIÁRIA MARIA AIRES BARREIRA UM OLHAR DIFERENCIADO DO ENFERMEIRO A RESPEITO DO CUIDADO AO PACIENTE GRAVE NA UTI E DOMICILIAR Dissertação apresentada como requisito parcial para a conclusão do Curso de Terapia Intensiva e obtenção do título de Mestre em UTI pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva. Orientador: Prof. Dr. Douglas Ferrari. Banca Examinadora: _____________________________________________ Prof.Dr. Douglas Ferrari. Presidente da Banca – Orientador Presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva. ______________________________________________ Prof......... Avaliador ______________________________________________ Prof......... Avaliador Aprovada em: ____/____/2011 AGRADECIMENTOS A profissão da enfermagem, às vezes, é árdua e angustiante, porém, deslumbrante, requer muita atenção e, principalmente, dedicação na arte de cuidar, de forma diferenciada. Aconteceram momentos marcantes no decorrer destes anos. Encontramos pessoas importantes que nos instruíram e orientaram para que este trabalho fosse realizado; pessoas que nos aconselharam diante das nossas incertezas, não desistindo de nos incentivar e nos fazer acreditar que tudo daria certo. Nesse sentido, agradecemos, acima de tudo, a Deus, pela força, coragem e determinação. Às nossas famílias, que não mediram esforços para nos incentivar diante das dificuldades. Ao nosso orientador, Prof. Dr. Douglas Ferrari, que acompanhou incessantemente, e que contribuiu significativamente com a realização e a concretização deste trabalho. Ainda, por seu compromisso e profissionalismo que aguçou o nosso lado profissional. Concordando com Einstein, uma mente que se abre para uma idéia, jamais volta a ter o mesmo tamanho. Obrigada a todos que nos proporcionaram conhecimentos. Os nossos sinceros agradecimentos. Pela importância deste trabalho para a nossa vida profissional, dedicamos a todos aqueles que partilharam desta vivência, em especial, família, amigos e professores. RESUMO Com o tema do cuidar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e em domicílio, este trabalho discute a atuação do enfermeiro diante das internações de pacientes graves em UTI, bem como em domicílio, sendo movido pelas questões: Como tem sido o cuidar com pacientes internados em UTI e em domicílio? Na enfermagem, em especial, esse cuidado tem resgatando a valorização de um trabalho não tecnicista, nem mecanizado e desenvolvido ações diferenciadas, humanizadas? Esse cuidado tem valorizado o ser humano em sua integralidade? Assim, seu objetivo é refletir a respeito da necessidade de um olhar diferenciado do enfermeiro quanto ao cuidado nas situações de internação em UTI e em domicílios, com vistas à recuperação do paciente. Para tanto, seu percurso metodológico envolveu a pesquisa de natureza acadêmica, descritiva, qualitativa, a revisão bibliográfica, como a principal fonte de informações, e a apresentação de um exemplo de paciente grave com internações em UTI e atendimento domiciliar, com a intenção de compreender melhor a importância do cuidar na UTI e em domicílio e para exemplificar e complementar o estudo em questão. Como resultados, apresenta a importância do cuidar diferenciado, que envolve, ao mesmo tempo, ações da enfermagem, da família, de amigos, não com uma perspectiva de cuidar tecnicista, mecanizado, mas sim com modos especiais de agir, dando importância ao outro, tendo empatia e se importando com o outro ser humano que, necessariamente, está precisando muitas vezes de um toque, de ser ouvido, de ser valorizado. E quem sabe fazer e conduzir estas ações são os próprios seres humanos. Condutas estas que influenciam diretamente no processo de recuperação do pacientes graves. Por fim, permite dizer que há pacientes em coma com sensibilidade e consciência as vezes do seu estado e, por isso, forja a necessidade do enfrentamento da questão do olhar diferenciado a respeito do cuidar em UTI e domiciliar. Palavras chave: Unidade de Terapia Intensiva. Humanização. Enfermeiro. Acolhimento. Cuidar diferenciado. ABSTRACT With the theme of caring in the Intensive Care Unit (ICU) and at home, this paper discusses the role of a nurse in front of admissions of severely ill patients in ICU and at home, being moved by the questions: How has the care with patients ICU and at home? In nursing, especially care that has redeeming value of a technicality does not work, nor mechanized and developed distinct actions, humanized? This care is valued human beings in their entirety? So your goal is to reflect the need for a different look on the nurse's care in situations in the ICU and in households with a view to patient recovery. For this, his methodological approach involved research of an academic nature, exploratory, qualitative, the literature review, as the main source of information, and present an example of critically ill patients with ICU admissions and home care, with the intention of better understanding the importance of caring in the ICU and at home and to illustrate and complement the study in question. As a result, shows the importance of differentiated care, which involves at the same time, nursing actions, family, friends, not with a view to technical care, mechanized, but with special ways to work, giving importance to the other, having empathy and caring with another human being, which necessarily are often in need of a touch, to be heard to be appreciated. And who knows how to lead and these actions are human beings themselves. These conduits that directly influence the recovery process of critically ill patients. Finally, lets say that there is comatose patients with sensitivity and awareness of your times the state and therefore the need to forge confronting the issue of different look about ICU care and home care. Keywords: Intensive Care Unit. Caring differentiated. Humanization. Nurse. Host. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.....................................................................................................9 1 A IMPORTÂNCIA DO CUIDAR DIFERENCIADO DA ENFERMAGEM COM PACIENTES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E EM DOMICÍLIO........................................................................................................13 2 O PAPEL DO ENFERMEIRO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA......17 2.1 A atuação holística na enfermagem.........................................................19 3 HUMANIZAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA..........................20 3.1 A influência do ambiente..........................................................................24 4 EXEMPLO DE PACIENTE GRAVE ..............................................................25 4.1 Prognóstico e tratamento.........................................................................27 4.2 A Proposta do cuidar diferenciado..........................................................28 4.2.1 A importância da equipe multiprofissional................................................28 4.2.2 A importância da família e dos amigos....................................................29 4.2.3 A religião diante da situação....................................................................30 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................32 REFERÊNCIAS.................................................................................................34 SITES CONSULTADOS....................................................................................36 9 INTRODUÇÃO Abordando o tema cuidar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e em domicílio, este trabalho discute a atuação do enfermeiro diante das internações de pacientes graves em UTI, bem como em domicílio, movido pelas questões: Como tem sido o cuidar com pacientes internados em UTI e em domicílio? Na enfermagem, em especial, esse cuidado tem resgatando a valorização de um trabalho não tecnicista, nem mecanizado e desenvolvido ações diferenciadas, humanizadas? Esse cuidado tem valorizado o ser humano em sua integralidade? Em outros termos, aborda a importância do cuidado diferenciado em UTI e em domicílio resgatando a valorização de um trabalho não tecnicista, nem mecanizado, mas sim que a enfermagem possa desenvolver esse cuidar diferenciado, ou seja, de valorização do ser humano em sua integralidade. Assim, seu objetivo é refletir a respeito da necessidade de um olhar diferenciado do enfermeiro quanto ao cuidado nas situações de internação em UTI e em domicílios, com vistas à recuperação do paciente. A enfermagem participa de todo ciclo vital do ser humano, cuidando e promovendo, por meio de conhecimentos e habilidades, assistência integrada para seus pacientes, do nascer ao morrer. Essa situação exige aperfeiçoamento, aprimoramento, atualização e capacitação, a fim de propor uma assistência de qualidade. A história registra que a inserção dos profissionais de enfermagem nestes setores começou na metade do século XIX, com a liderança de Florence Nightingale, que desde a guerra da Criméia adotara um método para observação continua de muitos clientes. Identificou os feridos graves, prestando cuidados mais intensivos a eles. A partir daí, os pacientes mais graves foram organizados em locais mais próximos do posto de enfermagem, mesmo dispondo de poucas enfermarias (GEORGE, 1993, p.38; GOMES,1988, p.3-4). De 1947 a 1952, surgiram na Dinamarca, Suíça e França, as UTIs devido a uma epidemia de poliomielite. Já na década de 50, as enfermeiras passaram a atuar em áreas mais específicas. 10 Assim, a UTI nasceu da necessidade de oferecer suporte e tratamento a pacientes potencialmente graves que porventura possuam chances de sobreviver. Destina-se a internação de pacientes com instabilidade clínica e com potencial de gravidade. É um ambiente de alta complexidade, reservado, já que se propõe estabelecer monitorização e vigilância contínua, com a grande preocupação em fornecer conforto e ausência de dor a todos os pacientes. No Brasil, as primeiras UTIs foram instaladas na década de 70, com o objetivo de centralizar os pacientes de alto grau de complexidade numa área hospitalar adequada, realizada por meio de uma assistência continua. Os serviços de terapia intensiva ocupam áreas hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes críticos que necessitem de cuidados complexos e especializados. É nesta assistência que enfocamos a necessidade do enfermeiro prestar um cuidado diferenciado ao paciente. O ambiente da UTI pode ser considerado fonte de estresse, que envolve tanto paciente quanto a equipe de saúde, gerando às vezes distúrbios psíquicos e fisiológicos importantes. Para Lopes e Laufert (2001), o ambiente da UTI é caracterizado por um trabalho que envolve uma forte carga emocional, no qual vida e morte se misturam, compondo um cenário desgastante e, muitas vezes, frustrante. Assim, este trabalho se justifica por discutir a importância do cuidar diferenciado, que envolve, ao mesmo tempo, ações da enfermagem, da família, de amigos, não com uma perspectiva de cuidar tecnicista, mecanizado, mas sim com modos especiais de agir, dando importância ao outro, tendo empatia e se importando com o outro ser humano que, necessariamente, está precisando muitas vezes de um toque, de ser ouvido, de ser valorizado. E quem sabe fazer e conduzir estas ações são os próprios seres humanos. Condutas estas que influenciam diretamente no processo de recuperação do pacientes graves. Nesse sentido, também, visa contribuir para a melhoria da assistência ao paciente internado e em domicílio, uma vez que defende a ideia de um trabalho diferenciado e não tendo uma visão de um trabalho robótico, mas valorizando o humano como ser humano, porque o toque, o acolher e o ouvir são diferenciais muito importantes no processo do cuidar. Para tanto, seu percurso metodológico envolveu a pesquisa de natureza acadêmica, descritiva, qualitativa, a revisão bibliográfica, como a 11 principal fonte de informações, e a apresentação de um exemplo de paciente grave com internações em UTI e atendimento domiciliar. Na revisão bibliográfica, realizada no período de maio de 2010 a abril de 2011, tomamos como base livros, periódicos, textos e pesquisa na web, sempre enfocando estudos relacionados ao objeto deste trabalho. Em todo o trabalho, defendemos que o enfermeiro tem como objetivo a valorização dos diferentes sujeitos que estão inseridos no processo de produção de saúde, pois quando o paciente é internado não é desligado de sua família, ou seja, ele não interna sozinho. O enfermeiro trás em sua essência o contanto com o outro, seja no exercício da arte de cuidar, como também se preocupando com quem cuida, uma vez que resolve conflitos, orienta novas condutas, buscando a participação dos membros de sua equipe na realização plena da satisfação profissional. Sabemos que cada indivíduo é único e tem necessidades e valores próprios e são os profissionais da enfermagem que diferenciam este cuidar. É importante conhecer os usuários e o atendimento, para que a enfermagem repense as práticas profissionais para intervir na forma de organização dos serviços, visando seu aperfeiçoamento, ou seja, um cuidar diferenciado. Esta visão diferenciada vem contribuir na recuperação e satisfação do paciente tanto psicológico quanto Biológico. Assim, ao perceber a importância dessas práticas, compilamos aqui estudos e análises da postura profissional de enfermagem, a partir do cuidar como foco de nossas análises. Com a intenção de compreender melhor a importância do cuidar na UTI e em domicílio e para exemplificar e complementar o estudo em questão, abordamos, também, uma situação de paciente grave com internações em UTI e atendimento domiciliar, cujos cuidados foram na perspectiva da humanização, com ações diferenciadas, contribuindo para a recuperação. Em outros termos, uma situação vivenciada por familiares, amigos e equipe multidisciplinar de um paciente que ficou em estado grave e em coma por aproximadamente nove meses, que por várias vezes foi internado em hospitais do Estado do Tocantins e transferido para o Estado de Goiás, demonstrando assim como o cuidar diferenciado influencia no processo de recuperação. 12 O cuidar diferenciado é entendido como reformulador do processo de trabalho, pontuando alguns processos e oferecendo soluções e respostas pela identificação das demandas dos usuários, rearticulando os serviços oferecidos as eles. No entanto, para que isto ocorra, os profissionais de enfermagem necessitam conhecer a filosofia transformadora das suas práticas cotidianas, para perceberem a dinamicidade das interações entre individual e coletivo, diante do paciente. 13 1 A IMPORTÂNCIA DO CUIDAR DIFERENCIADO DA ENFERMAGEM COM PACIENTES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E EM DOMICÍLIO Para Merhy (1999), cuidar consiste também em um processo de acolhimento e este, por sua vez, constitui-se em tecnologia para a reorganização dos serviços com vistas às garantias de acesso universal, Assim, a relação humanizada depende do respeito, da consideração e da atenção dispensada ao usuário/paciente. Nesse sentido, o desempenho profissional é expresso pelo interesse do enfermeiro demonstrado em exames físicos, em perguntas feitas e orientações dadas, na resolutividade das condutas adotadas. Em síntese, essa conduta demonstra o interesse do profissional pelo paciente, o que significa maior precisão no diagnóstico e tratamento. Assim posto, o que torna a enfermagem uma profissão diferenciada é exatamente tornar o cotidiano especial ao cuidar de pessoas que necessariamente não se repetem, mesmo que tenham a mesma patologia. É se descobrir repetindo coisas simples de maneira diferente a cada dia, ou seja, sentido antes de agir. É um relacionamento entre as pessoas. E relacionar só é possível quando há atitude de alguém se importando com o que acontece com o outro. Neste aspecto, existem várias formas do cuidar diferenciado em paciente em UTI, podendo ser destacados os que seguem: Proporcionando ambiente acolhedor Criando espaços para ouvir e ser ouvido Estando sensível à situação do outro Fazendo com que o paciente sinta mais segurança, por exemplo, diante de suas angústias, anseios e incertezas Estando próximo, com ações de doações Compartilhando sentimentos; transmitindo confiança, encorajando quando necessário Proporcionando momentos de relaxamento, para a melhora ou amenização da dor, resgatando o corpo e a mente Utilizando estratégias, como a musicoterapia, massagem 14 Permitindo que pacientes conscientes tenham consigo objetos familiares Propiciando a valorização de si próprio Permitindo visitas de membros de religiões distintas Colhendo informações de familiares dos pacientes inconscientes Melhorando a aparência em geral do paciente (boca, cabelos, vestes, unhas). O cuidar do outro implica dedicação, atenção, reflexão, além da prática efetiva, o que promove estreitamento dos vínculos interpessoais para minimizar as condições de sofrimento físico-mental. Para que todos possam trabalhar de forma organizada, o enfermeiro deve trabalhar de forma sistematizada, orientado, avaliando e desenvolvendo constantemente ações sobre o cuidar e, também, prestar um cuidado de forma que não seja tecnicista e nem mecanizado. Implica ter responsabilidade com o outro e, para isto, é importante conhecer a si mesmo e ao outro, ou seja, aprender a individualidade do outro. A hospitalização é uma situação delicada porque implica em mudanças na vida do doente e de seus familiares, gerando ansiedades pela exposição de um ambiente estressante, necessitando de apoio dos profissionais que compõem o serviço da saúde. Nessa situação, o cuidar é uma atitude técnico-assistencial que pressupõe a mudança da relação entre o profissional e o usuário e sua rede social por meio de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, no qual o enfermeiro deve reconhecer o usuário como sujeito e participante ativo no processo de produção de saúde. Implica, então, em prestar um atendimento com resolutividade e responsabilização, orientando, quando for o caso, o paciente e a família em relação a outros serviços de saúde para a continuidade da assistência e estabelecendo articulações com esses serviços para garantir a eficácia desses encaminhamentos; Com isso, pode-se dizer que para cuidar, o simples é imprescindível. Necessita de atributos inerentes à pessoa humana e que se tornam diferenciados no profissional, ou seja, a sensibilidade, o compromisso, a responsabilização pela conseqüência dos atos, o conhecimento, competência, 15 a disponibilidade para cuidar e acolher. No entanto, nada disso é garantido com a mais alta tecnologia, com o mais alto salário ou a mais completa infraestrutura institucional. Isto é, o próprio ser humano é quem determinará como cuidar e acolher o outro, portanto, nenhuma tecnologia será capaz de produzir uma máquina que tenha sentimento, emoções e realizações próprias do ser humano. Com esta perspectiva, a enfermagem deve atuar visando sempre o bem estar dos pacientes, dando assistência ao ser humano de forma total e desfragmentada. No entanto, o paciente não pode ser visto em partes, mas como ser singular, indivisível, insubstituível, pleno na concepção de interagir com o mundo. A UTI é um ambiente às vezes de dor e sofrimento humano, os quais exigem atenção integral e integralizada. Porém, o sistema de saúde brasileiro ainda está em faze rudimentar, visto que há muito que se fazer em termos de operacionalização de políticas públicas relacionadas a questões inerentes a este tipo de internação, investindo na formação de profissionais para criar nova cultura, resgatando a visão antropológica e holística, que cuide da dor e sofrimento humano nas suas várias dimensões, ou seja, física, social, psíquica emocional e espiritual. A noção de hospitalidade carrega sentidos diversos como o ato de acolher, hospedar, recepção, boa acolhida, amabilidade, gentileza, cortesia, tratamento afável. Enfim, envolve uma complexidade em que se misturam contextos, qualidades, comportamentos, atos, atitudes e valores. Do ponto de vista da saúde, entende-se hospitalidade como ato humano, exercido no contexto assistencial, de recepcionar pessoas temporariamente deslocadas de seu habitat. Portanto, é processo de agregação do outro à comunidade da saúde. No entanto, humanizar/acolher é adotar prática em que os profissionais e os usuários considerem o conjunto de aspectos subjetivos e sociais que compõem o atendimento a saúde. Também refere a possibilidade de assumir a postura ética de respeito ao outro, de acolhimento daquele desconhecido e reconhecimento dos limites. Cabe ao enfermeiro incorporar o acolhimento, por meio de vínculos entre pacientes e profissionais, contribuindo para a humanização do atendimento, que sofre ações negativas com o aumento da tecnologia. 16 Acolhimento pressupõe, ainda, nova atitude por parte das equipes de enfermagem escutando seus pacientes de forma humanizada, suas queixas e solidarizando-se com seu sofrimento, construindo relações de confiança e de apoio por meio da identificação de seus problemas e realizando intervenções resolutivas na assistência de enfermagem prestada. É de responsabilidade do enfermeiro o planejamento da assistência, ampliando o diálogo entre os atores, viabilizando a participação de todos para a construção coletiva de estratégias promotoras de mudanças na prática de cuidar. Em se tratando do cuidado na UTI, este é baseado muitas vezes em práticas tecnicistas, mecânicas, com casos da necessidade de utilizar máquinas cada vez mais modernas e, em muitos casos, elas parecem se tornar mais importantes do que a essência humana. Porém, a enfermagem não deve se esquecer dos sentimentos, das vontades humanas, das opiniões dos pacientes, da família e, até mesmo, dos seus próprios sentimentos enquanto profissionais que lidam diariamente com o estresse. Nesse sentido, é importante frisar a necessidade da humanização para tornar o ambiente menos frio, tenso, agressivo. O paciente internado encontra-se em uma situação de isolamento e quanto mais intensivo for o tratamento, menos efetivo parece ser o contato e a assistência da equipe, pois muitas vezes a enfermagem pouco toca, conversa e ouve o ser humano que está à sua frente (BARLEM; ROSENHEIN; LUNARDI; LUNARDI FILHO; 2008). O termo cuidado deriva-se do antigo inglês “carion” e das palavras góticas “kara” ou “karon”. Como substantivo, cuidado deriva-se de kara, que significa aflição, pesar ou tristeza. Como verbo “cuidar” (de carion) significa “ter preocupação por”, ou “sentir uma inclinação ou preferência” ou, ainda, “respeitar/considerar”, no sentido de ligação, de afeto, amor, carinho e simpatia. (WALDOW, 1988). Para Boff (2004), cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Do ponto de vista existencial, o cuidado deve acontecer antes de toda atitude e situação do ser humano, o que sempre significa dizer que se acha em toda atitude e situação de fato. 17 A comunicação representa um dos instrumentos básicos na atitude do cuidar, a qual poderá ajudar as pessoas envolvidas – paciente/família – a relatar seus problemas e procurar caminhos para enfrentá-los. Este é um dos meios pelo qual os profissionais expressam o seu cuidado, visando à recuperação e, em conseqüência, a satisfação de todos. No entanto, se cada um de nós entendermos e aceitarmos quem somos o que estamos fazendo, seremos capazes de lutar e agir para que essa mudança aconteça. Isto, mesmo tendo como hipótese que será preciso muito tempo para esta mudança acontecer. A humanização depende de nossa capacidade de falar e ouvir, do diálogo com nossos semelhantes. Por isso, é tão importante, aprender a respeitar a individualidade, saber reconhecer-se na situação do outro. O cuidar do outro implica dedicação, atenção, reflexão, além da prática efetiva. E este saber cuidar promove estreitamento dos vínculos interpessoais para minimizar as condições de sofrimento físico-mental. Nesse processo, é importante que haja qualidade envolvendo os profissionais de saúde que cuidam e o paciente que está sendo cuidado. Em outros termos, o cuidado diferenciado é baseado em uma visão singular, solidária e integradora entre o trabalho, o paciente e a enfermagem. Reforçando, é preciso que a equipe esteja preparada, disposta para fazer seu diferencial na atitude do cuidado. 2 O PAPEL DO ENFERMEIRO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA O enfermeiro é aquele cuja essência profissional está em cuidar. A versatilidade de atribuições e funções deste profissional supera em muito a noção de que esses cuidados estão restritos ao paciente no leito. Isto é, o papel do enfermeiro se estende também a: Ouvir e perceber como estão os membros de sua equipe Buscar desenvolver um trabalho em equipe Colocar o cuidado humano em primeiro lugar Usar a tecnologia como sua aliada 18 Ainda, obter a história do paciente, fazer exames físicos, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e outras medidas necessárias, devendo cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro da UTI, de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde. O enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente analisando os problemas e encontrando soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e bioéticos da profissão. Com o paciente em UTI, deve avaliar, de forma integrada, as maneiras do cuidar diferenciado, sistematizar e decidir quanto ao uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de informação no cuidado intensivo, visando o trabalho em equipe, a eficácia e o custo-efetividade. O enfermeiro de terapia intensiva deve ter um compromisso contínuo com seu próprio desenvolvimento profissional, sendo capaz de atuar nos processos educativos dos profissionais da equipe de saúde, em situações de trabalho, proporcionando condições para que haja benefício mútuo entre os profissionais. Ainda, precisa estar capacitado a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é necessária a autoconfiança respaldada no conhecimento científico, de forma a conduzir o cuidar com segurança. O aspecto humano do cuidado de enfermagem, com certeza, é um dos mais difíceis de ser implementado. A rotina diária e complexa que envolve o ambiente da UTI faz com que os membros da equipe de enfermagem, na maioria das vezes, esqueçam de tocar, conversar e ouvir o ser humano que está a sua frente. Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma UTI dificulta momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor. No entanto, compete a este profissional lançar mão de estratégias que viabilizem a humanização em detrimento a visão 19 mecânica e biologicista que prevalece nos centros de alta tecnologia, como no caso das UTIs. O enfermeiro de UTI trabalha em um ambiente onde as forças de vida e morte humanas e tecnológicas encontram-se em luta constante. Apesar de existirem vários profissionais que atuam na UTI, o enfermeiro é o responsável pelo acompanhamento constante e, conseqüentemente, possui o compromisso, dentre outros, de manter a homeostasia do paciente e o bom funcionamento da unidade. Reiteramos a necessidade dos enfermeiros repensarem a sua prática profissional, pois de acordo com Chaves (1993), quando o enfermeiro assume sua função primordial de coordenador da assistência de enfermagem, planejando e implementando-a, está garantido o desenvolvimento de suas atividades básicas, sendo administrativas, de assistência e de ensino, e promovendo, conseqüentemente, a melhor organização do trabalho da equipe, que passa a direcionar seus esforços em busca de um objetivo comum, ou seja, o de prestar assistência de qualidade, atendendo às reais necessidades apresentadas pelos pacientes sob seus cuidados. 2.1 A atuação holística na enfermagem A equipe de enfermagem deve buscar compreender o paciente grave como pessoa única, inserida em um contexto familiar e social com o qual interage continuamente. Além disso, deve-se avaliar a demanda de cuidados requerida pelo paciente, identificada a partir da sua avaliação global, com enfoque nos aspectos bifuncionais, psicológicos, sociais, ambientais e espirituais, respeitando sua individualidade, sua história de vida e seus conhecimentos (DIOGO e DUARTE, 2000). Para Duarte (2000), o diagnóstico preciso da multiplicidade de problemas que o paciente pode vir a apresentar só pode ser considerado próximo do correto após o conhecimento pelos profissionais envolvidos no seu cuidado, principalmente, da equipe de enfermagem, uma vez que esta atua vinte e quatro horas com o paciente, transmitindo ou cuidando de forma integral. Assim, nesse processo de acolhimento, a equipe de enfermagem deve 20 estar atenta quanto a sua afetividade, como por exemplo, estados de saudade, permitindo assim, a percepção mais holística da demanda de cuidado. Esse processo de cuidar e acolher acontece em ações consecutivas, de modo interativo, dialogal, interdependente, entre quem provê o cuidado e quem o recebe, ou seja, em uma dinâmica terapêutica afetiva e peculiar. Nesse sentido, o alcance desta meta requer da equipe de enfermagem algumas competências, habilidades e comportamentos específicos, destacando-se a ética, o respeito, a confiança, o espírito de acolhimento, o bom senso e a comunicação efetiva. 3 HUMANIZAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Em março de 2003, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Humanização (PNH) ou Humanizas US, durante o XX Seminário Nacional dos Secretários Municipais de Saúde e I Congresso Brasileiro de Saúde e Cultura de Paz e Não Violência, realizado em Natal – Rio Grande do Norte, nos dias dezessete a vinte (Disponível em www.saude.gov.br, acesso em agosto de 2010). No interior do Ministério da Saúde, esta política foi divulgada por meio da Oficina Nacional “Humanizas SUS: Construindo a Política Nacional de Humanização”, na Semana de Humanização, nos dias dezenove e vinte de novembro de 2003. E, para o Sistema Único de Saúde (SUS), na 12ª Conferência Nacional de Saúde, evento que ocorreu também em novembro deste mesmo ano (Disponível em www.saude.gov.br, acesso em agosto de 2010). A PNH caminha no sentido da inclusão dos diferentes agentes implicados nos processos de produção de saúde. E, também, uma inclusão dos diferentes sujeitos, ou seja, gestores, trabalhadores e usuários, com vistas a produção de bens nos processos de trabalho, englobado e desestabilizando os modelos tradicionais de atenção e de gestão, acolhendo e potencializando os processos de mudança. Propõem, ainda, uma ação, um projeto, uma tecnologia a ser implementada, algo que dispare um movimento de mudança para transformar as práticas vigentes. 21 A UTI é um local culturalmente desconhecido, incerto e temível aos pacientes e seus familiares. A hospitalização na UTI requer cuidados redobrados por ser uma área onde se encontram pacientes críticos. Entretanto, a realidade nos mostra um ambiente hostil, frio, cheio de procedimentos e sem a devida atenção, pois a equipe multiprofissional que trabalha neste setor, em muitos casos, age mecanicamente, esquecendo muitas vezes que ali estão seres humanos, pacientes com necessidade de serem tocados, de conversar, de atenção porque estão totalmente isolados da família, da casa, do trabalho. É importante abordar a necessidade da humanização em UTI, pois esta não envolve somente o cuidado ao paciente, estendendo-se a todos que estão envolvidos no processo saúde-doença, englobando assim a família, amigos, equipe multiprofissional e o ambiente. Com base nesta política, o trabalho não é apenas o que está definido previamente para ser executado, mas também o que de fato se realiza nas situações concretas. Inclui, portanto, o esforço que se dispende no cotidiano profissional, os acordos e pactos realizados e até mesmo o que se pensou em fazer, mas não foi possível realizar. Em se tratando da UTI, no âmbito hospitalar é vista como um dos locais mais tensos e traumatizantes, concentrando pacientes em estado crítico, com necessidade de observação constante e cuidados especiais. Embora possua mecanismos tecnológicos cada vez mais avançados, somente este aparato não contribui para melhorar a eficácia do tratamento e uma assistência de qualidade e humanizada (CAETANO, ANDRADE, SOARES, PONTE, 2007; VILA, ROSSI, 2002; SALÍCIO, GAIVA, 2006). Durante o período de hospitalização, o enfermeiro deve estar atento ao processo de recuperação do paciente, proporcionado de forma continua o cuidado (DIAS, 2006), uma vez que o paciente em UTI requer uma atenção especial, exigindo um cuidado diferenciado com maior sensibilidade, considerando suas peculiaridades, suas alterações orgânicas normais, psicológicas e sociais. Significa que o papel do enfermeiro não se resume ao cuidar dos problemas fisiopatológicos do paciente, estendendo-se a compreensão e a assistência em sua totalidade, bem como às questões psicossociais, 22 ambientais e familiares, suprindo na medida do possível suas necessidades, com vistas a eficácia de sua recuperação. Ainda, o cuidar em UTI requer conhecimentos específicos da área, para saber agir diante das situações diferentes e inesperadas. Falar em humanização na UTI pressupõe que, além de um atendimento digno, acolhedor e solidário pela equipe multidisciplinar para com o paciente é preciso adotar uma postura ética que permeie todas as atividades profissionais (BACKES, LUNARDI FILHO, LUNARDI, 2005). A humanização no atendimento exige dos profissionais de saúde, essencialmente, compartilhar com o seu paciente experiências e vivências que resultem na ampliação do foco de suas ações, quase sempre restritas ao cuidar como sinônimo de ajuda às possibilidades da sobrevivência. Dessa forma, cada encontro entre o profissional e o paciente reveste-se de uma tomada de consciência quanto aos valores e princípios norteadores de suas ações, num contexto relacional (PESSINI, BERTACHINI, 2004). A capacidade e o interesse na comunicação entre equipe e família são considerados essenciais no cuidado humanizado. Estas idéias indicam que devemos cuidar do paciente de maneira agradável, transmitindo a sensação de segurança e a percepção de que ele é bem vindo. Desta forma, os profissionais do hospital contribuem para a sua recuperação. Humanizar em UTI é promover a autonomia dos pacientes fazendo com que eles aos poucos reconquistem sua capacidade de resolução independente. Assim, o paciente passa a ser tratado como pessoa que é, com todos os tipos de sentimentos que a interação pode suscitar, e não apenas como um doente. A humanização deve fazer parte da filosofia da enfermagem, cuja essência, em se tratando de cuidados intensivos, não está apenas nos ambientes ou nos equipamentos especiais, mas também no processo de tomada de decisões, baseado na sólida compreensão das condições fisiológicas e patológicas do paciente. O cuidado humanizado não é uma técnica ou artifício, mas uma vivência a perpassa toda a atividade dos profissionais com propósitos de oferecer e realizar o melhor tratamento ao ser humano. Consiste na compreensão e na valorização da pessoa, considerando acima de tudo que haja sensibilização por 23 parte da equipe com relação a problematizarão da realidade (BACKES, LUNARDI FILHO, LUNARDI, 2005). Assim posto, é necessário o preparo técnico e o acolhimento humanizado para a efetivação do cuidado integral, não esquecendo que deve haver cumplicidade entre os envolvidos para uma melhor qualidade na assistência. Nesse sentido, resgatar aspectos da importância do cuidar é refletir mais conscientemente a respeito de quem é o ser humano, respeitando suas necessidades, seus valores, suas crenças e de seus familiares, tendo sua privacidade preservada sempre que possível, proporcionando condições e ambientes favoráveis, com tratamento digno, solidário e acolhedor ao seu restabelecimento e, em última instância, a morte digna (CAETANO, ANDRADE, SOARES, PONTE, 2007; BOFF, 2004). Humanizar o cuidar é garantir qualidade à relação profissional da saúde com o paciente. É acolher as angústias do ser humano diante da fragilidade do corpo, da mente e do espírito. É ser sensível à situação do outro, criando um vínculo, graças a uma relação dialogal, para perceber o querer ser atendido com respeito, numa relação de diálogo e de necessidades compartilhadas. Diante do cotidiano desafiador pela indiferença crescente, a solidariedade e o atendimento digno com calor humano são imprescindíveis. A categoria acolhimento esta interagida no como cuidar e foi escolhida recentemente pelos órgãos governamentais para definir a política publica de humanização dos serviços de saúde para que possibilitem a execução das ações prevista para o setor saúde, de modo que os princípios norteadores, promulgados nos artigos referentes a saúde da constituição de 1988, tenham uma dimensão ético-social na busca conjunta entre gestores, trabalhadores de saúde e usuário na resolutividade do atendimento e da prevenção de doenças no cuidado com a vida (AGUIAR, 2002, p. 44). Segundo Ferreira (1975, p.53), acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir. Logo, acolhimento significa humanização de atendimento, o que pressupõe a garantia de acesso a todas as pessoas aos sistemas de saúde, e deve garantir a resolutividade dos problemas dos usuários. 24 Quando estamos cuidando de maneira diferenciada estamos nos referindo ao compromisso com o reconhecimento do outro na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, dores, alegrias, modos de viver, sentir e estar na vida. Nesse sentido, todos têm de ser servidos e, na medida do possível, ter seus problemas de saúde atendidos. Contudo, o profissional de saúde deve ter a sensibilidade de saber discernir quais situações devem ser antecipadamente solucionadas, não se trata de intervir em procedimentos formais, mas, de saber quando, onde e porque o usuário realmente necessita de cuidados não necessariamente especiais, mas, mais específicos. O acolhimento visa a identificação das necessidades do paciente e/ou da família, a valorização das suas queixas, o respeito às diferenças, tornandose assim imprescindível no cuidado em saúde e objeto da prática de toda a sua equipe (FERREIRA, 2008). Nesse processo, a equipe de saúde precisa identificar as ansiedades, angústias e medos, a fim de traçar estratégias adequadas a essas situações O atendimento diferenciado por parte da enfermagem tem o intuito de promover um restabelecimento mais digno, em conseqüência do adoecimento, provocada pela patologia. No entanto, é um processo de mudança no atendimento, fazendo com que o foco de trabalho da equipe multiprofissional seja o doente, e não só a doença. 3.1 A influência do ambiente Para que se estabeleça o acolhimento em pacientes na UTI, é necessário um ambiente de fato acolhedor, com uma postura responsável e confiável de toda a equipe. Para que aconteça a valorização do outro, é necessária a presença, a escuta, permitindo desta forma, um atendimento com maior resolutividade e responsabilização. Para acolher é necessário ser acolhido, reorganizando o próprio processo de trabalho, buscando alterar as relações entre equipes e pacientes e das equipes entre si, visando garantir o atendimento humanizado. Em 30 de março de 2006, o Ministério da Saúde publicou a 1ª Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 675 (BRASIL, 25 2006), que foi amplamente divulgada em dois formatos, sendo em texto, para gestores e trabalhadores da área, e ilustrada, para usuários. A Carta, no Artigo 4º, dispõe que “Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo, confortável e acessível a todos”. Ainda, traz diretrizes da PNH para o Acolhimento Ambiência. Para a PNH, ambiência na saúde refere-se ao tratamento dado ao espaço físico entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais, a qual deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana. Vai além da composição técnica, simples e formal dos ambientes, passando a considerar as situações que são construídas, em determinados espaços e em um determinado tempo, e vivenciadas por um grupo de pessoas com seus valores culturais e relações sociais. Se a ambiência for discutida isoladamente não muda o processo de trabalho, mas pode ser usada como uma das ferramentas facilitadoras desse processo de mudança. Pode ser um instrumento de construção coletiva do espaço ao qual aspiram os trabalhadores de saúde e seus usuários. 4 EXEMPLO DE PACIENTE GRAVE H.A.R., até o dia 20 de novembro de 2003, com 31 anos de idade, solteira, trabalhadora, sedentária deu entrada na unidade de emergência do Hospital Comunitário de Palmas, Estado do Tocantins, com queixa de cefaléia intensa, náuseas e vertigens. No atendimento realizado por um neurologista, foram solicitados tomografia computadorizada, raio X de crânio e hemograma completo, os quais levaram ao diagnóstico de neurocisticercose, resultando em hidrocefalia, sendo imediatamente referenciada a uma unidade hospitalar de maior complexidade em outro Estado, na cidade de Goiânia – Goiás. Em Goiânia – Goiás, após avaliações com neurologistas foi sugerido procedimento cirúrgico, para implante de válvula para dreno de líquido com grumos. Posteriormente ao implante, já internada na UTI, apresentou complicações por entupimento desta válvula e, em conseqüência, meningite e 26 sépses, que a levou ao coma, permanecendo nesta unidade por aproximadamente quatro meses. Após reavaliação por equipe multidisciplinar e com parecer final de neurologistas, a decisão foi comunicar a família da paciente pela alta hospitalar e que os cuidados médicos ao alcance haviam se esgotado. Isto é, caberia a família em nível domiciliar prestar os cuidados “terminais” a paciente, o que no jargão do senso comum equivale a dizer que o paciente está desenganado. Assim a família procedeu, retornando à cidade de origem, Porto Nacional – Tocantins, sem evolução do seu quadro clínico, ou seja, permanecendo no estado de coma, mantendo o implante da válvula craniana e sonda pezzer para dieta (gastrostomia). Durante nove meses, a família, amigos e equipe multidisciplinar complementaram rigorosamente, os dieta cuidados, prescrita realizando por mudanças nutricionista, de decúbitos higienização plena, acompanhada de diálogos e musicoterapia, com estímulos neurovegetativos com audiovisuais, via TV, em ambiente climatizado e ventilado, com freqüentes e liberadas visitas para amigos e familiares, com conforto espiritual e cuidados da medicina popular, com remédios caseiros. No período entre o retorno a seu domicílio, em sua cidade, e sua total recuperação, transcorreu aproximadamente nove meses, com a seguinte evolução no tempo: 1º mês: mantido o coma e apresentado pneumonia aspirativa, com retorno à internação hospitalar por quinze dias, na cidade de origem, Porto Nacional. 2º mês: remissão da pneumonia e retorno aos cuidados domiciliares até o sexto mês, com apresentação de pequenos reflexos plantares e controle dos esfíncteres. 7º mês: a partir deste período, iniciou a fase de tentativa de comunicação verbal, por meio de gemidos ou meias palavras, incompreensíveis, e abertura ocular. 8º mês: teve início a reeducação alimentar, com dieta líquida paralela à dieta por gastrostomia; a partir deste período, houve uma evolução rápida do quadro neurológico e intensificação da fisioterapia. 27 9º mês: houve um rápido e pleno despertar do quadro comatoso, com raciocínio e memórias preservados, inclusive com citações de lembranças remotas ao estado inicial de seu adoecer. Desta forma, observamos que com todo o aparato tecnológico, inicialmente disponibilizado em um grande centro, não foi possível proporcionar o verdadeiro cuidar, na sua forma mais ampla, ou holística, como um grupo de pessoas comprometidas com o resultado. Para Merthy (1999), o cuidar do outro implica dedicação, atenção, reflexão, além da prática efetiva, o que promove estreitamento dos vínculos interpessoais para minimizar as condições de sofrimento físico e mental. E foi exatamente isto que aconteceu no exemplo de H.A.R.. 4.1 Prognóstico e tratamento A partir do dia 30 de abril de 2004, com base em um diagnóstico bem estabelecido e terapêutico-hospitalar prolongados e a equipe se posicionando pela liberação do paciente para o convívio familiar, domiciliar/residencial, para internação terminal familiar, estabeleceu-se um plano terapêutico multidisciplinar, implementado na residência, sobretudo de cuidados de enfermagem, em que a família e os amigos estavam sempre presentes interagindo e estimulando a senso-persepção, levando a uma melhora da autoestima e por extensão, a produção de substâncias químicas de repercussão imunitária, em conseqüência dos cuidados diferenciados e direcionados. Nesse processo, para a recuperação, foi importante também toda a repercussão extra hospitalar, como privacidade, luminosidade, produção de sons próprios de um hospital, dieta, “caseira”, higiene, ventilação espontânea e livre de germes e bactérias circulantes, entre outros. Com relação ao tratamento propriamente dito, as drogas empregadas, foram as mesmas utilizadas intra-hospitalar, com o acompanhamento dos mesmos profissionais médicos da estrutura anterior. Neste contexto de tratamento domiciliar, o prognóstico desde o início demonstrou ser bastante promissor, pois tem-se que o convívio com seus entes, associados ao ambiente de acolhimento e solidariedade, é de fundamental para o restabelecimento do processo de morbidade. 28 4.2 A Proposta do cuidar diferenciado Como exposto na revisão bibliográfica, a proposta do cuidar diferenciado defendida neste trabalho, envolvendo, ao mesmo tempo, ações da enfermagem, da família e de amigos, em uma perspectiva “especial”, dando importância ao outro, pôde ser vivenciada na situação exemplificada. 4.2.1 A importância da equipe multiprofissional Em um primeiro momento, a família deparou-se com uma situação frustrante e angustiante, pois, segundo a equipe multiprofissional que proporcionava assistência mesmo sem a intenção de desanimar os familiares, relatava que haveria pouco a ser feito quanto a recuperação da paciente. Profissionais da fisioterapia realizaram exames físicos e relataram que diante do quadro que se apresentava não havia nenhuma resposta satisfatória por parte da paciente. Isto é, a jovem não contava mais com a possibilidade de andar. Assim, prescreviam que era uma paciente sem movimentos voluntários, que não falava e sem compreensão, assim, um paciente totalmente dependente no leito. Mesmo assim, os familiares, não desistiram e agendaram tratamento em um Serviço de Reabilitação com duas seções semanais. Nesse processo de recuperação, a equipe multiprofissional foi de suma importância na recuperação da paciente, bem como nos esclarecimentos à família e no processo pedagógico de ensinar a cuidar e a olhar a situação de maneiras diferentes. Assim, a cada dia eram descobertas novas e diferenciadas maneiras de cuidar e enfrentar as situações ainda não vivenciadas. A equipe também encorajou e garantiu habilidades para o melhor cuidado da paciente e, acima de tudo, agindo com profissionalismo. Em síntese, o empenho, o compromisso, a responsabilidade, o profissionalismo, o interesse da equipe pela recuperação da jovem teve forte influência neste processo de recuperação. 29 4.2.2 A importância da família e dos amigos Tanto para a família quanto para os amigos, foram inúmeras e enormes as dificuldades, no primeiro momento, em lidar com a nova situação que se apresentava. Antes, uma jovem que vivia dentro da “normalidade” e, em seguida e muito rápido, fica totalmente dependente do cuidar de outros. Entrou em cena, então, o cuidar diferenciado por parte da família e dos amigos, que por vezes foi uma forma de unir, valorizar, integrar os que estavam naquele processo. Naquele momento, o trabalho em equipe fortaleceu para que todos estivessem dispostos a ajudar independentemente da hora e local, visando o mesmo objetivo e expectativa, a de melhora da paciente. Não foi um processo fácil, pois havia que se abrir mão de muitos afazeres da vida cotidiana em função do amor ao nosso “irmão”, do cuidar diferenciado e, principalmente, da valorização do ser humano. Fazer o máximo para que as pessoas que se aproximassem não a olhassem como uma “coitada” ou uma pessoa que não tinha mais perspectiva de vida, em função da patologia que se encontrava. È importante salientar que a angústia, o estresse, a desilusão, o cansaço e, até mesmo, poucas expectativas fazem parte de processos como esse. Entretanto, quando um familiar ou amigo percebia situações do gênero entrava em ação no sentido de descontrair, encorajar, transmitir confiança e melhorar a autoconfiança, a fé e, principalmente, a importância e o desejo de cuidar. Cabe enfatizar que a família é essencial na recuperação de um ser humano e os amigos são essenciais neste cuidar e neste apoio familiar. Diante da experiência deste período de tratamento, afirmamos que é compensador o cuidar, o agir, o trabalho em equipe multiprofissional, a família. Foi uma vivencia de “um puxar o outro”, de valorização do outro. Reconhecendo que existem irmãos/familiares que têm mais “coragem que outros”, ou seja, de ver, pegar, cuidar, enfim, de realizar os cuidados como dar banho, vestir, observar a possíveis reações, como tosse. Isto é, de cuidar não só da patologia mais sim da pessoa humana, que era o que fazíamos constantemente. Assim, tivemos que ensinar a paciente a fazer praticamente tudo, como por exemplo, a falar e a andar. Um processo lento foi na adaptação da 30 alimentação, pois utilizada sonda de gastrostomia e às vezes tinha dificuldade para deglutir, com a possibilidade de asfixia por rolha era muito grande. Desta forma, a alimentação foi reintroduzida aos poucos. Também, foi sendo ensinada a mastigar, engolir, sempre sob a observação da família e de enfermeira. Mesmo em coma, enquanto família estimulávamos sempre algumas atividades cerebrais, como ouvir músicas e casos engraçados que sabíamos que ela gostava, contados por familiares e amigos. Esta vivência possibilitou não só a recuperação da paciente, como serviu para unir ainda mais a família e para a reflexão das nossas ações e atos e para mostrar que devemos fazer o melhor pelo paciente independentemente de quem ele seja, pois a cada dia o mesmo apresenta uma necessidade do cuidar diferente, fazendo com que a pessoa que cuida perceba essas necessidades. 4.2.3 A religião diante da situação A persistência familiar, o acreditar em Deus, o não desistir fizeram e deram força para que acreditássemos na recuperação e reabilitação da paciente. Pode-se dizer que foi por meio da família que conseguimos e alcançamos o que desejamos com muita força de vontade, humildade, compreensão e confiança no Senhor. Sem o objetivo de adentrar na discussão que envolve as questões dos distintos conhecimentos, em especial, o científico e o religioso, cabe citarmos que no processo de recuperação da paciente em questão além do cuidado da equipe multiprofissional, da família e dos amigos, a esperança, a fé e o acreditar são considerados, pela família e pelos amigos, elementos fundantes. Esperança, então, é acreditarmos plenamente na existência do Senhor em tudo o que fizermos, realizarmos em nossas vidas, na nossa família. Isto nos proporcionou algo inexplicável, nos retirou da angústia e da batalha permitindo que aos poucos a jovem paciente voltasse ao normal, como antes. Tanto nós, família, quanto amigos e conhecidos tínhamos a expectativa muito grande no sentido de que em algum momento a paciente falaria. E, com estes pensamentos, ou seja, com esta esperança, sentíamos a presença do Senhor. Assim, acreditar em uma recuperação é fundamental em todos os aspectos. O que significa nunca perder a esperança. 31 Além da esperança, foi marcante no contexto apresentado, a fé, ou seja, a crença religiosa, que significa um conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto (HOLANDA, 2011). O ditado popular de que a fé move montanhas está diretamente relacionado com o contexto do exemplo em questão. Isto é, foi o que aconteceu, além dos tratamentos adequados, de tanto acreditarmos no Senhor, de suplicarmos sempre em oração, independentemente do horário, de sempre agradecermos, pedimos insistentemente ao Senhor que realizasse a sua vontade e não o nosso desejo. Mesmo sabendo da importância do pensamento positivo e ser firme no Senhor, houve momentos que nos sentíamos fracos, perdendo um pouco a nossa fé. No entanto, vencíamos esta condição e retomávamos nossa fé, em especial, a cada situação de melhora. Acreditar foi outro elemento importante no processo em questão. Isto é, acima de tudo acreditávamos no Senhor e que as nossas vidas dependem da vontade dele e que tudo só acontece com sua permissão. Tínhamos o desejo de vencer os obstáculos, e, para tanto, acreditávamos que tudo era possível, em especial, a recuperação da paciente. Por fim, de um conjunto de ações e reações a paciente recuperou-se e retomou sua vida normal, inclusive, hoje sendo até mãe de uma menina. 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho defendemos a idéia de um olhar diferenciado do enfermeiro a respeito da importância do cuidar em UTI e em domicílio. Em outros termos, acreditamos na necessidade que o profissional de saúde, não só o enfermeiro, adote uma postura empática diante do cuidado oferecido ao paciente grave na UTI e domiciliar. A UTI, uma unidade do hospital, é um ambiente que muitas vezes desencadeia sentimentos de insegurança e sofrimento tanto para o paciente e seus familiares quanto para os próprios profissionais que ali atuam. Mesmo com todos os recursos tecnológicos existentes, os profissionais não devem esquecer que jamais a máquina substituirá o trabalho humano, especialmente, nos momentos de fragilidade e que a vida é o bem maior, devendo, portanto, ser sempre o principal foco da atenção. Assim, não cabem atitudes tecnicistas. Para tanto, é necessário que nós enfermeiros avaliemos as situações vivenciadas no seu dia a dia, com a necessidade de observar e realizar ações de diferença, melhorando a qualidade na assistência no que direcione ao cuidar, bem como criando condições que facilitem as ações de cuidado. Nesse caso, defendemos o cuidado humanizado, sendo preciso que todos os profissionais se envolvam e acreditem que suas presenças são tão importantes quanto a realização dos procedimentos técnicos. O enfermeiro deve cuidar do paciente, transmitindo segurança, respeito e carinho, ouvindo e tocando o paciente. O enfermeiro tem uma grande importância nesse processo de cuidar diferenciado, ao proporcionar o bem estar físico, emocional e psicológico do paciente em UTI. Enfim, acreditamos que o paradigma da simultaneidade, como forma de perceber o ser humano hospitalizado em UTI, possibilita um cuidado que rompe com o modelo assistencial predominante, com o objetivo maior da cura e não o cuidado do ser. E, nesse processo, precisamos romper o estereótipo 33 concentrado no técnico em assistência intensiva e voltar a atenção, principalmente, para a pessoa do doente e seus familiares. O cientista Owen, em matéria na Revista Veja, no mês de março de 2010, questionou se os pacientes em coma têm consciência de seu estado, bem como se ouvem e entendem tudo ou pelo menos parte do que acontece ao seu redor, e, em seguida, relatou que, em sua concepção, por meio da pesquisa é muito cedo para dizer que existe vida consciente no estado vegetativo. No entanto, o paciente exemplificado neste estudo, vivenciado por nós, familiares, e amigos e equipe multiprofissional, permite dizer que há pacientes em coma com sensibilidade e consciência as vezes do seu estado. E, por isso, forjando a necessidade do enfrentamento da questão do olhar diferenciado a respeito do cuidar em UTI e domiciliar. 34 REFERÊNCIAS AGUIAR, M. G. G. A produção científica do (a) aluno (a) de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana no período de 1996 a 2001. Feira de Santana, 2002.53f. Monografia (Progressão de Carreira) Departamento de Saúde. Universidade Estadual de Feira de Santana. BACKES, D. S.; LUNARDI FILHO, W. D.; LUNARDI, V. L. A construção de um processo interdisciplinar de humanização à luz de Freire. Texto Contexto Enfermagem, v.3, 2005. Disponível em: www.scielo.br Acesso em: 11 ago.2009. BARLEM, B. L. D.; ROSENHEIN, D.P.N.; LUNARDI, V.L.; LUNARDI FILHO, W.D. Comunicação como instrumento de humanização do cuidado de enfermagem: experiências em unidade de terapia intensiva. Rev Eletr. Enf., 2008. Disponível em: www.fen.ufg.br/revista/v10/n4 Acesso em: 06 set.2009. BOFF, L. Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. In: BOFF, L. Cuidado: o ethos do humano. Rio de Janeiro, ed.11: Vozes, 2004. p.33-39. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 675, de 30 de março de 2006. Aprova Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, que consolida os direitos e deveres do exercício da cidadania na saúde em todo o País. Brasília, 2006. CAETANO, J.; ANDRADE, L.; SOARES, E.; PONTE, R. Cuidado humanizado em terapia intensiva: um estudo reflexivo. Esc Anna Nery. Revista de Enfermagem, 2007. Disponível em: www.bases.bireme.br Acesso em: 13 mai.2009. CHAVES, E. H. B. Aspectos da liderança no trabalho do enfermeiro. Rev. Gaúcha Enfermagem; 14(1): 53-8. 1993. Disponível em http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem. Acesso em 24 de maio de 2010. DIAS, M. A. A. Humanização do espaço hospitalar: uma responsabilidade compartilhada. Revista O Mundo da Saúde, ano 30, v.30, n.2, 2006. Disponível em: www.scamilo.edu.br 35 DIOGO, M. J. E; DUARTE, Y. D. Atendimento Domiciliar: um enfoque gerontológico. São Paulo: Atheneu; 2000. DUARTE, Y. A. O.; DIOGO, M. J. E. Atendimento domiciliar: um enfoque gerontológico. In: DUARTE, Y. A. O.; DIOGO, M. J. E. Atendimento domiciliar: um enfoque gerontológico. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 1, p.317. Giovanna Martins, FERREIRA. Acolhimento: um processo em construção. Corinto, Minas Gerais, 2009. Disponível em www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2258.pdf FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. p. 27. GEORGE, J. B. Teorias de enfermagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. GOMES, A . M. Enfermagem na unidade de terapia intensiva, 2. ed., São Paulo, EDU, 1988. P 3-5; 17-31. HOLANDA, A. B. H. Dicionário aurélio online. Disponível em dicionario.alot.com. 2011. Acesso em janeiro de 2011. LOPES, M.J.M.; LAUTERT, L. A saúde das trabalhadoras da saúde: algumas questões. In:.HHAAG,G.S.;LOPES, M. J.; SCHUCK, J.S.(org). A enfermagem e a saúde dos trabalhadores. Goiânia: AB, 2001. p.109-40. MERHY, E. E., O ato de cuidar como um dos nós críticos “chaves” dos serviços de saúde. Campinas, 1999. Disponível em http://www.uff.br/saudecoletiva/professores/merhy/artigos-04.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2010. PESSINI, L.; BERTACHINI, L. Humanização e cuidados paliativos. In: Introdução. São Paulo: Loyola, 2004. p.1-7. PONTES, A.C.; LEITÃO, I.M.T.A.; RAMOS, I.C. Comunicação terapêutica em SALICIO, D. M. B., GAIVA, M. A. M. O significado de humanização da assistência para enfermeiros que atuam em UTI. 2006. Disponível em http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a08.htm. Acesso em agosto de 2010. 36 VILA, V.S.C.; ROSSI, L.A. O significado cultural do cuidado humanizado em Unidade de Terapia Intensiva: “Muito falado e pouco vivido.” Revista Latino-americana de enfermagem. Ribeirão Preto, v.10, n.2, mar 2002. Disponível em: www.scielo.org Acesso em: 15 mai.2009. WALDOW, V. R. Processo de Enfermagem: teoria e prática. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v.9, n.1, p.14-22, jan. 1988. SITES CONSULTADOS www.saude.gov.br www.scielo.org www.saude.rr.gov www.scamilo.edu.br redehumanizasus.net