Paralisias Oculomotoras Definição Quando a condução dos impulsos nervosos através dos nervos que enervam os músculos extraoculares se encontra alterada, a contracção muscular fica obviamente prejudicada. Se a interrupção do fluxo nervoso é total, não há movimento no campo de acção do músculo afectado. Está-se em presença de uma paralisia. Se persiste alguma condução nervosa, a motilidade está parcialmente conservada e está-se em presença de uma paresia. Etiologia Os estrabismos paralíticos podem ser de origem congénita ou então adquiridos após traumatismos ( craneanos ou orbitários), acidentes vasculares ( hipertensão, diabetes) ou em consequência de processos inflamatórios (zona, celulite, meningite) ou compressivos ( tumor, aneurisma). Podem além disso ter origem em doenças do próprio músculo (miastenia). Quadro Clínico As principais características clínicas são, numa primeira fase, a inconcomitância do desvio e a diplopia. O desvio é maior no campo de acção do músculo parético (fig 1) e por sua vez a diplopia varia consoante a posição do olhar, sendo obviamente maior no campo de acção do músculo parético. À paralisia primária de um determinado músculo segue-se a hiperacção do seu antagonista homolateral, muitas vezes com contractura. A tentativa de vencer a dificuldade de condução leva o S.N.C. à emissão de mais impulsos nervosos, que vão também ( lei de Hering) aumentar a enervação do sinergista contralateral com a consequente hiperacção do mesmo. Por outro lado da hiperacção do antagonista homolateral, resulta uma menor necessidade de estimulação deste e consequentemente (leis da enervação motora) do seu agonista contralateral, que fica hipoactivo. Sendo este último o antagonista contralateral do músculo parético, a sequência será portanto: paralisia primária do músculo, hiperacção do antagonista homolateral, hiperacção do sinergista contralateral e hipoacção do antagonista contralateral (fig 2). Muitos doentes ultrapassam a diplopia, com uma posição anómala da cabeça, geralmente em direcção ao olho parético. Numa paralisia do VI par direito, a cabeça estará portanto, rodada para a direita.(fig 3) Todavia, existem situações em que a cabeça roda para o lado oposto. O objectivo é afastar ainda mais as imagens, para que uma delas possa ser desprezada mais facilmente. Evolução A maioria das paralisias regride completamente, ao fim de um período de tempo que pode ir de semanas a alguns meses. Outras regridem parcialmente, podendo persistir um pequeno desvio, facilmente corrigível com lentes prismáticas. Em muitas outras persiste um desvio com uma diplopia perturbadora, havendo necessidade de recorrer à cirurgia, pela qual , classicamente se costumam aguardar 6 meses. Por vezes durante o processo de regressão, há uma regeneração anómala de fibras nervosas destinadas a um determinado músculo que passam também a enervar outro músculo. È o que sucede no pseudo-sinal de Graefe: elevação da pálpebra superior, no olhar para baixo ou em adução (regeneração anómala entre as fibras do levantador da pálpebra e do recto medial) (fig.4). PARALISIA DO VI PAR Uma vez que só enerva um músculo, o recto lateral, a dificuldade de abdução ou a sua impossibilidade, conforme se trata de uma paresia ou de uma paralisia, é a alteração da motilidade encontrada. Consoante a sua gravidade, pode encontrar-se somente um pequeno nistagmo na tentativa de abdução, até uma dificuldade de ultrapassar a linha média, de chegar à linha média ou nos casos mais graves uma ausência total de abdução (Fig.5).Geralmente o doente apresenta-se com uma endotropia, de maior ou menor valor angular, consoante a gravidade da paralisia. Quando fixa com o olho atingido o desvio é geralmente maior (o desvio secundário é maior que o desvio primário, Fig.6)). Se o desvio não for muito grande há uma tentativa de o compensar com torcicolo (cabeça rodada para o lado do músculo parético Fig. 7). Em consequência do seu longo trajecto intracraneano, o VI par é particularmente sensível a aumentos da pressão intracraneana, fracturas da base do craneo, fenómenos compressivos e inflamatórios. O síndrome de Gradenigo, resulta precisamente da associação de infeccção do ouvido médio, com petrosite e inflamação do nervo quando este caminha sobre o osso temporal. O gráfico sinóptométrico, o gráfico de Hess e o campo de visão única biocular são característicos.( Fig 8,9 e 10). O tratamento é numa primeira fase sintomático: se o desvio é suficientemente grande para não poder ser compensado por uma posição anómala da cabeça, deve ser efectuada uma oclusão para evitar a diplopia. A oclusão deve ser alternada, colocando o olho parético a fixar e assim evitando a contractura do antagonista homolateral, ou seja do recto medial. Numa segunda fase, decorridas 2-3 semanas, pode injectar-se toxina botulínica no recto medial, que não só evita a contractura muscular, como vai permitir uma certa excursão do olho ou diminuir a amplitude do torcicolo, se a paralisia não for completa. O uso de prismas, pode ser muito útil nos pequenos desvios enquanto não recuperam, ou nos pequenos desvios residuais. Grande parte das paralisias do VI par recuperam espontaneamente, com diminuição do ângulo de desvio convergente e aumento da amplitude dos movimentos de excursão do olho em abducção. Quando a recuperação não é total tem de se pensar em cirurgia. Como foi referido é costume aguardar pelo menos 6 meses antes de operar. Se existe contractura do recto medial, isto é, se o teste das ducções passivas, revela alguma dificuldade em trazer o olho em abducção para além da linha média pode ser suficiente contrariar essa restrição com um enfraquecimento do recto medial. Não é o que se passa na maioria dos casos. Se o recto lateral, deixou de ser um músculo paralisado, para se tornar num músculo parético, com uma recuperação funcional que lhe permite ultrapassar a linha média, ao enfraquecimento do recto medial pode associar-se um reforço (ressecção) do recto lateral. Se tal não acontecer, não tem qualquer interesse mexer no recto lateral, uma vez que não se pode melhorar a força de um músculo que não se contrai e estamos a seccionar, inutilmente, uma artéria ciliar longa, importante na irrigação do segmento anterior do olho. Geralmente, numa primeira fase, colocamos um fio de Cuppers no recto medial. Causando assim uma paresia artificial deste músculo, vai-se por um lado permitir que o recto lateral homolateral funcione melhor por não estar anulado pelo recto medial e vai-se por outro lado promover um envio de um maior número de impulsos nervosos para o recto lateral contralateral, que como vimos estaria hipoactivo (antagonista contralateral do músculo paralisado). Numa segunda fase fazemos cirurgia de transposição muscular. Como poupámos a ciliar longa do recto lateral e as ciliares longas do recto medial, podemos fazer uma transposição total do recto superior e do recto inferior, sacrificando as respectivas artérias ciliares longas. Colocando as suas inserções, junto à inserção do músculo paralisado, vai-se procurar alcançar uma imobilização do olho em posição primária olho, ficando fixo nessa posição, e havendo portanto uma zona livre de diplopia. Nas lateroversões, o doente rodará a cabeça para um e para outro lado para evitar a diplopia.. Outros procedimentos usados são a transposição parcial das metades temporais dos músculos verticais para o recto lateral (Hummelsheim). PARALISIA DO IV PAR Este nervo enerva somente um músculo, o oblíquo superior, cuja acção principal é de baixar o olho, mas que além disso é intorsor e abdutor. O seu campo de acção vertical é ao olhar para baixo e para dentro. Em abdução, o músculo é essencialmente intorsor. A paralisia do IV par pode ser congénita (defeito no núcleo ou na parte motora), ou adquirida, sendo a causa principal traumatismo craneano. Diplopia é o sintoma mais comum, sobretudo quando o doente olha para baixo e por isso é frequente haver queixas de dificuldade na leitura ou em descer escadas. Quando se está em presença de uma paresia o desvio pode ser difícil de se notar em posição primária. Após dissociação, encontrar-se-á uma hiperforia ou uma pequena hipertropia do olho afectado. Quando o olho atingido é o olho fixador, o desvio é maior (Fig.11). Pode também observar-se um discreto desvio convergente, uma vez que o músculo é também abdutor. Observa-se quase sempre um torcicolo (Fig.12), particularmente relevante nas paralisias congénitas, em que as crianças aparecem sempre nas fotografias com a cabeça inclinada para o ombro oposto e o mento deprimido. Em adultos, pode o torcicolo em certos casos ser com a cabeça inclinada para o lado do olho parético: o objectivo é afastar mais as imagens, de forma a ignorar mais facilmente a diplopia. A explicação do torcicolo, reside na necessidade de evitar a estimulação do músculo parético. Se por exemplo o músculo parético é o obliquo superior direito, a cabeça estará inclinada para a esquerda, neutralizando assim a exciclotorsão secundária gerada pelos recto inferior e oblíquo inferior hiperactivos. Se a cabeça for inclinada para o lado parético, ou seja para a direita, é pedida uma inciclotorsão que deverá ser efectuada pelo recto superior e pelo oblíquo superior. Como este está hipoactivo, a acção elevadora do recto superior não fica suficientemente neutralizada pela acção abaixadora do oblíquo parético e gera-se uma hipertropia. Esta é a base da manobra de Bielschowsky (fig.13). Nas paralisias congénitas, o torcicolo pode levar a uma hipoplasia da face do lado do torcicolo (fig.14). O diagnóstico de uma paralisia do oblíquo superior que não seja recente, pode por vezes tornar-se confuso. De facto decorrido algum tempo após o seu aparecimento, o desvio vertical pode tornar-se concomitante, devido à contractura do seu antagonista homolateral, ou seja o oblíquo inferior. Esta contractura, leva a que este músculo não precise de ser estimulado para se contrair, passando a ter necessidade de receber menos impulsos nervosos. Pela lei de Hering, o seu agonista contralateral ( o recto superior do olho são), passará também a receber menos impulsos. Portanto, quando fixa o olho parético, o estudo dos movimentos oculares, revelará uma hipoacção do recto superior do olho são, porque é menos estimulado e é melhor contrariado pelo seu antagonista directo, ou seja o recto inferior do olho são. Pudera portanto parecer que se está perante uma paresia do recto superior do olho são. Para fazer o diagnóstico diferencial, utilizase o chamado teste em 3 fases de Parks. A primeira fase consiste em identificar qual dos olhos está em hipertropia em posição primária. Se, por exemplo, é o olho direito (fig.15), isso significa que os músculos paréticos, têm de ser os depressores do olho direito (recto inferior direito ou oblíquo superior direito) ou os elevadores do olho esquerdo (recto superior esquerdo ou oblíquo inferior esquerdo). A segunda fase (fig. 16), consiste em saber se o desvio vertical aumenta quando olha para a direita ou para a esquerda. Se o desvio em causa se acentua na levoversão, os músculos deficientes ou são o oblíquo superior direito ou o recto superior esquerdo. A terceira fase (fig.13)consiste em despertar a intorsão, inclinando a cabeça: se o desvio vertical se acentua quando inclina para a direita, o oblíquo superior será o músculo parético. Quando a paralisia é bilateral, a hipertropia aumenta quer quando se inclina a cabeça para o lado direito, quer quando se inclina para o lado esquerdo. Para além do estudo dos movimentos oculares é importante o registo gráfico do desvio, e o estudo das torsões. O gráfico de Hess(fig.17), é característico: hiperacção do sinergista contralateral (recto inferior), hiperacção do antagonista homolateral (oblíquo inferior) e hipoacção do antagonista contralateral ( recto superior). O gráfico sinoptométrico (fig.18), é também característico: maior desvio vertical e torsional no campo de acção do músculo parético, maior amplitude de desvio vertical quando fixa o músculo parético. A fisionomia da diplopia é bem avaliada com o campo de visão única biocular (fig.19). Para o estudo das torsões, além dos gráficos descritos, deve usar-se a vareta de Maddox, que permitirá medir o grau de exciclotorsão. Por vezes, a exciclotorsão é superior ao torcicolo, o que se deve ao facto de poder haver em condições de binocularidade normais outros fenómenos de compensação, como por exemplo através da fusão. A torsão é também identificável, observando em retinografias do olho afectado, a posição relativa da fóvea em relação à papila (fig. 20). Tratamento Em presença de desvios verticais de pequeno valor angular podem ser tentados prismas. O desvio vertical será corrigido o que permitirá a fusão e por consequência a anulação da exciclotorsão e do desvio secundário horizontal. Em presença de desvios maiores, é necessário recorrer à cirurgia, decorridos que sejam pelos menos 6 meses sobre a paralisia, a fim de o desvio estar estabilizado. Por outro lado é preciso diferenciar um músculo parético, de um músculo totalmente paralisado, e uma paralisia unilateral de uma paralisia bilateral do IV par. A classificação de Knapp é útil, mas implica em determinadas circunstâncias actuar sobre o oblíquo superior parético, com o consequente perigo de induzir um Brown iatrogénico. De acordo com Jampolsky, recomenda-se numa primeira fase, enfraquecer o antagonista homolateral, ou seja o oblíquo inferior hiperactivo, independentemente do valor do desvio em posição primária. Se o desvio vertical, ao olhar para baixo, e em aducção for consideravelmente maior, isso significa que o agonista contralateral está hiperactivo, pelo excesso de impulsos nervosos que está a receber. Torna-se portanto necessário enfraquecer o recto inferior do outro olho. A retroinserção não deverá exceder 5mm e deve-se ter em conta a correlação anatómica existente entre as bainhas do recto inferior e o ligamento de Lockwood, a fim de evitar o ectropion secundário da pálpebra inferior. Mas pode acontecer, que haja um desvio vertical que é maior ao olhar para baixo e em abducção, ou seja no campo de acção do recto inferior do olho afectado. Isso significa que o recto superior do olho afectado está contracturado, e portanto há necessidade de o enfraquecer para permitir o correcto abaixamento do olho. Ao contrário das formas unilaterais se a paralisia for bilateral, os doentes queixam-se de exciclotorsão, que se agrava ao olhar para baixo De facto, deve suspeitar-se de uma dupla paralisia do IV par, sempre que a exciclotorsão for superior a 12 dioptrias, a hipertropia alterne nas versões laterais ou com a inclinação da cabeça para um ou outro ombro, e sobretudo em presença de um endodesvio em V. Nestes casos, como caracteristicamente não se observam hiperacções dos oblíquos inferiores, é possível obter uma boa fusão com um pequeno torcicolo , ou seja com o mento ligeiramente deprimido. Nestas situações, a grande dificuldade é resolver o problema da leitura. Fazer uma prega nos oblíquos superiores, além da incongruência de pretender reforçar a acção de um músculo que não funciona porque não tem enervação suficiente, é facilitar o aparecimento de um síndrome de Brown iatrogénico em ambos os olhos. A solução parece portanto ser a de resolver o problema da exciclotorsão através da anteroposição e lateralização da metade anterior do tendão do oblíquo superior, conhecida como operação de Harada-Ito. O desvio horizontal residual deverá ser corrigido com cirurgia de transposição vertical dos músculos horizontais ou então com cirurgia oblíqua dos mesmos músculos horizontais. PARALISIA DO III PAR O III par craneano enerva vários músculos: o recto medial, o recto superior, o recto inferior, o oblíquo inferior e ainda o levantador da pálpebra superior. Além disso enerva o músculo ciliar e o esfíncter da íris. Classicamente é costume descrever como completa a paralisia que compromete a musculatura extrínseca assim como a musculatura intrínseca do globo ocular e como incompleta uma paralisia que só envolve a musculatura extrínseca. Compreende-se portanto que os doentes atingidos por paralisia do III par se possam apresentar com uma grande variedade de tipos de desvio, consoante a gravidade da paralisia e consoante os músculos envolvidos (fig. 21 e 22). Relativamente frequente nos doentes com paralisia do III par é a regeneração anómala (fig.4). Trata-se de um fenómeno em que os axónios extramedulares regeneram, mas não para a direcção inicial. O mais conhecido é o sinal de pseudo-Graefe, situação em que ao olhar para baixo ou em adução, ocorre concomitantemente uma elevação da pálpebra superior, porque algumas das fibras nervosas originariamente comprometidas com o recto inferior ou com o recto medial, regeneraram em direcção ao elevador da pálpebra. Embora estejam descritas formas congénitas, são muito raras e geralmente idiopáticas. Tal como nas formas adquiridas , geralmente todos os músculos estão mais ou menos afectados, apesar de poder haver paresias isoladas de qualquer um dos músculos. Uma vez que apenas o recto lateral e o oblíquo superior funcionam, o quadro clínico caracteriza-se por exotropia, hipotropia e ptose palpebral em diversos graus., associados a constricção pupilar quando a paralisia é completa (fig.23). O Écran de Hess (fig.24), o Gráfico Sinoptómetrico (fig. 25 e 26) e o campo de visão única biocular (fig. 27) são bem elucidativos. Tratamento O tratamento das paralisias do III par é difícil e ingrato, uma vez que são vários os músculos envolvidos e de diversas maneiras possíveis. Se se está em presença de uma criança em período de maturação visual, o primeiro objectivo deve ser prevenir a ambliopia resultante do estrabismo e da ptose, com uma oclusão enérgica do outro olho. Podem adaptar-se prismas no caso de pequenos desvios, para tentar abolir a dipopia. Quando, raramente, se encontra uma paralisia isolada de um músculo, pode-se fazer cirurgia de transposição dos outros músculos, a fim obter o alinhamento em posição primária. A toxina botulínica pode ser útil na fase aguda para evitar a contractura do antagonista. Em presença de uma paralisia completa geralmente não é possível obter uma zona de visão binocular livre de diplopia, uma vez que só ficam dois músculos para actuar. Geralmente efectua-se uma retroinserçao muito generosa do recto lateral ou então desinserção do recto lateral com fixação à parede lateral da órbita, com o objectivo de eliminar por completo a sua acção. Na tentativa de efectuar alguma adução pode-se tentar a transposição do oblíquo superior, com ou sem fractura da tróclea, inserindo-o no quadrante supero nasal, junto ao bordo interno do recto superior ou junto ao bordo superior do recto medial. Bibliografia recomendada:. 1- Superior Obliqúe Paralysis : A Review of 270 cases. Gunther K. von Noorden, Elisabeth Murray, Susie Y. Wong. Arch Ophthalmol .1986;104: 1771-1776 2- Classification and treatment of superior oblique palsy. Knapp P. Am Orthopt J. 1974;24:18-22 3- Superior Oblique Tuck Surgery in the Management of Superior Oblique Palsies: Discussion. Arthur Jampolsky. J. Pediatr Ophthalmol Srabismus 1992;29:347348 4- Paralisias do IV Par: Revisão Clínica de 130 Casos. Carla Teixeira, Jorge Breda, Augusto Magalhães, M. Armanda Sousa, A. Cristina Pereira. Acta Oftalmol 2004;14:29-33 5- Causes and Prognosis in 4278 Cases of Paralysis of the Oculomotor, Trochlear and Abducens cranial nerves. B. W. Richard, F.R. Jones, b. R. Young. Am J. Ophthalmology 1992;113:489 6- Long-term outcomes after surgical management of chronic sixth nerve palsy. Holmes J. M., Leske D.A.. J. AAPOS. 2002;6(5):283-8 7- Botulinum toxin treatment versus conservative management in acute traumatic sixth nerve palsy or paresis. Holmes J.M., Beck RW., Kip K.E.,Droste P.J., Leske D.A.. J. AAPOS. 2000;4(3):145-9 8- Initial treatment outcomes in chronic sixth nerve palsy. Holmes J.M., Leske D.A., Christiansen S.P.. J. AAPOS. 2001;5(6):370-6 9- Surgical management of third nerve palsy. Noonan C.P., O´Connor M. Br J Ophthalmol. 1995;79 (5): 431-434. 10- Surgical treatment of paralysis of the inferior division of the oculomotor nerve. Kushner B.J. Arch Ophthalmol. 1999; 117(4):485-489 11- Third cranial nerve palsy in children. Schumaker-Feero L.A., Yoo K.W., Solari F.M., Biglan A.W. Am J. Ophthalmology 1999;128(2):216-221 12- Ocular fixation to nasal periosteum with a superior oblique tendon in patients with third nerve palsy. Villasenor Solares J., Riemann B.I., Romanelli Zuazo A.C., Riemann C.D. J Pediatric Ophthalmol Strabismus. 2000;37(5):260-265 13- Strabismus surgery in congenital third nerve palsy. Lee V., Bentley C.R., Lee J.P.. Strabismus. 2001;9(2):91-99 14- Principles of Surgical Management of Cranial Nerve Palsies. Siatkowski, M.R.. Am Ortopt J. 2004;54:62-69 15- Alguns aspectos da importância do sinóptometro no estudo de desvios oculares. Breda J.,Magalhães A., Pereira A.C. Rev Soc Port Oftalmol;1999;49-60. 16- Campo de visão binocular simples nos estrabismos inconcomitantes. Magalhães A, Breda J, Pereira A.C. Rev Soc Port Oftalmol. 1999;23:45-48 17- Parálisis oculomotoras: Diagnóstico y tratamiento. Pilar Gómez de Liaño Sánchez. Comunicación Solicitada. 75 Congreso de la Sociedad Española de Oftalmología. Torremolinos, 1999 18- Paralytic Strabismus. Rubin S.E.. In Yanoff M, Duker JS,eds.Opthalmology,St Louis.Mosby.1999. 19- Cranial Nerve Palsies. Parks M.M., Mitchell P.R. In:Tasman W, Yaeger EA,eds. Duane´s Clinical Ophthalmology, Vol 1, Ch 19. Philadelphia: LippincottRaven;1995:1-17 20- Paralytic Strabismus. In von Noorden G. K., Campos E. C.: Binocular Vision and Ocular Motility. St Louis: Mosby; 2002: 21- Uso da toxina botulínica em estrabismo. Vieira M.L.: Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. Lisboa; 1996. 22- Surgical Management of Strabismus. Helveston E. M. St Louis:Mosby;1993. 23- Ecran de Hess. Barca M. Ver. Soc Port Oftalmol.1999;45:61-62