PO41 - Veranatura

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PO41
TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA PARA IDENTIFICAÇÃO DAS INSERÇÕES DOS MÚSCULOS EXTRAOCULARES
Ana Almeida1, Fábio Gaudêncio1, Rita Dinis Gama2
(1Hospital Beatriz Ângelo, 2Hospital da Luz; Hospital Beatriz Ângelo)
Introdução: A Tomografia de Coerência Óptica do Segmento Anterior (AS-OCT) é um método rápido e não invasivo que pode
ser usado em pacientes colaborantes sem necessidade de recorrer a sedação ou anestesia.
Alguns estudos já reportaram o seu uso na identificação da inserção dos músculos extraoculares com boa correlação das
medidas efectuadas intra-operativamente e excelente reprodutibilidade inter e intra examinador.
Serve o presente trabalho para reportar a utilidade AS-OCT na identificação da inserção do músculo recto interno numa doente
com limitação da adução pós-trauma com ferida penetrante.
Material e Métodos: Os autores reportam um caso de uma doente de sexo feminino, 75 anos que recorre ao serviço de
urgência de oftalmologia por trauma globo ocular direito. À observação apresentava uma acuidade visual melhor corrigida de
0,8 no olho direito e 0,63 no olho esquerdo, ausência de defeito pupilar aferente e visão cromática mantida. O estudo da
motilidade ocular não revelou limitações aparentes. À biomicroscopia salienta-se ferida penetrante da conjuntiva nasal do olho
direito que foi suturada. Na fundoscopia sob midríase a retina encontrava-se aplicada e sem soluções de continuidade.
No dia subsequente ao trauma a paciente refere queixas de diplopia de novo tendo-se verificado uma exotropia de 45DP do
olho direito com limitação da adução, ultrapassando ligeiramente a linha média.
Resultados: A realização de AS-OCT identificou a manutenção da inserção do músculo recto interno tendo-se verificado na
ressonância magnética (RM) uma assimetria dimensional dos músculos rectos internos por maiores dimensões à direita com
evidência de hipersinal no músculo recto interno direito em STIR traduzindo provável edema no contexto pós-traumático.
Nos 3 meses subsequentes ao trauma verificou-se resolução progressiva da limitação da abdução e da diplopia.
Conclusões: O estudo dos músculos extraoculares pode ser realizado através de diversos meios de complementares de
diagnóstico como a tomografia computorizada (CT), RM e biomicroscopia ultrassónica. Contudo, estes métodos têm algumas
desvantagens nomeadamente o custo e dificuldade de acesso.Dada a facilidade de captação de imagens e relativo baixo custo
o uso do AS-OCT pode ser uma mais valia não só no estudo pré operatório de doentes com estrabismo, mas também em casos
de suspeita de desinserção de músculo extraocular.
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