Comunicações em Vídeo (CV-1 a CV-05) REVISTA PORTUGUESA DE COLOPROCTOLOGIA CV- 01 ENTEROSCOPIA NA DOENÇA DE CROHN Mascarenhas Saraiva M, Oliveira E, Pinho R Instituto CUF, ManopH, Porto A visualização do intestino delgado é importante na avaliação da doença de Crohn. A enteroscopia por cápsula representou um avanço considerável, sobretudo na caracterização dos casos precoces, mas está limitada pelos elevados riscos de retenção da cápsula nesta doença, assim como pela impossibilidade de obtenção de especimens para exame histológico. As técnicas convencionais de enteroscopia (de pulsão) e de ileocolonoscopia estavam limitadas pelo facto de permitirem apenas a visualização de uma pequena porção do intestino delgado. Com a implementação da técnica de enteroscopia de duplo-balão, já foi possível a exploração de uma porção consideravelmente superior do intestino delgado, para esclarecimento dos achados encontrados pela cápsula endoscópica, para obtenção de biopsias, retirada de cápsulas retidas, ou dilatação de estenoses. Mais recentemente, a enteroscopia em espiral, também permite uma exploração profunda do intestino delgado e apresenta vantagens na manipulação do endoscópio para realização de terapêuticas. Os autores demonstram a utilização das técnicas de enteroscopia de duplo-balão e de espiral em casos de doença de Crohn. CV- 02 ILEOCOLECTOMIA LAPAROSCOPICAMENTE ASSISTIDA POR DOENÇA DE CROHN Dias Pereira A, Soares A, Cerqueira R, Silva D, Costa J, Nora M Serviço de Cirurgia Geral, Hospital de S. Sebastião, Santa Maria da Feira O doente portador de doença de Crohn tem grande probabilidade ao longo da sua vida de vir a ser submetido a várias intervenções cirúrgicas e estas poderão ser efectuadas por laparoscopia com as vantagens já amplamente demonstradas para esta via de abordagem. Contudo, esta pode ser particularmente dificil nomeadamente por processos aderenciais devidos aos fenómenos inflamatórios caracteristicos desta patologia. Neste vídeo os autores apresentam uma ileocolectomia efectuada numa doente de 42 anos de idade com doença estenótica e fistulizante do cego e ileon terminal e com um abcesso rebelde á drenagem percutânea. Intra-operatoriamente constataram-se aderências intensas entre este segmento do tubo digestivo e a parede abdominal anterior tendo estas sido lisadas com sucesso, após o que se efectou a mobilização do cego e ileon terminal para permitir a respectiva exteriorização por uma incisão suprapúbica, de apoio, com cerca de 5 cm. A secção e anastomose digestivas foram, então, efectuadas extracorporeamente. O pós-operatório imediato foi excelente, com reduzido consumo de analgésicos e rápido restabelecimento do trânsito intestinal. CV- 03 HEMICOLECTOMIA DIREITA POR VIA (EXCLUSIVAMENTE) LAPAROSCÓPICA Castro Sousa F, Soares Leite J, Martins M, Almeida V, Moura P Clínica Universitária de Cirurgia III da FMUC, Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra Num doente de 79 anos, com quadro de diarreia e rectorragias, com três meses de evolução, foi diagnosticada, por colonoscopia, uma formação tumoral cecal, de 3 cm de diâmetro, cuja biópsia revelou neoplasia intra epitelial. O paciente referia história de osteosarcoma do braço esquerdo, com amputação pelo 1/3 superior do membro, seis anos antes. Como se verá no vídeo, efectuou-se uma hemicolectomia direita por via exclusivamente laparoscópica, com laqueação inicial dos pedículos vasculares e anastomose intracorporal; após se ter realizado ecografia hepática peroperatória. Não se registaram complicações no período pós-operatório imediato. 32 REVISTA PORTUGUESA DE COLOPROCTOLOGIA CV - 04 RESSECÇÃO ANTERIOR DO RECTO LAPAROSCÓPICA - UM EXEMPLO DE GRANDE EVIDÊNCIA ANATÓMICA Dias Pereira A, Sousa A, Teixeira T, Costa J, Silva D, Reis AJ, Sousa R, Gonçalves G, Nora M Serviço de Cirurgia Geral, Hospital de S. Sebastião, Santa Maria da Feira Actualmente permanece questionável a realização de cirurgia laparoscópica no cancro do recto, particularmente nos seus terços médio e inferior onde é aconselhável fazê-lo em ambiente de ensaio clínico/protocolo. No terço superior do recto em que o cancro se comporta de forma semelhante ao do cólon, e desde que limitado á parede rectal é mais consensual a realização de cirurgia laparoscópica. Neste vídeo os autores apresentam uma ressecção anterior do recto efectuada por laparoscopia numa doente magra, com um fundo de saco de Douglas particularmente baixo e com uma neoplasia maligna limitada á parede do recto no seu terço superior. Este caso é exemplar pela clarividência e facilidade de dissecção dos planos anatómicos, pela ausência de sangramento e ainda pelo respeito dos princípios da Cirurgia Oncológica. CV-05 HEMORROIDOPEXIA TRANSANAL MANUAL Leite JS, Martins M Serviço de Cirurgia III, Hospitais da Universidade de Coimbra Nas hemorróidas de 3º grau, sem componente externo significativo, que não respondem ao tratamento com anéis elásticos, as vantagens da hemorroidopexia de Longo são contrariadas pelo seu elevado custo e pelo risco de complicações associadas à falta de visualização dos tecidos ressecados. Numa paciente de 64 anos, com hemorróidas de 3º grau, apresenta-se no vídeo uma alternativa técnica, a hemorroidopexia transanal manual (Pakravan e col 2009) que consiste na utilização de quatro pontos em Z, a 4 cm da linha dentada, associados a excisão parcial da mucosa rectal. Com a utilização desta técnica admite-se obter os mesmos resultados, com menor custo e menor risco de complicações. 33