Wederson de Souza Ferreira ESTUDO DA ESTABILIDADE FÍSICA DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE ÓLEO DE COPAÍBA COM MEDIDAS ÓPTO-MAGNÉTICAS Orientador: Prof.Dr. Judes Gonçalves dos Santos Ji-Paraná, julho de 2010 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA-UNIR DEPARTAMENTO DE FÍSICA Campus de Ji-Paraná Wederson de Souza Ferreira ESTUDO DA ESTABILIDADE FÍSICA DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE ÓLEO DE COPAÍBA COM MEDIDAS ÓPTO-MAGNÉTICAS Monografia submetida ao Departamento de da Física Universidade Federal de Rondônia como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Licenciatura Plena em Física. Ji-Paraná, julho de 2010. DEDICATÓRIA Dedico em primeiro lugar ao meu grande Deus, porque sem ele isso não seria possível. E a toda minha família por todo o apoio, seja ele com orações, conselhos ou financeiramente, para que tornasse possível a realização do meu sonho. AGRADECIMENTO A caminhada foi longa, foram muitos colegas que se tornaram grandes amigos no decorrer dos anos do curso, e que juntos compartilhamos de grandes momentos. Momentos esses que nunca hei de esquecer, mais ficará guardado na minha mente como lição e aprendizado e no meu coração ficará muita saudades e boas lembranças. Quero aqui dizer muito obrigado ao Prof. Dr. Judes Gonçalves dos Santos pela orientação e apoio. Agradeço também pela sua grande paciência nos momentos mais difíceis quando nada queria dar certo, no qual às vezes eu me sentia desanimado. Aos meus amigos Gilciano Soares de Oliveira, Marluce Pereira Oliveira, Fernanda Antunes Fabian, Ernani Marco Rodrigues dos Reis, Juliana Bessa de Almeida, Gisele Pedra da Silva, Gilma Carine da Silva Santos, pelo companheirismo nesse curso, pelas opiniões, brincadeiras, pelos momentos juntos que levarei eternamente em minhas lembranças. Ao laboratório científico do Departamento de Física da UNIR de Porto Velho e ao CNPq pelo tempo que eu fui bolsista. A todos aqueles que me direta ou indiretamente contribuíram para a execução desse trabalho. Oh SENHOR! Quão grande é a sua bondade, que guardaste para com os que o temem e que mostraste a aqueles que em ti confiam na presença dos filhos dos homens! SL 31; 19 Resumo Neste trabalho foi desenvolvido o estudo da estabilidade física de fluidos magnéticos à base de óleo de copaíba. Algumas técnicas espectroscópicas, como a Birrefringência Magnética e também algumas medidas de susceptibilidade Magnética, magnetização e permeabilidade magnética foram empregadas neste estudo. A estabilidade do fluido magnético pode ser observada através de medidas opto magnética. A finalidade é entender a interação da cobertura biocompatível com a superfície da nanopartícula magnética de maguemita (α-Fe2O3) e magnetita. Palavras - chave: Nanopartícula. Fluido Magnético. Copaíba. Estabilidade. Abstract This work was developed to study the physical stability of magnetic fluids based on oil Copaiba. Some spectroscopic techniques such as Magnetic Birefringence and also some measurements of magnetic susceptibility, magnetization and magnetic permeability were used in this study. The stability of the magnetic fluid can be observed through opto-magnetic measurements. The purpose is to understand the interaction of coverage and the surface of biocompatible magnetic nanoparticles of maghemite (αFe2O3) and magnetite. Word-key: Nanoparticles. Magnetic fluid. Copaiba. Stability LISTA DE FIGURAS Página Figura 11Figura Representa em (a) um fluido iônico (presente a repulsão000000 Figura 11Figura eletrostática) e em (b) um fluido surfactado (presente a000000 Figura 11Figura barreira Figura 11Figura surfactante)................................................................................000016 Figura 21Figura À esquerda temos a árvore de Copaíba e a direita podemos000000 Figura 11Figura ver as suas sementes (www.clubedasemente.org.br)................ 000019 Figura 31Figura Extração do óleo de copaíba (www.funai.gov.br).................... 000020 Figura 41Figura Diagrama esquemático do sistema desenvolvido para medir a 000000 Figura 11Figura susceptibilidade magnética de diferentes amostras...................000023 Figura 51Figura Imagem Figura 11Figura (webmail.com/data/Maghemite.shtml)..................................... 000025 Figura 61Figura Representa em (a) e em (b) a estrutura da maguemita que é000000 Figura 11Figura do tipo espinélio inverso, e possui fórmula geral do tipo XY2000000 Figura 11Figura O3, onde o íon X tetraédrico tem carga +3 e o íon Y000000 Figura 11Figura octaédrico carga +2 e +3, respectivamente............................... 000025 Figura 71Figura Estrutura molecular ácido copálico, hardwickico e kaur-16-000000 Figura 11Figura en-19-carbônico respectivamente (VEIGA JR. & PINTO,000000 Figura 11Figura 2002)......................................................................................... 000026 Figura 81Figura Fluído magnético de óleo de copaíba e Maguemita..................000028 Figura 91Figura Espectro de Birrefringência magnética estática para todas as000000 Figura 11Figura concentrações de maguemita sem ajuste linear, fluido 000000 Figura 11Figura magnético a temperatura ambiente........................................... 000031 Figura 10Figura Espectro de Birrefringência magnética estática para todas as000000 Figura 11Figura concentrações de maguemita com ajuste linear, fluido000000 Figura 11Figura magnético a temperatura ambiente........................................... 000031 tensoativa, de um feita pelas fragmento moléculas de do000000 maguemita000000 Figura 11Figura Gráfico da susceptibilidade magnética versus campo000000 Figura 11Figura magnético a temperatura ambiente........................................... 000033 Figura 12Figura Gráfico da susceptibilidade magnética versus concentração a000000 Figura 11Figura temperatura ambiente................................................................ 000033 Figura 13Figura Gráfico da magnetização versus campo magnético a000000 Figura 11Figura temperatura ambiente................................................................ 000034 Figura 14Figura Gráfico da magnetização versus concentração a temperatura000000 Figura 11Figura ambiente.................................................................................... 000035 Figura 15Figura Gráfico Figura 11Figura magnético a temperatura ambiente........................................... 000036 Figura 16Figura Gráfico da permeabilidade magnética versus concentração a000000 Figura 11Figura temperatura ambiente................................................................ 000036 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 000000 Figura 11Figura 00 Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura Figura 11Figura da permeabilidade magnética versus campo000000 LISTA DE TABELAS Página Tabela 1Figura Concentrações de óleo de copaíba e nanopartícula de000000 Tabela 1Figura maguemita para as medidas de Birrefringência Magnética...... 000028 Tabela 2Figura Concentrações de óleo de copaíba e nanopartícula de000000 Figura 1Figura maguemita para as medidas de susceptibilidade magnética,000000 Figura 1Figura magnetização e permeabilidade magnética............................... 000029 Tabela 3Figura Coeficientes dos ajustes lineares para cada concentração de000000 Figura 1Figura maguemita do gráfico da figura (10)........................................ 000032 000000 Figura 1Figura 000000 Figura 1Figura 000000 Figura 1Figura 000 Figura 1Figura Figura 1Figura Figura 1Figura 0000000000000000000000000000000000000000000000000 00000000000 0000000000000000000000000000000000000000000000000 00000000 Página LISTA DE SÍMBOLOS E PARÂMETROS ∕∕ Índice de refração na direção paralela ao campo aplicado. ∆ ⊥ Índice de refração na direção perpendicular ao campo aplicado. Birrefringência magnética. D Diâmetro da nanopartícula. H Campo magnético aplicado. Tempo característico no qual o processo de Birrefringência varia. K Anisotropia magnética. V Volume. k Constante de Boltzmann T Temperatura. Tempo de relaxação Browniano da nanopartícula. Volume hidrodinâmico da nanopartícula. Viscosidade do líquido carreador. Tempo de relaxação de Neél. Constante com valor típico de 10-9segundos. Tempo de relaxação efetivo. µ Permeabilidade no vácuo. ⃗ Distância entre o imã e a amostra. ⃗ Momento magnético do imã. Força magnética entre os dois dipolos magnéticos. Susceptibilidade magnética. Susceptibilidade magnética do ar igual a 0, 364X10-6, no SI. Massa produzida pela declinação da balança. g Aceleração da gravidade igual a 9,8 m/s2. LISTA DE EQUAÇÕES Página Equação 1uação Birrefringência Magnética variando com o tempo................... 000021 Equação 2uação Tempo de relaxação Browniano............................................... 000022 Equação 3uação Tempo de relaxação de Néel..................................................... 000022 Equação 4uação Tempo de relaxação efetivo...................................................... 000023 Equação 5uação Campo magnético ⃗ num ponto P qualquer gerado por um000000 Equação 1uação dipolo na origem do sistema de coordenadas........................... 000024 Equação 7uação Campo magnético ⃗ com o dipolo orientado na direção z....... 000024 Equação 8uação Susceptibilidade magnética....................................................... 000024 Equação 9uação Equação 1uação Expressão final da susceptibilidade magnética que relaciona000000 os dados obtidos no experimento com a balança analítica....... 000024 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 1uação 000000 Equação 6uação Força magnética entre dois dipolos magnéticos.................. 000024 ÍNDICE Página 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................16 1.1-Fluido Magnético...............................................................................17 1.2-Interações Físicas no Fluido Magnético............................................18 1.3-Óleo de Copaíba................................................................................19 1.4-Técnicas de Caracterização................................................................21 2 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 25 2.1-Materiais........................................................................................... 25 2.2-Nanopartícula Magnética.................................................................. 25 2.3-Componentes Moleculares do Óleo de Copaíba................................26 2.4-Procedimentos Experimentais...........................................................26 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................30 3.1-Birrefringência Magnética Estática...................................................30 3.2-Susceptibilidade Magnética...............................................................32 3.3-Magnetização.....................................................................................34 3.4-Permeabilidade Magnética.................................................................35 4 CONCLUSÕES.............................................................................................37 5 PERSPECTIVAS...........................................................................................37 6 REFERÊNCIAS.............................................................................................38 16 1- INTRODUÇÃO Ferrofluidos ou fluidos magnéticos são sistemas coloidais, ou seja, são sistemas físico-químicos que contém duas fases (Figura 1), na qual uma é a do disperso constituído de nanopartículas magnéticas recobertas por uma camada molecular estabilizante e a outra é a do dispersante que é um solvente orgânico ou inorgânico. As nanopartículas são tipicamente esféricas e com diâmetro entre 4 e 12 nm. A camada molecular estabilizante adsorvida na superfície da nanopartícula com espessura entre 1 e 4 nm, também tanto pode ser de natureza orgânica ou inorgânica. As nanopartículas magnéticas mais utilizadas na preparação de fluidos magnéticos são de estruturas do tipo espinélio [SANTOS, 2004]. Designação comum aos minerais do grupo dos espinélio, monométricos, constituídos essencialmente de aluminatos de magnésio, podendo o magnésio ser substituído, em proporções variáveis, por ferro, manganês ou zinco, e o alumínio, parcialmente, por ferro ou cromo. Segundo [SANTOS, 2004], os fluidos magnéticos são ultra-estáveis mesmo quando submetidos a campos magnéticos externos, a variações de temperaturas e a alterações na força iônica do meio, dentre outros fatores. A característica mais importante de um ferrofluido é a sua estabilidade, ou seja, a propriedade das nanopartículas magnéticas de permanecerem em suspensão na forma de entidades isoladas, evitando a aglomeração das nanopartículas e subseqüente precipitação [MORAIS, 2001]. a) b) Figura 1: Representa em (a) um fluido iônico (presente a repulsão eletrostática) e em (b) um fluido surfactado (presente a barreira tensoativa, feita pelas moléculas do surfactante). 17 As nanopartículas preparadas com reações químicas seja ela iônica ou surfactada são dispersas em um meio iônico ou surfactado, ou seja, são dispersas em um meio que oferece cargas positivas e negativas ou compostos por moléculas hidrofóbicas e hidrofílicas conforme apresenta a Figura 1. Neste trabalho usamos o óleo de copaíba como meio carreador, ou seja, o meio em que serão dissolvidas as nanopartículas. Porém a estabilidade do fluido magnético biocompatível, no caso de potenciais aplicações biomédicas, sugere que ao entrar no meio biológico o fluido pode sofrer desestabilização não chegando a quantidades suficientes para tratar o tecido doente. Por outro lado buscam-se cobertura biocompatíveis mais eficientes para as nanopartículas magnéticas com o objetivo de conseguir um fluido magnético estável e de fácil difusão pelos tecidos [SANTOS, 2004]. O objetivo deste trabalho é estudar a estabilidade física do fluido magnético do óleo de copaíba. 1.1- Fluido Magnético Os fluidos magnéticos são suspensões coloidais de nanopartículas magnéticas. Um colóide é uma dispersão de pequenas partículas de um material em outro. O contexto de “pequeno” caracteriza uma dimensão menor do que cerca de 500 nm (o comprimento de onda da luz visível). Em geral, as partículas coloidais são agregadas de numerosos átomos ou moléculas, mas muito pequenas para serem vistas nos microscópios óticos comuns. Essas partículas passam através da maioria dos papéis de filtro, mas podem ser observadas pelo espalhamento da luz e pela sedimentação [ATKINS & PAULA, 2004]. Segundo [ATKINS & PAULA, 2004], os tipos de colóides dependem da fase dispersa e da fase dispersante. Um sol é uma dispersão de um sólido num líquido ou de um sólido num sólido. Um aerossol é uma dispersão de um líquido num gás. Nestes casos é possível que as partículas sejam visíveis no microscópio. Uma emulsão é uma dispersão de um líquido num líquido. Outra classificação dos colóides divide-os em duas classes: a dos colóides liófilos, que atraem o solvente e a dos colóides liófobos, que repelem o solvente. Se o solvente for à água, em vez dos termos anteriores diz-se que os colóides são hidrófilos ou hidrófobos, respectivamente [ATKINS & PAULA, 2004]. 18 Os fluidos magnéticos são formados por partículas de dimensões nanométricas, e como a Figura 1 tenta ilustrar, dispersas em solventes apropriados e cuja concentração situa-se entre 10 13 e 10 18 partículas/ cm 3 . A fórmula geral das nanopartículas cúbicas é MFe 2 O 4 , onde M é um cátion metálico bivalente. Fluidos magnéticos menos convencionais podem ser obtidos a partir de nanopartículas de sulfeto de ferro (Fe 3 S 4 ) ou nitreto de ferro (Fe X N Y ). 1.2- Interações Físicas no Fluido Magnético Nos fluidos magnéticos há varias interações físicas, e para que exista estabilidade no fluido e necessário que ocorra um balanceamento entre elas, de maneira que deixe as nanopartículas suspensas na forma de entidades isoladas, para que não haja precipitação. As interações presentes no sistema fluido magnético são: Forças gravitacionais: é uma força de atração mútua que os corpos materiais exercem uns sobre os outros; Forças elétricas: é originada pela interação de uma carga elétrica com outras cargas elétricas, que podem ter sinal positivo ou negativo. Esta força pode ser de repulsão ou atração, conforme os sinais das cargas; se de sinais contrários se atraem ou se de sinais iguais se repelem; Forças magnéticas: é o fenômeno físico que consiste nas forças de atração e repulsão exercidas por certos metais, e está presente na interação das maguemitas; Forças de Van der Waals: são forças de atração ou repulsão entre as moléculas (ou entre as partes da mesma molécula); Ponte de Hidrogênio: são interações que ocorrem entre o átomo de hidrogênio e dois ou mais átomos, de forma que o hidrogênio sirva de "elo" entre os átomos com os quais interagem. São as interações intermoleculares mais intensas, medidas tanto sob o ponto de vista energético quanto sob o ponto de vista de distâncias interatômicas. Energia Térmica: é a interação devido ao movimento Browniano das moléculas, correspondendo a uma agitação térmica diretamente proporcional a temperatura. 19 Energia Estérica: consiste na interação de atração ou repulsão entre as moléculas adsorvidas na superfície das nanopartículas. A matéria prima usada na maioria dos fluidos magnéticos em estudos, com potencial de aplicações, são preparados à base de materiais de origem mineral e manipulados artificialmente em laboratórios com coberturas minerais ou orgânicas [SANTOS, 2004]. 1.3- Óleo de Copaíba Na tentativa de preparar fluidos magnéticos à base de substâncias orgânicas nos leva as várias alternativas e uma delas e de grande potencial pode ser o óleo de copaíba. A Copaíba (Copaifera) são árvores nativas da região tropical da América Latina e também da África Ocidental (Figura 2). Popularmente conhecidas como copaibeiras ou pau d´óleo, as copaíbas são encontradas facilmente nas Regiões Amazônicas e Centro-Oeste do Brasil [VEIGA JR. & PINTO, 2002]. Figura 2: À esquerda temos a árvore de Copaíba e a direita podemos ver as suas sementes (www.clubedasemente.org.br). No Brasil, a espécie Copaifera langsdorffii é particularmente importante por está distribuída por todo o território da Amazônia a Santa Catarina, no nordeste e Centro- 20 Oeste e por possuir quatro diferentes variedades: C. langsdorffii var. grandifolia, grandiflora, laxa e glabra [VEIGA JR. & PINTO, 2002]. No estado de Rondônia é comum encontrar mulheres e filhos de madeireiros ao longo da estrada que liga Porto Velho a Ariquemes, vendendo óleo de copaíba. O óleo de copaíba é um líquido transparente cuja coloração varia do amarelo ao marrom. Para utilização farmacológica os óleos mais escuros e viscosos são os preferidos. Somente na espécie Copaifera langsdorffii o óleo de copaíba apresenta-se vermelho, recebendo a denominação popular de copaíba vermelha [VEIGA JR. & PINTO, 2002]. A designação correta para o óleo da copaíba é a de óleo-resina por ser um exudato constituído por ácidos resinosos e compostos voláteis. Também é chamado erroneamente de bálsamo de copaíba, apesar de não ser um bálsamo verdadeiro, por não conter derivados do ácido benzóico ou cinâmico. A Figura 3 apresenta o processo primário de extração do óleo de copaíba. Figura 3: Extração do óleo de copaíba (www.funai.gov.br) O óleo resina de copaíba é uma resina líquida rica em sesquiterpenos e diterpenos em diferentes concentrações. Sua fração mais volátil é composta de sesquiterpenos, enquanto a fração mais pesada, resinosa, é composta por diterpenos. A fração óleo essencial compõe-se basicamente de sesquiterpenos e pode chegar a compor 80% do óleo-resina, dependendo da espécie de copaíba. A fração resina compõe-se de 21 ácidos diterpênicos bicíclicos e tetracíclicos derivados dos grupos labdano, kaurano, e clerodano [VEIGA JR. & PINTO, 2002]. 1.4-Técnicas de Caracterização No processo de caracterização desse fluido magnético foram utilizadas técnicas de Birrefringência Magnética Estática, Susceptibilidade Magnética, Magnetização e Permeabilidade Magnética. 1.4.1- Birrefringência Magnética A birrefringência magnética é uma propriedade que envolve a resposta da propagação da luz em meios onde os índices de refração nas direções paralela ( ∕∕) e perpendicular ( ⊥) ao campo aplicado são diferentes. O fenômeno observado consiste na rotação óptica da componente polarizada da luz quando atravessa o meio. O ângulo de rotação será dependente da natureza da substância, da espessura da amostra e da concentração [SANTOS, 2004]. Quando em presença de um campo magnético estático, o momento magnético das nanopartículas do fluido magnético sofre um torque e tende a alinhar-se ao longo do campo magnético aplicado. Removido o campo externo as orientações das nanopartículas iniciam um processo de randomização. Em decorrência deste processo a birrefringência varia com o tempo conforme (BACRI et al., 1987a): a expressão ∆ ( ) = ∆ ( , )exp (− ), ( , ) (01) sendo o tempo característico( , ), D o diâmetro da nanopartícula e H o campo magnético.’ O diâmetro ( ) pode ser obtido do ajuste da curva de birrefringência. A técnica de birrefringência tem sido usada para obtenção do perfil de polidispersidade em diâmetro das nanopartículas. Medidas de birrefringência dinâmica dão informações sobre o volume hidrodinâmico das nanopartículas. O volume hidrodinâmico considera o volume físico acrescido da camada de cobertura ligada a nanopartícula. Uma característica importante desta técnica é a possibilidade de informações sobre o grau de agregação da amostra (DAVIES et al., 1979). 22 1.4.2- Susceptibilidade Magnética A susceptibilidade magnética em fluidos magnéticos retrata a resposta ao campo magnético com respeito à dispersão e absorção de energia. A susceptibilidade diminui à medida que decresce o tamanho da partícula, o mesmo ocorrendo com a magnetização do sistema (ROSENSWEIG, 1985). Considerando um fluido magnético com uma polidispersão de nanopartículas submetido ao campo magnético H, a energia do sistema resultara da população de momentos magnéticos alinhados com o campo e contrário ao campo magnético. Ao retirarmos o campo magnético o momento magnético da nanopartícula terá basicamente dois mecanismos de relaxação: a relaxação Browniana e relaxação de Néel. Tais processos de relaxação dependem da relação entre a energia térmica e a energia de anisotropia, com dois casos limites: (1) ≫ 1: Neste caso, temos a possibilidade de relaxação Browniana (rotação extrínseca), pois o momento magnético da nanopartícula está bloqueado na direção do eixo de fácil magnetização. A relaxação ocorre devido à rotação das nanopartículas. O tempo de relaxação tem origem hidrodinâmica sendo dado por (FRANKEL et al., 1955): = em que ( , (02) ) é o volume hidrodinâmico da partícula, ( ) a viscosidade do líquido carreador, k a constante de Boltzmann e (T) a temperatura absoluta. No caso onde o fluido magnético é congelado este mecanismo desaparece não possibilitando o movimento de rotação mecânica da nanopartícula. (2) ≪ 1: Neste caso, temos a possibilidade de relaxação de Néel (rotação de intrínseca). O momento magnético não está preso ao eixo de fácil magnetização e, portanto, gira em relação ao mesmo, sendo dependente de parâmetros tais como volume (V), anisotropia magnética (K) e temperatura (T). A energia térmica é suficientemente grande para introduzir flutuações da magnetização da partícula dentro de um tempo ( ), tempo de relaxação de Néel, dado por (NÉEL, 1949): sendo = exp , (03) é uma constante com valor típico de 10-9 segundos. Em geral, ambos os mecanismos contribuem para a relaxação, com um tempo de relaxação efetivo dado por (NÉEL, 1949): 23 = . (04) O processo é determinado pelo menor tempo característico. Se = quando . Se = ≪ , então = ≫ , então . O valor crítico do volume da partícula ocorre . Os tempos de relaxação ( , ) podem ser obtidos a partir do máximo da componente imaginária da susceptibilidade magnética do fluido magnético (FANNIN et al., 1989). Sistema montado para as realizações das medidas de susceptibilidade magnética na Figura 4 abaixo: Figura 4: Diagrama esquemático do sistema desenvolvido para medir a susceptibilidade magnética de diferentes amostras. O sistema mostrado na figura 4 tem a finalidade de medir a susceptibilidade magnética, ele consiste na coleta de dados obtidos a partir da massa medida na declinação de uma balança analítica . Usando dois magnetos imãs aparados de uma fonte de tensão variável, podemos também variar o campo magnético ⃗ (campo esse 24 medido com o auxilio um Teslímetro conectado a um sensor entre os magnetos imãs) que agi sobre uma amostra de fluido magnético entre eles, e a partir daí deduzir uma expressão que relaciona a susceptibilidade magnética com a variação na declinação da balança. Declinação essa produzida pela ação do campo magnético ⃗ gerado pelos magnetos imãs, que criou uma força magnética ⃗ sobre a amostra de fluido magnético, com isso também apresentamos a função distância “d” da amostra do fluido magnético em relação ao imã inferior como uma medida de padrão fixo que vamos chamar “d”, usamos essa expressão para todas as medidas com o intuito de simplificar a coleta de dados na balança. O campo magnético ⃗ num ponto P qualquer gerado por um dipolo localizado na origem do sistema de coordenadas pode ser descrito pela seguinte relação: = [3. ( ⃗. ̂ ) ̂ − ⃗], (05) sendo μ a permeabilidade no vácuo, ⃗ o momento magnético do imã e ⃗ a distância entre o imã e a amostra. (µ = 4. 10 , no SI). Como o dipolo está orientado na direção z que é a mesma direção de ⃗, temos que ⃗. ̂ = ⃗, então a expressão acima se reduz a, = ⃗ = [2 ]. (06) Segundo [CARNEIRO et al., 2003], a força magnética ⃗ entre os dois dipolos magnéticos é definida como sendo igual a ⃗ =( ⃗ ) ⃗, (07) em que ⃗ o momento magnético e ⃗ o campo magnético. E aplicando os dados experimentais na expressão abaixo, onde = 0, 364 10 , no SI), susceptibilidade magnética do ar ( é a a massa produzida pela declinação da balança, “d’’a distância entre a amostra e o magneto imã inferior e g a aceleração da gravidade igual a 9,8 m/s2 obtemos a susceptibilidade magnética como sendo = + , (08) e a expressão final que relaciona os dados obtidos no experimento com a balança analítica para a susceptibilidade magnética sendo igual a = + . (09) 25 2- MATERIAIS E MÉTODOS 2.1- Materiais Na execução deste trabalho foram preparadas nanopartículas de maguemita pelo método de cooprecipitação que consiste na reação de sais e bases. Algumas concentrações de nanopartículas magnéticas foram dispersas no Óleo de Copaíba para as medidas de Birrefringência Magnética Estática, outras foram revestidas com ácido oléico e também dispersas em Óleo de Copaíba para serem submetidas às medidas de Susceptibilidade Magnética, Magnetização e Permeabilidade Magnética. As nanopartículas foram preparadas no Instituto de Física - UnB e laboratório científico do Departamento de Física Unir em Porto Velho. 2.2- Nanopartícula Magnética Figura 5: Imagem de um fragmento de maguemita (webmail.com/data/Maghemite.shtml). a) b) Figuras 6: Representa em (a) e em (b) a estrutura da maguemita que é do tipo espinélio inverso, e possui fórmula geral do tipo XY2 O3, onde o íon X tetraédrico tem carga +3 e o íon Y octaédrico carga +2 e +3, respectivamente. 26 2.3- Componentes Moleculares do óleo de Copaíba. O óleo de copaíba é composto por sesquiterpenos: cariofileno e calameneno e por diterpenos que são na sua maioria ácidos: ácido 16-beta-kauran-19-carbônico, ácido kaur-16-en-19-carbônico (Figura 8), ácido 7-hidroxi-harwickico, ácido betametacopaíbico, ácido copaiférico, ácido copaiferólico, ácido copálico (Figura 8), ácido enantio-agático, ácido eperu-8(20)-em-15, 18-dióico, ácido hardwickico (Figura 8), ácido homoparacopaíbico, ácido ilurínico, ácido paracopaíbico, ácido poliáltico, aloaromadendreno, alfa-bergamoteno, alfa-cubeneno, alfa-multijugenol, alfa-selineno, ar-curcumeno, beta bisaboleno, beta-cubeneno, beta elemeno, beta-farneseno, betahumuleno, beta-muroleno, beta selineno, calameseno, carioazuleno, copaeno, cipereno, delta-cadineno, delta-elemeno, gama-cadineno, gama-elemeno, gama-huleno, maracaibo-bálsamo, óxido cariofileno e trans-alfa-bergamoteno. Figura 7: Estrutura molecular ácido copálico, hardwickico e kaur-16-en-19-carbônico respectivamente (VEIGA JR. & PINTO, 2002). 2.4- Procedimentos Experimentais Algumas amostras de fluido magnético de copaíba foram preparadas usando nanopartículas de maguemita (para as medidas de Birrefringência Magnética) e outras usando magnetita (para medidas de Susceptibilidade Magnética, Magnetização e Permeabilidade Magnética) e óleo natural extraído na região de Porto Velho, as medidas de Birrefringência Magnética foram feitas utilizando um laser de luz monocromática de comprimento de onda 693nm juntamente com um eletroímã, para Susceptibilidade Magnética, Magnetização e Permeabilidade Magnética foram feitas medidas numa balança analítica, juntamente com um eletroímã. 27 2.4.1- Preparação da nanopartícula A nanopartícula magnética de maguemita foi preparada usando o método de coopreciptação. O método consiste na reação térmica de sais e bases. a) Coopreciptação da Maguemita As soluções são preparadas como segue: foi misturada uma solução de 0,5 molar de Cloreto ferroso (FeCl 2 x 4H 2 O) e 1 molar de Cloreto Férrico (FeCl 3 x 6H 2 O). Em um béquer de 400 ml são adicionadas 90 ml dessa solução e sob agitação é acrescentado 120 ml de hidróxido de Amônia (25%). Primeiro foi observado à formação de um gel e um precipitado preto. A dispersão é aquecida a 60ºC por 30 minutos. Depois as partículas magnéticas são separadas na presença de um campo magnético e o sobrenadante descartado e trocado por água. Este processo é repetido 5 vezes e o pH determinado variando entre 8 e 9. b) Preparação da maguemita sob condições de dispersão ácida sem estabilizadores orgânicos O pH da solução foi levado a 2 para ajudar na estabilidade, com adição de ácido clorídrico gota a gota. Este processo é repetido algumas vezes até as partículas estabilizarem. As nanopartículas depositadas no fundo do recipiente foram dispersas por ultra-som e/ou por dispersão mecânica. A concentração de maguemita ficou limitada na ordem de 1% do volume total. A dispersão mostrou a presença de aglomerados de maguemita. 2.4.2- Preparação do Fluido Magnético de Maguemita Foram preparadas amostras num volume de 3 ml de óleo de Copaíba e disperso sob agitação mecânica, usando nanopartículas de maguemita (α-Fe 2 O 3 ) nas concentrações de óleo conforme Tabela 1. Na Figura 8 observam-se as amostras preparadas para a realização das medidas. 28 Figura 8: Fluído magnético de óleo de copaíba e Maguemita. Tabela 1: Concentrações de Óleo de Copaíba e Nanopartícula de Maguemita para as medidas de Birrefringência Magnética. Óleo de Copaíba Maguemita (Fe 2 O 3 ) Concentração (%) Concentração (%) 99, 20 0, 80 99, 60 0, 40 98, 50 1, 50 96, 90 3, 10 93,80 6,20 Depois de preparadas às amostras, as medidas de Birrefringência Magnética Estática foram realizadas. 2.4.3- Preparação do Fluido Magnético de Magnetita Depois das amostras de Maguemita já preparadas, foram separados num becher de 300 ml, 6,30g de maguemita e 63 ml de ácido oléico foram adicionados, em seguida o fluido produzido por essa mistura foi sujeito a uma agitação magnética de 10min onde houve um processo de “homogeneização” e parte do ácido oléico foi adsorvida na superfície da nanopartícula. E para tirar o excesso de ácido oléico essa mistura foi 29 lavada com etanol por 10 vezes. Em cada lavagem era adicionado etanol no becher com a mistura, e esperava-se até que as nanopartículas se precipitassem para o fundo do becher e o sobrenadante era descartado em todas as etapas. Ao termino dessas etapas o que sobrou no becher foi um precipitado preto que foi levado para o processo de secagem na estufa, por um período de tempo. Após o término da secagem observou-se uma formação bem sólida no fundo do becher, que foi retirada e passada pelo processo de moagem, no que resultou em nanopartículas de magnetita. O peso final após a complexação da nanopartícula foi de 6,44g, isso devido à adsorção de ácido oléico na superfície da nanopartícula. Foram tomadas amostras num volume de 3 ml de óleo de Copaíba e disperso sob agitação mecânica, usando nanopartículas de magnetita nas quantidades especificadas na Tabela 2. Tabela 2: Concentrações de Óleo de Copaíba e Nanopartícula de Maguemita para as medidas de Susceptibilidade Magnética, Magnetização e Permeabilidade Magnética. Óleo de Copaíba Magnetita Volume (ml) Peso (g) 3 0,05 3 0,10 3 0,15 3 0,20 3 0,25 3 0,30 3 0,35 Depois de preparadas às amostras, as medidas de Susceptibilidade Magnética, Magnetização e Permeabilidade Magnética foram realizadas. 30 3- RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1- Birrefringência Magnética Estática A Figura 9 mostra os dados experimentais não linearizados para a microbirrefringência versus campo magnético, para as diferentes concentrações de maguemita, apresentando na menor concentração, um sinal mais intenso para a microbirrefringência na região onde o campo magnético é de 40 mT. Percebe-se um menor sinal da microbirrefringência na concentração de 3,12% de maguemita, que se localiza logo mais abaixo, tendo uma maior microbirrefringência na região de campo magnético igual a 39,5 mT. Na Figura 10 temos o mesmo espectro, mas linearizado podendo-se conferir o coeficiente de ajuste linear na tabela 3, onde observamos um maior erro padrão tanto para a microbirrefringência como para o campo magnético na concentração de 0,39% de maguemita. 31 1,81 0,78% maguemita 0,39% maguemita 1,56% maguemita 3,12% maguemita 6,25% maguemita MICROBIRREFRINGÊCIA (u.a.) 1,80 1,79 1,78 1,77 1,76 1,75 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 CAMPO MAGNÉTICO (mT) Figura 9: Espectro de Birrefringência magnética estática para todas as concentrações de maguemita sem ajuste linear, fluido magnético a temperatura ambiente. 1,81 0,78% maguemita 0,39% maguemita 1,56% maguemita 3,12% maguemita 6,25% maguemita Ajuste linear MICROBIRREFRINGÊCIA (u.a.) 1,80 1,79 1,78 1,77 1,76 1,75 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 CAMPO MAGNÉTICO (mT) Figura 10: Espectro de Birrefringência magnética estática para todas as concentrações de maguemita com ajuste linear, fluido magnético a temperatura ambiente. 32 Tabela 3: Coeficientes dos ajustes lineares para cada concentração de maguemita do gráfico da figura (10). MAGUEMITA 0,78% PARAMETROS CAMPO MAGNÉTICO MICROBIRREFRINGÊCIA VALOR 1, 68405 0, 00239 ERRO PADRÃO 0, 01589 4, 06128x10-4 MAGUEMITA 0,39% PARAMETROS CAMPO MAGNÉTICO MICROBIRREFRINGÊCIA VALOR 1, 61613 0, 00426 ERRO PADRÃO 0, 05428 0, 00142 MAGUEMITA 1,56% PARAMETROS CAMPO MAGNÉTICO MICROBIRREFRINGÊCIA VALOR 1, 64008 0, 0034 ERRO PADRÃO 0, 01896 4, 82746 x10-4 MAGUEMITA 3,12% PARAMETROS CAMPO MAGNÉTICO MICROBIRREFRINGÊCIA VALOR 1, 68586 0, 00196 ERRO PADRÃO 0, 02405 6, 11305 x10-4 MAGUEMITA 6,25% PARAMETROS CAMPO MAGNÉTICO MICROBIRREFRINGÊCIA VALOR 1, 64595 0, 00326 ERRO PADRÃO 0, 03292 8, 39008 x10-4 3.2- Susceptibilidade Magnética A Figura 11 mostra o gráfico da susceptibilidade magnética versus campo magnético para as diferentes concentrações de fluido magnético de magnetita, apresentando um padrão crescente nas concentrações que vão de 50mg de magnetita até 350mg, observa-se uma maior susceptibilidade na região de campo magnético igual a 42mT a 44mT, sendo que a partir desse campo temos um padrão decrescente para a susceptibilidade. Na figura 12 temos a susceptibilidade magnética versus concentração onde então sendo mostradas separadamente as três linhas de picos mais intensos que seguem um padrão fixo e crescente conforme se segue as concentrações. 33 SUSCEPTIBILIDADE(u.a) 2,0 MF005GMA 1,8 MF010GMA 1,6 MF015GMA 1,4 MF020GMA 1,2 MF025GMA 1,0 MF030GMA MF035GMA 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 CAMPO MAGNÉTICO (mT) Figura 11: Gráfico da susceptibilidade magnética versus campo magnético a temperatura ambiente. SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA (u.a) 1,6 PRIMEIRO PICO MAIS INTENSSO SEGUNDO PICO MAIS INTENSSO TERCEIRO PICO MAIS INTENSSO 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0 50 100 150 200 250 300 350 400 CONCENTRAÇÃO (mg/ml) Figura 12: Gráfico da susceptibilidade magnética versus concentração a temperatura ambiente. 34 3.3- Magnetização A Figura 13 mostra o gráfico da magnetização versus campo magnético para as diferentes concentrações de fluido magnético de magnetita, apresentando um padrão crescente em todas as concentrações, conforme se pode ver a cada aumento de 50mg de magnetita vemos um aumento na magnetização, apresentando seu maior pico nas regiões de campo magnético que compreende entre 42mT e 44mT, para a concentração que se estendem de 50mg a 350mg de magnetita. Também observamos que acima de 44mT a magnetização apresenta um padrão decrescente. Na figura 14 temos o gráfico da magnetização versus concentração onde então sendo mostradas separadamente as três linhas de picos mais intensos que seguem um padrão fixo e crescente conforme se segue as concentrações. 7 MF005GMA MF025GMA MF010GMA MF030GMA MF015GMA MF035GMA MF020GMA 6 Magnetização (u.a) 5 4 3 2 1 0 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 CAMPO MAGNÉTICO (mT) Figura 13: Gráfico da magnetização versus campo magnético a temperatura ambiente. 35 PRIMEIRO PICO MAIS INTENSSO SEGUNDO PICO MAIS INTENSSO TERCEIRO PICO MAIS INTENSSO 7 MAGNETIZAÇÃO (u.a) 6 5 4 3 2 0 50 100 150 200 250 300 350 400 CONCENTRAÇÃO (mg/ml) Figura 14: Gráfico da magnetização versus concentração a temperatura ambiente. 3.4- Permeabilidade Magnética A Figura 15 mostra o gráfico da permeabilidade relativa versus campo magnético para as diferentes concentrações de fluido magnético de magnetita, apresentando um padrão crescente nas concentrações com exceção da amostra de concentração igual a 50mg, onde o aumento a permeabilidade pode ser considerado desprezível, conforme se pode ver a cada aumento de 50mg de magnetita vemos um aumento na permeabilidade, apresentando seu maior pico nas regiões de campo magnético que compreende entre 42mT e 44mT, para a concentração que se estendem de 100mg a 350mg de magnetita. Também observamos que acima de 44mT a permeabilidade apresenta um padrão decrescente. Na figura 16 temos o gráfico da permeabilidade relativa versus concentração onde então sendo mostradas separadamente as três linhas de picos mais intensos que seguem um padrão fixo e crescente conforme se segue as concentrações. 36 2,6 MF005GMA MF030GMA MF010GMA MF035GMA MF015GMA MF020GMA MF025GMA 2,4 Permeabilidade Relativa (u.a) 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 CAMPOMAGNÉTICO(mT) Figura 15: Gráfico da permeabilidade magnética versus campo magnético a temperatura ambiente. 3,0 PERMEABILIDADE RELATIVA (u.a) PRIMEIRO PICO MAIS INTENSSO SEGUNDO PICO MAIS INTENSSO TERCEIRO PICO MAIS INTENSSO 2,5 2,0 1,5 1,0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 CONCENTRAÇÃO (mg/ml) Figura 16: Gráfico da permeabilidade magnética versus concentração a temperatura ambiente. 37 4- CONCLUSÕES Através dos resultados das amostras de fluido magnético de copaíba, realizadas, observamos que: A Susceptibilidade Magnética, a Magnetização e a Permeabilidade Magnética permitiram perceber uma grande polidispersão em diâmetro para diferentes amostras, devido ao fato de não seguir um padrão fixo nas medidas. A Birrefringência magnética serviu para verificarmos as interações dipolares que ocorrem entre as nanopartículas. A instabilidade do fluido magnético foi evidente, pois o colóide sofreu separação de fase com o tempo devido à presença das forças gravitacionais, elétricas, magnéticas, de Van der Waals, pontes de hidrogênio, estérica e dipolar magnética. Estas considerações não são conclusivas merecendo aperfeiçoamento dos estudos. 5- PERSPECTIVAS No intuito de que as medidas sigam um padrão fixo, nos trabalhos futuros iremos melhorar a preparação das nanopartículas, testando novas moléculas de cobertura com novos meios carreadores. 38 6- REFERÊNCIAS ATKINS, P; PAULA, J. Físico-Química. v.2.Ed.: LTC. Rio de Janeiro (2004). AZEVEDO, O.C.R.; WADT, P.G.S.; WADT, L.H.O. et al. Variabilidade química e física do óleo de Copaifera ssp. No sudoeste da Amazônia brasileira. Revista Brasileira ol. fibros. Campina Grande, v.8, n.2/3, p.851861 (2004). BACRI, J. 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Estudos de Propriedades Magnéticas e Magneto - Ópticas de Fluidos Magnéticos Biocompatíveis. 2004. 144f. Tese de Doutorado. 39 Campus de Brasília, Universidade de Brasília. Instituto de física. Brasília (DF). VEIGA JR, V.F.; PINTO, A.C. O GÊNERO Copaifera L. Química Nova. Rio de Janeiro, v.5, n.2, p. 273-286 (2002). Disponível em: <http://www.clubedasemente.org.br/copaiba.html>. Março de (2008). Disponível em: <http://www.funai.gov.br/ultimas/noticias/2_semestre_2005/ Agos/un0803_001. html>. Março de (2008). Disponível em: <http://webmail.com/data/Maghemite.shtml>. Março de (2008). Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia>. Julho de (2008).