Informativo da Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais 100 anos de Carlos Galhardo Zeca Pagodinho faz 30 anos de carreira CADE – Uma agressão ao Direito Rolando Boldrin: um Ícone da Cultura Brasileira Jornada Mundial da Juventude no 28 Um time vencedor! Rolf Müller s Contreira Maurício www.socinpro.org.br Socinpro – São Paulo Rua Manoel da Nóbrega, 111 / sala 51 Cep: 04001-080 Paraíso / São Paulo – SP Tel: (11) 3284-1569 / Fax: (11) 3284-1511 e-mail: [email protected] [email protected] Divulgação ss Arquivo BG Pre Flavio F. Cavalcante Socinpro – Rio de Janeiro Av. Presidente Wilson, 210, 9° andar / sala 901 a 908 Cep: 20030-021 Centro / Rio de Janeiro – RJ Tel: (21) 2220-3580 / Fax: (21) 2262-7625 e-mail: [email protected] Divulgação Dario Zalis E mais... A SOCINPRO também possui representação no exterior nos seguintes países: França, Alemanha, Espanha, Argentina, Bolívia, México, Indonésia, Portugal, Rússia, Suécia, Equador, Peru, Uruguai, Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Grécia, Senegal, Cuba, Malásia, Estônia, Costa Rica, Inglaterra, Israel, Venezuela, Itália, Rep. Dominicana, Chile, Dinamarca, Japão, Barbados, Panamá. Socinpro – Bahia Rua Maestro Carlos Lacerda, 55 sala 3 Cep: 41950-850 Rio Vermelho / Salvador – BA Tel: (71) 3331-5314 / 3331-7799 Fax: (71) 3331-7114 e-mail: [email protected] Socinpro – Ceará Av. José Bastos, 4140 / Loja 12 Cep: 60431-086 Fortaleza – CE Tel: (85) 3482-2357/ 3295-4120 e-mail: [email protected] Socinpro Notícias é uma publicação da Socinpro (Sociedade Brasileira de Administração e Proteção dos Direitos Intelectuais). Sede: Av. Presidente Wilson, 210 / 9o andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20030-021. Telefone: (21) 2220-3580. Fax (21)2262-7625. Homepage: www.socinpro.org.br Conselho Editorial: Jorge de Souza Costa, Carlos José Ramos dos Santos (Carlos José), Silvio Rodrigues Silva (Silvio César), Maria José Mota (Zezé Motta), João Carlos de Camargo Eboli e Joelma Giro Montanaro (Joelmah). Edição e Jornalista responsável: Elizabeth Camarão. Projeto Gráfico e Diagramação: Miriam Lerner. Produção Gráfica: Luiz Roberto Gomes Oliveira. Impressão: Gráfica Colorset Números atrasados deste informativo podem ser consultados através da página da Socinpro. Socinpro Notícias Junho 2013 2 socinpro notícias Editorial Foto: Flávio Cavalcante 100 anos: Carlos Galhardo o dia 24 de abril deste ano, o nosso querido e pranteado Carlos Galhardo, se vivo, teria completado 100 anos. Além de consagrado intérprete, dedicou grande parte de sua vida à defesa do direito autoral. Sócio fundador da SOCINPRO, exerceu a Presidência da Sociedade durante vinte anos, sempre solidário e amado por seus colegas. Mas, hoje, se estivesse aqui entre nós, por certo estaria encetando uma campanha em defesa do direito autoral, como nós estamos fazendo na esteira de seus ensinamentos, atuação e dedicação. Por isso, dedicamos a capa desta Revista ao nosso querido Carlos Galhardo. Vejam um pouco de sua vida nas páginas 12 e 13, onde sua esposa, D. Eulália Guagliardi, nos conta sua história. Estamos vivendo tempos difíceis. Nas páginas 7, 8 e 9, Dr. João Carlos Eboli e Fernando Vitale comentam a desastrada decisão do CADE, a qual, se levada a efeito, travará a operacionalidade das Associações e do ECAD. Usuários de música, por certo, serão os mais beneficiados.Vão questionar a tabela de valores cobrados, deixarão de pagar e a arrecadação terá um decréscimo que pode chegar a 40%, já que verificamos uma queda na arrecadação de 20% neste primeiro trimestre. O CADE exorbita de suas funções quando, sem nenhum critério, estabelece multas elevadíssimas, ao redor de cinco milhões e meio de reais, determina que todo sistema atual de cobrança seja modificado em seis meses, para que cada Associação passe a cobrar independentemente da outra e do ECAD os valores de seus repertórios. E isso é impossível, como demonstram Fernando Vitale e Dr. João Carlos Eboli em seus artigos desta revista. Se vamos a um restaurante e pedimos um “bacalhau na brasa”, na hora de pagar não tem negociação. Ou pagamos ou vem a polícia e vamos presos. Por que ser diferente no direito autoral? N Ao determinar também que o ECAD admita toda e qualquer Associação de artistas sem qualquer restrição, fará com que o ECAD não tenha condições de funcionar. O custo mínimo administrativo, afora o do funcionamento e da arrecadação do ECAD por Associação é de R$33.900,00 ao mês. Hoje, temos registradas no ECAD nove Associações e somente sete conseguem arcar com o custo mínimo. De modo que as sete Associações arcam com os custos das deficitárias, que são somente duas. Imaginem se amanhã se inscreverem mais de 20 Associações? É justo que os autores, artistas e músicos sustentem aquelas e que tenham diminuídos os seus rendimentos? Qualquer titular de direito hoje tem nove Associações para, de livre escolha, se associar. Não é necessário criar outras Associações. Se os clubes de futebol e os partidos políticos têm regras estatutárias regulando o funcionamento dos mesmos, por que as Associações de direito de autor não podem ter? Mas parece que o CADE quer acabar com as Associações e com o ECAD. Imaginem que determinou que as multas sejam pagas com recursos próprios das Associações e do ECAD e não com o produto da arrecadação do direito autoral. As Associações e o ECAD são entidades sem fins lucrativos e não tendo resultados, como pagar? Falece competência ao CADE propor reformas. Aliás, o Conselheiro Ricardo Machado Ruiz é divergente do Presidente do CADE nesse sentido e em seu voto deixa claro sua posição nessa direção. Ora, as Associações e o ECAD são entidades sem fins lucrativos, não dispõem de outros recursos a não ser a taxa de administração, que na nossa Associação não alcança em média o valor de R$ 3.600.000,00 ao ano, acontecendo o mesmo com as outras seis Associações, com valores abaixo ou acima. Como elas vão pagar uma multa arbitrária, sem dosimetria e sem critérios, que alcança o valor de cinco milhões e meio de reais? É piada de salão, como diz uma marchinha de carnaval. É ou não é? Enfim, estamos vivenciando o limiar de uma “quebradeira total” se a Justiça, aonde vamos nos socorrer, não suspender as multas e anular a decisão do CADE, em razão de lhe faltar competência para tanto e, também, por não havermos com o nosso procedimento, afetado qualquer mercado relevante pela operação da cobrança dos direitos autorais, além de não constituir uma atividade empresarial e não ter lucros. Caso os usuários não queiram pagar o preço da música às Associações e ao ECAD, podem simplesmente não utilizálas e usar “apito”, ou contatar diretamente cada autor, intérprete ou músico, encomendando a música que quiser e negociando o preço. Por certo, vai sair bem mais caro e nem sempre vão dispor de música a todo momento. Por isso, eles têm a “licença em branco”, que lhes permite utilizar qualquer obra musical e pagar depois o preço fixado na tabela que é publicada e se encontra em manuais, revistas e no site do ECAD. Decidam, então, senhores do “Anel”. Jorge S. Costa Presidente da SOCINPRO socinpro notícias 3 Foto: Rodrigo Meneghello A voz do associado le voltou para ficar. O cantor Jerry Adriani está de volta à SOCINPRO, depois de um afastamento de 4 anos e promete dar muito trabalho à Sociedade. É que em 2014, o artista comemora 50 anos de carreira e vai lançar um DVD e um livro sobre sua história e trajetória profissional. Jerry conta que a história de Jair Alves de Souza já está pronta e foi escrita por ele. Mas a trajetória será feita por um jornalista, que vai pesquisar tudo o que foi feito nestes 50 anos, para que nada fique esquecido. Jerry diz que desde o início de sua carreira foi filiado à SOCINPRO. Mas há alguns anos ele se tornou grande amigo de Francisco Ribeiro, um dos dirigentes da ABRAMUS, que várias vezes o convidou para participar da associação, dizendo que mudanças são necessárias na vida de todo profissional. Jerry então passou para a ABRAMUS, onde ficou por 4 anos, fez grandes amigos, foi respeitado e muito bem acolhido, mas o círculo se fechou. E agora ele está de volta à SOCINPRO, onde sempre teve também ótimos amigos, seu trabalho foi muito bem preservado e ele adora receber o carinho da equipe, de toda a diretoria e do presidente, Jorge Costa, “que me recebeu calorosamente”. E o grande projeto das comemorações dos 50 anos de carreira vai ser na SOCINPRO. Vai ser trabalhoso, mas com certeza trará grandes alegrias a toda a equipe da Sociedade. E depois o trabalho continua, pois Jerry não pára. E seu fã clube cada ano aumenta mais! E Notas O NA SC IM EN T O DO S A MB A Divulgação Cantor, compositor, poeta e escritor, Martinho da Vila acaba de lançar o livro infanto-juvenil O Nascimento do Samba, décimo segundo livro de sua autoria, cujos estilos são variados e abrangem: romance, ficção, biografia para adultos e literatura infanto-juvenil. O gosto de Martinho pela literatura vem de longe, afinal sua primeira autoria foi o samba enredo em homenagem a Machado de Assis que ele compôs para a Escola de Samba “Boca do Mato”, em 1959, quando tinha 21 anos, e que posteriormente foi gravado por ele no LP Samba Enredo, de 1980. Esse ano, Martinho da Vila tem vários motivos para comemorar seus 75 anos de idade e 46 de carreira, como a vitória de sua escola de samba, a unidos de Vila Isabel e a vida e obra do artista que é tema do Projeto Sambabook, que abrange shows, CD, livro com o seu perfil biográfico e um DVD. Rildo Hora, Silvio Cesar e Martinho da Vila. SO CIN PRO S E REÚNE C O M A S SOCIAÇÕES AM ERICAN AS O Coordenador do Departamento de Relações Internacionais da SOCINPRO, Marcelo Adonis, se reuniu com os dirigentes das Associações americanas de direito de autor, BMI e ASCAP, para intensificar o relacionamento internacional e otimizar a arrecadação dos direitos autorais dos compositores da SOCINPRO, com atualização do banco de dados das obras, identificação de protegidos (retidos) e os pagamentos de direitos gerados por shows, internet, audiovisual e outras mídias digitais. 4 socinpro notícias O rouxinol se cala Silvio Cesar O Brasil perdeu mais um cantor. Um rouxinol: EMÍLIO SANTIAGO. Nossas noites já não serão as mesmas, sem o canto melódico e harmonioso do maior entre os pássaros cantores. Nossa solidão já não será aliviada pela música do cantor solitário, o que fica acordado enquanto os outros dormem, que se esconde enquanto os outros se exibem, que canta para aliviar a tristeza dos que choram. Emílio cantou e viveu como um rouxinol. Discretamente, solitariamente, amorosamente. Sua voz, perfeita e única, jamais será esquecida. Seu canto, suave e musical, permanecerá em nossa memória. Seu jeito de viver, recatado e elegante, sempre será um exemplo. Sua arte, imortal. esse extraordinário cantor e tive o privilégio de conviver com esse homem, honesto e leal, que soube homenagear aqueles que o apoiaram no início, como o maestro Ed Lincoln, a quem dedicou seu derradeiro CD “Só Danço Samba”, gravando três dos emblemáticos sambas do maestro que, por uma feliz coincidência, são parcerias comigo. Uma honra. Emílio Santiago fez da modéstia, uma atitude natural e da humildade, um comportamento diário. Jamais se vangloriou de seu enorme talento e sempre se colocou à disposição de todos os projetos do bem que lhe foram apresentados. Sempre incentivou e prestigiou os jovens talentos, sem temor e sem inveja. Por tudo isso e pelo que está faltando dizer, Obrigado, Emílio! Obrigado por ter nos deixado tantos exemplos de dignidade e amor. Obrigado pelos momentos de paz e harmonia que você nos proporcionou. Obrigado por você existir e ter vivido entre nós. Valeu, rouxinol! Descanse em paz. Arquivo da família Eu me lembro de como tudo começou. Eu estava lá, no programa do Flávio Cavalcante, aplaudindo. Eu tive a sorte de ver minhas modestas canções cantados por socinpro notícias 5 Rolando Boldrin Um ícone da cultura brasileira 6 socinpro notícias Arquivo pessoal O início foi difícil. Ele queria ser ator, mas foi sapateiro, frentista de posto de gasolina e até auxiliar de armazém. Hoje ele é um ícone dos ritmos regionais brasileiros, do teatro, do cinema e da TV. Com cerca de 250 obras gravadas e 6 livros publicados, Rolando Boldrin é um grande sucesso como diretor e apresentador do Programa Sr. Brasil, na TV Cultura, onde há 8 anos canta, conta causos e aborda temas e ritmos de todo o Brasil. O objetivo do programa é divulgar as culturas regionais. E tem dado certo, como tudo o que Boldrin faz. Ele acaba de lançar o DVD Rolando Boldrin e Convidados, onde faz parceria, entre outros, com Dominguinhos, Tom Zé e Zeca Baleiro e está se preparando para o seu grande Projeto de 2013: fazer um filme sobre a cultura brasileira inspirado no livro, de sua autoria, “História de Amar o Brasil – 50 Anos de Carreira Artística”, com ele contando a sua própria história. E o Projeto é ainda mais ambicioso diz Boldrin, “o meu sonho é antes do filme fazer uma pequena apresentação, conversando com o público e falando sobre a minha carreira e minha arte. E espero conseguir”. O sétimo de doze filhos, vindo de uma família tão pobre que morava em casa de chão batido, sem fogão a gás, sem geladeira, nem rádio, Rolando conta: “Onze horas da manhã, as vozes dos locutores Lafayette Leandro e Airton Gouveia se faziam ouvir. ‘E com vocês...a dupla de ouro...a dupla que vale ouro, a dupla que é um verdadeiro... tesourooooooo: BOY e FORRRRR...MIGA!’ Era o programa de auditório, com direito até a jingle do patrocinador e cachê artístico. A fama dos dois meninos de vozes ardidas crescia tanto que já eram convidados para apresentações em palcos de cinemas de outras cidades. O Boy da dupla, era eu. Com 16 anos, meu pai me mandou para a capital. Tirou do bolso uma nota de 100 mil réis, me entregou e recomendou carinhosamente: ‘Vá, caboclinho. E muito juízo por lá.’ Procurei qualquer trabalho, mas não sonhava com outra coisa senão ser ator. Fui procurar as emissoras de São Paulo para testes de cantor ou ator de novelas de rádio ou programas humorísticos. A última tentativa foi na Rádio e TV Tupi, a pioneira no Brasil, onde habitavam os grandes mestres dessa arte maluca que é transmitida vinda do espaço, passando por dentro de fio elétrico, coisa que me espantava só de imaginar como podia ser isso. Em 1958, fui incluído no quadro de figurantes. Entre uns 300 colegas figurantes nessa luta estavam alguns artistas que depois se tornariam meus amigos imortais: Plínio Marcos, Fúlvio Stefanini, Chico de Assis, Walter Negrão e muitos outros. O ano de 1966 foi de rompimento temporário com a televisão, numa arrancada corajosa, porque além de perder a estabilidade do emprego fixo, que já durava 8 anos, ficara prejudicada a projeção artística conseguida a duras penas na Emissora da ‘moda’, a TV Tupi de São Paulo. Mas decidi partir para o teatro. A estréia foi no TBC, entre feras do Grupo Oficina na peça Os inimigos, de Máximo Gorki, com direção de Zé Celso Martinez Corrêa. O ‘salto’ seguinte foi para o famoso Teatro de Arena, marca registrada do grande ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, lugar onde se podia ‘brincar’ de ator com grandes companheiros em vários espetáculos. Agora sim. Estava do jeito que eu queria. Peças de autores brasileiros num importante movimento da classe teatral na resistência heróica à revolução militar de 64, quando nós atores nos palcos, levávamos ‘pancadas’ e ampolas de gás ardido nos olhos, junto a um público solidário nas ideias revolucionárias dos anos 70”, relembra Boldrin. “Depois de ter vivido muitos personagens na televisão, mais a experiência do teatro, comecei a desejar um convite para o cinema. O que só aconteceu em 1978, quando João Batista de Andrade e David José apareceram lá em casa com um roteiro nas mãos e, depois de um cafezinho e um pouco dos meus causos, o João me disse que queria me ver na tela grande interpretando o ferroviário de sua história, o ‘Pereira’. O convívio gostoso com os companheiros de TV Irene Ravache e Antonio Fagundes, o triângulo amoroso desta história do João Batista, e estava feito ‘Doramundo’. E eu... o ‘Pereira maquinista’.” E Rolando Boldrin marcava posição na televisão, teatro e cinema, como um dos mais respeitados atores brasileiros. E agora chegou a hora de contar a sua história na tela grande e nos palcos dos cinemas, como ele sonha e todos nós torcemos. Este é um Projeto que vem coroar a bela carreira desse guerreiro brasileiro. Decisão do CADE nos leva de volta aos anos 60 Fernando Vitale U Naquela época, os editores se viam forçados a criar pequenas editoras e filiá-las às várias associações. Os compositores, por sua vez, buscavam parcerias com autores da sua mesma sociedade. Para driblar a ordem estabelecida, as esposas desses compositores, como num passe de mágica, passavam a compor canções e filiavam-se a outra entidade, que não a de seus maridos. Ainda são incalculáveis os prejuízos para a classe artística musical, formada por compositores, intérpretes, músicos, editoras de música e gravadoras. Estimativas conservadoras prevêem que a arrecadação dos direitos de execução pública sofra uma perda de 50%. Infelizmente, diversos usuários do ECAD vêm suspendendo o pagamento de suas contribuições. Ou seja, como se não bastasse a queda livre na receita de direitos provenientes da vendagem de discos, produto que nem vendedor ambulante comercializa mais, eis que somos surpreendidos com essa ignóbil imposição que, simplesmente, implode um sistema legalmente constituído de gestão coletiva de cobrança unificada, que vem sendo aprimorado, a duras penas, há 40 anos, desde a promulgação da lei que criou o ECAD. Ao determinar que as associações apresentem preços individualizados pela utilização do seu repertório, o CADE, numa pretensa Arquivo pessoal m compositor chegava para se apresentar num clube ou numa casa noturna e logo alguém perguntava a qual sociedade de autor ele pertencia. Ao informar o nome da sua associação, poderia receber a notícia de não estar apto a cantar naquele local porque o direito autoral era pago a outra sociedade. Preparemo-nos todos: a prevalecer a recente decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) – pela qual cada associação deverá estabelecer e aplicar sua própria tabela de preços, não mais podendo atuar em bloco, como hoje se faz através do ECAD, vamos viver um verdadeiro déjà vu dos anos 60, quando UBC, Sbacem, Sadembra e Sicam disputavam o mercado palmo a palmo, cada qual com “armas” e estratégias próprias. Muitos usuários de música negavam pagamento de direito autoral, por exemplo, à Sadembra, embora utilizassem o repertório por ela administrado, sob a alegação de que já o haviam efetuado à UBC ou à Sbacem. Por mais que explicássemos a diversidade do conteúdo de obras de cada associação, não havia jeito: eles não entendiam e não pagavam. Então, recorria-se à Justiça e criava-se, assim, aquela Torre de Babel. Claro que aquele modelo não poderia perdurar por muito tempo. Era uma crise atrás de outra. defesa do consumidor, estará debilitando o poder dos criadores nacionais e, por conseguinte, a própria produção musical brasileira. Não podemos nos esquecer de que, naqueles anos, o Brasil era um território onde a música estrangeira, prosperando com facilidade, era bem mais executada nas rádios do que a nossa. A se confirmar essa escatologia, entre tantas questões sem resposta, como cobrar o repertório compartilhado de Roberto Carlos (SOCINPRO) e Erasmo (UBC), garantindo a ambos os parceiros a mesma remuneração? Infelizmente, parece que apenas os artistas em evidência conseguirão viver da profissão. Aos demais, aqueles que não recebem cachês dignos por apresentação ou são apenas compositores sem contato com o público, restará, quem sabe, para se adaptarem aos novos/ velhos tempos, solicitar: Garçom, por favor, uma Cuba Libre! socinpro notícias 7 Decisão do CADE: s incisos XXVII e XVIII do Art. Quinto da Constituição Federal determinam, respectivamente, que (i) aos autores pertence o direito exclusivo de autorizar a utilização de suas obras e que (ii) a criação de associações independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Ressalte-se que tais dispositivos constam do Capítulo da Carta Magna que trata dos direitos e deveres fundamentais, inserto no Título pertinente aos direitos e deveres individuais e coletivos. Mas o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) acaba de passar como um rolo compressor por cima dessas máximas constitucionais. Vem de ser publicada a decisão do referido Órgão, vinculado ao Ministério da Justiça, no processo administrativo motivado por representação da ABTA – Associação Brasileira de Televisão por Assinatura, que congrega um dos segmentos de usuários mais resistentes ao pagamento dos direitos autorais de execução pública. Além de condenar as associações efetivas que integram e mantêm o ECAD pela prática de cartel, o CADE federal impôs às mencionadas entidades e ao próprio ECAD multas astronômicas, superiores a R$ 5.000.000,00 por associação, O 8 socinpro notícias sem o menor critério de razoabilidade e proporcionalidade. Tais penalidades poderão, se prevalecerem, determinar o fim das atividades de um sistema protecionista bem sucedido (a crescente arrecadação atesta isso), que vem sendo aperfeiçoado em nosso País há 40 anos. No cerne da decisão, o CADE determina a adequação do ECAD e das associações a uma série de medidas administrativas que, caso mantidas, importará no término da gestão coletiva dos direitos de execução pública de obras musicais, líteromusicais e de fonogramas no Brasil. No cerne da decisão, o CADE determina a adequação do ECAD e das associações a uma série de medidas administrativas que, caso mantidas, importará no término da gestão coletiva dos direitos de execução pública de obras musicais, lítero-musicais e de fonogramas no Brasil. Um verdadeiro desastre para as dezenas de milhares de autores e artistas patrícios e seus dependentes. Em resumo, o CADE quer impedir a fixação de preços unificados por parte do ECAD, como mandatário legal das entidades que o integram, sendo estas mandatárias legais de seus associados, como se deflui, sem muito esforço, da leitura dos artigos 98 e 99 da Lei n. 9.610, de 1998, que disciplina os direitos autorais no País, embora o CADE pareça querer regulá-los de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor e da Lei de Defesa da Concorrência. O ECAD não se dedica à exploração da atividade econômica, razão por que não pode representar uma ameaça de dominação de mercados, de eliminação da concorrência e de aumento arbitrário de lucros. Destarte, o CADE não é competente para apreciar a matéria, fato esse já reconhecido pelo próprio CADE ao se deparar, no passado, com questões análogas, representadas pelos processos administrativos números 08000.002511/1997-19 e 08000.011187/1995-13. Sem preços unificados tornar-se-á praticamente inviável a arrecadação dos direitos pelo uso das chamadas obras compartilhadas, quando um de seus co-autores pertencer à entidade A, outro à entidade B, um terceiro à entidade C, o editor uma agressão ao direito João Carlos de Camargo Eboli te, prolatado na ADIN n. 2054, sendo Relator o Ministro Ilmar Galvão. Ademais, a malfadada decisão representa uma afronta aos tratados internacionais ratificados pelo Brasil na área autoral, sobretudo a Convenção de Berna, com a redação decorrente de sua última revisão em Paris, em 1971, e a Convenção de Roma, de 1961. Por fim, o CADE está inviabilizando a chamada “blanket license” (licença única, genérica, cobertor), através da qual, por exemplo, os organismos de radiodifusão pagam um preço único ao ECAD, que lhes permite executar em suas programações quaisquer obras musicais e fonogramas sob a administração do Escritório Central. O CADE não explicou como as emissoras de rádio e TV poderão e deverão agir, na prática, para incluir música protegida em suas programações sem a “blanket license”. Bater à porta de cada associação...? Buscar a autorização devida junto a cada titular...? Há um princípio em direito segundo o qual a lei não pode exigir o cumprimento do impossível. Isto é : aquele que proíbe alguém de desenvolver uma atividade essencial (como cobrar direitos autorais) de determinada forma, tem a obrigação de oferecer um caminho alternativo viá- Arquivo pessoal à entidade D, agravando-se mais ainda quando se tratar da execução pública de fonogramas, quando o produtor estiver filiado à entidade E, o artista principal à entidade F e o músico acompanhante à entidade G (!!!). Que preço cobrar!? Como calculá-lo!? Ressalte-se que até 1988, cabia ao extinto CNDA – Conselho Nacional de Direito Autoral homologar a tabela unificada de preços do ECAD. Logo, a unificação dos preços era referendada pelo Governo, através de um Conselho Federal. O objetivo de um cartel é estabelecer um monopólio. Se o ECAD já é um monopólio, criado por lei (Art. 115 da Lei n. 5988, de 1973, ratificado pelo Art. 99 da Lei n. 9.610, de 1998), justamente para realizar a cobrança centralizada de tais direitos, que interesse poderiam ter as associações que o integram de formar um cartel? Não por acaso a decisão do CADE contraria diversos pareceres do mais alto nível, proferidos, dentre outros, pelo renomado economista Gesner de Oliveira, ex-Presidente daquele Conselho, pelo consagrado jurista Gustavo Tepedino, pelo insuspeito Ministério Público Federal e pelo também insuspeito Ministério da Cultura, além de desafiar o emblemático Acórdão da Suprema Cor- vel, factível, exeqüível. Foi tudo o que o CADE deixou de fazer. Questionado pelos pobres mortais de bom senso, o aludido Órgão alegou que o seu propósito era o de punir severamente as associações para defender os interesses dos autores (!?). Algo paradoxal, eis que as associações pertencem aos autores (ou aos titulares de direitos em sentido amplo), que delas dependem para gerir e perceber os seus direitos. Seria o mesmo que implodir um prédio para defender os interesses dos condôminos, ou decapitar o paciente para livrá-lo de uma enxaqueca... Estamos convictos de que a Justiça, serena e isenta, derrubará mais essa decisão arbitrária e irresponsável de tecnocratas do Poder Executivo, verdadeira agressão ao direito pátrio. socinpro notícias 9 CISAC – Confédératión Internationale Des Sociétés D’Auteurs Et Compositeurs Arquivo SOCINPRO Arquivo SOCINPRO Arquivo SOCINPRO Arquivo SOCINPRO o período de 13 a 16 de abril de 2013, foi realizada a reunião do Comitê Latinoamericano y Del Caribe da CISAC, na cidade do México, sob os auspícios da sociedade mexicana SACM -Sociedad de Autores y Compositores de México. Participaram da reunião de trabalho, executivos e técnicos das Sociedades latinoamericanas e caribenhas para tratar das “perspectivas dos autores e editores no âmbito dos desafios da gestão coletiva na era digital” e, também, como enfrentar o “ataque” dos grandes usuários de música, que atuam de maneira a flexibilizar ou reduzir o pagamento de direito autoral dos criadores. O diretor geral da CISAC, Olivier Hinnewinkel, fez abordagens desses temas e traçou estratégias de ação. O diretor geral N das dificuldades que enfrenta em seu país na arrecadação do direito autoral. da SACM, Roberto Cantoral Zucchi, também tratou do tema, principalmente FILAIE – Federación Iberolatinoamericana de Artistas Interpretes o Ejecutantes A como a utilização de novas ferramentas tecnológicas para melhor identificar e distribuir os direitos autorais das interpretações dos artistas e executantes e, também, ações para promover e desenvolver as atividades culturais no âmbito da música de cada país integrante. Na Assembleia Geral, aprovaram-se as recomendações e as conclusões das reuniões dos Comitês e das Sociedades de cada país que fizeram uma apresentação das notícias nacionais, não somente sobre os aspectos da cultura musical local, como Arquivo SOCINPRO s reuniões dos Comitês Técnicos, Jurídicos e Expansión y Desarollos Cultural, Consejo Directivo e Assemblea Geral da Federação foram realizadas na cidade do Rio de Janeiro, no período de 24 a 26 de outubro de 2012. Nessas reuniões foram abordados os temas jurídicos de proteção do Direito Autoral nos países que integram a FILAIE (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, México, Portugal, Espanha, Panamá, Costa Rica e Porto Rico), bem Arquivo SOCINPRO 10 socinpro notícias também das dificuldades de cobrar dos grandes usuários, da melhoria da arrecadação do local, do funcionamento das Sociedades e também das providências adotadas para que os contratos de representação entre os países fossem firmados e cumpridos prontamente. Nessa reunião, distinguiram-se os membros fundadores da Federação e se comemorou os trinta anos de existência da mesma, que foi fundada em 1982, na cidade de Brasília, Brasil. Alguns dos sócios fundadores estavam presentes, como Jorge Costa, João Carlos Gobierna, representado por seu filho João Carlos, Nelson Macedo, Marcus Vinícius e João Carlos de Camargo Eboli. Todos receberam uma placa com homenagem e distinção. VIDA QUE SEGUE rinta anos de carreira! Muita luta, muita inspiração, muito trabalho, muito balanço, grandes alegrias, grandes vitórias, vida que segue. O ano de 2013, vai ser de muita festa para Zeca Pagodinho com as comemorações desta data, que começou com o lançamento do CD e DVD Vida que Segue, dia 23 de abril, Dia de São Jorge, e continua com o show que vai percorrer vários estados brasileiros, começando por São Paulo. Segundo Zeca, o CD/ DVD é um resgate de clássicos do samba prá quem é da antiga relembrar e quem é novo conhecer. Só tem uma música de sua autoria, em parceria com Ratinho, um calango, Madame, e uma música inédita do Serginho Meriti, que dá nome ao disco. O jornalista, compositor e pesquisador de música brasileira Sérgio Cabral adorou o DVD e fez uma crítica dizendo: “Se não houvesse uma infinidade de motivos para colocar a coroa na cabeça de Zeca Pagodinho, este DVD seria suficiente, tal a sua soberania ao colocar todo talento na interpretação desse magnífico painel do samba brasileiro. E, como se não bastassem o intérprete, o fantástico repertório e instrumentistas maravilhosos, Zeca apresenta-se também ao lado de Yamandu Costa e Hamilton de Holanda, Marisa Monte, Paulinho da Viola, a Velha Guarda da Portela, Roberto Menescal, Zé Menezes e Leandro Sapucahy. É irresistível. Zeca Pagodinho recupera o samba de carnaval, um tipo de música que, infelizmente, não é lançado desde a década de 1970 e que, cá entre nós, faz muita falta. Sambas como Se eu errei, Eu agora sou feliz, Atire a primeira pedra, Abre a janela, entre outros, verdadeiros clássicos da música popular brasileira, agora cantados primorosamente por Zeca Pagodinho, foram lançados para o carnaval. Por tudo isso, o DVD é também uma divertida homenagem de Zeca a compositores que não podem ser esquecidos, como Roberto Martins, Cartola, Arlindo Marques Júnior, João da Baiana, Fotos: Guto Costa T Adoniran Barbosa, Paulinho Vanzolini e vários outros.” Jessé Gomes da Silva Filho, mais conhecido como Zeca Pagodinho, nasceu no Irajá, foi criado em Del Castilho e desde cedo já trocava as aulas por uma boa roda-de-samba. Por isso, depois da quarta-série, não quis mais saber de escola. Nos anos 70, o partido-alto começou a se tornar uma febre nos subúrbios do Rio. E entre um samba e outro, Zeca se virava como podia. Feirante, camelô, office-boy, contínuo e anotador de jogo do bicho. Fez de tudo. No inicio dos anos 80, em parceria com o flautista e partideiro Cláudio Camunguelo, Pagodinho teve sua primeira música gravada: Amargura. A faixa entrou no repertório do segundo disco do grupo Fundo de Quintal. A aproximação com o grupo, acabou levando Zeca Pagodinho para perto de Beth Carvalho, que gravou seu primeiro sucesso: Camarão que Dorme a Onda Leva.O pagode, então, já começava a tomar conta do Brasil. A RGE lançou a coletânea Raça Brasileira (1985). Entre as canções de Zeca estavam Mal de Amor, Garrafeiro, A Vaca e Bagaço da Laranja. Foram 100 mil cópias vendidas. No ano seguinte, o sambista estreava em disco solo, Zeca Pagodinho, emplacando os sucessos Coração em Desalinho, Quando Eu Contar (IáIá), Judia de Mim e Brincadeira tem Hora, atingindo a marca de um milhão de cópias vendidas. Pela RGE ainda gravou Patota do Cosme (1987). Em seguida, se mudou para a RCA (atual Sony-BMG), ao lado de Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Martinho da Vila. Na casa nova, vieram novos sucessos, como Jeito Moleque (1988), Boêmio Feliz (1989), Mania da Gente (1990), Pixote (1991), Um dos Poetas do Samba (1992) e Alô, Mundo! (1993). Em 1995, foi para a Universal, onde gravou os CDs Samba Pras Moças (1995), Deixa Clarear (1996), Hoje É Dia de Festa (1997), Zeca Pagodinho (1998), Zeca Pagodinho Ao Vivo (1999), Água da Minha Sede (2000) e Deixa a Vida Me Levar (2002), que consagra o artista como um dos grandes nomes da música brasileira. A música título vira o tema da Copa e o disco ganha o prêmio de “Melhor Álbum de Samba” no Grammy de 2002. Em 2003 lançou o Acústico MTV Zeca Pagodinho (CD e DVD), sucesso absoluto, em 2005, lançou À Vera e, em 2006, repetiu a parceria com a MTV que, de forma inédita, resolveu repetir o projeto acústico com um mesmo artista, com Acústico MTV 2: Gafieira – Zeca Pagodinho. Em 2008, lançou o CD Uma Prova de Amor, que contou com participação especial de João Donato em Sambou, Sambou. Sucesso absoluto! Em 2010, Zeca lança seu 22º CD Vida da Minha Vida, dedicado à sua madrinha Beth Carvalho. E agora, vem a grande festa: 30 anos de carreira. E muita coisa boa pela frente, afinal, como diz mestre Sérgio Cabral, “Além de grande sambista ele é também um grande brasileiro!” socinpro notícias 11 CAPA Carlos Galhardo o dia 24 de abril deste ano, Carlos Galhardo, se estivesse vivo, completaria 100 anos. Galhardo, sócio fundador e Presidente por vinte anos da SOCINPRO, além de excepcional profissional, era querido por todos pela sua elegância, gentileza e lealdade. E em casa não era diferente. Dona Eulália, sua esposa, fiel companheira e parceira por toda a vida, conta como foi o início de sua vida com Carlos Galhardo. “Nossa história de amor começou no domingo de Carnaval de 1954, no Parque Municipal de Teresópolis. Eu estava com minha irmã, meu cunhado e amigos, passeando no parque em direção à piscina, quando eles avistaram o Carlos. Minha irmã, que era sua fã, insistiu para que eu pedisse a ele para cantar. Relutei, mas acabei indo ao seu encontro e falei: O senhor poderia cantar uma música? E ele sorrindo disse: O senhor está no céu! Mas acabou atendendo o pedido e cantando três músicas, acompanhado pelo violão de um rapaz que estava no local. Meu cunhado chamou-o para tirar fotos conosco e numa delas ele se posicionou ao meu lado. Todos agradeceram, se despediram e eu perguntei à minha irmã: E aí está feliz? Ela me deu um beijo e eu segui com minha amiga para a piscina. Quando eu já ia entrando na água, ele me abordou e perguntou: Onde você vai brincar o Carnaval? Respondi de imediato: Onde o senhor não for! Ele educadamente falou: Nossa! Que moça mal educada! Minha amiga ficou sem graça e falou o nome do clube. À noite eu já estava no clube brincando com um rapaz, quando Carlos chegou com os amigos e convidou a todos que estavam comigo para a mesa reservada a ele. Sentei-me ao seu lado e a alegria da orquestra tocando, o pessoal pulando me contagiou e chamei-o para o salão. Ele pôs a mão no meu ombro, juntando nossas N faces. No final do baile de terça-feira ele despediu-se do meu pessoal e eu fui leválo à saída do clube. Nos beijamos pela primeira vez. Ele me deu seu telefone, pedindo que ligasse para ele assim que chegasse ao Rio. Quando cheguei, hesitei um telefonar. O motivo não era a diferença de idade, eu com 17 anos e ele com 40, e sim por ser um cantor famoso. Achei que minha família se oporia. Mas resolvi ligar e começaram os sucessivos encontros durante um ano e meses, até que minha mãe soube e quis conhecê-lo. Apresentei-o a ela e a toda a família, e todos aprovaram o namoro. Na certeza do nosso amor ficamos noivos no meu aniversário, em agosto de 1955, e nos casamos em setembro do mesmo ano. Nossa felicidade foi crescendo com a chegada dos filhos: Carla, Sandra e Eduardo.” Carlos foi um dos principais cantores da Era do Rádio. Seu primeiro disco solo foi lançado em 1933, com os frevos Você não gosta de mim, dos irmãos Valença e Que é que há, de Nélson Freire. Foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil, cerca de 570 músicas, vindo logo depois de Francisco Alves. Carlos era idolatrado pelos fãs e em 1935, fez sua estréia como cantor romântico com a valsa canção Cortina de Veludo, de Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago, fazendo enorme sucesso. “Mas ele não era só ligado em suas músicas, seus shows e seu enorme sucesso, conta Dona Eulália. Ele tinha uma grande preocupação em preservar os direitos autorais dos intérpretes. E no início de década de 60, começaram as reuniões lá em casa, entrando pela madrugada, onde se reuniam, entre outros, Vicente Celestino, Tito Madi, Luiz Claudio, Hélio Chaves, Dr. Henry Jessen e o Dr. Cláudio de Souza Amaral. Eles discutiam como fundar uma sociedade que protegesses os direitos dos cantores. E começaram a ir a Brasília em caravana, levando grupos de artistas famosos que também brigavam pela causa, para convencer ministros, deputados e senadores a aprovar uma lei do direito do intérprete. Eles chegaram a ir à casa do Presidente Juscelino Kubitschek , em Ipanema, para pedir sua ajuda. Até que em 1962, conseguiram criar a SOCINPRO, motivo de muita festa e grande alegria para todos. Mas mesmo nessa correria de viagens à Brasília e para os seus shows, suas gravações e toda a movimentação de sua vida profissional, Carlos nunca se afastou de nós. Ele era amoroso e muito dedicado à família. Vivemos em harmonia por 30 anos. Guardo dele uma saudade gostosa” Fotos: Arquivo de Família 12 socinpro notícias Ele era especial Fotos: Arquivo de Família “C arlos Galhardo. O nome pode – e até deve – parecer totalmente desconhecido aos menores de 40 anos de idade. Os mais velhos, contudo, ou mesmo os jovens de hoje que preservam a memória da música popular ou do Brasil, sabem muito bem quem foi Carlos Galhardo. E por que estaria eu – remitente batalhador pela lembrança dos que deixaram legados preciosos – a falar dele agora? Falo, sim, e com orgulho do Carlos Galhardo, porque ele iluminou o cenário artístico do Brasil durante seguidas décadas, que vão dos anos 30 aos 70. Ou seja, por quase meio século Galhardo foi considerado um importantíssimo intérprete do nosso cancioneiro popular. E por que, justamente agora, saudálo com esta ênfase, este calor, esta reverência? Porque no dia 24 de abril, ele faria 100 anos. Ora, o centenário do cantor passaria – ou deve mesmo passar – olimpicamente ignorado por este país tão injusto em relação à memória, tão ausente em lustrar mortos ilustres que são despejados no mais reles esquecimento público, tão avaro no acarinhar datas que passam quase sempre despercebidas, sem um registro sequer. Para que vocês tenham uma ideia mais precisa sobre Carlos Galhardo: ele foi o cantor que mais vendeu discos no Brasil, dos anos trinta aos cinqüenta, só superado por Francisco Alves. E - o mais significativo – foi considerado na era do rádio - um dos quatro grandes: os outros três eram Orlando Silva, Silvio Caldas e o já citado Francisco Alves, o Rei da Voz. Aliás, sua importância foi tão proclamada que ele era conhecido como “O Cantor que Dispensa Adjetivos”, ou “O Rei da Valsa”. Galhardo – que alguns críticos mal humorados chegaram à audácia de dizer que ele cantava com um ovo na boca – foi um criador de sucessos imorredouros, que começaram em 1933 com a celebérrima canção de natal “Boas Festas”, lançando também Assis Valente para o estrelato dos compositores da Época de Ouro. Atento à defesa dos direitos autorais, Carlos Galhardo foi não apenas um dos fundadores da SOCINPRO, mas seu presidente por duas décadas. Um Presidente diligente, presente e capaz. Ou seja, grande cantor, grande brasileiro e grande batalhador pelos direitos dos seus colegas. ” R ic ardo Cravo A lb in Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin socinpro notícias 13 Novos Associados Cicinho de Assis Dyeguinho Silva Bráulio e Fátima de Castro Foto: Estela Carielli de Castro Arquivo pessoal Divulgação O casal Bráulio e Fátima de Castro agora faz parte da família SOCINPRO. Compositor de todos os ritmos, o que Dyeguinho Silva, o homem das boas pa- Bráulio faz bem é criar música brasi- ródias, agora está conosco na SOCIN- leira, seja nordestina, seja samba, PRO. O músico já sabia o que queria aos seja lá o que for. Música ele sabe 14 anos de idade, quando escutou no fazer. Com mais de 330 composições rádio o som de um cavaquinho, que lhe gravadas, boa parte em parcerias, po- despertou a vontade de tocar um instru- demos destacar Desafio , com grava- O baiano Cícero Pereira de Assis, o Ci- mento. Em seu aniversário ganhou da avó cinho de Assis, é um novo associado da seu primeiro instrumento. Comecei a ções de Alcione e de Luiz Américo, Porta é Prá Bater , com Jair Rodrigues, Bendito Seja, interpretada por Benito de Paula e quatro sucessos na voz de Genival Lacerda: O Rádio, O Disco, Rock do Jegue e O Gravador. Bráulio também participou de vários festivais como o Festival da Rede Globo, Festival da Record e o Festival Canta Nordeste, sempre classificando suas músicas entre as primeiras colocadas, como ocorreu também no Recifrevo, quando classificou Descompasso de sua autoria em parceria com sua esposa Fátima de Castro, cantora e compositora de primeira linha. Por que veio para SOCINPRO? Ele responde: “conhecendo a SOCINPRO desde o tempo em que morei em São Paulo, década de 60/70, ainda na época em que o grande cantor João Dias era seu presidente, e sabedor que o amigo Oséas Lopes era seu representante em Recife, solicitei minha inclusão nesta conceituada Sociedade, juntamente com minha esposa Fátima de Castro, cantora e compositora, além de professora de violão. Esperamos contar sempre com a presteza dos seus dirigentes”. SOCINPRO. Músico acompanhante e tocar e senti grande facilidade, diz ele, arranjador de grandes artistas como para fazer paródias com músicas conhe- Gilberto Gil, Jorge Mautner, Milton Nas- cidas nacional e internacionalmente, ou cimento, Maria Bethânia, Daniela Mer- sempre que havia uma situação engra- cury e Ivete Sangalo, entre outros, Cici- çada no meu bairro. Fui crescendo, pros- nho vem desenvolvendo um trabalho segue, passei a tocar samba na noite e próprio, onde se apresenta cantando e depois comecei a compor. A minha pri- tocando seu instrumento (sanfona/acor- meira música gravada foi pela Banda deon), acompanhado de sua banda, Amor Real, Cheid e, logo em seguida, a com participação nas festas juninas da Banda Aviões do Forró gravou Vai a Pé capital e do interior do estado. Em car- e Coração Vagabundo, sucessos em reira solo desde 2000, o músico realizou todo o Brasil. E aí não parou mais. Entre nos últimos anos, cinco edições de um outros sucessos, Dyeguinho emplacou Eu Te Puxo e Tu me Lambe, A Mulher me Deixou (Tô Nem Aí), Amor Prometido, Eu Só Sei Dançar Beijando Na Boca, Cansei de Você, Tá com Saudade de Mim e Ajoelha e Chora Neném. Dyeguinho Silva diz que a música foi o motivo que o fez querer amar mais, viver mais e conseguir superar todas as suas dificuldades de cabeça erguida. E os motivos pelos quais se associou à SOCINPRO são muito simples: “a certeza de ser bem reconhecido, bem representado e, além do mais, saber que faço parte do arsenal dos melhores compositores e artistas do Brasil e do mundo!” importante projeto: Um Forró para Seu Luiz, uma homenagem ao Rei do Baião – Luiz Gonzaga, que contou com a participação de artistas como Waldonys, Oswaldinho do Acordeon, Orquestra de Sanfona da Bahia, Zelito Miranda e o Trio Nordestino. O sanfoneiro prepara um novo show para esse ano, que apresentará nos municípios da Bahia, Sergipe e Pernambuco, com o melhor da música nordestina, diz ele. E informa: “associei-me à SOCINPRO porque sinto-me cercado de amigos. Tenho por esta Sociedade bastante respeito e confiança”. 14 socinpro notícias O cantador e compositor cearense Fran- Claudion Mendes peito e carinho por seus associados. Além Foto: Néphilie Hann cisco Maia de Queiroz, Louro Branco, do mais, a SOCINPRO nos oferece um agora faz parte da SOCINPRO. Louro tratamento mais pessoal, “lado a lado” e Branco, como é mais conhecido, come- fica atenta às necessidades de músicos, çou carreira aos 12 anos, já tendo can- cantores e compositores como eu. tado com inúmeros poetas populares e maiores cantadores do Brasil. Participou de mais de quatrocentos festivais e é Victor Santos Foto: Jozart Foto: Jozart autor de cerca de seiscentas composições gravadas com diversos artistas regionais e nacionais. Ele já percorreu vinte estados brasileiros, sempre com sua viola. Sobre a Sociedade Louro Branco diz que conheceu a SOCINPRO através O Pastor Claudion Mendes também se associou à SOCINPRO. Um apaixonado por música, o Pastor Claudion tem várias composições e vai trilhando seu caminho. Ele do amigo e parceiro Judivan Macêdo, que também faz parte dela, que o indicou por confiar plenamente no trabalho e atenção sempre prestados. diz: quando Deus nos escolhe para uma obra Ele mesmo faz acontecer e nada foge dos seus designíos. E conta a sua cado ao ouvi-lo cantar. Passaram-se anos, Arquivo pessoal história: certo dia em um evento religioso conheci Dimas Wasf e meu coração foi to- Renato Suhett voltamos a nos encontar e decidi passar a O cantor Victor Santos também se as- cuidar de sua carreira. E agora ele faz sociou à SOCINPRO. Tendo iniciado parte de minha vida. Estamos juntos no Mi- sua carreira aos 11 anos, cantando pa- nistério Apostólico Entronize no qual sou ra cerca de 40 mil pessoas num show Pastor Fundador e como compositor e pro- de seu pai o cantor Louro Santos, Victor, dutor também estamos juntos lançando, agora com 16 anos, já tem uma longa até o final do ano, o primeiro CD em ado- estrada de sucesso e lança seu pri- ração ao Senhor, com o tema Jesus Tu És Tão Simples. E vou trilhando o meu caminho. Decidi me associar à SOCINPRO primeiramente pela sua tradição, sabendo que ao longo destes anos vem desenvolvendo um excelente trabalho, transmitindo confiança e respeito pelo associado. Francisco Maia de Queiroz meiro show da carreira solo, Canção Brasileira, com um repertório formado a partir das diversas experiências musicais do jovem cantor, como forró, sertanejo, baladas românticas, pop e rock. O Padre Renato Suhett, músico, cantor e Com voz afinadíssima e de extensão compositor é mais um associado da SO- surpreendente, Victor Santos chega CINPRO. Com 12 discos gravados em num momento em que acumula uma ex- português e 5 em espanhol, Padre Re- periência de palco que já lhe rende mi- Foto: José Vadimi Bezerra nato vem trilhando uma carreira brilhante lhares de acessos na internet. Nos pri- desde o lançamento de seu segundo CD meiros vídeos está acompanhado pelo Tantos Caminhos, lançado pela Line Records, que vendeu 1,5 milhões de cópias e foi mencionado na época, em l994, na Revista Billboard Internacional como o segundo maior vendedor de discos Gospel-Religiosos da América Latina, atrás apenas de Padre Zezinho. Padre Renato já vendeu mais de 3 milhões de discos. E perguntado porque se filiou à SOCINPRO respondeu: porque é uma arrecadadora que trabalha com muita seriedade, res- pai, com o qual Victor fez dupla durante seis anos. No videoclipe mais recente, Tenho Medo e Entre Quatro Paredes, o artista abre suas asas, reafirma seu estilo romântico e vôa alto rumo a uma estrada de sucesso, lançando em breve o CD e DVD Encontro Marcado. Victor diz que veio para a SOCINPRO “por acreditar que é uma entidade confiável e vai defender os meus direitos como compositor e intérprete!” socinpro notícias 15 Jerry Adriani Ele é especial Foto: Rodrigo Meneghello erry Adriani anda satisfeito da vida: família unida, muito trabalho, grandes projetos e tudo caminhando com harmonia. Este é Jerry Adriani. Um artista de primeira qualidade, competente, amigo, leal e que atende a todos com a maior simpatia. Por isso, não tem inimigos. Não há quem conheça Jerry e não se torne seu amigo. Com cerca de 40 CDs e em plena produção de seu segundo DVD Família, baseado em seu último CD, que fez grande sucesso, Jerry viaja pelo Brasil inteiro com seus shows e não pretende parar tão cedo. Ele adora o que faz . Adoro cantar, ver a reação das pessoas e me sinto realizado depois de cada show, diz ele. Jair Alves de Souza nasceu em São Paulo, iniciando sua vida como cantor profissional em 1964, com o nome artístico de Jerry Adriani, lançando o LP Italianíssimo. No mesmo ano gravou o LP Credi a Me. Em 1965, o cantor estourou com Um Grande Amor, primeiro LP gravado em português. Na mesma época, apresentou o programa “Excelsior a Go Go” pela TV Excelsior de São Paulo, em parceria com o comunicador Luiz Aguiar. Comandou, entre 1967 e 68, na TV Tupi, “A Grande Parada” (junto com Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marília Pêra) um musical ao vivo que J apresentava os grandes nomes da MPB, consagrando-se definitivamente como um dos cantores de maior popularidade em todo o país. No cinema fez três filmes como ator/cantor: Essa Gatinha é Minha (com Peri Ribeiro e Anik Malvil) Jerry, A Grande Parada e Jerry em busca do Tesouro (com Neyde Aparecida e os Pequenos Cantores da Guanabara). Na primeira metade da década de 70, Jerry Adriani, já um artista consagrado, expandiu seu talento musical para vários países gravando discos e fazendo shows na Venezuela, Peru, Estados Unidos, México e Canadá, entre outros. E o sucesso continuou por onde se apresentava. No inicio da década de 90, o cantor gravou um disco que trazia de volta as origens do Rock’n Roll Elvis Vive (um tributo ao rei do rock do qual sempre foi fã) e 24° disco de sua carreira. No final de 1995, Jerry Adriani se destacou com expressivo sucesso, no lançamento da uma super coleção com “Os Maiores Sucessos dos 30 Anos da Jovem Guarda”, pela gravadora Polygram, como convidado especial, onde foram lançados 5 CDs comemorativos ao movimento, relembrando grandes sucessos como Broto Legal, Namoradinha de um Amigo Meu, Querida e Doce Doce Amor. E Jerry continuou, sempre com grandes sucessos, fazendo seus shows pelo Brasil e pelo mundo e gravando seus CDs e trilhas sonoras de novelas de destaque da televisão brasileira, como é o caso da canção Santa Luccia Luntana, uma das mais executadas na trilha sonora da novela “Terra Nostra”, na TV Globo. Em novembro de 2012, Jerry se apresentou em Nova York e em dezembro lançou o CD Família com músicas voltadas para o Natal, considerado um presente e “um disco que o mundo precisa ouvir”, pelo professor e radialista Fernando Mansur. Agora em 2013, Jerry lançará o DVD Família, mais um presente para todos nós que adoramos seu jeito de ser e de cantar ! Foto: Tomas Peixoto Josilson Lobo Um apaixonado por sua terra natal J osilson Lobo, está gravando seu sexto CD, que será lançado nos próximos meses. O novo CD, com 20 músicas, que vão do frevo ao baião, enfoca sua terra natal, tendo como músicas principais e de sua autoria Chapada do Araripe e Bacia do Araripe, locais de extrema beleza, segundo o músico. Professor, compositor e cantor, natural de Crato , no Ceará, Josilson há 20 anos foi morar em Brasília – Distrito Federal, onde é funcionário da Secretaria de Educação, desde que chegou à região, em 1992. Foi quando começou a levar a sério seu dom artístico como compositor, inspirado em seu primeiro ídolo o 16 socinpro notícias Rei do Baião, Luiz Gonzaga, com o qual veio a canção Meu primeiro Ídolo. Josilson inspirou-se também no estilo popular de grandes nomes da canção do nordeste, como Gilberto Gil, Caeteno Veloso, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Chico Cesar, Fagner e Dominguinhos, entre tantos outros, e ainda no romantismo do Rei Roberto Carlos, gravando 5 CDs com canções autorais. Hoje, com cerca de 100 músicas de sua autoria, suas principais canções são: Floresta Verde, Zumbi nos Ensinou, Festa no Crato e Crato Ceará. Participou de vários programas de rádio e TV local, em sua região do Cariri cearense bem como na ca- pital, Fortaleza, divulgando seus trabalhos que falam da sua cultura, sua terra natal, em vários estilos melódicos, retratando seu amor, sua paixão, seus sentimentos. São mais de 60 canções já gravadas em CDs independentes que vão do sentimental ao romântico, do frevo ao forró pé-de-serra. Josilson Lobo tem suas obras na SOCINPRO desde o início da sua carreira, quando procurava uma entidade séria, que tivesse o zelo, o cuidado e a responsabilidade com as obras dos artistas. E achou, diz ele. Luciana Mello la estreou um novo show em São Paulo, “Luciana em Músicas”, que depois viaja pelo país, mostrando toda a versatilidade e competência desta cantora que desde muito cedo mostrou o seu valor. Luciana Mello vai se apresentar com um repertório de primeira, cantando suas músicas preferidas de artistas que influenciaram sua carreira, como seu pai Jair Rodrigues, João Bosco e Djavan. E a moça não pára por aí: já está começando a produzir seu primeiro DVD solo que lança ainda este ano. Luciana Mello veio dos mais diferentes palcos: dos palcos de dança, de musicais, de espetáculos infantis, de televisão e de shows. Ela começou sua carreira aos 6 anos, cantando e gravando ao lado do pai, Jair Rodrigues, a canção O Filho do seu Menino, composta pelo gaitista e E Foto: Ike Levy Ela sabe seu valor produtor Rildo Hora. Aos 16 anos, a cantora lançou, pela gravadora Movieplay, seu primeiro disco solo Luciana Rodrigues e aí não parou mais. Em 2000, Luciana gravou seu segundo CD Assim que se Faz, produzido por seu irmão Jair Oliveira, que passou a produzir seus discos. Em 2004, já artista consagrada, pelo timbre e suavidade da voz, Luciana lança o CD LM com canções conhecidas do grande público, que passeiam pelo samba, baladas e músicas dançantes, entre elas a regravação de Molambo. Em 2009, num projeto bem família, a cantora se juntou ao irmão Jair Oliveira e gravou o CD e DVD O Samba me Cantou, onde o samba foi o grande homenageado e contou com novas versãos de clássicos como Coração Leviano e Casa de Bamba. Em 2011, Luciana lançou o CD 6º Solo, um divisor de águas em sua carreira, trazendo leveza, maturidade e brasilidade nas melodias e canções, características marcantes desta nova fase musical da artista. O disco, produzido por Otávio Moraes, mostrou todo o preparo e categoria desta grande cantora, que surpreende pelo seu incrível desempenho nos palcos. “Luciana em Músicas” é sucesso garantido por onde passar. Walmar Paim Pelo mundo afora Walmar é um sucesso m dos mais respeitados bateristas brasileiros, Walmar Paim, da banda Chiclete com Banana, tem muito trabalho pela frente: eles estão lançando um novo DVD: Pelo Mundo Afora, gravado na Praia do Forte, em Fortaleza, numa releitura de U antigos sucessos destes 30 anos da banda. Walmar, nascido em Santo Amaro, da Bahia, de onde saiu uma criativa leva de artistas da MPB nos anos 60 e 70, iniciou sua carreira aos 15 anos, montando junto com amigos a banda “Konecção”, que gerou músicos e técnicos Foto: Bruno Polengo da melhor qualidade, que hoje atuam com os principais nomes da música baiana. Sua musicalidade o levou a gravar desde o samba e MPB ao axé, e a tocar com dois de seus grandes ídolos Caetano Veloso e Maria Bethânia, entre outros nomes da MPB. Ao ser convidado pelo cantor, compositor, violonista e arranjador Roberto Mendes para integrar a banda Baianos Luz, em l995, enfrentou seu primeiro grande desafio: traduzir para a bateria toda a levada da “Chula”, um ritmo único do Recôncavo Baiano. Se mostrou tão competente e exibiu tal técnica que, em 2008, foi convidado para integrar a banda Chiclete com Banana, onde está até hoje, com uma agenda média de 130 shows, por ano, o que torna possível conferir o balanço da Walmar Paim por todos os cantos do Brasil. socinpro notícias 17 Robson Vidal Aí vem ele com muita criatividade A de New York e em diversos países, fez parte durante 4 anos de um dos programas de maior audiência da TV Globo “Planeta XUXA” ao lado de Xuxa Meneghel, como DJ e produtor musical de temas e aberturas para o programa, criou um estilo musical único e irreverente chamado “Teknobeat”, que fez o maior sucesso dentro e fora do país, lançou 7 Foto: Guilherme Pereirea í vem ele. Sempre com seu boné e muita criatividade o produtor musical e DJ Robson Vidal está trabalhando a todo vapor no seu mais novo projeto “Robson Vidal Feat”, licenciado para a gravadora Building Records, que envolve produções de música eletrônica com novos cantores do Brasil e do exterior e que já lhe rendeu o 29º lugar no Top 100 Club Chart Europeu e Canadense com sua música Miss You , em parceria com as DJs canadenses “Blondish”, o que não é pouca coisa. Robson começou aos 13 anos fazendo festas em playgrounds de amigos até ser convidado por Paulo Lima (proprietário da equipe Turbo Disco Club) para preencher uma vaga na equipe, conseguindo seu primeiro trabalho como DJ. Daí em diante foi se especializando, se aprimorando e novas oportunidades foram surgindo: foi DJ nos principais night clubs do Rio de Janeiro (Manhattan Disco, Babilônia, Gypsy, Zoom, Imperator, Blue Garden, Forest e Taj Lounge), participou de vários eventos como o “Brazilian Day” CDs, sendo 5 de sua total autoria, teve participação nas principais rádios do Rio de Janeiro: Tropical FM, Transamérica FM, Jovem Rio FM, Manchete FM, RPC FM e Jovem Pan FM e, atualmente, é DJ residente na gravação do programa de fim de ano da TV Globo “Show da Virada”. Como produtor musical, além de diversas trilhas, temas, bgs e medley para o espetáculo “Xuxa Festa”, de Xuxa Meneghel, fez diversos remixes de artistas como Lulu Santos, KLB, Biquini Cavadão, Kelly Key, Cidade Negra, Orlando Morais, Ivete Sangalo, SNZ, Maurício Mattar, Viviane Araújo, Mr. Jam, D’Black, Latino, Blitz, Jerry Adriani e, no cenário internacional, Roxette, Moony, Lorena Simpson, Alexxa, Stevie B, entre outros. Robson produz também temas, aberturas e trilhas para programas de TV, novelas e filmes. Pela sua versatilidade e grande capacidade de inovação, Robson Vidal é apontado como um dos maiores nomes da cena carioca em seus 30 anos de carreira. Leandro Fab Ele está em todas A 18 socinpro notícias instrumentista, pelos pagodes da cidade. Ganhou seu primeiro cavaquinho aos 15 anos e nunca mais se separou dele. Começou então a criar melodias, até que conheceu o compositor Meia Noite, que teve grande influência em sua carreira, e gravou seu primeiro samba, em parceria com ele e Neném Chama. Daí em diante, passou a ter suas músicas requisitadas por produtores de todo o país. Leandro foi fazendo suas músicas, conhecendo outros compositores e passou a”trabalhar” com alguns dos melhores nomes do ramo, como Mauro Diniz, Dudu Nobre, Xande de Pilares, Seu Jorge, Pretinho da Serrinha, Gabriel Moura e Rogê, entre muitos outros. Em 2011, Leandro Fab teve uma grande ascenção em sua carreira, com a música A Doida, que ex- plodiu nas rádios de todo o Brasil, recebeu o Prêmio MPB, da rádio MPB FM e foi indicada ao Grammy Latino 2012, ganhando como melhor disco. E não teve para mais ninguém. Este ano, com o sucesso da abertura da novela Salve Jorge e mais de 200 obras gravadas por artistas de vários segmentos, Leandro se consagrou como um dos grandes compositores brasileiros. Arquivo pessoal música Alma de Guerreiro, que fez o maior sucesso na abertura da novela “Salve Jorge “, da TV Globo, era de Seu Jorge, Pretinho da Serrinha, Gabriel Moura e...Leandro Fab. Outro grande sucesso da novela De Cara Pro Gol, é de Xande de Pilares e....Leandro Fab. E A Doida, que a gente não pára de cantar até hoje? É de Seu Jorge, Pretinho da Serrinha e Leandro Fab. Ele está em todas e vem sendo procurado pelos melhores nomes do samba, que querem novas músicas para gravar. Hoje em dia se alguém ouvir um samba de arrasar, pode ter certeza que foi Leandro quem fez. O compositor carioca, criado na Vila da Penha, foi pegando gosto pela música desde os 12 anos, quando passou a acompanhar seu primo Neném Chama, produtor, compositor e Ricardo Cravo Albin toma posse na Academia Brasileira de Artes Foto: Armando Araújo ia 23 de maio, foi dia de festa no Instituto Cultural Cravo Albin: foi a posse de Ricardo Cravo Albin na Academia Brasileira de Artes na vaga do ex-presidente Agenor Rodrigues Valle, que ficou 37 anos à frente da Academia. A cadeira número 17, que Ricardo passa a ocupar, teve como Patrono o autor do Hino Nacional Brasileiro, Francisco Manuel da Silva, e já foi ocupada também pelo maestro Francisco Braga, autor de vários hinos da melhor qualidade, a ponto de ser apelidado de “Chico dos Hinos”, sendo de sua autoria nosso Hino à Bandeira. O maestro Hekel Tavares foi outro ocupante da cadeira 17 e ficou famoso não só pelo seu conhecimento de música erudita, mas, principalmente, por suas composições populares, tendo como parceiros entre outros, Luiz Peixoto, Murilo Araújo, Ascenso Ferreira e Joracy Camargo com quem compôs Guacyra, Leilão, Lua Cheia e Sapo Cururu. A solenidade foi presidida por Heloisa Lustosa, atual presidente da ABA, D Os Acadêmicos Vitorino Charmont, Ricardo Cravo Albin e Sérgio Fonta que fez a entrega da medalha e diploma a Ricardo Cravo Albin, eleito pelos demais 50 acadêmicos, pelo notável trabalho que realizada pela cultura e, especialmente, pela música brasileira. Cerca de 80 pessoas do meio artístico, intelectual e jornalistas participaram da festa e o discurso de recepção ao novo acadêmico foi feito por Affonso Arinos de Mello Franco, que pertence também à Academia Brasileira de Letras. Em seu discurso de posse e Foto: Armando Araújo agradecimento pela honra recebida, o intelectual Ricardo Cravo Albin revelou que o Hino Nacional Brasileiro, composto por Francisco Manuel da Silva, considerado um dos mais belos do mundo, foi feito para a revolução de 1831, que obrigou Dom Pedro I a voltar para Portugal e entronizou-se Dom Pedro II como Imperador do Brasil. Somente 40 anos mais tarde, Osório Duque Estrada compôs a letra e tivemos o nosso Hino Nacional. A festa que entrou pela madrugada, como todas as realizadas por Ricardo Cravo Albin, conhecido como um grande anfitrião, contou com a presença, entre outros nomes de destaque do Rio de Janeiro, de Cícero Sandroni, Ivan Junqueira e Domício Proença, da Academia Brasileira de Letras, Desembargador Marcus Faver, advogado Mauricio Araújo Pinho, Vitorino Charmont e Sérgio Fonta, da ABA, Zezé Motta, Sonia Delfino e Ziraldo. E Ricardo diz que entre as mais belas flores que recebeu estão as enviadas pela SOCINPRO. Ricardo Cravo Albin, Zezé Motta, Marcus Faver e Mauricio Araújo Pinho. socinpro notícias 19 Lançamentos Foto: Mar cos Os irmãos Edson & Hudson se reencontram com um picadeiro como os que marcaram sua infância no DVD e CD Faço um circo pra você – Ao Vivo, que está sendo lançado com onze canções inéditas e nove de seus maiores sucessos, para celebrar a retomada da carreira da dupla. O palhaço, o acrobata, o malabarista, o ilusionista e a bailarina são personagens que habitam o imaginário da maioria das crianças, especialmente para os irmãos Edson & Hudson, já que esse universo mágico do circo fez parte de suas vidas de uma forma ainda mais intensa. Filhos de artistas circenses, ambos nasceram praticamente sob a lona de um circo e fizeram desse mundo mágico o quintal de suas travessuras. Foi assim que, ainda pequenos, assumiram as identidades de Pepi e Pupi, dupla infantil que encantava o respeitável público por onde quer que passassem e que despertou neles a paixão pela música e pelos palcos. Por isso, os dois decidiram marcar para o picadeiro a volta da dupla, depois de um hiato de quase dois anos, em que cada um trilhou caminhos e projetos musicais diferentes. O DVD Faço um Circo pra Você – Ao Vivo, lançado pela Radar Records, é o quinto da dupla e o 12º álbum de sua carreira. Hermes Edson & Hudson Hellen Foto: Nábia Cristina Lançando seu segundo CD Hellen – Cê tá querendo eu, a cantora já se revela como um dos grandes sucessos no cenário da música sertaneja, apostando como destaques do novo trabalho, na música título do CD e em Se Mamãe For. Natural de Rio Verde, interior de Goiás, Hellen sempre incentivada pela família, aos 10 anos subiu num palco pela primeira vez e cantou para cerca de 2 mil pessoas. Desde então, passou a estudar canto e violão e a participar de concursos musicais. Quando, em 2004, obteve a colocação de 1º lugar no Festival da Música Sertaneja, a cantora foi convidada a dar início à sua carreira profissional, sendo vocalista de várias bandas conhecidas na região, tentando depois uma carreira solo e se transformando num grande sucesso. Foto: Sérgio Mas sa Randall Junior O cantor e compositor paulista Randall Junior, grande revelação da música sertaneja, está lançando o CD Close, com um repertório moderno e selecionado com o que tem de melhor nos seus trabalhos anteriores. Com 14 faixas, a música carro-chefe Não era amor segue o formato de baladinha hit, pop-romântico que retrata o sentimento de uma paixão não correspondida e conta com a participação da dupla Edson & Hudson. Dentre outras que se destacam, Close, obra que intitula o CD, segue a tendência do mercado no ritmo do arrocha mesclado com o pop e batidão, descrevendo a paquera em um ambiente de balada. Entre outras músicas de sucesso, seguem: Não vivo sem você, Topo Tudo com Você e É love. Léo Guilherme Léo Guilherme é uma jovem revelação musical em Pernambuco. Com apenas 16 anos, está lançando seu segundo CD, apenas com músicas inéditas. Sim, ele é compositor. Seu repertório conta com muito forró, sertanejo universitário e arrocha. No novo CD, com vários sucessos nacionais, merecem destaque suas músicas autorais Conchinha, S-10, O Cara e Trenzinho. 20 socinpro notícias Divulgação Divulgação José Orlando José Orlando lança novo CD Preciso lhe Encontrar pela Gravadora DN Music de Fortaleza / Ceará. Esse disco, com 16 faixas, resgata os grandes sucessos de cantores consagrados brasileiros como Alípio Martins, Raimundo Soldado, Franko Xavier, Trepidantes e Fernando Luiz. A primeira faixa é o título do CD Preciso lhe Encontrar, música de autoria de Demétrius, gravada por Roberto Carlos em 1970, além de sucessos consagrados do próprio José Orlando como Pistoleiro do Amor, O Andarilho, Guerra e Paz, Loirinha, Tenho pena de Você, entre muitos outros. E sua música não tem idade. Atualmente, jovens universitários e adolescentes curtem seus grandes sucessos e lotam casas de show para dançar. José Orlando realiza, em média, 20 shows por mês com a banda Pistoleiros do Amor por todo o Norte e Nordeste, principalmente, nos estados do Amazonas, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Divulgação Marcos & Belutti Com uma história de amor a contar e a cantar em cada uma das 14 faixas, Cores – o novo CD de Marcos & Belutti inaugura também uma nova identidade para a dupla. Rimando flores com dores e amores, Cores é uma canção que prima pelo caráter romântico, item sempre presente no trabalho dos artistas. Versa sobre as cores da mulher e, sem ela, admitem eles, é impossível viver. O novo CD, com músicas como Cartas Marcadas, Amor de Deus, Amor de Madrugada, Coração Vai Te Esperar e I Love You, é aposta de sucesso garantido para esta dupla que com seu estilo moderno, tem conquistado um público de todas as idades, demonstrando que esse é só o início de uma longa trajetória de amizade, dedicação e grandes vitórias. Maria Dapaz Foto: Fábio Nunes Divulgação Maria Dapaz vem aí com o CD Outro Baião, uma explosão de brasilidade que marca a carreira da artista e a inclui no rol das grandes intérpretes brasileiras. Dapaz firma-se a cada trabalho como uma compositora de grandes possibilidades, traduzindo em suas canções a alma de um Brasil festivo e musical com muita poesia, alegria, beleza e harmonia. Pernambucana de Afogados da Ingazeira, Maria Dapaz abriu caminhos, viajou por terras distantes, dividiu palco com grandes nomes do cenário musical internacional na Europa e fixou-se em São Paulo, ponto de partida para suas viagens pelo Brasil afora. Outro Baião reúne 14 composições próprias em parceria com Jotta Moreno, Fátima Marcolino, Socorro Lira, Bira Marcolino, Xico Bizerra, Luís Avelima, Sampainho e Luciano Nunes. Este trabalho tem produção musical de Maria Dapaz e produção executiva e artística da suíça Jocelyne Aymon. Lançamento Atração. Ataíde & Alexandre Ataíde & Alexandre estão lançando seu 26º CD – Intuição. No álbum, com 14 faixas, a música de trabalho é a dançante Né Eu Não (Bruno Caliman/Alexandre), que fala sobre o Cara que gosta de farrear, não quer compromisso, que gosta de balada e que apronta. Outra aposta da dupla é a música título do CD Intuição (Alexandre/Renato Barros), um bolero com letra fácil e muito romantismo, uma característica de Ataíde & Alexandre. No CD destacam-se ainda Pé na Bunda (Rick/Alexandre), Médião (Fátima Leão/Alexandre), Fogo Cruzado (João Gustavo/Alexandre/Carlos Randall) e Coisa Boa (Renato Barros/Alexandre), com a participação de Maurício Mattar, e que também estará sendo a trilha sonora do personagem de Maurício, na próxima novela da Record “Dona Xepa”. O cantor e compositor gospel Jefferson Rangel está lançando o CD Cenas Crussis, com nove músicas de sua autoria. Como maiores sucessos estão sendo esperadas a música titulo Cenas Crussis, Dimensão e Por Amor. Jefferson iniciou sua carreira muito cedo, quando começou a participar de festivais de música gospel como o Canta Pará e Fest TUC, também no Pará. Em 2003, o cantor participou do programa Raul Gil, se tornando muito conhecido na região. E quando foi selecionado para participar do quadro Tem um Cantor Gospel lá em Casa, no Programa da Eliana, no SBT, Jefferson diz que viu que Deus estava a seu lado e finaliza: Deus e minha família são as bases da minha vida, o meu porto seguro. E meu maior sonho é mostrar ao mundo Deus, através da minha adoração e de minhas canções. Divulgação Álvaro Santos O cantor e compositor Álvaro Santos vem fazendo o maior sucesso com seu novo clip Balada Top na Internet. E determinado a investir numa carreira sólida e autoral está lançando seu 4º álbum Minha Essência, que abrange o ritmo Forronejo e traz 12 faixas, todas inéditas, sendo oito das músicas em parceria com Dyeguinho Silva. O resultado revela uma eclética e divertida seleção de bailões, forrós, batidões e até mesmo o arrocha, ritmo dançante e sensual, que nasceu na Bahia. O romantismo, no entanto, é a tônica de todas as canções, com destaque para as músicas Amanda e Minha Essência, além da canção Lamborguini que promete sucesso em todo Brasil. socinpro notícias 21 Foto: Hélio Paes Jefferson Rangel A música Gospel cresce a passos largos no Brasil m novo segmento continua crescendo a passos largos no Brasil: é a música Gospel. “Eu posso dizer que a música Gospel está no seu melhor momento, Deus está derramando muita inspiração, que culmina em belas canções como Conquistando o Impossível (Campeão), que recentemente foi regravada por Luan Santana e Faz um Milagre em Mim (de Régis Danese), que chegou a ser regravada até por grupos de pagode. Também está havendo uma maior dedicação por parte dos músicos, gerando uma música de melhor qualidade”, afirma Solange de Cesar, uma das maiores compositoras do Gospel nacional que, em parceria com o irmão Beno Cesar, já compôs mais de mil músicas do gênero. Para falar sobre o tema, a Revista SOCINPRO entrevistou Solange: U Como evoluiu esta música? Desde quando existe no Brasil e desde quando vem crescendo? Desde que existe Igreja evangélica no Brasil sempre houve música Gospel, pois com a vinda de missionários norte-americanos e ingleses, essa música chegou até nós, através do Hinário, denominado Cantor Cristão, por volta de 1800. Mas para o mercado fonográfico, começou expressivamente a partir da década de 80. Sua evolução começou com o potencial e dedicação de cantores e bandas como Asaph Borba, Adhemar de Campos, Vencedores 22 socinpro notícias Porque e como você escolheu este segmento? Porque nasci e cresci num lar evangélico e a canção de ninar que eu ouvia era música Gospel. E também porque Deus me presenteou com o dom de compor herdado de meu avô Virgílio Prudêncio Cesar que foi músico, Luthier (construtor de instrumentos de cordas) e que formou uma “bandinha”, para tocar nas noites do bataclã de Maria Machadão, em Ilhéus, na Bahia. Quem são os nomes de destaque hoje neste tipo de música? Na atualidade temos muitos, mas podemos destacar Ana Paula Valadão, Fernandinho de Campos, Thalles Roberto, Pregador Luo, Beno Cesar, Livres para Adorar e Fernanda Brum. Também temos grandes destaques na música internacional como Michael W. Smith, Ron Kenoly, Kim Walker, Jaci Velasquez, Jesús Adrian Romero e Marcos Witt, dentre outros. Quem são os principais compositores e quais as músicas de maior sucesso atualmente? Posso citar Thalles Roberto – Deus da minha Vida, Beno Cesar e Solange de Cesar – Pelo Telhado (Interpretada por Wilan Nascimento), Fernandinho de Campos – Geração de Samuel e Antônio Crilo – Poderoso. Essas canções, entre muitas outras, tem promovido muitos milagres na vida das pessoas. Este tipo de música já rende bons dividendos em direitos autorais? Rende, até porque, a audiência da música evangélica, atualmente, não se restringe mais somente ao público evangélico, caiu nas graças de todos, independente de credo e religião, tendo assim um grande espaço no mercado fonográfico brasileiro. Já se vive de música Gospel no Brasil? Posso dizer que sim, dependendo do número de obras que o compositor tem gravadas. E através da obra de um compositor abre-se um bom mercado de trabalho para intérpretes, produtores, músicos e gravadoras. Foto: Cristiane Rocha Este tipo de música já tem um bom mercado? Com certeza, temos conquistado um espaço na mídia que antes não conseguíamos. Isso se deve não só às belas composições e produções fonográficas de ótima qualidade, pois sem dúvida devido às novas tecnologias se torna fácil a produção, mas também por termos um preço mais acessível a todos. por Cristo, Oséias de Paula, Vitorino Silva, Rebanhão e Shirley Carvalhaes. Estes são ícones que alavancaram a música Gospel no Brasil. www.socinpro.org.br Divulgação Carlos Goldgrub / CPDOC JB ão Divulgaç Chico Audi Um time vencedor! Divulgação Socinpro – Goiás Av. Milão, 1543 – Setor Celina Park, Galeria Milão, Sala 10 Goiânia – GO Tel: (62) 3086-0551 e-mail: [email protected] Divulgação ação Divulg Divulg ação Divulgaç ão Divulgação Socinpro – Pernambuco Rua Copacabana, 373 – bairro Setubal, Recife – PE Cep.: 51030-590 Tel: (81) 3422-0605 / 3341-1111 e-mail: [email protected] Socinpro – Mato Grosso do Sul R. Antônio Maria Coelho, 2989 Jardim dos Estados Campo Grande – MS Tel: (67) 3316-1009 e-mail: [email protected] REPRESENTAÇÃO NO EXTERIOR: Além das que constam na página 2, temos ainda no Canadá, Nigéria, Jamaica, Finlândia, Irlanda, Colômbia, Bolívia, Paraguai, África, Países Árabes (SACEM) e Reino Unido (PRS), num total de 102 países. E mais... socinpro notícias 23 Brasil recebe Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude Brasil será sede da 38ª Jornada Mundial da Juventude, de 23 a 28 de julho, quando receberá o Papa Francisco em seu primeiro evento oficial fora do Vaticano. “E nós merecemos, afinal somos o maior país católico do mundo e estamos num momento único, com os holofotes em cima, principalmente do Rio de Janeiro, que vai receber grandes eventos nos próximos anos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.É um momento de grande alegria” diz Padre Marcelo Rossi, entusiasmado com a vinda do Papa Francisco que ele acha que foi uma ótima escolha para dirigir a Igreja:” um homem íntegro, forte e ao mesmo tempo humilde, preocupado com os mais necessitados e carentes, que vai trazer a Igreja para mais perto das pessoas, fazendo com que se sintam mais acolhidas. É o primeiro Papa das Américas”. Padre Marcelo Rossi, no entanto, diz que só tem uma preocupação: o local escolhido para o principal evento da Jornada, a missa que será realizada em Guaratiba, que ele sobrevoou de helicóptero no dia 8 de maio, quando participou do Programa da jornalista Fátima Bernardes, na TV Globo, e ficou impressionado com a falta de infra-estrutura e distância do local. Ele lembra aos organizadores da Jornada, que milhares de pessoas vão se deslocar para lá, grande parte de fora do Brasil e do Rio e o local, além de muito distante, é de difícil localização. Teremos transporte suficiente? A distância a ser percorrida ainda a pé é viável para pessoas de todas as ida- 24 socinpro notícias Foto: Marco Pinto O des, inclusive crianças e idosos? E faz um apelo aos organizadores da Jornada: porque não fazer esta missa no Aterro do Flamengo, onde esteve o Papa João Paulo II, recebendo uma multidão entusiasmada com ordem e tranqüilidade. Padre Marcelo lembra ainda, que a Jornada vai ser acompanhado pelo mundo inteiro e a imprensa estará toda focada nas nossas possibilidades de organização de um grande evento. Isso sem falar que muitos jovens vão fazer até sacrifícios para vir ao Brasil e devem ser muito bem tratados. Padre Marcelo acredita que o Papa Francisco, com seu carisma, sorriso amplo e simpatia vai conseguir atrair mais jovens para a Igreja Católica e fazer com que os chamados “católicos não praticantes” voltem a participar das cerimônias religiosas. “Este é um momento muito importante e de grande alegria para a Igreja Católica” diz ele, que está se preparando para este evento histórico que mostra o valor da nossa Igreja e o seu reconhecimento pelos outros países. Padre Marcelo Rossi, que é também cantor, ator e ex-professor de educação física, ficou muito conhecido pela forma como adota danças e coreografias em missas, que estão sempre lotadas, se propondo a levar a mensagem de Cristo e os ensinamentos da Igreja de uma maneira original, moderna e mais leve. Ele faz parte do movimento de Renovação Carismática Católica e é considerado o maior fenômeno artístico cristão da América Latina com mais de 12 milhões de CDs vendidos ao longo de sua carreira. Este ano, Padre Marcelo acabou de lançar seu segundo livro Kairós, que serve como complemento ao primeiro Ágape, lançado em 2009, que se tornou o livro mais vendido do ano no país, chegando hoje a cerca de 8,5 milhões de cópias. Com a renda de seus projetos, o Padre construiu o Santuário Mãe de Deus, com capacidade para 100 mil fiéis. O novo livro, Kairós, significa em grego o “momento certo, o momento oportuno”, neste caso o momento que Deus escolhe para realizar algo. Esse é o grande valor apresentado pelo livro e o grande dilema atual da humanidade. Vivemos num mundo em que a nova geração, principalmente, está acostumada a ter o que quiser na hora que quiser. O livro esbarra nesse ponto para chegar ao que vale de fato: “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Ecl 3.1).