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Índice
Índice
Capa
por Rodolpho Dantas
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Opinião
• Editorial: A Instituição Hospital por Francisco Balestrin
Negócios em Saúde:
• Negócios em Saúde: A evolução do negócio hospital, por Edson Santos
Saúde
• Mitos que os pacientes trazem
• Entenda o que significa qualidade para os hospitais
• Checklists garantem segurança no Centro Cirúrgico
• Em Volta Redonda, campanha combate o tabagismo
Artigo Médico
• Transplante de Fígado no Brasil, por Julio César Wiederkher
Ping•Pong
• Entrevista com Gonzalo Vecina Neto, sobre o futuro dos hospitais
Gente
• Imagens do camarote VITA em Curitiba e da sempre
animada Festa da Manutenção em Volta Redonda
Capa
• A Complexidade Oculta do funcionamento dos hospitais
Túnel do Tempo
• O Hôtel Dieu é o mais antigo hospital de Paris
Vida Digital
• Kindle, HDTV, tradutor do Google, e muito mais
Em Rede
• Pacientes da UTI jogam videogame
• Planejamento Estratégico orienta para o futuro
• Time de Resposta Rápida cuida das emergências dentro do hospital
• Perfil: Luciene Esperança, uma tecnóloga na saúde
• Prever riscos e evitá-los é tarefa da Segurança Assistencial
Cida Bandeira
• A incansável colunista social continua em sua missão de bisbilhotar a vida alheia
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Opinião
Opinião
A Instituição Hospital
Francisco Balestrin
“Não acendas para teu inimigo fornalha tão quente que te
venhas a queimar também”. Henrique III – W. Shakespeare
Gosto muito desta frase, pois lembra um
pouco o ambiente de campeonato de futebol
com que convivemos no nosso dia-a-dia. Naturalmente que assuntos como estes podem
ser levados neste plano de discussão desimportante. Dizem que futebol é a coisa mais
importante das coisas menos importantes. No
entanto, muitas vezes percebemos este mesmo
clima em discussões sérias e de profundidade
técnica. É verdade que esta percepção de trazer
o assunto para ser “jogado” no campo próprio
muitas vezes reflete uma política (e políticos)
tacanha e sub-letrada, onde se procura transformar tudo em algo raso e sem conteúdo.
Não, não se trata de uma manifestação política extemporânea ou um extravasamento de
emoções não controladas. Nós, da Rede VITA,
aprendemos que o respeito mútuo, a seriedade técnica e o compromisso com o paciente
são a melhor forma de cumprirmos a nossa
Missão. Quando se percebe que os grandes
condutores e influenciadores do mercado, ao
contrário de todas as manifestações pela qualidade assistencial, do esforço enorme que se
faz (muitas vezes, sacrificando resultados), de
investimentos feitos a fundos perdidos na segurança e na minimização do risco, conduzem
o barco rio abaixo, ficamos perplexos.
As glosas, as dificuldades para se conseguir
este ou aquele procedimento, a busca por
uma despesa menos sem olhar a qualidade
e o resultado. Os atrasos nos pagamentos, as
discussões intermináveis se o paciente pode
ou não usar este ou aquele material ou medicamento, por vezes nos fazem refletir e, não
tão raro, vejo que gestores (e políticos) que
buscam impedir numa ponta o atendimento
adequado ao cidadão comum, buscam desesperadamente um atendimento “sem economia”
quando o cliente é ele próprio, um membro
familiar ou um paciente VIP, que possa influenciar a futura compra de plano ou colocar em
risco o nome da empresa.
Nesta edição especial de VITAL, nossa grande
estrela será o Hospital. Vamos tentar apresentar a nossos leitores as diversas facetas
que compõem esta instituição tão complexa
e, ao mesmo tempo, tão focada em atender
bem com segurança e com carinho. Todos os
esforços que são empreendidos no dia-a-dia,
todos os detalhes (até porque “Deus está nos
detalhes”) estarão retratados. Fomos buscar
especialistas, pensadores do hospital enquanto
negócio, técnicos e quem mais pudesse tentar
ajudar a elucidar os mistérios da Instituição
Hospitalar.
Iniciamos nossa jornada com uma reflexão de
Edson Santos sobre a perspectiva evolucional
do negócio hospitalar. Trazemos algumas
características que, de forma mística, às vezes
produzem exatamente esta percepção cotidiana das doenças e dos hospitais. Insistimos
em algo que nos é muito caro: a qualidade
hospitalar de um modo geral e, em especial,
no Centro Cirúrgico. Na seção Ping-pong
nos deparamos com uma sólida e profunda
conversa com o Dr Gonzalo Vecina, colega de
muitos anos e um dos maiores especialistas
em gestão hospitalar de nossa geração.
Em nossa matéria especial, vamos ter a oportunidade de apresentar a nosso leitor diversas
facetas, personagens e profissionais que
constroem e mantém aquilo que Peter Drucker,
um dos mais afamados administradores do
mundo moderno, definiu ser uma das mais
complexas e difíceis organizações sob o ponto
de vista administrativo: O Hospital. Esperamos
que ela demonstre o quanto a técnica, a dedicação e cuidado das pessoas são estruturados
para atender nossos clientes.
Não deixa de ser também interessante um
pouco de história. Vamos ver como os hospitais
eram nos primórdios com um rápido passeio
no Hôtel Dieu, e daí perceber o quanto evoluímos. Queria registrar mais uma vez, ao fim
do ano, o empenho e a dedicação de dois
colegas: nossa revisora Lígia Piola e nosso
jornalista João Brito. Em nome deles, meu
abraço a todos que nos ajudam a transformar
a VITAL em realidade.
Expediente
VITA
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Presidente:
Edson Santos
Hospital VITA Batel
(41) 3883-8482;
[email protected]
Vice-Presidente Executivo:
Francisco Balestrin
Hospital VITA Curitiba
(41) 3315-1900;
[email protected]
Hospital VITA Volta Redonda
(24) 2102-0001;
[email protected]
Maternidade VITA Volta Redonda
(24) 3344-3333;
[email protected]
Grupo VITA
(11) 3817-5544;
[email protected]
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Diretor Regional Rio de Janeiro:
José Mauro Rezende
Diretor Regional Curitiba:
José Octávio Leme
Diretor de Controladoria e Finanças:
Ernesto Fonseca
Superintendente Hospital VITA Batel:
Maurício Fogaça
Superintendente Hospital VITA Curitiba:
Carla Soffiatti
Superintendente Hospital VITA Volta Redonda e
Maternidade VITA Volta Redonda:
Deumy Rabelo
VITAL é uma publicação interna da
Rede VITA.
Editor: Francisco Balestrin
Conselho Editorial: Ligia Piola, Rodolpho
Dantas, Josiane Fontana e Iana Adour.
Apoio Volta Redonda: Igor Chiesse
Fotos Volta Redonda: Fátima Fonseca
Apoio Curitiba: Rafael Martins
Fotos Curitiba: Rafael Danielewicz
Produção: Headline Publicações e
Assessoria (11.3951-4478).
Jornalista responsável: João Carlos de Brito
Mtb 21.952.
Direção de arte: Alex Franco. Revisão:
Ligia Piola.
Tiragem: 10.000 exemplares. Impressão
Gráfica Josemar (11.3865-6308)
Email: [email protected].
Correspondência: Av. Pedroso de Moraes 1788
São Paulo SP Cep 05420-002
Negócios em Saúde
Negócios
em Saúde
A Evolução do
Negócio Hospital
Edson Santos
Uma vez que esta edição será dedicada ao
assunto denominado “Hospital” e como, certamente, eu sou a “mais experiente testemunha
viva da evolução hospitalar dentro de nossa
Equipe” (obviamente, para não dizer que sou
o que mais acumula anos de vida...), resolvi
tentar resumir neste espaço o que vi e convivi
nestes 31 anos. Procurarei dar uma correlação
de como essa evolução fez com que o negócio Hospital fosse se tornando mais visível e
mensurável.
Se este artigo fosse uma narrativa histórica da
entidade intitulada “Hospital”, deveria começar
mais ou menos assim:
A história do Hospital começa no Ceilão,
atual Sri Lanka, onde em 437 AC aconteceu
o primeiro registro de um hospital. Antes disso,
em data incerta, o imperador Asoka mandou
construir na Índia dezoito instituições com
características semelhantes às dos hospitais
atuais. Os gregos e romanos, por volta de 300
AC, usavam templos religiosos como locais
para recuperação de pacientes e denominavam de “infirmitorium”.
Como curiosidade, no Brasil, o primeiro hospital foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos
(SP), construída no ano de 1543. Diga-se de
passagem, foi a primeira empresa registrada
como tal no Brasil.
Bom, como não é essa idéia, vamos deixar
que estas últimas linhas sirvam para mostrar
que a intenção de centralizar o atendimento
à saúde de diversos indivíduos num só lugar
não tem nada de novo. Mas vamos lá, com
meu artigo que, como novidade, será escrito
em 3 capítulos.
Em 1978, a operação hospitalar resumia-se
numa área de hotelaria, um pronto-socorro,
um centro cirúrgico, o laboratório de análises
clínicas e o Raio X, único recurso diagnóstico
existente naquela época. Outras áreas como
Banco de Sangue, Fisioterapia também existiam, mas eram absolutamente desimportantes
no que diz respeito ao contexto da operação
hospitalar. A receita advinda das diárias dos
apartamentos e enfermarias representava
70 a 75% do total, o que facilmente leva à
conclusão que o hospital era, na verdade, um
hotel para doentes.
Vale a pena lembrar que naquela época não
existiam computadores acessíveis às Empresas
e todo faturamento, contabilidade, prontuário
do paciente era feito à mão e, com exceção
do prontuário, “passado a limpo” através do
moderno sistema de datilografia (todos sabem
o que é isso?.!).
No Board do Hospital Samaritano, que era
formado totalmente por executivos de empresas Inglesas e Norte-Americanas, tínhamos
o Sr. Gerald T. Smile, presidente da G.E., que
numa das primeiras reuniões de que participei,
comentou sobre uma nova tecnologia, que
utilizando a técnica de Raio X e aliando a
potentes computadores (para a época) produzia imagens em “slices” com uma resolução
nunca vista. A primeira máquina era a CT-7800
(computadorized tomography ano 78 série 00),
que custava 1.8 milhões de dólares. Lembro que fiquei tão entusiasmado que falei:
“É disso que precisamos para modernizar este
hospital.” A primeira máquina já hávia sido
adquirida pelo Hospital Sírio-Libanês, mas
decidimos naquele mesmo dia fechar o pedido
baseado no estudo de viabilidade que a própria G.E. fornecia aos seus potenciais clientes
(que temeridade...).
Ambas as máquinas chegaram juntas ao
Brasil, mas nos adiantamos na instalação, que
levava em média 45 dias (isso mesmo, um
mês e meio. Hoje não leva mais que um dia
e meio...) e inauguramos o primeiro serviço de
tomografia computadorizada no Brasil.
Num dia não tínhamos nenhum computador,
nem para fazer o faturamento, e no dia seguinte o mais potente computador posto a serviço
do diagnóstico. Nascia o termo “Diagnóstico
por Imagem”. O custo do exame era de US$
1.500 e levava, em média, uma hora e meia
para ser feito. Trabalhávamos 10 horas por dia,
todos os dias da semana. No primeiro mês
de operação faturamos US$ 150.000, o que
representou um aumento na receita total do
Hospital de 40%. Naquele momento, deixávamos de ser um Hotel de Doentes...
Primeira lição: Investir em tecnologia era a
tendência vencedora para hospitais com pretensão de serem líderes de mercado.
Como a idéia tinha se mostrado correta, continuamos a investir em novas tecnologias e
criamos o departamento de Ultrasonografia,
muito mais acessível em termos de volume
de investimento necessário e com uma alta
capacidade de massificação de sua utilização.
Adquirimos dois aparelhos de Ultrasom da
Toshiba, que naquela época tinha indubitavelmente a melhor tecnologia. Lembro-me dos
modelos e dos custos. O mais completo era o
SAC-12, que já tentava fazer algo em cardiologia, e o outro, o Volkswagen dos aparelhos
de Ultrasom, modelo SAL-10. Custo? Cem mil
dólares e quarenta e cinco mil dólares, respectivamente. Extremamente altos se comparados
com a tecnologia e custos atuais.
Não foi o mesmo sucesso da Tomografia. O
motivo, muito simples de explicar. O Hospital
Samaritano era fortíssimo em Ortopedia e
Neurocirurgia e essas especialidades demandavam muitos exames de Tomografia.
Nas especialidades que poderiam demandar
muitos exames de Ultrasonografia, como por
exemplo, Ginecologia e Obstetrícia, o Hospital
Samaritano era bem pouco atuante. O que
compensava era o volume de exames prescritos por outras especialidades.
Segunda lição: Só invista em tecnologia ligada
às vocações do Hospital.
Uma vez que tínhamos os equipamentos,
mas a demanda estava aquém das projeções
feitas por nossos médicos (algo relativamente
normal e que se repetiu ao longo dos 30
anos seguintes), decidimos que tínhamos que
incrementar a demanda através da expansão
das especialidades que estavam diretamente
relacionadas a essa tecnologia.
Criamos uma forte área de Cardiologia Clínica
e Cirúrgica, que passou a gerar “demanda
total” para o SAC-12, que naquele momento,
com apenas 6 meses de utilização, já se
mostrava quase que obsoleto, pois não
possuía o recurso de “Doppler”. Nenhuma
dúvida. Nós o vendemos e compramos um
moderníssimo equipamento com “Doppler
Colorido”, que custou uma verdadeira fortuna,
mas que na primeira semana de operação já
tinha fila de espera na agenda. E não parou
por aí. Compramos no ano seguinte o equipamento de Hemodinâmica e completamos
a área de Cardiologia. Apenas para dar uma
noção de como ficou esse quadro: tínhamos
3 das mais renomadas equipes de Cirurgia
Cardíaca, fazíamos 60 cirurgias por mês,
140 procedimentos de hemodinâmica e 160
Eco-Doppler.
Terceira lição: As “vocações” do hospital
podem se alterar em função das novas tecnologias existentes.
Na próxima edição, continuarei com mais
história sobre a Evolução do Negócio Hospital. Até lá.
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Saúde
Saúde
Dá para acreditar?
De tanto serem repetidos, os mitos sobre saúde parecem verdade,
mas geralmente não têm fundamento e só servem para assustar
Diariamente os pacientes trazem para os consultórios médicos crenças e mitos sobre suas
próprias doenças. São coisas que ouviram de
parentes, amigos, na padaria ou no banco, e que
muitas vezes se tornam verdades para a vida
inteira. Até mesmo no centro cirúrgico, que é uma
área onde os leigos não têm muito espaço para
dar palpite, existem os mitos. “Os pacientes muitas vezes perguntam coisas sobre cirurgias”, diz
Tarcísio Cavalieri, cirurgião do Hospital VITA Volta
Redonda, “e a gente tem de tranquilizá-los”.
Uma pergunta comum é se uma mulher pode
fazer mais de três cesarianas ou se alguém
pode tomar uma anestesia seguida da outra.
Para ambas as perguntas a resposta é sim,
pode, explica Cavalieri. “Existem também as
perguntas sobre eventos teoricamente possíveis, mas altamente improváveis”, diz Cavalieiri,
“e, entretanto, causam preocupação no paciente”. Ele cita, por exemplo, o paciente acordar
durante a cirurgia, ou uma anestesia raquidiana causar paralisia. Isso é possível? É. Mas é
raríssimo e essa possibilidade remota não é
motivo para não realizar o procedimento.
Mitos & Verdades
Você já deve ter ouvido estas e outras
‘verdades’, contadas pela sua mãe ou por
alguém com a melhor das intenções. Algumas
têm um fundo de verdade, outras, nenhum
embasamento:
• Ouvir música muito alta deixa surdo - Verdade,
mas só a longo prazo. Segundo o médico Carlos
Newton Hatschbach, do Hospital VITA Batel, quem
costuma escutar música muito alta, principalmente
com fones de ouvido, pode ter surdez precoce.
• Assistir TV muito perto dá miopia - Na
verdade, apenas cansa os olhos e pode causar dor
de cabeça. Não causa miopia, mas pode ser um
sinal de que a pessoa já tem esse problema.
• Quem não senta direito fica com escoliose Eventualmente, sim. Sentar com boa postura ajuda
a prevenir uma série de problemas, inclusive dores
nas costas e lesão por esforço repetitivo, segundo
Ana Cristina Tavares Silveira, do Hospital VITA Volta
Redonda.
• Gatos passam asma - De jeito nenhum. A asma
é um tipo de alergia e, portanto, não é uma doença
transmissível, explica o médico Ricardo Alves,
pneumologista do Hospital VITA Curitiba. O que
pode acontecer é o paciente ser alérgico a pelos de
gato, que podem desencadear uma crise de asma.
Fontes: Folha de S. Paulo, Revista Superinteressante.
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Mitos da UTI
O médico intensivista Brenno Cardoso Gomes, coordenador médico
da UTI Geral do
Hospital VITA Batel,
está habituado a lidar com as crenças
que os pacientes
e, principalmente, seus familiares
trazem. A mais comum, certamente,
é achar que a UTI
é uma sentença
de morte. “É sem- Ricardo Benvenutti
pre assim”, conta
Gomes. “É só você dizer que o paciente vai
ser transferido para a UTI que os familiares
perguntam, ‘doutor, ele vai morrer?’, e ficam até
surpresos quando a gente explica que não”.
É evidente que na UTI, como também em outras
alas do hospital, e inclusive em outros lugares,
como hotéis, residências, e até em shopping centers, as mortes acontecem. Mas Gomes tenta explicar para as pessoas que a UTI é exatamente o
que diz a sigla: Unidade de Tratamento Intensivo,
ou seja, um local onde o paciente tem a atenção
e os equipamentos que podem ser necessários
em determinados períodos de tratamento. “Mas
existe o mito de que a UTI é a antecâmara da
morte, e esta é uma imagem que estamos procurando mudar”, afirma Gomes.
Rins causam dor nas costas?
No caso, Ricardo Benvenutti, que é nefrologista
do Hospital VITA Curitiba, ou seja, especialista
em vias urinárias e rins, o mais comum é
receber pacientes reclamando de dores nas
costas e achando que estão com problemas
nos rins. Outro mito da nefrologia é a “friagem
causadora de infecção urinária”. “Tem pacientes
que chegam ao consultório e me explicam,
‘doutor, pisei descalço no chão frio e acho
que peguei uma infecção urinária por isso’”,
conta Benvenutti. A tal friagem é explicação
para vários tipos de infecção.
Uma crença que aborrece todo médico é o de
que, por ser médico, ele entende de tudo, desde
verruga até estrabismo. Outro “mico” são as
“consultas expressas”, que são feitas quando
Tarcísio Cavalieri
Brenno Cardoso Gomes
o médico encontra um parente ou conhecido,
seja onde for. “Quem mais sofre com isso são os
dermatologistas”, diz Benvenutti. “Pode ser um
churrasco, um almoço de família, uma festa de
aniversário, sempre vai ter alguém que vai mostrar uma pinta e perguntar o que é aquilo”.
Existem mitos inofensivos, mas outros causam
sofrimentos desnecessários. Por exemplo:
estar em coma não é necessariamente algo
grave, e fazer hemodiálise permite uma vida
plena e confortável. Entretanto, em ambas as
situações os familiares ficam extremamente
assustados.
Os médicos respeitam as informações que os
pacientes trazem, e os conselhos que ouviram
do vizinho, parente, ou amigo, porque podem
ser informações valiosas sobre o que realmente está acontecendo. Mas seguir conselhos
de pessoas que não são médicos pode fazer
com que o paciente adie um tratamento e
complique o problema. Por isso, não acredite
em mitos. Você só vai ter certeza do que tem e
de como tratar consultando um médico.
Saúde
Saúde
Os bastidores da qualidade
A qualidade que os
pacientes percebem está no
atendimento, equipamentos
e decoração de um hospital,
mas existe muito mais nos
bastidores
Se para o consumidor comum um serviço de
qualidade é aquele que o deixa satisfeito (o
encanador que chega na hora, o restaurante
que está limpo e serve pratos saborosos, um
aparelho de som com um som cristalino),
para o hospital qualidade é um conceito bem
mais amplo, que significa uma maneira de
administrar para garantir satisfação, segurança
e uma melhoria contínua em tudo o que faz.
Isso envolve aquilo que o paciente percebe e
o que não percebe também.
Segundo Mariana Richter Reis, enfermeirachefe do Escritório da Qualidade do Hospital
VITA Curitiba, a qualidade é um conjunto de
ações que se somam para um bom resultado.
“A recepção, a administração, a farmácia, tudo
tem que estar funcionando bem e em harmonia para que se chegue a um resultado de
qualidade”, diz Mariana. “Como dizia o editorial
da última edição da revista VITAL, uma casa é
feita de pedras, mas um acúmulo de pedras
não é uma casa”. Ou seja, é possível ter todos
os processos de que um hospital precisa, mas
se não houver harmonia e sintonia entre eles,
não há qualidade.
Qualidade na saúde
Qualidade é um conceito que surgiu na
indústria e agora está sendo trazido para os
hospitais, que são empresas que cuidam de
vidas, explica Alexandre Raichert, coordenador
do Escritório da Qualidade do Hospital VITA
Batel. “Mas na indústria é possível verificar
a qualidade das peças depois que elas são
produzidas”, diz Raichert. “No nosso caso, é
preciso verificar a qualidade o tempo todo
enquanto o serviço está sendo prestado; e
nossa margem de erro é muito menor, porque
lidamos com vidas”.
Deumy Rabelo, superintendente do Hospital
VITA Volta Redonda, participou em 2009 do
36º Congresso Mundial de Hospitais, no Rio de
Janeiro, onde estavam presentes cerca de 2.000
participantes, representando 5.000 hospitais.
“Ficou claro no congresso que hoje não é mais
possível um hospital se destacar sem trabalhar
com ferramentas de qualidade”, diz Rabelo. Ele
Mariana Richter Reis
Alexandre Raichert
lembra que em breve esse modo de gestão se
tornará uma exigência da Agência Nacional
de Saúde e a Rede VITA está entre os líderes
dessa tendência no País. Todos os Hospitais
da rede têm certificação de Acreditação, e o
Hospital VITA Volta Redonda foi o quinto no
Brasil a receber a Acreditação em nível de
Excelência, o mais elevado, em 2006.
Os resultados compensam
“Um grande desafio para que a gente demonstre qualidade é tê-la em todas as áreas”, afirma
Deumy Rabelo, superintendente do Hospital
VITA Volta Redonda. “Não adianta ter bons
resultados apenas em algumas; a qualidade
tem de estar na assistência médica, nutrição,
fisioterapia, diagnóstico, administração, enfim,
em tudo”. Rabelo lembra, também, que diversos
serviços são terceirizados e é preciso garantir
que eles estejam integrados e atuando de
forma adequada.
Cuidar da qualidade em tantos itens é bastante trabalhoso, mas compensa. Além de
garantir a qualidade assistencial, traz redução
de custos, otimização da estrutura e outros
retornos indiretos para a instituição.
Burocracia?
Para Mariana Reis, todo esse trabalho com
qualidade, de fato, passa uma impressão muito
burocrática para quem não está habituado
com ele. Para ela, a primeira reação é do tipo
“pra quê tanto papel, vamos trabalhar”; mas
com o tempo as pessoas vão entendendo a
utilidade das informações e como elas são
utilizadas para benefício dos pacientes.
A cuidadosa passagem de um paciente, de
seu apartamento para a sala cirúrgica, com
uma meticulosa conferência de seus dados
e dos procedimentos a serem realizados, a
Deumy Rabelo
atenção na troca de turnos, tudo isso são
processos que podem parecer dispensáveis,
mas que garantem segurança e permitem
que as informações sobre o paciente estejam
corretas e disponíveis sempre que necessário,
explica Raichert. “E isso também é vantajoso
para os médicos”, acrescenta, “porque se um
paciente retorna, temos o registro de toda
a cadeia terapêutica dele, com informações
completas, o que facilita o seu trabalho”. É uma
extensão dos benefícios da qualidade para o
médico, que assim tem mais segurança para
realizar sua tarefa.
Segundo Mariana Reis, uma das características mais interessantes de se trabalhar com
qualidade é a forma como são vistas as falhas.
“Dentro de um processo de qualidade, a falha
é algo a ser estudado e não repreendido”, diz
Mariana. Segundo ela, uma falha pode mostrar
que a estrutura está insuficiente, que o treinamento não foi adequado ou outros fatores
que, corrigidos, vão aperfeiçoar ainda mais a
assistência do hospital. “A gente realmente
aprende com os erros”, diz Mariana.
Tendência mundial
“Essa tendência de trabalhar com qualidade,
que está acontecendo agora na Saúde, é o
mesmo movimento que já ocorreu na indústria”, conta Raichert. Ele lembra que, graças
a processos de qualidade, empresas como
Toyota, General Electric e Ford passaram a
oferecer produtos melhores e elevaram a
eficiência de suas organizações, o que obrigou o mercado a segui-las. “Com o tempo,
nosso mercado também irá perceber que,
mesmo pagando um preço mais elevado
pelos serviços, a qualidade traz mais benefícios e redução de custos, porque minimiza
a possibilidade de acidentes, o tempo de internação e melhora muitos os outros fatores”,
argumenta Raichert.
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Saúde
Saúde
Checklists chegam ao
centro cirúrgico
Listas detalhadas de checagem para cirurgias no Hospital VITA Curitiba
elevam a segurança do paciente e dão tranquilidade ao médico
“Combustível? Ok. Motores, freios? Ok.” Antes de
levantar vôo, um piloto de avião realiza o procedimento conhecido como checklist, para se
certificar de que todos os itens de segurança necessários estão presentes e em funcionamento.
A lista é importante porque são tantos itens que
ele pode, eventualmente, se esquecer de algum.
Da mesma forma, cirurgias são procedimentos
complexos que envolvem vários profissionais e
dezenas de materiais e instrumentos cirúrgicos.
Para garantir o máximo de segurança no seu
Centro Cirúrgico, e permitir que as cirurgias
“decolem” com tudo que é necessário, o Hospital
VITA Curitiba implantou, no início do ano, não
um, mas três checklists para cada cirurgia.
“Os checklists já estão totalmente integrados à
nossa cultura de trabalho”, diz Jackson Baduy,
diretor clínico do Hospital VITA Curitiba. Os
checklists acontecem em três momentos: antes
da entrada no centro cirúrgico; depois, na fase
de pré-anestesia; e finalmente após a cirurgia.
Com essa checagem cuidadosa, em três fases,
diversos riscos são reduzidos. Por exemplo,
todos os materiais e instrumentos que entram
na sala cirúrgica são contados antes e depois
da cirurgia, o que garante que absolutamente
nada, nem uma gaze, será esquecido. Procedimentos para evitar esse tipo de acidente
já existiam; mas como uma cirurgia envolve
muitos fatores, o checklist ajuda a evitar os
erros que a experiência e a confiança podem
acarretar.
Também faz parte do checklist informar ao
paciente o que será feito e os resultados esperados, para compartilhar com ele as informações
sobre o procedimento. “Alguns pacientes ficam
Jackson Baduy
até aborrecidos, de tantas vezes que a gente
confirma o nome deles e o procedimento que
vai ser feito; mas no fim eles entendem como
isso é importante para a segurança”, diz Baduy.
Do ponto de vista dos cirurgiões, o uso de checklists diminui sensivelmente a ansiedade que
envolve uma cirurgia, porque eles sabem que
as checagens controlam e reduzem diversos
fatores de risco.
Hospital VITA Volta Redonda faz
campanha contra o hábito de fumar
Com o slogan “Cigarro e Saúde, Essa Dupla Não
Combina”, a campanha inclui patrocínio para participar
de programa antitabagista
O Hospital VITA Volta Redonda vem incentivando há anos que seus médicos e colaboradores
abandonem o hábito de fumar. Com o início
efetivo da fiscalização da lei que proíbe fumar
em lugares públicos no Estado do Rio de Janeiro, a partir de 18 de novembro, o Hospital
lançou uma ampla campanha antitabagista. O
tema “Saúde e Cigarro: Essa Dupla Não Combina” busca lembrar a todos que o Hospital
é uma organização voltada para a saúde e
o bem-estar e, portanto, incompatível com o
hábito de fumar.
tendemos as dificuldades dos fumantes
e estamos buscando ajudá-los oferecendo esse suporte”, diz Antonino Barbosa,
coordenador de Recursos Humanos do
Hospital VITA Volta Redonda. No programa,
que tem duração de três meses com reuniões semanais, os participantes contam
com o apoio de uma equipe multidisciplinar formada por cardiologista, psicólogo,
nutricionista, professor de educação física,
além de um orientador e ex-fumante, que
depõe sobre suas próprias experiências.
Para facilitar essa mudança, o Hospital está
patrocinando para seus médicos e colaboradores a participação em um Programa de
Antitabagismo numa entidade especializada, a
Clínica Antitabágica Geraldo Terrana. “Nós en-
Segundo Iana Adour, coordenadora de marketing do Hospital, a divulgação do programa
antitabagista foi feita em jornais murais, com
cerca de 80 placas e também banners, falando
dos malefícios do hábito de fumar e convidan-
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Cartaz da
campanha
antitabagista
do as pessoas a
participarem. “A meta de nossa
campanha é convencer não só colaboradores
e médicos, como também usuários e familiares
de pacientes a não fumarem nas dependências internas do Hospital, e nem mesmo nas
áreas abertas”, diz Iana.
Artigo Médico
Artigo
Médico
Transplante de Fígado aumenta
no Brasil, mas faltam doadores
Temos vivenciado grandes avanços na medicina nas últimas décadas. Muitos destes
avanços foram impulsionados pelo desenvolvimento obtido na área de transplante
de órgãos. O reconhecimento e o controle
dos processos imunológicos envolvidos, a
prevenção e o tratamento das infecções, o
aprimoramento da técnica cirúrgica, e uma
melhora significativa dos cuidados anestésicos
e de medicina intensiva, são alguns destes
importantes avanços recentes.
O transplante hepático está entre os procedimentos mais complexos e fascinantes da
medicina. Hoje é ofertada a doentes que esgotaram todas outras formas de tratamento a
possibilidade de substituir o fígado doente em
um paciente gravemente enfermo, com repercussões sistêmicas graves, como desnutrição,
déficit de coagulação, encefalopatia, astenia
importante, hemorragias digestivas, ascite,
etc., procedimento que pode proporcionar
esperança e qualidade de vida.
As principais doenças que levam à necessidade
do transplante de fígado são as hepatites virais
(C e B), cirrose alcoólica, tumores primários e
alguns casos específicos como metástases de
tumores neuroendócrinos, hepatite auto-imune,
colangite esclerosante, hepatite fulminante e,
nas crianças principalmente, a atresia de vias
biliares. A maioria das pessoas que passam por
um transplante de fígado consegue ter uma
vida normal. Os índices de sobrevida em geral
são superiores a 70%, e se o paciente ultrapassar o primeiro ano a chance de sobreviver pelos
próximos 20 anos é bastante grande.
O primeiro transplante de fígado no mundo foi
realizado em 1963, na cidade de Denver, nos
EUA. No Brasil, o primeiro transplante de fígado
foi realizado em São Paulo, em 1968. Hoje
são realizados no Brasil aproximadamente
1200 procedimentos a cada ano. Este número
corresponde a uma taxa de 6,4 por milhão de
pessoas/ano, sendo que esta taxa nos EUA é
de aproximadamente 20 transplantes de fígado por milhão de habitantes/ano e na Espanha de aproximadamente 30 transplantes por
milhão/ano. A taxa de transplante de fígado do
Brasil é bastante inferior à demanda. A cada
ano, pelo menos 5000 pessoas aguardam na
fila de espera por um fígado.
O maior obstáculo na área do transplante de
fígado ainda é o número de doadores. Alguns
países conseguiram desenvolver estratégias
eficazes para a captação de órgãos para
transplante. Estados Unidos, Inglaterra, França,
Bélgica e principalmente Espanha conseguem
um maior número de doadores, consequentemente um maior número de pessoas salvas
pelo transplante de fígado. A Espanha tem um
sistema capilar de busca ativa de doadores.
Cada hospital possui um profissional especializado, formando uma rede de coordenadores.
Estes profissionais, treinados em identificar,
diagnosticar a morte encefálica e abordar os
familiares para autorização da retirada de
órgãos conseguem taxas de aproximadamente
30 doadores por milhão de habitantes a cada
ano, o sistema mais eficaz em todo o mundo.
No Brasil, esta taxa vem aumentando ano a ano,
porém ainda é baixa. No ano de 2008 tivemos
1317 doadores de órgãos para transplante, o
que significa uma taxa de 7,2 doadores por
milhão de habitantes no ano. Alguns estados
possuem um índice superior à média nacional:
destacam-se Santa Catarina – 16,7; Rio Grande
do Sul – 12,2 e São Paulo - 12,0. No estado
do Paraná este índice foi de 6,4 doadores por
milhão de habitantes no ano de 2008.
No Brasil, o sistema de transplantes é inspirado
no sistema espanhol. Os grandes hospitais,
públicos e privados, devem possuir um grupo
de profissionais habilitados para a captação de
órgãos para transplantes – CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos
e Tecidos para Transplantes). Em cada Estado
existe uma Central de Transplantes – CNCDO
(Centro de Notificação Captação e Distribuição
de Órgãos) que tem por objetivo controlar as
listas de espera dos diversos órgãos, além de
regulamentar toda a remuneração prevista na
captação e no transplante em si. Estas centrais
estaduais estão subordinadas à Central Nacional
de Transplantes. Assim, toda a atividade relacionada a transplante de órgãos e tecidos está
sob constante fiscalização, o que assegura total
lisura em todo o processo do transplante. A maior
parte do procedimento é coberta pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), inclusive a medicação
imunossupressora necessária no pós-transplante.
O sistema brasileiro é o maior sistema público
de transplantes do mundo ocidental.
A partir de 2006, a lista de espera por
um transplante de fígado sofreu uma
alteração significativa. Até então vigorava o critério cronológico – prioridade
para quem estava mais tempo na fila.
Com a implantação do critério de
gravidade, utilizando-se para tanto
um modelo matemático – MELD (“Model for
End-stage Liver Disease”) onde se leva em
consideração os níveis séricos de creatinina,
bilirrubina e tempo de protombina, pode-se
assim diminuir a possibilidade de um paciente
mais grave morrer na fila de espera por um
transplante de fígado. Assim, o paciente que
tiver o maior MELD na disponibilidade de um
doador de fígado receberá o órgão independentemente do seu tempo de espera.
Um episódio envolvendo transplante foi recentemente relatado na revista semanal Veja e que
tivemos a oportunidade de vivenciar. Quando foi
abordada em 2001 para solicitar a autorização
para a cirurgia de retirada de órgãos para transplante de sua filha acometida por um tumor
cerebral que levou à morte encefálica, a mãe,
moradora de uma cidade do interior de Santa
Catarina, foi inflexível e irredutível na negativa.
Pouco mais de 6 anos depois, seu filho de 15
anos foi submetido a um transplante de fígado,
no mesmo hospital onde sua filha esteve internada, em Blumenau. O transplante teve sucesso
e ele hoje leva uma vida normal. A chance de
uma pessoa vir a necessitar de um transplante
de órgãos é estimada em pelo menos 8 vezes
superior à de ser um doador de órgãos. Hoje, a
decisão de autorizar ou não a retirada de órgãos
para transplante se encontra junto aos
familiares. Diante do diagnóstico de morte cerebral, é aos familiares
que a equipe intrahospitalar solicita a
autorização para a
retirada de órgãos
para transplante. Daí
a importância de
que seja discutida
entre os familiares
qual a vontade de
cada um.
Julio César
Wiederkher,
Cirurgião
Gastroenterológico
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9
Entrevista
Para onde vão os hospitais
Praticamente tudo mudou nos hospitais nos últimos anos, desde os métodos de
administrar, passando pelas tecnologias utilizadas, os serviços prestados, as relações
com médicos e pacientes, etc., etc., etc. Com tantas mudanças, qual será o futuro
dessas instituições? Para responder esta e outras perguntas, conversamos com o
médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital SírioLibanês, de São Paulo, e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP
VITAL - Qual a diferença entre o que
era um hospital antigamente e o que é
hoje?
Gonzalo Vecina Neto - Hoje, o hospital é
cada vez mais um local onde existe uma
concentração de tecnologia de alto custo para
fazer diagnóstico e tratamento de pacientes
que não podem fazer esse tratamento em
regime ambulatorial. A grande diferença entre
o hospital de ontem e o de hoje é que, cada
vez mais, o hospital vem se transformando no
centro da vida dos médicos que atendem pacientes com patologias mais complexas. Antigamente você podia pensar em tratamentos
no próprio consultório do médico; mas hoje,
como essa tecnologia ficou mais complexa e
dispendiosa, e os médicos não têm condições
de comprá-la e disponibilizá-la, ele fica cada
vez mais dependente do hospital.
VITAL - É como se o hospital se tornasse
uma extensão do consultório do médico?
GVN - O hospital passa a ser muitas vezes o
próprio consultório. Diversos hospitais estão
trabalhando nesse sentido, de aumentar a
fidelização do médico e oferecer consultórios dentro do seu próprio espaço, já que o
trabalho daquele médico também ficou mais
dependente da estrutura do hospital.
Outra consequência, comentada desde
os anos 1950, mas que só agora vem se
transformando em realidade, é que como
os hospitais estão concentrando tecnologia
e médicos de alta especialização no uso
dessa tecnologia, ganha força uma tendência
de que esses centros médicos de alta complexidade invistam mais em atividades de
ensino e pesquisa. É uma forma de utilizar
melhor os recursos existentes e também de
reter os talentos médicos, que acabam se
aproximando do hospital porque a instituição
tem uma ligação com ensino e pesquisa, que
lhes interessa.
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VITAL - Suponho que sejam equipamentos
tão caros e complexos que, às vezes, nem
as universidades dispõem deles. Então o
hospital é um lugar onde pode acontecer
ensino e pesquisa?
GVN - Na verdade, não só pode como deve
acontecer.
VITAL - Mas apesar dessa concentração
de tecnologia, ainda é o médico que leva
o paciente para o hospital. O paciente
não chega na portaria e diz ‘quero me
internar’.
GVN - Existem duas situações. Existem hospitais que têm uma maior dependência do
corpo clínico e outros que têm menor dependência. A médio e longo prazos, dentro desse
modelo que estamos montando, em que o
hospital concentra tecnologia e se torna um
centro de ensino e pesquisa, somente os
médicos muito destacados vão conseguir
ainda ser esses ‘carreadores de pacientes’.
A tendência é acontecer nos hospitais brasileiros o que aconteceu nos grandes centros
hospitalares americanos, onde o paciente
passa a buscar o centro hospitalar. Ele vai ao
Memorial, em Nova York, (Memorial SloanKettering Cancer Center, especializado em
Oncologia) por causa do Memorial; então a
médio e longo prazo a tendência é que os
pacientes busquem os centros de excelência
com a certeza de que vão encontrar ali os
médicos de excelência.
Afora alguns médicos que sempre se destacarão, diferentemente de hoje em que
existe uma grande quantidade de médicos
de destaque, os demais médicos vão trabalhar e ser reconhecidos, mas a instituição
será o grande instrumento de atração dos
pacientes.
VITAL - Quais são os novos desafios administrativos que os hospitais enfrentam
hoje?
GVN - O principal desafio é conseguir manter
o ritmo de absorção da tecnologia, porque
os pacientes buscam e porque os médicos
necessitam dessas novas tecnologias. Só
que elas sempre agregam um alto custo ao
processo. Então, um dos grandes desafios é
o da racionalização, o aumento da eficiência
da utilização dessas tecnologias e redução
dos desperdícios dentro do processo de
atenção aos pacientes no hospital. Hoje
você tem uma cultura do descartável que
é muito agressiva. É preciso lembrar continuamente às pessoas que: existem muitas
coisas que são reutilizáveis ou recicláveis,
que não devem ser abandonadas; e que as
novas tecnologias devem ser utilizadas, sim,
mas não de forma mágica, indiscriminada.
Seu uso deve ser baseado em critérios embasados em evidências. Esse é um desafio
importante para a medicina e o hospital tem
uma responsabilidade grande de construir,
demonstrar e trazer os médicos para olhar
as melhores evidências.
VITAL - E os hospitais também estão
utilizando novas tecnologias administrativas?
GVN - As certificações e a Acreditação são
modelos de tecnologia de gestão utilizados
para garantir qualidade no processo de atenção. A tecnologia administrativa que está hoje
nos grandes hospitais está absolutamente
incorporada e é necessária. Trabalhamos com
muitos processos e é importante que esses
processos sejam rotinizados, padronizados, de
forma a garantir sempre o melhor resultado.
Existe muita tecnologia de gestão que vem
da área empresarial, que também precisa
ser utilizada para aumentar o padrão de
eficiência. Tem toda a área da tecnologia da
informação, compras eletrônicas, utilização
de ferramentas como BSC, Seis Sigma... É
tecnologia que vem da área de gestão e que
nós absorvemos. Ou seja, o hospital está incorporando não só tecnologia médica, como
também tecnologia de gestão.
conforto, quer tudo que considera como
seus direitos.
Ter um cliente mais exigente muda bastante
a situação para o hospital. Esse cliente pede
uma solução mais complexa para o prestador
de serviços, e certamente hospitais que têm
clientes mais exigentes são hospitais melhores, porque têm que atender essas necessidades singulares, destes pacientes que têm uma
noção melhor daquilo que querem.
VITAL - Com essa concentração de tecnologia, a tendência é que a medicina se
concentre nos hospitais?
Lili das Neves
GVN - Pelo contrário. O futuro prenuncia um
aumento da atividade extra-hospitalar, no
que diz respeito à atividade de promoção e
proteção da saúde realizada em consultório
e outros espaços poli-uso da comunidade.
Principalmente com o aumento da expectativa de vida, muitos idosos se beneficiarão de
atividades realizadas na comunidade, que têm
também um significado na área da Saúde.
VITAL - Essas mudanças fazem diferença
para o paciente? Há quem diga que as únicas coisas que o paciente nota no hospital
são se o seu médico lhe dá atenção e se
o remédio chega na hora certa.
GVN - O paciente é hoje muito mais ativo,
bem menos passivo do que tem sido historicamente, porque acaba tendo um domínio
sobre sua condição clínica, principalmente
os pacientes crônicos, o que era inusual no
passado, e isso o torna um agente ativo do
processo de saúde. O diabético, por exemplo,
costuma ser um grande conhecedor da sua
doença. Também o hipertenso, ou quem tem
outros problemas metabólicos, até mesmo
quem tem câncer. Ele entra na Internet e
tem acesso a uma quantidade imensa de
informações e faz uso delas.
Então o paciente quer essas duas coisas
básicas: que o seu médico lhe dê atenção
e que o remédio chegue na hora certa.
Mas como ele tem acesso à informação,
ele quer muito mais também. Quer mais
tecnologia, quer melhores preços, quer mais
A idéia é que você vai aumentar bastante o
espaço de ação da saúde tirando os pacientes
de dentro do hospital e indo para ações e estruturas de menor complexidade. Também por
causa da questão dos custos, deverá aumentar a atividade intradomiciliar, como atenção
domiciliar, internação domiciliar, sempre que
o paciente não precisar dos serviços de um
hospital de alta complexidade. Também deveremos ver por aqui, como já vimos na Europa,
a proliferação de unidades semi-asilares ou
semi-hospitalares, para receber pacientes com
um grau elevado de dependência e cujas
famílias não têm condição de abrigá-los, seja
porque a própria família foi morrendo, ou
porque não é possível fazer isso já que todo
mundo trabalha, e aquela pessoa muito dependente se torna um peso econômico para
a família. E também para aqueles pacientes
que estão fora de possibilidade terapêutica,
mas que para desfrutarem de conforto precisam de alimentação por sonda, ou têm outros
tipos de dependência de estruturas médicas.
Então seriam hóspedes de uma instituição
como uma ‘casa da boa morte’. Essa é uma
tendência de des-hospitalização pela qual
acredito que iremos passar.
No caso dos hospitais, dentro desse formato
tradicional que nós temos, a tendência é se
tornarem centros de alta complexidade e que
deixem de internar pacientes que podem
ter suas soluções clínicas resolvidas em
nível ambulatorial; ou em centros de menor
concentração tecnológica, de forma a não se
utilizar essa coisa muito dispendiosa em que
o hospital está se transformando.
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Gente
Gente
Camarote em Curitiba
O camarote VITA recebe neste fim de
ano novamente os amigos da empresa
para assistirem, de um local privilegiado,
as apresentações do Natal do HSBC, um
lindo espetáculo multimídia com coral
infantil nas janelas do Palácio Avenida, no
centro de Curitiba. Além de verem toda a
beleza da apresentação, os convidados se
confraternizam, tiram fotos e degustam um
alegre coquetel natalino.
Luiz Fernando Kubrusly, Geraldo
Henrique Scheffer, Patricia Rauen e
Paulo Franco de Oliveira.
Carla
Soffiatti
e Denise
Moura,
arquiteta
responsável
pela
decoração
do camarote
Marilu
Cichon de
Liz, com a
filha Marina
Cichon de
Liz, e Anna
Carolina
Miranda da
Judicemed
Juracy
Moreira, da
Fundação de
Saúde Itaú,
e Mauricio
Fogaça
Marcos Costa,
da Brose
do Brasil, a
esposa Vânia
Pereira Costa
e o filho Vitor
Pereira Costa
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Manutenção faz
festa em Volta
Redonda
Um lindo e delicioso coquetel natalino
Desde 1987, Equipe de Engenharia e
Manutenção do Hospital VITA Volta Redonda
promove uma festa em dezembro, que
cresce a cada ano. Este ano a festa foi
no PET, o clube dos
funcionários. Muita alegria,
músicae dança, para os
colaboradores e amigos,
comemorando o fim do ano.
Nestas fotos,
o pessoal da
manutenção,
que organiza
a festa
José Guilherme Laporte,
da Rede Labs D`Or, e
esposa Maria Laporte
Fernando César Koleski, Marco Antonio
Pedroni e Bruno Arnaldo Bonacim Moura
Visita Ilustre - O governador do Espírito Santo,
Paulo Hartung, esteve em dezembro no Hospital VITA
Volta Redonda, para visitar o pai, Otávio Hartung,
que estava em tratamento no hospital. Na foto, o
governador Hartung com a enfermeira Rita Pinheiro.
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Capa
Capa
Hospital: uma cidade
a serviço do paciente
Para quem vê de fora, um hospital é simplesmente um hospital.
É um lugar onde encontramos médicos e enfermeiros e onde se
fica algum tempo para tratar da saúde. Simples assim. Mas para
quem está dentro, a visão é completamente diferente: poucas
coisas são tão complexas de administrar, pois para atender um
paciente são necessárias dezenas de atividades e que dezenas de
itens estejam disponíveis ao mesmo tempo. É como se um hotel,
uma farmácia, uma empresa de limpeza, uma transportadora, uma
lavanderia e outras atividades funcionassem simultaneamente e
sincronizadas, para atender essa pessoa, fornecendo atendimento
médico, acompanhamento constante, providenciando medicamentos,
fornecendo refeições, tudo isso 24 horas por dia. Nesta reportagem
entrevistamos vários profissionais da Rede VITA, para que nos
expliquem como funciona um hospital, essa estrutura tão complexa,
altamente especializada e totalmente voltada para a saúde e
segurança do paciente.
Logística
Djeyse
Toyama
Adriano Carvalho
Quando um paciente entra no hospital, é como se ele apertasse um botão que disparasse vários
processos ao mesmo tempo: é preciso fazer diagnóstico, administrar a documentação do paciente,
encaminhar os medicamentos, reservar apartamento, agendar uma sala de cirurgia, enviar roupas
de cama, providenciar a limpeza, etc., etc., e põe etc. nisso.
Adriano Carvalho, gerente de logística do Hospital VITA Curitiba, é responsável por fazer com que esses
processos aconteçam sincronicamente. “É uma engrenagem complexa, que tem que estar muito bem
alinhada, afinal estamos lidando com vidas”, explica. “É a logística que dá a infra-estrutura, que faz com
que todas essas coisas aconteçam no momento certo e da maneira correta”. É inadmissível imaginar
que um paciente chegue ao centro cirúrgico e algum dos materiais necessários para a cirurgia não
esteja disponível, pronto para ser usado, e na quantidade correta, mesmo que seja apenas gaze.
Felizmente, nada é improvisado. Existe uma equipe treinada e preparada e protocolos que mostram
como agir em cada situação. “Nós sabemos o que estamos fazendo, e isso nos dá muita segurança”,
diz Carvalho. Para ele, os Hospitais têm tanta responsabilidade com relação a seus pacientes quanto
uma linha aérea com relação aos passageiros de seus aviões.
Governadoria
Ela é como uma governanta para o Hospital VITA Batel e precisa estar atenta a todos os detalhes.
Por isso o setor de Djeyse Toyama chama-se Governadoria. Seu desafio diário é acompanhar
os serviços prestados pelas empresas contratadas e garantir que elas atuem completamente
integradas ao Hospital. “São treze contratos”, explica Djeyse, “inclusive higienização, segurança,
lavanderia, estacionamentos, coleta de lixo entre outros”. Segundo ela, é essencial que todos
os serviços estejam bem realizados e que o ambiente esteja impecável, para que quando as
pessoas entrem, saibam que estão em um Hospital da Rede VITA: “Esse é um dos nossos
principais diferenciais”, ressalta Djeyse.
Segundo ela, para que funcionem harmonicamente integrados ao Hospital, os prestadores de serviço têm de ser muito bem selecionados e geralmente já têm experiência
em atuar com saúde. Além disso, precisam ter certa autonomia: “Não podemos passar
todas as decisões para hierarquias superiores, porque são muitos detalhes e é preciso
responder rápido; sem autonomia o Hospital não funciona”, diz Djeyse. Embora não
esteja em contato direto com o paciente, são os serviços que Djeyse coordena que
dão suporte para seu bem-estar. É uma rotina complexa, detalhada e minuciosa.
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Nutrição
Luís Paulo Espíndola
Manutenção
Para o engenheiro Luís Paulo Espíndola, hospitais são com mini-cidades,
com uma diversidade de serviços que devem convergir para o atendimento dos pacientes. Ele é diretor técnico da Conemed, empresa responsável
por manter as máquinas dessa cidade em funcionamento.
A Conemed faz a manutenção dos equipamentos médicos de todos os
Hospitais da Rede VITA. Mas não se trata apenas de consertar máquinas
que quebram; é preciso evitar que elas quebrem, fazendo manutenção
preventiva. “Nós temos um processo de tecnovigilância, que gerencia
os riscos de cada equipamento, registra o que já aconteceu com ele, e
garante que haja sempre um substituto caso necessário”, explica. Também
é responsabilidade da Conemed gerenciar recursos de infra-estrutura,
como energia elétrica, gases medicinais, água e telefonia, que são fonte
de despesas significativas, com grande impacto sobre os resultados
financeiros dos Hospitais.
Espíndola também é responsável pela avaliação do parque tecnológico dos
Hospitais, para sugerir a substituição de aparelhos, por tempo de vida, ou
porque surgiram opções mais modernas. Para ele, a terceirização é uma
tendência irreversível, mesmo em áreas essenciais como a manutenção
de equipamentos médicos, porque isso permite que os Hospitais possam
se concentrar em sua tarefa principal, a assistência ao paciente.
Por mais que pareça que preparar refeições é uma ta­refa
igual em qualquer
empresa de grande
porte, no hospital
ela é muito diferente e está diretamente ligada ao bemestar dos pacientes.
Jaqueline Rocha
Magalhães, nutriJaqueline Rocha Magalhães
cionista do Hos­pital
VITA Volta Redonda,
explica que, além de variar conforme o tratamento, as refeições do
paciente também precisam levar em consideração os medicamentos
que ele está tomando e os horários em que são administrados.
“Por exemplo, um paciente que fez uma gastroplastia redutora, que
é uma cirurgia de redução do volume do estômago, terá um período
de alimentação exclusivamente com líquidos”, explica Jaqueline.
“Enquanto que no caso das refeições de um paciente diabético,
devemos levar em consideração os horários de administração de
insulina, para evitar hipoglicemia e outros problemas”. Para outros
pacientes, podem ser incluídos ou retirados itens da dieta, conforme
a interação entre os alimentos e os medicamentos. Para isso, a nutrição do Hospital precisa estar em comunicação constante com a
enfermagem e a farmácia.
Diariamente são servidas no Hospital VITA Volta Redonda cerca de 300
refeições para colaboradores e 300 para pacientes, e na madrugada
os colaboradores ainda recebem ceia. Um hospital nunca dorme.
Melissa
Pacheco
Santana
Mais Logística
Melissa Pacheco Santana, gerente de Logística do Hospital VITA Batel, é responsável por sete
chefias e pelos contratos com serviços terceirizados, como manutenção predial, lavanderia, nutrição,
jardinagem e outros. Portanto, é quem negocia com os fornecedores para garantir que eles atuem
em plena sintonia com o Hospital e apresentem os níveis de serviço desejados. Uma das chefias
do setor de Logística é a Governadoria, que zela pela execução, no dia-a-dia, desses serviços
contratados. Fazer tantas coisas funcionarem ao mesmo tempo é o dia-a-dia de Melissa, o
que é uma responsabilidade e tanto. “Não pode faltar um detalhe”, diz Melissa.
Administrar um hospital já é bastante complexo e no caso do Hospital VITA Batel há um
complicador extra: atender as expectativas dos exigentes clientes do bairro mais sofisticado
da capital paranaense. “Geralmente, são famílias de alto poder aquisitivo, com formação
universitária, e seu grau de exigência é bastante elevado”, conta Melissa. “Isso se reflete em
todos os setores do Hospital, mas na hotelaria principalmente”. Segundo Melissa, não é raro
os pacientes compararem os serviços em seus apartamentos aos que teriam se estivessem em
um hotel turístico. “Além disso, é comum estarem bastante informados sobre suas doenças, o
que aumenta a expectativa do ponto de vista do atendimento médico”, completa ela
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Capa
Capa
O Hospital, Segundo Drucker
Peter Drucker (1909-2005) foi um dos mais
importantes ‘gurus’ da administração, e em diversas
ocasiões comentou sobre a complexidade de se
administrar alguns tipos de organização, em especial
hospitais. Abaixo, um trecho da entrevista que ele
concedeu para o programa Live From Lincoln em
1995.
Suprimentos
Como em uma cidade, as necessidades do hospital
são diversas. Centenas de itens que
precisam estar disponíveis. Não pode
faltar, mas também
não pode sobrar.
Se faltar, prejudica
o atendimento. Se Farley José Pires e equipe de suprimentos
sobrar, é dinheiro
parado, prejudica as finanças.
Farley José Pires, chefe de suprimentos do Hospital VITA Volta Redonda, há 15 anos no
Hospital, é responsável por todas as aquisições, tanto do estoque, como de bens (computadores, móveis e outros). “As necessidades são muito diversas: produtos de escritório,
medicamentos, uma torneira, tudo”. Mensalmente, são cerca de 550 notas fiscais de diferentes fornecedores para compra de 1700 itens diferentes. Para isso, Pires conta com uma
equipe de compradores e de gestão do estoque.
O estoque está também fortemente integrado a todos os setores do Hospital, para não
deixar faltar nada, para garantir a qualidade do serviço através da escolha dos fornecedores
adequados e também para contribuir com a saúde financeira da instituição. “O Hospital
conseguiu reduzir o giro de estoque de 26 para 19 dias”, orgulha-se Pires. “Isso significa
menos capital imobilizado, mantendo o mesmo nível de disponibilidade”, explica.
Higienização e Rouparia
A Governadoria do Hospital Vita Volta Redonda desenvolve atividades tanto em seus
serviços próprios como em prestadores de serviços, como é o caso do Instituto de Urologia
e Nefrologia, Hemodinâmica e SADT (Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico).
“Temos normas e rotinas bem estabelecidas que devem ser seguidas e, em alguns casos,
temos colaboradores do nosso quadro de pessoal atuando diretamente nos serviços
terceirizados”, explica Adriana Goulart de Souza, responsável pela Governadoria.
“Isso tem a finalidade de garantir a qualidade do serviço prestado”. Por exemplo, a
lavanderia é terceirizada e o setor de rouparia coleta cerca de 20.000 quilos de roupa
mensalmente.
Os funcionários que manipulam resíduos são treinados para saber como lidar com
cada tipo de material. Em um hospital, a limpeza e o destino dos resíduos é de grande
importância. Também fazem parte do serviço prestado, contribuem para assistência
ao paciente e, portanto, são conferidos, analisados e auditados.
Em um hospital nada é tão simples quanto parece ser. É como uma engrenagem
onde um setor precisa do outro para o bom andamento do serviço.
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Um hospital é uma das organizações mais complexas
que temos. Nele estão pessoas que têm formações e
pontos de vista totalmente diferentes. E ainda assim, às
3h da manhã, uma senhora entra em choque e olhe o
que acontece. Como se houvesse uma partitura, todos
estão trabalhando a partir do mesmo roteiro. A enfermeira
do andar que é a funcionária executiva, tem de reunir
a equipe, uma equipe em que todos estão para servir.
Basicamente, as pessoas do laboratório de análises
clínicas não têm nada em comum com o pessoal de
tratamento respiratório e assim por diante. E a enfermeira
tem de reuni-los para atender em uma crise.
Isso é semelhante à ópera. A maioria das coisas em
um hospital foram ensaiadas e feitas anteriormente,
e você segue a partitura. Não é um roteiro tão claro
quanto um quarteto de Haydn, mas ainda assim você
esteve lá, fez aquilo e ensaiou.
Adriana
Goulart
de Souza
Túnel do Tempo
Túnel
do Tempo
Ainda bem que os
hospitais evoluíram
No hospital Hôtel Dieu, o mais antigo de Paris, chegava-se
a colocar seis pacientes no mesmo leito
David Monniaux / Wikimedia
Incêndio em 1772, retratado por
Gabriel de Saint-Aubin
Antigo Hôtel Dieu, na margem direita do Sena
O Hôtel Dieu é considerado o mais antigo hospital de Paris. Ele fica na Île de la Cité, próximo
à Notre-Dame, e foi construído originalmente
entre os séculos VII e XVII. Embora o hospital
tenha passado por vários incêndios ao longo
de sua história, ele ainda existe, sendo um
dos mais antigos da Europa ainda em funcionamento. Hôtel Dieu significava “Hotel de
Deus”, ou seja, hospício. Foi fundado no ano
de 651 por St. Landry, 28º bispo de Paris, que
construiu o hospital às suas próprias custas,
e recebia não só pacientes como também
mendigos e peregrinos.
Como muitos outros hospitais medievais, a
instituição tinha diversos propósitos, abrigando
os pobres e doentes, e oferecendo comida e proteção, bem como tratamento médico. A partir de
1580, entretanto, os regimentos do hospital especificaram que médicos e cirurgiões deveriam
visitar os pacientes duas vezes por semana.
Durante este período, o hospital recebeu mais
de 3.500 pacientes ao mesmo tempo.
Por volta de 1700 havia oito médicos na equipe
do hospital, um número considerado elevado na
época, e 100 cirurgiões. Ele sofreu um incêndio
em 1772 e não foi completamente reconstruído
até o governo de Napoleão. Mesmo assim,
continuava totalmente lotado. Os leitos eram
colocados em todas as salas disponíveis, e às
A fachada atual, em foto de 2007
vezes seis pacientes
eram colocados em
um único leito. Assim,
era considerado o mais
insalubre e desconfortável hospital da
França, talvez de toda
a Europa.
Durante a Revolução
Francesa (1789), a demanda pelo hospital
foi reduzida, graças
à criação de diversos Hôtel Dieu de Paris no século XVII
novos hospitais gerais
lembra as condições precárias de atendimento
e especializados, inclusive para crianças, doenque ocorriam no passado.
ças venéreas e distúrbios mentais. O número
de leitos no Hôtel Dieu permaneceu em 1.400,
O Hôtel Dieu era popular entre estudantes de
mas o hospital recebia menos pacientes, de
medicina por atender uma grande variedade
modo que agora havia um leito para cada um.
de casos. O hospital se tornou famoso posteA taxa de mortalidade se mantinha inalterada
riormente, no início do século XIX, por seus
e continuava mais elevada que em outros
cirurgiões, inclusive Bichat e Desault, que dehospitais. Em parte, isso se devia a que os
senvolveram ensinamentos clínicos, opondoferidos dos mais sérios acidentes de Paris
se a fortes resistências. Mesmo depois de se
eram levados para lá, em virtude da localizatransformar em instituição médica científica,
ção centralizada da instituição. O hospital foi
sua origem religiosa permanece viva em seu
reconstruído na margem oposta do Sena, ao
nome, o ‘Abrigo de Deus’.
lado da Catedral de Notre-Dame, em meados
do século XIX. Hoje, continua sendo o maior
Fontes: Wikipedia; Science Museum (www.sciencemucentro para casos de emergência em Paris,
seum.org.uk); L’Hôtel Dieu de Paris, Marcel Fosseyeux
com aproximadamente 350 leitos, e em nada
(www.archive.org).
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Dicas de sites e tecnologia
Copa tridimensional
Um acordo entre a Sony e a Federação
Internacional de Futebol (FIFA) vai permitir
a realização de filmagens em 3D de até 25
jogos da Copa do Mundo da África, em 2010.
As imagens serão transmitidas para telões
em sete cidades de vários continentes: Rio
de Janeiro, Berlim, Londres, Paris, Sydney
e Cidade do México. Lojas de varejo selecionadas e da própria Sony também devem
apresentar o vídeo tridimensional das pelejas. Posteriormente, as gravações devem
ser lançadas na forma de um DVD Blu-ray
de alta definição em 3D.
Canon G11: Amadora com
jeito de profissional
Muitos fotógrafos amadores querem ter à sua
disposição os recursos de uma máquina profissional, mas sem o peso, tamanho e preço
dos equipamentos profissionais. Para esses, a
máquina mais indicada no momento é a Canon
G11. Tem sensor de 10 megapixels (3648 x 2736
pixels) e na resolução máxima permite fazer
ampliações de até 38,6 x 29,0 cm a 240 dpi,
qualidade de impressão padrão para fotos; faz
clips de vídeo de até uma hora cada; tem sensibilidade equivalente a até 3200 ASA; dispõe de
encaixe para flash externo; zoom óptico de 5x; e
produz fotos realmente extraordinárias.
Kindle, a biblioteca portátil
Google traduz
pra você
Não é de hoje que o Google faz
traduções automáticas. Basta a­­
ces­­­sar a página do Google Tradutor (http://tran slate.google.com.
br) e inserir o endereço da página
que você quer traduzir, ou colar
um texto no espaço disponível, ou ainda fazer “upload” de um documento. O serviço está disponível
em 51 idiomas, mas, felizmente para os tradutores profissionais, continua longe de ser perfeito.
Uma novidade é que se você instalar no seu navegador a barra do Google (http:// toolbar.google.
com.br/intl/pt-BR/) pode ativar o recurso Tradutor de Palavras para que ao passar o cursor do mouse
sobre uma palavra, seu significado em outro idioma seja automaticamente mostrado. Nada mau
para quem está estudando idiomas.
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Uma pesquisa do grupo de
marketing Synovate em
11 países, inclusive o
Brasil, mostrou que a
Internet já é a mídia
favorita da maior parte das pessoas. 70%
das pessoas pesquisadas consideraram a
web como o veículo mais
indispensável, enquanto
a televisão foi considerada indispensável por
um número ligeiramente inferior, 69%
dos pesquisados. As
entrevistas foram feitas
com 8,6 mil pessoas, em setembro, na Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados
Unidos, Holanda, Hong Kong, Índia, Reino
Unido e Taiwan. Aproximadamente 66% dos
entrevistados declararam que a televisão tem
“comerciais demais”.
Dois anos de TV Digital
Desde os tempos de Gutenberg a palavra impressa não via tanta evolução: o Kindle é um
aparelho criado para a leitura de textos digitais, com memória para armazenar, em média,
1.500 obras, que podem ser compradas e instaladas no equipamento facilmente, através de
recursos de telefonia 3G. O sucesso do apare­
lho nos EUA é tão grande que cerca de meta­
de dos livros vendidos pela Amazon já é em for­
mato digital, para ser lido no Kindle. O preço no
Brasil é aproximadamente R$ 1.000.
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Internet supera
importância da TV
Com 27 cidades servidas pelo sinal digital de
alta definição, a TV digital brasileira já é uma
realidade, ainda que pouco popularizada.
Estima-se que haja no País 2 milhões de aparelhos (incluindo celulares) capazes de sintonizar
o novo sinal, mas a tecnologia deve ganhar um
forte impulso a partir de 2011, quando todos os
novos aparelhos de TV de plasma e LCD serão
entregues já com o adaptador embutido para
alta definição. Um dos maiores chamarizes da
nova tecnologia é a interatividade na TV, que
vai permitir que o usuário faça compras, participe de votações, envie respostas, como na Internet. Esse recurso ainda não está disponível e
só deverá ser implementado a partir de 2010. O
final da transmissão do sistema analógico está
prevista para 29 de junho de 2016.
Em Rede
Em
Rede
Detonando games na UTI
UTI do Hospital VITA Curitiba utiliza o videogame Nintendo
Wii para estimular os pacientes... e eles estão adorando!
Para estimular os pacientes da Unidade de
Tratamento Intensiva (UTI) e proporcionar-lhes
uma recuperação mais rápida, o Hospital
VITA Curitiba está utilizando a tecnologia de
entretenimento digital: uma vez por dia, os
pacientes da UTI fazem fisioterapia com o
videogame Nintendo Wii. É um estímulo físico
e mental que os pacientes, inclusive os mais
idosos, estão adorando.
“A tendência mais recente em terapia intensiva
é fazer com que o paciente tenha atividade
física o quanto antes, mesmo estando na UTI”, diz o
médico intensivista e neurologista Hipolito Carraro
Jr, coordenador médico
da UTI Geral do Hospital
VITA Curitiba. “Movimentando-se, o paciente pode
prevenir uma série de
complicações, como atrofia muscular, pneumonia,
infecção urinária e outras”,
acrescenta. Na UTI do VITA
Curitiba, os pacientes que
têm condição para isso
Games vão ao leito do paciente em um carrinho
permanecem despertos
e fazem atividades físicas, mesmo que seja
apenas andar em volta do leito. Assim, podem
se recuperar de forma mais rápida e receber
alta em menos tempo. “O corpo não foi feito
para ficar parado; nosso organismo precisa
de movimento”, explica Carraro. O uso de videogames na UTI para estimular os pacientes
é inédito e Carraro pretende apresentar os
resultados da atividade para a comunidade
científica médica no próximo ano.
“A grande vantagem do Wii, especificamente, é
que seu controle é muito intuitivo, não requer
a destreza com os dedos que outros modelos
exigem, e estimula movimentos amplos, propícios para a recuperação do paciente”, diz
Esperidião Elias Aquim, coordenador geral da
Fisioterapia dos Hospitais VITA Curitiba e VITA
Batel. Segundo ele, mesmo os pacientes mais
idosos, que inicialmente acham que não vão
conseguir jogar, acabam experimentando e
gostando da atividade. “Eles chegam a chamar
a gente e dizer: ‘vamos fazer fisioterapia?’, ou
seja, eles querem jogar videogame”, conta
Aquim. Além do videogame, os pacientes da
UTI que têm condições fazem passeios externos diariamente.
Avanço Estratégico
Como em um jogo de xadrez, os gestores do Grupo VITA precisam
pensar estrategicamente para que os Hospitais prosperem
Além de oferecerem um serviço altamente
complexo, do qual depende a vida dos
pacientes, os hospitais também precisam
lidar com muitos outros fatores do ponto de
vista da sua administração como empresas.
É preciso levar em conta a concorrência dos
outros hospitais, os preços de serviços naquele
mercado, as facilidades e tecnologias que os
médicos procuram, e muitos outros detalhes.
Esquecer de algum desses fatores pode ser
fatal para a sobrevivência da empresa. Para
lidar com tantas variáveis, o Grupo VITA se
dedica intensamente ao chamado “Planejamento Estratégico”, para decidir como agirá e
em que áreas de atuação vai se concentrar,
para atender melhor pacientes, médicos e
fontes pagadoras, que são as instituições que
remuneram os tratamentos.
Segundo José Octávio Leme, Diretor Regional
de Curitiba do Grupo VITA, o mercado da
capital paranaense, onde estão os hospitais
VITA Batel e VITA Curitiba, é bastante
desafiador, devido à presença de diversos hospitais de grande porte e alta
qualidade e também à concentração
das fontes pagadoras. Ele lembra que
o fato de haver dois Hospitais do grupo
na cidade permite uma maior flexibilidade e complementaridade de serviços.
Em 2010, indica Leme, o VITA Curitiba
deverá expandir seus serviços em traumatismos e Neurologia, entre outros,
enquanto o VITA Batel, além de consolidar a
Cardiologia e as cirurgias bariátricas, deverá
ampliar também o atendimento em Geriatria.
De acordo com Vanuza Vitorelli, coordenadora
do Escritório da Qualidade do Hospital VITA
Volta Redonda, a adoção da ferramenta BSC no
planejamento estratégico do Hospital trouxe diversos benefícios importantes, como a tradução
da estratégia em objetivos e ações concretas,
revisadas anualmente pelo grupo gestor do
José
Octávio
Leme
Vanuza
Vitorelli
Hospital. Também é uma ferramenta que permite ao Hospital ir ao encontro da missão do
Grupo VITA, que é a “... melhoria contínua e a
busca pela excelência na qualidade dos serviços prestados a todos os clientes”. “Bernardinho,
técnico da vitoriosa seleção brasileira de vôlei,
tem uma frase que explica bem a importância
do planejamento estratégico”, comenta Vanuza.
“Segundo ele, ‘é importante ter metas, mas também é fundamental planejar cuidadosamente
cada passo para atingi-las’”.
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Em Rede
Em
Rede
Responda rápido!
Emergências dentro do Hospital VITA Curitiba são
prontamente atendidas pelo Time de Resposta Rápida
Talita Rennê Mendonça (à esq.) e Ivana Roseira Gomes
Acontece até nos times de vôlei mais experientes: a bola vem do adversário e dois jogadores
podem pegá-la. Cada um acha que o outro
é que vai pegar e... a bola acaba caindo no
chão. Isso também pode acontecer em um
hospital, da seguinte forma: o paciente está
internado para fazer uma cirurgia eletiva, com
hora marcada, sem emergência. De repente,
começa a passar mal, por motivos que não têm
nada a ver com a cirurgia. Nesse momento, a
equipe de enfermagem pode ficar desnorteada,
não saber o que fazer e perder minutos preciosos. Para evitar situações como essa é que
o Hospital VITA Curitiba implementou, desde
agosto, o Time de Resposta Rápida. Com ele,
tem sempre alguém que vai na bola.
O Time de Resposta Rápida não é uma equipe
à parte. Ele é formado pelos próprios profissionais, médicos e enfermeiros, que já trabalham
nas alas de internação e no Pronto Socorro,
mas que recebem uma preparação e uma
responsabilidade extras para reagir a eventos
inesperados com os pacientes. Por exemplo,
uma pessoa que está internada para uma
cirurgia bariátrica e que subitamente começa
a evoluir para um infarto, ou um paciente de
ortopedia que começa a dar sinais de parada
respiratória. Esse time se encarrega de levar
rapidamente, para o paciente que está em um
apartamento, os “cuidados críticos” de uma
UTI, mesmo que seu médico não esteja disponível para atendê-lo naquele momento. As
responsáveis pela implementação do Time de
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Resposta Rápida no Hospital foram a médica
Ivana Roseira Gomes, coordenadora do Pronto
Socorro do Hospital VITA Curitiba, e a enfermeira Talita Rennê Mendonça, enfermeira chefe
da Educação Continuada do Hospital. O Time
segue o modelo da organização americana IHI
(Institute for Healthcare Improvement - Instituto
para Aperfeiçoamento da Assistência).
Ivana explica que o Time de Resposta Rápida
é um recurso que foi implantado para elevar
a segurança do paciente durante toda a sua
estada no Hospital. “A literatura médica mostra
que, historicamente, 60 a 70% dos pacientes
que têm uma parada cardio-respiratória apresentaram sinais claros 6 a 8 horas antes do
evento”, explica Ivana. Isso mostra que normalmente existe tempo suficiente para identificar
o problema antes que ele aconteça; e é nesse
momento que entra em ação o Time de Reposta
Rápida, levando cuidados críticos ao paciente
em seu próprio apartamento, e evitando maiores
complicações. Quanto mais precoce a identificação de um problema, melhores as chances
de recuperação para o paciente.
Critérios Claros
O Time de Resposta Rápida obedece a determinados critérios para estabelecer o nível de
urgência de atendimento para os pacientes.
No código vermelho, o atendimento deve ser
feito imediatamente; no código laranja, em até
15 minutos; e no código amarelo, em até 30
minutos. Os participantes do time de resposta
rápida utilizam um crachá que mostra os
critérios de acionamento da equipe. Para os
demais funcionários, é recomendado que chamem a equipe assim que perceberem alguma
intercorrência. “Preferimos pecar pelo excesso
de cuidado”, diz Ivana; “nosso objetivo é zerar
as paradas cardiorespiratórias nas alas
de internação”.
Fazem parte do TRR
todos os enfermei­ros
que passaram por treinamento pa­ra o Time
e os mé­dicos de clínica médica do Pronto
Socorro do HVCT. Há
sempre um médico
O crachá do Time de
de plantão, portando
Resposta Rápida traz
um telefone especial
instruções sobre o
do TRR, e que é aciotempo de atendimento
nado imediatamente
quando necessário. O Time de Resposta Rápida
também conta com equipamentos, que podem
ser rapidamente deslocados para o apartamento do paciente, como oxímetros, estetoscópios,
esfigmômetros (aparelhos de pressão), além do
celular de comunicação da equipe.
Resultados positivos
Os resultados obtidos pelo Time têm sido muito
positivos: “Temos conseguido identificar problemas precocemente e estabilizar a maioria dos
pacientes no próprio apartamento”, diz Ivana.
Desde que o Time de Resposta Rápida foi
implementado, em 1º de agosto de 2009, nenhum paciente teve parada cardio-respiratória
nas alas de Internação. Embora o Time possa
atuar em qualquer local do Hospital (um
familiar pode, por exemplo, ter um mal-estar
na recepção do Hospital), até agora 99% das
ações da equipe foram nos apartamentos,
junto a pacientes internados.
“A maioria dos pacientes que atendemos tem
melhora imediata e continua no seu apartamento, sem a necessidade de transferência
para a UTI”, diz Talita. Segundo ela, em setembro, de 25 chamados, apenas 6 resultaram em
transferência para a UTI.
Evidentemente, nenhum hospital descuida
de seus pacientes internados, e busca lhes
prestar a­tendimento o mais rápido possível em
qualquer intercorrência. A diferença de se ter
um Time de Resposta Rápida, é que ele torna
mais claro co­mo agir quando um imprevisto
acontece. “O que mudou é que agora temos
critérios claros de acionamento”, diz Ivana.
”Critérios bem definidos, com tempo alvo, são
o diferencial; sabemos exa­tamente quando
chamar e em quanto tempo atender”.
Em Rede
Em
Rede
A Domadora de Computadores
A Luciene queria estudar Medicina, mas foi para
a área de Tecnologia, e hoje se sente realizada
trabalhando em um hospital
Todo mundo que trabalha usando um computador no Hospital VITA Volta Redonda
conhece a Luciene do Nascimento Esperança,
coordenadora de Tecnologia da Informação
do Hospital. É ela quem dá suporte, esclarece
as dúvidas e “conversa” com equipamentos
teimosos que não querem colaborar, até
convencê-los a funcionarem.
Curiosamente, a opção inicial da Luciene para
sua vida profissional não tinha nada a ver com
Exatas: ela sonhava estudar Medicina. ”Era
meu sonho de infância, mas não pude realizar”, ela lembra. “Então acabei me interessando
por informática e veja só como é a vida: hoje
me sinto totalmente realizada, trabalhando em
um hospital, e concretizando o meu sonho de
atuar na área de Saúde”. Ela está no Hospital
VITA Volta Redonda desde 2002, inicialmente
como analista de sistemas, e hoje como coordenadora de TI. Ela procura sempre priorizar
a boa comunicação e o relacionamento com
os colegas de trabalho:
“O bom trabalho não
se faz sozinho, e sim
em equipe”, lembra
Luciene.
Perfil
Luciene do Nascimento Esperança
Cargo: Coordenadora de TI
Prato Predileto : Massas
Esporte: Pilates
Qualidade: Comunicativa
Defeito: Auto-crítica
Hobby: meu filho Pedro Henrique
Segundo Luciene, é essencial
para cada um buscar o equilíbrio entre a vida pessoal e a
carreira profissional. Ela e o marido Sebastião realizaram outro
grande sonho, o de ter um filho,
o Pedro Henrique, que está com dois anos e
meio e ocupa cada minuto livre da Luciene.
“Fora do trabalho sou 100% Pedro Henrique;
jogamos bola, andamos de bicicleta, cuidamos
do jardim, fazemos pipoca juntos, tudo vira
festa...”, conta Luciene.
Luciene tem uma frase que utiliza diariamente:
“Não basta só sonhar, precisamos transformar
em objetivos nossos sonhos e assim fazê-los
acontecer”. Para ela, só assim colocamos
nossas energias em movimento para dar os
passos que farão os sonhos acontecerem. É
assim que ela tem conseguido conquistar, um
por um, os seus objetivos: o carro, a faculdade,
a casa, e até a maternidade: “Esperei a hora
certa, até para poder curtir melhor esse momento, e foi tudo tão perfeito que até o enjôo
foi maravilhoso”, conta Luciene.
Segurança Desde a Porta
Desde o momento em que o paciente entra no hospital, tudo é
feito para diminuir os riscos e prevenir todo tipo de acidente
Quando se diz que um hospital oferece “segurança assistencial” é um jeito complicado
de dizer: a instituição se preocupa com a
segurança do paciente desde que ele entra no
hospital até a hora de sair, e procura prever
os riscos e evitar acidentes em todas (repito,
todas) as situações possíveis. Isso vai desde
Carla Soffiatti
Maurício Fogaça
saber que determinado medicamento causa
tonturas e, portanto, o paciente está sujeito a
quedas, até a identificação precisa de cada
paciente, para evitar que pessoas com mesmo
nome sofram tratamentos trocados. A segurança assistencial nos hospitais da Rede VITA traz
tranquilidade tanto para os pacientes quanto
para os médicos.
“Desde que surgiu, a Rede VITA
tem na sua visão ser a rede de
serviços mais confiável, e essa
confiabilidade vem da segurança
assistencial, que oferecemos de
forma consistente”, diz Maurício Fogaça, superintendente do Hospital
VITA Batel. Isso inclui a escolha do
corpo clínico, ou seja, dos médicos
que atuam no Hospital, e também
dos métodos de gestão que garantem a segurança assistencial
e que a mantêm em contínuo
aperfeiçoamento. “A segurança assistencial é
o principal diferencial do Hospital VITA Batel”,
diz Fogaça. Segundo ele, diversos médicos
escolhem o Hospital para realizar cirurgias
e outros procedimentos devido à segurança
oferecida, inclusive nas áreas mais críticas,
como UTI e Centro Cirúrgico.
“O Hospital VITA Curitiba vem trabalhando
há dois anos na metodologia da certificação
internacional canadense de qualidade, que
tem foco em segurança assistencial”, diz Carla
Soffiatti, superintendente do Hospital. Segundo
ela, isso é obtido através da gestão por times
de trabalho e grupos multidisciplinares, e com
gerenciamento de risco. “Por exemplo, fizemos
um trabalho para identificar os principais
riscos assistenciais, como queda do paciente,
risco nutricional, medicamentoso e outros”,
explica Carla. “Assim, pudemos nos concentrar
em prever os riscos e evitar que eles se concretizem, em vez de apenas cuidar de remediar os
problemas depois que eles acontecem”. Outra
ferramenta de segurança são os protocolos
assistenciais estratégicos, o checklist do Centro
Cirúrgico e o Time de Resposta Rápida (veja
matérias nesta edição, pags. 8 e 20).
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Bombeiro
Mirim
O nome é Bené, baby!
O garoto Silvio
Mendes Binhoti
Júnior, de sete
anos, estava internado na Maternidade VITA Volta
Redonda quando
recebeu uma visita inesperada: os
oficiais do Corpo de Bombeiros da cidade. Ele realizou
seu sonho de andar no caminhão dos Bombeiros.
O Seu Bené, um metalúrgico aposentado, é o astro de
Volta Redonda desde que apareceu no quadro Lata
Velha, do programa do Luciano Huck. Agora ele tem
um caminhão de luxo, se tornou cantor e vai se apresentar na festa do final de ano do Hospital VITA Volta
Redonda, com apoio vocal dos funcionários.
Taborda,
o Polivalente
Anderson Batista Taborda
é o novo gerente financeiro dos Hospitais VITA
Curitiba e VITA Batel. Além
de atuar na área financeira dos dois hospitais,
no futebol ele também é
polivalente: joga no time
que tiver vaga.
Tacada
Certeira
Odair Bruno de Oliveira,
gerente contábil do Grupo
VITA em São Paulo, começou
sua carreira, vejam só, como
caddy, o auxililiar de jogadores
de golfe que ajuda a carregar
e escolher os tacos pra cada
jogada. “Foi no golfe que tive
minha primeira oportunidade
profissional”, conta Oliveira.
Tem que malhar!
Não é bem malhar, mas é quase: o pessoal do
Hospital VITA Volta
Redonda está
fazendo ginástica
laboral durante o
expediente, para
prevenir dores
nas costas e melhorar a flexibilidade. Na foto, o pessoal
da área financeira alongando.
Rock na
veia!!!
A banda Uso
Utópico, do
médico Rogério
Fraga (à direita)
do Hospital VITA
Batel, comemorou o Dia do
Médico com
um show de rock no Sheridan’s Irish Pub, em Curitiba.
Preparando a fantasia
A festa de fim de ano dos
colaboradores dos Hospitais
VITA Curitiba e VITA Batel deve
ser aquele arraso novamente.
Todo mundo está caprichando
nas fantasias. Veja só como
vai ser a roupa do pessoal da
manutenção do Batel.
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O presidente e as presidenciáveis
Foi uma tietagem explícita. Assim que viram o
ex-presidente FHC no evento CONARH, Cristina
Ruoso, Iana Adour e Flávia Legat Taques foram
imediatamente pedir uma foto, como vocês
podem ver. A Iana está suspirando até agora
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