LEIS GERAIS DA CIRCULAÇÃO, PROPRIEDADES DO CORAÇÃO E CICLO CARDÍACO Mário Gomes Marques Instituto de Fisiologia da F.M.L. CIRCULAÇÃO - Funções • Transporte de oxigénio, nutrientes, hormonas e outras substâncias a todas as células do organismo e transporte dos produtos provenientes do metabolismo para sua remoção • Transporte de calor para e a partir das células 2 Esquema Geral e Distribuição do Sangue 3 LEIS GERAIS DA CIRCULAÇÃO • LEI DA PRESSÃO • LEI DA VELOCIDADE • LEI DO DÉBITO 4 Lei da Pressão A pressão que o sangue exerce na parede dos vasos depende do débito cardíaco (Fc x Vsistólico) e da resistência que se opõe à sua circulação • Por isso, na árvore arterial temos: PA = Fc x Vsist x RAperiférica 5 PRESSÕES (Posição Horizontal) Efeito Windkessel Resistência periférica 6 Lei da Velocidade Tendo em conta que: • No território arterial a subdivisão dos vasos é tal que a soma das secções dos ramos é sempre superior à do tronco em que se originam • Portanto, a soma máxima das secções é máxima a nível dos capilares • No território venoso a junção dos vários vasos é tal que a soma das secções dos ramos é sempre superior à do tronco a que dão origem • A velocidade de um determinado caudal é inversamente proporcional à secção 7 Lei da Velocidade A velocidade do sangue diminui à medida que se afasta do coração, chega a um mínimo nos capilares e aumenta progressivamente nas veias - Como a secção das veias na sua desembocadura nas aurículas é maior que a secção das artérias que saem dos ventrículos, a velocidade a este nível é maior nas artérias que nas veias 8 Lei do Débito Para qualquer secção transversal completa do sistema circulatório, passam iguais quantidades de sangue em intervalos de tempo iguais Assim, se pela raiz da aorta passam 5 L de sangue por minuto, igual quantidade estará passando nesse período de tempo no: - tronco da pulmonar - conjunto dos capilares aórticos - conjunto dos capilares pulmonares 9 PROPRIEDADES DO CORAÇÃO • Automatismo ou Cronotropismo (cronos = tempo) • Condutibilidade ou Dromotropismo (dromos = correr) • Excitabilidade ou Batmotropismo (bathmos = limiar) • Contractilidade ou Inotropismo (inos = fibra) • Tónus (e Lusitropia) 10 Automatismo 11 Automatismo ou Cronotropismo Propriedade das células nervosas do sistema cardionector e das fibras musculares cardíacas de gerar estímulos por si próprias • As que têm uma frequência de despolarização mais rápida são as que comandam toda a despolarização (cronos = tempo) 12 Condutibilidade 13 Condutibilidade ou Dromotropismo Propriedade de um estímulo fisiológico gerado no coração (nódulo sinusal) se transmitir a todas as células cardíacas • Desta propriedade depende a velocidade a que são transmitidos os estímulos na musculatura cardíaca (dromos = correr) 14 Excitabilidade ou Batmotropismo Propriedade das células cardíacas responderem a estímulos 15 MÚSCULOS ESQUELÉTICO E CARDÍACO • Ambos os tipos de músculo têm uma relação comprimento-força semelhante • A força é máxima quando o músculo começa a sua contracção com um comprimento do sarcómero em repouso de 2 a 2,4 μm • No músculo cardíaco a afinidade da troponina C para o Ca++ aumenta com o aumento do comprimento do sarcómero em repouso 16 Contractilidade ou Inotropismo Propriedade contráctil dos miócitos • Lei de Frank-Starling 17 Relação Comprimento-Força 18 Lei de Frank-Starling • Um aumento no comprimento da fibra miocárdica no final da diástole provoca uma contracção ventricular mais forte • Esta lei só se aplica na porção ascendente da curva da relação comprimento-força (curva de Frank-Starling) 19 • No coração normal a força máxima de contracção ventricular é atingida com pressões telediastólicas de cerca de 12 mmHg (comprimento do sarcómero de 2,2 μm) • Geralmente as pressões telediastólicas variam entre 0 e 7 mmHg • Mesmo com pressões muito mais altas (mesmo superiores a 50 μm) o comprimento do sarcómero não ultrapassa os 2,6 μm 20 Tónus e Lusitropia • Tónus: capacidade de maior ou menor aumento de tensão com o aumento de volume (coração com IC desenvolve menor tensão para um VTD equivalente) • Lusitropia: relaxamento activo no início da dástole 21 22 CICLO CARDÍACO • Sístole – Contracção isovolumétrica – Ejecção rápida – Ejecção lenta • Diástole – – – – – Protodiástole (Wigers) Relaxamento isovolumétrico Enchimento rápido Enchimento lento ou diástase Sístole auricular 23 CONCEITOS DE PRÉ-CARGA E PÓS-CARGA Fim do relaxamento isovolumétrico 24 CONCEITOS DE PRÉ-CARGA E PÓS-CARGA Fim da diástole (volume telediastólico) 25 CONCEITOS DE PRÉ-CARGA E PÓS-CARGA Fim da contracção isovolumétrica 26 CONCEITOS DE PRÉ-CARGA E PÓS-CARGA Fase de ejecção 27 Efeitos de aumentos na pós-carga 28 Efeitos de aumentos na pós-carga 29 INOTROPTSMO E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Insuficiência cardíaca esquerda • Insuficiência cardíaca direita 30