conversor boost operando em condução contínua aplicado à

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INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CONVERSOR BOOST OPERANDO EM CONDUÇÃO CONTÍNUA
APLICADO À CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA
EMPREGANDO CONTROLE DA CORRENTE DE ENTRADA
POR VALORES MÉDIOS INSTANTÂNEOS
Responsáveis pelo Trabalho:
Alessandro Luiz Batschauer (INEP/EEL – UFSC)
Anis Cézar Chehab Neto (INEP/EEL – UFSC)
Clóvis Antônio Petry (INEP/EEL – UFSC)
Professor Responsável:
Prof. Alexandre Ferrari de Souza (INEP/EEL – UFSC)
Dezembro/2000
Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC
Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Instituto de Eletrônica de Potência
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
2
ÍNDICE
1
AGRADECIMENTOS............................................................................................................................................ 4
2
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 6
3
ETAPAS DE PROJETO......................................................................................................................................... 8
4
ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO E DEFINIÇÃO DA TOPOLOGIA DO PRÉ-REGULADOR............... 9
5
PROJETO DO PRÉ-REGULADOR BOOST E SNUBBER ............................................................................. 13
5.1
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 13
5.2
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO CONVERSOR BOOST OPERANDO EM CONDUÇÃO CONTÍNUA ..................... 13
5.2.1
Primeira etapa (t0, t1)................................................................................................................................ 13
5.2.2
Segunda etapa (t1, t2) ................................................................................................................................ 14
5.3
ANÁLISE QUANTITATIVA DO CONVERSOR BOOST COM TENSÃO SENOIDAL NA ENTRADA ................................ 15
5.4
ANÁLISE QUANTITATIVA DO CONVERSOR BOOST COM TENSÃO SENOIDAL NA ENTRADA ................................ 16
5.5
CORRENTES NA ENTRADA DO PRÉ-REGULADOR .............................................................................................. 19
5.6
PROJETO DO INDUTOR BOOST (LIN) ................................................................................................................ 20
5.6.1
Dimensionamento da indutância .............................................................................................................. 20
5.6.2
Escolha do Núcleo .................................................................................................................................... 20
5.6.3
Elevação da temperatura do indutor boost............................................................................................... 22
5.7
DIMENSIONAMENTO DO CAPACITOR DE SAÍDA (CO) ....................................................................................... 24
5.8
DIMENSIONAMENTO DO INTERRUPTOR BOOST (SB) ........................................................................................ 24
5.9
DIMENSIONAMENTO DO DIODO BOOST (DB) ................................................................................................... 27
5.10
DIMENSIONAMENTO DA PONTE RETIFICADORA (B1) ....................................................................................... 27
5.11
DIMENSIONAMENTO DO FILTRO DE ENTRADA (C1) ......................................................................................... 28
5.12
SNUBBER NÃO-DISSIPATIVO PARA ENTRADA EM CONDUÇÃO .......................................................................... 29
5.12.1
Dimensionamento da indutância de Lr e da capacitância de Cr ......................................................... 33
5.12.2
Escolha do Núcleo ............................................................................................................................... 34
5.12.3
Elevação da temperatura do indutor Lr............................................................................................... 35
5.12.4
Possibilidade de construção ................................................................................................................ 37
5.13
SIMULAÇÃO DO ESTÁGIO DE POTÊNCIA DO PRÉ-REGULADOR BOOST .............................................................. 37
6
PROJETO DO CIRCUITO DE CONTROLE E COMANDO ......................................................................... 42
6.1
6.2
6.2.1
6.2.2
6.2.3
6.3
6.3.1
6.3.2
6.3.3
6.4
6.4.1
6.4.2
6.4.3
6.4.4
6.4.5
6.4.6
DESCRIÇÃO DA MALHA DE CONTROLE ............................................................................................................ 42
ESTUDO DO CONTROLE DA CORRENTE DE ENTRADA ....................................................................................... 44
Modelo do conversor ................................................................................................................................ 44
Controlador de corrente ........................................................................................................................... 46
Funcionamento da malha de corrente ...................................................................................................... 50
ESTUDO DO CONTROLE DA TENSÃO DE SAÍDA ................................................................................................. 52
Modelo do conversor ................................................................................................................................ 52
Controlador de tensão .............................................................................................................................. 53
Funcionamento da malha de tensão ......................................................................................................... 57
CIRCUITO INTEGRADO UC3854...................................................................................................................... 58
Pino 1 - Terra ........................................................................................................................................... 59
Pino 2 – Proteção contra sobrecorrente................................................................................................... 59
Pino 3 e Pino 4 – Compensador da malha de corrente ........................................................................... 60
Pino 5 – Saída do multiplicador ............................................................................................................... 60
Pino 6 – Amostra da forma de onda da tensão da rede............................................................................ 61
Pino 7 e Pino 11 – Compensador da malha de tensão de saída ............................................................... 62
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3
6.4.7
Pino 8 – Amostra do valor médio da tensão da rede ................................................................................ 62
6.4.8
Pino 9 – Tensão de referência .................................................................................................................. 63
6.4.9
Pino 10 –“Enable” ................................................................................................................................... 63
6.4.10
Pino 12 e Pino 14 – Ajuste da freqüência de comutação..................................................................... 64
6.4.11
Pino 13 – “Soft Start”.......................................................................................................................... 64
6.4.12
Pino 15 - +Vcc ..................................................................................................................................... 64
6.4.13
Pino 16 –“ Driver” .............................................................................................................................. 64
6.5
DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DO CIRCUITO DE CONTROLE E COMANDO ........................................ 65
6.5.1
R8, R9, Rsh e C9 – Proteção contra sobrecorrente .................................................................................. 65
6.5.2
R1 e R16 – Saída do multiplicador e parâmetro do oscilador de frequência ........................................... 67
6.5.3
R2,R3,C1 e C2 – Regulador de corrente................................................................................................... 67
6.5.4
R10 e R11 – Amostra da forma de onda da tensão da rede...................................................................... 69
6.5.5
R6, R7, P1, Ra1, Ra2 e C3 – Regulador de tensão e amostra da tensão de saída.................................... 69
6.5.6
R12, R13, R14, C6 e C7 – Filtro passa baixa de pólo duplo .................................................................... 71
6.5.7
C8, C10 e R15........................................................................................................................................... 72
6.5.8
C5 – Definição da freqüência de comutação............................................................................................ 72
6.5.9
C4 – Definição do tempo de partida progressiva ..................................................................................... 72
6.5.10
Rg1, Rg2, Dg1, Dg2, Dzg e Tg – Driver externo ................................................................................. 72
6.6
SIMULAÇÃO .................................................................................................................................................... 73
7
PROJETO DA FONTE AUXILIAR ................................................................................................................... 76
7.1
7.2
7.3
7.4
8
PROJETO DO FILTRO DE EMI ....................................................................................................................... 85
8.1
8.2
9
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 76
DEFINIÇÃO DA CARGA DA FONTE AUXILIAR ................................................................................................... 77
DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DA FONTE AUXILIAR ....................................................................... 79
SIMULAÇÃO .................................................................................................................................................... 82
ESPECIFICAÇÃO DOS CAPACITORES CY........................................................................................................... 88
ESPECIFICAÇÃO E PROJETO DOS INDUTORES L1 E L2 ..................................................................................... 88
PROJETO DO CIRCUITO DE PARTIDA E PROTEÇÃO............................................................................. 91
9.1
9.2
9.3
9.4
ESPECIFICAÇÃO DO FUSÍVEL (F1)................................................................................................................... 91
ESPECIFICAÇÃO DO RESISTOR DE PARTIDA (RSTART)......................................................................................... 93
ESPECIFICAÇÃO DO VARISTOR (RVAR) ............................................................................................................. 94
ESPECIFICAÇÃO DO RELÊ ............................................................................................................................... 95
10
PLACA E LISTAGEM DOS COMPONENTES................................................................................................ 97
11
MONTAGEM E AJUSTES DE BANCADA ...................................................................................................... 99
11.1
12
FOTOS DO PROTÓTIPO IMPLEMENTADO ......................................................................................................... 100
ENSAIOS ............................................................................................................................................................. 101
12.1
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 101
12.2
ENSAIO COM TENSÃO NOMINAL .................................................................................................................... 101
12.3
ANÁLISE HARMÔNICA .................................................................................................................................. 108
12.3.1
Espectro Harmônico da Corrente de Entrada do Retificador com Filtro Capacitivo e Enquadramento
na Norma IEC 61000 3-2 ...................................................................................................................................... 108
12.4
CONCLUSÕES ................................................................................................................................................ 111
13
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 112
14
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................. 113
15
ANEXOS .............................................................................................................................................................. 114
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4
1 AGRADECIMENTOS
Foto 1 - Engenheiros Responsáveis.
Os engenheiros Alessandro Luiz Batschauer, Anis Cézar Chehab Neto e Clóvis Antônio
Petry gostariam de expressar seus agradecimentos:
Ao Professor Alexandre Ferrari de Souza, o qual não mediu esforços no sentido de transmitir
o máximo conhecimento possível na disciplina de Correção de Fator de Potência para Fontes de
Alimentação, orientando invejavelmente o projeto e implementação prática do pré-regulador em
estudo;
Ao Professor Arnaldo José Perin, que se prontificou a esclarecer pontos núbios na fase de
projeto do pré-regulador, mostrando-se um entusiasta no ensino de eletrônica de potência, exemplo
para os educadores da área;
Ao colega e mestre em Eletrônica de Potência Sérgio Vidal Garcia Oliveira, o qual com
companheirismo e compreensão ofertou-nos material e conhecimentos a respeito do pré-regulador
em estudo;
Aos técnicos Luís Marcelius Coelho e Antônio Luís Shalata Pacheco que nos ajudaram na
confecção da placa de circuito impresso e na obtenção de material para a montagem do protótipo;
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5
Aos colegas de doutorado, mestrado e engenheiros do INEP que sempre nos forneceram
informações precisas e de grande valor, nos momentos em que soluções fugiam aos olhos da
equipe;
A todos os colaboradores do INEP, na pessoa de seu coordenador, professor Ivo Barbi, sem os
quais o INEP não existiria, e assim nos privaria da aquisição de conhecimentos tecnológicos de
ponta na área de eletrônica de potência.
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6
2 INTRODUÇÃO
Em uma rede de distribuição de energia elétrica, o fator de potência é definido como a razão
entre a potência ativa (watts) e a potência aparente (volt-ampéres). O valor ótimo para esta relação é
a unidade, valor que é obtido somente quando a corrente na rede tem a forma de uma senóide e está
em fase com a tensão da rede, considerando-se, naturalmente, que esta também tem a forma de uma
senóide. Sabe-se que, somente as componentes de corrente que satisfazem este requisito, transferem
energia à carga, logo, componentes de corrente que estejam defasadas da tensão da rede ou possuam
uma freqüência distinta da freqüência da rede, não transferem energia à carga, contribuindo para as
perdas totais de energia no sistema. A presença de tais componentes obriga as concessionárias e o
próprio cliente a superdimensionarem as redes de alimentação, o que aumenta os custos das
instalações.
No passado, a principal causa do baixo fator de potência era a diferença de fase entre tensão e
corrente, resultante da característica indutiva dos motores elétricos, os quais eram responsáveis por
uma grande fatia da carga total atendida pelas companhias de fornecimento de energia elétrica.
Neste caso, o fator de potência é igual ao co-seno do ângulo de defasagem entre a tensão e a
corrente (unitário quando o ângulo é zero). Esta diferença de fase pode ser corrigida pela simples
adição de bancos de capacitores, corretamente dimensionados, em paralelo com a máquina, como
tem sido feito por muitos anos e ainda hoje implementado em algumas situações.
Com o crescimento da indústria eletrônica durante as décadas pós-guerra e, mais
recentemente, o enorme incremento do número de computadores e outros equipamentos
incorporando retificadores seguidos por capacitores de filtro, a natureza do problema foi alterada. A
corrente exigida por esse circuito é tipicamente não-senoidal, como pode-se ver na Fig. 2.
Vin
D1
D2
Vin
+ -
D3
C
+
-
Carga
Iin
D4
Fig. 1 - Retificador com filtro capacitivo.
Fig. 2 - Tensão e corrente na fonte de
entrada
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7
Pode-se verificar que a corrente drenada da rede por um retificador com filtro capacitivo é a
soma de muitas componentes de diferentes freqüências, sendo que a única responsável pela
transferência de energia à carga é a componente fundamental. O fator de potência desta estrutura é
bastante baixo, estando na ordem de 0,6 , tendendo a piorar a medida que se aumenta a potência do
circuito; logo, formas de solucionar este problema devem ser estudadas.
Uma solução, bastante empregada pela indústria, de forma a eliminar a distorção da corrente
na entrada de um retificador com filtro capacitivo é o emprego de um pré-regulador que opera entre
o retificador e o capacitor de filtro, forçando a corrente de entrada a ter a mesma forma de onda da
tensão de entrada. A sua função é bastante simples de ser entendida: ao invés do capacitor de saída
ser carregado pela fonte de entrada somente uma vez a cada semiperíodo da rede, ocasionando o
aparecimento de um pico de corrente durante um curto intervalo de tempo, passa-se a carregar este
capacitor várias vezes em pequenos intervalos de tempo, dentro de todo o semiperíodo de rede. O
pré-regulador nada mais é do que um conversor CC-CC; logo, comandando seu interruptor do
conversor com a correta modulação do sinal de comando, carrega-se o capacitor de filtro drenando
da rede uma corrente bem próxima de uma senóide.
A princípio, todos os conversores básicos CC-CC podem ser utilizados como pré-reguladores
de alto fator de potência, porém, a topologia que recebeu maior destaque para esse tipo de aplicação
foi a do conversor Boost, em função de apresentar uma série de vantagens em relação às outras
topologias. O presente trabalho visa o estudo e a implementação prática de um pré-regulador
utilizando esta topologia.
O conversor Boost pode operar como estágio pré-regulador de alto fator de potência tanto em
condução contínua quanto descontínua, assim como também no modo de condução crítica. Para
potências de ordem elevada, como é o caso do presente trabalho, o modo de condução contínua
torna-se o mais adequado em função de manter os esforços de tensão e corrente nos semicondutores
menores. Dentro desse modo de operação existem basicamente três técnicas de controle: controle
por histerese, por corrente de pico e por corrente média, sendo que este último é o que tem se
mostrado o mais adequado atualmente e, por isso, o mais amplamente utilizado. Para este tipo de
controle, atualmente existe um circuito integrado (UC3854 da Unitrode [6]) que torna a aplicação
dessa técnica bastante simples, como se verificará no decorrer do trabalho.
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8
3 ETAPAS DE PROJETO
Abaixo mostram-se as etapas que foram desenvolvidas no projeto, implementação e ensaios
do pré-regulador Boost. Algumas etapas possuem além da parte formal, uma etapa de simulação,
conforme a necessidade.
Especificações Técnicas
Conversor Boost
Simulação
Comando e Controle
Simulação
Fonte Auxiliar
Simulação
Filtro de EMI e Proteção
Placa de Circuito Impresso
Montagem e Ajustes
Ensaios
Aquisições
Fluxograma 1.
9
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4 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO E DEFINIÇÃO DA TOPOLOGIA DO PRÉREGULADOR
Sejam as seguintes especificações para o pré-regulador Boost:
•
Po = 600W
- Potência de saída;
•
Vin = (110V-20%) à (220V+20%)
- Tensão de entrada (Universal);
•
Vo = 400V
- Tensão na saída do conversor;
•
∆V = 5%Vo
- Ondulação da tensão de saída;
•
∆i = 10%Ipico
- Ondulação da corrente no indutor Boost;
•
Top = 400C
- Temperatura de operação;
•
∆T = 400C
- Elevação máxima de temperatura;
•
fs = 130kHz
- Freqüência de comutação;
•
Filtro de EMI (Eletromagnetic Interferense);
•
Filtro de entrada;
•
Montagem em placa de circuito impresso;
•
Semicondutor operando como interruptor: MOSFET;
•
Circuito integrado para o comando e controle: UC3854;
•
Snubber no interruptor principal;
•
Calculo térmico do dissipador.
Com base nas especificações dadas anteriormente, define-se na Fig. 3 o diagrama de blocos
da fonte de alimentação com alto fator de potência a ser implementada.
Rede
Tensão
Universal
Partida
e
Proteção
Retificador e
Pré-regulador
Boost
Filtro
de
EMI
Fonte
Auxiliar
Carga
Realimentação
Controle
e Comando
Fig. 3 - Diagrama de blocos da fonte de alimentação.
10
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Na Fig. 4 tem-se o esquema elétrico completo da fonte de alimentação.
Filtro
Partida e proteção
de
entrada
Filtro de EMI
Ponte retificadora
Lin
NA
F1
Relê
L1
Rstart
Lsn
Csn
Ra1
Sb
Cf
Cx
Vin
Db
B1
Cy
Dsn
Vg
Rvar
Cy
Cdes
Vsh
+
-
0
R2
R6
R3
Fonte auxiliar
+
Ra2
Rsh
R1
Co
P1
ILin
L2
Dsn
R8
C3
R7
C1
Driver externo
C2
5
Rb
4
3
11
7
Dg2
Rc
Dg1
2
Taux
C9
R9
Dz1
D1
Tg
9
C8
Rs
Rg2
Dzg
Rg1
UC3854
R10
R11
6
1
Rs1
R12
C1
Laux
8
Relê
C6
terra
R13
Dz2
Caux
C2
Vg
16
R14
15
10
13
14
12
R15
C7
+Vcc
C10
C4
C5
R16
D2
Fig. 4 - Esquema elétrico da fonte de alimentação.
Uma das finalidades do circuito de partida e proteção é a de impedir sobrecorrentes no
momento da energização do pré-regulador devido aos capacitores de filtragem da saída do
conversor boost e da fonte auxiliar estarem descarregados e comportarem-se como curto circuitos
instantâneos. Esta função é desempenhada pelo Rstart e pelo relê. No instante da energização do préregulador, a tensão de saída da fonte auxiliar começa a crescer lentamente, o que ocorre devido à
carga do capacitor de filtragem (Caux). Durante este tempo de crescimento da tensão de saída da
fonte auxiliar o relê não está atuando, fazendo com o que resistor Rstart esteja em série com o
circuito limitando a corrente de partida do pré-regulador. No instante em que a tensão de saída da
fonte auxiliar atingiu o valor necessário para acionar o relê (aproximadamente 12V), o contato NA
curto-circuita o resistor Rstart permitindo o funcionamento normal do pré-regulador. A proteção
contra surtos de tensão oriundos da rede é realizada por meio do varistor R2. Para tensão nominal
(220V) sua resistência é alta, drenando pouca corrente. No instante em que ocorrer algum surto de
tensão na rede, a resistência do varistor (Rvar) diminui consideravelmente, drenando uma corrente
muito maior que a nominal do circuito, provocando a ruptura do fusível de proteção F1.
O circuito de filtro de EMI tem por finalidade atenuar a níveis aceitáveis as interferências
conduzidas da fonte de alimentação para a rede, as quais podem interferir no funcionamento de
equipamentos conectados à mesma, principalmente os que utilizam tecnologia digital. O filtro
constituído por L1/L2 e Cy/Cy é denominado de filtro de EMI para correntes assimétricas. A
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11
construção do par de indutores acoplados (L1/L2) é feita de tal modo que a corrente principal não
encontra oposição, pois a indutância de dispersão, se os enrolamentos forem enrolados sobre um
núcleo toroidal, é praticamente nula. No entanto,
para as correntes parasitas assimétricas, a
oposição é igual ao dobro da indutância de um dos indutores. Os capacitores Cy são denominados
de capacitores de modo comum e também têm a finalidade de supressão de interferência
assimétrica. O capacitor Cx apresenta baixa impedância para as correntes simétricas e impede que
elas circulem para a rede.
Conforme apresentado em [1] e constatado em [3], os equipamentos que possuem na sua
entrada um retificador com filtro capacitivo, apresentam, visto pela rede, um fator de potência
baixo. A forma de onda da corrente na entrada destes equipamentos apresenta grande taxa de
distorção harmônica. Desta forma, estes equipamentos, sem a incorporação de alguma medida
corretiva, não se enquadram na norma IEC 61000 3-2. Para resolver o problema apresentado têm-se
soluções envolvendo filtros ativos e/ou passivos. No presente trabalho emprega-se como solução
para este problema um conversor boost operando como filtro ativo. A razão cíclica do interruptor
boost será controlada de modo que a corrente no indutor boost tenha forma de onda idêntica à
tensão de entrada, neste caso uma senóide retificada. Devido ao comando do interruptor boost se
dar através da técnica de controle por valores médios instantâneos, tem-se uma ondulação de
corrente na freqüência de comutação, que deverá então ser filtrada, possibilitando na entrada
formas de onda de corrente e tensão em fase e senoidais.
A fonte auxiliar tem por função alimentar o circuito integrado usado no comando e controle,
bem como os componentes na sua periferia, dos quais faz parte o driver de acionamento do
interruptor boost, e também o relê responsável pelo curto-circuito do resistor de partida Rstart. Desta
forma identificam-se duas etapas distintas de operação da fonte auxiliar: a primeira, na qual o
conversor boost ainda não está operando como pré-regulador porque a tensão de habilitação do
UC3854 ainda não foi atingida, é caracterizada pelo funcionamento da fonte como retificador de
onda completa, portanto, a tensão da fonte auxiliar, que deverá alimentar o relê, é fornecida por um
regulador série transistorizado conectado à saída da ponte retificadora; e a segunda etapa, na qual o
UC3854 está habilitado e conseqüentemente gera os pulsos de comando para o interruptor boost,
tem-se o circuito funcionando com pré-regulador boost, e desta forma, a tensão da fonte auxiliar é
fornecida por um enrolamento auxiliar do indutor boost. Esta topologia foi definida para minimizar
as perdas, pois no regulador série transistorizado tem-se elevadas perdas no resistor de coletor do
transistor, o que inviabiliza a implementação do mesmo. Para diminuir as perdas utiliza-se como
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12
fonte de alimentação auxiliar, em regime permanente, um enrolamento auxiliar no indutor boost,
com retificação em onda completa e regulação a diodo zener. Ainda assim, tem-se perdas no
resistor em série com o diodo zener, mas estas são menores do que seriam no regulador
transistorizado.
Os circuitos de realimentação, controle e comando são implementados usando-se o circuito
integrado UC3854, o qual foi concebido para a presente finalidade. Este circuito integrado utiliza
três realimentações, a saber: tensão de saída do conversor, corrente no indutor boost e forma e valor
médio da tensão de alimentação (tensão da rede CA). A partir destas realimentações e dos
respectivos sinais de referência, passando-se pelos controladores específicos a cada realimentação,
tem-se a geração dos pulsos de comando para o interruptor boost.
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13
5 PROJETO DO PRÉ-REGULADOR BOOST E SNUBBER
5.1 Introdução
Neste capítulo será apresentada a análise qualitativa e quantitativa da etapa de potência do
conversor boost operando como pré-regulador de alto fator de potência. Inicialmente apresentam-se
as etapas de funcionamento do conversor considerando para tanto que a tensão senoidal da entrada
apresente um valor constante para um período de chaveamento do conversor. Esta simplificação é
valida quando a freqüência de comutação do conversor é muito maior do que a freqüência da rede, o
que acontece no caso em estudo. Em seguida apresenta-se a análise matemática do conversor, com
o objetivo de determinar-se o indutor boost e os esforços nos componentes.
5.2 Princípio de funcionamento do conversor boost operando em
condução contínua
De modo a facilitar a análise, será considerado o conversor boost em sua configuração CC-CC
para efeito de descrição das etapas de funcionamento.
Na Fig. 5 mostra-se o diagrama elétrico do conversor boost em estudo.
Db
Lin
+
Sb
Vin
Co
Ro
Vo
-
Fig. 5 - Conversor boost - estágio de potência.
5.2.1 Primeira etapa (t0, t1)
No instante t0 o interruptor Sb entra em condução. Durante esta etapa o indutor Lin armazena
energia recebida da fonte Vin. A corrente no mesmo cresce linearmente até atingir o seu valor de
14
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pico em t1. No instante t1 o interruptor é aberto. A corrente da carga nesta etapa de funcionamento
é fornecida pelo capacitor Co. Na Fig. 6 mostra-se o circuito do conversor para a primeira etapa de
funcionamento. O tempo de duração desta etapa é determinado pelo circuito de controle e comando
em função da tensão de saída, do valor médio da tensão de entrada e da amostra de corrente no
indutor boost.
Lin
Db
+
Sb
Vin
Co
Ro
Vo
-
Fig. 6 - Conversor boost durante sua primeira etapa de funcionamento.
Durante esta etapa, a corrente no indutor pode ser representada por:
I in (t ) = I o ( mín ) +
Vin
t
Lin
(Eq. 1)
Ao final desta etapa a corrente no indutor será a corrente de pico Ip.
5.2.2 Segunda etapa (t1, t2)
No instante de abertura do interruptor Sb em t = t1, o diodo Db entra em condução. Durante
esta etapa, o indutor Lin e a fonte Vin fornecem energia para a carga, desmagnetizando
parcialmente o indutor Lin. A corrente no indutor decresce linearmente até que no instante t2 a
chave seja comandada a conduzir novamente. Na Fig. 7 mostra-se o circuito do conversor boost
para a segunda etapa de funcionamento.
Db
Lin
+
Vin
Sb
Co
Ro
Vo
-
Fig. 7 - Conversor boost durante sua segunda etapa de funcionamento.
15
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Durante esta etapa a corrente no indutor boost é dada por:
I in (t ) = Ip −
Vo − Vin
t
Lin
(Eq. 2)
A entrada em condução do interruptor Sb, quando se finaliza a 2a etapa, é determinado pelo
circuito de controle e comando.
5.3 Análise quantitativa do conversor boost com tensão senoidal na
entrada
Na Fig. 8 mostra-se o conversor boost com tensão senoidal retificada na entrada. Mostra-se
também nesta figura o diagrama de blocos do circuito de comando e controle que será discutido
com detalhes no Cap. 6. O indutor Lin opera em alta freqüência e em condução contínua. O tempo
de condução do interruptor Sb é determinado pelo circuito de controle e comando em função da
tensão de saída, do valor médio da tensão de entrada e da amostra da corrente no indutor boost. Este
sensoriamento (amostragem) da corrente pode ser feito através de um resistor shunt ou usando-se
sensores de efeito hall. O controle do conversor é realizado por valores médios instantâneos através
do circuito integrado UC3854.
Lin
Db
Lf
Vin +
-
Sb
Cf
Co
I
amostrada
Comando
e
Controle
Fig. 8 – Conversor boost como pré-regulador.
Ro
16
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Na Fig. 9 mostra-se a forma de onda da corrente no indutor boost. Por esta forma de onda
nota-se a presença de harmônicas de alta freqüência na corrente de entrada, que é a mesma do
indutor boost para um semi-período da rede. Desta forma torna-se necessário incluir no circuito do
pré-regulador um filtro passa-baixa, a fim de impedir a propagação destas harmônicas de corrente
para a rede. Este filtro passa-baixa é implementado inserindo-se um indutor em série com a rede e
um capacitor em paralelo com a entrada da ponte retificadora a diodos. Como a indutância
necessária para este filtro é pequena, pode-se fazer uso da própria indutância de linha (da rede CA).
I
I
Lin
Lin
t
Fig. 9 - Forma de onda da corrente no indutor boost.
5.4 Análise quantitativa do conversor boost com tensão senoidal na
entrada
No item 5.3 foi discutido o funcionamento do conversor boost operando em condução
contínua. Neste item apresentar-se-á as principais expressões deste conversor visando dimensionar
os componentes do estágio de potência do conversor boost. As expressões mostradas a seguir são
demonstradas em [2].
A tensão de entrada é dada por:
Vin ( t ) = Vp sen(ωt )
(Eq. 3)
Como o conversor está operando em condução contínua, a relação entre a tensão de entrada e
17
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a tensão de saída é dada por:
Vo
1
Vo
1
=
∴
=
Vin 1 − D
Vp ⋅ sen(ωt ) 1 − D(ωt )
(Eq. 4)
Isolando-se D(ωt) tem-se a expressão que define a razão cíclica para um período completo de
funcionamento do conversor boost, o que equivale a meio período de rede:
D ( ωt ) = 1 −
Vp
sen(ωt )
Vo
(Eq. 5)
A curva que representa o comportamento da razão cíclica em função do ângulo (θ = ωt) é
mostrado na Fig. 10. Para traçar esta curva foram utilizados os valores de Vp e Vo específicos para
este trabalho.
1.0
0.8
D(θ)
0.6
0
θ
π
2
π
Fig. 10 - Razão cíclica para um período de funcionamento.
A razão cíclica máxima ocorre na passagem por zero da tensão de entrada:
D máx = 1
p/ ωt = n ⋅ π
n = 0,1,2,...
A razão cíclica mínima ocorre no pico da tensão de entrada:
(Eq. 6)
18
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D min = 1 −
1
β
p/ ωt = (2 ⋅ n + 1) ⋅
π
2
n = 0,1,2,...
(Eq. 7)
Quando o interruptor está conduzindo tem-se:
Vp ⋅ sen(ωt ) = L in ⋅
di Lin
dt
(Eq. 8)
Para um período de funcionamento tem-se:
Vp ⋅ sen(ωt ) = L in ⋅
∆i Lin
∆t
(Eq. 9)
O tempo em que o interruptor está conduzindo é dado por:
∆t = D ⋅ Ts
(Eq. 10)
Usando as (Eq. 5), (Eq. 9) e (Eq. 10) tem-se:
Lin ⋅ ∆i Lin
Vp
= sen(ωt ) −
sen 2 (ωt )
Vp ⋅ Ts
Vo
(Eq. 11)
Definindo-se o termo a esquerda da (Eq. 11) como variação de corrente parametrizada ( ∆i Lin )
tem-se:
∆i Lin =
Lin ⋅ ∆i Lin
Vp ⋅ Ts
(Eq. 12)
A curva mostrando a ondulação de corrente parametrizada, para as especificações de projeto
deste trabalho, é mostrada na Fig. 11.
19
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0.8
0.6
∆i Lin (θ)
0.4
0.2
0
0
θ
π
2
π
Fig. 11- Variação da corrente parametrizada para um período de funcionamento.
Esta curva mostra que a máxima variação de corrente parametrizada ocorre em π/2 e é dada
por:
∆i Lin = sen(ωt ) −
Vp
2 ⋅ 88
π
π
sen 2 (ωt ) = sen  −
sen 2   = 0,689
Vo
2
400
 
2
(Eq. 13)
Portanto pode-se determinar a indutância pela expressão dada abaixo:
Lin =
∆i Lin ⋅ Vp
∆i Lin max ⋅ fs
(Eq. 14)
A ondulação de corrente é determinada em porcentagem da corrente de pico na entrada.
5.5 Correntes na entrada do pré-regulador
Em função da operação do circuito sob tensão universal, tem-se diferentes valores de corrente
na entrada para as diversas possibilidades de tensão na entrada.
Para tensão nominal de 220V na entrada tem-se:
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I in _ ef =
Po
600
=
= 2,87 A
η ⋅ Vin 0,95 ⋅ 220
I in _ pico = 2 ⋅ I in _ ef = 2 ⋅ 2,87 = 4,06A
20
(Eq. 15)
(Eq. 16)
Para a menor tensão na entrada tem-se:
I in _ ef _ max =
Po
600
=
= 7,10A
η ⋅ Vin _ min 0,95 ⋅ 88
I in _ pico _ max = 2 ⋅ I in _ ef _ max = 2 ⋅ 7,10 = 10,04A
(Eq. 17)
(Eq. 18)
5.6 Projeto do indutor boost (Lin)
5.6.1 Dimensionamento da indutância
A ondulação de corrente sobre o indutor boost é dada por:
∆i max = 10% I in _ pico _ max = 0,1 ⋅10,04 = 1,004A
(Eq. 19)
A tensão de pico na entrada para a menor tensão é dada por:
Vp = 2 ⋅ Vin _ min = 2 ⋅ 88 = 124,45V
(Eq. 20)
Assim, o indutor boost é determinado por:
L in =
∆i Lin ⋅ Vp
0,689 ⋅ 124,45
=
= 0,657 mH
∆i Lin max ⋅ fs
1,004 ⋅ 130k
(Eq. 21)
5.6.2 Escolha do Núcleo
Para escolha do núcleo é usada a (Eq. 22):
AeAw =
L in ⋅ I in _ pico _ max ⋅ I in _ ef _ max ⋅10 − 2
kw ⋅ B max ⋅ J max
(Eq. 22)
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21
Onde:
•
Ae
-
Área da seção transversal do núcleo;
•
Aw
-
Área da janela do núcleo;
•
Kw = 0,7
-
Fator de utilização da área da janela;
•
Jmax = 300A/cm2 -
Densidade de corrente;
•
Bmax = 0,25T
Variação da densidade de fluxo.
-
Os valores de Kw, Jmáx e Bmáx são valores típicos de projeto [7], para as especificações
anteriormente apresentadas.
Portanto o produto AeAw será:
AeAw =
0,657 m ⋅10,04 ⋅ 7,10 ⋅10 − 2
= 8,92cm 4
0,7 ⋅ 0,25 ⋅ 300
(Eq. 23)
Da tabela de núcleos do fabricante Thornton escolhe-se o núcleo E-65/26 que possui os
seguintes dados de fabricação:
Ae = 5,32cm 2
(Eq. 24)
Aw = 3,7cm 2
(Eq. 25)
AeAw = 19,68cm 4
(Eq. 26)
Lt = 19cm
- Comprimento médio de uma espira.
(Eq. 27)
Ve = 78,2cm 3
- Volume do núcleo
(Eq. 28)
O número de espiras pode ser determinado por:
N Lin =
L in ⋅ I in _ pico _ max ⋅10 4
B max ⋅ Ae
=
0,657m ⋅10,04 ⋅10 4
= 49,60 ≅ 50 espiras
0,25 ⋅ 5,32
O entreferro é determinado por:
(Eq. 29)
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lg =
N L in 2 ⋅ µo ⋅ Ae ⋅10 −1
L in
=
50 2 ⋅ 4π ⋅10 − 7 ⋅ 5,32 ⋅10 −1
= 2,54mm
0,657m
22
(Eq. 30)
A seção dos condutores é dada por:
S Lin =
I in _ ef _ max
J max
=
7,10
= 0,024cm 2
300
(Eq. 31)
Podem ser usados três (3) condutores de 18 AWG em paralelo. A resistividade e área do
condutor isolado, para o condutor 18 AWG são dadas por:
S18 AWG = 0,008231cm 2
(Eq. 32)
ρ18 AWG @ 100 0 = 0,000280 Ω / cm
(Eq. 33)
S18 AWG _ isolado = 0,009735 cm 2
(Eq. 34)
5.6.3 Elevação da temperatura do indutor boost
A resistência do condutor usado no enrolamento do indutor boost é dada por:
R fio = N Lin ⋅
ρ18 AWG @ 100 0
3
⋅ lt = 50 ⋅
0,000280
⋅19 = 0,089Ω
3
(Eq. 35)
Portanto a potência perdida por efeito joule no cobre é dada por:
Pcu = R fio ⋅ I in _ ef _ max 2 = 0,089 ⋅ 7,10 2 = 4,49 W
(Eq. 36)
Para o material IP-12 da Thornton @ 800C tem-se:
Cm = 7,9292 ⋅10 −3
x = 1,4017
y = 2,3294
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23
A variação da densidade do fluxo magnético em função da ondulação de corrente no indutor
boost pode ser determinada por:
∆B max =
∆i max ⋅ B max 1,004 ⋅ 0,25
=
= 0,025T
I in _ pico _ max
10,04
(Eq. 37)
As perdas no núcleo são determinadas por:
y
Ve
 ∆B max 
 0,025 
Pnucleo = Cm ⋅ fs x ⋅ 
= 7,9292 ⋅10 −3 ⋅130k1, 4017 ⋅ 
 ⋅

 2 
 2  1000
2,3294
⋅
78,2
= 0,337 W
1000
(Eq. 38)
As perdas totais são:
Ptotal = Pcu + Pnucleo = 4,49 + 0,337 = 4,762 W
(Eq. 39)
A resistência térmica é dada por:
Rt = 23 ⋅ (AeAW) − 0,37 = 23 ⋅ (19,684) −0,37 = 7,637 0 C / Ω
(Eq. 40)
A elevação de temperatura é dada por:
∆t = Ptotal ⋅ Rt = 4,762 ⋅ 7,637 = 36,366 0 C
(Eq. 41)
Possibilidade de construção
A área de janela necessária é dada por:
Aw nec =
N Lin ⋅ 3 ⋅ S18 AWG _ isolado
kw
=
50 ⋅ 3 ⋅ 0,009735
= 2,067cm 2
0,7
O fator de ocupação é determinado por:
(Eq. 42)
24
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k ocup =
Aw nec 2,067
=
= 0,559
Aw
3,7
(Eq. 43)
Pode-se notar que é possível construir o indutor, ou seja, a área de janela disponível é maior
do que a área necessária pelo enrolamento.
5.7 Dimensionamento do capacitor de saída (Co)
A ondulação de tensão na saída é dada por:
∆Vo = 5%Vo = 0,05 ⋅ 400 = 20V
(Eq. 44)
Portanto, o capacitor de saída pode ser determinado por:
Co =
600
Po
=
= 99,47µF ≅ 100µF
4 ⋅ π ⋅ f ⋅ Vo ⋅ ∆Vo 4 ⋅ π ⋅ 60 ⋅ 400 ⋅ 20
(Eq. 45)
Pode-se usar então dois capacitores de 220µF x 250V ligados em série, resultando em um
capacitor de 110µF x 500V.
5.8 Dimensionamento do interruptor boost (Sb)
A corrente eficaz sobre o interruptor boost é dada por:
I Sb _ ef _ max = I in _ ef _ max
2
3  2 ⋅ Vin _ min ⋅ I in _ pico _ max
− ⋅
8 
Vo

2
2

 = 7,10 2 − 3 ⋅  2 ⋅ 88 ⋅10,04  = 6,83A


8 
400


(Eq. 46)
A corrente de pico sobre o interruptor boost é igual a corrente de pico no indutor boost:
I Sb _ pico _ max = I in _ pico _ max = 10,04A
(Eq. 47)
25
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A tensão máxima sobre o interruptor boost é determinada por:
VSb _ max = Vo +
∆Vo
20
= 400 +
= 410V
2
2
(Eq. 48)
O interruptor escolhido foi o IRFP 460, que é um MOSFET com as seguintes características:
•
I D = 13A @ 100 0 e VGS = 10 V
•
I p = 80A
•
VDS = 500V
•
R DS _ on = 0,27Ω
•
R jc = 0,45Ω / W
•
-
Corrente direta de Dreno;
-
Máxima corrente suportada;
-
Máxima tensão entre Dreno e Source;
-
Resistência entre Dreno e Source;
-
Resistência térmica junção/cápsula;
R cd = 0,24Ω / W
-
Resistência térmica cápsula/dissipador;
•
Tf = 58 ⋅10 −9 s
-
Tempo de descida da corrente de Dreno;
•
Tr = 59 ⋅10 −9 s
-
Tempo de subida da corrente de Dreno.
A partir das características elétricas do interruptor escolhido, estima-se a perda total
(condução + comutação) neste componente:
PSb _ cond = R DS _ on ⋅ I Sb _ ef _ max 2 = 0,27 ⋅ 6,832 = 12,59 W
PSb _ com =
 0,9 ⋅ I Sb _ pico _ max
fs
(Tr + Tf )⋅ 
2
2




130k
 ⋅ Vo =
(59n + 58n )⋅  0,9 ⋅10,04  ⋅ 400 = 19,43W

2
2



PSb _ total = PSb _ cond + PSb _ com = 12,59 + 19,43 = 32,02 W
(Eq. 49)
(Eq. 50)
(Eq. 51)
Para determinar-se o dissipador a ser utilizado, usou-se a referência [8]. A partir da
temperatura ambiente de 400C, considerando-se uma elevação de 600C da superfície do
semicondutor em relação à temperatura ambiente tem-se:
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∆T = Ta + ∆T = 40 + 60 = 100 0 C
26
(Eq. 52)
Pela Fig. 12 pode-se especificar, para a potência de perdas determinada anteriormente, o
dissipador a ser usado. Tem-se então que, para uma elevação de temperatura de 600C e uma
potência de perdas de aproximadamente 32W, o dissipador escolhido é o 119.
Fig. 12 - Ábaco para escolha do dissipador.
Na Fig. 13 mostra-se o perfil do dissipador escolhido (119 da série 100).
Fig. 13 - Perfil do dissipador escolhido.
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27
5.9 Dimensionamento do diodo boost (Db)
A corrente média no diodo boost é dada por:
I Db _ med =
Po 600
=
= 1,5A
Vo 400
(Eq. 53)
A corrente eficaz no diodo boost é dada por:
I Db _ ef _ max =
3
8
2 ⋅ Vin _ min ⋅ I in _ pico _ max
Vo
=
3
8
2 ⋅ 88 ⋅10,04
= 1,92A
400
(Eq. 54)
A tensão máxima sobre o diodo boost é dada por:
VDb _ max = Vo +
∆Vo
20
= 400 +
= 410V
2
2
(Eq. 55)
O diodo a ser utilizado será o MUR 460 que possui as seguintes características:
•
I F = 4A @ 40 0
-
Corrente média direta @ 400C;
•
I F = 2,5A @ 100 0
-
Corrente média direta @ 1000C;
•
Vr = 600V
-
Tensão reversa máxima.
5.10 Dimensionamento da ponte retificadora (B1)
A corrente média na entrada, levando-se em consideração a ondulação de corrente em alta
freqüência, já que a filtragem é dada antes da ponte, pode ser determinada de modo conservativo
por:
I Dret _ med = 0,45 ⋅ ( I in _ pico _ max + ∆I Lin ( máx ) ) = 0,45 ⋅ (10,04 + 1,004) = 4,97 A
(Eq. 56)
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28
A corrente eficaz na ponte retificadora é dada por:
I Dret _ ef _ max = 0,707 ⋅ ( I in _ pico _ max + ∆I Lin ( máx ) ) = 0,707 ⋅ (10,04 + 1,004) = 7,80 A
VDret _ max = 2 ⋅ Vin _ max = 2 ⋅ 264 = 373,35V
(Eq. 57)
(Eq. 58)
A partir destas informações escolheu-se a ponte retificadora SKB7/08 da Semikron, que
possui as seguintes características:
•
I D = 7 A @ Tc = 117 0 C
-
Corrente direta;
•
Vr = 800V
-
Tensão máxima direta.
5.11 Dimensionamento do filtro de entrada (C1)
A freqüência de ressonância do par Lf e C1 deve ser posicionada uma década (fs/10) antes da
freqüência de comutação e deve ser cinqüenta (50) vezes maior que a freqüência da rede (50fr).
Com estas restrições, a freqüência de ressonância do filtro será:
50 ⋅ f r ≤ f f ≤
fs
10
∴
50 ⋅ 60 ≤ f f ≤
130k
10 ∴ 3kHz ≤ f f ≤ 13kHz ∴
f f = 8kHz
(Eq. 59)
Como o conversor opera em condução contínua, a amplitude da componente de corrente na
freqüência de comutação é baixa, sendo suficiente o aproveitamento da indutância parasita da linha
para a composição do filtro de entrada. Essa indutância é da ordem de 1µH/m. Considerando-se
uma distância média de 150m da entrada do pré-regulador ao secundário do transformador que
alimenta a instalação tem-se:
L f = 150µH
Desta forma o capacitor de filtro pode ser determinado por:
(Eq. 60)
29
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C1 =
1
L f ⋅ (2 ⋅ π ⋅ f f )
2
=
1
150µ ⋅ (2 ⋅ π ⋅ 8k )2
= 2,6µF
(Eq. 61)
Como o valor deste capacitor é aproximado, em função da indutância de linha não ser
conhecida com exatidão usou-se para C1 um capacitor de poliéster de 1µF x 400V, em função da
disponibilidade do laboratório.
5.12 Snubber não-dissipativo para entrada em condução
Com a configuração usual do conversor elevador, a maior parte da energia perdida durante as
comutações, ocorre por causa da recuperação reversa do diodo boost, cujo efeito é um pico de
corrente circulando sobre o interruptor principal. Se este pico de corrente ocorrer enquanto a tensão
sobre este interruptor ainda for elevada, tem-se então uma grande quantidade de energia perdida.
Uma configuração de snubber que limita a derivada de crescimento da corrente sobre o
interruptor faz com que não haja coincidência entre o pico de corrente de recuperação reversa e
tensão alta sobre o interruptor, eliminando-se a maior parte das perdas por comutação do circuito. A
topologia do conversor com o snubber não-dissipativo é então apresentada na Fig. 14.
Db
Ls
Cs
+
Ii
Ds1
Sb
Ds2
_
Vo
Circuito snubber
Fig. 14 - Conversor elevador com snubber não-dissipativo para entrada em condução.
As etapas de operação deste circuito são descritas a seguir.
30
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Db
+
vCs_
Db
Ls
iLs
+
vCs_
Cs
+
Ii
Ds1
_ Vo
Ds2
Cs
Ds1
Ds2
_ Vo
Sb
Primeira etapa.
Db
Segunda etapa.
Db
Ls
iLs
+
vCs_
+
vCs_
Cs
+
Ds1
_ Vo
Ds2
iLs
Ls
Cs
+
Ii
Ds1
Sb
Ds2
_ Vo
Sb
Terceira etapa.
Db
iLs
+
vCs_
Quarta etapa.
Db
Ls
+
vCs_
Cs
+
Ii
Ls
+
Ii
Sb
Ii
iLs
Ds1
_ Vo
Ds2
iLs
Ls
Cs
+
Ii
Ds1
Ds2
Sb
Sb
Quinta etapa.
Sexta etapa.
Db
+
vCs_
iLs
Ls
Cs
+
Ii
Ds1
Ds2
_ Vo
Sb
Sétima etapa.
Fig. 15 - Etapas de funcionamento.
_ Vo
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31
1a etapa: (t0 – t1) Transferência de energia.
Durante esta etapa, conduz o diodo principal, transferindo energia da fonte de entrada para a
carga.
2a etapa: (t1 – t2) Etapa linear.
O interruptor principal é comandado a conduzir. A corrente que circula pelo indutor (Ls)
decresce linearmente e a corrente sobre o interruptor principal cresce linearmente com a mesma
derivada. Isto ocorre até que a corrente pelo indutor se anule. A tensão sobre o interruptor vai a
zero.
3a etapa: (t2 – t3) Etapa linear (recuperação do diodo).
A corrente que circula pelo indutor inverte de sentido e cresce linearmente, armazenando
energia, até que o diodo principal recomponha sua capacidade de bloqueio.
4a etapa: (t3 – t4) Etapa ressonante.
Ocorre uma ressonância entre o indutor e o capacitor do snubber. O indutor descarrega a
energia acumulada na etapa anterior sobre o capacitor, carregando-o.
5a etapa: (t4 – t5) Acumulação de energia.
A corrente de entrada circula pelo interruptor principal. Nesta etapa, no circuito real, se dá a
armazenagem de energia no indutor de entrada.
6a etapa: (t5 – t6) Bloqueio do interruptor principal.
Durante esta etapa o interruptor principal é comandado a bloquear. A corrente de entrada
circula pelos diodos do snubber, e ocorre outra ressonância entre o capacitor e o indutor, onde, o
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32
capacitor descarrega parte da energia acumulada. Esta etapa ocorre até que a corrente que circula
pelo indutor se iguale à corrente de entrada, onde ocorre o bloqueio do diodo Ds2.
7a etapa: (t6 – t7) Etapa linear.
A corrente de entrada circula por Ds1, Cs e Ls, descarregando o resto da energia do capacitor.
A tensão sobre o capacitor vai a zero de modo linear. Quando esta tensão se anula, o diodo Ds1
bloqueia e volta-se a primeira etapa.
As principais formas de onda deste circuito são apresentadas na Fig. 16. Verifica-se que,
praticamente, só há perda de energia durante o bloqueio do interruptor principal. Com a utilização
de MOSFET’s esta perda é muito pequena, já que o bloqueio deste tipo de semicondutor é muito
rápido.
∆t3
∆t1
iLs
∆t5
∆t7
Ii
Irr
∆t2
vCs
t
∆t6
Vc
Vc1
∆t4
Vo Irr + Ii
iSb
vSb
t
Ii
iDb
vDb
t
Vo
Vc
Ii
Vc1
t
t0
Irr
t1 t2 t3 t4
D•Ts
t5 t6
Fig. 16 - Principais formas de onda.
t7
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33
5.12.1 Dimensionamento da indutância de Lr e da capacitância de Cr
O indutor do snubber pode ser determinado por:
Lr' =
3 ⋅ Vo ⋅ t rr
I in _ pico _ max
(Eq. 62)
Conhecendo-se o tempo de recuperação reversa do diodo boost (trr), que para o MUR 460 é
dado por:
t rr = 60 ⋅10 −9 s
(Eq. 63)
Pode-se determinar a indutância de Lr’:
Lr' =
3 ⋅ 400 ⋅ 60n
= 7,1µH
10,04
(Eq. 64)
O capacitor Cr’ pode ser determinado por:
Cr ' =
4 ⋅ t com 2
(Eq. 65)
π 2 ⋅ Lr '
O tempo de comutação (tcom) do interruptor é dado por:
t com = 81 ⋅10 −9 s
(Eq. 66)
Desta forma tem-se:
Cr ' =
4 ⋅ 81n 2
π 2 ⋅ 7,1µ
= 374pF
(Eq. 67)
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34
Por simulação obteve-se os seguintes valores para Lr e Cr de modo a buscar a melhor atuação
do Snubber na topologia proposta:
Lr = 10µH
(Eq. 68)
Cr = 45nF
(Eq. 69)
5.12.2 Escolha do Núcleo
Para escolha do núcleo é usada a (Eq. 70):
AeAw =
L r ⋅ I in _ pico _ max ⋅ I Db _ ef ⋅ 10 −2
kw ⋅ B max ⋅ J max
(Eq. 70)
Onde:
• Ae
-
Área da seção transversal do núcleo;
• Aw
-
Área da janela do núcleo;
• Kw = 0,7
-
Fator de utilização da área da janela;
• Jmax = 300A/cm2
-
Densidade de corrente;
• Bmax = 0,25T
-
Variação da densidade de fluxo.
Os valores de Kw, Jmáx e Bmáx são valores típicos de projeto [7], para as especificações de
projeto anteriormente apresentadas.
Portanto o produto AeAw será:
AeAw =
10µ ⋅ 10,04 ⋅ 1,93 ⋅ 10 −2
= 0,037cm 4
0,7 ⋅ 0,25 ⋅ 300
(Eq. 71)
Da tabela de núcleos do fabricante Thornton escolhe-se o núcleo E-19/05 que possui os
seguintes dados de fabricação:
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35
Ae = 0,23cm 2
(Eq. 72)
Aw = 0,27cm 2
(Eq. 73)
AeAw = 0,0621cm 4
(Eq. 74)
Lt = 3,6cm
- Comprimento médio de uma espira.
(Eq. 75)
Ve = 9cm 3
- Volume do núcleo
(Eq. 76)
O número de espiras pode ser determinado por:
N Lr =
L r ⋅ I in _ pico _ max ⋅ 10 4
B max ⋅ Ae
=
10µ ⋅ 10,04 ⋅ 10 4
= 17,5 ≅ 18 espiras
0,25 ⋅ 0,23
(Eq. 77)
O entreferro é determinado por:
lg =
N L r 2 ⋅ µo ⋅ Ae ⋅ 10 −1
Lr
=
18 2 ⋅ 4π ⋅ 10 −7 ⋅ 0,23 ⋅ 10 −1
= 0,94mm
10µ
(Eq. 78)
A seção dos condutores é dada por:
S Lin =
I Db _ ef
J max
=
1,93
= 0,0064cm 2
300
(Eq. 79)
Pode-se usar então um condutor de 19 AWG. A resistividade e área do condutor isolado, para
o condutor 19 AWG são dadas por:
S19 AWG = 0,006527 cm 2
(Eq. 80)
ρ19 AWG @ 100 0 = 0,000353 Ω / cm
(Eq. 81)
S19 AWG _ isolado = 0,007794 cm 2
(Eq. 82)
5.12.3 Elevação da temperatura do indutor Lr
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36
A resistência do condutor usado no enrolamento do indutor Lr é dada por:
R fio = N Lr ⋅
ρ19 AWG @ 100 0
1
⋅ lt = 18 ⋅
0,000353
⋅ 3,6 = 0,02287Ω
1
(Eq. 83)
Portanto a potência de perdas no cobre é dada por:
Pcu = R fio ⋅ I Db _ ef 2 = 0,02287 ⋅ 1,93 2 = 0,085W
(Eq. 84)
Para o material IP-12 da Thornton @ 800C tem-se:
Cm = 7,9292 ⋅10 −3
x = 1,4017
y = 2,3294
A variação no fluxo em função da ondulação de corrente no indutor boost pode ser
determinada por:
∆B max =
∆i max ⋅ B max 1,004 ⋅ 0,25
=
= 0,025T
I in _ pico _ max
10,04
(Eq. 85)
As perdas no núcleo são determinadas por:
y
Ve
 ∆B max 
 0,025 
Pnucleo = Cm ⋅ fs x ⋅ 
= 7,9292 ⋅ 10 −3 ⋅ 130k 1, 4017 ⋅ 
 ⋅

2
1000
 2 


2,3294
⋅
9
= 0,039W
1000
(Eq. 86)
As perdas totais são:
Ptotal = Pcu + Pnucleo = 0,085 + 0,039 = 0,124W
(Eq. 87)
A resistência térmica é dada por:
Rt = 23 ⋅ (AeAW) −0,37 = 23 ⋅ (0,0621) −0,37 = 64,310 C / Ω
(Eq. 88)
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37
A elevação de temperatura é dada por:
∆t = Ptotal ⋅ Rt = 64,31 ⋅ 0,124 = 7,97 0 C
(Eq. 89)
5.12.4 Possibilidade de construção
A área de janela necessária é dada por:
Aw nec =
N Lr ⋅ 1 ⋅ S19 AWG _ isolado
kw
=
18 ⋅ 1 ⋅ 0,007794
= 0,2cm 2
0,7
(Eq. 90)
O fator de ocupação é determinado por:
k ocup =
Aw nec
0,2
=
= 0,74
Aw
0,27
(Eq. 91)
Pode-se notar que é possível construir o indutor, ou seja, a área de janela disponível é menor
do que a área necessária pelo enrolamento.
5.13 Simulação do estágio de potência do pré-regulador boost
Para confirmar os resultados obtidos anteriormente realizou-se a simulação do estágio de
potência do pré-regulador boost. Na Fig. 17 mostra-se o circuito simulado, a fonte de tensão
alternada foi substituída por uma fonte de tensão contínua. Realizaram-se simulações para a tensão
mínima da rede, pois é justamente nesta tensão que tem-se os maiores esforços de corrente nos
componentes.
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Lin
Db
0.657mH
Lsn
10uH
MUR460
Cr
45nf
Dsn
MUR460
Sb
Vin
124.45V
Dg
38
Dsn
MUR460
IRFP460
Rg
Co
Ro
100uF
267ohm
22
Vg
Fig. 17 - Circuito simulado.
Nota-se no circuito da Fig. 17 a presença do circuito snubber para diminuir os picos de
corrente sobre o interruptor boost durante sua entrada em condução.
Para a tensão mínima na entrada tem-se uma razão cíclica de:
Vp
124,45
π
π
π
D  = 1 −
⋅ sen  = 1 −
⋅ sen  = 0,69
2
Vo
2
400
 
2
 
(Eq. 92)
Desta forma o tempo de condução do interruptor boost é dado por:
Ton = D ⋅ Ts =
D 0,69
=
= 5,3µs
fs 130k
(Eq. 93)
Na Fig. 18 mostra-se a forma de onda da tensão na entrada e na saída.
800V
Vo
600V
400V
200V
Vin
0V
0s
4ms
8ms
12ms
16ms
Time
Fig. 18 - Tensão na entrada e na saída.
20ms
22ms
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39
Na Fig. 19 mostra-se a corrente no indutor, no interruptor e no diodo boost. Nota-se que os
picos de corrente no interruptor são pequenos, isto devido à ação do snubber.
6.0A
I
Lin
5.0A
4.0A
10A
0A
I
Sb
-10A
10A
I
Db
0A
-10A
21.51003ms
21.51500ms
21.52000ms
21.52500ms
21.53000ms
21.53500ms
Time
Fig. 19 - Correntes em Lin, Sb e Db.
Na Fig. 20 mostra-se o detalhe da comutação do interruptor boost (bloqueio e entrada em
condução) para o circuito funcionando sem o snubber. Nota-se que a entrada em condução do
interruptor é altamente dissipativa.
25.0
Bloqueio
Entrada em conducao
20.0
10.0
I
V
Sb
Sb
0
-3.5
Time
Fig. 20 - Detalhe da comutação no interruptor boost sem snubber.
Já na Fig. 21 tem-se detalhe da comutação do interruptor boost (bloqueio e entrada em
condução) para o circuito funcionando com o snubber. Percebe-se uma sensível diferença na
amplitude da corrente sobre o interruptor. Também é indispensável notar-se que a comutação no
interruptor boost, no que concerne à sua entrada em condução é menos dissipativa do que quando o
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40
circuito está operando sem o snubber.
25.0
Entrada em conducao
Bloqueio
20.0
10.0
I
Sb
V
Sb /20
0
-3.5
Time
Fig. 21 - Detalhe da comutação do interruptor boost com o snubber.
Na partida (momento de energização) do circuito, o pré-regulador boost ainda não está
operando, pois a fonte auxiliar ainda não está fornecendo a tensão em um nível suficiente para o
funcionamento do circuito integrado UC3854. Desta forma, o circuito se comporta como um
retificador comum, acarretando em altos valores de corrente nos diodos da ponte retificadora,
indutor e diodo boost.
Na Fig. 22 mostra-se uma simulação supondo-se que o circuito seja conectado à rede no exato
instante em que a mesma se encontra na sua máxima tensão, no caso:
(Eq. 94)
Vin _ max_ pico = 2 ⋅ Vin _ max = 2 ⋅ 264 = 373,35V
150A
I
Inrush
100A
50A
0A
Time
Fig. 22 – Corrente no indutor boost para partida na tensão máxima.
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41
Pode-se concluir que é necessário limitar a corrente de partida do pré-regulador. Isto é feito
usando-se um resistor de alta potência em série com a rede, dimensionado para limitar a corrente de
partida em valores toleráveis pelos componentes do circuito (diodos, indutor boost, resistor shunt,
etc). Após um tempo pré-definido, em função do crescimento da tensão na saída, o resistor de
partida é curto circuitado através de um relê.
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42
6 PROJETO DO CIRCUITO DE CONTROLE E COMANDO
6.1 Descrição da malha de controle
A técnica de controle da corrente de entrada por valores médios instantâneos é uma das mais
utilizadas na correção do fator de potência de retificadores operando em condução contínua de
corrente, sendo, portanto, bastante aconselhada para conversores monofásicos de potência mais
elevada.
Esta técnica consiste em monitorar a corrente de entrada do conversor e controlá-la através da
comutação do interruptor do conversor para que ela siga uma referência senoidal com o mínimo de
erro. Este controle é bastante apropriado para conversores que têm uma característica de fonte de
corrente na entrada, como, por exemplo, o conversor elevador, operando em condução contínua de
corrente no indutor de entrada.
Na Fig. 23 mostra-se o diagrama simplificado da estratégia de controle aplicada ao conversor
Boost.
Lin
D1
Db
+
D2
S1
Vin
+
-
Co
D3
D4
Sensor
de
Corrente
-
Controle
e
Comando
Fig. 23 - Conversor elevador com controle por valores médios instantâneos.
Verifica-se que neste tipo de controle, disponível em alguns integrados comerciais como o
UC3854, além de se fazer um sensoramento da corrente no indutor Lin, existe um controle da
tensão de saída e um sensoramento da tensão da rede.
O projeto adequado dos circuitos de controle e a análise de estabilidade do sistema são pontos
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43
fundamentais para o correto funcionamento do conversor operando em condução contínua de
corrente de entrada para correção do fator de potência.
Na Fig. 24 mostra-se com mais detalhes a malha de controle apresentada inicialmente na
Fig. 23.
Db
Vin
Vo
Sb
ILin
D
Filtro
P.B.
K
PWM
Ri(s)
ei(s)
-
+
-
+
Iref
B
2
X
C
Vref
Multiplicador
A.B
C
ev(s)
A
Rv(s)
Fig. 24 - Malha de controle e comando.
Pode-se verificar que a malha de controle consiste de duas malhas de realimentação: uma
interna de corrente e uma externa de tensão.
O regulador de tensão “Rv(s)” gera um sinal de controle “A” de modo a tentar corrigir o erro
“ev(s)” existente entre a tensão amostrada de saída e um sinal de referência. Logo, se a tensão de
saída é bem maior que a tensão especificada em projeto, o sinal de controle “A” atua de forma a
diminuir a referência “Iref” da malha interna de corrente, colocando o interruptor a conduzir por um
tempo menor. Com isto, a tensão de saída é mantida no valor desejado de projeto. Aqui vale
ressaltar que a malha de tensão deve ter uma resposta bem mais lenta do que a malha de corrente, já
que a ondulação de 120Hz na tensão de saída não pode deixar de existir, caso contrário, a corrente
que aparecerá na entrada do pré-regulador não mais será uma senóide. Conclui-se que esta malha
deve ser sensível a variações no valor médio da tensão de saída e não ao valor instantâneo.
Através do atenuador “K”, amostra-se a tensão retificada da rede, a qual irá impor a forma de
onda da corrente na entrada do pré-regulador. O atenuador gera um sinal de controle “B”.
Através do filtro passa-baixa (Filtro P.B.) amostra-se um valor proporcional ao valor eficaz da
tensão da rede, logo, se por acaso a tensão da rede diminuir, o sinal de controle “C” atuará de forma
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44
a subir a corrente de referência colocando o interruptor a conduzir por mais tempo, mantendo-se
constante o valor médio da tensão de saída. Através do diagrama pode-se verificar que a saída do
filtro passa-baixa é elevada ao quadrado antes de se tornar o sinal de controle “C”. É simples o
porquê desta operação: caso a tensão da rede decresça, isto será sentido não só no filtro passa-baixa,
como também no atenuador “K”. Como o sinal de controle “C” entra no multiplicador dividindo,
enquanto que “B” entra multiplicando, caso a saída do filtro passa-baixa não seja elevada ao
quadrado, a corrente de referência não será sensível à variações da tensão da rede, já que “C” se
cancelaria com “B”. O multiplicador, de posse dos sinais de controle “A”, “B” e “C”, gera uma
corrente de referência “Iref”. Este sinal é comparado com uma amostra da corrente do indutor Boost
e o erro “ei(s)” entra em um regulador de corrente “Ri”. A saída do regulador de corrente é
comparada com um sinal dente de serra, através de um circuito PWM gerando o sinal de comando
para o interruptor Sb.
6.2 Estudo do controle da corrente de entrada
A fim de que a corrente de entrada do pré-regulador siga uma referência senoidal e em fase
com a tensão de entrada, é necessário projetar adequadamente o controle da malha de corrente deste
conversor. Para isto, deve-se levantar a função de transferência da corrente de entrada “ILin” em
relação à variável de controle, no caso a razão cíclica “D”.
6.2.1 Modelo do conversor
A função de transferência G(s) = ILin(s)/D(s) pode ser obtida da maneira descrita a seguir. O
modelo simplificado do conversor operando em condução contínua de corrente e considerando a
tensão de entrada constante e a tensão de saída sem ondulação é apresentado na Fig. 25.
Lin
Db
Sb
Vin
Vo
Fig. 25 - modelo simplificado do conversor Boost.
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45
Para o conversor do tipo Boost, as seguintes relações são válidas (apresentadas anteriormente
no cap. 5):
Vo
1
=
Vin 1 − D
→
Vin = Vo ⋅ (1 − D)
(Eq. 95)
Io
= 1− D
I in
→
I o = (1 − D) ⋅ I in
(Eq. 96)
Quando o interruptor Sb está conduzindo, a tensão sobre ele é zero. No intervalo em que o
mesmo se encontra bloqueado, a tensão sobre ele passa a ser Vo. Logo, pode-se concluir que o
interruptor “Sb” é visto pela fonte de entrada “Vin” como uma fonte de tensão cujo valor médio
vale Vo(1-D). A mesma análise feita para a tensão sobre o interruptor pode ser feita para se
calcular o valor médio da corrente na fonte de tensão de saída “Vo”, tendo como resultado Io = (1D)Iin. Tais aproximações nos leva a redesenhar o circuito da Fig. 25 de modo a obter o circuito da
Fig. 26.
Lin
ILin
Vo(1-D)
+
Vin
-
a
+
-
(1-D)Iin
+
-
Vo
Fig. 26 - Modelo sem semicondutores do conversor Boost.
Da malha de tensão “a” obtém-se a (Eq. 97).
Vin − Vo ⋅ (1 − D) = Lin ⋅
diLin
dt
(Eq. 97)
Isolando-se a derivada de corrente no indutor, obtém-se a (Eq. 98).
diLin Vin − Vo ⋅ (1 − D)
=
dt
Lin
(Eq. 98)
46
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Sabe-se que uma variação na razão cíclica do interruptor “Sb” implica em uma variação na
corrente do indutor, logo, inserindo tal perturbação na (Eq. 98) obtém-se a (Eq. 99).
d (iLin + ∆iLin ) Vin − Vo ⋅ (1 − ( D + ∆D))
=
dt
Lin
(Eq. 99)
d (iLin ) d (∆iLin ) Vin − Vo ⋅ (1 − D) Vo ⋅ ∆D
+
=
+
dt
dt
Lin
Lin
(Eq. 100)
De modo a tornar as (Eq. 99) e (Eq. 100) verdadeiras, a (Eq. 101) deve ser válida.
d (∆iLin ) Vo ⋅ ∆D
=
dt
Lin
(Eq. 101)
Aplicando Laplace a (Eq. 101) tem-se a (Eq. 102), a qual representa a função de transferência
do conversor Boost necessária a análise da malha de corrente.
∆iLin ( s )
V
= o
∆D( s) s ⋅ Lin
(Eq. 102)
6.2.2 Controlador de corrente
6.2.2.1 Função de transferência do conversor e características do compensador a ser utilizado
Verificou-se em 6.2.1 que a função de transferência do conversor para o estudo da malha de
controle da corrente é dada por:
∆i Lin ( s )
Vo
=
∆D( s )
s ⋅ Lin
(Eq. 103)
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47
Desta função pode-se tirar algumas conclusões:
ƒ Possui somente um pólo na origem, tendo como conseqüência erro estático nulo;
ƒ É estável, já que a passagem pela freqüência de corte se dá com uma inclinação de
–20dB/década;
Porém, como foi apresentado em [2], a função de transferência encontrada é simplificada e só
se aproximará da real para altas freqüências, já que desprezou-se a ondulação de tensão na fonte de
saída “Vo”. A função real não deverá apresentar ganho elevado para baixas freqüências, o que
acarreta em incremento de erro estático. Esta informação é ilustrada na Fig. 27.
Logo, o compensador a ser empregado na planta do conversor, dentre outras funções, deverá
corrigir o erro estático da mesma. Isto é conseguido com um pólo na origem da função de
transferência do compensador. Um simples integrador possui esta característica, porém, a função de
laço aberto da planta se tornaria instável, já que a mesma cruzaria a freqüência de corte com uma
inclinação de – 40dB/década, como é ilustrado na Fig. 28. A alocação de um pólo e um zero na
função de transferência do compensador faria com que a função de laço aberto apresentasse erro
estático praticamente nulo e passaria pela freqüência de corte com uma inclinação de
– 20dB/década, voltando a tornar o sistema estável. Isto pode ser conseguido utilizando um
compensador do tipo proporcional-integral como é ilustrado na Fig. 29.
dB
Função aproximada
Função real
-20dB/década
Wcorte
0
w
Fig. 27 – Função de transferência do conversor.
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48
dB
G(jw) laço abertor = G(jw) planta * G(jw) integrador
-40db/década
G(jw) planta
G(jw) integrador
0
Wcorte
w
Fig. 28 - Função de laço aberta ilustrativa usando um compensador do tipo integrador.
G(jw) laço aberto = G(jw) planta * G(jw) proporcional-integral
dB
-40db/década
G(jw) proporcional-integral
G(jw) planta
0
Wzero
Wcorte
w
-20db/década
Fig. 29 - Função de laço aberto ilustrativa utilizando um compensador do tipo proporcionalintegral.
Como se pode verificar, o compensador proporcional-integral se mostrou bastante efetivo, no
entanto, ele não realiza a filtragem da ondulação de corrente de alta freqüência na sua saída. O
efeito da freqüência de chaveamento aparecendo na saída do compensador poderá provocar
oscilações na corrente de entrada. Com a colocação de mais um pólo na função de transferência do
compensador, pode-se minimizar bastante tal problema. O compensador com dois pólos (sendo um
na origem) e um zero é o compensador de avanço e atraso de fase. Um desenho ilustrativo
mostrando sua funcionalidade é apresentado na Fig. 30.
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49
dB
G(jw) laço aberto = G(jw) planta * G(jw) avanço-atraso de fase
-40db/década
G(jw) planta
0
G(jw) avanço-atraso de fase
Wz
Wc
Wp2
w
-20db/década
Fig. 30 - Função de laço aberto ilustrativa utilizando um compensador do tipo avanço e atraso
de fase.
6.2.2.2 Compensador de avanço e atraso de fase
O compensador do tipo avanço e atraso de fase é mostrado na Fig. 31.
C1
R3
C2
Vin
R2
Vo
+
Fig. 31 - Compensador do tipo avanço e atraso de fase.
A sua função de transferência é dada pela (Eq. 104).
Vo( s )
=
Vin( s )
− (1 + s ⋅ R3 ⋅ C1)
s ⋅ R3 ⋅ C 2 ⋅ C1
)
s ⋅ R 2 ⋅ (C1 + C 2) ⋅ (1 +
C1 + C 2
(Eq. 104)
Para a qual tem-se:
w p1 = 0
→
freqüência do pólo 1
(Eq. 105)
50
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w p2 =
Wz =
C1 + C 2
R3 ⋅ C 2 ⋅ C1
1
R3 ⋅ C1
→
G fp (dB) = 20 ⋅ log(
→
freqüência do pólo 2
freqüência do zero
R3
)
R2
→
ganho de faixa plana
(Eq. 106)
(Eq. 107)
(Eq. 108)
Para o correto posicionamento dos pólos e zeros deste compensador, deve-se ter em mente as
seguintes observações:
ƒ Quanto maior o valor da frequência do zero, o compensador tende a ficar mais rápido, com
uma banda passante maior, possibilitando menor distorção à corrente de fase;
ƒ A freqüência de corte do sistema (função de transferência de laço aberto) deve ser no
máximo igual a metade da freqüência de comutação, de modo a obedecer o teorema da
amostragem [2];
ƒ O zero deverá estar alocado abaixo da freqüência de corte, para garantir que a função de
transferência de laço aberto cruze a freqüência de corte com uma inclinação que não seja
de –40dB/década. É comum posicionar o zero uma década abaixo da freqüência de corte;
ƒ O ganho em faixa plana do compensador deve ser ajustado para satisfazer o critério da
freqüência de corte;
ƒ O segundo pólo é geralmente posicionado na metade da freqüência de comutação.
6.2.3 Funcionamento da malha de corrente
Para se obter uma corrente de entrada praticamente senoidal e com fator de deslocamento
nulo, é necessário um sistema de controle da corrente do indutor em malha fechada. O diagrama
básico de controle é apresentado na Fig. 32.
51
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Lin
Db
Sb
Vin
+
Vg
+
-
Vo
ILin
Rsh
-
R1
Vsh
VR1
+
R3
+
0
C2
C1
R2
-
Vc
+
+
Vg
Vds
Iref
0
0
Fig. 32 - Diagrama básico de controle.
A corrente no indutor circula por um resistor shunt provocando uma queda de tensão “Vsh”.
Uma fonte de corrente de referência, a qual impõe a forma de onda da corrente que deve circular
pelo indutor, provoca uma queda de tensão no resistor “R1” dada por “VR1”. O compensador, da
forma como está concebido, funciona como um diferenciador, logo, ele estará sempre respondendo
com o intuito de tornar nula a diferença existente entre “Vsh” e “VR1”.
Desprezando a preocupação com a regulação da tensão de saída do circuito, o valor da
amplitude da corrente de referência é fixo, e deve ser calculada como segue (para fins de
simulação):
I ref =
R sh ⋅ ( I in ( pico ) +
∆i Lin
)
2
R1
(Eq. 109)
onde,
I in ( pico ) = Po ⋅
1
Vin (ef )
⋅ 2
(Eq. 110)
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52
E ∆iLin é a ondulação de corrente no indutor.
O sinal gerado na saída do compensador é comparado com uma onda do tipo dente de serra,
gerando o sinal de comando (Vg) para o interruptor.
A partir do esquema apresentado na Fig. 32, pode-se modificar a função de transferência do
conversor considerando-se que a amostra da corrente é obtida através de um resistor shunt e que a
razão cíclica “D” é traduzida por uma tensão de controle “Vc” do compensador a ser comparada
com uma onda dente de serra. Assim, a (Eq. 102), passa a ser descrita da seguinte forma:
Vsh ( s ) Rsh ∆i Lin ( s )
=
⋅
Vc ( s ) VT ∆D( s )
(Eq. 111)
Vsh ( s ) Rsh Vo
=
⋅
Vc ( s ) VT s ⋅ Lin
(Eq. 112)
Onde VT é a amplitude do sinal da dente de serra.
6.3 Estudo do controle da tensão de saída
A fim de que se possa controlar a tensão de saída, é necessária a inclusão de um regulador de
tensão. Este regulador, deve ser lento, como já foi dito anteriormente, a fim de que ele não cause
problemas de distorção na corrente de entrada.
6.3.1 Modelo do conversor
Para se projetar o compensador adequado, é necessário se conhecer a função de transferência
Gv(s) = Vo(s)/ILin(s).
Como se sabe, em um conversor do tipo Boost, a corrente média na carga é a mesma que no
diodo. Logo, a corrente média no diodo pode ser escrita em função da corrente média no indutor
como indica a (Eq. 113).
I Dmd = (1 − D) ⋅ I Lin
(Eq. 113)
53
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Com isto, para efeito de simplificação, a saída do conversor Boost pode ser representada
como indica a Fig. 33.
IDmd
Co
Ro
Fig. 33 - Circuito para dedução da função de transferência.
A corrente fornecida pela fonte de corrente é igual a somatória das correntes no capacitor e no
resistor de carga, logo:
(1 − D) ⋅ I Lin = Co ⋅
dVo Vo
+
dt Ro
(Eq. 114)
Aplicando Laplace a (Eq. 114), obtém-se a (Eq. 115) que representa a função de transferência
do conversor Boost necessária ao projeto do compensador de tensão.
Vo ( s )
R ⋅ (1 − D)
= o
I Lin ( s ) 1 + s ⋅ Co ⋅ Ro
(Eq. 115)
6.3.2 Controlador de tensão
6.3.2.1 Função de transferência do conversor e características do compensador a ser utilizado
Verificou-se em 6.3.1 que a função de transferência do conversor para o estudo da malha de
controle da tensão de saída é dada por:
Vo ( s )
R ⋅ (1 − D)
= o
I Lin ( s ) 1 + s ⋅ Co ⋅ Ro
(Eq. 116)
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54
Desta função pode-se tirar algumas conclusões:
ƒ Possui somente um pólo e o mesmo não se encontra na origem, ocasionando desta forma o
aparecimento de um erro estático, o qual deve ser corrigido pelo compensador a ser
projetado;
ƒ É estável, já que a passagem pela freqüência de corte se dá com uma inclinação de
–20dB/década;
Se no modelo fosse considerada a resistência série do capacitor de saída, existiria um zero na
função de transferência. No entanto, este zero estaria localizado em uma freqüência muito superior
à do pólo formado por Ro e Co, fazendo com que o pólo seja dominante em relação ao zero. Pode-se
então desprezar o efeito do zero e a tensão de saída terá uma resposta lenta frente a variações da
corrente de entrada.
Logo, o compensador a ser empregado na planta do conversor, dentre outras funções, deverá
corrigir o erro estático da mesma. Isto é conseguido com um pólo na origem da função de
transferência do compensador. Um simples integrador possui esta característica, porém, a função de
laço aberto da planta se tornaria instável, já que a mesma cruzaria a freqüência de corte com uma
inclinação de – 40dB/década, como é ilustrado na Fig. 34 . A alocação de um pólo na origem e um
zero na função de transferência do compensador faria com que a função de laço aberto apresentasse
erro estático praticamente nulo e passaria pela freqüência de corte com uma inclinação de
– 20dB/década, voltando a tornar o sistema estável. Isto pode ser conseguido utilizando um
compensador do tipo proporcional-integral como é ilustrado na Fig. 35. Nota-se que,
propositalmente, desenhou-se o diagrama de ganho do compensador com um ganho em faixa plana
negativo; isto é necessário para que o compensador não corrija a ondulação de tensão na freqüência
de 120Hz, correção tal que necessitaria de um ganho elevado para a atuação do compensador em
alta freqüência.
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55
G(jw) laço abertor = G(jw) planta * G(jw) integrador
dB
-40db/década
G(jw) planta
G(jw) integrador
-20db/década
0
Wpólo
Wcorte
w
Fig. 34 - Função de laço aberto ilustrativa utilizando um compensador do tipo integrador.
G(jw) laço abertor = G(jw) planta * G(jw) proporcional-integral
dB
G(jw) planta
-40db/década
-20db/década
Wpólo
0
Wcorte
G(jw) proporcional-integral
w
Wzero
Fig. 35 - Função de laço aberto ilustrativa utilizando um compensador do tipo proporcionalintegral.
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56
6.3.2.2 Compensador proporcional-integral
O compensador do tipo proporcional integral é mostrado na Fig. 36.
R7
Vin
C3
R6
Vo
+
Fig. 36 - Compensador do tipo proporcional integral.
A sua função de transferência é dada pela (Eq. 117).
Vo( s ) − (1 + s ⋅ R7 ⋅ C 3)
=
Vin( s )
s ⋅ R6 ⋅ C 3
(Eq. 117)
onde,
w p1 = 0
Wz =
→
1
R7 ⋅ C 3
freqüência do pólo 1
(Eq. 118)
→
(Eq. 119)
G fp (dB) = 20 ⋅ log(
freqüência do zero
R7
)
R6
→
ganho de faixa plana
(Eq. 120)
Para o correto posicionamento dos pólos e zeros deste compensador, segue-se a seguinte
metodologia:
ƒ O zero deverá estar alocado abaixo da freqüência de corte, para garantir que a função de
transferência de laço aberto cruze a freqüência de corte com uma inclinação que não seja
de –40dB/década. Posiciona-se o zero em uma freqüência uma década abaixo da
freqüência de 120Hz que deve estar presente na ondulação da tensão de saída;
ƒ Ajusta-se o ganho em faixa plana para ter um valor negativo. Considera-se –10dB um
valor adequado.
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57
6.3.3 Funcionamento da malha de tensão
Para se obter uma tensão de saída com valor médio regulado, é necessário um sistema de
controle desta tensão em malha fechada. O diagrama básico de controle é apresentado na Fig. 37.
Lin
Db
Ra1
Sb
Vin
Vg
+
-
Co
+
Ra2
ILin
Rsh
-
R1
Vsh
+
0
VR1
+
Regulador de corrente
Vg
e
PWM
C3
R7
R6
Iref'
Vc
Va
+
Iref
0
+
-
Vref
Fig. 37 - Diagrama básico de controle.
Como se pode verificar, o compensador de tensão irá gerar um sinal de controle “Vc” que
multiplicado por “Iref” dará origem ao novo sinal de referência para a malha de corrente. Para
compreender melhor o funcionamento da malha de tensão, toma-se a seguinte situação como
exemplo: Em um dado instante houve uma redução na carga alimentada pelo conversor, logo, a
tensão média de saída sobe e fica maior que o nível especificado em projeto. O compensador
integra o erro devido à diferença entre o valor amostrado “Va” e o valor de referência “Vref”,
gerando um sinal de controle que, multiplicado por “Iref”, tenderá a diminuir o tempo em que o
interruptor irá conduzir, diminuindo desta forma o valor médio da tensão de saída até o valor
58
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especificado em projeto.
Para o cálculo dos resistores Ra1 e Ra2 utiliza-se a (Eq. 121).
Vref =
Vo ⋅ R a 2
Ra1 + Ra 2
(Eq. 121)
6.4 Circuito integrado UC3854
Como já foi mencionado anteriormente, existe no mercado um circuito integrado (CI) de 16
pinos que faz toda a função do circuito de controle, comando e proteção necessária ao
funcionamento de um conversor no modo de condução contínua para uma aplicação como préregulador de elevado fator de potência. Este CI é o UC3854 da Unitrode.
Na Fig. 38 é apresentado o UC3854 interligado ao conversor Boost.
Lin
Db
Ra1
S1
Vg
Co
P1
+
-
ILin
Ra2
Rsh
R1
Vsh
+
0
R2
R6
R3
R8
R7
C1
C3
C2
5
4
3
11
7
2
C9
Vg
16
R9
Tg
9
C8
Dg2
Dg1
Rg1
UC3854
R10
R11
6
R12
terra
R13
8
C6
1
R14
15
10
13
14
12
R15
C7
C10
C4
C5
R16
+Vcc
Fig. 38 - Aplicação do UC3854 em um pré-regulador do tipo Boost.
Rg2
Dzg
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59
De modo a compreender toda a capacidade deste circuito integrado, apresenta-se abaixo um
breve comentário sobre a função desempenhada por cada pino, assim como uma metodologia para o
dimensionamento de todos os componentes interligados a este CI.
6.4.1 Pino 1 - Terra
Todas as tensões envolvidas no circuito de controle e comando são referenciadas a este pino.
6.4.2 Pino 2 – Proteção contra sobrecorrente
Este pino é responsável pela proteção do circuito de potência contra sobrecorrente. Interno ao
CI, este pino é conectado a um circuito lógico que, na presença de uma tensão V pino 2 = 0 , o mesmo
desabilita os pulsos de comando do interruptor (saída do pino 16). Como pode-se verificar na Fig.
38, a este pino estão conectados 3 componentes: R8, R9 e C9. Sabe-se que, interno ao pino 9, há
uma fonte dc regulada no valor de Vref = 7,5V, logo, tomando-se a malha de corrente formada por
R8, R9, Vref e Rsh, obtém-se a seguinte expressão:
7,5 − V pino 2
R9
=
V pino 2 − VRsh ( máx )
R8
(Eq. 122)
O valor máximo de corrente que será permitido por este pino de proteção vale:
I proteção = 1,1 ⋅ I pico ( máx )
(Eq. 123)
Com isto,
V Rsh ( máx ) = I proteção ⋅ Rsh
(Eq. 124)
O capacitor C9 funciona como filtro para ruídos de alta freqüência que possam fazer atuar o
circuito de proteção de modo indevido.
60
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6.4.3 Pino 3 e Pino 4 – Compensador da malha de corrente
Interno ao CI, entre estes dois pinos existe um amplificador operacional que deve ser utilizado
como compensador da malha de corrente. Logo, os componentes R2, R3, C1 e C2 são os próprios
componentes do compensador de avanço e atraso de fase analisado em 6.2.2.2.
6.4.4 Pino 5 – Saída do multiplicador
Este pino representa a saída do multiplicador. A este pino está conectado o componente R1, o
qual faz parte do funcionamento do compensador diferencial de avanço e atraso de fase da malha de
corrente. Segundo o catálogo do componente, a corrente máxima que pode ser fornecida pelo
multiplicador é da ordem de 600µA. Por segurança, adota-se um valor máximo permitido de
400µA. Esta corrente é calculada segundo a expressão abaixo:
I mult ( máx ) =
3,75
R16
(Eq. 125)
R16 (pino 12) faz parte do oscilador RC que determina a freqüência de comutação do
interruptor. Logo, R16 deve ser adotado de modo a obedecer o limite da corrente na saída do
multiplicador.
Conforme descrito em 6.2.3, o componente R1 deve ser dimensionado como segue abaixo:
R1 =
VRsh ( máx )
I mult ( máx )
(Eq. 126)
Como apresentado em [2]:
R 2 = R1
(Eq. 127)
61
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6.4.5 Pino 6 – Amostra da forma de onda da tensão da rede
A entrada deste pino é na forma de corrente, ao contrário dos demais pinos que se dá na forma
de tensão. Através deste pino se dá a imposição da forma de onda da corrente que deve ter no
indutor Boost. A este pino estão conectados 2 componentes: R10 e R11. Interno ao pino 6 existe
uma fonte dc de valor V pino 6 = 6V . Caso não existisse o componente R10, a corrente de entrada
deste pino seria dada por:
I pino 6 =
Vin ( pico − máx ) − V pino 6
(Eq. 128)
R11
Logo, enquanto a tensão de entrada da rede não atingisse 6V, a corrente neste pino seria zero,
não representando fielmente a forma de onda desejada (senóide retificada). Colocando-se o
componente R10 entre o pino 6 e o pino 9, a corrente na entrada do pino 6 passa a ser:
I pino 6 ' =
Vin ( pico − máx ) + [−V pino 6 + (Vref − V pino 6 ) ⋅
R11
]
R10
R11
(Eq. 129)
Substituindo-se os valores de Vref e Vpino6 na (Eq. 129), tem-se:
I pino 6 ' =
Vin ( pico− máx ) + (−6 + 1,5 ⋅
R11
)
R10
R11
(Eq. 130)
Logo, pode-se concluir que para R11 = 4 ⋅ R10 , haverá corrente no pino 6 para toda a faixa da
tensão de entrada da rede, logo a forma de onda da corrente será imposta com bastante fidelidade.
Como o pino 6 é a única entrada do multiplicador no modo de corrente, tal valor de corrente
deve obedecer o limite descrito anteriormente, logo:
R11 =
Vin ( pico − máx )
I mult ( máx )
(Eq. 131)
62
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6.4.6 Pino 7 e Pino 11 – Compensador da malha de tensão de saída
Interno ao CI, entre estes dois pinos existe um amplificador operacional que deve ser utilizado
como compensador da malha de tensão de saída. Logo, os componentes R6, R7 e C3 são os
próprios componentes do compensador proporcional-integral analisado em 6.3.2.2.
6.4.7 Pino 8 – Amostra do valor médio da tensão da rede
Como se sabe, a tensão de saída de um conversor do tipo Boost é proporcional à tensão de
entrada, logo, uma variação da tensão da rede provocará imediatamente uma variação na tensão de
saída. Isto fará com que o regulador de tensão tente compensar tal variação da rede. De modo a
tornar o compensador de tensão exclusivo para correção da tensão de saída devido a variações de
carga, através do pino 8 faz-se uma amostra de tensão proporcional ao valor eficaz da rede. Através
desta amostragem, há uma mudança no nível de referência da malha de corrente, compensando tal
variação da tensão da rede.
A este pino estão conectados os componentes: R12, R13, R14, C6 e C7, os quais formam um
filtro de pólo duplo. Segundo o catálogo do fabricante [6], a tensão neste pino deve estar na faixa de
1,414V a 3,5V. Para a tensão mínima neste pino, o qual se dá quando a tensão de entrada é mínima,
é comum ajustar a tensão no capacitor C6 em 7,5V. Devido ao filtro, no pino 8 só haverá a
componente média da tensão da rede.
Para a tensão mínima da rede, sua tensão média é calculada segundo a expressão abaixo:
Vin ( médio− mín ) = Vin ( ef − mín ) ⋅ 0,9
(Eq. 132)
A componente média da corrente que circula por R12, é a mesma que circula por R13 e R14,
já que o pino 8 possui alta impedância de entrada, logo:
Vin ( médio − mín ) − 7,5
R12
e
=
7,5 − 1,414
R13
(Eq. 133)
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7,5 ⋅ R14
R13 + R14
1,414 =
63
(Eq. 134)
Como a tensão de entrada do filtro é uma senóide retificada, a mesma se encontra em uma
freqüência de 120Hz. Como se deseja atenuar ao máximo esta componente alternada, de modo a
obter-se somente a componente média desta tensão no pino 8, projetam-se os pares RC (R13C6 e
R14C7) de modo a terem uma frequência de corte uma década abaixo da frequência que se quer
atenuar, logo:
f corte =
C6 =
C7 =
120Hz
10
1
2 ⋅ π ⋅ f corte ⋅ R13
1
2 ⋅ π ⋅ f corte ⋅ R14
(Eq. 135)
(Eq. 136)
(Eq. 137)
6.4.8 Pino 9 – Tensão de referência
Como já foi mensionado anteriormente, neste pino há uma tensão regulada de 7,5V. A este
pino, também está conectado um capacitor (C8) para filtrar ruídos de alta freqüência.
6.4.9 Pino 10 –“Enable”
Este pino tem a finalidade de habilitar as seguintes funções do circuito integrado: Saída do
circuito PWM, tensão de referência e o oscilador. Através do resistor R15, este pino é conectado ao
+Vcc (fonte de alimentação do circuito integrado).
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64
6.4.10 Pino 12 e Pino 14 – Ajuste da freqüência de comutação
Através dos componentes R16 e C5 determina-se a freqüência de comutação do interruptor
Boost, segundo mostra a equação abaixo:
fs =
1,25
R16 ⋅ C 5
(Eq. 138)
6.4.11 Pino 13 – “Soft Start”
Através deste pino conecta-se o capacitor C4 para a terra. Este capacitor determina o tempo
em que a tensão de referência, partindo de zero, atinge o seu valor nominal; desta forma, a razão
cíclica cresce progressivamente. Para o dimensionamento deste capacitor, utiliza-se a seguinte
equação:
C4 =
7 ⋅ 10 −6 ⋅ t partida
Vref
(Eq. 139)
onde o tempo de partida (tpartida) é o tempo necessário para que o capacitor de saída do conversor
atinja um determinado nível de tensão especificado pelo projetista.
6.4.12 Pino 15 - +Vcc
A este pino conecta-se uma fonte auxiliar com tensão entre 18V e 30V. Também conecta-se
um capacitor (C10) de modo a filtrar ruídos em alta freqüência.
6.4.13 Pino 16 –“ Driver”
É através deste pino que são gerados os pulsos de comando para acionar o interruptor Boost.
Interno ao CI, existe um circuito Driver com a finalidade de fornecer a corrente necessária à
entrada em condução do interruptor. De modo a tornar mais rápido o bloqueio do mesmo, é comum
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65
adicionar um circuito externo a este pino, composto pelos seguintes componentes: Rg1, Rg2, Dg1,
Dg2, Dzg e Tg.
Conforme o catálogo do fabricante [6], o pino 16 pode fornecer uma corrente de no máximo
1A, logo, para o dimensionamento deste circuito externo, considera-se uma corrente de no máximo
700mA. O resistor do gatilho (Rg2) deve ser dimensionado como segue abaixo:
Rg 2 =
V pino16
I pino16 ( máx )
(Eq. 140)
“Dg1” e “Dg2” são diodos de sinal. “Dzg” deve grampear a tensão no gate do Mosfet no
mesmo valor de tensão da saída do pino 16. O transistor “Tg” é do tipo PNP e deve ser
dimensionado para suportar o pico de corrente durante o bloqueio do Mosfet; considera-se este
valor como sendo o próprio I pino16 ( máx ) . “Rg1” tem a finalidade de impor a corrente por “Dg1”
durante a etapa de condução do interruptor, logo deve possuir um valor de resistência adequado
para isto.
6.5 Dimensionamento dos componentes do circuito de controle e
comando
Para o dimensionamento de todos os componentes até agora discutidos de forma qualitativa,
se utilizará a seqüência apresentada no tópico 6.4.
6.5.1 R8, R9, Rsh e C9 – Proteção contra sobrecorrente
Segundo o catálogo do fabricante, um valor típico para “R9” é:
R9 = 10kΩ
Da (Eq. 123) tem-se:
(Eq. 141)
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 P
I proteção = 1,1 ⋅ I pico ( máx ) = 1,1 ⋅  o
V
 in ( mín )

 ⋅ 2 = 1,1 ⋅  600  ⋅ 2 = 10,48 A

 89 

66
(Eq. 142)
Um valor típico para a resistência shunt é:
Rsh = 100mΩ
(Eq. 143)
Devido ao capacitor de saída do conversor Boost estar descarregado durante a energização do
circuito de potência, o mesmo solicitará da rede um pico de corrente. Este valor será limitado em
10A através de um circuito de partida no lado de potência. Com isto, o resistor shunt deve ser capaz
de dissipar a seguinte potência (cálculo bastante conservativo):
PRsh = 100m ⋅ (10 ) = 10W
2
(Eq. 144)
Logo serão utilizados 10 resistores de 1Ω / 1W conectados em paralelo.
Da (Eq. 124) tem-se:
V Rsh ( máx ) = I proteção ⋅ Rsh = −10,48 ⋅ 100m = −1,048V
(Eq. 145)
Da (Eq. 122) tem-se:
7,5 − V pino 2
R9
=
R8 = 1,4kΩ
V pino 2 − VRsh ( máx )
R8
→
→
R8 = 1,5kΩ
7,5 − 0 0 − (−1,048)
=
10k
R8
(Eq. 146)
Segundo o catálogo do fabricante:
C 9 = 470 pF
(Eq. 147)
67
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6.5.2 R1 e R16 – Saída do multiplicador e parâmetro do oscilador de frequência
Adotando-se R16 = 10kΩ tem-se da (Eq. 125):
I mult ( máx ) =
3,75
= 375µA
10k
(Eq. 148)
Como este valor de corrente é menor do que 400µA, o valor adotado para ”R16” está
coerente. Da (Eq. 126) tem-se:
R1 =
1,048
= 2,78kΩ
375µ
→
R1 = 2,7 kΩ
(Eq. 149)
6.5.3 R2,R3,C1 e C2 – Regulador de corrente
Segundo as (Eq. 106), (Eq. 107) e (Eq. 108); e levando-se em conta o procedimento para
alocação dos pólos e zeros, descritos anteriormente, tem-se:
C1 + C 2
2 ⋅ π ⋅ fs
= π ⋅ 130k = 408200radianos
=
R3 ⋅ C 2 ⋅ C1
2
2 ⋅ π ⋅ f corte
1
=
R3 ⋅ C1
10
 fs 
 130k 
2 ⋅ π ⋅ ⋅  2 ⋅ π ⋅ ⋅

4 
4


=
=
= 20410radianos
10
10
(Eq. 150)
(Eq. 151)
O ganho em dB da planta na freqüência de corte desejada vale:
 w ⋅ Vt ⋅ Lin
G planta (204,1k ) = 20 ⋅ log corte
 Rsh ⋅ Vo
Logo:

 204,1k ⋅ 5,4 ⋅ 661µ 
 = 20 ⋅ log
 = 25,2dB
⋅
100
m
400



(Eq. 152)
68
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 R3 
G fp (204,1k ) = 20 ⋅ log
 = G planta (204,1k )
 R2 
R3
= 18,21dB
R2
(Eq. 153)
Da (Eq. 127) tem-se que R 2 = 2,7kΩ , logo, substituindo-se este valor na (Eq. 153) tem-se:
R3 = 18,21 ⋅ 2,7k = 49,17kΩ
→
R3 = 47 kΩ
(Eq. 154)
Substituindo-se “R3” na (Eq. 151) tem-se:
C1 =
1
= 1,04nF
47k ⋅ 20,41k
→
C1 = 1nF
(Eq. 155)
Substituindo-se as (Eq. 154) e (Eq. 155) na (Eq. 150) tem-se:
C2 =
− C1
− 1n
=
= 55 pF
(1 − R3 ⋅ C1 ⋅ 408,2k ) (1 − 47k ⋅ 1n ⋅ 408,2k )
C 2 = 50 pF
Na Fig. 39 mostra-se o diagrama de ganho do controlador de corrente.
(Eq. 156)
69
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200
150
100
C db( w )
G db( w )
G db( w )
C db( w )
50
0
50
1
10
100
3
1 10
w
4
1 10
5
1 10
6
1 10
Fig. 39 - Diagrama de ganho do compensador de corrente.
6.5.4 R10 e R11 – Amostra da forma de onda da tensão da rede
Da (Eq. 131) tem-se que:
R11 =
264 ⋅ 2
= 995,6kΩ
375µ
→
R11 = 1MΩ
(Eq. 157)
Do que foi apresentado no tópico 6.4.5 tem-se:
R10 =
R11 1M
=
= 250kΩ
4
4
→
R10 = 220kΩ
(Eq. 158)
6.5.5 R6, R7, P1, Ra1, Ra2 e C3 – Regulador de tensão e amostra da tensão de
saída
Das (Eq. 119) e (Eq.120), e levando-se em conta o procedimento para alocação do zero
discutido anteriormente para o projeto do compensador da malha de tesão de saída, tem-se:
2 ⋅ π ⋅ (2 ⋅ f rede ) 2 ⋅ π ⋅ (2 ⋅ 60)
1
=
=
= 75,36radianos
R7 ⋅ C 3
10
10
(Eq. 159)
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20 ⋅ log(
R7
) = −10dB
R6
→
R7
= 0,316
R6
70
(Eq. 160)
Adotando-se C 3 = 100nF e substituindo-se este valor na (Eq. 159) tem-se:
R7 =
1
= 132,7kΩ
100n ⋅ 75,36
→
R 7 = 150kΩ
(Eq. 161)
Substituindo-se a (Eq. 161) na (Eq. 160) tem-se:
R6 =
150k
= 474,6kΩ
0,316
→
R 6 = 470kΩ
(Eq. 162)
Adotando-se Ra1 = 100kΩ , tem-se da (Eq. 121) :
Ra 2 =
− Vref ⋅ Ra1
Vref − Vo
=
− 7,5 ⋅ 100k
= 1,91kΩ
7,5 − 400
→
Ra 2 = 1,8kΩ
(Eq. 163)
“P1” é um potenciômetro que tem como finalidade ajustar o nível de referência da tensão de
saída. É uma variável de ajuste da malha de controle. Adota-se P1 = 10kΩ .
Na Fig. 40 mostra-se o diagrama de ganho do controlador de tensão.
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71
30
20
G db_vc( w )
10
0
10
1
10
100
3
1 10
w
1 10
4
1 10
5
1 10
6
Fig. 40 - Diagrama de ganho do controlador de tensão.
6.5.6 R12, R13, R14, C6 e C7 – Filtro passa baixa de pólo duplo
Das (Eq. 132), (Eq. 133), (Eq. 134), (Eq. 135), (Eq. 136) e (Eq. 137) tem-se:
Vin ( médio − mín ) = 89 ⋅ 0,9 = 80,1V
(Eq. 164)
Adota-se R12 = 1MΩ , logo:
(7,5 − 1,414) ⋅ 1M
R13 =
80,1 − 7,5
= 83,8kΩ
→
R14 =
− 1,414 ⋅ R13 − 1,414 ⋅ 82k
=
= 19kΩ
1,414 − 7,5
1,414 − 7,5
f corte =
120
= 12 Hz
10
C6 =
1
= 162nF
2 ⋅ π ⋅ 12 ⋅ 82k
R13 = 82kΩ
→
R14 = 18kΩ
(Eq. 165)
(Eq. 166)
(Eq. 167)
→
C 6 = 220nF
(Eq. 168)
72
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1
= 0,73µF
2 ⋅ π ⋅ 12 ⋅ 18k
C7 =
→
C 7 = 1µF
(Eq. 169)
6.5.7 C8, C10 e R15
Segundo o catálogo do fabricante, adotam-se C 8 = 0,1µF , C10 = 0,1µF e R15 = 22kΩ .
6.5.8
C5 – Definição da freqüência de comutação
De acordo com a (Eq. 138) e com o valor de “R16” calculado no tópico 6.5.2, tem-se:
C5 =
6.5.9
1,25
= 0,96nF
10k ⋅ 130k
→
C 5 = 1nF
(Eq. 170)
C4 – Definição do tempo de partida progressiva
Adotando-se tpartida=1s, tem-se para a (Eq. 45):
C4 =
7 ⋅ 10 −6 ⋅ 1
= 0,93µF
7,5
C 4 = 1µF
→
(Eq. 171)
6.5.10 Rg1, Rg2, Dg1, Dg2, Dzg e Tg – Driver externo
Rg 2 =
15
= 21,42Ω
700m
→
R g 2 = 22Ω
“Dg1” e “Dg2” são diodos de sinal
→
“Dzg” é um zener de 15V
→ 1N4744
“Tg” é um transistor PNP
→ 2N2907
“Ra” é um resistor de 1kΩ.
(Eq. 172)
1N4148
73
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6.6 Simulação
Para comprovar-se o correto funcionamento do circuito de controle e comando do préregulador realizou-se uma simulação do circuito mostrado na Fig. 41.
Lin
Db
L1
10uH
C1
50pF
0.66mH
Dret1
Dret2
Dsna
Rdiva
428k
Dsnb
S1
++
- -
Vin
Dret3
R7
100k
R4
Rdivb
560
Dret4
R6
Ro
100uF
Co
C3
100k
E6
++
- -
-1
100k
267
130nF
15
-15
R5
1.8k
Rsh
PWR
-1
100m
C2
-1
R1
2.7k
0.268
R13
100k
C6
220nF
R14
18k
7.5V
C1
-1
R12
1M
47pF
R3 47k
E5
-1
Vref
1nf
E4
10
-10
V3
10
0
-1
C7
1uF
Fig. 41 - Diagrama elétrico do circuito simulado.
Na Fig. 42 mostra-se a forma de onda da corrente no indutor Lin e da tensão de saída. Nota-se
que o erro em regime é nulo, ou seja, o circuito opera no ponto de operação previsto.
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74
40A
I
in
20A
0A
-20A
600V
V
o
400V
200V
0V
0s
10ms
20ms
30ms
40ms
50ms
60ms
70ms
80ms
Time
Fig. 42 - Corrente na entrada e tensão na saída.
Na Fig. 43 mostra-se a razão cíclica para um semi-período de rede. Nota-se que seu valor
satisfaz a expressão:
D ( ωt ) = 1 −
Vin _ pico
Vo
(Eq. 173)
sen(ωt )
6.0V
D(wt)
5.0V
4.0V
3.0V
2.0V
1.0V
0V
50ms
51ms
52ms
53ms
54ms
55ms
56ms
57ms
58ms
Time
Fig. 43 - Razão cíclica para um semi-período de rede.
O sinal de saída do circuito de controle e comando, o sinal triangular e o resultado da
comparação de ambos é mostrado na Fig. 44.
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6.0V
V
T
4.0V
2.0V
Vc
0V
10V
V
gate
5V
0V
53.73210ms
53.73600ms
53.74000ms
53.74400ms
53.74800ms
53.75200ms
53.75585ms
Time
Fig. 44 - Sinais PWM para razão cíclica mínima.
Já na Fig. 45 são mostrados os sinais PWM para razão cíclica máxima.
6.0V
Vc
4.0V
V
T
2.0V
0V
10V
V
gate
5V
0V
50.23066ms
50.23500ms
50.24000ms
50.24500ms
50.25000ms
50.25500ms
Time
Fig. 45 - Sinais PWM para razão cíclica máxima.
75
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76
7 PROJETO DA FONTE AUXILIAR
7.1 Introdução
Conforme mencionado em capítulos anteriores, o pré-regulador necessita de uma fonte
auxiliar, que tem a finalidade de alimentar o relê e o circuito integrado 3854.
As principais dificuldades para a implementação de uma fonte auxiliar no presente trabalho
são descritas a seguir:
•
A tensão de entrada é universal, dificultando o uso de transformadores para baixa
freqüência, de conexão direta na rede. Esta alternativa é muito interessante,
atualmente, devido ao surgimento de transformadores de reduzido tamanho,
denominados de transformadores saturáveis, os quais permitem operar com tensão
universal na entrada, mantendo a saída relativamente estável num determinado valor;
•
Exigência de alto rendimento do conjunto; desta forma é inconcebível que para préreguladores de baixa potência a perda na fonte auxiliar represente influência no
rendimento global do conjunto;
•
Na partida do pré-regulador, este não atua como conversor boost, desta forma a fonte
auxiliar necessariamente deve ser constituída de dois estágios, um que atua na partida
do pré-regulador, e outro que atua em regime permanente;
•
A exigência no uso de componentes de baixo custo, aliada ao alto rendimento
exigido, o que descarta a possibilidade de uso de reguladores da família 75xx.
Em virtude dos problemas apresentados, vislumbrando-se sobre os materiais disponíveis para
implementação prática do pré-regulador adotou-se a topologia apresentada na Fig. 46.
77
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Lin
B1
Db
Sb
Laux
Vin
A
Rb
Co
Ro
B
Rc
Taux
DZ1
Rs
D1
A
B
D2
+Vcc
Rs1
C1
Caux
DZ2
C2
Relê
NA
Fig. 46- Diagrama esquemático da fonte auxiliar.
Pode notar claramente dois estágios distintos: o primeiro, formado por Taux, Rc, Rb e DZ1 é
responsável pelo fornecimento de tensão para acionamento do relê na partida do pré-regulador; o
segundo, que utiliza um enrolamento auxiliar ao indutor boost (Lin) é um retificador em onda
completa, que devido a sua configuração, semelhante ao dobrador de tensão, proporciona na saída
uma tensão proporcional à tensão de saída do pré-regulador (Vo).
7.2 Definição da carga da fonte auxiliar
A carga da fonte auxiliar é constituída por:
•
Consumo interno do circuito integrado 3854;
•
Consumo externo do circuito integrado 3854;
•
Consumo do circuito de disparo do interruptor boost;
•
Consumo da bobina do relê.
O consumo interno do circuito integrado 3854 é definido pelo fabricante em:
I CI _ in = 16mA
(Eq. 174)
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78
O consumo externo ao circuito integrado é devido à referência interna de 7,5V
proporcionada pelo mesmo e é estabelecido em:
(Eq. 175)
I CI _ ext = 10mA
A corrente exigida por um relê de 12V, para um contato que suporte uma corrente de 10A e
220V é de aproximadamente:
(Eq. 176)
I relê = 40mA
Resta então determinar a corrente do driver interno ao circuito integrado 3854 que realiza o
comando do interruptor boost. Como este interruptor já foi especificado no Cap. 05 deste trabalho,
pode-se determinar a corrente média exigida no “gate” do mesmo pelas expressões apresentadas a
seguir:
E Ciss =
1
⋅ Ciss ⋅ Vg 2
2
(Eq. 177)
Onde:
• Ciss = 4,2nF
-
Capacitância de entrada do MOSFET IRPF460;
• Vg = 15V
-
Tensão máxima de comando fornecida pelo 3854.
Desta forma:
1
⋅ 4,2n ⋅15 2 = 0,4725µJ
2
(Eq. 178)
PCiss = E Ciss ⋅ fs = 0,4725 ⋅130k = 62mW
(Eq. 179)
E Ciss =
I med _ Ciss =
PCiss
Vg
2
=
62mW
15 2
= 4,1mA
Portanto a corrente média total que a fonte auxiliar deve fornecer é dada por:
(Eq. 180)
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I aux = I CI _ in + I CI _ ext + I relê + I med _ Ciss = 16m + 10m + 40m + 4,1m = 70m ≅ 80mA
79
(Eq. 181)
Conforme se nota na (Eq. 181) especificou-se a corrente da fonte auxiliar com um valor um
pouco superior ao determinado, com função, claro, de realizar um projeto conservativo.
7.3 Dimensionamento dos componentes da fonte auxiliar
Para o dimensionamento dos componentes da fonte auxiliar far-se-á referência ao diagrama
esquemático da Fig. 46.
Para a maior tensão da rede tem-se:
Vin _ pico _ max = 2 ⋅ Vin _ max = 2 ⋅ 264 = 373,35V
(Eq. 182)
Portanto pode-se determinar o resistor Rc por:
Rc' =
Vin _ pico _ max − Vaux
I aux
=
373,35 − 22
= 4,4kΩ ≅ 4,7kΩ
0,08
(Eq. 183)
No entanto, para que a tensão da fonte auxiliar seja estabelecida rapidamente convém elevar
a corrente fornecida para a carga do capacitor Caux. Desta forma, usando-se uma corrente de
300mA para o estágio de partida da fonte auxiliar (Taux, Rc, Rb e Dz1) tem-se:
Rc =
Vin _ pico _ max − Vaux
I aux
=
373,35 − 22
= 1,1kΩ ≅ 1,2kΩ
0,3
(Eq. 184)
A potência do resistor Rc é dada por:
PRc ' = Rc ⋅ I aux 2 = 1,2k ⋅ (80m )2 = 7,7 W
(Eq. 185)
Esta seria a potência para operação em regime do circuito de partida da fonte auxiliar. No
entanto este estágio só entra em operação no momento da energização do pré-regulador ou quando
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Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
80
da operação sem carga, que não é recomendada neste caso. Desta forma, é comercialmente aceitável
usar-se uma potência menor para Rc, da ordem de:
(Eq. 186)
PRc ≅ 3W
O resistor de base pode ser dimensionado prevendo-se um ganho forçado para o transistor
regulador série Taux:
I Taux _ base =
I aux 0,3
=
= 30mA
β
10
(Eq. 187)
A corrente de manutenção do diodo zener é pequena e pode ser desprezada a fim de facilitar
o dimensionamento, portanto:
Rb =
Vin _ pico _ max − Vzb
I Taux _ base
=
373,35 − 20
= 11,78kΩ ≅ 12kΩ
0,03
(Eq. 188)
Nota-se que foi escolhido um valor para Vzb menor do que Vaux, isto para que em regime o
transistor Taux permaneça bloqueado.
A potência do resistor de base é dada por:
PRb = Rb ⋅ I Taux _ base 2 = 12k ⋅ (0,008)2 = 0,8W ≅ 1W
(Eq. 189)
Neste caso usou-se para corrente de base em regime o valor da corrente de coletor em
regime (80mA) dividido pelo ganho forçado do transistor Taux (β=10).
A potência do diodo zener (Dz1) é dada por:
Pzb = Vzb ⋅ I Taux _ base = 20 ⋅ 0,008 = 0,16 W ≅ 0,5W
(Eq. 190)
Os diodos D1 e D2 são escolhidos para suportarem uma corrente aproximadamente igual a
Iaux e uma tensão um pouco superior a Vaux, para que o regulador série com diodo zener possa
81
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estabilizar a tensão de saída Vaux. Desta forma pode-se usar os para os diodos D1 e D2 os diodos de
sinal 1N4148, que possuem as seguintes características:
•
I av = 150mA
-
Corrente média direta;
•
VRRM = 75V
-
Tensão reversa máxima.
Os capacitores C1 e C2 são especificados em [9] para um pré-regulador com características
de tensão e circuito de comando semelhantes ao pré-regulador em estudo, desta forma pode-se usar
para os capacitores C1 e C2 os capacitores de poliéster de 0,1µF x 62V.
O capacitor Caux poderia ser dimensionado para uma ondulação de tensão bem específica na
saída da fonte auxiliar, no entanto, para que a ondulação de tensão seja pequena é comercialmente
aceitável usar-se para Caux um capacitor eletrolítico de 100µF x 63V.
O enrolamento auxiliar do indutor boost, responsável por fornecer a tensão auxiliar na
operação em regime é escolhido em função da tensão desejada na saída do mesmo e da corrente da
fonte auxiliar. Como a tensão auxiliar é de 22V deve-se escolher a tensão de saída do enrolamento
auxiliar (VAB) com um valor um pouco superior para garantir o funcionamento do regulador série
com diodo zener, assim sendo, a tensão VAB pode ser da ordem de 30V.
A relação de
transformação do indutor boost é da por:
Rt =
V
N1
400
= o =
= 13,33
N 2 VAB
30
(Eq. 191)
Portanto o número de espiras do secundário será:
N2 =
N1
50
=
= 3,75 espiras ≅ 4 espiras
Rt 13,33
(Eq. 192)
A seção do condutor deve ser escolhida para suportar uma corrente de 80mA. Desta forma,
para uma densidade de corrente de 450A/cm2 tem-se um condutor com seção de 34 AWG.
O resistor Rs é então determinado por:
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Rs =
VAB − Vaux
=
I aux
Vo
N2
− Vaux 400 4 − 22
N1
50
=
= 125Ω ≅ 120Ω
I aux
0,08
82
(Eq. 193)
A potência deste resistor será:
PRs = Rs ⋅ I aux 2 = 120 ⋅ (80m )2 = 0,77 W ≅ 1W
(Eq. 194)
O diodo zener Dz é escolhido para 22V. A potência deste zener é dada por:
Pz = Vz ⋅ I aux = 22 ⋅ 0,08 = 1,76 W ≅ 2 W
(Eq. 195)
Devido ao fato da tensão da fonte auxiliar ser maior que a prevista para a bobina do relê
deve-se limitar a corrente da mesma através de um resistor, dimensionado por:
Rsl =
Vaux − Vrelê 22 − 12
=
= 250Ω ≅ 220Ω
I relê
0,04
(Eq. 196)
A potência deste resistor será;
PRss = R sl ⋅ I relê 2 = 220 ⋅ (40m )2 = 0,35W ≅ 0,5W
(Eq. 197)
7.4 Simulação
Para comprovar os resultados obtidos no corrente capítulo realizaram-se simulações do
circuito da fonte auxiliar.
Na Fig. 47 mostra-se a tensão na saída do pré-regulador e na saída da fonte auxiliar. Nota-se a
comutação realizada pelo relê, aproximadamente estipulada em 70ms, desligando assim a resistor
limitador da corrente de partida. Esta simulação foi realizada para tensão mínima na entrada, para
garantir-se o funcionamento da fonte auxiliar.
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83
150V
V
o
100V
50V
V
aux
0V
0s
0.2s
0.4s
0.6s
0.8s
1.0s
Time
Fig. 47 - Tensão de saída do pré-regulador e da fonte auxiliar.
Na Fig. 48 mostra-se a forma de onda da tensão na saída do pré-regulador e na saída da
fonte auxiliar e a forma de onda da corrente de coletor do transistor Taux e no resistor Rs.
400V
Vo
200V
0V
40V
Vaux
20V
0V
100mA
0A
I
partida
-100mA
100mA
I
regime
0A
-100mA
0s
10ms
20ms
30ms
40ms
50ms
60ms
70ms
80ms
Time
Fig. 48 - Tensão na carga e na fonte auxiliar e corrente da etapa de partida e de regime.
Nota-se que à medida que a tensão de saída se aproxima de seu valor nominal (400V), a
corrente fornecida pela fonte auxiliar começa a ser solicitada mais da etapa responsável pelo
regime, e menos da etapa responsável pela partida.
Na Fig. 49 mostra-se o detalhe, para um período de rede, da corrente fornecida pela etapa de
partida (Taux e periféricos) e da corrente fornecida pela etapa de regime (Laux e periféricos).
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100mA
I
partida
80mA
60mA
40mA
20mA
I
regime
0A
-20mA
50.0ms
51.0ms
52.0ms
53.0ms
54.0ms
55.0ms
56.0ms
57.0ms
58.0ms
Time
Fig. 49 - Detalhe das correntes na fonte auxiliar para um período da rede.
84
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85
8 PROJETO DO FILTRO DE EMI
Nas fontes chaveadas, as interferências por rádio-freqüência podem ser transmitidas por
radiação direta ou por condução, através dos terminais de entrada e de saída.
A radiação para o exterior pode ser suprimida colocando-se a fonte dentro de uma caixa
metálica, devidamente perfurada para permitir a evacuação do calor (blindagem).
As interferências que são transmitidas pelos terminais são mais difíceis de serem suprimidas.
A preocupação maior é com a interferência que a fonte produz nos terminais de entrada, que
acabam se propagando para outros equipamentos, podendo provocar ruídos e mau funcionamento.
Os níveis de interferência que uma fonte chaveada pode gerar são estabelecidos por normas
internacionais. Tais níveis são especificados para freqüências maiores que 150kHz e menores que
30MHz. A amplitude aceita de cada harmônica dentro desta faixa de freqüência pode ser maior ou
menor, dependendo do rigor de cada norma e da finalidade de aplicação da fonte em estudo. A
princípio, um nível de interferência menor que +54dB/µV é aceito em quase todos os países.
O filtro utilizado neste projeto é para correntes parasitas assimétricas, as quais produzem
tensões de modo comum na rede elétrica.
Tal filtro é constituído por dois capacitores Cy e por um indutor construído com um núcleo
toroidal de ferrite com dois enrolamentos de alta indutância. Os dois indutores acoplados são
enrolados de tal modo que, para a corrente principal, positiva em um lado e negativa no outro, a
indutância resultante é igual à indutância total de dispersão. Como empregou-se um núcleo toroidal,
a dispersão tornou-se praticamente nula. Logo, se os dois enrolamentos forem iguais em número de
espiras, o núcleo não saturará e a oposição à corrente principal será nula. Já a oposição às correntes
parasitas será igual ao dobro da indutância medida de um dos lados. Neste fato reside o emprego de
dois indutores acoplados (em um único núcleo).
O filtro é colocado no circuito como indicado na Fig. 50.
Lin
L1
F
F
N
Rrede
T
Db
Retificador
L2
Rrede
Cy
Cy
Sb
Vmc
N
T
Fig. 50 - Filtro de EMI para Correntes Parasitas Assimétricas.
86
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O conversor, por possuir um interruptor que opera em alta freqüência (comparado à
freqüência da rede), resulta no aparecimento de uma tensão Vmc alternada, em relação à terra. Esta
tensão, expandida em série de Fourier, dá como coeficiente a expressão abaixo:

ζ  sen(n ⋅ π )
1

 π 
Vn = Vc máx ⋅  2
⋅ sen n ⋅  ⋅ sen n ⋅ π ⋅  −
2
Ts 
n ⋅π
 2 

 n ⋅ fs ⋅ π ⋅ ζ
(Eq. 198 )
onde:
• Vcmáx é a tensão máxima na saída do retificador;
• n é a ordem da harmônica;
• fs é a freqüência de comutação;
• ζ é o tempo de bloqueio do interruptor.
São as harmônicas da tensão Vcm que provocarão, através das capacitâncias parasitas que
existem entre o encapsulamento do transistor e o terra do circuito, a circulação de correntes
parasitas assimétricas. Logo, pode-se concluir que as amplitudes das tensões parasitas dependem de
alguns fatores, tais como: tensão após o estágio de retificação, freqüência de comutação do
interruptor principal, tempos de comutação etc. Além destes fatores, alguns outros também
influenciam em tais amplitudes, tais como: capacitâncias entre fios e entre fios e terra, lay-out da
placa de circuito impresso, malhas de grande extensão pois funcionam como verdadeiras antenas
transmissoras, recuperação de diodos etc.
A seguir apresenta-se o cálculo para os componentes Cy, L1 e L2.
Sejam os dados abaixo:
• Vc máx = 264V - Tensão eficaz máxima na saída do retificador;
• E = 240V - valor médio na saída do retificador para a tensão eficaz máxima de rede;
• fs = 130kHz - Freqüência de comutação;
• ζ = 59ns - Tempo de bloqueio do interruptor escolhido;
• Ccd = 160 pF - Capacitância parasita entre o encapsulamento do interruptor e o dissipador.
87
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É um valor típico quando se utiliza mica entre o encapsulamento e o dissipador;
•
n = 3 - Harmônica a partir da qual se deseja atenuação, considerando fs=130kHz
como a freqüência fundamental.
Antes de calcular os componentes do filtro, é válido se verificar qual o nível de interferência
produzido pela fonte sem a presença do filtro.
Amplitude da terceira harmônica:
V3 = 12,7V
(Eq. 199)
Impedância entre o encapsulamento do interruptor e o terra para a componente de terceira
harmônica:
Xcd 3 =
1
2 ⋅ π ⋅ f 3 ⋅ Ccd
Xcd 3 = 2,55 ⋅ 10 3 Ω
(Eq. 200)
(Eq. 201)
Corrente que circula pelo terra devido a componente de tensão de terceira harmônica:
V3
Xcd 3
(Eq. 202)
Icd 3 = 4,98 ⋅ 10 −3 A
(Eq. 203)
Icd 3 =
Resistência parasita da rede elétrica entre fase e terra:
Rrede = 150Ω
(Eq. 204)
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88
Queda de tensão nos dois resistores da rede associados em paralelo:
V Rrede =
R rede
⋅ Icd 3
2
V Rrede = 0,3735V
(Eq. 205)
(Eq. 206)
Nível de Interferência inserido à rede:
V Rrede db = 111,44dB / µV
(Eq. 207)
Nota-se que o nível de interferência sem o filtro de EMI é maior que o permitido pelas normas
(máximo de +54dB/µV).
8.1 Especificação dos capacitores Cy
Em geral adota-se o valor de 5nF para este capacitor, de modo a limitar as correntes de fuga
para o chassis e para proteger os usuários.
• Capacitor especificado:
• Tipo: Poliéster
Capacitância: 4,7nF para cada capacitor
• Tensão: 400Vac
8.2 Especificação e Projeto dos Indutores L1 e L2
De modo a obedecer o nível de interferência máximo nos resistores parasitas, associados em
paralelo, no valor de +54dB/µV (sendo conservativo), a tensão parasita sobre estes resistores deve
ser:
89
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54
V Rrede ( norma ) = 10 20 ⋅ 10 − 6
(Eq. 208)
V Rrede ( norma ) = 0,501 ⋅ 10 −3 V
(Eq. 209)
Com isto, pode-se afirmar que a parcela de corrente que flui pelo terra e não é desviada
através dos capacitores Cy (que apresentam baixa impedância para esta corrente parasita) vale:
I Rrede ( norma ) =
V Rrede ( norma ) ⋅ 2
R rede
I Rrede ( norma ) = 6,68 ⋅ 10 −6 A
(Eq. 210)
(Eq. 211)
Nota-se que este valor de corrente é muitíssimo menor que a corrente que circula pela
capacitância entre o encapsulamento do interruptor e o dissipador, devido a componente de terceira
harmônica, logo é de se concluir que as correntes parasitas, sendo escolhido um bom filtro, fica
circulando dentro do próprio circuito, contribuindo para uma baixa interferência na rede elétrica.
Para se calcular o valor das indutâncias L1 e L2, pode-se considerar que, como a corrente que
circula pelas resistências da rede é muitíssimo menor que aquela que circula pelos capacitores Cy,
despreza-se as quedas de tensão nestas resistências e assume-se que a queda de tensão nos
capacitores é a mesma que nos indutores.
X C1 // C 2 =
1
2 ⋅ π ⋅ 390 ⋅ 10 3 ⋅ 2 ⋅ 4,7 ⋅ 10 −9
(Eq. 212)
X C1 // C 2 = 43,44Ω
(Eq. 213)
V L12 = X C1 // C 2 ⋅ Icd 3
(Eq. 214)
V L12 = 0,216V
(Eq. 215)
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90
Para o cálculo da indutância equivalente, considera-se que por ela passa a corrente que circula
pelo resistor equivalente da rede.
L12 =
V L12
2 ⋅ π ⋅ f 3 ⋅ I Rrede ( norma )
(Eq. 216)
L12 = 0,0132 H
(Eq. 217)
L1 = L2 = 0,0066 H
(Eq. 218)
Para a construção dos dois indutores acoplados, utilizou-se um núcleo toroidal com a seguinte
especificação:
• Fabricante: Thornton
•
Tipo: Núcleo toroidal
•
Código: NT 35/22/15-2790-IP6
Para o cálculo do número de espiras de cada indutor, utiliza-se um parâmetro específico de
cada núcleo toroidal chamado Fator de Indutância (Al).
Al = 2790 nH
N L1 = N L 2 =
(Eq. 219)
L1
Al
N L1 = N L 2 = 49 espiras
(Eq. 220)
(Eq. 221)
Como L1 e L2 estão ambos em série com a rede, os condutores utilizados na fabricação destes
indutores deve suportar a corrente que circula pelo conversor. Em 5.6.2 calculou-se a bitola do
condutor do enrolamento do indutor boost. Assim, estes condutores terão bitola 12AWG.
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91
9 PROJETO DO CIRCUITO DE PARTIDA E PROTEÇÃO
Em Eletrônica de Potência, por se trabalhar com componentes semicondutores, de grande
sensibilidade a sobretensões e sobrecorrentes, deseja-se protegê-los de qualquer surto que ocorra
externamente ou internamente ao circuito, logo uma proteção eficaz e rápida é bastante
recomendável. Também, como foi mencionado em capítulos anteriores, é necessário limitar-se a
corrente de partida do circuito, ou seja, a corrente de carga dos capacitores de filtro no momento da
energização do circuito.
Os elementos constituintes do circuito de partida e proteção são: Fusível (F1), Relê, Varistor
(Rvaristor) e Resistor de partida (Rstart).
9.1 Especificação do Fusível (F1)
Para o projeto foi especificado um fusível do tipo rápido. Tais fusíveis são especificados
quando um tempo de queima rápido seja requerido para sobrecargas relativamente baixas e quando
um uso duradouro e confiável seja necessário sob condições de carga total.
O fusível é especificado em função da corrente máxima suportada pelos elementos do circuito
que se deseja proteger, no caso de um circuito retificador, os diodos retificadores.
Para a ponte retificadora (SKB7/08) especificada anteriormente não encontrou-se em
catálogos as informações necessárias, pois esta encontra-se fora de linha, ou seja, não é fabricada
atualmente. Desta forma, utilizou-se os dados da ponte retificadora SKB15/08, por ser similar, mas
com características elétricas um pouco diferentes. Para esta ponte tem-se:
para
I FSM = 370A
t = 10ms
(Eq. 222)
O fusível é escolhido em função de:
I
i ⋅ t =  FSM
 2
2
2
2

 370 
 ⋅ t = 
 ⋅10m = 684A 2 s

 2
(Eq. 223)
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92
Com a tensão nominal do fusível, através do ábaco da Fig. 51, determina-se a corrente
nominal do mesmo.
Fig. 51 - Ábaco para escolha do fusível.
Portanto, aproximando a corrente do fusível escolhido para um valor comercial tem-se que o
fusível escolhido possui as seguintes características:
I F = 10A
(Eq. 224)
VF = 750V
(Eq. 225)
Como a tensão de operação do circuito é menor do que 750V, a corrente do fusível seria
maior, portanto com o fusível escolhido, o circuito opera de maneira conservativa.
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93
9.2 Especificação do resistor de partida (Rstart)
No momento da energização do circuito, os capacitores, tanto de saída do pré-regulador (Co)
como o de saída da fonte auxiliar (Caux) estão descarregados. Como o circuito de potência do
conversor boost possui o interruptor conectado em paralelo a estes capacitores (especialmente Co),
não se consegue limitar a corrente atuando sobre a razão cíclica dos pulsos de comando deste
interruptor. Isto se constitui num problema para a partida de circuitos que utilizam este conversor.
O pré-regulador em estudo, que utiliza um conversor boost na etapa de potência, apresenta este
mesmo inconveniente, ou seja, no instante em que o circuito é energizado, dependendo do módulo
da tensão da rede, a corrente no circuito pode alcançar valores elevados, destruindo componentes do
circuito, como a ponte retificadora, por exemplo. Uma solução para tal problema consiste em
conectar-se em série ao circuito, no momento da partida, um resistor limitador da corrente de
partida, e retirá-lo do circuito, quando o transitório inicial tiver passado, através de um relê, que
curto-circuita o resistor limitador através de seu contato normalmente aberto (NA).
O resistor limitador é dimensionado em função da corrente máxima que deve percorrer o
circuito para a tensão máxima na entrada. Esta corrente flui pela ponte retificadora, pelo indutor
boost, diodo boost, indutor snubber, capacitor de saída e resistor shunt. Destes componentes, os
mais sensíveis a correntes elevadas são os semicondutores. Para o circuito operar com uma boa
margem de segurança pode-se definir a corrente máxima de partida em:
(Eq. 226)
I max_ start = 10A
A tensão máxima de entrada é dada por:
Vin _ max_ pico = 2 ⋅ Vin _ max = 2 ⋅ 264 = 373,35V
(Eq. 227)
Portanto, o resistor de partida será:
R start =
Vin _ max_ pico
I max_ start
=
373,35
= 37,34Ω
10
(Eq. 228)
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94
A potência do resistor de partida pode ser determinada a partir da energia necessária para
carregar os capacitores de saída, tanto o capacitor C0 como o capacitor Caux:
E total = E C o + E Caux =
1
1
1
1
C o ⋅ Vo 2 + C aux ⋅ Vaux 2 = 100µ ⋅100 2 + 100µ ⋅ 20 2 = 0,52J
2
2
2
2
(Eq. 229)
Considerando-se que a tensão na saída tenha atingido um valor de 100V, obtido
anteriormente por simulação, para a rede operando com tensão mínima, e com a tensão auxiliar no
seu valor nominal.
Portanto, a potência do resistor de partida será:
PR start =
E total 0,52
=
= 5,2W
100m
0,1
(Eq. 230)
Em função dos componentes disponíveis no laboratório escolheu-se para o resistor de
partida dois resistores de 100Ω x 5W conectados em paralelo, obtendo-se assim:
R start = 50Ω
(Eq. 231)
PR start = 10 W
(Eq. 232)
9.3 Especificação do Varistor (Rvar)
Com a presença do fusível e do resistor de partida, o circuito já se encontra protegido contra
sobrecorrentes durante seu funcionamento em regime e na etapa de energização respectivamente.
Porém, ainda se encontra sensível a surtos de tensão, oriundos da rede, por exemplo, ou pela
influência da ocorrência de sobretensões a partir de um raio, logo, de modo a completar a proteção
do circuito contra qualquer tipo de surto, coloca-se em paralelo com a rede um componente
denominado varistor.
Este componente possui um comportamento bastante interessante: ao ser submetido a uma
sobretensão, o mesmo se comporta como um curto circuito (protegendo o circuito que há após ele) e
em condições normais de tensão da rede elétrica, o mesmo se comporta como um circuito aberto,
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95
não alterando o comportamento normal do circuito.
Para a correta especificação deste componente é necessário se ter alguns dados a respeito dos
prováveis surtos de tensão que surgem através da rede elétrica, tais como:
• Amplitude da Tensão de Choque: Vs = 5kV ;
• Impedância característica da linha da rede: Zw = 25Ω ;
• Duração do Impulso: tr = 100µs .
Assim, são também necessários alguns dados, dentre os quais as condições de operação do
componente quando inserido no circuito:
• Tensão de serviço: Vn = 220V
• Número de influências (sobretensões que deve suportar) durante sua vida útil: 100 vezes.
De posse destes dados, é necessário recorrer a alguns ábacos para se obter a corrente máxima
que irá circular pelo componente, qual a sua capacidade de absorção de energia etc; informações
estas que podem ser obtidas através do catálogo do fabricante (em anexo ao relatório).
O componente escolhido possui as seguintes especificações:
•
Fabricante: COELMA (Siemens)
•
Finalidade: Proteção contra sobretensões na rede elétrica
•
Código: SIOV-20K275
9.4 Especificação do Relê
Para escolha do relê necessita-se conhecer algumas características elétricas de operação do
mesmo:
•
I max = 10A
-
Corrente máxima solicitada pelo contato do relê;
•
Voper = 264V
-
Tensão de operação, caracterizando a isolação do relê;
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•
Vbob = 12V
-
Tensão de operação da bobina.
A partida destas informações escolheu-se o relê com as características abaixo:
•
Fabricante: Schrack
•
Código: RU101012
•
Características: Bobina para 12V - Contatos para 10A x 250V.
96
97
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10 PLACA E LISTAGEM DOS COMPONENTES
O desenho da placa de circuito impresso (PCI) foi realizado usando-se o Software Tango –
Plus 2.02 e está mostrado na Fig. 52.
Partida e proteção
EMI
Filtragem
Retificação
Entrada
Comando
e
Controle
Indutor boost
Resistor
shunt
Ajuste
de Vo
Fonte auxilar
Saída
Snubber
Filtro de saída
Fig. 52 - Desenho da PCI.
Na Fig. 52 indica-se os diversos blocos do pré-regulador. Nota-se que na disposição dos
componentes do circuito de comando procurou-se afastá-los o máximo possível das etapas
geradoras de ruídos. Desta forma as etapas de retificação, potência e snubber ficaram dispostas o
mais afastadas possível do circuito de comando.
O circuito pré-regulador implementado não tem isolação galvânica entre a entrada e a saída.
Esta seria fornecida pelo conversor de potência que sucede o estágio pré-regulador.
Na disposição dos componentes considerou-se também o fluxo de energia do circuito, no
sentido de facilitar o entendimento do funcionamento do pré-regulador, caso este seja utilizado
didaticamente.
Na Tabela 1 apresenta-se a listagem dos componentes.
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Tabela 1 - Lista de componentes.
Filtro de EMI e Proteção
1
F1
2
Rstart
3
Rvar
4
L1/L2
5
Cy
6
Cy
7
Cx
8
Relê
9 Centre-terras
Fusível de 10A
2 x (100ohm x 5W)
Varistor de 20k x 275V
Indutor de filtragem
4,7nF x 400V
4,7nF x 400V
0,1uF x 400V
Relê com 1NA e 12V
100nF x 4kV
Retificação e Filtragem
10
11
B1
Cf
Ponte retificadora SK B7/08
1uF x 400V
Circuito de Potência
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Lin
Db
Dsn
Dsn
Lsn
Csn
Cdes
Co
Sb
Indutor Boost
MUR 460
MUR 460
MUR 460
Indutor do snubber
94nF x 600V
0,1uF x 600V
2 x (220uF x 250V)
IRFP 460
Fonte Auxiliar
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
Rb
Rc
Dz1
Taux
D1
D2
C1
C2
Dz
Rs
Caux
Cdesac
Rsl
12k x 1/2W
1,2k x 3W
1N4746 (20V x 1/2W)
TIP 50
1N4148
1N4148
0,1uF x 63V
0,1uF x 63V
1N4748 (22V x 2W)
120ohm x 1W
100uF x 63V
0,1uF x 63V
220ohm x 1/2W
Circuito de Comando e Controle
34 Rshunt
35
R1
36
R2
37
R3
38
Ra1
39
Ra2
40
P1
41
R6
42
R7
43
R8
44
R9
45 R10
46 R11
47 R12
48 R13
49 R14
50 R15
51 R16
52 Rg2
53 Rg1
54
C1
55
C2
56
C3
57
C4
58
C5
59
C6
60
C7
61
C8
62
C9
63 C10
64 Dg1
65
Tg
66 Dzg
67
CI
10 x (1ohm x 1W)
2,7k x 1/8W
2,7k x 1/8W
47k x 1/8W
100k x 1/8W
1,8k x 1/8W
Potenciômetro de 10k
470k x 1/8W
150k x 1/8W
1,5k x 1/8W
10k x 1/8W
220k x 1/8W
1M x 1/8W
1M x 1/8W
82k x 1/8W
18k x 1/8W
22k 1/8W
10k x 1/8W
22ohm x 1/8W
1k x 1/8W
1nF x 63V
50pF x 63V
100nF x 63V
1uF x 63V
1nF x 63V
220nF x 63V
1uF x 63V
0,1uF x 63V
470pF x 63V
0,1uF x 63V
1N4148
2n2907
Zener de 15V x 1/2W
UC 3854
98
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99
11 MONTAGEM E AJUSTES DE BANCADA
Durante os testes do conversor observou-se a necessidade de realizar algumas modificações
no projeto original do conversor, essas modificações, denominadas de ajustes de bancada, estão
apresentadas abaixo:
• Diodo de descarga: no intuito de diminuir o tempo de bloqueio do interruptor Boost,
colocou-se um diodo 1N4148 em paralelo com o resistor de Gate para que a descarga da
capacitância de entrada do Mosfet fosse efetuada com a mínima resistência, desta forma
conseguiu-se retirar a resistência de Gate apenas do circuito de descarga do capacitor
intrínseco do Mosfet.
• Indutor do Snubber: este indutor, destinado a limitar o pico de corrente no interruptor
principal, possuía uma perda inaceitável no seu núcleo, essas perdas produziam um
aquecimento no mesmo que o levaria rapidamente a destruição. A provável causa da referida
perda seria o material magnético utilizado na construção do indutor (IP6 Thorton), além disto
utilizou-se no projeto um valor muito elevado de densidade de fluxo magnético no núcleo
(0,25T) enquanto o valor típico seria 0,08T. Portanto projetou-se outro indutor utilizando um
núcleo da Philips (3C94) e ajustou-se o valor da indutância para 10µH pois viu-se a
necessidade de aumentar o atraso de subida da corrente de Dreno do Mosfet em relação a sua
tensão Dreno-Source.
• Entreferro do indutor Boost: durante as medições verificou-se que a ondulação de corrente
no indutor Boost estava acima do valor especificado em projeto, assim sendo reduziu-se o
entreferro, o que resultou em um aumento da indutância e a diminuição da ondulação de
corrente a níveis aceitáveis.
• O núcleo toroidal especificado para o filtro de EMI foi substituído por um outro de melhor
qualidade (Philips – AL=9000nH), de forma a tornar possível a construção do indutor
calculado. Mesmo com este novo núcleo, só foi conseguido enrolar 16 espiras para cada
indutor com um fio de 15AWG.
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100
11.1 Fotos do protótipo implementado
Após a montagem e ajustes necessários, procedeu-se a aquisição de uma foto mostrando a
fonte de alimentação na sua vista superior (Fig. 53).
Fig. 53 - Vista superior do protótipo.
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101
12 ENSAIOS
12.1 Introdução
Foram realizadas algumas medidas para o pré-regulador Boost calculado anteriormente
utilizando-se os seguintes equipamentos:
•
01 Varivolt monofásico;
•
01 capacitor AC de 4µF na saída do Varivolt;
•
01 capacitor AC de 2,2µF na entrada do pré-regulador Boost,
•
Osciloscópios Tektronix modelos TDS 724A e TDS 520B;
•
Uma carga resistiva de 285Ω.
Esta carga resulta em aproximadamente 550W de potência de saída. Aplicou-se ao préregulador tensão de entrada nominal (220V) em todas as medidas.
12.2 Ensaio com tensão nominal
Observa-se na Fig. 54 a tensão e a corrente na entrada do pré-regulador Boost. A corrente
segue a forma de onda da tensão e está adiantada da tensão de aproximadamente 6º, provavelmente
devido à inclusão do capacitor AC de 2,2µF na entrada do pré-regulador.
Na Fig. 55 verifica-se que a potência de entrada não é constante ao longo do tempo, esta
segue a expressão dada pela (Eq. 220) e possui a forma de um seno ao quadrado, sendo máxima no
pico da tensão de entrada e mínima na sua passagem por zero.
Pin (ωt ) = Vin ⋅ I in ⋅ sen 2 (ωt )
(Eq. 233)
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102
2.652A
2.652A
Fig. 54 – Tensão e corrente de entrada.
Fig. 55 – Tensão, corrente e potência de entrada.
O sinal de tensão sobre o resistor Shunt, que nos revela a forma de onda de corrente no
indutor Boost, é mostrado na Fig. 56.
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103
Fig. 56 – Tensão no resistor “Shunt”.
A saída do compensador de corrente (pino 3 do CI 3854) contém o sinal a ser comparado com
a rampa e então gerar os pulsos do pré-regulador, este representa a forma da razão cíclica do préregulador e pode ser observado na Fig. 57.
Fig. 57 – Formato da razão cíclica.
Na Fig. 58 mostra-se o sinal de comando do interruptor Boost.
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104
Fig. 58 – Tensão de comando.
Observa-se na Fig. 59 a tensão e a corrente no interruptor Boost. Verifica-se o funcionamento
do Snubber devido ao baixo pico de corrente no interruptor (aproximadamente duas vezes o valor
nominal).
Fig. 59 – Tensão e corrente no interruptor.
Na Fig. 60 é detalhada a entrada em condução do interruptor Boost. Novamente vale salientar
o funcionamento do Snubber que provoca o atraso da subida da corrente de dreno (ID) em relação à
tensão dreno source (VDS) proporcionando uma baixa perda de comutação na entrada em
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105
condução.
Fig. 60 – Detalhe da entrada em condução do Mosfet.
Confere-se na Fig. 61 o bloqueio do interruptor Boost. Observa-se no bloqueio, assim como
na entrada em condução, o pequeno tempo necessário para a realização da comutação.
Fig. 61 – Detalhe do bloqueio do Mosfet.
Verifica-se na Fig. 62 a tensão e a corrente na saída do pré-regulador Boost. Confirma-se a
presença de ondulação na tensão de saída na freqüência de 120Hz, esta ondulação esteve um pouco
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106
acima do valor esperado se aproximando de 10% da tensão de saída.
Fig. 62 – Tensão e corrente de saída.
A potência instantânea, a corrente e a tensão de saída são apresentadas na Fig. 63.
Fig. 63 – Tensão, corrente e potência de saída.
Fez-se uma pequena variação de carga no intuito de demonstrar a velocidade de ação da
malha de regulação de tensão, que como exposto anteriormente deve ser lenta para não deformar a
corrente de entrada. Este teste pode ser observado na Fig. 64.
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107
Fig. 64 – Variação de carga.
A Fig. 65 mostra o comportamento da tensão de saída frente a uma variação da tensão de
entrada. Esta figura nos revela o comportamento da malha de Feedforward, que ao contrário da
malha de tensão, leva apenas alguns milisegundos para estabilizar novamente a tensão de saída.
Variou-se a tensão de entrada de 140 à 220V retornando à tensão inicial.
Fig. 65 – Variação da tensão de entrada.
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108
12.3 Análise Harmônica
O objetivo deste trabalho consiste em melhorar o fator de potência de uma unidade
retificadora com filtro capacitivo, bem como diminuir a taxa de distorção harmônica da corrente
drenada da rede. Estas medidas se fazem necessárias para evitar que o equipamento que contenha na
entrada o retificador com filtro capacitivo introduza na rede harmônicas de corrente que possam
provocar funcionamento inadequado de outros equipamentos conectados no mesmo ponto (PCC).
Também é necessário que o equipamento esteja adequado conforme a norma IEC 61000 3-2, para
que, se o mesmo for comercializado em mercados que adotam a referida norma, este não sofra
restrições quanto a sua comercialização. Desta forma, neste capítulo faz-se a análise harmônica da
forma de onda da corrente drenada da rede e do fator de potência real do conversor.
Para efetuar a análise aqui apresentada utilizou-se o programa WaveStar, fornecido pela
Tektronix e especifico para este tipo de analise. Este programa analisa as formas de onda adquiridas
com o osciloscópio e fornece ao usuário as componentes harmônicas de tensão e de corrente, fator
de potência, fator de deslocamento, e as taxas de distorção harmônica de corrente e de tensão.
12.3.1 Espectro Harmônico da Corrente de Entrada do Retificador com Filtro
Capacitivo e Enquadramento na Norma IEC 61000 3-2
Os espectros harmônicos das correntes de entrada admitida pela norma e medida no conversor
estão representados na Fig. 66.
Gráfico do Espectro Harmônico das Correntes de Entrada
In [Aef]
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
Norma
Real
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49
Ordem das Harmônicas
Fig. 66 – Gráfico do espectro harmônico das correntes de entrada.
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Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
109
Nota-se pela Fig. 66 que a amplitude das harmônicas de ordem superior à nona harmônica é
desprezível. Quanto ao enquadramento na norma, verifica-se que todas as harmônicas estão abaixo
do limite estabelecido pela norma, o que comprova o funcionamento do circuito quanto à taxa de
distorção harmônica.
Na Fig. 67 observa-se o espectro harmônico da tensão da rede utilizada para alimentar o
conversor.
Gráfico do Espectro Harmônico da Tensão
6,0
Tensão Eficaz Real
5,0
4,0
Vn [Vef]
3,0
2,0
1,0
0,0
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49
Ordem das Harmônicas
Fig. 67 – Gráfico do espectro harmônico da tensão de alimentação.
Através da Fig. 67 pode-se verificar a presença de distorção harmônica já na tensão de
alimentação, tendo esta aproximadamente 2% de distorção nas harmônicas de ordem 3 e 5.
Na Tabela 2 apresentam-se alguns dados fornecidos pelo WaveStar.
Tabela 2 – Análise efetuada pelo WaveStar.
Tensão Eficaz [V]
Corrente Eficaz [A]
Potência [W]
Taxa de distorção harmônica da tensão [%]
Taxa de distorção harmônica da corrente [%]
Fator de deslocamento [º]
220
2,66
579
3,41
6,30
-7,87
Na Tabela 3 mostram-se as amplitudes das harmônicas de corrente e de tensão da rede.
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Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Tabela 3 – Valores da componentes harmônicas de corrente e de tensão.
Freq
Fundamental
Harmônica 2
Harmônica 3
Harmônica 4
Harmônica 5
Harmônica 6
Harmônica 7
Harmônica 8
Harmônica 9
Harmônica 10
Harmônica 11
Harmônica 12
Harmônica 13
Harmônica 14
Harmônica 15
Harmônica 16
Harmônica 17
Harmônica 18
Harmônica 19
Harmônica 20
Harmônica 21
Harmônica 22
Harmônica 23
Harmônica 24
Harmônica 25
Harmônica 26
Harmônica 27
Harmônica 28
Harmônica 29
Harmônica 30
Harmônica 31
Harmônica 32
Harmônica 33
Harmônica 34
60 Hz
120 Hz
180 Hz
240 Hz
300 Hz
360 Hz
420 Hz
480 Hz
540 Hz
600 Hz
660 Hz
720 Hz
780 Hz
840 Hz
900 Hz
960 Hz
1,02 kHz
1,08 kHz
1,14 kHz
1,2 kHz
1,26 kHz
1,32 kHz
1,38 kHz
1,44 kHz
1,5 kHz
1,56 kHz
1,62 kHz
1,68 kHz
1,74 kHz
1,8 kHz
1,86 kHz
1,92 kHz
1,98 kHz
2,04 kHz
Tensão [V] Tensão [%] Corrente [A] Corrente [%]
220 V
250 mV
4,69 V
82,3 mV
5,2 V
82,9 mV
2,28 V
19 mV
498 mV
63,8 mV
648 mV
46,9 mV
583 mV
63,6 mV
546 mV
87,7 mV
444 mV
56,9 mV
335 mV
32,9 mV
341 mV
39,5 mV
268 mV
14,5 mV
244 mV
11,3 mV
190 mV
18,7 mV
167 mV
15,9 mV
112 mV
18,4 mV
72,2 mV
32,6 mV
100,00%
0,11%
2,13%
0,04%
2,36%
0,04%
1,04%
0,01%
0,23%
0,03%
0,29%
0,02%
0,26%
0,03%
0,25%
0,04%
0,20%
0,03%
0,15%
0,01%
0,15%
0,02%
0,12%
0,01%
0,11%
0,01%
0,09%
0,01%
0,08%
0,01%
0,05%
0,01%
0,03%
0,01%
2,65 A
1,89 mA
146 mA
6,16 mA
50,7 mA
3,56 mA
32,2 mA
2,85 mA
8,27 mA
3,18 mA
26,1 mA
5,12 mA
20,3 mA
4,57 mA
16,9 mA
2,92 mA
18,6 mA
6,44 mA
10,4 mA
3,04 mA
17,8 mA
4,01 mA
8,93 mA
2,21 mA
11,5 mA
2,78 mA
7,51 mA
2,49 mA
6,23 mA
1,6 mA
7,36 mA
2,07 mA
3,76 mA
2,64 mA
100,00%
0,07%
5,49%
0,23%
1,91%
0,13%
1,21%
0,11%
0,31%
0,12%
0,98%
0,19%
0,77%
0,17%
0,64%
0,11%
0,70%
0,24%
0,39%
0,11%
0,67%
0,15%
0,34%
0,08%
0,43%
0,10%
0,28%
0,09%
0,23%
0,06%
0,28%
0,08%
0,14%
0,10%
110
Instituto de Eletrônica de Potência
Correção de Fator de Potência para Fontes de Alimentação
Harmônica 35
Harmônica 36
Harmônica 37
Harmônica 38
Harmônica 39
Harmônica 40
Harmônica 41
Harmônica 42
Harmônica 43
Harmônica 44
Harmônica 45
Harmônica 46
Harmônica 47
Harmônica 48
Harmônica 49
Harmônica 50
Harmônica 51
2,1 kHz
2,16 kHz
2,22 kHz
2,28 kHz
2,34 kHz
2,4 kHz
2,46 kHz
2,52 kHz
2,58 kHz
2,64 kHz
2,7 kHz
2,76 kHz
2,82 kHz
2,88 kHz
2,94 kHz
3 kHz
3,06 kHz
50,9 mV
46,4 mV
9,8 mV
1,08 mV
7,4 mV
40,5 mV
19,6 mV
26,5 mV
31,9 mV
26,6 mV
12,4 mV
30,2 mV
31,1 mV
21 mV
25,2 mV
19,2 mV
7,52 mV
0,02%
0,02%
0,00%
0,00%
0,00%
0,02%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,00%
3,6 mA
2,03 mA
7,22 mA
1,55 mA
4,63 mA
2,04 mA
3,78 mA
1,73 mA
9,97 mA
915 uA
3,23 mA
1,17 mA
6,65 mA
2,67 mA
5,42 mA
1,56 mA
5,11 mA
111
0,14%
0,08%
0,27%
0,06%
0,17%
0,08%
0,14%
0,07%
0,38%
0,03%
0,12%
0,04%
0,25%
0,10%
0,20%
0,06%
0,19%
12.4 Conclusões
•
O pré-regulador proporcionou uma corrente de entrada senoidal;
•
A malhas de controle funcionaram adequadamente;
•
O rendimento obtido pelo pré-regulador foi de aproximadamente 96%;
•
O bom desempenho do circuito Snubber que reduziu o pico de corrente e as perdas no
interruptor Boost.
Vale salientar que o rendimento é apenas o do pré-regulador propriamente dito, pois durante
estas medidas o circuito de comando era alimentado por uma fonte linear de tensão externa.
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112
13 CONCLUSÃO
O protótipo desenvolvido neste trabalho teve como objetivo consolidar os conhecimentos
adquiridos em sala de aula sobre o uso de conversores estáticos, atuando como pré-reguladores,
com a finalidade de corrigir o fator de potência dos tradicionais retificadores com filtro capacitivo.
A topologia utilizada para o estágio pré-regulador foi a do conversor Boost operando em
condução contínua, o qual se mostrou bastante eficaz e com um número bastante reduzido de
componentes frente a outras topologias utilizadas, tais como Zeta, Sepic, Flyback etc.
Foi de grande aprendizado desenvolver este protótipo com tensão universal na entrada, já que
assim enfrentou-se um problema mais real. Verificou-se que, de modo a obedecer esta
especificação, o indutor Boost ficou com um volume bastante elevado. Por este motivo, os esforços
nos componentes também foram elevados, fazendo com que os componentes fossem especificados
para atender tanto os casos críticos de tensão e corrente.
A fonte auxiliar utilizada se mostrou bastante eficiente, apresentando uma grande perda
somente durante a partida do circuito, na qual a mesma é alimentada por uma fonte transistorizada.
O circuito integrado (UC3854) utilizado para o controle e comando do circuito de potência se
mostrou bastante eficaz e de simples implementação prática. A corrente na entrada do pré-regulador
se apresentou senoidal e a tensão média de saída, bastante regulada frente a variações de carga e
tensão de entrada.
Como o conversor Boost projetado opera no modo de condução contínua, foi necessário o uso
de um Snubber não dissipativo de modo a reduzir as perdas de comutação.
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113
14 BIBLIOGRAFIA
[1] BARBI, Ivo & SOUZA, Alexandre Ferrari de – Retificador de Alto Fator de Potência –
Publicação Interna – INEP – UFSC – Florianópolis, 1996;
[2] SOUZA, Alexandre Ferrari de – Retificadores Monofásicos de Alto Fator de Potência Com
Reduzidas Perdas de Condução e Comutação Suave – Tese de Doutorado – INEP – UFSC –
Florianópolis. 1998;
[3] BATSCHAUER, Alessandro Luiz, CHEHAB Neto, Anis Cezar & PETRY, Clóvis Antônio –
Simulação e Análise Harmônica de um Retificador com Filtro Capacitivo – Publicação Interna –
Florianópolis, 2000;
[4] HELDWEIN, Marcelo Lobo – Unidade Retificadora Trifásica de Alta Potência e Alto
Desempenho Para Aplicação em Centrais de Telecomunicação – Dissertação de Mestrado –
Florianópolis, 1999;
[5] DUARTE, Cláudio Manoel da Cunha – Conversores CC-CC ZVS-PWM Com Grampeamento
Ativo – Tese de Doutorado – Florianópolis, 1996;
[6] Unitrode – High Power Factor Regulator – UC3854;
[7] BARBI, Ivo – Projeto de Fontes Chaveadas – Publicação Interna – Florianópolis, 1990;
[8] Brasele Eletrônica Ltda – Catálogo de dissipadores;
[9] Optimizing Performance IN UC3854 Power Factor Correction Aplications DN 39E;
[10] UC3854 Controlled Power Factor Correction Circuit Design – Aplication Note – Unitrode –
U134.
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15 ANEXOS
114
115
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ANEXO 1 - Ensaios de EMI
Para verificar a eficiência do filtro de EMI implementado, realizou-se um ensaio de
interferência eletromagnética conduzida. Este ensaio foi realizado com a conexão do LISN entre
FASE, NEUTRO e TERRA da fonte implementada.
Na Fig. 68 mostra-se a forma de onda referente ao espectro harmônico conduzido à rede na
faixa de freqüências entre 150kHz e 30MHz sem a utilização do indutor acoplado de modo comum
conforme a norma IEN 022 – AC.
REF
85. LEVEL
0 dB
V
ACTV DET: PEAK
REF LVL
MEAS DET: PEAK QP AVG
MKR 15.1
65.
0 MHz
0 8 dB
V
AUTO
ATTEN
LOG
1 0
REF 85.
0 dB
MAN
V
dB/
FAIL LIMIT 2
1 0 dB
ATN
LOG
SCALE
LIN
AUTORANG
ON OFF
WA
SC SB
FC
LIN
ONCHCK
OFF
A CORR
1More
of 3
START 15
0 kHz
#IF BW 9.
STOP 3
0 kHz
AVG BW 3
0 kHz
SWP 1.4
0 . 0 0 MHz
0 sec
Fig. 68 - Ensaio de EMI sem indutor de modo comum conforme a norma IEN 022 - AC.
Pode-se verificar que basicamente todo o espectro harmônico se encontra fora da norma.
O mesmo ensaio foi realizado com a inserção do indutor de modo comum e o resultado é
apresentado na Fig. 69.
116
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REF
85. LEVEL
0 dB
ACTV DET: PEAK
V
REF LVL
MEAS DET: PEAK QP AVG
MKR 15.1
0 MHz
65.41 dB
V
AUTO
ATTEN
LOG
1 0
REF 85.
0 dB
MAN
V
dB/
FAIL LIMIT 2
1 0 dB
ATN
LOG
SCALE
LIN
AUTORANG
ON OFF
WA
SC SB
FC
LIN
ONCHCK
OFF
A CORR
1More
of 3
START 15
0 kHz
#IF BW 9.
STOP 3
0 kHz
AVG BW 3
0 kHz
SWP 1.4
0 . 0 0 MHz
0 sec
Fig. 69 - Ensaio de EMI com indutor de modo comum conforme a norma IEN 022 - AC.
Verifica-se que, mesmo com a inserção do indutor de modo comum, o resultado não foi
satisfatório, apesar de que para a faixa central de freqüência conseguiu-se obedecer a norma com
uma eficácia bem melhor que no caso anterior. Alguns inconvenientes que, com certeza,
prejudicaram estes resultados foram os seguintes:
ƒ O indutor projetado não possuiu o valor de indutância esperado, já que não se dispunha de
núcleo toroidal com um valor de Al suficiente para isto;
ƒ Houve ressonância entre a indutância de linha e os capacitores da entrada da fonte,
provocando um ruído em alta freqüência na crista e no vale da corrente senoidal de
entrada, ruído este que foi conduzido para a rede contribuindo com um incremento
significativo do nível de interferência;
Sabe-se que, condicionar um circuito de modo a atender toda a faixa de freqüência exigida
pela norma é uma tarefa bastante complicada, e, às vezes, é necessário se colocar várias etapas de
filtragem, cada uma com a finalidade de atenuar uma faixa de freqüência do espectro total exigido.
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