Aula 4 Elasticidades

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Elasticidades
Profa. Alicia Ruiz Olalde
Elasticidade

 Elasticidade é uma medida utilizada em economia
para avaliar a magnitude das variações ocorridas na
oferta e demanda.
 Sinônimo de sensibilidade , resposta, reação de uma
variável dependente, em face de mudanças nas
variáveis independentes.
 É a alteração percentual da variável dependente,
dada uma variação percentual na variável
independente, coeteris paribus.

Exemplo 1: essa redução de 50% no preço da cebola quanto pode
aumentar a demanda pelo produto?
Fatores que afetam a
demanda

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





Preço do bem
Preço dos outros bens relacionados
Fatores climáticos e sazonais
Propaganda
Hábitos, gostos, preferências dos consumidores
Expectativas sobre o futuro
Facilidades de crédito (disponibilidade, tx. juros,
prazos
Elasticidades

 Elasticidade-preço da demanda : variação percentual na quantidade
demandada, dada a variação percentual no preço do bem, coeteris
paribus.
 Elasticidade-renda da demanda : variação percentual na quantidade
demandada, dada uma variação percentual na renda, coeteris paribus.
 Elasticidade-preço cruzada da demanda: variação percentual na
quantidade demandada, dada a variação percentual no preço de outro
bem, coeteris paribus.
 Elasticidade-preço da oferta: variação percentual na quantidade
ofertada, dada uma variação percentual no preço do bem, coeteris
paribus.
Elasticidade-preço da demanda

 A coletividade reage de maneira diversa a variações
no preço e mesmo dentro da sociedade os distintos
estratos de classe social apresentam variações
diferentes diante de variações nos preços dos
diversos produtos.
Elasticidade-preço da demanda

 É uma variação percentual na quantidade
demandada, dada uma variação percentual no preço
do bem, coeteris paribus.
 Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores,
quando ocorre uma variação no preço de um bem ou
serviço.
 Como o preço e a quantidade demandada variam em
sentido inverso, a elasticidade-preço da demanda é
negativa.
Elasticidade-preço da demanda


Exemplo 2: imagine que a demanda de cebola diminuiu 20% como
consequência do aumento do preço, enquanto o consumo de batata
também diminuiu 20%, qual seria o produto com maior
elasticidade-preço? Calcule as elasticidades dos dois produtos.
Elasticidade-preço da demanda
 Cebola:

Variação percentual do preço = + 68,29%
Variação percentual do consumo = - 20%
Elasticidade cebola = - 20/ +68,29 = - 0,29
 Batata
Variação percentual do preço = + 26,40%
Variação percentual do consumo = - 20%
Elasticidade cebola = - 20/ +68,29 = - 0,75
O produto com maior elasticidade-preço (mais
sensível à variação de preço) é a batata.
Elasticidade-preço da demanda

Exemplo 2:
P0 = preço inicial = R$ 20,00
P1 = preço final = R$ 16,00
Q0 = quantidade demandada,
ao preço p0 = 30
Q1 = quantidade demandada,
ao preço p1 = 39
Elasticidade-preço da demanda

 Demanda elástica (|Epd|>1): significa que uma variação
percentual no preço leva a uma variação mais que
proporcional na quantidade demandada em sentido
contrário.
Por exemplo: |Epd |=1,5
 Significa que, dada uma variação percentual, por
exemplo, de 10% no preço, a quantidade demandada
varia, em sentido contrário, em 15%, ou seja, 50% a mais.
 Isso revela que a demanda é bastante sensível à variação
do preço. Uma promoção, por exemplo, pode favorecer
muito as vendas
Demanda elástica
Inclinação pequena: as
compras diminuem
muito com o aumento
dos preços e vice versa.
Demanda perfeitamente
elástica:

A quantidade demandada muda infinitamente com
uma alteração nos preços Epd=
Elasticidade-preço da demanda

Demanda Inelástica (|Epd|<1): significa que uma
variação percentual no preço leva a uma variação
menos que proporcional na quantidade demandada
em sentido contrário.
Exemplo 1|Epd|=0,29
Neste caso, os consumidores são pouco sensíveis a
variações de preço: uma variação de, por exemplo,
10% no preço leva a uma variação na demanda desse
bem de apenas 2,9% (em sentido contrário) coeteris
paribus.
Demanda inelástica
Inclinação acentuada:
as compras variam
pouco com o aumento
dos preços. (insensível
aos preços)
Demanda perfeitamente inelástica

A quantidade demandada não muda se houver uma
alteração nos preços Epd=0 (Ex.: Bens Essenciais)
Elasticidade-preço da demanda

 Demanda de elasticidade unitária (|Epd|=1 ou
Epd=-1): neste caso uma variação percentual no
preço, implica na mesma variação percentual na
quantidade demandada em sentido contrário.
 Por exemplo: |Epd|= 1,0
 Se o preço aumenta em 10%, a quantidade cai
também em 10%, coeteris paribus.
Estimativas de elasticidade –preço

Alimentos
Elasticidade
Açúcar
- 0,13
Arroz
- 0,10
Banana
- 0,49
Feijão
- 0,16
Carne de frango
- 0,96
Carne bovina
- 0,94
Carne suína
- 0,70
Café em pó
- 0,12
Frutas
- 0,50
Ovos
- 1,20
Fatores que afetam
a elasticidade-preço da demanda

 Essencialidade do bem;
 Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais bens substitutos,
mais elástica é a demanda;
 O número de utilizações que se pode dar ao produto;
 Importância relativa do bem no orçamento do consumidor: quanto
maior o peso do bem no orçamento, mais elástica é a demanda.
 Horizonte de tempo: quanto maior o horizonte de tempo, mais elástica
é a demanda, pois um intervalo de tempo maior permite que os
consumidores descubram mais bens substitutos;
Grau de essencialidade do
produto
Demanda elástica

Demanda inelástica
Disponibilidade de bens
substitutos

Demanda elástica
 Filet mignon
Demanda inelástica
 Carnes em geral
Importância relativa do bem no
orçamento do consumidor
Demanda elástica

Demanda inelástica
O período de tempo

Relação entre elasticidade-preço
e a receita agrícola

 O conhecimento do valor da elasticidade-preço da
demanda para um determinado produto se reveste
da mais alta importância para as empresas que o
produzem, devido à sua relação com a receita total
(RT), oriunda da venda deste produto no mercado.
 A receita das empresas resulta da multiplicação da
quantidade vendida (Q) pelo preço da venda (P)
RT = P . Q
Relação entre elasticidade-preço
e a receita agrícola

 Se a demanda é inelástica, um decréscimo relativamente grande
no preço está associado a apenas um pequeno aumento na
quantidade procurada. Em consequência, a receita total (preço
vezes quantidade) se reduz com um decréscimo no preço.
 Do mesmo modo, se a procura é elástica, para uma pequena
diminuição de preço, a porcentagem de aumento na quantidade
vendida é maior do que a porcentagem de redução no preço, e,
portanto, a receita aumenta.
 Em outras palavras, para redução de preço de um produto, a
receita da firma aumenta enquanto a curva de demanda for
elástica, atinge um valor máximo (quando a elasticidade for
igual a um) e diminui quando a curva de demanda for
inelástica.
Relação entre elasticidade-preço
e a receita agrícola

a) Se a Epd for elástica: % qd > % p
• se p aumentar, qd cairá, e a RT diminuirá;
• se p cair, qd aumentará, e a RT aumentará.
b) Se Epd for inelástica: % qd < % p
• se p aumentar, qd cairá, e a RT aumentará.
• se p cair, qd aumentará, e a RT cairá.
c) Se Epd for unitária: % qd = % p
• Tanto faz p aumentar ou cair, que a receita total (RT)
permanece constante.
Elasticidade-renda da Demanda

 Variação percentual na quantidade demandada, dada uma
variação percentual na renda do consumidor, coeteris paribus.
 ERd>1 Bem superior (ou bem de luxo): dada uma variação da
renda, o consumo varia mais que proporcionalmente.
 Erd >0 Bem normal: o consumo aumenta quando a renda
aumenta.
 ERd<0 Bem inferior: a demanda cai quando a renda aumenta.
 ERd=0 Bem de consumo saciado: variações na renda não
alteram o consumo do bem.
Obs.: Normalmente, a elasticidade-renda da demanda de
produtos manufaturados é superior à elasticidade-renda de
produtos básicos, como alimentos.
Elasticidade-renda da Demanda

Bem superior ERd>1
Bem inferior ERd<0
Erd >0 Bem normal: a maior parte dos alimentos
Elasticidade-renda da Demanda

Consumo anual
per capita (Kg)
2 salários
6 salários
Variação %
Arroz
23,31
26,12
+ 12,05
Carnes
16,86
27,37
+ 62,33
Feijão
14,69
12,14
- 17,36
Leite
8,58
29,30
+ 241,49
Iogurte
0,60
2,19
+ 265,00
Refrigerante
2,54
7,14
+ 181,10
Fonte: ROCHA e DIAS, 2009
Elasticidade-renda da Demanda

Alimento
Total
Faixa de renda 1
Faixa de renda 5
Açúcar
0,17
0,33
- 0,08
Sal
0,08
0,41
0,12
Arroz
0,14
0,43
0,07
Carne de 1ª
0,60
0,75
0,67
Carne de 2ª
0,07
0,31
0,07
Feijão
0,09
0,29
0,03
Suíno
0,73
0,79
0,71
Frango
0,05
0,25
0,17
Queijos
0,82
0,89
0,86
Presunto
0,85
1,03
0,86
Elasticidade-renda da Demanda

 Os dados da elasticidade-renda para o Brasil indicam
que os alimentos, na maioria, se comportam como
bens normais, exceção apenas para farinha de
mandioca e leite em pó, que se apresentam como
bens inferiores.
 Uma análise regional mostra que a farinha de
mandioca aparece como bem normal nas regiões do
Norte e Nordeste, assim como no DF. Isto se deve a
que, além destas serem as regiões mais pobres do
País, nelas o consumo da farinha de mandioca possui
traços culturais fortes.
Elasticidade-renda da Demanda

 O leite em pó possui um padrão semelhante ao da
farinha de mandioca, comportando-se como um bem
normal nos estados das regiões mais pobres: Norte e
Nordeste.
 Os bens normais que apresentam elasticidade-renda
superior a 0,55 são, em ordem decrescente: presunto,
queijo, manteiga, linguiça, maionese, suíno, laranja,
carne de primeira e leite.
 Sabe-se que as carnes, as frutas e os derivados do
leite são produtos cujo consumo cresce após ter sido
atingido um determinado nível de renda.
Elasticidade-renda da Demanda

 As elasticidades da carne de primeira e suína são bastante
superiores à da carne de segunda e do frango.
 Situação similar se observa nos produtos lácteos, como
queijos e manteiga, que exibem elasticidades mais
elevadas que o leite.
 Por ser a mais rica, São Paulo é a cidade que mais
apresenta bens inferiores.
 Por fim, cabe observar que as elasticidades-renda são
maiores na primeira faixa de renda e nas cidades do
Nordeste-Norte do País, ou seja, nas famílias de menor
poder aquisitivo.
Elasticidade-preço cruzada da
Demanda

 Variação percentual na quantidade demandada,
dada a variação percentual no preço de outro bem,
coeteris paribus.
EpdAB > 0 A e B são substitutos (o aumento do preço de y aumenta o
consumo de x, coeteris paribus).
EpdAB < 0 A e B são complementares (o aumento do preço de y
diminui o consumo de x, coeteris paribus).
Elasticidade-preço cruzada da
Demanda

 Exemplo 1: Elasticidade-preço da demanda cruzada
de álcool e gasolina no Brasil.
 Exemplo 2: Elasticidade-preço da demanda cruzada
de carne de boi e frango
 Exemplo 3: Elasticidade-preço da demanda cruzada
de carros e gasolina
 Exemplo 4: Elasticidade-preço da demanda cruzada
de manteiga e margarina.
Elasticidade-preço cruzada da
Demanda

Período
Preço da manteiga
Janeiro 2016
R$ 10,00
Demanda por
margarina
480
Fevereiro 2016
R$ 10,50
500
Caso os bens fossem complementares, e
não substitutos, é esperado que a
elasticidade cruzada da demanda entre
eles seja negativa.
Cada aumento
percentual de 1% no
preço da manteiga, a
quantidade demandada
por margarina
aumentará em 0,83%.
Elasticidade-preço da oferta

 Variação percentual na quantidade ofertada, dada
uma variação percentual no preço do bem, coeteris
paribus.
E pd
p q0

q0 p
Epo>1 Bem de oferta elástica.
Epo<1 Bem de oferta inelástica.
Epo=1 Elasticidade-preço de oferta unitária.
Elasticidade-preço da oferta

 O clima foi um fator importante para a safra de soja, que deve ser recorde. Mas
outros fatores também contribuíram para a decisão dos agricultores americanos
sobre o que plantar. Quando o preço do milho começou a cair, muitos produtores
decidiram migrar para a soja. Nesse ano, houve aumento de 11% na área plantada
com o grão nos Estados Unidos em relação ao ano passado.

http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/10/excesso-de-oferta-provoca-queda-no-preco-da-soja-produzida-nos-eua.html
Elasticidade-preço da oferta

 “Esta semana, o valor do grão no mercado chegou a
cerca de R$ 48,50 por saca. Foi o mais baixo preço
registrado desde 2010. No ano passado, o grão estava
R$ 73,00 a saca”.
Como isto pode afetar a oferta de soja no Brasil? Qual é
a elasticidade da oferta?
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