CURVA DE DEMANDA INTRODUÇÃO: A curva de demanda demonstra os diversos pontos de preços e quantidades demandadas em um dado mercado, mostrando a aceitação da sociedade por um determinado preço que seja cobrado pela mercadoria. Normalmente preço e quantidade demandada variam de maneira inversa, ou seja, se o preço aumenta/diminui, a demanda diminui/aumenta, respectivamente. Dizemos, portanto, que a curva de demanda é NEGATIVAMENTE INCLINADA. O gráfico da curva de demanda é traçado abaixo: P P0 P1 Qd Q0 Q1 Diversos fatores influenciam na construção e no comportamento da curva de demanda. Apesar de a quantidade demandada ser, frequentemente, expressa como uma função dos preços, ela também depende de fatores como a utilidade do bem, a renda, entre outros. VARIAÇÕES NA DEMANDA POR UM BEM: A demanda geralmente varia por conta das variações do preço da mercadoria. Nesse caso, diz-se que houve um DESLOCAMENTO AO LONGO DA CURVA DE DEMANDA. É a situação ilustrada no gráfico anterior. No entanto, algumas vezes a demanda pode variar por fatores que denominamos FATORES EXTRA-PREÇO. Isso significa que a demanda variará, mesmo que o preço não aumente ou diminua. Por exemplo, se há uma epidemia de dengue, não é necessário que o preço do repelente de insetos caia para que a demanda aumente. De outra forma, se muitas pessoas morrem por conta dessa epidemia, não foi necessário o preço aumentar para que a demanda ficasse reduzida. Chamamos a essa situação de DESLOCAMENTO DA CURVA DE DEMANDA (para a esquerda ou para a direita, caso se diminua ou se aumente a demanda). O gráfico abaixo mostra a variação da demanda por fatores extra-preço: P P0 Qd Q2 Q0 Q1 PREÇOS E VARIAÇÃO DA DEMANDA: ELASTICIDADE A elasticidade procura mensurar a variação percentual da demanda a partir de uma variação percentual em alguma outra variável, ou seja, como o consumidor reage a determinadas situações. Aqui serão mostradas: elasticidade-preço da demanda, elasticidade-preço cruzada e elasticidade-renda. ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA Como os indivíduos reagem a uma variação no preço da mercadoria? A resposta a essa questão dependerá do tipo de mercadoria que esteja sendo demandada. Em alguns casos o consumidor tem maior autonomia para recusar a demanda caso haja uma elevação de preços. Em outros, talvez isso não seja possível. Por conta disso classificamos a elasticidade de acordo com a reação desse consumidor a uma variação de preços. O cálculo da elasticidade-preço da demanda, representada por ε, mostrará, justamente, a intensidade dessa reação. Vejamos: ε = (ΔQ/Qi) / (ΔP/Pi) Os termos expressos pela fórmula da elasticidade-preço da demanda mostram as variações percentuais da quantidade e da demanda. Ao final do cálculo encontraremos o quanto 1% de variação no preço ocasionará de variação na quantidade demandada. Vejamos um exemplo: QI = 100 PI = 20 QF =200 PF = 15 Realizando os cálculos, a ε = - 4. Isso significa que a cada 1% de variação no preço, a demanda varia 4%. O sinal negativo possui um significado econômico e demonstra, justamente, a relação inversa que existe entre pereço e quantidade demandada. Assim, se o preço aumenta/diminui em 1%, a demanda diminui/aumenta 4%, respectivamente. A intensidade da reação do consumidor, ou seja, a elasticidade-preço da demanda, classifica as mercadorias em: A. PREÇO – ELÁSTICA (ΔQ/Qi) > (ΔP/Pi) B. PREÇO – INELÁSTICA (ΔQ/Qi) < (ΔP/Pi) C. PREÇO – UNITÁRIA (ΔQ/Qi) = (ΔP/Pi) ε >1 ε <1 ε= 1 ε=0 ε=∞ (ΔQ/Qi) = 0 D. PREÇO – ANELÁSTICA (ΔQ/Qi) E. PREÇO – INFINITA ∞ * também chamada de PERFEITAMENTE INELÁSTICA. Note que o valor da elasticidade-preço é negativo. No entanto, como o que importa é a intensidade da modificação da demanda, basta que consideremos o valor em módulo e, sobre esse valor, classifica-se a mercadoria conforme o parágrafo anterior. Os gráficos representativos de cada comportamento são demonstrados abaixo: p p (A) q p (B) q p (C) q p (D) q (E) q A elasticidade-preço da demanda pode ser calculada também pelo método do ponto médio ou, ainda, pela derivada da função demanda. No entanto, a forma mais utilizada é a apresentada acima. ELASTICIDADE-PREÇO CRUZADA DA DEMANDA Mensura a reação do consumidor à variação do preço de uma outra mercadoria. Permite classificar os bens em substitutos ou complementares. A fórmula que permite seu cálculo é dada por: ε xy = (ΔQx/Qix) / (ΔPy/Piy) Suponha que um consumidor demande 20 unidades da mercadoria A, a um preço de R$ 5,50. Quando o preço da mercadoria B passa de R$ 6,00 para R$ 4,00, a quantidade demandada de A cai para 10 unidades. Assim, podemos dizer que a ε xy = 1,5. Isso significa que a cada 1% de redução no preço da mercadoria B, a demanda por A cai 1,5%, mostrando que houve uma substituição de A por B. Os bens são, nesse caso, SUBSTITUTOS. Se, ao invés da redução no preço de B houvesse um aumento de R$ 4,00 para R$ 6,00, e se a demanda por A passasse de 20 para 10 unidades, a ε xy = -1. Nesse caso, um aumento no preço de B, levaria a uma diminuição na demanda por A, sendo os bens considerados COMPLEMENTARES, nesse caso. O raciocínio é o seguinte: se o preço de B aumenta, a demanda por B diminui. Se a demanda por A também diminui, conclui-se que o consumo de um bem é acompanhado pelo consumo de outro, isto é, um complementa o outro. Quando ε xy = 0, os bens não guardam nenhuma relação entre si. ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA A elasticidade-renda da demanda, simbolizada por γ, mensura a reação do consumidor a partir de uma variação em sua renda e é dada por: γ = (ΔQx/Qi) / (ΔY/Y) O resultado encontrado nos permitirá não somente identificar a variação da demanda quando se varia a renda, mas também classificar os bens em NORMAIS ou SUPERIORES E INFERIORES. 0<γ≤1 BENS NORMAIS γ>1 BENS SUPERIORES γ<0 BENS INFERIORES A classificação com relação à elasticidade-renda não está totalmente fechada entre os economistas. Alguns consideram uma única classificação para bens normais e superiores. Outros consideram, ainda, que uma elasticidade-renda superior à unidade classifica o bem como ultrasuperior. Na maior parte das vezes a classificação acima atende bem à questão.