_______________________________________________________________________ Curso de Pedagogia Artigo Original O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇAO: DESAFIO E POSSIBILIDADE. The teacher SPACES IN NO FORMAL EDUCATION OF: CHALLENGE AND POSSIBILITY. Maria Islane dos Santos Gomes1, Mariane Gomes Costa Amorim2, Maria Edlamar Clauss3 _______________________________________________________________________ Resumo Este artigo tem como objetivo principal entender a função do pedagogo, em diferentes instâncias de ensino da educação não formal, e destacar os desafios e possibilidades que esse profissional de educação vem enfrentando ao longo desse tempo. Assim sendo, tratase fundamentalmente de uma pesquisa de campo, por meio de um levantamento teórico, com pedagogos que atuam em espaços não formais de educação como: O Pedagogo Hospitalar, Empresarial e Social, de modo que se possa identificar de que forma acontece essa educação nesses diferentes campos de atuação. Para tanto, desenvolve-se um estudo da história da educação, a fim de identificar, não só os primeiros passos da educação no Brasil e a atuação dos pedagogos nas escolas, como também citar as diversas possibilidades que o pedagogo tem no seu campo de atuação. Portanto, torna-se um desafio não restringir a pesquisa apenas para a docência, pois se sabe que esses campos são relativamente novos, fato comprovado no momento em que se busca publicações e referências bibliográficas, que possibilitem abranger o estudo desses novos espaços de atuação do pedagogo. Além do mais, esse artigo pretende, ainda, trazer uma visão mais ampla do papel do pedagogo nas suas diferentes áreas, sem um aprofundamento maior em conteúdos e referências. Portanto foi possível observar que são inúmeros os desafios e possibilidades que o profissional encontra no decorrer de sua trajetória, dentre os desafios podemos destacar a falta de reconhecimento que esse profissional ainda não tem dentro desses espaços não escolares. Existem muitas possibilidades do Pedagogo para atuar em espaços não escolares, por meio de uma formação especifica e continuada. Palavras-chave: Pedagogos, Educação não formal, Perfil profissional. Abstract This article aims to understand the role of the educator in different instance of teaching non-formal education and highlight the challenges and possibilities that education professional has faced over that time, it is essentially a field research with theoretical survey with teachers who work in these non-formal spaces such as: Hospital Pedagogy, business and social so that we can identify how this education happens in these different fields of expertise. It develops a study of the history of education in order to identify the first steps of education in Brazil and the role of educators in schools and finally mention the various possibilities that the teacher has in their field, not restrict to the room only class, and knowing that these fields are relatively new, it is difficult to find publications and references that will enable these new teacher's performance spaces. And the article is intended to bring a broader view of the role of teacher in its different areas without further deepening in content and references. So it was observed that there are numerous challenges and possibilities that the professional is in the course of his career , among the challenges we highlight the lack of recognition that the professional does not have within these non-school spaces. There is possibilities of acting on non Pedagogue school premises , by means of a specific training and continuous. Keywords: Pedagogy, non-formal education, vocational profile. 1 Graduanda do Curso de Pedagogia. Graduanda do Curso de Pedagogia. Professora especialista do curso de Pedagogia do Icesp / Promove. 2 3 INTRODUÇÃO O termo Pedagogo surgiu na Grécia Antiga, e era conhecido como aquele que tinha função de conduzir as crianças à escola. O Pedagogo era visto como aquele que ensinava as crianças, que na sua história ficou definida como: “Peda” Paidós, do grego= criança, e “gogia” =estudo. Assim, o ensino era destinado a crianças, e quem assumiu esse papel na verdade são Pedagogos. Para lecionar como Pedagogo em uma instituição de ensino era necessário o mesmo tem que possuir o Curso de Pedagogia (FRANCO 2001). Por muito tempo a função do Pedagogo ficou definida em sua história como um profissional da educação que desenvolvia seu trabalho apenas nas áreas escolares. Sendo assim o presente artigo irá discutir sobre o papel do pedagogo além dos espaços não formais de educação. Por meio da resolução CNE/CP/2006, o Conselho Nacional de Educação, institui em suas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, através do documento que relata o perfil do Pedagogo que poderá atuar como um profissional da educação em espaços escolares e não escolares. Então se faz necessário fazer uma reflexão sobre o que vem a ser uma educação formal e não formal, sabendo que o Pedagogo não estará habilitado apenas para desenvolver a sua função na educação formal (BRASIL, 2006). A educação formal está baseada em um sistema de ensino, organizado, estruturado e sistemático com objetivos voltados para a aprendizagem e o conhecimento. Enquanto a educação não formal ressalta os processos educativos que tem uma intencionalidade na ação, pois prevê troca de conhecimentos, envolvendo um processo interativo de ensino e aprendizagem e corrobora com a construção de aprendizagens e saberes coletivos, que por sua vez, não tem formalidade do ensino regular, mas o Pedagogo pode e deve atuar como um agente educativo nos diferentes espaços como: Hospitais, Empresas e em Instituições Sociais. O Pedagogo Hospitalar deverá desenvolver um trabalho dinâmico e educativo procurando maneiras de estimular a aprendizagem das crianças e jovens hospitalizados, pois quando hospitalizados deixam de frequentar a escola e de fazer as atividades escolares que geralmente executavam no seu cotidiano e ainda sofre as devidas consequências da doença. Então torna - se fundamental a presença de um Pedagogo no ambiente hospitalar, pois o mesmo contribuirá na recuperação dos hospitalizados por meio de atividades Pedagógicas. A Pedagogia Empresarial é um campo de trabalho, onde o Pedagogo atua dentro da empresa, fazendo o recrutamento e desenvolvimento de pessoas, capacitando os funcionários no ambiente de trabalho. Para que o trabalho do Pedagogo Empresarial tenha resultados positivos dentro da empresa, é necessário que esse profissional tenha conhecimento sobre está área de trabalho, sendo um bom comunicador oferecendo aos funcionários da empresa as orientações necessárias e precisas. Enquanto a Pedagogia Social encontra-se presente em organizações e associações e em outras áreas educativas. São os espaços sociais onde os profissionais que atuam neles, precisam ter conhecimento e experiências oferecendo aos mesmos momentos de esporte, lazer, cultura e trabalho. É uma área que ao longo dos anos tem se tornado um espaço importante fora do espaço escolar. Portanto, o objetivo relatou a importância do Pedagogo em espaços não formais de educação, como também os desafios e as possibilidades no processo de atuação, possibilitando uma maior atenção ao seu trabalho diante da sociedade. Sendo assim, o trabalho do Pedagogo em instituições e organizações como Organização-não-Governamental (OGNs), Hospitais e Empresas, deverá ser realizado com competências e responsabilidades, com o foco voltado para ensinar e aprender. OBJETO DE ESTUDO Historiando A trajetória do Curso de Pedagogia passou por cinco períodos históricos, no que se refere a momentos de adaptações e mudanças legais. Esses períodos foram decorrentes de alterações em que o curso sofreu e possibilitou muito na compreensão da constituição atual. Esse período foi definido da seguinte forma; Primeiro foi estabelecido pela sua criação em 1939, o segundo foi decorrente de alterações do parecer CFE n. 251/62, que possibilitou algumas alterações como o aumento das disciplinas na grade curricular, o fim da lei 3 + 1, que se torna nova regulamentação no curso de licenciatura, o terceiro estava relacionado à Reforma Universitária de 1968, que estabeleceu a expansão do ensino superior no Brasil, o quarto período está relacionado às discussões de 1980 acerca do destino do Curso de Pedagogia, o quinto advém da década de 1990 com a reforma educacional e as proposta das comissões e a aprovação das novas Diretrizes Nacionais para o Curso de Pedagogia (SILVA, 1999). Detalhando, o curso de Pedagogia foi criado no Brasil, no ano de 1939 na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade-USP de São Paulo, por meio do Decreto – Lei nº1190 de 04 de abril de 1939 - projeto do ministro da educação Gustavo Capanema no Governo de Getúlio Vargas, seu primeiro objetivo era formar professores para o ensino secundário, com a função de formar bacharéis em três anos e licenciados nas áreas da docência. Nesse período foram criadas quatro seções, seção de filosofia, seção de letras, seção de ciências e seção de Pedagogia, entre as quais eram distribuídos cursos regulares de Filosofia, Matemática, Geografia, História, Ciências Sociais, Letras, Pedagogia e Didática. O Curso de Pedagogia formava bacharéis, regulamentado no esquema 3 + 1, onde o bacharel formava-se em um período de três anos e aqueles alunos que optasse em licenciar, complementava seus estudos por mais um ano, estudando didática. Para lecionar na área da educação o Pedagogo, precisava estar licenciado ou ter o bacharel. Como bacharel poderia atuar nas áreas técnicas: gestão, coordenação, supervisão e ou orientação, após complementação pedagógica, e então licenciada, passa a ter a possibilidade de exercer a docência no ensino secundário e na Escola Normal (BRASIL, 1939). A primeira Escola Normal Brasileira foi criada no ano de 1835, no Rio de Janeiro em Niterói pela Lei nº 10, de 1835, que tinha o objetivo formar professores para atuarem no magistério de ensino primário e era oferecido em cursos públicos de nível secundário (hoje Ensino Médio). A partir da criação da escola no Município da Corte, várias Províncias criaram Escolas Normais a fim de formar o quadro docente para suas escolas de ensino primário. Desde então o movimento de criação de Escolas Normais no Brasil esteve marcado por diversos movimentos de afirmação e de reformulações, mas não obstante a isso, o Ensino Normal atravessou a República e chegou aos anos 1940/50, como instituição pública fundamental no papel de formadora dos quadros docentes para o ensino primário em todo o país (VILLELA, 2002). O currículo da Escola Normal era muito simples, tinha apenas as noções didáticas e leitura. E a formação que era oferecida pela Escola Normal era ler e escrever pelo método Lancasteriano, era saber realizar as quatro operações matemáticas, ter conhecimento sobre à linguagem nacional, sobre elementos da Geografia e os princípios da moral Cristã (TANURI, 1969). A Escola Normal tinha o método de ensino o Lancasteriano que era conhecido também como ensino mútuo, onde o aluno era treinado e o mais adiantado tinha que ensinar a um grupo formado por dez alunos sobre a orientação ou a supervisão de um inspetor, que era um auxiliar do professor, no que diz respeito à disciplina e a fiscalização das turmas. Essa foi uma das soluções encontradas para resolver parte do problema que no momento era falta de professores, pois as escolas contavam apenas com um educador (ARANHA, 2006). A formação para o magistério em nível superior no Brasil é uma conquista educacional recente, lei 9896/94. Anteriormente, essa função era destinada ao Curso Normal no nível de 2º Grau (antigo secundário), que formaria professores para o exercício do magistério no ensino do 1º Grau, conforme indica a lei 5692/71 (BRASIL, 1971). Em dezembro de 1996 é aprovada a lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que objetiva direcionar a formação e a função prioritária do Pedagogo para atender melhor o mercado de trabalho. Essas mudanças foram decorrentes pela necessidade de ampliar o espaço e as atividades do Pedagogo no exercício da docência nas modalidades da Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 1996). E ainda, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), 9394/96, estabelecem algumas responsabilidades aos professores e oferecem subsídios pedagógicos que vai além da docência. Onde esse profissional da educação pode ser convocado para fazer parte da coordenação, fazendo também acompanhamentos e avalições de projetos pedagógicos. Apesar de amplo o curso ainda não tem uma definição clara sobre qual seria a função desse profissional de educação, o qual atravessa diversas mudanças, e foi marcado por diversas críticas, pelo fato de que o curso estava passando por adaptações referentes os fragmentos, no que resulta na divisão do trabalho, sobretudo o curso até o momento não tinha muita coisa definida. A função do pedagogo era oferecer modelos formais de ensino, para a formação do indivíduo. A partir de 2006 foi homologada pelo parecer 03/2006 as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), para o curso de Pedagogia que visa à possibilidade de atuação em diferentes espaços não formais e isso causou vários impactos e discursões no meio educacional, trouxe inúmeras discursões e até hoje ainda traz, pelo fato das pessoas entenderem que a função do pedagogo é restrita apenas na escola. O curso de Pedagogia oferece ao pedagogo teorias, métodos e técnicas de educação, que podem ser aplicados durante o processo educativo. O pedagogo passou a ser conhecido como um profissional da educação que atua em vários espaços educativos, de forma direta e indireta, aplicando seus conhecimentos e saberes no processo educativo, tendo como base principal a formação humana e social. Ainda é desafiador entender que o Pedagogo é um profissional da educação que pode atuar em várias áreas educativas como: Na Educação Infantil, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos, fazendo também a coordenação e orientação pedagógica, e ainda podendo atuar em espaços não escolares como: Pedagogo Social, Pedagogo Hospitalar, Pedagogo Empresarial, por exemplo. Essa possibilidade mercadológica permite refletir a necessidade de os cursos de formação permear um grau de qualidade e compromisso para a formação do profissional em educação. METODOLOGIA A metodologia utilizada no presente artigo consiste em uma pesquisa bibliográfica com aprofundamento teórico, com a realização de entrevistas a Pedagogos (a) do Distrito Federal, que trabalham em espaços não formais de educação como Pedagogo Empresarial, Pedagogo Hospitalar e Pedagogo Social. A pesquisa teve como objetivo principal proporcionar maior familiaridade com o problema a ser diagnosticado, com vista torná-lo mais explícito para construir hipóteses. Esses tipos de pesquisas, na maioria das vezes envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com profissionais que atuam nesses espaços não educativos e análise de exemplos do cotidiano do trabalho (SELLTIZ, 1967). Para atingir o objetivo da pesquisa utilizar-se-á para coleta de informações uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo, com estudos de campo e aprofundamento bibliográfico, com vistas a torná-lo mais explícito conforme determina (GIL, 2002). Quanto aos procedimentos técnicos, dispõe-se de metodologias diferentes para o desenvolvimento, como a pesquisa bibliográfica que é feita através de consultas de materiais que já foram publicados, como artigos científicos, livros e revistas, já as pesquisas de campo são desenvolvidas no universo e amostra definida pelas pesquisadoras, podendo ser grupos de trabalho, de estudos ou voltados para qualquer outro tipo de atividade humana (GIL, 2002). Para a amostra do presente estudo fez se necessário à utilização de entrevista com profissionais que atuam em espaços não formais de educação como: Pedagogos Empresariais, Hospitalares e Sociais, para colher dados que nos possibilitam na investigação, já que a intenção é comparar a prática desse profissional em diferente rede de ensino. Como instrumentos de coleta de dados foram realizadas entrevistas com Pedagogos das instituições selecionadas para obtermos conhecimento sobre o seu trabalho dentro das instituições. As entrevistas foram realizadas individualmente com cada Pedagogo para não haver influências nas respostas. Sendo dois (02) Pedagogos Empresariais, (01) Pedagogo Hospitalar e (03) Pedagogos Sociais. A análise foi com base nas respostas das perguntas mencionadas. A análise envolve a organização das informações e verificação das relações existentes, entre os dados obtidos e seus pontos negativos e positivos. A Importância e Função do Pedagogo na Sociedade Atual A Pedagogia hoje no Brasil, tem um campo de estudo bem amplo e especifico, podem dizer que o Curso de Pedagogia está em alta nos meios Profissionais, Políticos, Universitários, Empresariais, Hospitalares, Sociais e outros espaços, e isso possibilita refletir sobre a Pedagogia, de um modo geral. Para a sociedade atual é abalizadamente pedagógica, ao ponto de ser chamada de sociedade do conhecimento. Estamos frente a uma sociedade exigente com a formação de um novo educador. Observa-se que uma ação Pedagógica múltipla na sociedade, em que o Pedagogo perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal, criando formas de educação paralela. Para isso sentiu-se a necessidade de uma formação solida que junte teoria e prática pedagógica, diminuindo as lacunas na formação docente (LIBANEO, 2001). Portanto, cabe ao educador refazer a educação todos os dias, reinventá-la, criar condições objetivas para que possa construir uma educação democrática, para que seja possível criar uma alternativa pedagógica, comprometida com a valorização do indivíduo. Vale ressaltar que atualmente no Brasil, vislumbra-se uma ampliação de educação, seja visto a mesma não se restringindo apenas a ação de ensinar. Na sociedade atual a Pedagogia tem buscado construir, uma ação educativa voltada para várias áreas do conhecimento, onde o Pedagogo possa está atuando e desenvolvendo trabalhos e projetos educativos. Sendo que na maioria das vezes o Pedagogo, foi visto e reconhecido pela sociedade como um profissional que tem a função apenas para a docência. O Pedagogo é um profissional da educação que trabalha em vários setores educativos como o objetivo de formar sujeitos em instituições escolares e não escolares (LIBÂNEO, 2006). Ao longo dos anos, a sociedade tem que se apresentado com um modelo educacional que ultrapassam os limites da educação formal. Antes esse sistema educacional era visto pela sociedade dentro das escolas, e nos dias atuais essa realidade está sendo completamente mudado, como também o entendimento da sociedade, a respeito da função e da atuação do Pedagogo, que acontece em diferentes espaços, mais sempre direcionada para o ato de educar e de levar o conhecimento. Ao formar - se no Curso de Pedagogia, o Pedagogo não só estará apto a exercer sua função na Educação Infantil, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos. Ele poderá está assumindo a coordenação, fazendo planejamento, acompanhamento e avaliação das tarefas da própria escola. Ao está atuando nessas áreas citadas, o Pedagogo poderá está atuando em outras áreas que são as Empresas, Hospitais, Orfanatos e Organizações-não-Governamentais (ONGs), com o intuito de desenvolver trabalhos educativos. O Pedagogo, na sociedade atual passa atuar como educador social, trazendo um novo panorama de ação desse profissional, que continua passando por críticas na escola, invalida de preconceitos e ideias de que o Pedagogo está pronto apenas para exercer funções no âmbito escolar. Nesse contexto metodológico esse profissional poderá desenvolver funções importantes que a ajudará a identificar as dificuldades que são surgidas em cada instituição ou em cada indivíduo. Como planejamento, métodos educacionais, acompanhado na qualidade do ensino e fazendo também a qualificação do ensino, orientando os alunos no processo de aprendizagem, realizando pesquisas educacionais e contribuindo em projetos para a alfabetização de Jovens e Adultos. O Pedagogo tem uma importância fundamental no processo educativo, trata-se de um profissional capacitado e preparado para desenvolver trabalhos educativos dentro de instituições, e sejam com qualidade e competências a fim de alcançar os objetivos almejados. Sendo assim, conclui-se que o campo de atuação do Pedagogo é muito fértil, sua ampliação da possibilidade deste profissional ir além, onde haja relevância nos ambientes escolares e não escolares, como instrumento mobilizador de competência e habilidades na análise crítica das situações, aliando os princípios éticos, estéticos, políticos, moral e de construção de identidade individual (DEMO, 1995). DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS Pedagogo Empresarial Historicamente e culturalmente falando, o pedagogo sempre teve seu campo de atuação restrito a educação escolarizada, porém hoje podemos observar muitos profissionais da área de educação trabalhando em outros ambientes, analisamos também que o desenvolvimento do homem se faz através da relação com o meio e a partir daí que o indivíduo passa ser visto como um indivíduo participativo atuante. A pedagogia empresarial surgiu na década 1980, é um novo campo de trabalho, em que o Pedagogo pode estar atuando, surgiu muito recentemente com a necessidade de preparar e formar pessoas, nesta área de trabalho. O Pedagogo em uma empresa caracteriza-se como uma das possibilidades de formação e atuação. O Pedagogo pode contribuir para o crescimento e desenvolvimento da empresa, através da realização de projetos educacionais e sociais dentro da empresa, pesquisas de projetos e cursos de capacitação, com o objetivo de estar melhorando a função e o desempenho de cada funcionário. Pedagogia empresarial é uma educação que acontece nas empresas, que está voltada para a formação e capacitação de pessoas. Para o Pedagogo atuar nesse espaço empresarial é preciso ter conhecimentos necessários, para que possa identificar selecionar e desenvolver pessoas com competências e responsabilidades neste âmbito de trabalho. Esse profissional deve usar uma metodologia adequada, que alcance o conhecimento e a aprendizagem das pessoas no mercado de trabalho, como também a qualidade de vida profissional e pessoal. O Pedagogo empresarial pode estar atuando na área de Recursos Humanos, principalmente no treinamento de pessoas, tornando-se um responsável na organização de projetos, na formação de equipe de trabalho, para que possa ter resultados significativos dentro das empresas, visando assim um trabalho mais humanizado e uma qualidade de vida melhor. Assim o Pedagogo é um profissional que precisa ser capacitado para lidar com as diversas situações que são diferentes da prática educativa (GONÇALVES, 2009). Diante dos avanços e conhecimentos na qual se encontra a sociedade, exigir dos profissionais da educação uma constante atualização e capacitação para estar inserido no mercado de trabalho. Sendo assim esse profissional precisa ter competências e está atualizado e qualificado para desenvolver um trabalho, de qualidade dentro das empresas. É necessário que o Pedagogo tenha conhecimento sobre o funcionamento da empresa a qual está atuando, e seja capaz de identificar, selecionar e desenvolver e formar pessoas com competência e qualidade para atuar em diversas funções. Sendo assim a pedagogia empresarial é um mercado de trabalho que está se abrindo na atualidade e também organizando uma nova proposta, e as empresas tem que ter um olhar voltado para a importância do Pedagogo empresarial, que com certeza, vai ter bons lucros para a empresa deixando os Trabalhadores mais motivados. O que se pode observar claramente é que o Pedagogo empresarial cumpre um importante papel dentro das empresas e instituições não educativas. Cabe a esse profissional provocar mudanças significativas no que se refere ao comportamento das pessoas envolvidas nesse trabalho. Com isso o Pedagogo e a empresa podem fazer uma ótima relação, pois em tempos modernos ambos têm o mesmo objetivo de formar cidadãos críticos com competência para tal função (RIBEIRO, 2003). A Pedagogia empresarial é a parte da pedagogia aplicada das relações em uma empresa, com vista a gerar mudanças no comportamento de cada integrante da empresa, de modo que possa melhorar a atuação do profissional, pessoal e interpessoal. E a função desse profissional é contribuir para melhoria da empresa, desempenhar sua função com o propósito de provocar mudanças em favor dos funcionários, empresa e clientela. E isso ocorre por meio de treinamentos, palestras, cursos, educação continuada, avaliações, observações, atividades envolvendo os funcionários. Dessa forma o Pedagogo empresarial contribui com o ensino e saberes existentes além de intervir positivamente na qualificação dos funcionários, melhorando as práticas produtivas, possibilitando uma formação constante no que se refere a valores. A partir das entrevistas realizadas com o Pedagogo Rafael Moreira, que trabalha em empresa há 17 anos, desempenhando como função principal a capacitação dos funcionários e recrutamento de pessoas e a Pedagoga Débora Alves, que trabalha em uma metalúrgica há 06 anos, na área de recursos humanos, bem como na área administrativa. Para os Pedagogos entrevistados as principais atribuições exigidas para atuar nesses espaços é entender que a educação é única, mais que a educação requer cautela nos espaços empresariais, principalmente nos lugares onde não se tem uma dinâmica padrão para que haja a promoção do saber. Os entrevistados relatam que dentro das empresas, planejar e construir atividades inerentes ao departamento são atribuições também exigidas pelas empresas, assim como o planejamento de avaliação de renumeração, recrutamento, seleção e levantamento de profissionais. A Pedagoga relata que a graduação em Pedagogia trouxe inúmeras oportunidades dentro da empresa na área de recursos humanos, como ser encarregada do departamento, através do curso obteve mais embasamento para selecionar e recrutar pessoas para ocupar cargos diversos dentro da empresa, desde engenheiros a pessoas da limpeza. Segundo a fala da entrevistada: “O fato de ser pedagoga nos possibilita na busca de parcerias para implantar projetos de alfabetização dos funcionários da empresa”. Além das atribuições, os entrevistados relatam que o Pedagogo tem como funções pertinentes a área de recursos humanos, bem como na área administrativa, dependendo de sua experiência e capacitação profissional, empreender ideias respeitando o sujeito enquanto cidadão, integrando a família no contexto local, dinamizando o conhecimento. Por serem empresas privadas, os Pedagogos afirmam que contam com várias parcerias, e essas parcerias são importantes e necessárias para que o Pedagogo não tenha uma visão restrita ao eixo escolar, oportunizando que este profissional assuma funções que colaborem com todos que estão envolvidos na empresa. As parcerias dentro das empresas atuantes na instância social são através de sistema que são propostos projetos importantes compostos por SESI, SENAI, SECONSI, sindicados dos empregados na construção, que vai desde o amparo em direitos trabalhistas, assistência médicaodontológico lazer e educação. Os atuantes nessa área relatam que os desafios e possibilidades que encontram no decorrer do trabalho, os desafios há em todos os ramos de todas as carreiras, mais para o Pedagogo que tem sua capacitação para atuar como mediador em diversos níveis da empresa, onde lhe possibilita atuar e promover capacitações ou correções nas atividades e departamento da empresa, cooperando para melhores soluções a nível macro. Conforme disseram os entrevistados a educação é um agente transformador que deve estar presente em todos os espaços das empresas, pois quanto melhor capacitado estiver o funcionário mais chance a empresa tem de atender melhor a clientela em está satisfeito com o serviço prestado e também com o produto ofertado. Ou seja, há espaço colocado no mercado de trabalho, seja na educação não formal para o Pedagogo ou outro candidato de outra formação, se este estiver bem preparado para ocupar a vaga seja em recursos humanos ou não principalmente se for sua competência, pois estará habilitado para atuar em diversas funções. O que se precisa é enxergar possibilidades no mercado de trabalho e não a visão mercenária traduzida no estudo e no cumprimento da profissão. É preciso que o Pedagogo esteja buscando sempre conhecimento, renovando a sua prática, pois a faculdade não é a única opção de capacidade, habilidade e competência, devemos ser visionários e empreendedores. A escola é o local mais fácil de arrumar emprego, porém, outros fatores podem qualificar enquanto profissional da educação no meio empresarial ou nos espaços não formais, para isso o profissional deve buscar subsídios para aprimorar sua prática e adequá-la a sua realidade, claro que a primeira coisa é enxergar a educação como base de tudo, conhecendo as normas que regem e entender que possibilidades podem fomentar a prática pedagógica nos contextos escolares ou não escolares, assim se tem uma árdua batalha diária de mostrar à capacidade e tirar da sociedade a profissão desvalorizada, mais desafios e dificuldades sempre iram surgir em qualquer ambiente de trabalho, o Pedagogo que trabalha nesses espaços, segundo Débora Alves, o profissional não encontra espaço suficiente para apresentar e colocar em prática seu conhecimento e experiência adquiridos em sua formação acadêmica. O Pedagogo é visto apenas como aquele profissional que a sociedade enxerga como ornamentador de festa infantil ou cuidador de criança, isso é uma mentalidade de ignorante, mais precisamos ter postura e nos mostrar enquanto profissional de educação. No entanto além das dificuldades encontradas temos que enxergar a importância da educação para a sensibilidade dos indivíduos, seja nas escolas, nas empresas mistas, Hospitais, ONGs, legislativo, judiciário, enfim em todo ambiente, há necessidade de aprendizagem, pois um dos objetivos da educação é apenas sua atuação Pedagógica e de construir cidadãos críticos e preparados para a vida. Pedagogo Hospitalar A educação se faz presente, em todas as instâncias da sociedade, seja de maneira formal, não formal ou informal que ultrapassam os muros escolares e abrange outros espaços como Empresas, Organizações – não –Governamentais (OGNs) e Hospitais. Sendo assim a educação é de extrema importância para a sociedade e já encontra – se inserida dentro dos hospitais. A Pedagogia Hospitalar surgiu em Paris no ano de 1935, quando Henri Seller inaugurou a escola para crianças inadaptadas. E logo após foi se expandido para a Alemanha, França e para os Estados Unidos, e tinha como foco principal atender crianças que foram infectadas pela tuberculose, doença contagiosa e bastante comum naquela época e as crianças eram obrigadas a serem afastada da escola (FONSECA, 1999). No Brasil o atendimento pedagógico hospitalar teve início no ano de 1950, na cidade do Rio de Janeiro no Hospital Escola de Jesus. E esse nos dias atuais, sendo uma forma, de resgate de crianças e adolescentes que se encontram hospitalizada. A Pedagogia Hospitalar está direcionada para o atendimento de crianças e adolescentes que foram atingidos por algum tipo de doença e por esse motivo não podem frequentar a escola. Diante dessa situação alguns médicos se reuniram e incentivaram o atendimento pedagógico a essas crianças e adolescentes através das classes hospitalares (VIEIRA, 2011). A classe hospitalar está inserida na LDB 9.394/96 como educação especial, com o objetivo de atender à educação inclusiva, por haver a necessidade do tratamento diferenciado, às crianças e aos adolescentes que se encontram internados, e por esse motivo é afastado da escola correndo os riscos de serem prejudicados nos estudos ou perderem o ano letivo. Então a classe hospitalar oferece a esses indivíduos a valorização dos seus direitos como cidadão, que é a educação e a saúde (BRASIL, 1996). A proposta do atendimento educacional é garantida em lei. Conforme a Constituição Federal de 1988 está definida no artigo 205, como: A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, e deve ser promovida e incentivada com a participação da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). Dentro do hospital a classe hospitalar não é vista como uma sala de aula e sim como um ambiente especializado para fazer o atendimento pedagógico para crianças e adolescentes, e tem como finalidade a recuperação e a socialização dos mesmos que se encontram internados. Além de o Pedagogo Hospitalar desempenhar a função de estar estimulando, motivando e orientando as crianças e adolescentes hospitalizados, eles desenvolvem um trabalho educativo de maneira lúdica e criativa, sendo uma das maneiras encontradas para amenizar as dores e os estresses dos pacientes hospitalizados. O trabalho do pedagogo hospitalar contribui para a recuperação dos pacientes e possibilita que cotidiano dos mesmos seja menos desgastante e que a recuperação possa ser mais rápida na maioria dos casos (MATOS e MUGIATTI, 2007). A função do Pedagogo dentro do hospital é muito importante porque ele vai estará orientando, estimulando e motivando a pessoa que se encontrar enferma ou mesma hospitalizada. O papel do Pedagogo Hospitalar também é oferecer aos pais e aos familiares do paciente um subsídio pedagógicoemocional, com o objetivo de fortalecer a família para enfrentar as dificuldades que surgiram ao longo do tratamento. Assim a Pedagogia Hospitalar tornou-se uma base para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças e adolescentes hospitalizados (SILVA, 2012). Através da entrevista realizada com a Pedagoga Sandra Lucena, que trabalha no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), há 24 anos, desempenhando sua função principal com ações educativas com crianças que se encontram hospitalizadas e por esse motivo e precisam ser afastadas da escola. O objetivo da entrevista realizada com a Pedagoga hospitalar teve como foco, conhecer como é o funcionamento da classe hospitalar e o trabalho que é desenvolvido com as crianças e adolescentes hospitalizados. Através da entrevista foi possível perceber os desafios e possibilidades que são encontrados dentro do ambiente hospitalar. O desafio se encontra no lidar com uma clientela diferente quase todos os dias. E as possibilidades são enormes, relata a Pedagoga que tem total liberdade para implantar projetos dentro de o ambiente hospitalar, o único problema é que o ambiente não conta com ajuda dos governos, para a compra de recursos, a única parceria é com a ONGs _ Amigos da Vida de Renato Russo e com as próprias famílias da classe hospitalar. Algumas atribuições são exigidas para atuar neste campo, segunda a entrevistada relata que em primeiro lugar o Pedagogo tem que ter um olhar sensível, pelo fato de estar lidando com uma matéria prima diferenciada, em segundo lugar tem que ter uma boa capacitação, ou seja, ter conhecimento do ensino especial, porque a clientela precisa de um atendimento especializado. A Pedagoga ainda relata que uma das funções importante dentro do ambiente hospitalar, é de humanização, procurando olhar o ser não apenas como um corpo, mas de uma forma integral, em suas necessidades físicas, psíquicas e sociais. É restabelecer a ponte com a escola, para dar continuidade com as atividades de acordo com a metodologia que a escola utiliza aplicar trabalhos de acordo com o que está sendo trabalhado na escola. Ao está promovendo um trabalho educativo dentro do hospital como brincar, pensar e criar estará favorecendo o desenvolvimento a criança, que não pode ser interrompido por causa de uma hospitalização. A Pedagoga afirma também que o mercado de trabalho para o profissional que atua nesses espaços hospitalares é muito restrito pelo fato das vagas serem mínimas, e os que exercem essa função dentro desses espaços muitas das vezes é uma questão de política, e por outro lado faltam políticas educativas dentro do ambiente hospitalar. A Pedagoga Sandra Lucena relata que para atuar no ambiente hospitalar o profissional tem que está habilitado e preparado, ter o curso de Pedagogia, e uma especialização na área de ensino especial. Que apesar de todos os conhecimentos que são necessários, o Pedagogo hospitalar tem por obrigação, buscar subsídios para aprimorar a sua prática de ensino. Na maioria das vezes faltam recursos é preciso correr atrás, sair pedindo ajuda, para conseguir os materiais que geralmente são mais utilizados para manter o espaço, os próprios pais das crianças hospitalizadas contribuem no que pode. A classe hospitalar inserida dentro do hospital é de extrema importância, como relata a fala da Pedagoga, porque a criança e ao adolescente internado temporariamente ou permanentemente garantem um vínculo com a escola. No entanto, a importância dos espaços de educação não formal para aprendizagem e conscientização dos indivíduos é vital porque o espaço lúdico socializa, enriquece, e faz com que as famílias se sintam mais vivas. Pedagogo Social Historicamente a Pedagogia Social tem se apresentado para diferentes autores como uma ciência da educação que cria possibilidades para o conhecimento. E está direcionada para indivíduos e grupos de pessoas, que apresentam problemas, sejam humanos ou sociais, e que podem ser solucionados através de um trabalho educativo. A Pedagogia Social é um campo de trabalho que envolve especialidade e conhecimentos em relação à infância com problemas, a adolescência e a juventude, a famílias desestruturadas, a terceira idade, aos deficientes entre outros (QUINTANA, 1998). Pedagogia social é uma disciplina, é um saber fazer e esse saber fazer, ocorre através da ciência da educação e é o que se tem mais estudado na contemporaneidade. Mas o seu enfoque maior aconteceu na Alemanha no século XIX, mas é ao logo do século XX que a pedagogia social se desenvolve e se transforma em formação acadêmica (ZUCCHETTI, 2008). O foco da Pedagogia Social está direcionado para a sociedade, com metas que capacitem o ser humano para ser um cidadão melhor seja pela educação formal ou não formal. E também tem uma função muito importante que é transformar a sociedade, trazendo mudanças e resultados que sejam positivos. O trabalho do Pedagogo nesta área é muito importante porque, ele poderá desenvolver um trabalho educativo com a população que se encontra em vulnerabilidade em presídios, com os menores infratores com a lei e também ajudando os moradores de rua. O trabalho desenvolvido por um Pedagogo Social exige do mesmo, conhecimento, compromisso e responsabilidade, pois não é um trabalho fácil e deve ser realizado como se fosse uma educação integral, onde possa atender a todos do meio social, e que seja alcançado o pleno desenvolvimento da pessoa favorecendo a construção da cidadania (BARROS, 2012). Para isso é fundamental que o Pedagogo social, esteja sempre em busca de novos conhecimentos procurando estratégias e métodos para que sejam alcançados os objetivos almejados e que esse método de educação não formal ofereça meios que capacitem o ser humano para ser um cidadão melhor dentro da sociedade. Entretanto, essa área de atuação ainda precisa ser melhor definida, apresentarse a que veio, mesmo porque a Pedagogia social é uma área recente enquanto implantação e precisa de estudos mais detalhados, para serem elaborados e organizados como uma filosofia do conhecimento. Dessa forma, entendemos que ação Pedagógica social exige um processo de teoria junto com a prática devido principalmente ao contexto social de desenvolvimento o qual se concentra a ação educativa, população vulnerável e de risco, na maioria dos casos, portanto é uma área de estudos e práxis educacional a ser definida, em desenvolvimento. As entrevistas realizadas com as Pedagogas Denise Nogueira e Diarley Costa, que trabalham na ONG- Coletivo na estrutural as quais exercem funções Sociais dentro das instituições, há mais de 16 anos, tem como função principal acompanhar os deveres de casa, articular e mobilizar parceiros fortalecendo o grupo, diagnosticar os déficits de aprendizagem dos educandos, criando projetos com a equipe voltada para a sociedade inserida para melhor atender os beneficiados. A terceira entrevistada foi Maristela Mendes que no momento está presidindo a instituição Casa de Justiça e Cidadania localizada em Ceilândia, há 34 anos, dentro da instituição a mesma tem a função de alfabetizar Idosos, Jovens e Adultos. As entrevistadas afirmam que as atribuições exigidas para o Pedagogo atuar em espaços não formais de educação, é preciso ações que contribuam para o desenvolvimento do grupo, buscando novas alternativas e raízes fundadoras de uma educação humanizadora, aprendendo a ouvir os atendidos criando métodos para trabalhar nesses espaços, pelo fato de ser um local de trabalho que precisa de uma atenção maior por parte funcionários para fortalecer vínculos e realizar um trabalho que possa beneficiar aqueles que realmente precisam de ajuda. Conforme disseram as Pedagogas as ONGs contam com parcerias de algumas entidades Sociais e Órgãos que atuam na área Social como: CRAS, CDCA, CREAS, COSE, Serviço de Convivência, Conselho Tutelar, Vara da Infância e Juventude Negra, Instituto de Brasília, Projetos Mulheres Mil, Faculdade JK, Secretária de Justiça e Cidadania- SEJUS. Apesar das parcerias que contribuem para o crescimento das instituições, as Pedagogas relatam os desafios e possibilidades, questão encontradas nesses espaços, dentre os desafios citados encontrase a falta de recursos para implantar e implementar projetos sem ajuda de governos, projetos que viabilizem esses espaços. As possibilidades que são almejadas pelas instituições é desenvolver atividades nas áreas de educação, esportes, cultura, capacitação e geração de rendas para as famílias carentes. Para as Pedagogas entrevistadas o campo de educação não formal requer um olhar mais crítico pelas universidades e faculdades, pelo fato da população não conhecer muito sobre essas áreas de atuação desse profissional. Sendo que o trabalho do Pedagogo contribui para a aprendizagem desses educandos, trazendo possíveis soluções para cada situação conflituosa encontrada no decorrer de suas vivências. Segundo as entrevistas, o Pedagogo é um dos profissionais que é capaz de resolver conflitos, e isso é uma das referências para o profissional exercer sua profissão dentro do ambiente de trabalho, além disso, cabe ao Pedagogo ter a Educação popular como subsídio, conhecer minuciosamente sobre sua área de pertinência, ter interesse em pesquisar, reciclar-se, entender que a educação é um processo contínuo, ser paciente, criativo, inovador, acima de tudo saber ouvir o outro. Sua sensibilidade o leva a assumir compromissos éticos e sociais, objetivando inserir a educação nas questões primordiais para o desenvolvimento da sociedade. O profissional da educação deve buscar subsídios para aprimorar a sua prática e adequá-la a sua realidade, como relatam as Pedagogas, através do contato com pessoas envolvidas na causa, por meio de comunicação, via internet e oficinas, em aberturas para os debates e construção do saber, buscando experiências em outras instituições, ouvindo e assistindo palestras na busca do conhecimento e do saber. No entanto a importância dos espaços de educação informal para aprendizagem e a conscientização dos indivíduos para as Pedagogas entrevistadas é considerado vital, pelo fato de estar ampliando a visão desses educandos na Sociedade, para terem direito a cultura, lazer e educação. Apesar de todos os subsídios a favor do exercício do Pedagogo nos espaços não escolares, esse profissional ainda encontra dificuldades para desenvolver um trabalho com qualidade, dificuldades como as vulnerabilidades sociais do educando e educadores, que traz violências e violações dos direitos humanos, falta de recursos para desenvolver um trabalho com mais qualidade também é uma das principais dificuldades encontradas pelos profissionais. A falta de incentivo e na desconfiança que muitos têm em relação algumas instituições não levarem os trabalhos e prestações de contas com seriedade, isso dificulta conseguir apoios. A verdadeira Educação é dinâmica, didática, acontece nas relações, nas trocas de conhecimentos. Não existe espaço que seja ilegítimo a Educação, tanto formal como informal. Formal, tende a formar para o mercado de trabalho. Não formal, questiona, aprimora melhor suas inquietações para a vida, induz o sujeito a valorizar sua história. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse artigo objetivou abordar a importância dos espaços não formais de educação, especificando os diferentes locais onde a educação acontece, além da educação formal tais como: ONGs, Hospitais, Empresas, Circos, Museus, Editoras, Presídios e etc. Além de compreender esses espaços, onde acontece à educação, foi necessário esmiuçar o perfil do Pedagogo, que atua nesses espaços, pautada numa atuação diferenciada em vários setores da sociedade. Esse perfil forma atualmente um novo panorama de ação deste profissional, que ao atravessar a divisória da escola, invalida preconceitos e ideias de que o Pedagogo está apto para exercer suas funções apenas para a docência. O processo de ensino-aprendizagem é vivenciado não somente dentro da sala de aula, mas é uma ação que acontece em todo e qualquer setor da sociedade, que se caracteriza como a sociedade do conhecimento, porque as educações formais e não formais caminham paralelamente e tornam a educação como principal instrumento contra a desigualdade social. A princípio podem demarcar seus campos de desenvolvimento a educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdo previamente demarcados, a informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização na família, bairro, clube, amigos, entre outros, carregada de valores e culturas próprias de pertencimento e sentimentos herdados e a educação não formal é aquela que se aprende através do processo de compartilhamentos, de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas cotidianas (GOHN, 2005). Portanto, na sua trajetória educativa, o Pedagogo encontra muitos desafios no mercado de trabalho. Para tentar superar os desafios encontrados, esse profissional precisa buscar métodos de ensino, procurando inovar sua prática educativa seja em um espaço formal ou não formal de educação. Enquanto as possibilidades de atuação do Pedagogo estão relacionadas com as necessidades de cada ambiente de trabalho não formal, cabe a esse profissional da educação ter conhecimento do seu ambiente de trabalho e construa sua forma de trabalho, desde que seja para melhor favorecer a sociedade. Diante das inúmeras possibilidades de atuação desse profissional, é necessário que o Pedagogo invista em sua formação buscando novos métodos e estratégias de ensino. O Pedagogo em seu espaço tem possibilidades de criar, pensar e entender qual é o seu papel diante da sociedade, trazendo mudanças e possibilitando um ambiente mais humano com ações competentes e participativas. Referências: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da pedagogia, 3ºed ver e ampl, São Paulo: Moderna, 2006. BARROS, D. F. 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