o pedagogo em espaços não formais de educaçao: desafi

Propaganda
_______________________________________________________________________
Curso de Pedagogia Artigo Original
O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇAO: DESAFIO E
POSSIBILIDADE.
The teacher SPACES IN NO FORMAL EDUCATION OF: CHALLENGE AND POSSIBILITY.
Maria Islane dos Santos Gomes1, Mariane Gomes Costa Amorim2, Maria Edlamar Clauss3
_______________________________________________________________________
Resumo
Este artigo tem como objetivo principal entender a função do pedagogo, em diferentes instâncias de ensino da educação não formal, e
destacar os desafios e possibilidades que esse profissional de educação vem enfrentando ao longo desse tempo. Assim sendo, tratase fundamentalmente de uma pesquisa de campo, por meio de um levantamento teórico, com pedagogos que atuam em espaços não
formais de educação como: O Pedagogo Hospitalar, Empresarial e Social, de modo que se possa identificar de que forma acontece
essa educação nesses diferentes campos de atuação. Para tanto, desenvolve-se um estudo da história da educação, a fim de
identificar, não só os primeiros passos da educação no Brasil e a atuação dos pedagogos nas escolas, como também citar as diversas
possibilidades que o pedagogo tem no seu campo de atuação. Portanto, torna-se um desafio não restringir a pesquisa apenas para a
docência, pois se sabe que esses campos são relativamente novos, fato comprovado no momento em que se busca publicações e
referências bibliográficas, que possibilitem abranger o estudo desses novos espaços de atuação do pedagogo. Além do mais, esse
artigo pretende, ainda, trazer uma visão mais ampla do papel do pedagogo nas suas diferentes áreas, sem um aprofundamento maior
em conteúdos e referências. Portanto foi possível observar que são inúmeros os desafios e possibilidades que o profissional encontra
no decorrer de sua trajetória, dentre os desafios podemos destacar a falta de reconhecimento que esse profissional ainda não tem
dentro desses espaços não escolares. Existem muitas possibilidades do Pedagogo para atuar em espaços não escolares, por meio
de uma formação especifica e continuada.
Palavras-chave: Pedagogos, Educação não formal, Perfil profissional.
Abstract
This article aims to understand the role of the educator in different instance of teaching non-formal education and highlight the
challenges and possibilities that education professional has faced over that time, it is essentially a field research with theoretical survey
with teachers who work in these non-formal spaces such as: Hospital Pedagogy, business and social so that we can identify how this
education happens in these different fields of expertise. It develops a study of the history of education in order to identify the first steps
of education in Brazil and the role of educators in schools and finally mention the various possibilities that the teacher has in their field,
not restrict to the room only class, and knowing that these fields are relatively new, it is difficult to find publications and references that
will enable these new teacher's performance spaces. And the article is intended to bring a broader view of the role of teacher in its
different areas without further deepening in content and references. So it was observed that there are numerous challenges and
possibilities that the professional is in the course of his career , among the challenges we highlight the lack of recognition that the
professional does not have within these non-school spaces. There is possibilities of acting on non Pedagogue school premises , by
means of a specific training and continuous.
Keywords: Pedagogy, non-formal education, vocational profile.
1
Graduanda do Curso de Pedagogia.
Graduanda do Curso de Pedagogia.
Professora especialista do curso de Pedagogia do Icesp / Promove.
2
3
INTRODUÇÃO
O termo Pedagogo surgiu na Grécia
Antiga, e era conhecido como aquele que tinha
função de conduzir as crianças à escola. O
Pedagogo era visto como aquele que ensinava
as crianças, que na sua história ficou definida
como: “Peda” Paidós, do grego= criança, e
“gogia” =estudo. Assim, o ensino era destinado
a crianças, e quem assumiu esse papel na
verdade são Pedagogos. Para lecionar como
Pedagogo em uma instituição de ensino era
necessário o mesmo tem que possuir o Curso
de Pedagogia (FRANCO 2001).
Por muito tempo a função do
Pedagogo ficou definida em sua história como
um profissional da educação que desenvolvia
seu trabalho apenas nas áreas escolares.
Sendo assim o presente artigo irá discutir
sobre o papel do pedagogo além dos espaços
não formais de educação.
Por meio da resolução CNE/CP/2006,
o Conselho Nacional de Educação, institui em
suas Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Curso de Pedagogia, através do documento
que relata o perfil do Pedagogo que poderá
atuar como um profissional da educação em
espaços escolares e não escolares. Então se
faz necessário fazer uma reflexão sobre o que
vem a ser uma educação formal e não formal,
sabendo que o Pedagogo não estará
habilitado apenas para desenvolver a sua
função na educação formal (BRASIL, 2006).
A educação formal está baseada em
um sistema de ensino, organizado, estruturado
e sistemático com objetivos voltados para a
aprendizagem e o conhecimento.
Enquanto a educação não formal ressalta os
processos
educativos
que
tem
uma
intencionalidade na ação, pois prevê troca de
conhecimentos, envolvendo um processo
interativo de ensino e aprendizagem e
corrobora com a construção de aprendizagens
e saberes coletivos, que por sua vez, não tem
formalidade do ensino regular, mas o
Pedagogo pode e deve atuar como um agente
educativo nos diferentes espaços como:
Hospitais, Empresas e em Instituições Sociais.
O Pedagogo Hospitalar deverá
desenvolver um trabalho dinâmico e educativo
procurando
maneiras
de
estimular
a
aprendizagem das crianças e jovens
hospitalizados, pois quando hospitalizados
deixam de frequentar a escola e de fazer as
atividades
escolares
que
geralmente
executavam no seu cotidiano e ainda sofre as
devidas consequências da doença. Então
torna - se fundamental a presença de um
Pedagogo no ambiente hospitalar, pois o
mesmo contribuirá na recuperação dos
hospitalizados por meio de atividades
Pedagógicas.
A Pedagogia Empresarial é um campo
de trabalho, onde o Pedagogo atua dentro da
empresa,
fazendo
o
recrutamento
e
desenvolvimento de pessoas, capacitando os
funcionários no ambiente de trabalho.
Para que o trabalho do Pedagogo
Empresarial tenha resultados positivos dentro
da empresa, é necessário que esse
profissional tenha conhecimento sobre está
área de trabalho, sendo um bom comunicador
oferecendo aos funcionários da empresa as
orientações necessárias e precisas.
Enquanto
a
Pedagogia
Social
encontra-se presente em organizações e
associações e em outras áreas educativas.
São os espaços sociais onde os profissionais
que atuam neles, precisam ter conhecimento e
experiências
oferecendo
aos
mesmos
momentos de esporte, lazer, cultura e trabalho.
É uma área que ao longo dos anos
tem se tornado um espaço importante fora do
espaço escolar.
Portanto, o objetivo relatou a
importância do Pedagogo em espaços não
formais de educação, como também os
desafios e as possibilidades no processo de
atuação, possibilitando uma maior atenção ao
seu trabalho diante da sociedade.
Sendo assim, o trabalho do Pedagogo em
instituições
e
organizações
como
Organização-não-Governamental
(OGNs),
Hospitais e Empresas, deverá ser realizado
com competências e responsabilidades, com o
foco voltado para ensinar e aprender.
OBJETO DE ESTUDO
Historiando
A trajetória do Curso de Pedagogia
passou por cinco períodos históricos, no que
se refere a momentos de adaptações e
mudanças legais. Esses períodos foram
decorrentes de alterações em que o curso
sofreu e possibilitou muito na compreensão da
constituição atual. Esse período foi definido da
seguinte forma; Primeiro foi estabelecido pela
sua criação em 1939, o segundo foi decorrente
de alterações do parecer CFE n. 251/62, que
possibilitou algumas alterações como o
aumento das disciplinas na grade curricular, o
fim da lei 3 + 1, que se torna nova
regulamentação no curso de licenciatura, o
terceiro estava relacionado à Reforma
Universitária de 1968, que estabeleceu a
expansão do ensino superior no Brasil, o
quarto período está relacionado às discussões
de 1980 acerca do destino do Curso de
Pedagogia, o quinto advém da década de
1990 com a reforma educacional e as proposta
das comissões e a aprovação das novas
Diretrizes Nacionais para o Curso de
Pedagogia (SILVA, 1999).
Detalhando, o curso de Pedagogia foi
criado no Brasil, no ano de 1939 na Faculdade
Nacional de Filosofia da Universidade-USP de
São Paulo, por meio do Decreto – Lei nº1190
de 04 de abril de 1939 - projeto do ministro da
educação Gustavo Capanema no Governo de
Getúlio Vargas, seu primeiro objetivo era
formar professores para o ensino secundário,
com a função de formar bacharéis em três
anos e licenciados nas áreas da docência.
Nesse período foram criadas quatro
seções, seção de filosofia, seção de letras,
seção de ciências e seção de Pedagogia,
entre as quais eram distribuídos cursos
regulares de Filosofia, Matemática, Geografia,
História, Ciências Sociais, Letras, Pedagogia e
Didática. O Curso de Pedagogia formava
bacharéis, regulamentado no esquema 3 + 1,
onde o bacharel formava-se em um período de
três anos e aqueles alunos que optasse em
licenciar, complementava seus estudos por
mais um ano, estudando didática.
Para lecionar na área da educação o
Pedagogo, precisava estar licenciado ou ter o
bacharel. Como bacharel poderia atuar nas
áreas
técnicas:
gestão,
coordenação,
supervisão
e
ou
orientação,
após
complementação
pedagógica,
e
então
licenciada, passa a ter a possibilidade de
exercer a docência no ensino secundário e na
Escola Normal (BRASIL, 1939).
A primeira Escola Normal Brasileira foi
criada no ano de 1835, no Rio de Janeiro em
Niterói pela Lei nº 10, de 1835, que tinha o
objetivo formar professores para atuarem no
magistério de ensino primário e era oferecido
em cursos públicos de nível secundário (hoje
Ensino Médio). A partir da criação da escola no
Município da Corte, várias Províncias criaram
Escolas Normais a fim de formar o quadro
docente para suas escolas de ensino primário.
Desde então o movimento de criação de
Escolas Normais no Brasil esteve marcado por
diversos movimentos de afirmação e de
reformulações, mas não obstante a isso, o
Ensino Normal atravessou a República e
chegou aos anos 1940/50, como instituição
pública fundamental no papel de formadora
dos quadros docentes para o ensino primário
em todo o país (VILLELA, 2002).
O currículo da Escola Normal era
muito simples, tinha apenas as noções
didáticas e leitura. E a formação que era
oferecida pela Escola Normal era ler e
escrever pelo método Lancasteriano, era
saber
realizar
as
quatro
operações
matemáticas, ter conhecimento sobre à
linguagem nacional, sobre elementos da
Geografia e os princípios da moral Cristã
(TANURI, 1969).
A Escola Normal tinha o método de
ensino o Lancasteriano que era conhecido
também como ensino mútuo, onde o aluno era
treinado e o mais adiantado tinha que ensinar
a um grupo formado por dez alunos sobre a
orientação ou a supervisão de um inspetor,
que era um auxiliar do professor, no que diz
respeito à disciplina e a fiscalização das
turmas. Essa foi uma das soluções
encontradas para resolver parte do problema
que no momento era falta de professores, pois
as escolas contavam apenas com um
educador (ARANHA, 2006).
A formação para o magistério em nível
superior no Brasil é uma conquista
educacional
recente,
lei
9896/94.
Anteriormente, essa função era destinada ao
Curso Normal no nível de 2º Grau (antigo
secundário), que formaria professores para o
exercício do magistério no ensino do 1º Grau,
conforme indica a lei 5692/71 (BRASIL, 1971).
Em dezembro de 1996 é aprovada a
lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
que objetiva direcionar a formação e a função
prioritária do Pedagogo para atender melhor o
mercado de trabalho. Essas mudanças foram
decorrentes pela necessidade de ampliar o
espaço e as atividades do Pedagogo no
exercício da docência nas modalidades da
Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino
Fundamental e Educação de Jovens e Adultos
(BRASIL, 1996).
E ainda, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação
Nacional
(LDB),
9394/96,
estabelecem algumas responsabilidades aos
professores
e
oferecem
subsídios
pedagógicos que vai além da docência. Onde
esse profissional da educação pode ser
convocado para fazer parte da coordenação,
fazendo
também
acompanhamentos
e
avalições de projetos pedagógicos.
Apesar de amplo o curso ainda não
tem uma definição clara sobre qual seria a
função desse profissional de educação, o qual
atravessa diversas mudanças, e foi marcado
por diversas críticas, pelo fato de que o curso
estava passando por adaptações referentes os
fragmentos, no que resulta na divisão do
trabalho, sobretudo o curso até o momento
não tinha muita coisa definida. A função do
pedagogo era oferecer modelos formais de
ensino, para a formação do indivíduo.
A partir de 2006 foi homologada pelo
parecer 03/2006 as Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN), para o curso de Pedagogia
que visa à possibilidade de atuação em
diferentes espaços não formais e isso causou
vários impactos e discursões no meio
educacional, trouxe inúmeras discursões e até
hoje ainda traz, pelo fato das pessoas
entenderem que a função do pedagogo é
restrita apenas na escola.
O curso de Pedagogia oferece ao
pedagogo teorias, métodos e técnicas de
educação, que podem ser aplicados durante o
processo educativo. O pedagogo passou a ser
conhecido como um profissional da educação
que atua em vários espaços educativos, de
forma direta e indireta, aplicando seus
conhecimentos e saberes no processo
educativo, tendo como base principal a
formação humana e social.
Ainda é desafiador entender que o
Pedagogo é um profissional da educação que
pode atuar em várias áreas educativas como:
Na Educação Infantil, nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental, na Educação de Jovens
e Adultos, fazendo também a coordenação e
orientação pedagógica, e ainda podendo atuar
em espaços não escolares como: Pedagogo
Social, Pedagogo Hospitalar, Pedagogo
Empresarial, por exemplo. Essa possibilidade
mercadológica permite refletir a necessidade
de os cursos de formação permear um grau de
qualidade e compromisso para a formação do
profissional em educação.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada no presente
artigo consiste em uma pesquisa bibliográfica
com aprofundamento teórico, com a realização
de entrevistas a Pedagogos (a) do Distrito
Federal, que trabalham em espaços não
formais de educação como Pedagogo
Empresarial, Pedagogo Hospitalar e Pedagogo
Social.
A pesquisa teve como objetivo
principal proporcionar maior familiaridade com
o problema a ser diagnosticado, com vista
torná-lo mais explícito para construir
hipóteses. Esses tipos de pesquisas, na
maioria das vezes envolvem levantamento
bibliográfico, entrevistas com profissionais que
atuam nesses espaços não educativos e
análise de exemplos do cotidiano do trabalho
(SELLTIZ, 1967).
Para atingir o objetivo da pesquisa utilizar-se-á
para coleta de informações uma pesquisa
exploratória de caráter qualitativo, com
estudos de campo e aprofundamento
bibliográfico, com vistas a torná-lo mais
explícito conforme determina (GIL, 2002).
Quanto aos procedimentos técnicos,
dispõe-se de metodologias diferentes para o
desenvolvimento,
como
a
pesquisa
bibliográfica que é feita através de consultas
de materiais que já foram publicados, como
artigos científicos, livros e revistas, já as
pesquisas de campo são desenvolvidas no
universo
e
amostra
definida
pelas
pesquisadoras, podendo ser grupos de
trabalho, de estudos ou voltados para qualquer
outro tipo de atividade humana (GIL, 2002).
Para a amostra do presente estudo fez
se necessário à utilização de entrevista com
profissionais que atuam em espaços não
formais de educação como: Pedagogos
Empresariais, Hospitalares e Sociais, para
colher dados que nos possibilitam na
investigação, já que a intenção é comparar a
prática desse profissional em diferente rede de
ensino.
Como instrumentos de coleta de
dados foram realizadas entrevistas com
Pedagogos das instituições selecionadas para
obtermos conhecimento sobre o seu trabalho
dentro das instituições.
As entrevistas foram realizadas
individualmente com cada Pedagogo para não
haver influências nas respostas. Sendo dois
(02) Pedagogos Empresariais, (01) Pedagogo
Hospitalar e (03) Pedagogos Sociais.
A análise foi com base nas respostas
das perguntas mencionadas. A análise envolve
a organização das informações e verificação
das relações existentes, entre os dados
obtidos e seus pontos negativos e positivos.
A Importância e Função do Pedagogo na
Sociedade Atual
A Pedagogia hoje no Brasil, tem um
campo de estudo bem amplo e especifico,
podem dizer que o Curso de Pedagogia está
em alta nos meios Profissionais, Políticos,
Universitários, Empresariais, Hospitalares,
Sociais e outros espaços, e isso possibilita
refletir sobre a Pedagogia, de um modo geral.
Para
a
sociedade
atual
é
abalizadamente pedagógica, ao ponto de ser
chamada de sociedade do conhecimento.
Estamos frente a uma sociedade
exigente com a formação de um novo
educador. Observa-se que uma ação
Pedagógica múltipla na sociedade, em que o
Pedagogo perpassa toda a sociedade,
extrapolando o âmbito escolar formal, criando
formas de educação paralela. Para
isso
sentiu-se a necessidade de uma formação
solida que junte teoria e prática pedagógica,
diminuindo as lacunas na formação docente
(LIBANEO, 2001).
Portanto, cabe ao educador refazer a
educação todos os dias, reinventá-la, criar
condições objetivas para que possa construir
uma educação democrática, para que seja
possível criar uma alternativa pedagógica,
comprometida com a valorização do indivíduo.
Vale ressaltar que atualmente no Brasil,
vislumbra-se uma ampliação de educação,
seja visto a mesma não se restringindo apenas
a ação de ensinar.
Na sociedade atual a Pedagogia tem
buscado construir, uma ação educativa voltada
para várias áreas do conhecimento, onde o
Pedagogo
possa
está
atuando
e
desenvolvendo
trabalhos
e
projetos
educativos. Sendo que na maioria das vezes o
Pedagogo, foi visto e reconhecido pela
sociedade como um profissional que tem a
função apenas para a docência.
O Pedagogo é um profissional da
educação que trabalha em vários setores
educativos como o objetivo de formar sujeitos
em instituições escolares e não escolares
(LIBÂNEO, 2006).
Ao longo dos anos, a sociedade tem
que se apresentado com um modelo
educacional que ultrapassam os limites da
educação formal. Antes esse sistema
educacional era visto pela sociedade dentro
das escolas, e nos dias atuais essa realidade
está sendo completamente mudado, como
também o entendimento da sociedade, a
respeito da função e da atuação do Pedagogo,
que acontece em diferentes espaços, mais
sempre direcionada para o ato de educar e de
levar o conhecimento.
Ao formar - se no Curso de
Pedagogia, o Pedagogo não só estará apto a
exercer sua função na Educação Infantil, nos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na
Educação de Jovens e Adultos. Ele poderá
está assumindo a coordenação, fazendo
planejamento, acompanhamento e avaliação
das tarefas da própria escola. Ao está atuando
nessas áreas citadas, o Pedagogo poderá está
atuando em outras áreas que são as
Empresas,
Hospitais,
Orfanatos
e
Organizações-não-Governamentais (ONGs),
com o intuito de desenvolver trabalhos
educativos.
O Pedagogo, na sociedade atual
passa atuar como educador social, trazendo
um novo panorama de ação desse
profissional, que continua passando por
críticas na escola, invalida de preconceitos e
ideias de que o Pedagogo está pronto apenas
para exercer funções no âmbito escolar.
Nesse contexto metodológico esse
profissional poderá desenvolver funções
importantes que a ajudará a identificar as
dificuldades que são surgidas em cada
instituição ou em cada indivíduo. Como
planejamento,
métodos
educacionais,
acompanhado na qualidade do ensino e
fazendo também a qualificação do ensino,
orientando os alunos no processo de
aprendizagem,
realizando
pesquisas
educacionais e contribuindo em projetos para
a alfabetização de Jovens e Adultos.
O Pedagogo tem uma importância
fundamental no processo educativo, trata-se
de um profissional capacitado e preparado
para desenvolver trabalhos educativos dentro
de instituições, e sejam com qualidade e
competências a fim de alcançar os objetivos
almejados.
Sendo assim, conclui-se que o campo
de atuação do Pedagogo é muito fértil, sua
ampliação da possibilidade deste profissional ir
além, onde haja relevância nos ambientes
escolares e não escolares, como instrumento
mobilizador de competência e habilidades na
análise crítica das situações, aliando os
princípios éticos, estéticos, políticos, moral e
de construção de identidade individual (DEMO,
1995).
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
Pedagogo Empresarial
Historicamente
e
culturalmente
falando, o pedagogo sempre teve seu campo
de atuação restrito a educação escolarizada,
porém hoje podemos observar muitos
profissionais da área de educação trabalhando
em outros ambientes, analisamos também que
o desenvolvimento do homem se faz através
da relação com o meio e a partir daí que o
indivíduo passa ser visto como um indivíduo
participativo atuante.
A pedagogia empresarial surgiu na
década 1980, é um novo campo de trabalho,
em que o Pedagogo pode estar atuando,
surgiu muito recentemente com a necessidade
de preparar e formar pessoas, nesta área de
trabalho. O Pedagogo em uma empresa
caracteriza-se como uma das possibilidades
de formação e atuação. O Pedagogo pode
contribuir
para
o
crescimento
e
desenvolvimento da empresa, através da
realização de projetos educacionais e sociais
dentro da empresa, pesquisas de projetos e
cursos de capacitação, com o objetivo de estar
melhorando a função e o desempenho de
cada funcionário.
Pedagogia
empresarial
é
uma
educação que acontece nas empresas, que
está voltada para a formação e capacitação de
pessoas. Para o Pedagogo atuar nesse
espaço
empresarial
é
preciso
ter
conhecimentos necessários, para que possa
identificar selecionar e desenvolver pessoas
com competências e responsabilidades neste
âmbito de trabalho. Esse profissional deve
usar uma metodologia adequada, que alcance
o conhecimento e a aprendizagem das
pessoas no mercado de trabalho, como
também a qualidade de vida profissional e
pessoal.
O Pedagogo empresarial pode estar
atuando na área de Recursos Humanos,
principalmente no treinamento de pessoas,
tornando-se um responsável na organização
de projetos, na formação de equipe de
trabalho, para que possa ter resultados
significativos dentro das empresas, visando
assim um trabalho mais humanizado e uma
qualidade de vida melhor.
Assim o Pedagogo é um profissional
que precisa ser capacitado para lidar com as
diversas situações que são diferentes da
prática educativa (GONÇALVES, 2009).
Diante dos avanços e conhecimentos
na qual se encontra a sociedade, exigir dos
profissionais da educação uma constante
atualização e capacitação para estar inserido
no mercado de trabalho. Sendo assim esse
profissional precisa ter competências e está
atualizado e qualificado para desenvolver um
trabalho, de qualidade dentro das empresas.
É necessário que o Pedagogo tenha
conhecimento sobre o funcionamento da
empresa a qual está atuando, e seja capaz de
identificar, selecionar e desenvolver e formar
pessoas com competência e qualidade para
atuar em diversas funções. Sendo assim a
pedagogia empresarial é um mercado de
trabalho que está se abrindo na atualidade e
também organizando uma nova proposta, e as
empresas tem que ter um olhar voltado para a
importância do Pedagogo empresarial, que
com certeza, vai ter bons lucros para a
empresa deixando os Trabalhadores mais
motivados.
O que se pode observar claramente é
que o Pedagogo empresarial cumpre um
importante papel dentro das empresas e
instituições não educativas. Cabe a esse
profissional provocar mudanças significativas
no que se refere ao comportamento das
pessoas envolvidas nesse trabalho.
Com isso o Pedagogo e a empresa
podem fazer uma ótima relação, pois em
tempos modernos ambos têm o mesmo
objetivo de formar cidadãos críticos com
competência para tal função (RIBEIRO, 2003).
A Pedagogia empresarial é a parte da
pedagogia aplicada das relações em uma
empresa, com vista a gerar mudanças no
comportamento de cada integrante da
empresa, de modo que possa melhorar a
atuação
do
profissional,
pessoal
e
interpessoal.
E a função desse profissional é
contribuir para melhoria da empresa,
desempenhar sua função com o propósito de
provocar mudanças em favor dos funcionários,
empresa e clientela. E isso ocorre por meio de
treinamentos, palestras, cursos, educação
continuada,
avaliações,
observações,
atividades envolvendo os funcionários.
Dessa forma o Pedagogo empresarial
contribui com o ensino e saberes existentes
além de intervir positivamente na qualificação
dos funcionários, melhorando as práticas
produtivas, possibilitando uma formação
constante no que se refere a valores.
A partir das entrevistas realizadas com
o Pedagogo Rafael Moreira, que trabalha em
empresa há 17 anos, desempenhando como
função
principal
a
capacitação
dos
funcionários e recrutamento de pessoas e a
Pedagoga Débora Alves, que trabalha em uma
metalúrgica há 06 anos, na área de recursos
humanos, bem como na área administrativa.
Para os Pedagogos entrevistados as
principais atribuições exigidas para atuar
nesses espaços é entender que a educação é
única, mais que a educação requer cautela
nos espaços empresariais, principalmente nos
lugares onde não se tem uma dinâmica padrão
para que haja a promoção do saber.
Os entrevistados relatam que dentro
das empresas, planejar e construir atividades
inerentes ao departamento são atribuições
também exigidas pelas empresas, assim como
o planejamento de avaliação de renumeração,
recrutamento, seleção e levantamento de
profissionais.
A Pedagoga relata que a graduação
em Pedagogia trouxe inúmeras oportunidades
dentro da empresa na área de recursos
humanos, como ser encarregada do
departamento, através do curso obteve mais
embasamento para selecionar e recrutar
pessoas para ocupar cargos diversos dentro
da empresa, desde engenheiros a pessoas da
limpeza. Segundo a fala da entrevistada: “O
fato de ser pedagoga nos possibilita na busca
de parcerias para implantar projetos de
alfabetização dos funcionários da empresa”.
Além das atribuições, os entrevistados relatam
que o Pedagogo tem como funções
pertinentes a área de recursos humanos, bem
como na área administrativa, dependendo de
sua experiência e capacitação profissional,
empreender ideias respeitando o sujeito
enquanto cidadão, integrando a família no
contexto local, dinamizando o conhecimento.
Por serem empresas privadas, os
Pedagogos afirmam que contam com várias
parcerias, e essas parcerias são importantes e
necessárias para que o Pedagogo não tenha
uma visão restrita ao eixo escolar,
oportunizando que este profissional assuma
funções que colaborem com todos que estão
envolvidos na empresa. As parcerias dentro
das empresas atuantes na instância social são
através de sistema que são propostos projetos
importantes compostos por SESI, SENAI,
SECONSI, sindicados dos empregados na
construção, que vai desde o amparo em
direitos trabalhistas, assistência médicaodontológico lazer e educação.
Os atuantes nessa área relatam que os
desafios e possibilidades que encontram no
decorrer do trabalho, os desafios há em todos
os ramos de todas as carreiras, mais para o
Pedagogo que tem sua capacitação para atuar
como mediador em diversos níveis da
empresa, onde lhe possibilita atuar e promover
capacitações ou correções nas atividades e
departamento da empresa, cooperando para
melhores soluções a nível macro.
Conforme disseram os entrevistados a
educação é um agente transformador que
deve estar presente em todos os espaços das
empresas, pois quanto melhor capacitado
estiver o funcionário mais chance a empresa
tem de atender melhor a clientela em está
satisfeito com o serviço prestado e também
com o produto ofertado. Ou seja, há espaço
colocado no mercado de trabalho, seja na
educação não formal para o Pedagogo ou
outro candidato de outra formação, se este
estiver bem preparado para ocupar a vaga
seja em recursos humanos ou não
principalmente se for sua competência, pois
estará habilitado para atuar em diversas
funções. O que se precisa é enxergar
possibilidades no mercado de trabalho e não a
visão mercenária traduzida no estudo e no
cumprimento da profissão.
É preciso que o Pedagogo esteja
buscando sempre conhecimento, renovando a
sua prática, pois a faculdade não é a única
opção
de
capacidade,
habilidade
e
competência, devemos ser visionários e
empreendedores.
A escola é o local mais fácil de
arrumar emprego, porém, outros fatores
podem qualificar enquanto profissional da
educação no meio empresarial ou nos
espaços não formais, para isso o profissional
deve buscar subsídios para aprimorar sua
prática e adequá-la a sua realidade, claro que
a primeira coisa é enxergar a educação como
base de tudo, conhecendo as normas que
regem e entender que possibilidades podem
fomentar a prática pedagógica nos contextos
escolares ou não escolares, assim se tem uma
árdua batalha diária de mostrar à capacidade
e tirar da sociedade a profissão desvalorizada,
mais desafios e dificuldades sempre iram
surgir em qualquer ambiente de trabalho, o
Pedagogo que trabalha nesses espaços,
segundo Débora Alves, o profissional não
encontra espaço suficiente para apresentar e
colocar em prática seu conhecimento e
experiência adquiridos em sua formação
acadêmica.
O Pedagogo é visto apenas como
aquele profissional que a sociedade enxerga
como ornamentador de festa infantil ou
cuidador de criança, isso é uma mentalidade
de ignorante, mais precisamos ter postura e
nos mostrar enquanto profissional de
educação.
No entanto além das dificuldades
encontradas
temos
que
enxergar
a
importância da educação para a sensibilidade
dos indivíduos, seja nas escolas, nas
empresas mistas, Hospitais, ONGs, legislativo,
judiciário, enfim em todo ambiente, há
necessidade de aprendizagem, pois um dos
objetivos da educação é apenas sua atuação
Pedagógica e de construir cidadãos críticos e
preparados para a vida.
Pedagogo Hospitalar
A educação se faz presente, em todas
as instâncias da sociedade, seja de maneira
formal, não formal ou informal que
ultrapassam os muros escolares e abrange
outros
espaços
como
Empresas,
Organizações – não –Governamentais (OGNs)
e Hospitais. Sendo assim a educação é de
extrema importância para a sociedade e já
encontra – se inserida dentro dos hospitais.
A Pedagogia Hospitalar surgiu em
Paris no ano de 1935, quando Henri Seller
inaugurou a escola para crianças inadaptadas.
E logo após foi se expandido para a
Alemanha, França e para os Estados Unidos,
e tinha como foco principal atender crianças
que foram infectadas pela tuberculose, doença
contagiosa e bastante comum naquela época
e as crianças eram obrigadas a serem
afastada da escola (FONSECA, 1999).
No Brasil o atendimento pedagógico
hospitalar teve início no ano de 1950, na
cidade do Rio de Janeiro no Hospital Escola
de Jesus. E esse nos dias atuais, sendo uma
forma, de resgate de crianças e adolescentes
que se encontram hospitalizada.
A
Pedagogia
Hospitalar
está
direcionada para o atendimento de crianças e
adolescentes que foram atingidos por algum
tipo de doença e por esse motivo não podem
frequentar a escola. Diante dessa situação
alguns médicos se reuniram e incentivaram o
atendimento pedagógico a essas crianças e
adolescentes através das classes hospitalares
(VIEIRA, 2011).
A classe hospitalar está inserida na
LDB 9.394/96 como educação especial, com o
objetivo de atender à educação inclusiva, por
haver
a
necessidade
do
tratamento
diferenciado, às crianças e aos adolescentes
que se encontram internados, e por esse
motivo é afastado da escola correndo os riscos
de serem prejudicados nos estudos ou
perderem o ano letivo. Então a classe
hospitalar oferece a esses indivíduos a
valorização dos seus direitos como cidadão,
que é a educação e a saúde (BRASIL, 1996).
A
proposta
do
atendimento
educacional é garantida em lei. Conforme a
Constituição Federal de 1988 está definida no
artigo 205, como: A educação é direito de
todos e dever do Estado e da família, e deve
ser promovida e incentivada com a
participação da sociedade, visando o pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho (BRASIL, 1988).
Dentro do hospital a classe hospitalar
não é vista como uma sala de aula e sim como
um ambiente especializado para fazer o
atendimento pedagógico para crianças e
adolescentes, e tem como finalidade a
recuperação e a socialização dos mesmos que
se encontram internados.
Além de o Pedagogo Hospitalar
desempenhar a função de estar estimulando,
motivando e orientando as crianças e
adolescentes
hospitalizados,
eles
desenvolvem um trabalho educativo de
maneira lúdica e criativa, sendo uma das
maneiras encontradas para amenizar as dores
e os estresses dos pacientes hospitalizados.
O trabalho do pedagogo hospitalar
contribui para a recuperação dos pacientes e
possibilita que cotidiano dos mesmos seja
menos desgastante e que a recuperação
possa ser mais rápida na maioria dos casos
(MATOS e MUGIATTI, 2007).
A função do Pedagogo dentro do
hospital é muito importante porque ele vai
estará orientando, estimulando e motivando a
pessoa que se encontrar enferma ou mesma
hospitalizada.
O papel do Pedagogo Hospitalar
também é oferecer aos pais e aos familiares
do paciente um subsídio pedagógicoemocional, com o objetivo de fortalecer a
família para enfrentar as dificuldades que
surgiram ao longo do tratamento. Assim a
Pedagogia Hospitalar tornou-se uma base
para o desenvolvimento e aprendizagem das
crianças e adolescentes hospitalizados
(SILVA, 2012).
Através da entrevista realizada com a
Pedagoga Sandra Lucena, que trabalha no
Hospital Regional de Taguatinga (HRT), há 24
anos, desempenhando sua função principal
com ações educativas com crianças que se
encontram hospitalizadas e por esse motivo e
precisam ser afastadas da escola.
O objetivo da entrevista realizada com
a Pedagoga hospitalar teve como foco,
conhecer como é o funcionamento da classe
hospitalar e o trabalho que é desenvolvido
com
as
crianças
e
adolescentes
hospitalizados.
Através da entrevista foi possível
perceber os desafios e possibilidades que são
encontrados dentro do ambiente hospitalar.
O desafio se encontra no lidar com
uma clientela diferente quase todos os dias. E
as possibilidades são enormes, relata a
Pedagoga que tem total liberdade para
implantar projetos dentro de o ambiente
hospitalar, o único problema é que o ambiente
não conta com ajuda dos governos, para a
compra de recursos, a única parceria é com a
ONGs _ Amigos da Vida de Renato Russo e
com as próprias famílias da classe hospitalar.
Algumas atribuições são exigidas para
atuar neste campo, segunda a entrevistada
relata que em primeiro lugar o Pedagogo tem
que ter um olhar sensível, pelo fato de estar
lidando com uma matéria prima diferenciada,
em segundo lugar tem que ter uma boa
capacitação, ou seja, ter conhecimento do
ensino especial, porque a clientela precisa de
um atendimento especializado.
A Pedagoga ainda relata que uma das
funções importante dentro do ambiente
hospitalar, é de humanização, procurando
olhar o ser não apenas como um corpo, mas
de uma forma integral, em suas necessidades
físicas, psíquicas e sociais. É restabelecer a
ponte com a escola, para dar continuidade
com as atividades de acordo com a
metodologia que a escola utiliza aplicar
trabalhos de acordo com o que está sendo
trabalhado na escola.
Ao está promovendo um trabalho
educativo dentro do hospital como brincar,
pensar e criar estará favorecendo o
desenvolvimento a criança, que não pode ser
interrompido por causa de uma hospitalização.
A Pedagoga afirma também que o
mercado de trabalho para o profissional que
atua nesses espaços hospitalares é muito
restrito pelo fato das vagas serem mínimas, e
os que exercem essa função dentro desses
espaços muitas das vezes é uma questão de
política, e por outro lado faltam políticas
educativas dentro do ambiente hospitalar.
A Pedagoga Sandra Lucena relata que
para atuar no ambiente hospitalar o
profissional tem que está habilitado e
preparado, ter o curso de Pedagogia, e uma
especialização na área de ensino especial.
Que
apesar
de
todos
os
conhecimentos que são necessários, o
Pedagogo hospitalar tem por obrigação,
buscar subsídios para aprimorar a sua prática
de ensino.
Na maioria das vezes faltam recursos
é preciso correr atrás, sair pedindo ajuda, para
conseguir os materiais que geralmente são
mais utilizados para manter o espaço, os
próprios pais das crianças hospitalizadas
contribuem no que pode.
A classe hospitalar inserida dentro do
hospital é de extrema importância, como relata
a fala da Pedagoga, porque a criança e ao
adolescente internado temporariamente ou
permanentemente garantem um vínculo com a
escola.
No entanto, a importância dos espaços
de educação não formal para aprendizagem e
conscientização dos indivíduos é vital porque o
espaço lúdico socializa, enriquece, e faz com
que as famílias se sintam mais vivas.
Pedagogo Social
Historicamente a Pedagogia Social
tem se apresentado para diferentes autores
como uma ciência da educação que cria
possibilidades para o conhecimento. E está
direcionada para indivíduos e grupos de
pessoas, que apresentam problemas, sejam
humanos ou sociais, e que podem ser
solucionados através de um trabalho
educativo.
A Pedagogia Social é um campo de
trabalho que envolve especialidade e
conhecimentos em relação à infância com
problemas, a adolescência e a juventude, a
famílias desestruturadas, a terceira idade, aos
deficientes entre outros (QUINTANA, 1998).
Pedagogia social é uma disciplina, é
um saber fazer e esse saber fazer, ocorre
através da ciência da educação e é o que se
tem mais estudado na contemporaneidade.
Mas o seu enfoque maior aconteceu na
Alemanha no século XIX, mas é ao logo do
século XX que a pedagogia social se
desenvolve e se transforma em formação
acadêmica (ZUCCHETTI, 2008).
O foco da Pedagogia Social está
direcionado para a sociedade, com metas que
capacitem o ser humano para ser um cidadão
melhor seja pela educação formal ou não
formal. E também tem uma função muito
importante que é transformar a sociedade,
trazendo mudanças e resultados que sejam
positivos.
O trabalho do Pedagogo nesta área é
muito importante porque, ele poderá
desenvolver um trabalho educativo com a
população que se encontra em vulnerabilidade
em presídios, com os menores infratores com
a lei e também ajudando os moradores de rua.
O trabalho desenvolvido por um
Pedagogo
Social
exige
do
mesmo,
conhecimento,
compromisso
e
responsabilidade, pois não é um trabalho fácil
e deve ser realizado como se fosse uma
educação integral, onde possa atender a todos
do meio social, e que seja alcançado o pleno
desenvolvimento da pessoa favorecendo a
construção da cidadania (BARROS, 2012).
Para isso é fundamental que o
Pedagogo social, esteja sempre em busca de
novos conhecimentos procurando estratégias
e métodos para que sejam alcançados os
objetivos almejados e que esse método de
educação não formal ofereça meios que
capacitem o ser humano para ser um cidadão
melhor dentro da sociedade.
Entretanto, essa área de atuação
ainda precisa ser melhor definida, apresentarse a que veio, mesmo porque a Pedagogia
social é uma área recente enquanto
implantação e precisa de estudos mais
detalhados, para serem elaborados e
organizados
como
uma
filosofia
do
conhecimento.
Dessa forma, entendemos que ação
Pedagógica social exige um processo de
teoria
junto
com
a
prática
devido
principalmente ao contexto social de
desenvolvimento o qual se concentra a ação
educativa, população vulnerável e de risco, na
maioria dos casos, portanto é uma área de
estudos e práxis educacional a ser definida,
em desenvolvimento.
As entrevistas realizadas com as
Pedagogas Denise Nogueira e Diarley Costa,
que trabalham na ONG- Coletivo na estrutural
as quais exercem funções Sociais dentro das
instituições, há mais de 16 anos, tem como
função principal acompanhar os deveres de
casa,
articular
e
mobilizar
parceiros
fortalecendo o grupo, diagnosticar os déficits
de aprendizagem dos educandos, criando
projetos com a equipe voltada para a
sociedade inserida para melhor atender os
beneficiados. A terceira entrevistada foi
Maristela Mendes que no momento está
presidindo a instituição Casa de Justiça e
Cidadania localizada em Ceilândia, há 34
anos, dentro da instituição a mesma tem a
função de alfabetizar Idosos, Jovens e Adultos.
As entrevistadas afirmam que as
atribuições exigidas para o Pedagogo atuar
em espaços não formais de educação, é
preciso ações que contribuam para o
desenvolvimento do grupo, buscando novas
alternativas e raízes fundadoras de uma
educação humanizadora, aprendendo a ouvir
os atendidos criando métodos para trabalhar
nesses espaços, pelo fato de ser um local de
trabalho que precisa de uma atenção maior
por parte funcionários para fortalecer vínculos
e realizar um trabalho que possa beneficiar
aqueles que realmente precisam de ajuda.
Conforme disseram as Pedagogas as
ONGs contam com parcerias de algumas
entidades Sociais e Órgãos que atuam na área
Social como: CRAS, CDCA, CREAS, COSE,
Serviço de Convivência, Conselho Tutelar,
Vara da Infância e Juventude Negra, Instituto
de Brasília, Projetos Mulheres Mil, Faculdade
JK, Secretária de Justiça e Cidadania- SEJUS.
Apesar das parcerias que contribuem
para o crescimento das instituições, as
Pedagogas
relatam
os
desafios
e
possibilidades, questão encontradas nesses
espaços, dentre os desafios citados encontrase a falta de recursos para implantar e
implementar projetos sem ajuda de governos,
projetos que viabilizem esses espaços. As
possibilidades que são almejadas pelas
instituições é desenvolver atividades nas áreas
de educação, esportes, cultura, capacitação e
geração de rendas para as famílias carentes.
Para as Pedagogas entrevistadas o
campo de educação não formal requer um
olhar mais crítico pelas universidades e
faculdades, pelo fato da população não
conhecer muito sobre essas áreas de atuação
desse profissional. Sendo que o trabalho do
Pedagogo contribui para a aprendizagem
desses
educandos,
trazendo
possíveis
soluções para cada situação conflituosa
encontrada no decorrer de suas vivências.
Segundo as entrevistas, o Pedagogo é um dos
profissionais que é capaz de resolver conflitos,
e isso é uma das referências para o
profissional exercer sua profissão dentro do
ambiente de trabalho, além disso, cabe ao
Pedagogo ter a Educação popular como
subsídio, conhecer minuciosamente sobre sua
área de pertinência, ter interesse em
pesquisar, reciclar-se, entender que a
educação é um processo contínuo, ser
paciente, criativo, inovador, acima de tudo
saber ouvir o outro. Sua sensibilidade o leva a
assumir compromissos éticos e sociais,
objetivando inserir a educação nas questões
primordiais para o desenvolvimento da
sociedade.
O profissional da educação deve
buscar subsídios para aprimorar a sua prática
e adequá-la a sua realidade, como relatam as
Pedagogas, através do contato com pessoas
envolvidas na causa, por meio de
comunicação, via internet e oficinas, em
aberturas para os debates e construção do
saber, buscando experiências em outras
instituições, ouvindo e assistindo palestras na
busca do conhecimento e do saber.
No entanto a importância dos espaços
de educação informal para aprendizagem e a
conscientização dos indivíduos para as
Pedagogas entrevistadas é considerado vital,
pelo fato de estar ampliando a visão desses
educandos na Sociedade, para terem direito a
cultura, lazer e educação.
Apesar de todos os subsídios a favor
do exercício do Pedagogo nos espaços não
escolares, esse profissional ainda encontra
dificuldades para desenvolver um trabalho
com qualidade, dificuldades como as
vulnerabilidades sociais do educando e
educadores, que traz violências e violações
dos direitos humanos, falta de recursos para
desenvolver um trabalho com mais qualidade
também é uma das principais dificuldades
encontradas pelos profissionais. A falta de
incentivo e na desconfiança que muitos têm
em relação algumas instituições não levarem
os trabalhos e prestações de contas com
seriedade, isso dificulta conseguir apoios.
A verdadeira Educação é dinâmica,
didática, acontece nas relações, nas trocas de
conhecimentos. Não existe espaço que seja
ilegítimo a Educação, tanto formal como
informal.
Formal, tende a formar para o mercado de
trabalho. Não formal, questiona, aprimora
melhor suas inquietações para a vida, induz o
sujeito a valorizar sua história.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse artigo objetivou abordar a
importância dos espaços não formais de
educação, especificando os diferentes locais
onde a educação acontece, além da educação
formal tais como: ONGs, Hospitais, Empresas,
Circos, Museus, Editoras, Presídios e etc.
Além de compreender esses espaços, onde
acontece à educação, foi necessário esmiuçar
o perfil do Pedagogo, que atua nesses
espaços, pautada numa atuação diferenciada
em vários setores da sociedade. Esse perfil
forma atualmente um novo panorama de ação
deste profissional, que ao atravessar a
divisória da escola, invalida preconceitos e
ideias de que o Pedagogo está apto para
exercer suas funções apenas para a docência.
O processo de ensino-aprendizagem é
vivenciado não somente dentro da sala de
aula, mas é uma ação que acontece em todo e
qualquer setor da sociedade, que se
caracteriza
como
a
sociedade
do
conhecimento, porque as educações formais e
não formais caminham paralelamente e
tornam a educação como principal instrumento
contra a desigualdade social.
A princípio podem demarcar seus
campos de desenvolvimento a educação
formal é aquela desenvolvida nas escolas,
com conteúdo previamente demarcados, a
informal como aquela que os indivíduos
aprendem
durante
seu
processo
de
socialização na família, bairro, clube, amigos,
entre outros, carregada de valores e culturas
próprias de pertencimento e sentimentos
herdados e a educação não formal é aquela
que se aprende através do processo de
compartilhamentos,
de
experiências,
principalmente em espaços e ações coletivas
cotidianas (GOHN, 2005).
Portanto, na sua trajetória educativa, o
Pedagogo encontra muitos desafios no
mercado de trabalho. Para tentar superar os
desafios encontrados, esse profissional
precisa buscar métodos de ensino, procurando
inovar sua prática educativa seja em um
espaço formal ou não formal de educação.
Enquanto
as
possibilidades
de
atuação do Pedagogo estão relacionadas com
as necessidades de cada ambiente de
trabalho não formal, cabe a esse profissional
da educação ter conhecimento do seu
ambiente de trabalho e construa sua forma de
trabalho, desde que seja para melhor
favorecer a sociedade.
Diante das inúmeras possibilidades de
atuação desse profissional, é necessário que o
Pedagogo invista em sua formação buscando
novos métodos e estratégias de ensino. O
Pedagogo em seu espaço tem possibilidades
de criar, pensar e entender qual é o seu papel
diante da sociedade, trazendo mudanças e
possibilitando um ambiente mais humano com
ações competentes e participativas.
Referências:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da pedagogia, 3ºed ver e ampl, São Paulo:
Moderna, 2006.
BARROS, D. F. Prática educativa em ambientes escolares e não escolares: atribuições profissionais do
pedagogo social, empresarial e hospitalar, 2012.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Diretrizes e Bases
para o ensino de 1º e 2º graus. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 ago. 1971.
Seção 1.
_________, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Senado, 1988.
----------------, LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei N° 9.394, de 20 de
dezembro de 1996.
----------------, Resolução CNE/CP 1/2006. Diário oficial da União, Brasília, 16 de maio de 2006, Seção 1,
p.11.
----------------, Presidência da República. (1939) Decreto - Lei n.1190.
DEMO, Pedro. Cidadania Tutelada e Cidadania Assistida. Campinas, São Paulo: Autores Associados,
1995.
DERMEVAL, Saviani. A Pedagogia no Brasil: História e teoria. 2. ed.- Campinas SP, 2012
FONSECA, Eneida Simões. Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar. São Paulo: Memnon, 1999.
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Para um currículo de formação de pedagogos: indicativos. In: Pimenta,
Selma Garrido. (Org). Pedagogia e Peda, gogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GONÇALVES, Roseli. A Pedagogia Empresarial e as Práticas Pedagógicas dentro da empresa. SP:
2009.
GOHN, M. G. Educação não formal e cultura política. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
----------------, Eneida Simões. Classe Hospitalar: ação sistemática na atenção as necessidades pedagógico
- educacionais de crianças. Artigo. Temas sobre Desenvolvimento, 1999.
LIBANÊO, José Carlos. O campo do conhecimento pedagógico e a identidade profissional do
Pedagogo. São Paulo: Cortez, 2006.
----------------, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para Quê? 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
----------------, José Carlos Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas. Educar, Curitiba, n. 17,
p. 153-176. 2001.
MATOS, Elizete Lúcia Moreira; MUGIATTI, Margarida M. Teixeira de Freitas. Pedagogia Hospitalar: a
humanização integrando Educação e Saúde. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. “Método lancasteriano" (verbete).
Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educa Brasil. São Paulo:
QUINTANA, Cabanas, J.M. Pedagogia Social. Madrid: Dykinson. 1998.
RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial – atuação do pedagogo na empresa. Rio de
Janeiro: Wark Editora, 2003.
SELLTIZ, Claire et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Herder, 1967.
SILVA, Aline. F; CARDOSO, Cristiane A; SANTOS, M. A. O Trabalho do Pedagogo no Ambiente
Hospitalar. Revista Brasileira de Educação e Cultura, 2012.
SILVA, C. S. B. Curso de Pedagogia no Brasil: História e Identidade. São Paulo: Editores Associados,
1999. 152 p.
TANURI, Leonor. M. Contribuição para o estudo da Escola Normal no Brasil. Pesquisa e planejamento.
São Paulo, v.13, dez.1970, p. 7-98.
----------------, Leonor M. Contribuição para o estudo da escola Normal no Brasil. São Paulo: CRPE, n.
13, 1969.
VIEIRA, Vanessa. O pedagogo em espaços não escolares: pedagogia hospitalar. 2011
VILLELA, H. O. S. Da Palmatória à Lanterna Mágica: a Escola Normal da Província do Rio de Janeiro
entre o artesanato e a formação profissional – (1868-1876). Tese (Doutorado) Faculdade de Educação,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
ZUCCHETTI, Dinora Tereza. Jovens, Pedagogia Social e as racionalidades do campo educativo. In:
Revista Brasileira de Educação p. 397- 399 2008.
Download