CRISE DE COMPROMISSO

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CRISE DE COMPROMISSO
“Ele pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: quem é do Senhor venha até
mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi”(Êxodo 32:26)
Erik Erikson – Pesquisador no campo da psicologia - dedicou grande parte de
sua vida aos estudos relacionados à “Crise de Identidade.” Foi ele quem criou esse
termo para identificar conflitos do desenvolvimento da personalidade. Seus
estudos tiveram relação com a história, política, filosofia e teologia. Um destes
aborda a questão do compromisso dizendo que “o ser humano desenvolve sua
personalidade através de compromissos voluntários que mostram onde estão
fundamentados seus valores” (International Journal of Psychoanalysis, 51, 11-22).
Lendo esse estudo fiz uma relação entre o compromisso dos cristãos e os valores
da fé e cheguei à conclusão de que muitos estão vivendo uma “crise de
compromisso.” Da mesma forma como a “crise de identidade” aponta para conflitos
no desenvolvimento da personalidade a “crise de compromisso” aponta para
conflitos no desenvolvimento da fé.
Por que muitos cristãos não querem compromisso? Essa é uma pergunta
séria e profunda. Ao negar compromisso a pessoa está expondo quais são seus
valores e até onde vai o seu relacionamento com Deus, Igreja, pessoas e a própria
sociedade. Me lembro de um caso em que um homem dizia não querer se casar,
apesar de já viver com a mesma mulher durante vários anos. Indagado sobre o
motivo de tal decisão ele respondeu: - Isso é um compromisso muito grande, não
sei se estou preparado! Tal resposta evidenciou os valores daquele homem. Apesar
de viver com aquela mulher maritalmente ele assumiu sua própria crise de
compromisso, sua indecisão e despreparo. Muitos sentem o mesmo em relação à
Deus e por isso não querem compromisso com a Igreja local ou com a fé cristã.
Tem sua devoção particular, mas nada de compromisso assumido. A questão que
aqui se levanta é: isso é saudável? Ou melhor: isso é possível?
O texto citado acima mostra o momento quando Moisés desceu do monte
onde recebera a Lei de Deus e encontrou o povo corrompido e voltado para a
idolatria. Eles haviam feito um bezerro de ouro e o adoraram causando grande
indignação em Moisés. O compromisso com Deus havia sido quebrado e
substituído. Moisés então declarou com vigor: Quem é pelo SENHOR, junte-se a
mim.” Aquela foi uma hora de decisão e de compromisso. A frase também poderia
ser compreendida como: “decidam de que lado vocês estão: com Deus ou com esse
bezerro.” Naquela hora Moisés estava ordenando ao povo que assumissem um
compromisso publicamente. E também estava dando uma grande lição para acabar
com a crise de compromisso.
Existem pelo menos três elementos capazes de acabar com a crise de
compromisso que se torna tão comum em nosso meio. O primeiro deles é a
MANIFESTAÇÃO. Moisés pediu: “quem é do Senhor venha a mim.” Em outras
palavras: manifeste-se, apresente-se, assuma. Todos precisamos assumir quem
somos, de que lado estamos, em quem cremos. Isso é saudável e necessário. Você é
membro de que Igreja? Está submisso a que autoridade? Pode-se contar com você
em que comunidade? Tem responsabilidade para com que grupo? Todas essas
perguntas dizem respeito a esse mesmo princípio. Um segundo elemento é a
APROXIMAÇÃO. O texto diz: “então se ajuntaram a ele.” Moisés estava pedindo
compromisso e quando os Levitas se aproximaram estavam declarando
publicamente que aceitavam o compromisso. Quando alguém se compromete com
uma causa ou com uma pessoa existe a aproximação. Ela indica vinculo e mostra
que há unidade de propósito. É difícil alguém entender compromisso à distancia ou
falta de compromisso quando se está perto. Se você tem compromisso com
determinada Igreja porque não está ali servindo aos seus irmãos? E caso esteja
servindo em certa Igreja porque é membro de outra? Precisamos estar perto
daqueles com quem temos compromisso. Esse é um principio não apenas
espiritual mas também lógico e prático. O terceiro e último elemento é a
IDENTIFICAÇÃO. O texto identifica os que estabeleceram compromisso como
sendo “os filhos de Levi.” Compromisso tem nome. Nome de quem se compromete
e com o que ou quem está comprometido. Qual é a sua Igreja? A quem você presta
contas de seu trabalho? Com quem exatamente você está comprometido? Seu
nome aparece em que lugar, identificando seu compromisso claro e assumido?
Só vencemos a crise de compromisso através da MANIFESTAÇÃO,
APROXIMAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO. Você deve assumir seu compromisso e vencer
qualquer barreira que o impeça de viver a plenitude de um compromisso com Deus
e com a Igreja. Assuma seu compromisso e viva seus valores de modo público,
testemunhando de sua fé e também de seus vínculos!
Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez
Pastor Titular da Igreja Batista Betel
www.prgimenez.net
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