Produção de batata no Rio Grande do Sul

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ISSN 1676-7683
Dezembro/2010
Sistemas de
Produção 19
Produção de Batata no Rio
Grande do Sul
Editor técnico
Arione da Silva Pereira
Pelotas, RS
2010
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
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Comitê de Publicações da Unidade
Presidente: Ariano Martins de Magalhães Júnior
Secretária- Executiva: Joseane Mary Lopes Garcia
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Regina das Graças Vasconcelos dos Santos
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Normalização bibliográfica: Regina das Graças Vasconcelos dos Santos
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Fotos da capa:
1a edição
1a impressão (2010): 50 exemplares
Todos os direitos reservados
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação
dos direitos autorais (Lei no 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Clima Temperado
Produção de batata no Rio Grande do Sul / Editor técnico Arione da Silva Pereira –
Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2010.
95 p. – (Embrapa Clima Temperado. Sistema de Produção, 19).
ISSN 1676-7683
1. Batata – Produção. 2. Brasil – Rio Grande do Sul. I. Pereira, Arione da
Silva, ed. II. Série.
CDD 635.21098165
Autores
Arione da Silva Pereira
Eng. Agrôn., Ph.D., Fitomelhoramento, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
Carlos Alberto Barbosa Medeiros
Eng. Agrôn., Ph.D., Nutrição Mineral, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
Carlos Reisser Júnior
Eng. Agrôn., D.Sc., Agrometeorologia, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
Caroline Marques Castro
Eng. Agrôn., D.Sc., Recursos Genético pesquisadora
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
César Bauer Gomes
Eng. Agrôn., D.Sc., Fitopatologia, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
Cláudio José da Silva Freire
Eng. Agrôn., M.Sc., Economia Rural, pesquisador
aposentado da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS.
Dori Edson Nava
Eng. Agrôn., D.Sc., Entomologia, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
Ivan Rodrigues de Almeida
Geógrafo, D.Sc., Recursos Naturais e
Geoprocessamento, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
João Carlos Medeiros Madail
Economista, M.Sc., Economia Rural, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
Júlio Daniels
Eng. Agrôn., Ph.D. em Fitopatologia, pesquisador
aposentado da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS.
Marcos Silveira Wrege
Eng. Agrôn., D.Sc., Agrometeorologia, pesquisador
da Embrapa Florestas, Colombo, PR,
[email protected]
Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
Eng. Agrôn., Ph.D., Fitopatologia, pesquisador
do Iapar/ Polo de Curitiba,
Curitiba, PR
[email protected]
Odone Bertoncini
Eng. Agrôn., Fitotecnia, pesquisador
da Embrapa Transferência de Tecnologia/ Escritório
de Negócios
de Canoinhas, SC,
[email protected]
Silvio Steinmetz
Eng. Agrôn., Ph.D., Agrometeorologia, pesquisador
da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS,
[email protected]
Apresentação
Constituindo o terceiro alimento básico do mundo, a batata desempenha
um papel muito importante para a dieta da humanidade, em especial aos
pobres e famintos.
Segundo dados do Anuário da Agricultura Brasileira de 2010, o Rio Grande
do Sul contribuiu em 2009 com 11% da oferta nacional de batata (378 mil
toneladas). No entanto a sua produtividade (16,4 t ha-1) contribui
negativamente para a média do país (24,2 t ha-1).
Assim, é muito importante que a cadeia gaúcha da batata evolua mais
rapidamente que a nacional. É necessário que os produtores de batata do
estado adotem tecnologias que contribuam significativamente para
evolução de suas lavouras.
Neste sentido, este documento visa subsidiar com informações sobre o
zoneamento de cultivo, escolha e preparo da área, cultivares, sementes,
tratos culturais, doenças, pragas, colheita, classificação e armazenamento
dos tubérculos, à cadeia produtiva do Rio Grande do Sul.
Waldyr Stumpf Junior
Chefe-Geral
Embrapa Clima Temperado
Sumário
Introdução e importância econômica .............................. 13
Zoneamento do cultivo de batata ................................... 17
Escolha e preparo da área .............................................. 31
Escolha da área........................................................ 31
Preparo do solo ....................................................... 31
Calagem e adubação ................................................ 32
Cultivares
.................................................................... 39
Cultivares de película vermelha ................................. 39
Cultivares de película amarela ................................... 43
Sementeiro e forçamento de brotação ............................ 49
Sementeiro
............................................................. 49
Forçamento da brotação ........................................... 50
Plantio e tratos culturais ............................................... 53
Plantio ................................................................... 53
Tratos culturais ....................................................... 54
Doenças ...................................................................... 55
Causadas por bactérias ............................................. 55
Murchadeira
.................................................... 55
Canela -preta, talo-oco ou podridão-mole ............ 57
Sarna comum .................................................. 58
Causadas por fungos ............................................... 58
Requeima ou preteadeira ................................... 58
Pinta Preta ou Alternaria ................................... 60
Podridão seca .................................................. 61
Rizoctoniose
.................................................... 62
Causadas por vírus ................................................... 63
Enrolamento da Folha ....................................... 63
Mosaico
.......................................................... 64
Causadas por nematoides ......................................... 66
Pragas
Nematoide-das-galhas
....................................... 66
Nematoide-das-lesões
....................................... 66
........................................................................ 69
Larva-alfinete
Pulgões
.......................................................... 69
.................................................................. 71
Mosca-minadora
Traça
...................................................... 73
..................................................................... 74
Cigarrinha
............................................................... 76
Lagarta-rosca
.......................................................... 77
Vaquinha-da-batatinha.............................................. 79
Demais pragas ......................................................... 80
Colheita, classificação e armazenamento ........................ 87
Colheita
................................................................. 87
Classificação e armazenamento ................................. 87
Custo de produção ....................................................... 89
Referências
................................................................. 93
Leitura recomendada .................................................... 93
Introdução e Importância
Econômica
Arione da Silva Pereira
João Carlos Medeiros Madail
A história da cultura da batata no Rio Grande do Sul remonta à época da
colonização alemã, que trouxe consigo o hábito do consumo. O estado já
foi o maior produtor brasileiro de batata, mas atualmente é o quarto,
superado por Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Nos últimos dez anos
(2000-2009), a sua produção foi reduzida de 390 mil toneladas (15% da
produção nacional) para 378 mil toneladas (11% da produção nacional),
enquanto a área plantada diminuiu de 39.206 ha (25,0% da área nacional)
para 23.015 ha (16,5% da área nacional) (AGRIANUAL, 2010). A
produtividade de 16,4 t ha-1 está bastante abaixo da produtividade do país
que é de 24,2 t ha-1, mas, em termos relativos, evolui mais (65,6%) que o
país (40,7%).
A evolução da produtividade da batata no estado foi principalmente devido
à mudança da geografia da bataticultura gaúcha. Os dados das principais
microrregiões produtoras de batata, que são responsáveis por mais de
70,8% da produção estadual, estão apresentados na Tabela 1.
14
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Tabela 1. Área colhida, produção e produtividade média de batata de
2008 nos principais municípios produtores do Rio Grande do Sul.
Microrregião
Município
3.800
2.000
60.000
30,00
Vacaria
São Francisco de Paula
São
José
dos
Ausentes
Bom Jesus
Muitos Capões
Vacaria
Lagoa Vermelha
Produção
(t)
94.100
1.500
400
380
370
37.500
10.500
9.100
7.650
25,00
26,25
23,95
20,68
Pelotas
São Lourenço do Sul
Canguçu
1.300
1.000
19.500
8.800
15,00
8,80
Passo Fundo Ibiraiaras
900
18.500
20,55
Restinga
Seca
360
6.960
19,33
Subtotal
12.010
272.610
22,70
Total do Rio Grande do Sul
23.785
385.145
16,19
Silveira Martins
Área colhida (ha)
Produtividade
média (t ha-1)
24,76
Fonte:
SECRETARIA
DA
AGRICULTURA,
PECUÁRIA,
PESCA
E
AGRONEGÓCIO. Agricultura RS em destaque – Produtos selecionados. Batata
inglesa. http://www.saa.rs.gov.br/uploads/1270059901Batata_Inglesa.pdf 24
de dezembro de 2010.
Atualmente, a microrregião de Vacaria contribui para mais da metade da
produção do RS, apresentando uma produtividade superior à nacional. Por
outro lado, a tradicional microrregião de Pelotas reduziu dramaticamente a
área de produção e a sua produtividade manteve-se muito baixa,
notadamente no município de Canguçu. Mesmo com a produção voltada
principalmente ao autoconsumo e abastecimento de suas comunidades, a
bataticultura desta e outras microrregiões não mencionadas precisa evoluir
sob pena de reduzir ainda mais a sua participação. Neste sentido, é
necessário que sejam incorporadas novas tecnologias, especialmente
sementes de boa qualidade, aos sistemas de produção, para aumentar a
produtividade e a qualidade do produto, ou, então, que sejam adotados
sistemas de produção alternativos, tal como o sistema orgânico ou
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
ecológico, como alguns produtores já estão fazendo. Mas, este sistema
não é tema desta publicação.
Para as demais microrregiões do estado, a adoção de tecnologias que
permitam o aumento da produtividade e da qualidade da produção também
é importante, para garantir competitividade e sustentabilidade da cadeia
gaúcha da batata. Assim, o objetivo desta publicação é contribuir para a
melhoria dos sistemas convencionais de produção de batata no estado.
15
16
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Zoneamento do Cultivo de
Batata
Carlos Reisser Júnior
Ivan Rodrigues de Almeida
Marcos Silveira Wrege
Silvio Steinmetz
As indicações de regiões de cultivo de batata no Rio Grande do Sul
determinam inconsistências em muitos dos resultados, quando analisados
em conjunto.
As ferramentas de geoprocessamento disponíveis permitem realizar
análises espaciais que integram diferentes parâmetros de recursos
naturais, entre eles os climáticos (temperatura, precipitação, radiação) e
os biológicos de crescimento de uma cultura. A modelagem que essas
ferramentas produzem auxilia a identificar e classificar regiões que mais se
assemelham à condição real de um setor produtivo.
O clima é um dos insumos naturais mais importantes na determinação da
aptidão e desenvolvimento de uma cultura, sendo a disponibilidade de água
e a temperatura os fatores fundamentais da produção e do sucesso
econômico. Um zoneamento climático, que utiliza novos recursos de
espacialização, permite que dados pontuais de temperatura sejam
extrapolados sobre modelos de elevação do terreno (relevo), realçando
regiões homogêneas e eliminando ambiguidades fronteiriças.
As regiões climáticas indicadas como aptas ao cultivo da batata no Rio
Grande do Sul nesta circular baseiam-se na espacialização da temperatura
do ar por meio de base de dados unificada.
18
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Os parâmetros climáticos de restrição e ótimos de desenvolvimento da
cultura foram baseados em Carvalho Dias (1993), que apresenta os
valores de 10 ºC a 14 ºC como temperaturas mínimas favoráveis à
tuberização e acúmulo de reservas, e temperaturas máximas diurnas de
18 ºC a 25 ºC como limitantes à tuberização e produção. Os valores de
temperatura mínima definidores do risco de geada foram estabelecidos a
partir de temperatura mínima inferior a 3 ºC, e serviram para definir os
períodos inicial (outono) e final (primavera) de ocorrência deste fenômeno.
Um parâmetro, relacionado com o solo e levado em consideração, é o de
inaptidão de regiões com altitudes menores do que 6 m acima do nível do
mar, por, normalmente, serem regiões alagáveis ou com solos
hidromórficos, inadequados ao cultivo da solanácea.
Como a região Sul permite três épocas de cultivo, estas foram
consideradas como cultivo de primavera (safra), cultivo de verão e cultivo
de outono (safrinha), conforme os principais meses de plantio e colheita
(Tabela 1).
Tabela 2. Calendário agrícola da cultura da batata para a região Sul do
Brasil. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2010.
Safra
Mês
Jan
Fev Mar Abr
Mai
Jun
Jul
Plantio
Ago Set
X
Out Nov Dez
X
Primavera
Colheita
X
X
Plantio
X
X
X
Verão
Colheita
X
X
Plantio
X
X
X
Outono
Colheita
X
X
Na Figura 1 é mostrado o zoneamento do cultivo de primavera ou safra do
Rio Grande do Sul. Esta safra pode ser efetuada praticamente em todas as
regiões, com exceção do centro e centro-oeste, que são locais mais
quentes no estado. O litoral também apresenta restrições, porém estas se
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
relacionam ao tipo de solo, que normalmente são sujeitos a alagamentos
ou hidromórficos inadequados ao cultivo da batata. Inexistindo estas
condições adversas, o cultivo é adequado.
48°0'0"W
PA R
AGU
AI
23°0'0"S
49°0'0"W
24°0'0"S
50°0'0"W
25°0'0"S
51°0'0"W
26°0'0"S
52°0'0"W
Itaguajé
Nova Londrina
MATO GROSSO
SÃO PAULO
Marilena Terra Rica Colorado PorecatuPrimeiro de Maio
DO SUL
ParanavaíInajá Jaguapitã Sertaneja
Loanda
Cambará
Querência do Norte
Guairaçá Lobato Astorga
Uraí
Jacarezinho
RolândiaCambé
Amaporã
Assaí
IcaraímaTapira
Abatiá
Trópico de Capricórnio
Trópico de Capric órnio
Maringá
Carlópolis
Rondon Floraí
Londrina
Vila AltaIvaté
Congonhinhas
Marialva
Apucarana
XambrêUmuarama
Cianorte
IbaitiTomazina
Tapejara
Sapopema
Altônia
JapiraWenceslau Braz
Peabiru Fênix
Faxinal
Curiúva
Iporã
Arapoti
Ortigueira
Goioerê ArarunaCampo Mourão
Guaíra
Palotina
VentaniaJaguariaívaSengés
Mamborê
Luiziana
Iretama
Imbaú
Terra Roxa
Piraí do SulDoutor Ulysses
Tupãssi Ubiratã RoncadorCândido de Abreu
Marechal Cândido Rondon
Reserva Tibagi
Pitanga
Toledo Corbélia
Adrianópolis
Castro
LaranjalPalmital
Santa Helena
Cerro Azul
Turvo
IvaíIpiranga
CascavelGuaraniaçu
Bocaiúva do Sul
Missal
Prudentópolis
Goioxim
Ponta GrossaItaperuçu
Itaipulândia
Nova
Laranjeiras
Guaraqueçaba
Céu Azul
Imbituva
Campo Largo
Guarapuava
São Miguel do Iguaçu Matelândia Catanduvas Cantagalo
Antonina
Palmeira
Irati
Quedas do Iguaçu Candói
Morretes Paranaguá
Foz do Iguaçu
Realeza
Rio Azul
Lapa Araucária Guaratuba
Pinhão
Planalto
Verê Chopinzinho
Mallet São Mateus do Sul
Cruz Machado
AmpéreCoronel Vivida Mangueirinha
GaruvaItapoá
Canoinhas Mafra Piên
Bituruna
Joinville
Palma SolaPato Branco
Clevelândia
Porto União
Dionísio CerqueiraCampo Erê
Palmas
ItaiópolisRio NegrinhoAraquari
Calmon
GuaraciabaSaltinho Abelardo Luz
Papanduva
Água DoceCaçador Lebon Régis
Blumenau Ilhota
DescansoCaibiMaremaPassos Maia
Santa Cecília IbiramaIndaialGaspar
Irani
Fraiburgo
MondaíPalmitos Chapecó
Taió
Apiúna
ItajaíPorto Belo
TangaráCuritibanos
Derrubadas Iraí
Concórdia
Brusque
Ponte Alta
Nonoai ItáAratiba Campos Novos
Biguaçu
NA
Novo MachadoCrissiumal
Vargem Otacílio Costa
TI
Seberi
AngelinaFlorianópolis
N
E
AlecrimTuparendi Erval Seco Ronda AltaErechim
Barracão
G
Correia Pinto
R
Palhoça
Bom
Retiro
A
Santo Cristo Santa Rosa
Sarandi
Lagoa Vermelha
Painel
Palmeira das Missões
AnitápolisPaulo Lopes
Sertão
Giruá
EsmeraldaCapão AltoLages
Urubici
Pirapó
Chapada Pontão
Catuípe
Garopaba
Passo
Fundo
Garruchos
Santo Ângelo
São Joaquim Orleans Imaruí
Ijuí Condor Carazinho
Muitos CapõesVacaria
São Luiz Gonzaga
Panambi
Marau
Santo Antônio das Missões
TrevisoTubarãoLaguna
Paraí
Bom Jesus
Cruz AltaIbirubá IbirapuitãCasca
Bossoroca
Jaguaruna
Ipê
São Borja
Jóia
AraranguáIçara
Itacurubi
EspumosoSoledade Guaporé
JaquiranaCambará do Sul
Tupanciretã JacuizinhoBarros Cassal
Caxias do Sul
Maçambara
Santiago
FarroupilhaSão Francisco de PaulaJacinto Machado
Itaqui
Manoel Viana
JariJúlio de Castilhos LagoãoProgresso
Torres
Gramado
Quevedos
Sinimbu Estrela
São Francisco de Assis
Rolante Itati Três Cachoeiras
Agudo
Mata
Jaguari
Venâncio Aires Portão Taquara Maquiné
Candelária
Alegrete
Santa Maria
TaquariTriunfo
Xangri-lá
Uruguaiana
Gravataí
Osório
Cacequi
Restinga Seca
Rio Pardo
Santa Margarida do SulSão Sepé
Butiá Guaíba ViamãoSanto Antônio da Patrulha
Barra do Quaraí
Cachoeira do Sul
Quaraí
São Jerônimo
Rosário do SulSão Gabriel
Palmares do Sul
Pantano Grande
Barra do Ribeiro
Encruzilhada do Sul
Santana do Livramento
Caçapava do Sul
Tapes
Dom Feliciano
UR
Mostardas
Lavras do SulSantana da Boa Vista
Camaquã
UG
Dom Pedrito
UA
CristalLagoa dos Patos
I
CanguçuSão Lourenço do SulTavares
BagéHulha Negra
Pinheiro MachadoPiratini
Turuçu
Pelotas
AceguáCandiota
Cerrito
São José do Norte
Pedras Altas
ZONEAMENTO PARA BATATA
Capão do Leão
1a. Safra
Herval
Arroio GrandeRio Grande
27°0'0"S
53°0'0"W
28°0'0"S
54°0'0"W
29°0'0"S
55°0'0"W
30°0'0"S
56°0'0"W
31°0'0"S
AT
LÂ
N
NO
inapto
20/ago - 20/set
01/ago - 10/set
01/set - 10/out
10/ago - 20/set
20/set - 15/dez
Jaguarão
Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Escala: 1:2.000.000
0 12,5 25
Santa Vitória do Palmar
LEGENDAS:
34°0'0"S
- lagoas e lagunas
!.
56°0'0"W
50
75
100
Quilômet ros
Sistema de projeção policônica projetad a
Latitude original: 0º Equ ador
Longitude original: 54º WGr.
Da tum SAD 69
- municípios
Embrapa 2009
Chuí
- divisão estadual
57°0'0"W
Fonte:
Divisão estadual: I BGE (2001 )
Modelo digita l de elevação: WEBE R et al. (2004)
Dado s climáticos dos Estados do Paraná (IAPAR); San ta Cat arina
(EPAGRI) e Rio Grande do Sul (FEPA GRO/8ºDISME-INMET/EMBRAPA)
55°0'0"W
32°0'0"S
ZONEAMENTO PARA BATATA
Lagoa Mirim
33°0'0"S
33°0'0"S
32°0'0"S
OC
EA
31°0'0"S
TI
CO
30°0'0"S
29°0'0"S
28°0'0"S
27°0'0"S
26°0'0"S
25°0'0"S
24°0'0"S
23°0'0"S
57°0'0"W
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
50°0'0"W
49°0'0"W
48°0'0"W
Figura 1. Zoneamento para cultivo de primavera da cultura da batata na
região Sul do Brasil. Pelotas – RS, 2010.
Elaboração: Marcos Silveira Wrege
19
20
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Os plantios mais precoces podem ser efetuados em regiões mais quentes
(Figura 1), onde o risco de geadas é menor e onde a colheita é feita antes
da ocorrência de períodos de temperatura do ar elevada. Os plantios mais
tardios, por sua vez, são feitos em locais mais altos, de temperatura mais
baixa, para não serem afetados pelas geadas mais tardias.
Na Figura 2 são mostrados os locais da região Sul onde é permitido o
cultivo de verão. Estes locais caracterizam-se por maior altitude, sendo
praticamente os únicos em todo o Brasil, que oferecem condições
climáticas favoráveis ao cultivo nesta época do ano. Os cultivos nestas
áreas apresentam algumas vantagens em relação a outras regiões de
produção do país, tais como elevada produtividade e reduzida infestação
de insetos vetores, que é importante para produção de batata semente de
boa qualidade.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
48°0'0"W
I
GU A
PA R
A
23°0'0"S
49°0'0"W
24°0'0"S
50°0'0"W
25°0'0"S
51°0'0"W
26°0'0"S
52°0'0"W
27°0'0"S
53°0'0"W
Itaguajé
Nova Londrina
MATO GROSSO
SÃO PAULO
Marilena Terra Rica Colorado PorecatuPrimeiro de Maio
DO SUL
ParanavaíInajá Jaguapitã Sertaneja
Loanda
Cambará
Querência do Norte
Guairaçá Lobato Astorga
Uraí
Jacarezinho
Cambé
Rolândia
Amaporã
Assaí
Icaraíma Tapira
Abatiá
Trópico de Capricórnio
Trópico de Capricórnio
Maringá
Carlópolis
Rondon Floraí
Londrina
Vila AltaIvaté
Congonhinhas
Marialva
Apucarana
Umuarama
Xambrê
Cianorte
IbaitiTomazina
Tapejara
Sapopema
Altônia
Japira Wenceslau Braz
PeabiruFênix
Faxinal
Curiúva
Iporã
Arapoti
Ortigueira
Goioerê Araruna Campo Mourão
Guaíra
Sengés
Palotina
Ventania
MamborêLuiziana Iretama
Imbaú
Jaguariaíva
Terra Roxa
Piraí do SulDoutor Ulysses
Tupãssi Ubiratã RoncadorCândido de Abreu
Marechal Cândido Rondon
Reserva Tibagi
Pitanga
Toledo Corbélia
Adrianópolis
Castro
LaranjalPalmital
Santa Helena
Cerro Azul
Turvo
IvaíIpiranga
CascavelGuaraniaçu
Bocaiúva do Sul
Missal
Goioxim
Prudentópolis
Ponta Grossa Itaperuçu
Itaipulândia
Nova Laranjeiras
Guaraqueçaba
Céu Azul
Imbituva
Campo Largo
Guarapuava
São Miguel do Iguaçu Matelândia Catanduvas Cantagalo
Antonina
Palmeira
Irati
Quedas do Iguaçu Candói
MorretesParanaguá
Foz do Iguaçu
Realeza
Rio Azul
Lapa Araucária Guaratuba
Pinhão
Chopinzinho
Planalto
Verê
Mallet
São Mateus do Sul
Cruz Machado
AmpéreCoronel VividaMangueirinha
Garuva Itapoá
Piên
Mafra
Canoinhas
Bituruna
Joinville
Palma Sola Pato Branco
Clevelândia
Porto União
Dionísio CerqueiraCampo Erê
Palmas
Itaiópolis Rio NegrinhoAraquari
Calmon
GuaraciabaSaltinho Abelardo Luz
Papanduva
Água DoceCaçador Lebon Régis
BlumenauIlhota
DescansoCaibiMarema Passos Maia
Santa Cecília Ibirama Indaial Gaspar
Irani
Fraiburgo
MondaíPalmitos
Taió
Chapecó
Apiúna
ItajaíPorto Belo
Tangará Curitibanos
Derrubadas Iraí
Brusque
Itá Concórdia
A
Ponte Alta
Biguaçu
Nonoai
IN
Aratiba Campos Novos Vargem
Novo MachadoCrissiumal
T
Seberi
Otacílio
Costa
Angelina
Florianópolis
EN
Alecrim Tuparendi Erval Seco Ronda Alta Erechim
Barracão
G
Correia Pinto
R
Palhoça
Bom
Retiro
A
Santo CristoSanta Rosa
Sarandi
Lagoa Vermelha
Painel
Palmeira das Missões
Anitápolis Paulo Lopes
Sertão
Lages
Giruá
Pontão
Esmeralda
Urubici
Pirapó
Capão Alto
Chapada
Catuípe
Garopaba
Passo Fundo
Garruchos
Santo Ângelo
Imaruí
São Joaquim Orleans
Ijuí Condor Carazinho
Muitos CapõesVacaria
São Luiz Gonzaga
Panambi
Marau
Santo Antônio das Missões
Treviso TubarãoLaguna
Bom Jesus
Cruz Alta Ibirubá IbirapuitãCasca Paraí
Bossoroca
Jaguaruna
Ipê
São Borja
Jóia
Araranguá Içara
Itacurubi
EspumosoSoledade Guaporé
Jaquirana
Tupanciretã
Cambará
do
Sul
Caxias
do
Sul
Jacuizinho
Barros Cassal
Maçambara
Santiago
Farroupilha São Francisco de Paula Jacinto Machado
Itaqui
Manoel Viana
JariJúlio de Castilhos LagoãoProgresso
Torres
Gramado
Quevedos
São Francisco de Assis
Sinimbu Estrela
Rolante Itati Três Cachoeiras
Agudo
Mata
Jaguari
Venâncio Aires Portão Taquara Maquiné
Candelária
Alegrete
Santa Maria
TaquariTriunfo
Xangri-lá
Uruguaiana
Gravataí
Cacequi
Osório
Restinga Seca
Rio Pardo
Santa Margarida do SulSão Sepé
Butiá Guaíba Viamão Santo Antônio da Patrulha
Barra do Quaraí
Cachoeira do Sul
Quaraí Rosário do SulSão Gabriel
São Jerônimo
Palmares do Sul
Pantano Grande
Barra do Ribeiro
Encruzilhada do Sul
Santana do Livramento
Caçapava do Sul
Tapes
Dom Feliciano
UR
Mostardas
Lavras do SulSantana da Boa Vista
Camaquã
UG
Dom Pedrito
UA
CristalLagoa dos Patos
I
CanguçuSão Lourenço do SulTavares
Hulha
Negra
Bagé
Pinheiro MachadoPiratini
Turuçu
Pelotas
Aceguá Candiota
Cerrito
São José do Norte
Pedras Altas
ZONEAMENTO PARA BATATA
Capão do Leão
28°0'0"S
54°0'0"W
29°0'0"S
55°0'0"W
30°0'0"S
56°0'0"W
31°0'0"S
ÂN
AT
L
NO
Herval
Arroio GrandeRio Grande
Jaguarão
33°0'0"S
inapto
ZONEAMENTO PARA BATATA
Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
01/out - 15/dez
Lagoa Mirim
Escala: 1:2.000.000
0 12, 5 25
Santa Vitória do Palmar
LEGENDAS:
- lagoas e lagunas
!. - municípios
34°0'0"S
Chuí
56°0'0"W
50
75
100
Quilômet ros
Sistema de projeção policônica projetada
Latitude original: 0º Equador
Longitude original: 54º WGr.
Datum SAD 69
Embrapa 2009
- divisão estadual
57°0'0"W
32°0'0"S
2a. Safra
33°0'0"S
32°0'0"S
OC
EA
31°0'0"S
TIC
O
30°0'0"S
29°0'0"S
28°0'0"S
27°0'0"S
26°0'0"S
25°0'0"S
24°0'0"S
23°0'0"S
57°0'0"W
Fonte:
Divisão est adual: IBGE (2001)
Modelo digital de elevação: WEBE R et al. (2004)
Dados climáticos dos Estados do Paraná (IAPAR); S anta Catarina
(EPAGRI) e Rio Grande do Sul (FEPAGRO/ 8ºDISME-INMET/EMBRAPA)
55°0'0"W
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
50°0'0"W
49°0'0"W
48°0'0"W
Figura 2. Zoneamento para cultivo de verão da cultura da batata na região
Sul do Brasil. Pelotas – RS, 2010.
Elaboração: Marcos Silveira Wrege
21
22
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Na Figura 3 é mostrado o zoneamento da batata para o outono ou
safrinha. Pode se observar que as áreas aptas ao cultivo são menores do
que no cultivo de primavera, visto que as regiões mais quentes não
apresentam condições climáticas adequadas ao desenvolvimento da
cultura. Esta safra é feita somente nas regiões mais altas da metade sul e
na metade norte do estado, que são as indicadas para o cultivo.
Nesta safra o cultivo mais precoce deve ser feito nas regiões indicadas
como mais frias, enquanto que os cultivos mais tardios devem ser feitos
nas regiões mais quentes. Como no cultivo de primavera, o centro e o
oeste do estado não são aptos ao cultivo de batata.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
48°0'0"W
Itaguajé
Nova Londrina
SÃO PAULO
Marilena Terra Rica Colorado PorecatuPrimeiro de Maio
ParanavaíInajá Jaguapitã Sertaneja
Loanda
Cambará
Querência do Norte
Guairaçá Lobato Astorga
Uraí
Jacarezinho
Rolândia Cambé
Amaporã
Assaí
Icaraíma Tapira
Abatiá
Trópico de Capricórnio
Trópico de Capricórnio
FloraíMaringá
Carlópolis
Rondon
Londrina
Vila Alta Ivaté
Congonhinhas
Marialva
Apucarana
XambrêUmuarama
Cianorte
Tomazina
Ibaiti
Tapejara
Sapopema
Altônia
JapiraWenceslau Braz
Peabiru Fênix
Faxinal
Curiúva
Iporã
Arapoti
Ortigueira
Goioerê ArarunaCampo Mourão
Guaíra
Sengés
Palotina
MamborêLuiziana Iretama
Imbaú Ventania Jaguariaíva
Terra Roxa
Piraí do Sul Doutor Ulysses
Tupãssi Ubiratã RoncadorCândido de Abreu
Marechal Cândido Rondon
Reserva Tibagi
Pitanga
Toledo Corbélia
Adrianópolis
Castro
Laranjal Palmital
Santa Helena
Cerro Azul
Turvo
IvaíIpiranga
CascavelGuaraniaçu
Bocaiúva do Sul
Missal
Prudentópolis
Goioxim
Ponta GrossaItaperuçu
Itaipulândia
Nova Laranjeiras
Guaraqueçaba
Céu Azul
Imbituva
Campo Largo
Guarapuava
São Miguel do Iguaçu Matelândia Catanduvas Cantagalo
Antonina
Palmeira
Irati
Quedas do Iguaçu Candói
Morretes Paranaguá
Foz do Iguaçu
Realeza
Rio Azul
Lapa Araucária Guaratuba
Pinhão
Chopinzinho
Planalto
Verê
Mallet
São Mateus do Sul
Cruz Machado
AmpéreCoronel VividaMangueirinha
Garuva Itapoá
Piên
Canoinhas
Mafra
Bituruna
Joinville
Palma SolaPato Branco
Clevelândia
Porto União
Dionísio CerqueiraCampo Erê
Palmas
Itaiópolis Rio NegrinhoAraquari
Calmon
Guaraciaba Saltinho Abelardo Luz
Papanduva
Água DoceCaçador Lebon Régis
BlumenauIlhota
DescansoCaibiMaremaPassos Maia
Santa Cecília IbiramaIndaialGaspar
Irani
Fraiburgo
MondaíPalmitos
Taió
Chapecó
Apiúna
ItajaíPorto Belo
TangaráCuritibanos
Derrubadas Iraí
Brusque
ItáConcórdia
A
Ponte Alta
Biguaçu
Nonoai
IN
Aratiba Campos Novos Vargem
Novo MachadoCrissiumal
T
Seberi
Otacílio Costa
Angelina Florianópolis
EN
AlecrimTuparendi Erval Seco Ronda AltaErechim
Barracão
G
Correia
Pinto
Palhoça
Bom Retiro
AR
Santo CristoSanta Rosa
Sarandi
Lagoa Vermelha
Painel
Palmeira das Missões
AnitápolisPaulo Lopes
Sertão
Giruá
Esmeralda Capão AltoLages
Urubici
Pirapó
Chapada Pontão
Catuípe
Garopaba
Passo
Fundo
Garruchos
Santo Ângelo
Imaruí
São Joaquim Orleans
Ijuí Condor Carazinho
Muitos CapõesVacaria
São Luiz Gonzaga
Panambi
Marau
Santo Antônio das Missões
TrevisoTubarãoLaguna
Bom Jesus
Cruz AltaIbirubá IbirapuitãCascaParaí
Bossoroca
Jaguaruna
Ipê
São Borja
Jóia
Içara
Itacurubi
Araranguá
EspumosoSoledade Guaporé
JaquiranaCambará do Sul
Tupanciretã JacuizinhoBarros Cassal
Caxias do Sul
Maçambara
Santiago
Farroupilha São Francisco de PaulaJacinto Machado
Itaqui
Manoel Viana
JariJúlio de Castilhos LagoãoProgresso
Torres
Gramado
Quevedos
Sinimbu Estrela
São Francisco de Assis
Rolante Itati Três Cachoeiras
Agudo
Mata
Jaguari
Venâncio Aires Portão Taquara Maquiné
Candelária
Alegrete
Santa Maria
Taquari
Xangri-lá
Uruguaiana
Triunfo Gravataí
Osório
Cacequi
Restinga Seca
Rio Pardo
Santa Margarida do Sul São Sepé
Butiá Guaíba ViamãoSanto Antônio da Patrulha
Barra do Quaraí
Cachoeira do Sul
Quaraí Rosário do Sul São Gabriel
São Jerônimo
Palmares do Sul
Pantano Grande
Barra do Ribeiro
Encruzilhada do Sul
Santana do Livramento
Caçapava do Sul
Tapes
Dom
Feliciano
UR
Mostardas
Lavras do SulSantana da Boa Vista
Camaquã
UG
Dom Pedrito
UA
CristalLagoa dos Patos
I
Canguçu
São Lourenço do Sul Tavares
BagéHulha Negra
Pinheiro MachadoPiratini
Turuçu
Pelotas
AceguáCandiota
Cerrito
São José do Norte
ZONEAMENTO PARA BATATA
Pedras Altas
Capão do Leão
3a. Safra
Herval
Arroio GrandeRio Grande
inapto
PA R
A
GUA
I
MATO GROSSO
DO SUL
23°0'0"S
49°0'0"W
24°0'0"S
50°0'0"W
25°0'0"S
51°0'0"W
26°0'0"S
52°0'0"W
27°0'0"S
53°0'0"W
28°0'0"S
54°0'0"W
29°0'0"S
55°0'0"W
30°0'0"S
56°0'0"W
31°0'0"S
ÂN
AT
L
NO
Jaguarão
20/jan- 10/fev
32°0'0"S
32°0'0"S
OC
EA
31°0'0"S
T IC
O
30°0'0"S
29°0'0"S
28°0'0"S
27°0'0"S
26°0'0"S
25°0'0"S
24°0'0"S
23°0'0"S
57°0'0"W
ZONEAMENTO PARA BATATA
Escala: 1:2.000.000
20/fev - 10/mar (zona marginal)
0 12,5 25
Santa Vitória do Palmar
LEGENDAS:
34°0'0"S
- lagoas e lagunas
!. - municípios
56°0'0"W
Chuí
55°0'0"W
50
75
100
Quilômet ros
Sistema de projeção policônica projetada
Latitude original: 0º Equador
Longit ude original: 54º WGr.
Datum SAD 69
- divisão estadual
57°0'0"W
33°0'0"S
33°0'0"S
Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Lagoa Mirim
01/fev- 20/fev
54°0'0"W
Embrapa 2009
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
50°0'0"W
49°0'0"W
48°0'0"W
Figura 3. Zoneamento para cultivo de outono da cultura da batata na
região Sul do Brasil. Pelotas – RS, 2010.
Elaboração: Marcos Silveira Wrege
23
24
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Com relação às condições hídricas do estado, as Figuras 4, 5 e 6 mostram
as regiões com diferentes disponibilidades de água. Na média, somente no
período de cultivo da safra de verão é que aparecem deficiências hídricas
em algumas regiões da metade sul do Rio Grande do Sul. Apesar deste
período ser o de menor disponibilidade hídrica no solo, devido à alta
evapotranspiração, pode ser observado na Figura 4 que, nos locais
indicados para o cultivo nesta época, não existem deficiências de água
durante o ciclo de desenvolvimento da cultura visto ser estes onde o saldo
de água é positivo entre 100 mm até 300 mm no período de três meses.
Esta informação indica que para esta região o uso de irrigação é
necessário somente devido à ocorrência de períodos secos, pequenas
estiagens, apresentando um risco moderado de falta de água para a
cultura.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Figura 4. Diferença entre a precipitação e a evapotranspiração do
trimestre dezembro, janeiro e fevereiro, para a região Sul do Brasil
(período de 1976-2005). Pelotas-RS, 2010.
Elaboração: Marcos Silveira Wrege
25
26
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
No cultivo de outono ou safrinha, a diferença entre a precipitação e a
evapotranspiração, apesar de possuir valores mais elevados de saldo de
umidade do que no verão, ocorre em uma época em que o solo vem de um
período de maior consumo hídrico, o de verão (Figura 5).
Consequentemente, o solo apresenta menor armazenamento de água,
possibilitando que, conjuntamente, os períodos de estiagens possam ser
mais severos, além de a cultura se encontrar em uma fase de emergência,
o que pode comprometer a densidade de plantas na lavoura. Como
consequência destes fatores, o uso de irrigação é mais justificado, sendo
esta a safra com maior probabilidade de necessidade de irrigação para a
batata.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Figura 5. Diferença entre a precipitação e a evapotranspiração do
trimestre março, abril e maio, para a região Sul do Brasil (período de 19762005). Pelotas-RS, 2010.
Elaboração: Marcos Silveira Wrege
27
28
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Da mesma forma que no cultivo de outono ou safrinha, o cultivo de
primavera também apresenta valores positivos da diferença entre
precipitação e evapotranspiração, mais elevados do que no verão (Figura
6). Porém, como no início do ciclo da cultura, o armazenamento de água
no solo é maior, pois no inverno é alta a probabilidade de excesso hídrico
no solo, a probabilidade de ocorrência de déficit hídrico durante o ciclo da
cultura é menor, podendo haver problemas de falta de umidade somente
no fim do ciclo de desenvolvimento da cultura. Portanto, a irrigação nesta
época de cultivo não é tão necessária quanto a de outono.
Apesar dos valores da diferença entre precipitação e evapotranspiração
serem médios para um período de três meses, eles indicam que quanto
maiores os saldos da diferença, menores as probabilidades de deficiência
hídrica para a região nestes períodos e, por consequência, é menor a
necessidade de investimento em irrigação.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Figura 6. Diferença entre a precipitação e a evapotranspiração do
trimestre setembro, outubro e novembro, para a região Sul do Brasil
(período de 1976-2005). Pelotas-RS, 2010.
Elaboração: Marcos Silveira Wrege
29
30
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Escolha e Preparo da Área
Carlos Alberto Barbosa Medeiros
Cláudio José da Silva Freire
Escolha da área
O plantio em áreas onde foram cultivadas em anos anteriores solanáceas
tais como fumo, pimentão, tomate, entre outras, deve ser evitado.
Na escolha da área deve-se se dar preferência a solos profundos e leves,
como os areno-argilosos.
Para os plantios de primavera a exposição solar do terreno não é tão
importante, no entanto, nos plantios de outono deve-se dar preferência à
exposição leste-norte. Nessa época de plantio, a escolha de áreas
arejadas, com boa circulação de ar, pode auxiliar no controle de doenças.
Preparo do solo
Um bom preparo do solo, além de facilitar o plantio, tem grande influência
na emergência das plantas, bem como na formação e produção de
tubérculos. A profundidade de aração deve estar em torno de 20 cm, a
fim de permitir um melhor desenvolvimento das raízes. A lavração deve
ser feita cerca de 90 dias antes do plantio, para enterrar restos de cultura
e/ou vegetação espontânea. As demais operações para concluir o preparo
do solo devem ser feitas um pouco antes do plantio, devendo ser
considerada a necessidade de uma segunda aração, ou apenas de
32
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
gradagens. Dependendo das condições de compactação da camada arável,
uma alternativa é a utilização de subsolador como primeira operação,
regulado para trabalhar a uma profundidade de 30 cm a 35 cm.
Calagem e adubação
Amostragem do solo
Como a batata possui um sistema radicular relativamente superficial,
deve-se amostrar o solo na profundidade de 0 cm a 20 cm.
A amostra de solo enviada ao laboratório deve ser representativa da área.
Para tanto, a área deve ser dividida em blocos homogêneos, segundo o
tipo, a textura, a profundidade e a cor do solo; a topografia, o grau de
erosão, a drenagem e a cobertura vegetal do terreno, entre outros
aspectos. Existindo uma porção da área adubada ou que já tenha recebido
calcário anteriormente, esta deverá ser amostrada em separado.
De cada bloco homogéneo deverá ser coletada uma amostra, composta de
diversas subamostras (de 10 a 15). A área deve ser toda percorrida em
ziguezague, coletando-se as subamostras, com auxílio de um trado ou de
uma pá de corte. Quando for utilizada pá de corte, esta deverá ser
introduzida no solo até a profundidade indicada, de modo a fazer uma cova
em formato de cunha. Com a pá, corta-se uma fatia de solo com 2 cm a 5
cm de espessura. Desta, eliminam-se as bordas, conservando-se a porção
central, que deve ser colocada num balde. Mistura-se bem o material das
subamostras e retiram-se cerca de 500 g para enviar ao laboratório.
Calagem
Apesar de a batata ser considerada planta tolerante à acidez do solo,
diversos trabalhos mostram a existência de resposta positiva ao uso de
calcário, provavelmente associado a fatores indiretos, como a redução dos
efeitos danosos de altas concentrações de alumínio e de manganês
trocáveis, bem como o aumento da disponibilidade de fósforo.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Na região Sul do Brasil, a batata é cultivada em solos predominantemente
ácidos, pobres em cálcio e em magnésio e com altos teores de alumínio e
de manganês. Em função disso, recomenda-se o uso de calcário dolomítico.
Para a cultura da batata, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o uso
do calcário deve visar a elevar o pH em água do solo a 5,5. Valores
maiores de pH podem aumentar a incidência de sarna comum nos
tubérculos, principalmente quando ocorrem fortes estiagens
O efeito da calagem na correção da acidez do solo atinge o ponto máximo,
em geral, 3 a 12 meses após a aplicação do calcário. Após quatro a seis
anos, o pH começa a diminuir devido à lixiviação natural dos cátions e às
reações acidificantes do solo. Assim, novas aplicações de calcário devem
ser feitas após esse período, mediante nova amostragem de solo. Em
geral, as necessidades de corretivo, após o período mencionado, são bem
inferiores aos valores iniciais. Se a amostragem do solo for realizada após
um a dois anos da aplicação do calcário, a recomendação de nova
calagem, pelo método SMP, pode não ser válida, pelo fato de que a fração
mais grosseira do corretivo pode ainda estar reagindo com o solo. No caso
de ser aplicada inicialmente somente uma fração da dose recomendada,
deve-se ter o cuidado para que a soma das doses parciais não ultrapasse a
recomendação inicial, no período de quatro a seis anos.
Como as recomendações de calagem são baseadas em PRNT 100%, a
dose a ser aplicada no solo deve ser corrigida com base no PRNT do
material que vai ser utilizado, do seguinte modo:
Quantidade a ser aplicada (t ha-1) = recomendação (t ha-1) x 100/PRNT do
calcário
Incorporação
Para a batata, o calcário deve ser incorporado na profundidade de 20 cm.
Quando a recomendação for superior a 5 t ha-1 deve-se aplicar a metade
da dose, a seguir lavrar, aplicar o restante, lavrar e gradear. Para
quantidades inferiores a esta dose, uma boa incorporação tem sido obtida
33
34
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
com uma gradagem seguida de aração e outra gradagem. Quando o
calcário é incorporado apenas na camada superficial do solo, pode ocorrer
uma “supercalagem”, o que pode agravar deficiências de micronutrientes e
o problema da sarna comum, além de limitar o desenvolvimento radicular,
com reflexos negativos na produtividade.
Aplicação do calcário na linha de plantio
Podem ser usadas doses significativamente menores de calcário, aplicado
na linha de plantio, desde que o mesmo apresente uma granulometria
menor (calcário ‘filler’). Alguns resultados têm demonstrado que a
aplicação de 300 kg ha-1 proporciona um maior acréscimo na
produtividade. Para aplicação na linha o calcário deve ser finamente
moído, com partículas menores que 0,15 mm de diâmetro e com um PRNT
mínimo de 90%.
Recomendação de adubação de N, de P e de K
As quantidades de fertilizantes recomendadas para a cultura da batata são
expressas por área, no entanto os fertilizantes devem ser aplicados
concentrados na linha de plantio.
A interpretação dos resultados de análise do solo para fósforo e potássio
“extraíveis”, adotada pela Rede de Laboratórios de Análise de Solo e de
Tecido Vegetal, – ROLAS – no RS e SC, é apresentada, respectivamente,
nas Tabelas 3 e 4. Os valores de P e de K são interpretados em cinco
faixas. Com relação ao P “extraível”, foram estabelecidas quatro classes
de solos, conforme o teor de argila do solo (Tabela 3). Para o K “extraível”
foram estabelecidas três classes de solos, conforme o valor da CTCpH 7
(capacidade de troca de cátions a pH 7) (Tabela 4).
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Tabela 3. Interpretação dos resultados de análise de solo para fósforo
“extraível” (Mehlich) – mg/dm3 – para os solos e condições do Rio Grande
do Sul e de Santa Catarina.
Interpretação
Muito baixo
Baixo
Médio
Alto
Muito alto
Classes de solo conforme o teor de argila1
1
2
3
4
2,0
3,0
4,0
7,0
2,1 – 4,0
3,1 – 6,0
4,1 – 8,0
7,1 – 14,0
4,1 – 6,0
6,1 – 9,0
8,1 – 12,0
14,1 – 21,0
6,1 – 12,0
9,1 – 18,0
12,1 – 24,0
21,1 – 42,0
12,0
18,0
24,0
42,0
1
Teores de argila: 1= >60%, 2= 60 a 41%, 3= 40 a 21%, 4= £20%
Fonte: Sociedade (2004).
Tabela 4. Interpretação dos resultados de análise de solo para potássio
“extraível” (Mehlich) para os solos e condições do Rio Grande do Sul e de
Santa Catarina.
Interpretação do
teor de K no solo
Muito baixo
Baixo
Médio
Alto
Muito alto
>15,0
?30
31 – 60
61 – 90
90 – 180
>180
Fonte: Sociedade (2004).
CTCpH 7.( cmolc/dm3)
5,1 – 15,0
mg de K/dm3
?20
21 – 40
41 – 60
61 – 120
>120
?5,0
?5
16 – 30
31 – 45
46 – 90
>90
35
36
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
As quantidades de P2O5 e de K2O recomendadas na adubação de préplantio para a cultura da batata constam na Tabela 5.
Tabela 5. Recomendação de adubação fosfatada e potássica de pré-plantio.
Interpretação do teor
de P ou de K no solo
Muito baixo
Baixo
Médio
Alto
Muito alto
Expectativa de rendimento (t/ha)
Fósforo
Potássio
>20
>20
20
20
kg de P2O5 / ha
kg de K2O / ha
280
360
180
220
220
280
160
180
160
200
140
160
120
140
120
140
80
100
120
140
Fonte: Sociedade (2004).
Na safra de outono e com o uso de cultivares precoces, a dose de
fertilizante nitrogenado deve ser reduzida em 10% a 20%, enquanto que
as quantidades recomendadas de P2O5 e de K2O devem ser aumentadas
em 20%, principalmente, quando se tratar de lavoura irrigada.
Quando o cultivo for feito em solos arenosos ou com teores de matéria
orgânica inferior a 2,5%, deve ser aplicado 15 a 20 kg de bórax por
hectare.
Com relação à adubação nitrogenada, a estimativa de sua necessidade é
determinada em função do teor de matéria orgânica do solo. Da
recomendação apresentada na Tabela 6, sugere-se que metade seja
aplicada no plantio, e o restante, aproximadamente, 30 dias após a
emergência, por ocasião da amontoa.
Em relação à adubação nitrogenada, deve ser observado que, mesmo
dentro das doses recomendadas, algumas cultivares em determinadas
épocas de plantio podem apresentar excesso de desenvolvimento
vegetativo, em detrimento da produção de tubérculos. Nesse caso, uma
redução da quantidade de nitrogênio a ser aplicada deve ser considerada.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Tabela 6. Recomendação de adubação nitrogenada para a cultura da
batata, em função do teor de matéria orgânica do solo e da expectativa de
rendimento.
Teor de matéria orgânica no solo (%)
2,5
2,6 – 5,0
>5,0
Adubação nitrogenada
Expectativa de rendimento (t/ha)
20
>20
kg de N/ha
120
160
100
140
80
120
Fonte: Sociedade (2004).
Sempre que o produtor tiver disponibilidade da matéria orgânica, seu uso é
desejável em substituição parcial ou total da adubação mineral, desde que
economicamente viável.
As quantidades a serem aplicadas devem ser calculadas considerando-se o
teor em N, P e K do material utilizado e os respectivos índices de
conversão. São vários os produtos que podem ser utilizados, sendo os
principais representados por estercos e por resíduos de culturas.
Para a aplicação de uma mesma quantidade de nutrientes, por sua menor
concentração, usa-se maior quantidade de esterco em relação ao adubo
mineral. Além disso, grande parte dos nutrientes do esterco encontra-se
na forma orgânica, necessitando ser mineralizado para se tornarem
disponíveis às plantas.
Verifica-se que todo o potássio aplicado na forma orgânica comporta-se
como mineral desde a aplicação, uma vez que este nutriente não faz parte
de nenhum composto orgânico estável. Com relação ao fósforo, verifica-se
que cerca de 60% estão disponíveis para o primeiro plantio, e 20% para o
segundo. Quanto ao nitrogênio, os índices são de 50% e 20% para o
primeiro e segundo plantios, respectivamente. A partir do terceiro plantio,
a totalidade do N, P2O5 e K2O já se encontra mineralizada.
37
38
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Para se obter uma maior eficiência do fósforo e para se evitar perdas de
nitrogênio por volatilização, os materiais orgânicos devem ser incorporados
ao solo.
Dificilmente as necessidades nutricionais da batata são total e
adequadamente supridas somente com o uso de materiais orgânicos, pois a
concentração de N, de P e de K, nesses materiais, difere muito das
proporções comumente necessárias. Para se evitar a adição de nutrientes
em quantidades superiores às exigidas, recomenda-se calcular a dose de
adubo orgânico tomando-se por base o nutriente cuja necessidade for
suprida com a menor dose.
Cultivares
Arione da Silva Pereira
Caroline Marques Castro
O que mais importa na escolha de uma cultivar é as suas características
de mercado (mercado fresco e/ou processamento) e o seu potencial de
produção. Além disso, a adaptação ecológica e a tecnológica são
importantes para o custo, o manejo e a qualidade da produção.
Dentre as cultivares de maior interesse ao Rio Grande do Sul, incluem-se
as de película vermelha e as de película amarela:
Foto: Arione da Silva Pereira
Cultivares de película vermelha
‘Asterix’ (Cardinal x SVP Ve
709)
Origem: Holanda, HZPC (1991).
Figura 7. Tubérculos da cultivar Asterix.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Características: ciclo de desenvolvimento tardio; tubérculos de formato
longo, película vermelha moderadamente sensível ao esverdeamento, polpa
amarela, e teor médio-alto de massa seca; suscetível à requeima, ao vírus
Y e ao vírus do enrolamento da folha; dormência relativamente longa.
Uso preferencial: fritura (palitos).
Características de distinção: potencial produtivo e aptidão à fritura de
palitos.
Foto: Arione da Silva Pereira
40
Baronesa’ (Loman OP)
Origem: Brasil, IPEAS (1955).
Figura 8. Tubérculos da cultivar
Baronesa.
Características: ciclo de desenvolvimento médio; tubérculos com formato
oval-alongado, película vermelha com sensibilidade mediana ao
esverdeamento, polpa creme, teor médio de massa seca; moderadamente
resistente à pinta preta e ao vírus Y, suscetível à requeima e ao vírus do
enrolamento da folha; dormência relativamente curta, mas com forte
dominância apical.
Uso preferencial: cozimento, para preparo de salada e outros pratos afins.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
Características de distinção: potencial produtivo e estabilidade de
produção, mesmo sob níveis moderados de fertilidade atinge boa
produtividade
‘BRS Ana’ (‘C1750-15-95’
x ‘Asterix’)
Origem: Brasil, Embrapa (2007).
Figura 9. Tubérculos da cultivar
BRS Ana.
Características: ciclo de desenvolvimento tardio; tubérculos de formato
ovalado, película vermelha pouco sensível ao esverdeamento, polpa
branca, e teor médio-alto de massa seca; moderadamente suscetível à
requeima, ao vírus Y e ao vírus do enrolamento da folha, e boa tolerância à
seca; dormência mediana.
Uso preferencial: fritura (palitos), exceto no inverno, quando é mais
apropriada para cozimento.
Características de distinção: potencial produtivo, aparência de tubérculo,
teor de matéria seca e rusticidade, conferida pela menor exigência em
fertilizantes, de tolerância moderada à seca.
41
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
42
‘Macaca’
Origem: Brasil, presumivelmente
do IPEAS.
Figura 10. Tubérculos da
cultivar Macaca.
Características: ciclo de desenvolvimento curto; tubérculos de formato
redondo-achatado, película vermelha intensa pouco sensível ao
esverdeamento, polpa branca, teor médio-baixo de massa seca; suscetível
à requeima, mas alguma vezes apresenta reação de imunidade, suscetível
à pinta preta e ao vírus do enrolamento da folha, alta resistência ao vírus
Y; dormência curta.
Uso preferencial: cozimento, especialmente para o preparo de purê.
Características de distinção: ciclo de desenvolvimento e dormência dos
tubérculos.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
Cultivares de película amarela
‘Agata’ (‘BM 52.72’ x
‘Sirco’)
Origem: Holanda, Agrico (1990).
Figura 11. Tubérculos da cultivar
Agata.
Características: ciclo de desenvolvimento curto; tubérculos de formato
oval, película amarela e pouco sensível ao esverdeamento, polpa amarela e
teor baixo de massa seca; suscetível à requeima e à pinta preta, pouco
suscetível ao vírus Y e moderadamente suscetível ao vírus do enrolamento
da folha; dormência curta.
Uso preferencial: cozimento.
Características de distinção: aparência de tubérculo, potencial produtivo e
dormência dos tubérculos.
43
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
44
‘BRS Clara’ (‘White Lady’
x ‘Catucha’)
Origem: Brasil, Embrapa (2010).
Figura 12. Tubérculos da cultivar
BRS Clara.
Características: Ciclo de desenvolvimento médio; Tubérculos de formato
longo, película amarela com fraca a média sensibilidade ao esverdeamento,
polpa creme e teor mediano de massa seca; alta resistência à requeima,
moderadamente resistente à pinta preta, suscetível ao vírus Y e vírus do
enrolamento da folha; dormência média-curta.
Uso preferencial: cozimento (salada e outros pratos afins).
Características de distinção: aparência de tubérculo, resistência à
requeima, manejo da brotação.
Foto: Arione da Silva Pereira
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
‘BRS Eliza’ (‘Edzina’ x
‘Recent’)
Origem: Brasil, Embrapa (2002).
Figura 13. Tubérculos da cultivar
BRS Eliza.
Características: ciclo de desenvolvimento médio; tubérculos de formato
oval, película amarela e lisa, com fraca sensibilidade ao esverdeamento,
polpa amarela, e baixo teor de massa seca; alta resistência à requeima e à
pinta preta, suscetibilidade ao vírus Y e ao vírus do enrolamento da folha,
e muita suscetibilidade a canela preta e podridão mole; dormência média,
com dominância apical.
Uso preferencial: cozimento (purê).
Características de distinção: potencial produtivo, aparência de tubérculo,
resistência à requeima e à pinta preta.
45
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
46
‘Catucha’ (‘2CRI-1149-178’ x ‘C-999-263-70’)
Origem: Brasil, EPAGRI –
Embrapa (1995).
Figura 14. Tubérculos da cultivar
Catucha.
Características: ciclo de desenvolvimento médio; tubérculos de formato
oval-alongado, película amarela, sensível ao esverdeamento, polpa
amarela, e teor alto de massa seca; alta resistência à requeima e
moderada à pinta preta, suscetível ao vírus Y e ao vírus do enrolamento da
folha; dormência média.
Uso preferencial: fritura (palitos, exceto no inverno).
Características de distinção: potencial produtivo, resistência à requeima e
rusticidade, conferida pela menor exigência em fertilizantes, de tolerância
moderada à seca.
Foto: Arione da Silva Pereira
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
‘Cristal’ (‘CRI-420-12-60’
x ‘C-368-8-60’)
Origem: Brasil, Embrapa (1996).
Figura 15. Tubérculos da cultivar
Cristal.
Características: ciclo de desenvolvimento médio; tubérculos de formato
oval-alongado, película amarela medianamente sensível ao esverdeamento,
e polpa amarela, médio teor de massa seca; alta resistência à requeima, à
pinta preta e ao vírus Y, suscetível ao vírus do enrolamento da folha;
dormência média, com dominância apical.
Uso preferencial: fritura (palitos).
Características de distinção: aparência de tubérculos, resistência à
requeima e à pinta preta.
Informações sobre sementes das cultivares nacionais: Escritórios de
Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia: Escritório de Negócios
de Canoinhas, SC [Fone: (47) 3624-0127; e-mail: [email protected]]
e Escritório de Negócios de Capão do Leão, RS [Fone: (53) 3275-9291; email: [email protected]].
47
48
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Sementeiro e Forçamento
de Brotação
Arione da Silva Pereira
Odone Bertoncini
Júlio Daniels
Sementeiro
Sementeiro é uma pequena lavoura de multiplicação de “sementes” feita
pelo produtor de batata consumo, com o objetivo de viabilizar o uso de
semente de qualidade, para redução do custo da semente da lavoura de
consumo e da melhoria da sanidade da lavoura. Esta prática resulta em
sensíveis ganhos de produtividade na lavoura.
Para implantar o sementeiro o produtor precisa adquirir cerca de 20% da
semente que planta habitualmente ou que pretende plantar, quando
multiplica apenas uma vez. Caso queira multiplicar a semente duas vezes
antes de fazer a lavoura de batata consumo, o produtor precisa adquirir
5% da necessidade.
Para suprir uma lavoura de 1 ha de batata consumo, no caso de fazer um
sementeiro de uma multiplicação, o produtor precisa adquirir 400 kg de
batata-semente certificada, enquanto no caso de efetuar semente de duas
multiplicações, o produtor necessita comprar 100 kg de batata-semente
certificada para iniciar o sementeiro.
O sementeiro deve ser localizado em área distante de lavouras de
produção de batata para consumo, ou separado destas, por obstáculos
50
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
naturais tais como matas, morros etc.; e em solo ainda não cultivado com
batata ou, sabidamente, não infestado por bactéria causadora de
murchadeira.
Os principais cuidados com o sementeiro são: controle dos pulgões, que
são os principais vetores das viroses; erradicação das plantas anormais ou
com sintomas de doenças, retirando do campo as plantas juntamente com
todos os tubérculos; controle das doenças fúngicas da parte aérea;
colheita antecipada, antes da seca natural da rama.
Forçamento da brotação
Para o plantio de batata consumo no outono (fev./mar.), as sementes da
maioria das cultivares quando manejadas adequadamente, não exigem
maiores tratos para se dispor de material em boas condições de brotação.
Por outro lado, para o plantio de batata consumo na primavera (ago./set.),
em geral, é necessária a aplicação de tratamento químico para forçar a
brotação, entretanto para grande parte das cultivares, a dormência não é
superada. Neste caso, a estratégia é efetuar cultivos de primavera em
primavera.
No caso da multiplicação de batata-semente para uso próprio (sementeiro)
da maioria das cultivares, é importante o forçamento da brotação, pois
aumenta o número de hastes por caseira e, consequentemente, o número
de tubérculos produzidos.
Dentre os tratamentos utilizados incluem-se: o ácido giberélico, na
concentração de 5 a 10 partes por milhão (ppm) (1 g para 100 a 200 L de
água), aplicado por imersão ou em pulverização; o bissulfureto de carbono,
na dosagem de 15 a 25 cm3 por m3 de câmara hermética. Ambos são
aplicados cerca de duas semanas antes do plantio.
O uso do bissulfureto de carbono envolve riscos que devem ser prevenidos
por meio de consulta prévia com técnico ou produtor experiente.
No caso da cultivar Agata, que é muito sensível ao tratamento de
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
bissulfureto de carbono, a dosagem máxima a ser utilizada deve ser de 10
cm³ por m³ de batata a ser forçada, com a película bem suberizada.
A cultivar Macaca brota naturalmente, não necessitando de tratamento
químico.
51
52
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Plantio e Tratos Culturais
Arione da Silva Pereira
Júlio Daniels
Plantio
Época: existem três principais épocas de plantio no Rio Grande do Sul: o
plantio de fim de inverno (15 de agosto a 15 de setembro), fim de verão
(15 de fevereiro a 15 de março) e, no caso da região dos Campos de Cima
da Serra, o plantio mais comum é de outubro a dezembro.
Profundidade: deve-se plantar em sulcos de 5 cm a 10 cm de
profundidade, onde já foi misturado o adubo. Tapa-se o tubérculo-semente
com 10 cm a 15 cm de terra.
Espaçamento: conforme o equipamento utilizado para o plantio e tratos
culturais, adapta-se o espaçamento entre linhas, que é em média de 0,75
m. Dependendo do tamanho da semente e do destino da produção
(consumo ou semente), o espaçamento na linha vai de 0,25 m a 0,35 m. O
número de tubérculos por caixa ou saco varia de acordo com o tipo de
semente (Tabela 7). O número de tubérculos necessário para o plantio de
um hectare varia de acordo com o espaçamento entre e dentro da linha
(Tabela 8).
54
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Tabela 7. Tipo, peso médio e número médio de tubérculos por caixa ou
saco de 30 kg. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2010.
Tipo
I
II
III
IV
Malha (mm)
51-60
41-50
31-40
23-30
Peso médio dos
tubérculos (g)
136
68
37
16
Número médio de tubérculos
p / caixa ou saco
220
440
800
1.800
Tabela 8. Número de tubérculos necessários para plantar 1 ha. Embrapa
Clima Temperado, Pelotas, RS, 2010.
Espaçamento entre linhas
0,70 m
0,75 m
0,80 m
0,25 m
57.143
53.333
50.000
Espaçamento na linha
0,30 m
47.619
44.444
41.667
0,35 m
40.819
38.095
35.714
Tratos culturais
Capina: deve ser feita após 20-30 dias da emergência ou quando as
plantas atingirem 20 cm a 30 cm de altura. Em áreas muito infestadas por
invasoras deve-se realizar o controle químico.
Amontoa: é feita pouco depois da capina, com equipamento conveniente e
disponível na propriedade, numa altura média de 15 cm. Em geral, cumpre
três funções: capina mecânica, incorporação de fertilizantes de cobertura
e formação do camalhão.
Doenças
Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
César Bauer Gomes
Causadas por bactérias
Murchadeira: causada por Ralstonia solanacearum Smith, é a principal
doença bacteriana da batata e o maior problema para os produtores de
batata-semente. Os principais sintomas são o murchamento e o secamento
de uma ou de mais hastes, com posterior morte da planta (Figura 16). Os
tubérculos infectados, ao serem cortados, exsudam pus bacteriano, uma
excreção de coloração creme. Um teste simples para identificação do
patógeno consiste em colocar em um copo transparente com água, um
pedaço do tecido vascular de haste ou tubérculo – a ocorrência de
exsudação confirma a presença da bactéria (Figura 17). O controle da
murchadeira deve ser feito preventivamente, plantando-se batata-semente
livre do patógeno, em áreas também livres. A água de irrigação não deve
estar contaminada com a bactéria. A rotação com gramíneas (aveia,
milho, sorgo, etc.), reduz a população do patógeno no solo. Como a
bactéria sobrevive no sistema radicular de plantas daninhas, como mariapretinha, picão-preto, entre outras, o controle ineficiente destas após a
colheita da batata diminui bastante o efeito benéfico da rotação de
culturas e a bactéria continua sobrevivendo na área, mesmo com a
ausência da batata.
Foto: Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Figura 16. Planta com sintomas
de murcha bacteriana.
Foto: Carlos Alberto Lopes
56
Figura 17. Teste do copo.
Fluxo bacteriano exsudando
de haste de batata com
murcha bacteriana.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
Canela -preta, talo-oco ou podridão-mole: é causada por um complexo de
bactérias pectolíticas (Pectobacterium spp), que possuem um grande
número de hospedeiros e estão amplamente disseminadas nos solos
cultiváveis. Portanto é uma doença que ocorre frequentemente em
lavouras de batata, sendo muito dependente das condições ambientais
favoráveis (calor e umidade). O principal sintoma é o apodrecimento da
haste, com característica coloração negra, geralmente iniciando pela base
junto ao solo, e posterior murchamento e morte da planta (Figura 18). Os
tubérculos infectados desenvolvem, em condições propícias, uma podridão
mole característica, exalando um odor fétido e, quando colhidos úmidos e
armazenados em más condições, podem sofrer grandes perdas no
depósito. Para o controle devem-se usar sementes sadias, evitar o plantio
em solos mal drenados (acabar com o “pé de arado”), fazer rotação de
culturas com gramíneas, realizar a colheita em dias secos e armazenar a
batata em locais bem ventilados. Evitar excesso de machucaduras nos
tubérculos na colheita e transporte e usar sacaria nova e caixaria
devidamente sanitizada com formol a 3%.
Figura 18. Planta de
batata infectada por
canela preta com a
presença típica de
apodrecimento de
hastes com coloração
preta.
57
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Sarna comum: causada por Streptomyces scabies (Thaxter) Waksman &
Henrici, também é altamente disseminada nos solos cultiváveis. Os
sintomas são observados nos tubérculos e se manifestam através de
lesões pequenas e
Foto: Arione da Silva Pereira
58
Figura 19. Tubérculos de batata
com sintomas de ataque de sarna
comum.
Causadas por fungos
Requeima ou preteadeira: causada por Phytophthora infestans (Mont.) de
Bary, é a principal doença fúngica da batata. Em condições de
temperatura amena e muita umidade, pode destruir completamente uma
lavoura em poucos dias. Os sintomas consistem em lesões pardas escuras
nas folhas (Figura 20), de tamanho e forma irregulares, que progridem
para os pecíolos e hastes, podendo atingir, inclusive, os tubérculos. O
patógeno pode ser visto na parte inferior das folhas, na forma de um mofo
cinza esbranquiçado. No Brasil, sobrevive somente em tubérculos e em
plantas vivas (soqueira), uma vez que ainda não foi relatada ocorrência de
estruturas de resistência (oósporos) capazes de sobreviver no solo, na
ausência do hospedeiro em fase vegetativa. Para o controle da doença,
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
além do uso de cultivares resistentes (Figura 21), eliminação de plantas
voluntárias em outras lavouras e amontoados de descartes e tubérculossemente sadios, devem-se iniciar aplicações com fungicidas quando as
plantas atingirem 10 cm a 15 cm de altura e sempre que as condições
climáticas favorecerem o desenvolvimento do patógeno. A calda
bordalesa, bem como os produtos à base de oxicloreto de cobre, maneb,
mancozeb, chlorothalonil, captan, dimetomorfe, cimoxanil ou metalaxil
(Tabela 9) são eficientes no controle da doença. Os três últimos são
sistêmicos e, Cimoxanil ou Metalaxil apresentam a vantagem de ter efeito
curativo quando aplicados até dois dias após o início da infecção, mas
devem ser utilizados esporadicamente, em épocas altamente favoráveis à
doença. Sempre que possível deve-se alternar os produtos utilizados.
Lembrar que os produtos de contato têm efeitos estritamente preventivos
e não têm eficiência depois que o fungo já entrou nos tecidos das plantas.
Vale ressaltar dois aspectos quanto ao controle químico: mesmo usando
produtos chamados sistêmicos, utilizar volume de calda que permita
cobertura máxima das plantas, e nunca empregar subdosagens sob
pretexto de economia.
Figura 20. Lesão de requeima em folíolo de batata, com a presença
conspícua do crescimento esbranquiçado do agente causador.
59
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
60
Figura 21. Clones de
batata com diferentes
graus de severidade
de requeima: a)
resistente; b) moderadamente resistente;
c) suscetível.
Pinta Preta ou Alternaria: causada por Alternaria solani Sor. e A.grandis
Simmons, é uma doença que ocorre, geralmente, em plantas adultas
(maduras), iniciando as infecções pelas folhas mais velhas (inferiores). As
lesões começam com pequenas pontuações, que se desenvolvem em
manchas zoneadas, necróticas, concêntricas, com margens limitadas pelas
nervuras (Figura 22). A doença é favorecida por clima quente e úmido. Em
ataques intensos as lesões podem coalescer, secando a folha
completamente. Os tubérculos raramente são infectados, mas quando isso
acontece apresentam lesões deprimidas e necróticas. Para o controle,
além de cultivares resistentes e da rotação de culturas, deve-se aplicar
preventivamente fungicidas à base de Chlorothalonil, Iprodione e
Mancozeb (Tabela 9). Nos casos em que o controle com esses fungicidas
não for eficiente, deve-se aplicar Tebuconazole ou Difenoconazole.
Foto: Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Figura 22. Planta de
batata altamente
atacada por pintapreta, evidenciando
as lesões típicas com
anéis concêntricos e
coloração marromoliváceo.
Foto: Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
Podridão seca: causada por Fusarium spp., é uma doença importante em
tubérculos armazenados. A infecção ocorre através de ferimentos nos
tubérculos e no local de inserção do estolão. Os sintomas são evidenciados
por áreas escuras, com presença de mofo de cor branca, rosa ou violeta
(Figura 23). Com a evolução da doença, as áreas atacadas vão ressecando
até o tubérculo se tornar totalmente mumificado. Para o controle,
recomenda-se colher em dias secos, evitar ferimentos nos tubérculos e
manter a ventilação nos depósitos. Os tubérculos-semente podem ser
tratados com thiabendazole por meio de pulverização, antes de serem
encaminhados para o armazenamento.
Figura 23. Tubérculos
de batata com típicos
sintomas de podridão
seca interna, podendo
ser observado o
crescimento de micélio
do agente causador.
61
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Rizoctoniose: causada por Rhizoctonia solani Kühn, é uma doença muito
importante, embora nem sempre reconhecida. Os brotos podem ser mortos
antes da emergência causando falhas na plantação, ou ocorre o
desenvolvimento de mancha de cor marrom nas hastes (Figura 24), abaixo
do solo, podendo a lesão interromper a circulação da seiva para os
tubérculos e raízes, resultando em enrolamento das folhas, que pode ser
confundido com o causado por infecção virótica, e formação de tubérculos
aéreos. Os estolões também podem apresentar lesões ou serem mortos, e
os tubérculos mostram manchas escuras, denominadas de “mancha de
asfalto” ou “piche” (Figura 25), constituídas pelas estruturas do fungo
(esclerócios). O desenvolvimento do fungo é favorecido por baixas
temperaturas e alta umidade. Os escleródios presentes nos tubérculossemente constituem a principal fonte de inóculo, mas o fungo pode
persistir em alguns solos. Para o controle, recomenda-se rotação de
culturas com gramíneas e utilização de tubérculo-semente livre da
enfermidade e com brotação uniforme e vigorosa. Evitar o plantio muito
fundo e em terrenos muito frios (temperatura do solo abaixo de 18 oC)
para que os brotos tenham rápida emergência e escapem do ataque do
fungo.
Foto: Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
62
Figura 24. Hastes de batata com
cancros de rizoctoniose na base e
a presença de micélio de cor
acastanhada por sobre as lesões.
Foto: Nilceu Ricetti Xavier de Nazareno
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Figura 25. Sintoma de
crosta preta ou “piche”
na epiderme de
tubérculos de batata
infestados pelo agente
causador.
Causadas por vírus
Enrolamento da Folha: causada pelo vírus do enrolamento da folha da
batata (Potato leafroll virus - PLRV), é a principal virose da batata no
Brasil. O principal sintoma é o enrolamento das margens dos lóbulos
foliares para cima, no sentido da nervura principal (Figura 26). Além disso,
ocorre, quase sempre, uma clorose generalizada da planta e uma
acentuada redução do crescimento. Em algumas cultivares de batata as
bordas das folhas apresentam uma coloração arroxeada. O efeito da
infecção na redução da produtividade é variável segundo a cultivar. Na
‘Baronesa’, é superior a 70%, em relação aos tubérculos graúdos (mais de
55 mm de diâmetro) e de cerca de 50%, quando considerada a produção
total comercializável. Essa doença se dissemina através dos tubérculossemente infectados e dos pulgões. As fontes de inóculo (reservatórios de
vírus) são constituídas pelas plantas infectadas de espécies cultivadas
(batata, tomateiro etc.) ou silvestres (erva-moura, figueira-do-inferno etc.).
O controle é feito através do plantio de tubérculos sadios, erradicação das
plantas infectadas, combate aos pulgões, isolamento das lavouras e
destruição de soqueiras (plantas espontâneas) de batata.
63
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Arione da Silva Pereira
64
Figura 26. Planta com
enrolamento das folhas
causado por vírus do
enrolamento da folha
da batata - PLRV.
Mosaico: diversos vírus da batata podem causar o Mosaico. O mais
comum e importante é o vírus Y da batata (Potato virus Y - PVY). Os
sintomas variam com a estirpe do vírus, a cultivar de batata e o
ecossistema em que a planta esta sendo cultivada (Figura 27). O sintoma
do Mosaico pode ser classificado como leve ou severo, e consiste em
áreas de coloração mais clara ou amarelada na folha, intercaladas com a
coloração verde normal. O vírus, também, pode induzir nas folhas,
rugosidade, encarquilhamento, necrose das nervuras e queda, além de
clorose generalizada e redução do crescimento da planta. O controle é
semelhante ao utilizado para o PLRV, diferindo em relação ao combate aos
pulgões, que não funciona, por ser este um vírus de relação não
persistente com os vetores.
Foto: Arione da Silva Pereira
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Figura 27. Planta de
batata com mosaico
causado por vírus do
Y da batata – PVY.
Tabela 9. Alguns produtos utilizados no controle de doenças fúngicas da
batata.
*
Nome Técnico
Modo de ação
Classe
toxicológica1
Captan
Clorotalonil
Cimoxanil
Difenoconazole
Dimetomorfe
Iprodiona
Mancozeb
Metalaxil
Oxicloreto
de
cobre
Tebuconazole
Thiabendazole
Preventivo
Preventivo
Preventivo/Curativo
Curativo
Preventivo/Curativo
Preventivo
Preventivo
Preventivo/Curativo
Preventivo
I a III*
I a III*
I a III*
I
III
IV
III
III
IV
Curativo
Preventivo 5
III
III
Tolerância2
(mg/kg)
10,00
0,10
0,10
0,10
0,03
0,02
0,01
0,05
(4)
0,10
5,00
Intervalo de
segurança3
(dias)
14
7
7
7
14
30
7
7
7
30
(6)
variável com o produto comercial
I = extremamente tóxico; II = altamente tóxico; III = medianamente tóxico;
IV = pouco tóxico.
2
Em tubérculos usados para consumo (limite máximo de resíduo- mg/kg do
produto comercial)
3
Período entre a última aplicação e a colheita.
4
Informação não disponível na literatura consultada
5
Aplicação nos tubérculos-semente.
6
Não determinado devido ao modo de uso.
Fonte: AGROFIT (BRASIL, 2011)
1
65
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Causadas por nematoides
Nematoide-das-galhas: Meloidogyne spp. causa os maiores prejuízos na
cultura da batata nas condições brasileiras. Este pequeno verme (<1,00
mm) parasita as raízes das plantas causando galhas (pequenos
engrossamentos) e provocando danos conhecidos como “verrugas” ou
“pipocas”, que podem atingir até 100% dos tubérculos, inutilizando-os
para a comercialização (Figura 28). No Brasil, as espécies que mais
ocorrem são M. incognita, M. javanica e M. arenaria, e, em menor
frequência, M. hapla. Dentre as cultivares disponíveis no mercado
nacional, praticamente não existem materiais com resistência genética às
espécies mais frequentes. Assim, a principal medida de controle constituise no plantio de tubérculos sadios (livre de nematoides) em áreas não
infestadas.
Foto: César Bauer Gomes
66
Figura 28. Tubérculos de
batata com pipoca causada
por Meloidogyne spp.
Nematoide-das-lesões: Pratylenchus penetrans é considerada a espécie
mais importante do nematoide-das-lesões no Brasil por ter uma ampla
gama de espécies vegetais hospedeiros e causar danos na cultura. No
entanto, outras espécies como P. brachyurus, P. coffeae e P. zeae
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: César Bauer Gomes
também atacam batatas, sendo os dois primeiros os mais frequentes.
Plantas de batata severamente atacadas por Pratylenchus spp. podem
exibir necroses nas raízes, além de manchas circulares castanho-púrpuro
de forma irregular nos tubérculos infectados (Figura 29), os quais podem
se tornar impróprios para comercialização e suscetível a podridões
causadas por fungos e bactérias. Entretanto quando as manchas são
pequenas, os sintomas podem ser confundidos com as lenticelas (aberturas
naturais). Assim como para o nematoide-das-galhas, o plantio de material
sadio em área não infestada constitui-se na principal medida de controle.
Quando já se sabe da ocorrência do nematoide-das-lesões e/ou do
nematóide-das-galhas, no local de plantio, é importante saber quais
espécies estão presentes na área, para tomada de decisão quanto às
medidas de manejo destas pragas. O emprego de espécies vegetais não
hospedeiras do nematoide, em esquemas de rotação de culturas, constituise em uma das medidas de controle mais efetivas e economicamente
viáveis. No entanto, pode-se utilizar o controle químico destas pragas,
especialmente quando as áreas estão pesadamente infestadas. Embora a
aplicação destes produtos seja efetiva na supressão dos patógenos, estes
produtos são altamente tóxicos ao homem e ao meio ambiente.
Figura 29. Tubérculos
de batata com
nematoide causado por
Pratylenchus spp.
67
68
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Pragas
Dori Edson Nava
Numerosos insetos-praga podem se alimentar tanto do sistema radicular e
da parte aérea da batata (Solanum tuberosum L.). Os danos causados
podem ser diretos, quando os insetos se alimentam do tecido vegetal,
provocando uma redução da área fotossintética e da produção tanto
qualitativa como quantitativa. Também podem ocasionar danos indiretos,
quando transmitem fitopatógenos causadores de doenças viróticas,
bacterianas ou fúngicas.
A seguir são apresentados os principais insetos responsáveis por causar
perdas na batata, descrevendo-se sua bioecologia e danos, bem como as
técnicas de manejo disponíveis para o seu controle.
Larva-alfinete, Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera:
Chrysomelidae)
Descrição e biologia
Conhecida popularmente por larva alfinete, vaquinha ou patriota, é uma
das principais pragas da cultura. Os adultos são besouros de corpo
ovalado, coloração geral verde, cabeça marrom, com aproximadamente 5
mm a 6 mm de comprimento, caracterizado pela presença de seis
manchas amarelas nos élitros (Figura 30).
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Heraldo Negri de Oliveira
70
Figura 30. Adulto de Diabrotica
speciosa.
As fêmeas colocam em média 400 ovos, distribuídos em massas de cerca
de 30 ovos cada. A oviposição é realizada nas rachaduras do solo, próximo
das plantas. Os ovos medem cerca de 0,5 mm de diâmetro e são
globulosos e de coloração amarelada. O período de incubação varia de 7 a
14 dias, dependendo da temperatura. Ao eclodir, as larvas alimentam-se
de estolões e tubérculos, sendo que nestes últimos constroem galerias,
depreciando-os para o consumo e indústria. A duração da fase larval
também é variável com a temperatura, sendo de 12 a 30 dias. Quando
próximas da pupação podem medir em média 1 cm de comprimento e
constroem câmaras pupais, onde se abrigam por aproximadamente 12
dias. Após um período que varia de 22 a 50 dias, emergem os adultos.
Danos
A vaquinha é uma espécie polífaga, que danifica tanto a parte aérea
quanto os tubérculos. Os adultos chegam às lavouras de batata a partir da
emigração das lavouras de milho, feijão e soja, entre outras, e se
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
alimentam dos folíolos, porém não causam maiores danos à produção, uma
vez que as infestações ocorrem após as plantas terem desenvolvido boa
massa foliar. Os danos mais significativos são causados pelas larvas que se
alimentam dos tubérculos, reduzindo o seu valor comercial.
Controle
Deve ser realizado de forma preventiva, com aplicação de inseticidas nos
sulcos por ocasião da amontoa, com produtos registrados (Tabela 10).
Pulgões, Macrosiphum euphorbiae (Thomas) e Myzus
persicae (Sulzer) (Hemiptera: Aphididae)
Descrição e biologia
Foto: Dori Edson Nava
Os pulgões, também chamados de afídeos, são pequenos insetos que
sugam a seiva das plantas. As duas principais espécies que atacam a
batata são Macrosiphum euphorbiae e Myzus persicae (Figura 31).
Figura 31. Pulgão no
estágio de ninfa.
71
72
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Na espécie M. euphorbiae, tanto os indivíduos ápteros quanto os alados
são de coloração verde, sendo a cabeça e o tórax amarelados e as antenas
escuras. Na forma áptera, os pulgões são maiores que os alados que
medem aproximadamente 3 mm a 4 mm de comprimento.
M. persicae mede cerca de 2 mm de comprimento, sendo que as formas
ápteras apresentam coloração verde-clara, e as alada, verde geral. A
cabeça, antenas e tórax são pretos.
De uma maneira geral, o desenvolvimento ocorre em 10 dias e as ninfas
passam por quatro ecdises. A reprodução se dá por partenogênese
telítoca, sendo que cada fêmea origina em média 80 indivíduos.
Danos
Os danos causados consistem na sucção de seiva, podendo injetar saliva
tóxica; entretanto, as perdas ocorrem somente quando a população da
praga é elevada. O principal dano se refere ao fato de os pulgões serem
vetores de vários vírus como o Y (PVY), mosaico A (mosaico leve) e,
principalmente, o vírus de enrolamento das folhas (degenerescência da
batata semente).
Controle
Para o controle, deve-se antes realizar o monitoramento, usando quatro
bandejas d´agua com interior de cor amarela sobre o solo, por hectare.
Também, pode-se realizar a contagem de pulgões em 100 folhas por
hectare, duas vezes por semana. Quando forem encontrados mais de 20
pulgões alados nas bandejas ou 30 pulgões ápteros por folha em cada
observação, deve-se realizar o controle com produtos registrados (Tabela
10).
Recomenda-se também espalhar sobre o solo palha de arroz, que reflete os
raios ultravioletas, fazendo com que os pulgões alados não pousem nas
plantas.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Além dessas recomendações, devem ser preservados os inimigos naturais,
como joaninhas e o bicho-lixeiro, usando-se inseticidas seletivos.
Mosca-minadora, Liriomyza ssp. (Diptera: Agromyzidae)
Descrição e biologia
Foto: Heraldo Negri de Oliveira
Trata-se de uma importante praga da batata na região Sul do Brasil,
especialmente nas épocas de temperaturas elevadas e de seca prolongada.
Em diversos locais tem sido mencionada a espécie Liriomyza huidobrensis
Blanchard, entretanto, para o Rio Grande do Sul, a espécie que ocorre não
é conhecida. Esse díptero é de coloração preta, sendo que a fêmea mede
cerca de 1,5 mm e o macho um pouco menos. A postura é realizada no
interior do tecido vegetal, numa quantidade que pode variar de 500 a 700
ovos. O período de incubação varia de dois a oito dias, dependendo da
temperatura. As larvas são cilíndricas, ápodes e de cor branca,
alimentando-se do mesófilo foliar. A fase de larva varia de 7 a 15 dias. As
pupas ocorrem nas folhas, no caule e principalmente no solo,
permanecendo nesse estágio de 9 a 15 dias. Os adultos vivem entre 10 e
20 dias. O ciclo completo do inseto varia de 21 a 28 dias.
Figura 32. Presença de
minas nas folhas,
causadas por larvas da
mosca-minadora.
73
74
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Controle
O controle químico de adultos e larvas pode ser realizado com inseticidas
de diferentes grupos químicos (Tabela 10). Devido à pequena duração do
ciclo biológico e à intensidade de aplicações de inseticidas, deve-se optar
sempre por rotacionar aqueles inseticidas com modos de ação diferentes,
evitando assim o desenvolvimento da resistência da praga a esses
produtos. Na escolha dos inseticidas deve-se optar pelos seletivos aos
inimigos naturais e a outros insetos que não se encontram no nível de
controle.
Não há nível de controle estabelecido, devendo-se realizar as aplicações
assim que for constatada a presença da praga nas lavouras.
Após a colheita, o agricultor deve incorporar os restos culturais, pois estes
abrigam as pupas e larvas da mosca-minadora, servindo de fonte para a
disseminação do inseto.
Traça, Phthorimaea operculella (Zeller) (Lepidoptera:
Gelechiidae)
Descrição e biologia
A mariposa possui hábito noturno, permanecendo durante o dia refugiada
nas folhas da batata ou na vegetação vizinha. Os adultos possuem
coloração geral acinzentada, medindo de 10 mm a 12 mm de envergadura
(Figura 33). As asas anteriores apresentam pequenas manchas irregulares
escuras, ornadas com pelos nas bordas, sendo as asas posteriores de
coloração acinzentada. Os adultos vivem de 10 a 15 dias, podendo ser
encontrados durante todo ano, tanto no campo como nos armazéns. Cada
fêmea coloca em média 300 ovos individualizados, próximos das nervuras
da superfície inferior das folhas, nos pecíolos, gemas e brotações novas
dos tubérculos. Os ovos são de coloração branca, lisos e globosos. Após
cinco dias, as lagartas eclodem e minam as folhas, onde se alimentam do
mesófilo foliar. As lagartas no último ínstar chegam a medir 12 mm de
comprimento e possuem coloração rosada no dorso. No final da fase larval,
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Heraldo Negri de Oliveira
saem do substrato e procuram um local para pupar, construindo uma
proteção com fios de seda. A duração do período ovo-adulto é de cerca de
30 dias a 25 0C.
Figura 33. Lagarta de
Phthorimaea
operculella alimentando-se do tubérculo de
batata.
Danos
Causam danos primeiramente nas folhas e ramos e com a morte da planta,
passam a atacar os tubérculos. Nas folhas, as larvas se alimentam do
mesófilo e nos tubérculos constroem galerias. Trata-se de uma importante
praga, pois as perdas além de ocorrerem nas lavouras também ocorrem
em tubérculos armazenados.
Controle
Podem ser utilizadas várias medidas para prevenção como: a) plantio de
sementes sadias; b) preparo adequado do solo a fim de evitar formações
de torrões, que servirão de abrigo para os adultos da traça; c) plantio na
profundidade adequada à época; d) realização da amontoa, pois esta é uma
importante barreira física dificultando o acesso de adultos e lagartas da
traça aos tubérculos, devendo ser feita sem a formação de fendas; e) uso
de irrigação por aspersão, a fim de diminuir as rachaduras no solo,
75
76
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
dificultando assim o acesso da traça aos tubérculos; f) eliminação de
solanáceas, consideradas plantas hospedeiras; g) colheita na época certa,
separação e eliminação de tubérculos infectados durante a lavagem e a
classificação; h) armazenamento em locais limpos desinfetados e
protegidos, pois a traça encontra condições favoráveis em armazéns sujos
e mal manejados; i) limpeza e desinfestação com pulverizações e expurgos;
j) armazenamento dos tubérculos em câmaras frias a 100C.
A preservação e a manutenção dos inimigos naturais contribuem também
para manter a população da praga em baixa densidade populacional. O
controle químico pode ser realizado no campo ou nos armazéns, com
inseticidas recomendados (Tabela 10).
Cigarrinha, Empoasca ssp. (Hemiptera: Cicadellidae)
Descrição e biologia
Os adultos são insetos que medem aproximadamente 3 mm de
comprimento e são de coloração verde-pálida e verde-prateada. A postura
endofítica é realizada preferencialmente ao longo das nervuras da folha.
Cada fêmea coloca em torno de 60 ovos. As ninfas são de coloração
verde mais clara e têm o hábito de se locomover lateralmente. A duração
do período de ovo-adulto é de aproximadamente 21 dias.
Danos
O ataque das cigarrinhas às lavouras de batata é esporádico e parece ser
favorecido pelo clima úmido. A infestação na lavoura é desuniforme.
Vivem na parte abaxial dos folíolos, alimentando-se da seiva da planta.
Também injetam saliva tóxica, causando a paralisação do crescimento, o
encarquilhamento e a necrose dos folíolos e das folhas. As plantas
atacadas morrem prematuramente.
As cigarrinhas podem transmitir alguns vírus, embora sua ocorrência seja
rara.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Controle
Deve ser realizado a partir da constatação das cigarrinhas nas lavouras.
Para tal, recomenda-se observar a sua presença na parte inferior dos
folíolos ou utilizar redes entomológicas, bem como armadilhas amarelas.
Os inseticidas recomendados para o controle estão listados na Tabela 10.
Lagarta-rosca, Agrotis ipsilon (Hufnagel) (Lepidoptera:
Noctuidae)
Descrição e biologia
A. ipsilon é a espécie mais frequentemente encontrada causando danos
em batata. Os adultos são mariposas de aproximadamente 40 mm de
envergadura, cujas asas anteriores são marrons com algumas manchas
pretas, e as posteriores, semitransparentes. As fêmeas podem colocar até
mil ovos, realizando posturas em rachaduras no solo ou diretamente no
colo das hastes das plantas de batata. O período de incubação varia de
cinco a sete dias. As lagartas apresentam coloração pardo-acinzentada
escura, atingindo até 45 mm durante seu desenvolvimento. Possuem
atividade noturna e durante o dia permanecem enroladas (Figura 5) e
refugiadas sobre resto de vegetais ou sob os primeiros centímetros do
solo. A duração do período ovo-adulto é de aproximadamente 35 dias.
Ocorre especialmente em solos arenosos, com boa drenagem e aeração.
Culturas que antecedem a batata, como pastagens e gramíneas, têm
influência na incidência dessa lagarta, pois são hospedeiras da mesma.
77
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Foto: Heraldo Negri de Oliveira
78
Figura 34. Lagarta de Agrotis
ipsilon enrolada sobre o solo.
Danos
Essas lagartas cortam os talos das plantas e danificam os tubérculos mais
superficiais, realizando perfurações. Cada lagarta pode destruir quatro
plantas com 10 cm de altura.
Controle
Pode-se realizar o controle químico com a aplicação de granulados
sistêmicos, como o carbofuran ou aldicarb, e a pulverização de
metamidófos, acefato, clorpirifós etil ou piretroides (Tabela 10). A
aplicação de granulados nos sulcos de plantio deve ser feita de modo que a
proteção dos tubérculos seja completa. Se for líquida, em função da
amontoa deve ser realizada antes que as folhas superiores encubram as
inferiores causando um “efeito guarda-chuva”, direcionando o jato do
pulverizador para a base das plantas, logo após o aparecimento dos
primeiros sintomas de ataque.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Vaquinha-da-batatinha, Epicauta atomaria (Germar)
(Coleoptera: Meloidae)
Descrição e biologia
Foto: Heraldo Negri de Oliveira
Trata-se de um inseto polífago que se alimenta de várias solanáceas e
plantas hortícolas. O adulto é um besouro que mede de 10 a 15 mm de
comprimento, de coloração cinza e pontos pretos distribuídos sobre os
élitros (Figura 35). A postura é realizada no solo, em grupos de 50 a 80
ovos e as larvas não causam danos aos tubérculos.
Figura 35. Adulto de
Epicauta atomaria
alimentando-se de
folhas de batata.
Danos
Alimentam-se de folhas deixando apenas as nervuras e quando a
população é grande podem causar desfolha total.
Controle
O controle mais utilizado é o químico (Tabela 10).
79
80
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Demais pragas
Além das pragas já mencionadas, outros insetos podem causar dano
eventualmente em regiões localizadas, sendo portanto considerados de
importância secundaria. Dentre esses se destacam as lagartas [Spodoptera
eridania (Cramer), Spodoptera fugiperda (J.E. Smith)], os besouros
[Phyrdenus muriceus (Germar), Conoderus scalaris (Germar), Epitrix ssp.,
Dyscinetus planatus (Burm.)], a cochonilha-branca [Pseudococcus
maritimus (Ehrhorn)] e a formiga “lava-pé” [Solenopsis saevissima (F.
Smith)]. Além desses insetos, o ácaro-branco [Polyphagotarsonemus latus
(Banks)] também pode causar danos.
Tabela 10. Inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o
controle das principais pragas da cultura da batata.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
81
82
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
83
84
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
85
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Coordenação-Geral e Afins/DFIA/DAS.
86
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Colheita, Classificação e
Armazenamento
Arione da Silva Pereira
Júlio Daniels
Colheita
A colheita deve ser efetuada em condições de baixa umidade, deixando-se
os tubérculos de 2 h a 3 h, no máximo, expostos ao sol. Nesse momento
devem-se eliminar os tubérculos podres, defeituosos ou muito lesionados. É
importante que os tubérculos cheguem bem secos ao local de
armazenamento. Evitar causar danos excessivos nos tubérculos, que
ocorrem no processo de colheita mecânica e no manuseio da catação, e
que resultam em perdas por apodrecimento no armazenamento,
principalmente quando o objetivo é a produção de tubérculo-semente.
Acostumar-se com o hábito de lavar e higienizar os equipamentos de
colheita e a caixaria/sacos de catação, para minimizar os efeitos nocivos
de podridões.
A colheita deve ser feita duas semanas depois de tratadas com
dessecantes (herbicidas) ou após as plantas secarem naturalmente, de
modo que os tubérculos apresentem a película bem firme.
Classificação e armazenamento
Antes do armazenamento, deve ser feita uma desinfestação prévia do
armazém, caixas, sacos, instrumentos, meios de transporte etc., com
solução de 3% de formol. O armazém deve ter boa ventilação e os
88
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
tubérculos não podem receber luz direta se forem para o consumo, por
isso provoca o esverdeamento.
Para a classificação de tubérculos-semente, usar peneiras apropriadas.
Quando os tubérculos-semente estiverem prontos para plantio, isto é, com
brotos de 2 mm a 3 mm em espera no galpão, ficar atento para a
infestação de pulgões que chegam aos brotos por meio de lufadas de
vento, abrindo a possibilidade de infecção do lote com viroses.
Custo de Produção
João Carlos Medeiros Madail
A competitividade na agricultura depende, entre outras razões, de uma
boa gestão de custos de produção, ou seja, do melhor ou do máximo uso
dos fatores de produção, cada vez mais escassos no meio rural.
Maior produtividade com menor custo deve ser a meta dos agricultores
que atuam numa estrutura de mercado de “concorrência perfeita”, onde
se defrontam um grande número de empresas, sem grandes diferenças
entre os produtos oferecidos, com quase nenhuma interferência
extrapreço.
Frequentemente os agricultores se defrontam com a redução de preços
dos produtos agropecuários no mercado, associada à elevação dos custos
de produção, seja pelo aumento dos encargos financeiros, elevação da
carga tributária e dos encargos sociais, fatores agravados pela elevação
dos preços dos insumos básicos, alguns dos quais importados.
Para contornar a situação, os produtores estão buscando cada vez mais
modelos administrativos que busquem a redução dos custos de produção,
identificando gargalos dentro do sistema com o propósito de intervenção
direta naqueles pontos considerados comprometedores do melhor
desempenho da cultura.
A batata é um dos alimentos básicos da população brasileira, produzida em
90
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
todos os estados por produtores de estratos empresarial e familiar,
suscetível a fortes oscilações de preços no decorrer do ano, em função da
oferta versus demanda.
A Tabela 12 contém os custos variáveis de produção de batata praticados
na região sul do Rio Grande do Sul, pelos produtores de base empresarial e
a Tabela 11, os custos dos produtores de base familiar. O diferencial entre
os dois sistemas está nas operações, na produtividade e no resultado final,
em que, no sistema familiar os produtores alcançam preços de R$ 15,58 e
R$ 10,12 por saca de 50 kg, respectivamente, nas safras de primavera e
outono, enquanto que no empresarial são obtidos R$ 20,48 e R$ 19,72,
para as mesmas safras.
70,00
70,00
40,00
70,00
40,00
40,00
5,00
70,00
40,00
70,00
40,00
70,00
40,00
70,00
70,00
33,75
41,00
69,59
95,69
10,00
89,00
R$ / cx. 30 kg
R$ / saco
R$ / saco
R$ / litro
R$ / litro
Ureia
Inseticidas
Fungicidas
Espalhante adesivo
R$ / litro
Ácido giberélico
R$ / g
Total
C. Administração 1% sobre o custo
CUSTO TOTAL (R$ / ha)
Receita (R$ / ha)
Resultado (R$ / ha)
Custo total (R$ / sc 50 kg)
Preços médios recebidos (R$ / sc 50 kg)
Resultado (R$ / sc 50 kg)
Valor unitário
HM Tp 75 cv + arado 3 discos
HM Tp 75 cv + gr. 28 discos
Dia homem
HM Tp 75 cv + arado
Dia homem
Dia homem
Hora homem
HM Tp 75 cv
Dia-homem Transp. + aplicação manual
HM Tp 75 cv
HM Tp 75 cv
HM Tp 75 cv + disco rotativo
Dia homem
D / M – Transporte caminhão
Especificação
A - OPERAÇÕES
Aração
Gradagem
Indução da brotação
Abertura de covas
Plantio manual
Aplicação de fertilizante
Aplicação de ureia
Gradagem leve
Aplicação de ureia
Sulcamento
Aplicação de agroquímicos
Colheita – arranquio
Colheita – cata manual
Transporte interno
B - INSUMOS
Sementes
Fertilizante 07-11-09
Descrição
1,0
1,0
2,5
5,0
3,0
35,0
30,0
3,0
3,0
1,0
2,0
2,0
1,0
2,0
1,0
1,0
1,5
16,0
2,5
15,0
1,0
10,00
89,00
6.729,02
67,29
6.796,31
12.250,00
5.453,69
19,42
35,00
15,58
102,50
347,95
287,07
2.450,00
1.012,50
210,00
210,00
40,00
140,00
80,00
40,00
10,00
70,00
40,00
105,00
640,00
175,00
600,00
70,00
Safra de primavera
350 sc / ha
Qtde.
Valor
Tabela 11. Custo de produção de batata – sistema familiar, sul do RS, 2010. Embrapa clima Temperado, Pelotas, RS, 2010.
1,0
-
2,5
5,0
10,0
35,0
30,0
3,0
3,0
2,0
5,0
1,0
2,0
1,0
1,0
1,5
16,0
2,5
15,0
1,0
7.389,85
73,90
7.463,75
10.500,00
3.036,25
24,88
35,00
10,12
10,00
102,50
347,95
956,90
2.450,00
1.012,50
210,00
210,00
140,00
200,00
40,00
10,00
70,00
40,00
105,00
640,00
175,00
600,00
70,00
Safra de outono
300 sc / ha
Qtde.
Valor
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
91
Especificação
A – OPERAÇÕES
Calagem
HM Tp 67 cv + distr. calcário 2,3 m³ (1/5 )
Aração
HM Tp 96 cv + arado 3 discos
Gradagem
HM Tp 96 cv + gr. 28 discos
Indução brotação
Dia homem
Plantio/Fertiliz./Insetic. solo
HM Tp 67 cv + plant. 2 linhas
Gradagem leve
D / h – tração animal
Aplicação de ureia
Dia-homem Transp. + aplicação manual
Sulcamento
D / h – tração animal
Aplicação de agroquímicos
HM Tp 67 cv + pulv. B arra, tranq. 400 L
Colheita – arranquio
HM Tp 67 cv + disco rotativo
Colheita – cata manual
R$ / saco
Irrigação
Homem-dia
Irrigação mec.
HM Tp 96 cv
Transporte interno
D / M – Transporte caminhão
B - INSUMOS
Calcário Dolomítico
R$ / tonelada (1/5)
Sementes
R$ / cx. (30 kg)
Fertilizante 07-11-09
R$ / saco
Ureia
R$ / saco
Inseticidas
R$ / litro
Fungicidas
R$ / litro
Espalhante adesivo
R$ / litro
Ácido giberélico
R$ / g
Total
C. Administração 1 % sobre o custo
CUSTO TOTAL (R$ / ha)
Receita (R$ / ha)
Resultado (R$ / ha)
Custo Total (R$ / sc 50 kg)
Preços médios recebidos (R$ / sc 50 kg)
Resultado (R$ / sc 50 kg)
Descrição
2,0
30,0
40,0
4,0
6,0
6,5
1,0
1,0
100,0 0
70,0 0
33,7 5
41,0 0
69,5 9
95,6 9
10,0 0
89,0 0
-
1,0
3,0
3,0
1,0
4,0
0,5
1,0
1,0
16,0
8,0
450,0
6,0
6,0
3,5
200,00
2.100,00
1.350,00
164,00
417,54
621,99
10,00
89,00
9.122,53
91,22
9.213,75
15.750,00
6.536,25
20,48
35,00
14,52
70,00
210,00
210,00
40,00
280,00
20,00
40,00
40,00
1.120,00
560,00
675,00
240,00
420,00
245,00
Safra de primareva
450 sc / ha
Qtde.
Valor
70,0 0
70,0 0
70,0 0
40,0 0
70,0 0
40,0 0
40,0 0
40,0 0
70,0 0
70,0 0
1,5 0
40,0 0
70,0 0
70,0 0
Valor unitário
30,0
40,0
4,0
6,0
17,0
1,0
-
3,0
3,0
4,0
0,5
1,0
1,0
16,0
8,0
400,0
4,0
4,0
3,5
2.1 00,0 0
1.3 50,0 0
1 64,00
4 17,54
1.6 26,7 3
10,00
9.4 33,2 7
94,33
9.5 27,6 0
14.0 00,0 0
4.4 72,4 0
23,82
35,00
11,18
2 10,00
2 10,00
2 80,00
20,00
40,00
40,00
1.1 20,0 0
5 60,00
6 00,00
1 60,00
2 80,00
2 45,00
Safra de outono
40 0 sc / ha
Qtde.
Valor
Tabela 12. Custo de produção de batata – sistema empresarial, sul do RS, 2010. Embrapa clima Temperado, Pelotas, RS, 2010 .
92
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
Produção de batata no Rio Grande do Sul.
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