UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA PLANO DE CURSO Profª: Sílvia Faustino de Assis Saes Disciplina: Tópicos Especiais em Estética Sem/Ano: 2º / 10 Curso: Romantismo e estética do sublime no jovem Benjamin Objetivos Em sua tese de doutorado, O conceito de crítica de arte no romantismo alemão, Walter Benjamin reabilita o chamado “primeiro” romantismo, que floresceu em Iena, sob a influência de Novalis e F. Schlegel, entre final dos 1780 e início dos 1790. No conceito de “reflexão”, de Fichte, Benjamin identifica a base da teoria do conhecimento subjacente às concepções estéticas dos primeiros românticos: mostra-se que Schlegel e Novalis se defrontam com o legado da Doutrina da Ciência para pensar a arte e a crítica de arte. Por outro lado, o interesse de Benjamin pela teoria da arte e as escolhas conceituais que vão marcar a trajetória de suas reflexões estéticas já podem ser encontrados em seus primeiros escritos sobre a linguagem. O objetivo do curso consiste encontrar o elo entre a filosofia da linguagem do jovem Benjamin e sua investigação sobre O conceito de crítica de arte no romantismo alemão. Seguindo a indicação de Rainer Rochlitz, pretende-se demonstrar que a filosofia da linguagem do jovem Benjamin inspira-se, ela própria, em especulações românticas, e que nesta primeira fase do pensamento do filósofo constitui-se o que poderíamos chamar de “estética do sublime”. Conteúdo 1. A filosofia da linguagem do jovem Benjamin: mística e metafísica. 2. A “reflexão” em Fichte e nos primeiros românticos. 3. O conceito de “Witz”. 4. A arte como medium de reflexão. 5. Poesia universal progressiva e poesia transcendental. 6. A estética do sublime. Metodologia Aulas expositivas, análise e interpretação de textos previamente selecionados. Avaliação Trabalho dissertativo no final do curso. Bibliografia BENJAMIN, W. O conceito de crítica de arte no romantismo alemão. Trad. bras. Márcio Seligmann Silva. São Paulo, Iluminuras, 2002. BENJAMIN, W. Le concept de critique esthétique dans le romantisme allemand. Trad. fr. Philippe Lacoue-Labarthe et Anne-Marie Lang. Paris, Flamarion, 1986. BENJAMIN, W. “Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem humana” in Sobre arte, técnica, linguagem e política. Trad. port. Maria Luiz Moita, Lisboa, Ed. Relógio d’água, 1992. BENJAMIN, W. “Sur le langage en géneral et sur le langage humain”, in Mythe e Violence. Trad. M. de Gandillac. Paris Denoël, 1971. BENJAMIN, W. Ensaios reunidos: escritos sobre Goethe. Trad. bras. Mônica Krausz Bornebusch, Irene Aron e Sidney Camargo. São Paulo, Duas Cidades/Ed. 34, 2009. COMAY, Rebeca. “Benjamin and the ambiguities of Romanticism” in FERRIS, David S. (ed.) The Cambridge Companion to Walter Benjamin. Cambridge, Cambridge University Press, 2007. KANGUSSU, Imaculada “Walter Benjamin e Kant I - Inexprimível: a herança do “sublime” na filosofia de Walter Benjamin” in SELLIGMANN-Silva (org.) Leituras de Walter Benjamin. São Paulo, Anna Blume, 1999. LACOUE-LABARTHE, Philippe e JEAN-LUC, Nancy. L’Absolut littéraire: théorie de la literature du romantisme allemand. Paris, Seuil, 1978. ROCHLITZ, Rainer. O desencantamento da arte: a filosofia de Walter Benjamin. Trad. bras. Maria Elena Ortiz Assumpção. Bauru, Edusc, 1992. SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo, Ed. Estação Liberdade, 2009. SELIGMANN-Silva, Márcio. Ler o livro do mundo - Walter Benjamin: romantismo e crítica poética. São Paulo, Iluminuras, 1999.