PERFIL DE SENSIBILIDADE BACTERIANA IN VITRO AOS ANTIMICROBIANOS UTILIZADOS EM INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO DE CÃES E GATOS DO HV UNIFIL MAIA, Julianna Rebello (Bolsista Fundação Araucária) PESSI, Caroline Freitas; OTONEL, Rodrigo Alejandro Arellano, e-mail: [email protected] Centro Universitário Filadélfia/ Departamento de Ciências Agrárias Área e sub-área do conhecimento: Ciências Agrárias/Doenças infecciosas de animais Palavras-chave: ITU, urocultura, antibiograma. Resumo A infecção do trato urinário é uma das patologias mais frequentes em cães e gatos e a escolha do antimicrobiano eficaz são de grande importância para solucionar a doença e evitar bactérias resistentes. Este estudo aponta agentes causadores de ITUs mais comuns entre cães e gatos atendidos no Hospital Veterinário da UNIFIL e avaliou o perfil de sensibilidade in vitro aos antimicrobianos. Foram analisadas 78 amostras de urina, sendo 52 de caninos e 27 de felinos, onde apenas 30 amostras (20 cães e 10 gatos) foram positivas na urocultura. A maior sensibilidade antimicrobiana foi observada com Ceftriaxona, Ciprofloxacin, Gentamicina, Enrofloxacina. . Introdução e objetivo Uma infecção do trato urinário (ITU) depende da capacitada de invasão, aderência e multiplicação bacteriana em um número suficiente para sua persistência (DIAS, 2011). A infecção do trato urinário é uma das patologias mais frequentes em cães e gatos e a escolha do antimicrobiano eficaz são de grande importância para solucionar a doença e evitar bactérias resistentes (CARVALHO & SPINOLA, 2007; CARVALHO et al, 2014). 1 Este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil de sensibilidade in vitro aos antimicrobianos em bactérias identificadas em uroculturas de cães e gatos atendidos no Hospital Veterinário da UNIFIL com suspeita ITU no período de setembro de 2014 a setembro de 2015. Procedimentos metodológicos Foram avaliadas amostras de urina de 51 cães e 27 gatos com suspeita de ITUs, no período de setembro de 2014 a setembro de 2015. As urinas foram coletadas pelos médicos veterinários do Hospital Veterinário Unifil e enviadas para o laboratório de microbiologia do hospital para urocultura e antibiograma. As amostras foram inoculadas em meio de BHI (infusão de cérebro e coração) e incubadas a 37°C por 18 horas a 24 horas. Após esse período, se houvesse crescimento bacteriano, eram semeadas em ágar sangue para identificação bacteriana e ágar Muller-Hinton para execução do antibiograma pela técnica de difusão em disco de Kirby-Bauer seguindo as recomendações do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute, 2009). Os antimicrobianos testados neste projeto foram: Norfloxacin (NOR), Doxiciclina (DOX), Enrofloxacina (ENRO), Ceftriaxona (CRO), Ampicilina (AMP), Ciprofloxacin (CIP), Sulfa + Trimetropim (SUT), Amoxicilina + Ácido clavulânico (AMC), Gentamicina (GEN) e Cefalotina (CFL). Resultados e discussão Em um total de 78 amostras analisadas (51 de cães e 27 de gatos), 30 foram positivas, sendo 20 de cães e 10 de gatos. Os resultados gerais mostraram o crescimento de seis espécies bacterianas com o caráter gram negativo e três gram positivas. Dentre as gram negativas, dez foram Escherichia coli (33%), quatro Proteus mirabilis (13%), duas foram Klebsiella spp. (7%), uma Enterobacter spp. (3,5%), uma Proteus 2 vulgaris (3,5%) e uma Serratia spp. (3,5%) As bactérias gram positivas identificadas foram seis Enterococcus spp. (20%), quatro Staphylococcus coagulase negativa (13%), uma Staphylococcus aureus (3,5%). A alta prevalência de E. coli nas ITU de cães e gatos também pôde ser constatada em Carvalho et al. (2014), assim como em Ferreira et al. (2014), que demonstram porcentagens de 55% e 37,7%, respectivamente. Entre os cães, a maior frequência observada foi de E. coli (30%), em seguida, Proteus mirabilis (20%), Enterococcus sp, Enterobacter sp. e Klebsiella sp. (10%), Proteus vulgaris, S. aureus, Staphylococcus coagulase negativa e Serratia sp. (5%). Já entre os felinos, houve predominância de E. coli (40%), Staphylococcus coagulase negativa (30%), Enterococcus sp. (20%) e Proteus sp. (10%). A frequência das amostras positivas foi maior em fêmeas caninas em oposição aos felinos, onde a prevalência foi dos machos, concordando com Ferreira et al. (2014), onde também houve maior ocorrência de ITU em fêmeas caninas quando comparados a gatos, que apresentam maior índice em machos. Com relação à raça observou-se maior frequência de resultados positivos nas amostras de cães de raça (14 acometidos) em comparação aos cães sem raça definida (seis acometidos). Já no caso dos felinos, o maior número de culturas positivas é pertencente aos gatos sem raça definida (nove acometidos) e da raça persa (um acometido). No entanto essas diferenças se dão pela diferença entre a quantidade e diversidade de raças dos animais atendidos durante cada estudo. Quanto aos testes antibiograma, verificou-se uma alta taxa de resistência para AMP (50%), DOX (47%), CFL (43%), SUT (37%), NOR e AMC (33%). Os antimicrobianos que apresentaram maior taxa de sensibilidade foram respectivamente CRO e GEN (83%), CIP e ENRO (73%). 3 Conclusão Os dados apresentados neste trabalho são de fundamental importância, pois demonstra o uso de antimicrobianos mais eficazes indicados para doenças infecciosas do trato urinário, evitando o uso de fármacos de forma errônea, evitando custos desnecessários e efeitos adversos ocasionados por terapias prolongadas e ineficazes. Além disso, esses resultados alertam para futuras dificuldades no tratamento de animais atingidos por ITU, uma vez que se observou resistência na maioria dos antibióticos testados. Agradecimentos Agradeço ao orientador, à colaboradora, à UNIFIL e à Fundação Araucária/Inclusão Social, pelo incentivo e oportunidade. Referências CARVALHO, V.M.; SPINOLA, T.R. Sensibilidade aos antimicrobianos de amostras bacterianas isoladas de infecções urinárias de cães e gatos. Waltham News, p. 1-8, Mac/abr. 2007. Ed. Especial. CARVALHO, V.M. et al. Infecções do trato urinário (ITU) de cães e gatos: etiologia e resistência aos antimicrobianos. Pesquisa Vet. Bras., v. 34, n 1 p. 62-70, jan. 2014 DIAS, I.F.N. Estudo longitudinal da eficácia da enrofloxacina no tratamento da infecção do trato urinário complicada do cão. 2011, 112fls. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade técnica de Lisboa, 2011. FERREIRA, M.C. et al. Agentes bacterianos isolados de cães e gatos com infecção urinária: perfil de sensibilidade aos antimicrobianos. Atlas de Saúde Ambiental, São Paulo, v. 2, n. 2, p.29-37, maio 2014. 4