1 A “MULHER NEGRA” DO BATUQUE E SUA RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS: a pertença religiosa de matriz africana e a construção da identidade racial positiva. Caroline Fernanda Santos da Silva1 RESUMO Este trabalho procura refletir sobre o papel ocupado pelas religiões de matrizes africanas na construção da identidade racial de mulheres negras, lançando pistas explicativas à relação delas com sua religião e as políticas públicas, em um contexto de agravamento dos efeitos da questão social pela globalização da economia. Dialogando com estudiosos do tema, enfoca a inserção de mulheres negras do Batuque, religião de matriz yoruba desenvolvida no Sul do Brasil, em um programa de Segurança Alimentar e Nutricional. A discussão tem na Constituição Federal de 1988 principal referência, especialmente no que tange à constituição de novos sujeitos de direitos. Palavras-Chave: mulheres negras; religiões de matrizes africanas; identidade racial; políticas públicas. ABSTRACT This work looks for to reflect on the busy paper for the religions of African matrices in the public construction of the racial identity of black women, launching explicativas tracks to the relation of them with its religion and politics, in a context of aggravation of the effect of the social matter for globalization of the economy. Dialoguing with studious of the subject, it focuses the insertion of black women of the Row, matrix religion yoruba developed in the South of Brazil, one program of Security Alimentar and Nutricional. The quarrel has in the Federal Constitution of 1988 main reference, especially in what it refers to to the constitution of new citizens of rights. Word-Key: black women; religions of African matrices; racial identity; public politics. 1 INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta alguns resultados parciais da pesquisa desenvolvida para obtenção do título de Mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Vinculada à linha de pesquisa Questões Sócio-Ambientais, Estudos Culturais e Desenvolvimento Sustentável, nossa 1 Mestranda. Departamento de Serviço Social. Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]. São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 2 pesquisa apresenta como objeto de estudo a construção da identidade racial de mulheres negras vivenciadoras do “Batuque”, religião de matriz cultural yoruba desenvolvida no Rio Grande do Sul, RS. Destaca-se nossa percepção acerca do caráter político contido nas diversas expressões religiosas, sendo que no caso das religiões de matrizes africanas, esse caráter político as aproxima da atuação dos movimentos negros organizados. Isso transforma a luta pelo livre exercício da liberdade religiosa em enfrentamento ao racismo e, a partir disso, em reivindicação por Políticas Públicas Afirmativas2 para a população negra brasileira. Nesse momento em que a Constituição Federal completa vinte anos de sua promulgação (1988-2008), entendemos ser primordial refletir acerca das mudanças por ela ocasionadas, especialmente no que tange à constituição de novos sujeitos de direitos – como é o caso das mulheres negras – e ao livre exercício da liberdade religiosa, garantida em seu Artigo V3. Para Pereira (2004) a extensão da cidadania legal foi a principal conquista da Constituição Federal, já que prometeu incorporar à cidadania uma maioria que sempre esteve à margem do “Brasil legal” (Telles, 2001). Ao abarcar os direitos sociais e incorporar novas garantias, titulares e sujeitos sociais, a Constituição pretendeu “contrariar tendências” (Pereira, 2004), no entanto se depara com a realidade de que seus conteúdos de cidadania não foram plenamente incorporados às práticas sociais. Tendo em vista o longo silenciamento por parte da produção acadêmica sobre o enfrentamento ao racismo4, especialmente na área do Serviço Social, as discussões acerca da temática se apresentam inacabadas. Dessa forma, apresentamos aqui um breve ensaio das questões pontuadas acima, pretendendo levantar mais questionamentos do que aspectos conclusivos a elas. 2 Para fins desse estudo, consideramos ações afirmativas como: “... as dinâmicas, práticas, meios e instrumentos que têm como meta o reconhecimento sócio-cultural, a promoção da igualdade (de oportunidades, de tratamento e de condições objetivas de participação na sociedade) e, portanto, a universalização (concreta) de direitos civis, políticos e sociais em uma dada sociedade” (Nascimento, 2006, p. 19). 3 Artigo V: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma de lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias”. 4 Embora já houvessem, notadamente desde a década de 1950, estudos enfocando as relações raciais no Brasil, onde destaca-se especialmente o projeto patrocinado pela Unesco, no início dos anos 1950, que mobilizou cientistas sociais brasileiros e estrangeiros em torno da investigação das relações raciais no país. São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 3 2 DISCUTINDO RAÇA E RACISMO NA SOCIEDADE BRASILEIRA Considerando que a discussão do racismo tem como pano de fundo a imprecisão que envolve a terminologia raça, buscaremos apontar alguns aspectos que nos aproximem da compreensão que entendemos ser a mais apropriada para nossa discussão. Ainda que já não restem dúvidas de que raças, em sua acepção biológica, não existem, há diversas explicações históricas e científicas em torno do que motivou sua aplicação entre seres humanos, a partir de meados dos séculos XVIII e XIX5. Borges (2002) sinaliza que as teorias sobre a classificação do gênero humano baseada em raças preconizavam juízos de valor vantajosos para os europeus, levando à hierarquização dos grupos humanos. Essas teorias teriam como fundamento a necessidade de justificar o poder de uns sobre outros como resultado de um processo que se poderia explicar por meio da ciência – tais fatores fizeram com que o racismo se inscrevesse enquanto doutrina amplamente difundida pelos meios científicos (Borges, 2002). Nesse sentido, Guimarães (2006) aponta que o racismo pauta-se em “raças fictícias” (Munanga, 2004 citado em Guimarães, 2006) construídas a partir de diferenças no fenótipo. Para o autor, essas diferenças são as responsáveis pela manutenção contemporânea do racismo. Destacamos que utilizamos a categoria raça no mesmo sentido em que os autores apontados a abordam: como categoria socialmente construída e não biológica. Nossa opção se justifica por não encontrarmos outra terminologia que se aplique tão bem ao cotidiano da população brasileira. Piza & Rozemberg (2002), ao discutirem a utilização terminologia negro no Brasil sinalizam que ela compreende vários significados, dependendo de quem o emprega. Dessa forma, destacam uma abordagem corrente nos movimentos negros, que o tem empregado dos seguintes modos: ... para definir a população brasileira composta de descentes de africanos (pretos e pardos); para designar esta mesma população como aquela que possui traços culturais capazes de identificar (...) os que descendem de um grupo cultural 5 Segundo Borges (2002), François Bernier foi um dos primeiros a publicizar a idéia de adoção de características somáticas como a cor da pele para dividir os seres humanos em raças, em artigo publicado no Journal des Savantes, em 1684. Nessa classificação utilizava abertamente termos depreciativos para classificar asiáticos, negros e lapões. Suas idéias tiveram continuação no Século XVIII através de naturalistas e filósofos como Lineu, Buffon, Herder, Kant, entre outros. São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 4 diferenciado e coeso, tanto quanto, por exemplo, os amarelos; para reportar a condição de minoria política desta população (Piza & Rozemberg, 2002, p. 109). Assim adotaremos esta terminologia, sendo que sempre se relacionará àqueles que se auto identificam como pretos e pardos na sociedade brasileira. 3 A “MULHER NEGRA” NO BATUQUE As percepções hegemônicas sobre as mulheres negras na sociedade brasileira estão associadas à inferioridade e subordinação, o que influencia suas relações em todos os níveis da vida (Costa, 2005). Somado a isso, o imaginário social a seu respeito é ainda contaminado pelos papéis conferidos a ela durante o período da escravização dos negros. Já nas culturas africanas em geral, as mulheres ocupam lugar central na reprodução social e familiar, já que exercem poder fundamental na organização social. O próprio mito da criação do mundo na cultura yoruba6 ressalta a importância da conjugação entre os princípios feminino e masculino no processo de construção do aiye, a terra. Oduduwa – a beleza negra, princípio feminino, é considerada Ya Mi, a mãe da terra e foi a primeira divindade a pisá-la. A mulher negra desempenhou papel primordial na reinvenção dos cultos às divindades africanas no Brasil, se constituindo enquanto principal agente de recriação das diversas religiões de matrizes africanas (Vinagre Silva, 2008). Fonseca (2005) sinaliza que a fala da mulher remete ao coletivo, é, portanto, documento histórico, já que através da dela ocorre o rompimento com a invisibilidade histórica que demarca sua existência. Uma análise sobre a participação das mulheres, tanto na expressão de sua fé como na relação com o Estado e no acesso às políticas públicas, demonstra a dimensão política presente na relação público-privado (Carloto, 2006). São elas as que estão mais presentes nos espaços públicos, principalmente naqueles ligados à negociação e barganha de melhores condições de vida não só para si, mas para toda a família, ocupando lugar primordial na relação entre essa, a religião, sua comunidade e o Estado. As diversas expressões que as religiões de matrizes africanas assumiram no Brasil demonstram a capacidade de re-criação desse povo, que contemplou aí o 6 Conforme adaptação livre do mito extraído de Santos, 1997. São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 5 máximo dos hábitos e valores culturais das várias etnias negras vindas de África7. Ao Sul, especificamente no RS, o Batuque Jêje-Ijexá, comumente conhecido como “Nação” ou “Batuque”, é sua expressão mais difundida, resguardando peculiaridades no seu desenvolvimento e culto. Segundo Braga (1998), uma de suas maiores especificidades está no toque do tambor e nos ritmos, passando pelas características diversificadas dos negros escravizados que foram enviados ao RS8. Uma somatória de fatores fez com que os negros que estavam no RS ficassem isolados9, conservando a herança cultural dos negros vindos de África, especialmente no que tange à religião. Segundo o Corrêa (1998), os negros levados ao RS pertenciam, grosso modo, a dois grandes grupos que também se distribuíram pelo restante Brasil: os bantos (classificação lingüística) e os sudaneses (classificação geográfica). Contudo, uma das especificidades do Batuque está na presença quase única de elementos das culturas sudanesas Jeje-Nagô (Corrêa, 1998), sendo que atualmente o Ijexá é a modalidade ritual predominante: “Embora (...) se auto denominem (...) Ijexá, a associação com os elementos culturais provindos da tradição Jêje ocasionaram uma fusão que hoje se expressa no binômio Batuque Jêje-Ijexá” (Corrêa, 1998, p. 41). Demonstrando aproximações com o processo que se desenvolveu nas demais regiões principalmente do nos Brasil, espaços as comunidades-terreiro periféricos da cidade do e RS são localizam-se freqüentadas, majoritariamente, por pessoas de baixa renda, moradores de periferias e negros (Corrêa, 1998: 42). A Comunidade Ile Ase Yemonja Omi Olodo não se diferencia desse perfil. Historicamente situada no seio de uma comunidade popular de Porto Alegre, a Vila São José, representa à população vizinha e freqüentadora um caminho que se constitui como alternativa de enfrentamento às discriminações e como espaço de re-criação de uma identidade negra e coletiva – são as “... redes sociais de solidariedade” (Fonseca, 2003) através das quais se re-significam os 7 Isso faz com que de Norte a Sul do país essa religião tenha assumido características diversificadas. O Candomblé a expressão mais popularizada, predominando principalmente nas Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. 8 Eles entravam no Brasil através dos principais portos da época, localizados em Recife, São Luís, Salvador, Rio de Janeiro e São Vicente (Braga, 1998), sendo redistribuídos para as províncias. Com o declínio das charqueadas, houve o fim forçado da migração negra ao Estado, chegando a entrada de negros vindos diretamente de África a ser proibida pela Lei n.º 183 de 18 de outubro de 1850 (Corrêa, 1998). 9 Com o declínio das charqueadas, houve o fim forçado da migração negra ao Estado, chegando a entrada de negros vindos diretamente de África a ser proibida pela Lei n.º 183 de 18 de outubro de 1850 (Corrêa, 1998). São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 6 valores e práticas culturais, buscando a construção de identidades pautadas em aspectos positivos. 4 IDENTIDADES EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO Entendemos a categoria identidade principalmente a partir das contribuições de Castells (1999; 2002), que em sua análise da globalização sinaliza a interferência das novas tecnologias de informação e comunicação nas estruturas sociais. À luz dessa teoria o autor analisa duas tendências conflitantes que moldam a sociedade do século XXI: a globalização e a identidade, ressaltando o surgimento de uma onda de identidade coletiva pautada na singularidade cultural, que desafia a tendência homogeneizadora imposta pela globalização. Fundamenta-se nas interações entre a globalização, o poder da identidade e as instituições do Estado. Essas últimas presenciam a emergência de atores que surgem para defender seus interesses e valores: vive-se um processo de construção de identidades autônomas. Assim, a afirmação de identidades vem demarcando espaços de resistência (Nascimento, 2003) e construindo novos comportamentos e instituições. Castells (2002) entende identidade como “... o processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, o(s) qual(is) prevalece(m) sobre outras fontes de significado” (Castells, 2002: 22). Considerando que a construção das identidades sempre acontece em contextos marcados por relações de poder, o autor propõe três formas de construção de identidades: a identidade legitimadora relaciona-se às instituições dominantes da sociedade em seu processo de busca pela expansão de sua dominação em relação aos atores sociais; a identidade de resistência é aquela criada pelos atores que estão em posições desvalorizadas e/ou estigmatizadas, construindo sua resistência com base em princípios diferentes ou opostos daqueles que permeiam as instituições da sociedade; e a identidade de projeto, possível quando os atores sociais constroem novas identidades capazes de redefinir sua posição social, buscando a transformação da sociedade. Levando em consideração que “... toda e qualquer identidade é construída” (Castells, 2002: 23), nos aproximamos do conceito de identidade de projeto proposto por Castells (2002), enquanto meta a ser atingida. São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 7 5 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA COMUNIDADES TRADICIONAIS: novas demandas ao serviço social O Serviço Social enquanto produtor de conhecimentos tem aos poucos incorporado as questões que envolvem a população negra à sua produção teórica, mas ainda de forma incipiente já que poucos estudos as enfocam enquanto categoria investigativa. Ribeiro (2004) sinaliza que a profissão tem lançado um olhar conservador às relações raciais: “... mesmo no processo de reconceituação do serviço social onde se destaca a abordagem dialética, as relações raciais são invisibilizadas no bojo das análises de classe” (Ribeiro, 2004, p. 151). Em seu Código de Ética de 1993, os Assistentes Sociais declaram como um de seus princípios a: “opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero” (2005). Mas esse princípio somente indica um rumo ético-político, que por si só não supera o principal desafio profissional, que é “... a materialização dos princípios éticos na cotidianidade do trabalho” (Iamamoto, 2007, p. 77). Esse desafio se materializa no enfrentamento da questão social, que tem na elaboração de políticas públicas grande aliado. Essas, entretanto, tem se apresentado de formas residuais, seletivas ou focalizadas na pobreza extrema (Pereira, 1999). Isso tem se dado frente às conseqüências do neoliberalismo, que agigantam os efeitos produzidos pela globalização da economia, a mundialização do capital e a reestruturação produtiva. Inserido neste debate está o Programa Fome Zero, desenvolvido pelo Governo Federal. Esse programa, segundo a Presidência da República, é: “(...) uma estratégia (...) para assegurar o direito humano à alimentação adequada (...) se insere na promoção da segurança alimentar e nutricional buscando a inclusão social e a conquista da cidadania (...)” (Fome Zero, 2008). Ele se organiza a partir de quatro eixos articuladores10 e aí está prevista a distribuição de alimentos a grupos populacionais específicos, onde: “A prioridade é dada a grupos remanescentes de quilombos (...) comunidades de terreiros, indígenas (...) e populações residentes em municípios vítimas de calamidades públicas (...)” (Fome Zero, 2008). A destinação de cestas básicas do Programa Fome Zero para as comunidades-terreiro contribui para a consolidação definitiva desse território 10 Sendo eles: acesso aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar, geração de renda e articulação, mobilização e controle social (http://www.fomezero.gov.br). São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 8 enquanto executor de Políticas Públicas Afirmativas para a população negra brasileira. Essas comunidades que já mantêm, desde sempre, status de instituições promotoras e mantenedoras do bem-estar material, emocional, espiritual e social dos seus adeptos e freqüentadores, executam também ações para a consolidação das suas cidadanias. Isso ocorre em um contexto de mudança na discussão sobre a alimentação, tendo em vista a promulgação da Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), por meio da qual fica instituído o Sistema Nacional de Segurança Alimentar (SISAN)11. Assim, a alimentação recebe o status de direito, assegurado por um conjunto de políticas públicas de caráter permanente (Moreira, 2007): temos aí uma mudança de paradigma. Nesse momento em que a Constituição da República completa vinte anos, em meio à avaliação dos alcances e limites do Sistema Único de Saúde (SUS) e com a implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em pleno vapor, o Sistema Nacional de Segurança Alimentar (SISAN) se apresenta enquanto mais uma possibilidade de exercício da cidadania, na qual o Assistente Social é chamado a atuar. 6 CONCLUSÃO A partir das contribuições dos autores trabalhados, compreende-se que o “Batuque” constitui um lócus privilegiado para a constituição das mulheres negras enquanto sujeitos políticos, vinculado que está à reelaboração de sua existência, já que apresenta dados relativos à ancestralidade africana. Essa, por sua vez, possui particularidades raciais e culturais que recriam conteúdos que remetem a um modo de ser negro-africano, por serem portadoras de outras concepções éticas, ao proporem outras formas de relações sociais, de convivência com a natureza, apostando na construção coletiva do espaço social: são outras cosmovisões organizando outras formas de existir e resistir no mundo. Aí se evidencia o caráter político contido nessa inserção religiosa, através da qual essas mulheres buscam, em última instância, a implementação de uma nova política cultural. Em função disso evidencia-se ainda mais o desafio em que se 11 Lei n.º 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. São Luís – MA, 25 a 28 de agosto 2009 9 constitui a execução de políticas públicas nesses territórios, que está ainda por ser desvelado, uma vez que é necessário que outros estudos se debrucem sobre a temática, enriquecendo e ampliando esse campo do conhecimento. REFERÊNCIAS BRAGA, R. G. Batuque Jêje-Ijexá em Porto Alegre: a música no culto aos orixás. Porto Alegre: FUMPROARTE, Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre,1998. BORGES, E.; MEDEIROS, C. A. e D’ADESKY, J. Racismo, preconceito e intolerância. São Paulo: Atual, 2002. CASTELLS, M. A sociedade em redes. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. ______. O poder da identidade, A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 2002. CARLOTO, C. M. Gênero, políticas públicas e centralidade na família. In: Serviço Social e Sociedade. São Paulo n.º 86, ano XXVII, 2006, pp. 139-155. CORRÊA, N. F. “Prefácio”. 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