94 GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN 1984 - 3801) RESPOSTAS DE PLANTAS DE PEPINO À SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO Márcio José de Santana1*, Jacinto de Assunção Carvalho2, Douglas da Silva Miguel2 Resumo: As culturas olerícolas mostram-se, no geral, sensíveis aos danos causados pelo excesso de sal depositado no solo, oriundo da água de irrigação, principalmente quando cultivadas em ambiente protegido. Para a cultura do pepino existem poucos trabalhos que relacionam a queda no desenvolvimento em função da salinidade da água. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da salinidade da água de irrigação no desenvolvimento e produção do pepino Caipira, cultivado em ambiente protegido. O experimento foi conduzido em uma casa de vegetação modelo arco, em um delineamento experimental inteiramente casualizado com cinco tratamentos (condutividade elétrica da água de irrigação de 0,1; 2,0; 4,0; 6,0 e 8,0 dS m-1) e oito repetições. Os parâmetros avaliados foram: produção total e comercial; número de frutos total e comercial; diâmetro do colo da planta; comprimento da haste principal e condutividade elétrica do extrato de saturação medida três vezes durante o ciclo de condução. Após a colheita foi constatado que houve aumento gradativo da salinidade do solo e consequente redução linear das produções total e comercial em função da salinidade da água de irrigação. Palavras-chave: salinização; Cucumis sativus L.; ambiente protegido. RESPONSES OF CUCUMBER PLANTS TO SALINITY OF IRRIGATION WATER Abstract: The vegetable cultures in general, have shown to be sensitive to the damages caused by the excess of salt deposited in the soil, from the irrigation water, mainly when cultivated under protected atmosphere. For the culture of cucumber, few works relate the decrease in the culture development due to the salinity of the water used. The objective of this work was to evaluate the effects of irrigation water salinity on the development and production of “Caipira” cucumber, grown in protected atmosphere. The experiment was carried out at a greenhouse model arch, in an entirely randomized design with five treatments (electric conductivity of the irrigation water of 0.1; 2.0; 4.0; 6.0 and 8.0 dS m-1) and eight replications. The appraised parameters were: total and commercial production; total and commercial number of fruits; diameter of the lap of the plant; length of the main stem and electric conductivity of the saturation extract measured three times during the growth cycle. After harvesting it was verified that there was an increase of the soil salinity and consequently, a linear reduction of the total and commercial productions in function of the salinity of the irrigation water. Keywords: salinization; Cucumis sativus L.; protected atmosphere. ___________________________________________________________________________ 1. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. Rua João Batista Ribeiro, 4000, Merces, Uberaba, (MG). CEP.: 38064-230. *E-mail: [email protected]. Autor para correspondência. 2 . Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Engenharia, Setor de Engenharia de Água e Solo. Departamento de Engenharia, Campus Universitário, CP 37. Lavras (MG). CEP.: 37200-000 . Recebido em: 25/03/2010. Aprovado em: 19/10/2010. Gl. Sci. Technol., v. 03, n. 03, p.94– 102, set/dez. 2010. Respostas de plantas... INTRODUÇÃO O pepino (Cucumis sativus L.) é uma espécie de clima quente, adaptando-se, porém a temperaturas amenas, principalmente se cultivadas em ambiente protegido, onde há o aquecimento do ambiente. A irrigação deve ser feita de forma a manter junto às raízes no mínimo 70% de água útil, ao longo de todo o ciclo inclusive durante a colheita (FILGUEIRA, 2000). Quando se cultiva em casa de vegetação, o uso excessivo de fertilizantes junto à água de irrigação pode contribuir para redução da qualidade dessa água, no que se refere ao aumento da salinidade a teores não desejados, tanto na água como no solo. Os níveis de salinidade produzidos pelos fertilizantes são suficientes para ultrapassar os valores tolerados por culturas mais sensíveis à salinidade, como é o caso da maioria das olerícolas. Segundo Ayers e Westcot (1991), a cultura do pepino, é considerada moderadamente sensível à salinidade da água e do solo. A diminuição da produção em relação à condutividade elétrica da água para valores de 2,2; 2,9; 4,2 e 6,8 dS m-1 , é respectivamente, de 10, 25, 50 e 100%. Dentre as características que determinam a qualidade da água para a irrigação, a concentração de sais solúveis ou salinidade é um fator limitante ao desenvolvimento de algumas culturas (BERNARDO, 2005). O acúmulo de sais, na rizosfera, prejudica o crescimento e o desenvolvimento das culturas, provocando um decréscimo de produtividade e, em casos mais severos, pode levar a um colapso da produção agrícola. Isto ocorre em razão da elevação do potencial osmótico da solução do solo, por efeitos tóxicos dos íons específicos e alteração das condições físicas e químicas do solo (LIMA, 1998). Deve-se considerar que alguma salinização do solo é inevitável mediante a irrigação, uma vez que, praticamente, toda água contém sais dissolvidos e traços de elementos químicos. Os sais dissolvidos na 95 água de irrigação são deixados no solo, onde acumulam-se à medida que ocorre a evapotranspiração das plantas (AYERS & WESTCOT, 1991). Os sais do solo e da água reduzem a disponibilidade da água para as plantas, a tal ponto que afetam os rendimentos das culturas. Nem todas as culturas respondem igualmente à salinidade, algumas produzem rendimentos aceitáveis a níveis altos de salinidade e outras são sensíveis a níveis relativamente baixos. Esta diferença deve-se à melhor capacidade de adaptação osmótica que algumas culturas possuem o que permite absorver, mesmo em condições de salinidade, maior quantidade de água (AYERS & WESTCOT, 1991). Alguns autores vêm realizando estudos com diversas olerícolas submetidas a diferentes níveis salinos da água de irrigação. Medeiros (1998) verificou que a redução na produção da cultura do pimentão em estufa foi da ordem de 14% para o incremento de 1,0 dS m-1 na salinidade do solo, acima da salinidade limiar (1,5 dS m-1). O mesmo autor afirma que, geralmente, concentrações de sais acumuladas no tecido das plantas acima de um valor limite requerido para as suas funções normais resultará em algum prejuízo para o desenvolvimento e rendimento da planta. Acumulação excessiva de sais na planta pode ser oriunda de altas concentrações na zona radicular ou da absorção dos sais diretamente pelas folhas, quando a água de irrigação é aplicada por aspersão. Santana (2004) constatou o efeito negativo à cultura do pimentão com o aumento da salinidade da água de irrigação. Marques (2003) observou redução na produção da berinjela quando irrigada sob diferentes lâminas e água salina. Nessa premissa, o trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes quantidades de sais na água de irrigação sob o desenvolvimento e produção da cultura do pepino, cultivada em ambiente protegido. Gl. Sci. Technol., v. 03, n. 03, p.94– 102, set/dez. 2010. M. J Santana et al. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental do Setor de hidráulica do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras, localizada no município de Lavras, MG. O mesmo situase a 910 metros de altitude, 21° 14’ de latitude sul e 45° 00’ de longitude oeste (BRASIL, 1991). O solo da região foi classificado como Latossolo Vermelho distroférrico (EMBRAPA, 1999), que foi coletado em barranco, previamente peneirado e adicionado em vasos com capacidade para 13 dm3. A adubação usada foi baseada na recomendação de Malavolta (1980), e 96 conforme Gervásio et al, (2000), Marques (2003), e Santana et al, (2003), fornecendo os nutrientes nas seguintes doses, em mg dm-3 : N = 300; P = 200; K = 150; Ca = 75; Mg = 15; S = 50; B = 0,5; Cu = 1,5; Fe = 1,5; Mn = 3,0; Mo = 0,1 e Zn = 5,0. A adubação de plantio consistiu em adicionar toda dose de magnésio e de fósforo, e mais 1/3 da dose do potássio e do nitrogênio, dez dias antes do transplantio. O restante do nitrogênio e potássio foi dividido em três doses de cobertura, concentrando as maiores nas fases de floração e formação de frutos. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentadas as características do solo utilizado. Tabela 1 - Granulometria e classe textural do solo utilizado Areia Amostra 14 Silte (%) 29 Argila Classe textural 57 Argilosa Laboratório de Física do Solo, Departamento de Ciências do Solo, UFLA, Lavras, MG. Tabela 2 - Teores de alguns nutrientes no solo antes (AP) e após (PP) a adubação de plantio Características pH em H2O Na (mg dm3-) P (mg dm3-) K (mg dm3-) Ca+2 (cmolc dm3-) Mg+2 (cmolc dm3-) Al+3 (cmolc dm3-) H+Al (cmolc dm3-) *SB (cmolc dm3-) *t (cmolc dm3-) *T (cmolc dm3-) *V (%) AP 6,3 1,4 25 1,8 2,5 0,4 0,1 2,3 3,0 3,1 5,3 56,4 PP 5,9 14,5 303 7,4 5,2 0,7 0,1 2,1 6,7 6,8 8,8 76,1 *SB = soma de bases trocáveis; *t= capacidade de troca catiônica efetiva; * T= capacidade de troca catiônica a pH 7,0; * V = índice de saturação por bases. O transplantio das mudas foi realizado em vasos de polietileno com capacidade para 13dm3 e espaçados de 0,5 m entre plantas e 0,8 m entre linhas. Foi utilizada a cultivar Caipira. A semeadura para formação das mudas foi realizada, utilizando-se bandejas de poliestireno expandido com 128 células e o transplantio realizado aos 25 dias após semeadura. O experimento foi conduzido em uma casa de vegetação modelo arco. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com cinco tratamentos (condutividade elétrica da água de irrigação de 0,10; 2,0; 4,0; 6,0 e 8,0 dS m-1) e oito repetições, totalizando 40 parcelas, sendo uma planta por parcela. O início do experimento foi caracterizado por elevar o solo dos vasos à “capacidade de campo”; para tanto, estes foram saturados com água sem sal, envolvendo-os individualmente com plástico, de forma a forçar a perda de água apenas por Gl. Sci. Technol., v. 03, n. 03, p.94– 102, set/dez. 2010. 97 Respostas de plantas... drenagem. Quando cessou a drenagem (aproximadamente dois dias) os plásticos foram retirados e realizou-se o transplantio das mudas. Os volumes de água de reposição para cada vaso (tratamento) foram obtidos a partir de um percentual (relativo a cada tratamento) da quantidade de água evapotranspirada diariamente; para isso instalou-se em três vasos por tratamento drenos de coleta da água de percolação, possibilitando a Equação 1, do balanço de água no solo (GERVÁSIO et al., 2000; SANTANA et al., 2003). ET = I – D (1) em que: ET é a evapotranspiração diária; I é a quantidade de água irrigada; D é a quantidade de água drenada. Para o preparo das águas (soluções) utilizou-se o cloreto de sódio (NaCl). Primeiramente, foi determinada em laboratório a variação da condutividade elétrica da solução contendo diferentes concentrações do sal, obtendo-se, assim, uma equação após a análise de regressão (2). CE = 1,8083 CNaCl + 0,244 (2) em que: CE é condutividade elétrica da solução (dSm–1); CNaCl é concentração de NaCl (g L-1). A equação acima foi utilizada para o preparo das soluções, as quais foram renovadas semanalmente e armazenadas em local fresco e sombreado, a fim de evitar alterações do seu valor por possíveis evaporações e variações da temperatura. Os parâmetros avaliados foram: produção total e comercial (sendo os frutos classificados conforme SANTOS, 2002); número de frutos total e comercial; produção de refugos; diâmetro do colo da planta (medido a 2 cm do solo) e comprimento da haste principal, medidos aos 25, 40 e 55 DAT (dias após transplantio das mudas) e a condutividade elétrica do extrato de saturação aos 25, 50 DAT e final do experimento. Para obtenção da condutividade elétrica do extrato de saturação do solo (CEes), foram coletadas amostras de solo (200g) das oito repetições, obtendo-se três amostras compostas de 400g para cada tratamento. Em laboratório, essas amostras passaram por uma preparação, consistindo basicamente em misturar terra fina seca ao ar (TFSA) com água destilada de maneira a obter a “pasta saturada”. Esta pasta foi, então, após repouso, colocada num funil de extração com papel de filtro de alta retenção. Aplicouse sucção, coletando-se o extrato. A determinação de CEes foi realizada logo após a preparação do extrato, sendo o resultado expresso em temperatura padrão de 25°C (RICHARDS, 1954). Para isso, multiplicouse a CEt medida a uma determinada temperatura (°C) pelo fator ft para transformá-la na CE correspondente a 25°C (Tabela 3). Tabela 3 - Fator de correção da condutividade elétrica em função da temperatura (CE25 = CEt * ft) T°° C ft 15 1,247 17 1,189 19 1,136 21 1,087 23 1,043 25 1,000 27 0,960 29 0,925 31 0,890 Fonte: Pizarro (1985). RESULTADOS E DISCUSSÃO Após realizadas a análise de variância à 5% de probabilidade pelo teste F, constatou-se que houve diferença significativa em todas as variáveis estudadas. Ocorreu queda linear das produções total e comercial com o aumento da salinidade da água de irrigação (Figura 1). A maior produção total foi obtida quando se irrigou com água sem adição de sal com aproximadamente 2500g por planta. Os resultados obtidos indicaram que a cultivar Caipira nas condições experimentadas, foi sensível à salinidade, contradizendo a classificação original que a considera como moderadamente sensível. Santana (2004) cultivando o pimentão híbrido Fortuna Super, Gl. Sci. Technol., v. 03, n. 03, p.94– 102, set/dez. 2010. M. J Santana et al. em condições parecidas, obteve redução da qualidade e produção da cultura com o aumento da salinidade da água de irrigação. Resultados semelhantes foram encontrados por Lima (1998), o qual obteve redução na produção da cultura do feijoeiro com o aumento da salinidade da água de irrigação, independente da fração de lixiviação. Medeiros (1998) observou redução no rendimento da cultura do pimentão cultivar “Luis” com o aumento da salinidade da água de irrigação. Neste trabalho, as lâminas de lixiviação não afetaram o rendimento da cultura. Diversas culturas apresentaram respostas similares à do pepino, havendo queda nas produções com o aumento da salinidade da água, como o feijoeiro comum 98 cultivar Eriparza, a alface americana, a berinjela e o feijoeiro cultivar ESAL 686, como citam Borella (1986), Gervásio et al. (2000), Marques (2003) e Santana et al. (2003), respectivamente. Já Blanco (1999) não encontrou diferença significativa nas produções total e comercial da cultura do pepino enxertado, quando irrigado com diferentes níveis de sal na água de irrigação e lâminas de lixiviação. Entretanto, segundo o autor, a pequena redução da produtividade obtida com o aumento da salinidade da água de irrigação pode estar relacionada com a cultivar utilizada, às condições de clima e solo em que o experimento foi conduzido e a maior tolerância do pepino enxertado à salinidade em relação ao não enxertado. PT = -293,41CEa + 2230 R2 = 0,9371 2500 Produções (g planta-1) 2000 PC = -280,78CEa+ 2044,8 R2 = 0,9072 1500 1000 500 0 0 2 4 CEa (dS m-1) 6 8 PT PC Figura 1 - Produção total e comercial em função da salinidade da água de irrigação. Tendência semelhante foi observada para o número de frutos total e comercial, ou seja, queda linear com aumento do nível salino (Figura 2). Assim, com o aumento da salinidade da água de irrigação houve um maior nível de sais depositados no solo, o que alterou o potencial osmótico, reduzindo o consumo de água pelas plantas e, consequentemente, nutrientes, diminuindo a produção e a qualidade dos frutos, aumentando, portanto, o número de frutos refugados (não comerciais), conforme a Figura 3. Blanco (1999) encontrou redução no número de frutos por planta do pepino enxertado, com aumento da salinidade da água de irrigação. Santana (2004) também encontrou resultados semelhantes. Gl. Sci. Technol., v. 03, n. 03, p.94– 102, set/dez. 2010. 99 Número de frutos Respostas de plantas... NTF = -0,5883CEa+ 5,099 R2 = 0,9248 6 5 4 3 2 1 0 NFC= -0,589CEa + 4,5604 R2 = 0,9545 0 2 4 6 8 NTF CEa (dS m-1) NFC Figura 2 - Número de frutos total e comercial em função da salinidade da água de irrigação. Ref = 9,1554e0,239CEa R2 = 0,8945 Produção relativa de refugos (%) 100 80 60 40 20 0 0 2 4 6 8 CEa (dS m-1) Figura 3 - Produção relativa de refugos em função da salinidade da água de irrigação. Diâmetro do colo da planta (mm) Nas Figuras 4 e 5, pode-se observar quando se irrigou com água, contendo 0,1 dS que o desenvolvimento da cultura foi m-1, não prejudicando o desenvolvimento da prejudicado pelo aumento da salinidade. Os cultura. maiores valores médios foram obtidos 13 12 11 10 9 8 7 6 0 2 4 CEa (dS m-1) 6 8 25 DAT 40 DAT 55 DAT Figura 4 - Diâmetro do colo da planta em função da salinidade da água de irrigação. Gl. Sci. Technol., v. 03, n. 03, p.94– 102, set/dez. 2010. M. J Santana et al. 100 2 Comprimento da haste (m) 1,6 1,2 0,8 0,4 0 2 4 6 8 25 DAT 40 DAT CEa (dS m-1) 55 DAT Figura 5 - Comprimento da haste em função da salinidade da água de irrigação. Tabela 4 - Equações correspondentes às Figuras 4 e 5 Figura Equação 4 DC* (25 DAT) = -0,53 CEa + 12,2 4 DC (40 DAT) = -0,42 CEa + 10,7 4 DC (55 DAT) = -0,13 CEa + 8,44 5 CH** (25 DAT) = -0,05 CEa + 1,70 5 CH (40 DAT) = -0,06 CEa + 1,63 5 CH (55 DAT) = -0,04 CEa + 1,45 R2 0,973 0,9813 0,8849 0,8415 0,8801 0,9219 * diâmetro do colo da planta; ** comprimento da haste principal Na Figura 6, estão os valores de salinidade do solo em função da salinidade da água de irrigação. Os valores de redução na evapotranspiração do pepino foram de 5,51%, 36,85%, 46,92% e 60,12%, para condutividade elétrica da água de 2,0 dS m-1, 4,0 dS m-1, 6,0 dS m-1 e 8,0 dS m-1, respectivamente (Figura 7). Quando irrigouse com água de 8,0 dS m-1, ao final da experimentação a CEes atingiu valores maiores que 21,0 dS m-1. A mesma tendência foi verificada nos trabalhos desenvolvidos por Borella (1986), Gervásio et al. (2000); Santana et al. (2003) e Santana (2004). CEes (0,1) = 0,002DAT + 1,0 R2 = 0,8909 CEes(2) = 0,04DAT + 0,8 R2 = 0,9649 CEes(4) = 0,09DAT + 0,6 R2 = 0,9767 25 CEes (dS m -1) 20 15 10 CEes(6) = 0,13DAT + 1,1 R2 = 0,9579 5 0 0 25 50 DAT 75 CEes(8) = 0,2DAT - 0,4 R2 = 0,9364 0,1 2 4 6 8 Figura 6 - Condutividade elétrica do extrato de saturação do solo em função da salinidade da água de irrigação. Gl. Sci. Technol., v. 03, n. 03, p.94– 102, set/dez. 2010. 101 Respostas de plantas... 100 Red ETc = 8,015CEa - 1,7403 R2 = 0,9683 Redução na ETc(%) 80 60 40 20 0 0 2 4 6 8 -1 CEa (dS m ) Figura 7 - Redução da evapotranspiração do pepino em função da salinidade da água de irrigação. 1999. 104p. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) – Escola Superior de Houve efeito negativo da salinidade Agricultura “ Luiz de Queiroz” , Piracicaba. da água de irrigação na condução da cultura do pepino Caipira. BORELLA, J. E. Efeito da irrigação com A cultura do pepino caipira mostrou- água salina e da lâmina de lixiviação na se sensível a salinidade da água de irrigação. produção de feijão (Phaseolus vulgaris L.) A maior produtividade comercial foi e na salinização do solo. 1986. 82p. de 2362,32g planta-1 quando a irrigação foi Dissertação (Mestrado em Irrigação e realizada com água de 0,1 dS m-1. Drenagem) – Escola Superior de Agricultura Houve aumento da salinidade do solo “ Luiz de Queiroz” , Piracicaba. em função dos níveis de sal na água de irrigação. BRASIL, Ministério da Agricultura. Foi constatada uma diminuição na Normais climatológicas 1965-1990. Brasília, evapotranspiração da cultura com o aumento 1991. da salinidade da água, sendo de aproximadamente 60% quando a irrigação foi EMBRAPA. Entro Nacional de Pesquisa de efetuada com água de 8 dS m-1. Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412p. il. 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