Controle de IH em hemodiálise

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Controle de IRAS
Hemodiálise
Dra. Cláudia Mangini
CRM 59179 SP
[email protected]
Infecção em Hemodiálise
 Conflito de interesse : meu marido é sócio
proprietário de 3 unidades de diálise
Infecção em Hemodiálise
Tratamento Dialítico
 1960 : pacientes com insuficiência renal aguda
 Aparecimento dos shunts arteriovenosos
expansão para pacientes com doença renal
crônica
 1980 : progressos em relação á diálise peritoneal
com o aparecimento de cateteres de longa
permanência no abdômen e de aparelhos
mecanizados
Infecção em Hemodiálise
Principais causas de insuficiência renal crônica
Causas
Brasil
EUA
Glomerulopatias
HAS
Diabetes mellitus
27%
22%
15%
10%
26%
43%
Doença comum, em crescimento
Projeção da Necessidade de Terapia Renal Substitutiva
Patients on dialysis (x1000)
3000
Developed Nations
2500
Developing Nations
2000
1500
1000
500
0
1995
2000
Adaptado de: Feidhlim Woods, 1998
2005
2010
2015
Published in the WWW
2020
Hemodiálise
Taxa de Mortalidade anual devido á sepsis e pneumonia, em pacientes em diálise,
comparada com a população geral.
(Sepsis)
(Pneumonia)
(Kidney Int 2005;67:2508-2519)
Infecção em Hemodiálise
Uremia
Desnutrição
Idade
Co-morbidades
Diabetes mellitus
Cateter Venoso
Fístula Arterio-venosa
Cateter Peritoneal
De 1993 a 2007
 taxa de hospitalização de pacientes em 38%
Taxa de hospitalização por bacteremia :
102/1000 paciente-ano
Am J Infect Control, 2011;39:72-5
Infecção em Hemodiálise
Aspectos da Prevenção de Infecção em
Unidades de Diálise
 Ligadas ao Equipamento
(tratamento de água e máquinas)
 Ligadas as Vias de acesso
 Ligadas ao Reuso
Infecção em Hemodiálise
Microorganismos encontrados nos
Sistemas de Diálise
Gram (-)
Micobacterias
Pseudomonas sp
Flavobacterium sp
Acinetobacter sp
Alcaligenes sp
Aeromonas sp
Serratia sp
Morexella sp
Erwinea sp
não tuberculosas
M. chelonei
M. fortuitum
M. gordonae
M. scrofulaceum
M. kansasii
M. avium
M. intracellulare
Suprimento de Água
Tratamento convencional
(filtração e cloração)
Água potável
Bactérias gram (-)
Micobacterias não tuberculosas
Endotoxinas
Algas
Cloro
Produtos químicos
Fonte natural superficial
Impurezas
Fonte Subterrânea
o paciente em hemodiálise pode ser exposto a 250-500 litros de
água/semana
Tratamento da Água
 A composição da água nas unidades depende da fonte e
de variações sazonais
 Água de superfície
- contaminantes orgânicos
- materiais e resíduos de produção agrícola ou industrial
 Água de fonte subterrânea
- a área geológica influencia a composição dos resíduos
inorgânicos
Infecção em Hemodiálise
Tratamento da Água
 Evitar a formação de biofilme
- matriz glicoproteica extracelular, produzida por bactérias,
que se adere ao sistema de distribuição de água, devido á
estagnação de líquido e inadequado escoamento das
águas;
- O sistema de distribuição deve ter o mínimo possível de
ramificações;
- As instalações devem ser externas e de fácil acesso;
- Reservatório de fundo cônico
Bombas
propulsoras
Reuso
Caixa
d’água
Filtro de Abrandador Filtro de Osmose
areia
Carvão Reversa Reservatório
de água
tratada
Bombas
propulsoras
Farmácia
Bombas
propulsoras
Salas
de Diálise
Sistema de circulação contínua de água
sob pressão
24h/dia
Infecção em Hemodiálise
A exposição a microorganismos pode ser:
 Aguda
- reações pirogênicas
- septicemias
 Crônica - baixa e repetida exposição
- estimulação crônica dos monócito
- desnutrição
- hipoalbuminemia,
- aumento da incidência de doenças cardiovasculares e outras
alterações moleculares
Contaminantes da água da diálise e suas
conseqüências
Contaminantes
Alumínio
Arsênico
Cádmio
Cálcio, Mg
Cloramina
Cianotoxina
Ferro
Nitratos
Sulfatos
Zinco
Conseqüências
Encefalopatia, doença óssea, anemia, disfunção miocárdica
Alterações neurológicas
Anemia
Náusea, vômito, hipertensão, dores musculares
Anemia, hemólise, resistência á eritropoietina
Insuficiência hepática
Hemólise, insuficiência hepática
Anemia, hemólise, hipotensão, náusea, vômito
Náusea, vômito, acidose metabólica
Hemólise, anemia, náusea, vômito e febre
Controle da Água Potável
- Portaria GM/MS no 518 de 25 de março de 2004
- Características físico-químicas e organolépticas
amostras em 500ml de água, coleta em 2 pontos – entrada do
reservatório de água potável, e entrada do pré-tratamento
Características
Cor
Turvação
Sabor
Odor
Cloro residual livre
pH
Parâmetro aceitável
Freqüência
Incolor
Ausente
Insípido
Inodoro
>0,5 mg/l
6,5 – 9
Diária
Diária
Diária
Diária
Diária
Diária
- Controle Microbiológico da Água Potável - mensal
- Manutenção : limpeza semestral da caixa dágua
Controle da Água Tratada
RDC no 154 de 15 de Junho de 2004 – Regimento Técnico para funcionamento dos Serviços de
Diálise
- Tratamento
de Água e Tanque de Água Tratada
- Local - ar condicionado, livre de luz direta, acesso apenas de pessoal técnico autorizado
- Tanque: constituído de material opaco, liso resistente, impermeável, livre de amianto,
possuir fechamento hermético.
- sistema de recirculação deve ser contínuo 24h/dia 7 dias /semana a uma velocidade que
garanta regime turbulento, e possuir sistema de drenagem.
- Controle físico-químico (Semestral) e Controle microbiológico (Mensal)
amostras coletadas em 4 pontos
- saída da osmose que abastece o reuso
- saída da osmose que abastece a sala de HD
- ponto contíguo á maquina de diálise
- ponto contíguo ao reuso
- Laboratório
habilitado pela Rede Brasileira de Laboratórios
(REBLAS/ANVISA)
Controle da Água Tratada
RDC no 154 de 15 de Junho de 2004
Regimento Técnico para funcionamento dos Serviços de Diálise
Coliformes
Ausência em 100 ml Mensal
Bactérias heterotrófica 200UFC/ml
Endotoxinas
•
•
•
•
•
2EU/ml
Mensal
Mensal
Nível de ação = 50UFC/ml – realizar desinfecção
A desinfecção deve ser realizada sempre que houver pirogenia ou
sepsis
Manutenção preventiva dos filtros – mensal
Monitorar condutividade < 10 microSiemens/cm
Monitorar temperatura de saída - 25°C
Controle da Água Tratada
 RDC 33/ 2008
Regulamento técnico para planejamento,
programação, elaboração, avaliação e aprovação
dos sistemas de tratamento e distribuição de água
tratada para hemodiálise
Desinfecção dos Sistemas
de Diálise
Reduzir ou eliminar o número
de microorganismos em todo
o sistema
Limpeza e desinfecção do
do reservatório e da rede
de distribuição – mensal
- Hipoclorito da Na 500ppm
- Formaldeído – 1-2%
- Peróxido de hidrogênio – 2-3%
Abastecimento
Deionizadores
Filtros
Osmose reversa
Tanques de armazenamento
Bombas propulsoras
Linhas de distribuição
Máquinas de diálise
Desinfecção dos Sistemas de Diálise
 Hipoclorito de Na 0,1%
- Recicurlar nos tanques e no looping por 1h
- Desligar a bomba de recirculação
- Deixar agir nos tanques e no looping por 6h
- Drenar os tanques, abrindo todos os pontos de
saída da água tratada das salas de diálise
(ligar as máquinas) e do reuso, para que o
hipoclorito passe por todos os pontos.
- Realizar o enxágüe com água tratada
- Realizar controle de dosagem de cloro
Controle da Água Tratada
Nota Técnica No 006/2009
Infecção em Hemodiálise
Aspectos da Prevenção de Infecção em
Unidades de Diálise
 Ligadas ao Equipamento
(tratamento de água e máquinas)
 Ligadas as Vias de acesso
 Ligadas ao Reuso
Infecções Associadas ao Acesso Vascular
Shunts arteriovenosos externos
acesso temporário
Fístulas arteriovenosas
acesso de longa duração
Fatores Predisponentes





Tempo de cateterização;
Tipo de acesso
Cicatrização
Número de punções
Higiene Pessoal
Infecção Relacionada ao Acesso Vascular
Taxa de infecção relacionada a acesso vascular:
3,2/100 pacientes –mês
Fístula artério-venosa nativa
Enxerto (PTFE)
Cateteres com cuff
Cateteres sem cuff
- 0,56/100 pac-mês
- 1,36/100 pac-mês
- 8,42/100 pac-mês
- 11,98/100 pac-mês
(Am J Infect Control 2002;30:288-95)
Infecção Relacionada ao Acesso Vascular
 Enxerto
(PTFE - politetrafluoretileno)
relatos de até 6% de infecção do sítio cirúrgico
fonte de persistência de bacteremias
> habilidade do cirurgião
> custo
Infecção Relacionada ao Acesso Vascular
Total de 75535 pacientes-mês
Média por centro – 469 pacientes-mês
Fístula artério-venosa nativa
Enxerto (PTFE)
Cateteres com cuff
Cateteteres sem cuff
- 30,9%
- 40,9%
- 25,1%
- 3,1%
(Am J Infect Control 2002;30:288-95)
Infecções Associadas ao Acesso Vascular
Distribuição dos Tipos de acesso Vascular em 3 Clínicas de
São Paulo
Infecções Associadas ao Acesso Vascular
•Utilização de cateter vascular central como via de acesso.
•SBN
41% das Unidades de diálise
<7%
15% das Unidades de diálise
7 -10%
32% das Unidades de diálise
10 – 20%
13% das Unidades de diálise
> 20%
Infecção Associada ao Acesso Vascular
Microorganismos isolados de Bacteremias associadas a
acesso vascular
– Diálises Surveilance Network
Bacteremias relac. Bacteremias relac. a
a cateter (%)
fístula e enxerto
S.aureus
Outros Gram (+)
Gram (-)
Contaminantes comuns
de pele (ex: SCN)
Fungos
Outros
29,2
10,1
20,9
50,5
8,4
10,1
38,1
0,5
1,2
28,6
0,8
1,6
(Seminars in Dialysis 2005 18(1):52-61)
Infecção Associada ao Acesso Vascular
 Medidas Preventivas
- Priorizar a utilização da fístula nativa
- Nos pacientes com rede venosa muito
comprometida, obesos, diabéticos, nos quais a
definição do acesso pode tardar, utilizar cateter
de longa permanência (com cuff)
Legislação
 RE – no 1671 de 30 de maio de 2006
Estabelece os Indicadores para subsidiar a avaliação dos serviços de diálise
Periodicidade - mensal
Indicadores de Gestão
Taxa de hospitalização de pacientes em HD
Taxa de hospitalização de pacientes em DPI
Taxa de hospitalização de pacientes em DPA e DPAC
Indicadores de Processo
Proporção de pacientes em uso de cateter venoso central por
mais de 3 meses
Indicadores de Resultados
Incidência de peritonite em pacientes em DPI
Incidência de peritonite em pacientes em DPA e DPAC
Taxa de soro conversão para Hepatite C em pacientes em HD
Taxa de mortalidade
Infecção Associada ao Acesso Vascular
 Medidas Preventivas
- Promover treinamentos e discussões sobre a
importância dos cuidados domiciliares, e de
higiene pessoal entre familiares e pacientes;
- Realizar monitorização cuidadosa do cateter,
mantendo alto nível de suspeição de infecção;
- Iniciar tratamento precoce das infecções de sítio
de inserção;
Infecção Associada ao Acesso Vascular
 Medidas Preventivas
- Estabelecer protocolos para inicio e
término da diálise;
- Manter as pontas das linhas arterial e
venosa livres de contaminação;
Infecção em Hemodiálise
Aspectos da Prevenção de Infecção em
Unidades de Diálise
 Ligadas ao Equipamento
(tratamento de água e máquinas)
 Ligadas as Vias de acesso
 Ligadas ao Reuso
Infecção Associada ao Acesso Vascular
-
Pomadas de PVPI e mupirocina
(Kidney Int 40:934-938, 1991)
↓ das taxas de bacteremia 2% x 17% com a utilização de Pomada de
PVPI
(J Am Soc Nephrol 9: 1085-1092,1998)
↓ das taxas de bacteremia por S.aureus de 9 para 1/1000 pac-dia com a
utilização de mupirocina
(Clin Infect Dis 37:1629-1638, 2003)
Metanálise 10 estudos, totalizando 2445 pacientes com mupirocina
↓ do risco de bacteremia de 78%
(J Am Soc Nephrol 14:169-179,2003)
Estudo multicêntrico duplo-cego controlado
Pomada polimicrobiana
↓ do risco de bacteremia em 60-65% em 6 meses
Reuso
Capilar dialisador
* Uso único - recomendação do fabricante
* 1990 EUA - 83% dos centros de diálise estavam reusando
* Brasil
 reuso até 12x p/ o mesmo paciente – reprocessamento manual
 reuso até 20x – reprocessamento automatizado
 ou redução de 20% do “priming”
 não é permitido o reuso para pacientes HIV (+)
 dialisadores de pacientes com hepatite B e C devem ser
manipulados e armazenados em locais separados.
Hepatite B
Prevenção da Transmissão de HBV
em Centros de Diálise
Testar pacientes e funcionários para HbSAg e Anti HbS
ao entrarem na clínica;
Todos os susceptíveis devem receber vacina para Hepatite B;
Os não respondedores devem realizar sorologia rotineira:
HbSAg mensal
Anti-HbS semestral
Precauções Padrão;
Manter pacientes HbSAg (+) em salas separadas com máquinas
exclusivas.
Hepatite B
 Guideline for vaccinating kidney dialysis patients and
patients with chrônic kidney disease
ACIP (2006)
A eficácia da vacina nesses pacientes pode ser considerasa
pior do que imunocompetentes
- Níveis mais baixos de anticorpos;
- Requerem mais doses ou > dose
Hepatite C



É considerada a doença infecciosa crônica mais importante do mundo
200 milhões de pessoas infectadas no mundo
Prevalência nos EUA
1,8% da população 3,9 milhões de americanos infectados
Transmissão
- Parenteral
- 10% - esporádica sem causa definida
Populações de maior risco
- Pacientes que sofrem múltiplas transfusões
- Usuários de drogas
- Hemofílicos
- Pacientes em hemodiálise
Hepatite C
 DOPPS study
Estudo prospectivo internacional que avaliou a prevalência de
hepatite C em pacientes em diálise em 3 continentes - 13,5%
Reino Unido
Alemanha
França
Estados Unidos
Japão
Itália
Espanha
Brasil
2,6%
10,4%
10,4%
14%
14,8%
20,5%
22,9%
9,8%
Fonte: adaptado http://www.sbn.org.br
(Kidney Int. 2004;65:2335-2342)
Hepatite C
Hepatite C
 A prevalência aumenta com a duração da diálise, sugerindo que o
ambiente possa ter alguma importância na transmissão
 Menor prevalência em unidades que utilizam salas e máquinas
separadas para pacientes HCV (+)
 O vírus C não penetra através do poro do dialisador
o tamanho da partícula é 10X > que o poro
ruptura acidental
Hepatology 2000;32:546A
Nephrol Dial Transplant 1996;11:2017-22
Nephron 1996;74:251-60
Nephron 1998;80:194-6
Hepatite C
 Dificuldades de detecção do portador
- Falha dos ensaios imunoenzimáticos para detecção do
portador (10%?)
•
•
ausência de resposta imune dos pacientes renais crônicos;
grande variedade de estímulos antigênicos desencadeados pela
uremia e pelo processo dialítico;
- Exame de PCR apresenta grande variação, com
períodos de negativação;
- Dosagem de ALT é um método impreciso;
(ASAIO J. 1998;44:98-107)
(Am J Gastroenterol. 1997;92:73-8)
Hepatite C
Recomendações
- Triagem sorológica e acompanhamento;
- Precauções Padrão;
- Não há necessidade de realização de diálise
de pacientes Anti-HCV em salas separadas ou
máquinas exclusivas;
- Pacientes Anti-HCV (+) podem participar de
programas de reuso;
Sorologia Indeterminada
Sala Branca
Sala Amarela
Indeterminado
Sorologia desconhecida
Sorologia indeterminada
- Maquina exclusiva
- Reprocessamento na máquina
Pontos não Esclarecidos
 Melhor método para fechamento do cateter
heparina?
citrato?
selo com antibiótico?
 Paciente HCV tratado com PCR (-)
 Variações do Anti- HBS
Primeira Hemodiálise no Brasil
19 de maio de 1949
Hemodiálise
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