Seminário Avançado em Teoria 2 - Ram-Wan

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
DISCIPLINA: SEMINÁRIO AVANÇADO EM TEORIA 2
PROF. GUSTAVO LINS RIBEIRO
2o. SEMESTRE DE 2002
ANTROPOLOGIAS MUNDIAIS
No curso de sua história a antropologia foi definida e redefinida, pensada e
repensada, várias vezes. Dificilmente poderia ser de outra maneira, pois trata-se de uma
disciplina altamente sensível à dinâmica das realidades sociais, culturais, econômicas e
políticas assim como à dinâmica do sistema mundial. Este seminário pretende ser um
espaço de pesquisa e reflexão sobre a antropologia como uma prática de alcance mundial
formada por processos históricos identificáveis e atravessada por uma aporia
fundamental: ser uma disciplina com pretensões universalistas mas, ao mesmo tempo,
marcada por suas raízes ocidentais. Um dos objetivos do curso será, portanto, investigar
as condições para a existência de um conjunto de antropologias mundiais epistemologica
e politicamente diverso.
Em uma época de globalização exacerbada, e apesar de debates esporádicos,
antropólogos em centros metropolitanos não têm conseguido debater as mutações da
antropologia em escala mundial. Nosso seminário procurará estabelecer uma discussão
sobre a diversidade das antropologias nacionais ou regionais e suas relações com um
discurso disciplinar marcado por posições de poder e suas contestações. Queremos
examinar as condições para a articulação de uma antropologia diversificada que seja mais
consciente das condições sociais, epistemológicas e políticas de sua própria produção.
São dois os objetivos centrais do seminário: a) examinar criticamente a
disseminação histórica da antropologia - enquanto um conjunto cambiante de discursos e
práticas ocidentais - internamente e através de campos de poder nacional, assim como os
processos pelos quais essa disseminação aconteceu; b) contribuir para imaginar as
condições de existência de uma paisagem plural de antropologias mundiais cujo formato
seja menos definido por hegemonias metropolitanas e mais aberto ao potencial
heteroglóssico do desdobramento dos processo de globalização.
A avaliação se fará de duas maneiras. Primeiramente, através da elaboração de
trabalhos escritos que poderão ser de dois tipos: elaboração de pequenos ensaios ao longo
de todo o curso, ou de um trabalho final. Os trabalhos escritos terão peso de 80% na
avaliação individual. Os trabalhos finais deverão ser entregues uma semana antes do
término do semestre. As leituras dos textos devem ser preparadas por todos antes dos
seminários.Trata-se de fato de um Seminário Avançado o que implica em que todo
estudante apresentará vários dos textos da bibliografia obrigatória em sala de aula ao longo
do semestre. Estas apresentações também farão parte da menção final (20/100). A
participação ativa nos debates será altamente considerada.
1
1. Introdução ao programa “antropologias mundiais”.
Ribeiro, Gustavo Lins e Arturo Escobar
2002 “World Anthropologies: Organizers’ Statement”. Proposta do Simpósio
Internacional da Wenner-Gren Foundation. “World Anthropologies:
Transformations within Systems of Power”.
WAN Collective
2001 “En-redarse: A Proposal for a World Anthropology/ies Network.” UNC,
Chapel Hill.
2. Antropologia e a Geopolítica do Conhecimento
Dussel, Enrique
1993 “Europa, Modernidad y Eurocentrismo”. In Edgardo Lander (org.), La
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Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires, Clacso, pp. 41-53
Quijano, Aníbal
2000 “Colonialidad del Poder, Eurocentrismo y América Latina”. In Edgardo
Lander (org.), La Colonialidad del Saber. Eurocentrismo y Ciencias
Sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires, Clacso, pp.
201-246.
3. Antropologia e a Geopolítica do Conhecimento 2
Coronil, Fernando
1996 “Beyond Occidentalism: Toward Nonimperial Geohistorical Categories.”
Cultural Anthropology 11(1) 51-86.
Mignolo, Walter
2002 “Colonialidad global, capitalismo y hegemonía epistémica”. In Catherine
Walsh, Freya Schiwy e Santiago Castro-Gómez (orgs.), Indisciplinar las
Ciencias Sociales. Geopolíticas del Conocimiento y Colonialidad de
Poder. Perspectivas desde lo Andino. Quito, Universidad Andina Simon
Bolivar/Ediciones Abya-Yala, pp. 215-244
Walsh, Catherine
2002 “Las Geopolíticas de Conocimiento y Colonialidad del Poder. Entrevista a
Walter Mignolo”. In Catherine Walsh, Freya Schiwy e Santiago CastroGómez (orgs.), Indisciplinar las Ciencias Sociales. Geopolíticas del
Conocimiento y Colonialidad de Poder. Perspectivas desde lo Andino.
Quito, Universidad Andina Simon Bolivar/Ediciones Abya-Yala, pp. 1744.
4. Antropologia e a Geopolítica do Conhecimento 3.
Ribeiro, Gustavo Lins
2
2001
sobre
“Post-imperialismo.Para una discusión después del multiculturalismo y del
post-colonialismo”. In Daniel Mato (org.), Estudios Latinoamericanos
Cultura y Transformaciones Sociales en Tiempos de Globalización.
Buenos Aires: Clacso, pp. 161-183.
Richard, Nelly
2001 “Globalización académica, estudios culturales y crítica latinoamericana”. In
Daniel Mato (org.), Estudios Latinoamericanos sobre Cultura y
Transformaciones Sociales en Tiempos de Globalización. Buenos Aires:
Clacso, pp. 185-198.
5. Antropologia e a Geopolítica do Conhecimento 4.
Comissão Gulbenkian
1996 Open the Social Sciences. Report of the Gulbenkian Commission on
the Restructuring of the Social Sciences. Stanford: Stanford University
Press, pp. 70-105.
Trouillot, Michel-Rolph
1991 “Anthropology and the Savage Slot. The Poetics and Politics of
Otherness”. In Richard Fox (org.), Recapturing Anthropology. Working
in the Present. Santa Fe, School of American Research Press, pp. 18-44.
6. A Antropologia Hegemônica Norte-Americana: historicizando crises.
Fejos, Paul
(1953) 1970
“Preface”. In Alfred L. Kroeber (org.), Anthropology Today.
Chicago. University of Chicago Press, pp. v-vii.
Kroeber, Alfred L.
(1953) 1970 “Introduction”. In Alfred L. Kroeber (org.), Anthropology Today.
Chicago. University of Chicago Press, pp. xiii-xv.
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Métraux, Alfred
(1953) 1970 “Applied Anthropology in Government: United Nations”. In
Alfred
L. Kroeber (org.), Anthropology Today. Chicago. University of
Chicago Press, pp. 880-894.
Redfield, Robert
(1953) 1970 “Relations of Anthropology to the Social Sciences and to the
Humanities”. In Alfred L. Kroeber (org.), Anthropology Today.
Chicago. University of Chicago Press, pp. 728-738.
3
7. A Antropologia Hegemônica Norte-Americana: historicizando crises 2.
Szwed, John F.
(1969) 1974
“An American Anthropological Dilemma: the Politics of AfroAmerican Culture”. In Dell Hymes (org.), Reinventing
Anthropology. Nova Iorque, Vintage Books, pp. 121-152.
Willis Jr., William S.
(1969) 1974 “Skeletons in the Anthropological Closet”. In Dell Hymes (org.),
Reinventing Anthropology. Nova Iorque, Vintage Books, pp.
153-181.
Wolf, Eric R
(1969) 1974 “American Anthropologists and American Society”. In Dell Hymes
(org.), Reinventing Anthropology. Nova Iorque, Vintage
Books,
pp. 251-263.
8. A Antropologia Hegemônica Norte-Americana: historicizando crises 3.
Gough, Kathleen
1975 “Des Propositions Nouvelles pour les Anthropologues”. In Jean Copans,
Anthropologie et Impérialisme. Paris, François Maspero, pp. 17-59.
Wolf, Eric R. e Joseph G. Jorgensen
1975 “L’Anthropologie sur le Sentier de la Guerre en Thaïlande”. In Jean
Copans, Anthropologie et Impérialisme. Paris, François Maspero, pp.
61-93. (78-84).
Jorgensen, Joseph G.
1975 “Morale et Anthropologie”. In Jean Copans, Anthropologie et
Impérialisme. Paris, François Maspero, pp. 95-135.
Scholte, Bob
(1969) 1974 “Toward a Reflexive and Critical Anthropology”. In Dell Hymes
(org.), Reinventing Anthropology. Nova Iorque, Vintage Books,
pp. 430-457.
9. Antropologia e Colonialismo.
Asad, Talal
1973
“Introduction”. In Talal Asad (org.), Anthropology and the Colonial
Encounter. Atlantic Highlands, Humanities Press, pp. 1-19.
Ahmed, Abdel Ghaffar M.
1973 “Some Remarks from the Third World on Anthropology and
Colonialism”,
In Talal Asad (org.), Anthropology and the Colonial Encounter.
Atlantic Highlands, Humanities Press, pp. 259-270.
Ben-Ari, Eyal
4
1999
“Colonialism, anthropology and the politics of professionalization”. In Jan
van Bremen and Akitoshi Shimizu (orgs.), Anthropology and
Colonialism in Asia and Oceania. Hong Kong, Curzon, pp. 382-
409.
10. Antropologia no Brasil.
Cardoso de Oliveira, Roberto
1988 “O Que é Isso que Chamamos de Antropologia Brasileira”. Sobre o
Pensamento Antropológico. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, pp. 109128
1988 “A Organização dos Antropólogos Brasileiros: a ABA”. Sobre o
Pensamento Antropológico. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, pp. 129141.
Peirano, Mariza
1991 “The Anthropology of Anthropology. The Brazilian Case”. Série
Antropologia no. 110. Universidade de Brasília.
Velho, Otávio G.
1980 “Antropologia para Sueco Ver”. Dados. Revista de Ciências Sociais 23
(1): 19-91.
11. Antropologia no Brasil 2.
Peirano, Mariza
1999 “Antropologia no Brasil (alteridade contextualizada). In Sergio Miceli
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Editora Sumaré/Anpocs, pp. 225-266.
Ramos, Alcida R.
1990 “Ethnology Brazilian Style”. Série Antropologia 89. Universidade de
Brasília.
Schwarcz, Lilia K. Moritz
1999 “Questão racial e etnicidade”. In Sergio Miceli (org.), O que ler na
ciência social brasileira (1970-1995). São Paulo, Editora Sumaré/
Anpocs, pp. 267-325.
Viveiros de Castro, Eduardo
1999 “Etnologia Brasileira”. In Sergio Miceli (org.), O que ler na ciência
social brasileira (1970-1995). São Paulo, Editora Sumaré/Anpocs, pp.
109-223.
12. Algumas Visões Comparativas
Caldeira, Teresa Pires do Rio
2000 “Antropologia com Sotaque”. Cidade de Muros. Crime, Segregação e
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Kant de Lima, Roberto
5
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14. Antropologias Nacionais/Antropologias Internacionais
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