Teorias Antropológicas sobre Natureza e Cultura

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
PROGRAMA DE DISCIPLINA
DISCIPLINA: GAP 00215 TEORIAS ANTROPOLÓGICAS SOBRE NATUREZA E
CULTURA
CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 60 HORAS
HORÁRIO: 16/18 hs – segundas e sextas
Professor: Antonio Rafael Barbosa
Proposta do curso:
O curso está organizado em três partes. Na primeira delas, a proposta é acompanhar o
desenvolvimento do divisor Natureza/Cultura no pensamento antropológico, a partir da
leitura de alguns autores que têm uma relação diretamente produtiva com os problemas
projetados por tal divisor. Em um segundo momento, buscaremos acompanhar algumas
reflexões de Deleuze & Guattari que permitem deslocar diversos temas e questões
presentes no primeiro bloco do curso. Por fim, trata-se de tomar os recentes debates em
torno do conceito de “ontologia” para revisitar criticamente alguns pressupostos do
conhecimento antropológico (particularmente considerando suas derivações nos
modelos explicativos ou compreensivos que marcam a história da disciplina) e
simultaneamente apontar alternativas conceituais (modos de conceituação) e
metodológicas que permitam escapar de uma normatividade epistêmica que projeta o
par conceitual Natureza/Cultura (conforme o juízo cartesiano que o fundamenta - um só
mundo, múltiplas representações) em uma série de dualismos interligados: corpo/mente;
estrutura/agência; prática/teoria; ciência/crença etc., considerando, igualmente, os
efeitos políticos e éticos que acompanham tal distribuição.
1ª
PARTE:
NATUREZA
ANTROPOLÓGICO
E
CULTURA
NO
CONHECIMENTO
1(a):
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1982. As Estruturas Elementares do Parentesco. Petrópolis:
Vozes, 1982.
_____ .1975. Totemismo hoje. Petrópolis: Vozes.
_____ . O Pensamento Selvagem. Campinas: Papirus, 1989.
_____ . “A Eficácia Simbólica”. In: Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1975, p. 215- 236.
_____. História de Lince. São Paulo: Cia das Letras, 2009.
1(b):
BATESON, Gregory. 1986. Mente e natureza. Rio de Janeiro: Francisco Alves.
DESCOLA, Philippe. 1988. “Estrutura ou sentimento: a relação com o animal na
Amazônia”. MANA 4 (1): 23-35. Rio de Janeiro: Contracapa.
STRATHERN, Marilyn. 2014. “Sem natureza, sem cultura: o caso Hagen”. In: O efeito
etnográfico. São Paulo: Cosac Naif, pp. 23-75.
2ª PARTE – DEVIR-ANIMAL
DELEUZE, Gilles e GUATARRI, Félix. 1995. Mil Platôs. Rio de Janeiro: Ed. 34.
3ª PARTE – ONTOLOGIAS
3(a):
LATOUR, Bruno. 1994. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Ed. 34.
_____. 2004. Políticas da Natureza. Como fazer ciência na democracia. Bauru: Edusc.
_____ . 2012. Reagregando o Social. Uma introdução à teoria do ator-rede.
Salvador/Bauru: Edufba/Edusc.
3(b):
HENARE, A., HOLBRAAD, M., WASTELL, S. (eds.) 2007. Thinking Through
Things: Theorising Artifacts Ethnographically. London: Routledge.
INGOLD, Tim. When ANT meets SPIDER: social theory for arthropods. In: Being
Alive. Ensays on Movement, Knowledge and Description. London and New York:
Routledge, 2011 (pp. 89-94).
_____ . 2012. “Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo
de materiais”. Horizontes Antropológicos, 18 (37), Porto Alegre.
VENKATESAN, Soumhya et al. 2010. “Ontology Is Just Another Word for Culture”:
Motion Tabled at the 2008 Meeting of the Group for Debates in Anthropological
Theory, University of Manchester. Critique of Anthropology 30 (2):152-200.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2003. (Anthropology) AND (Science). Disponível
em:
http://nansi.abaetenet.net/abaetextos/anthropology-and-science-e-viveiros-decastro.
Bibliografia complementar (3ª parte):
De la CADENA, Marisol. 2010. “Indigenous Cosmopolitics in the Andes: Conceptual
reflections beyond ‘politics’”. Cultural Anthropology 25 (2): 334-370.
MOL, Annemarie. 1999. “Ontological Politics: A Word and Some Questions”, in John
Law, and J. Hassard, ed., Actor Network Theory and After. Oxford: Blackwell, pp. 7489. (Mimeo. Versão da tradução publicada em Nunes, João Arriscado e Roque, Ricardo
(org.) (2007/no prelo)
PIMENTEL, Spensy K. “Cosmopolítica kaiowá e guarani. Uma crítica ameríndia do
agronegócio”. R@U. Revista de Antropologia da UFSCar, v.4, n.2, jul.-dez., p.134-150,
2012.
SZTUTMAN, Renato. “Cauim, substância e efeito: sobre o consumo de bebidas
fermentadas entre os ameríndios.” In: LABATE, Beatriz Cayubi et al. (orgs.) Drogas e
Cultura: novas perspectivas. Salvador: Edufba, 2008.
URUETA, Edgar Eduardo Bolívar. 2014. Influências Mebêngôkre: cosmopolitica
indigena em tempos de Belo Monte. Tese de Doutorado defendida no Programa de PósGraduação em Antropologia/UFF.
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