PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA

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COLÉGIO ESTADUAL DESEMBARGADOR ANTONIO FRANCO FERREIRA DA COSTA
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, NORMAL e PROFISSIONAL.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Os anos de 1930 foram de plena efervescência para a Sociologia que se
institucionalizou, no Brasil, graças a um conjunto de iniciativas na área da
educação, no campo da pesquisa e da editoração. Nasce o ensino da disciplina e
alavanca a reflexão sobre as peculiaridades da cultura e sociedade brasileiras.
Entre as iniciativas que favoreceram o despertar da produção sociológica, estão
as apontadas por Meucci (2008): a) introdução da cadeira de Sociologia nos
cursos secundários chamados complementares, em 1925, nas Escolas Normais de
Pernambuco e no Rio de Janeiro, em 1928, e de São Paulo, em 1933; b) criação
dos cursos de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política, em 1933;
na Universidade de São Paulo, em 1934; na Universidade do Distrito Federal, em
1935; e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná, em 1938; c)
publicação das consagradas obras Evolução Política do Brasil (1933) de Caio Prado
Júnior, Casa grande e senzala (1933) de Gilberto Freyre e Raízes do Brasil
(1936) de Sérgio Buarque de Holanda; d) surgimento de dicionários, coletâneas
de textos e periódicos que, juntamente com os manuais didáticos, se
constituíram nos primeiros veículos de difusão do conhecimento sociológico,
entre eles o Dicionário de Etnologia e Sociologia (1939) de Herbert Baldus e
Emílio Willems; o Dicionário de Sociologia (1939) de Achiles Archero Júnior e
Alberto Conte; a revista Sociologia (1939), primeiro periódico especializado em
Sociologia publicado por Romano Barreto e Emílio Willems; e a coletânea
organizada por Romano Barreto, Leituras Sociológicas (1940), com traduções de
1
artigos publicados na Europa e nos Estados Unidos, considerados essenciais para
o conhecimento da teoria social. Houve uma ruptura no ensino de sociologia no
período da Ditadura Militar, voltando mais tarde a ser permitido seu ensino nas
escolas em cara ter facultativo em uma série do Ensino Médio e somente em 02
de Junho de 2008 é aprovada a alteração do artigo 36 da Lei 9.394/96, para
incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries
do Ensino Médio.
A Sociologia é a ciência da sociedade que visa estudar o homem, suas
relações sociais, o modo como se organizam e se interagem entre si. Como
disciplina, sua prática reclama a formação de alunos com atitudes críticas,
capazes de compreender e explicar cientificamente a vida em sociedade.
“A Sociologia constitui o ramo da ciência em que se estudam os aspectos
sociais da vida. Daí resulta que a Sociologia se caracteriza duplamente.
Primeiro por seu ponto de vista. Ela é o ramo da ciência em que os
fenômenos de associação são representados, descritos e interpretados
como fatos sociais, ou seja, em termos da ordem imanente à própria
associação e da influência que ela exerce, como fator dinâmico de
organização da vida. Segundo, por seu objeto. A Sociologia é o ramo da
ciência que procura descrever, classificar e explicar os diferentes tipos
de associação” (Fernandes, 1970, p. 57).
A evolução do pensamento científico, que vinha se constituindo desde
Copérnico, passa a cobrir, com a sociologia, uma nova Área do conhecimento ainda
não
incorporada ao saber
científico,
ou seja,
o
mundo
social.
Surge
posteriormente à Constituição das ciências naturais e de diversas ciências
sociais. A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual
concorrem uma constelação de circunstâncias, históricas e intelectuais, e
determinadas intenções práticas.
O mundo contemporâneo se mostra como um mosaico diverso e, ao mesmo
tempo, integrado em escala planetária, instigando alunos e professores a
2
questionar seus condicionantes e características, seus graves problemas sociais,
econômicos, políticos, demográficos, raciais, étnicos, religiosos e ecológicos.
A mundialização proporciona um paradoxo: excesso de informação e
sensação simultânea de não-pertencimento a um grupo social. Fenômeno
indiscutivelmente polêmico, a globalização promoveu o rompimento das fronteiras
geográficas, a transferência de conhecimentos, tecnologias e informação de
forma acelerada agravando, ainda mais, a crise do ensino.
Diante desse processo, a cultura escolar sacralizada através de práticas
de sala de aula convencional e de conteúdos selecionados a partir de padrões
estabelecidos aleatoriamente, se vê às voltas com a necessidade de responder ao
questionamento e às inquietações da juventude que freqüenta os bancos
escolares e que exigem novas posturas daqueles que ensinam.
Nesse sentido, é interessante observar que muitos dos temas antes
restritos às disciplinas da área de ciências humanas, atualmente perpassam as
propostas de currículo das diferentes áreas do conhecimento, em nível
internacional e nacional.
A década de noventa tem colocado novos desafios à educação e aos
educadores. As novas dinâmicas de desenvolvimento econômico e social exigem
uma revisão das prioridades para a educação, tanto no Brasil como na América
Latina. De um lado, efetivamente, há um contexto de recursos limitados em
virtude da retratação dos Estados na capacidade de arrecadação fiscal e, de
outro, o cenário configurado pela aceleração do avanço tecnológico potencializa a
necessidade de intercâmbio científico em nível regional e internacional.
Os aspectos políticos e econômicos têm justificado as intervenções e
reformas dos sistemas de ensino nas duas últimas décadas. Convém destacar,
porém, a importância que determinados temas vêm adquirindo no bojo das
reformas educativas, até o presente momento restrito às disciplinas de história,
3
sociologia e filosofia tais como ética, valores morais e cidadania, dando nova
dimensão às questões sociais que conquistaram relevo no currículo do ensino
fundamental e médio.
Nesse contexto, a Sociologia tem desempenhado, historicamente, o papel
de focalizar os problemas que moldam a realidade, questionando-os e buscando,
em diferentes sentidos e de diversas formas, respostas múltiplas para a
construção de caminhos viáveis para a convivência coletiva e a construção da
justiça social e econômica.
No Brasil, em 1865, sob forte influência do positivismo comtiano, foi
publicada a obra “A Escravatura no Brasil”, de F. A. Brandão Júnior. Em seguida,
um dos precursores da sociologia no Brasil, Sílvio Romero publicou “Etnologia
Selvagem”, em 1872 e “Etnologia Brasileira”, e 1888.
Pela primeira vez, a disciplina de Sociologia foi apresentada como
integrante do currículo do ensino de 1º e 2º graus através da reforma proposta
por Benjamin Constant, cuja morte não permitiu a continuidade de discussão do
projeto.
Somente a partir de 1925 a disciplina passou a integrar o currículo do
curso de 2º grau de colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, por iniciativa de
Fernando Azevedo.
Desse período até 1982, a história da disciplina tem configurado um
percurso de difícil perenidade no currículo do sistema de ensino. A reforma
Rocha Vaz (1928), que integrou os currículos dos cursos das Escolas Normais do
Distrito Federal e de Recife, inseriu Sociologia, nesta cidade, por iniciativa de
Gilberto Freyre, cuja obra consagraria a consolidação da pesquisa científica na
área, no Brasil.
A reforma Francisco Campos (1931) ampliou a inserção da disciplina nas
escolas de nível secundário e a reforma promovida por Gustavo Capanema
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restringiu, em 1942, seu ensino, possibilitando sua permanência obrigatória
apenas nas escolas normais. Em 1964, foi retirada do currículo até 1982, quando
da promulgação da Lei 7044 e da Resolução SEI236/83 que recomendavam, esta
última explicitamente, sua inserção na grade curricular optativa das escolas de
2º grau.
Atualmente, a nova LDB ressaltou a importância da disciplina, afirmando
que os alunos, ao final do ensino médio, detenham conhecimentos filosóficos e
sociológicos.
A burguesia europeia, explorando os mercados mundiais e acumulando os
capitais, passa a aplicá-los na grande indústria. Com a concentração da
propriedade da terra nas mãos de poucos, os camponeses passam a vender sua
força
de
trabalho
em
troca
de
salário.
Essa
época,
denominada
convencionalmente como Idade ou Era Moderna promoveu uma progressiva
dissolução das relações feudais de produção e permitiu a organização do modo de
produção baseado em relações assalariadas de trabalho.
Na segunda metade do século XVIII, a Revolução Industrial Inglesa,
fundamentada na mecanização da indústria e da agricultura e no emprego da
força motriz (primeiro o vapor, depois a eletricidade e o petróleo), intensifica a
ruptura entre o trabalhador e o meio de produção.
As relações de classe – entre a burguesia e os trabalhadores – regidas por
um aparato jurídico, administrativo e político, moldaram a dinâmica de
funcionamento do Estado moderno: grandes corporações apareceram; a noção de
tempo foi alterada em função da necessidade de se otimizar a produção; a
organização do trabalho passou a ser regulamentada, cada vez mais, por uma
poderosa burocracia de Estado; a revolução industrial foi impulsionada por
inovações técnicas, aceleradas no início do século XX devido aos avanços da
ciência.
5
O processo de urbanização e industrialização se tornou inexorável e
irreversível, configurando a ideia de um progresso infinito promovido pelas novas
relações sociais de produção e pelo advento da ciência moderna.
O Estado cresceu de forma desmesurada, ocasionando uma expansão das
suas estruturas de organização e, consequentemente, do aparato burocrático e
dos canais de informação, alterando, em escala ampliada, as possibilidades de
comunicação entre as diferentes regiões do planeta.
Três
grandes ciclos
podem ser identificados
nesse
processo de
consolidação e expansão do modo capitalista de produção.
O primeiro diz respeito à organização da produção em moldes nacionais,
revolucionando as formas de vida e trabalho locais, regionais, feudais,
comunitárias, tribais ou pré-capitalistas.
O segundo diz respeito à fase denominada por muitos teóricos de
imperialismo, onde ocorre o rompimento de fronteiras nacionais e de expansão do
mercado, do desenvolvimento das forças produtivas e da procura por novas
fontes de lucros.
O terceiro diz respeito à fase atual – de globalização dos mercados, da
cultura, do conhecimento e da informação – promovendo uma concentração sem
precedentes do capital e do poder das organizações, ao mesmo tempo em que
ocorre uma retratação no estado-nação, isto, na forma adquirida pelo Estado
constituído a partir do século XVIII (Ianni, 1994, p. 37).
Os principais teóricos e pensadores sociais se defrontam, atualmente, com
a preocupação de renovar a investigação e os referenciais de análise da realidade
econômica, social, cultural e política ou pelo menos, de observá-la a partir de
outras perspectivas.
A retração do Estado-Nação não significa necessariamente, a diminuição
do poder desse Estado, assim como o processo de globalização não representa a
6
diluição absoluta das culturas e do imaginário locais. Pelo contrário. De acordo
com vários especialistas, há uma tendência em curso de recrudescimento das
características, étnicas, religiosas, culturais, enfim, do que podemos denominar
de questões relacionadas à história ancestral de povos que foram dominados
pelos países capitalistas desenvolvidos.
Vivemos dessa forma, uns paradoxos. A globalização derruba fronteiras
provocando a sensação de que pertencemos a uma sociedade com características
únicas, mas não apaga as diferenças sociais, econômicas e culturais entre regiões
e povos. Elas persistem e tendem a se agravar. Para compreender, analisar,
criticar e atuar na sociedade contemporânea, é de fundamental importância o
ensino da Sociologia.
Nesse contexto, há um percurso histórico de construção dos conceitos e
categorias que conferiram estatuto científico à Sociologia, possibilitando que nos
dias atuais, as graves questões que marcam as dinâmicas sociais, econômicas,
políticas e culturais sejam questionadas de perspectivas diferentes entre si.
Pensadores sociais diversos como Montesquieu (1689/1755), Rousseau
(1712/1778), Saint-Simon (1776/1825), Herbert Spencer (1820/1903), Augusto
Comte (1798/1857) e Émili Durkheim (1858/1917) focalizaram o olhar sobre as
relações sociais e as complexas instituições modernas. Discutiram sua origem, as
divisões de poderes do Estado e a nova organização social constituída no bojo do
declínio da sociedade feudal, as consequências do desenvolvimento da ciência e
das inovações técnicas e, particularmente, Comte e Durkheim se preocuparam
com a administração dos inevitáveis conflitos sociais e políticos.
No século XX, a Sociologia incorporou o pensamento de Karl Marx
(1818/1883) e seu principal colaborador, Friederich Engels (1829/1903).
Pensadores que realizaram estudos no âmbito da economia, da filosofia política e
da história, passaram a influenciar boa parte da produção teórica do pensamento
7
social a partir do início deste século, através de uma teoria que conquistou
estatuto científico: o “materialismo histórico”.
Como as teorias liberais orientaram os movimentos de ascensão da
burguesia e as dinâmicas de funcionamento das democracias ocidentais, o
materialismo histórico passou a orientar os movimentos revolucionários que
ocorreram ao longo do século XX e que acabaram por originar os regimes
socialistas vigentes até 1989, na URSS, no leste europeu e, até hoje, em alguns
países asiáticos e em Cuba.
Mais contemporaneamente, outros pensadores marcaram a produção
sociológica: Max Weber (1864/1920), um dos mais instigantes pensadores da
questão social e política, construiu um campo teórico denominado de análise
compreensiva.
As influências do positivismo comtiano, do marxismo e da teoria
compreensiva, conformaram o estatuto científico da área de ciências sociais: a
antropologia, a sociologia e a política ganharam o espaço das investigações
acadêmicas em nível superior e passaram a fazer parte do currículo da escola de
Ensino Médio.
O ensino de Sociologia tem o objetivo de compreender as implicações
decorrentes do processo de mundialização nos aspectos culturais da população,
as relações de trabalho destacando as potencialidades exigidas atualmente para
a inserção dos indivíduos nas indefinidas relações de mercado e a necessidade de
assumir uma postura empreendedora a fim de implementar ações tanto para
resolver problemas sociais, como na construção de um plano de desenvolvimento
pessoal. Compreender o real significado do ser cidadão, percebendo os direitos e
deveres como fruto de uma construção social de lutas, entendendo-se como
indivíduo possuidor de uma identidade pessoal que foi construída socialmente a
partir do princípio da alteridade.
8
Estabelecer relações entre o conhecimento teórico e as práticas sociais,
elaborando hipóteses sobre as mesmas, exercitando análises, interpretações,
sínteses, servindo-se dos conhecimentos sociológicos. Observar nas práticas
sociais o respeito / desrespeito, conhecimento /desconhecimento no exercício da
cidadania.
2.
CONTEÚDOS
Os conteúdos estruturantes da disciplina de Sociologia propostos são:
• O processo de socialização e as instituições sociais;
• Cultura e indústria cultural;
• Trabalho, produção e classes sociais;
• Poder, política e ideologia;
• Direitos, cidadania e movimentos sociais.
Conteúdos Estruturantes, Básicos e Específicos.
1º ANO DO ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
1-Surgimento
CONTEÚDOS BÁSICOS
da 1 - Surgimento da Sociologia e -
Sociologia e Teorias Teorias Sociológicas
Sociológicas.
CONTEÚDOS ESPECIFÍCOS
História
da
sociologia
e
dos
pensamentos sociológico.
2 -Teorias sociológicas clássicas: - A sociologia e as demais ciências sociais.
Comte, Durkheim, Engels e Marx, - Conhecimento sociológico.
Weber;
3
-
- Correntes sociológicas.
O
desenvolvimento
sociologia no Brasil.
da -Teóricos Clássicos da sociologia.
- Modo de produção e relações de
4 - Formação e consolidação da produção.
sociedade
capitalista
e
o - Classes sociais e luta de classes.
9
desenvolvimento do pensamento - Divisão do trabalho.
social;
2.
Processo
Socialização
e
de 1 - Processo de Socialização;
-
as 2 - Instituições sociais.
socialização.
Instituições Sociais
As
diferenças
no
processo
de
3 - Instituições de reinserção - As relações entre os indivíduos e a
(prisões,
manicômios, sociedade.
educandários, asilos, etc.).
- Instituições familiares.
Instituições escolares
Instituições religiosas.
3.
Processo
Socialização
de 1 - Questões de gênero.
e
- Noção de gênero.
as 2 - Cultura afro brasileira e - Diferenças sexuais e desigualdades.
Instituições Sociais
africana.
- Inserção do negro na sociedade de
3 - Culturas indígenas.
classes.
-
Integração
do
índio
na
sociedade
brasileira.
2º ANO DO ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECIFÍCOS
ESTRUTURANTES
1-Surgimento
da 1 - Surgimento da Sociologia e - Surgimento da Sociologia.
Sociologia e Teorias Teorias Sociológicas.
-Teorias Sociológicas.
Sociológicas.
2-Cultura e Indústria 1 - Desenvolvimento antropológico - Conceito de Antropologia e cultura.
Cultural
do conceito de cultura e sua - Etnocentrismo.
contribuição
na
análise
das - Diferenças culturais do Brasil.
diferentes sociedades;
- Diferentes formas de acessos à cultura.
2 - Cultura e Indústria Cultural
- Construção da identidade nacional.
3 - Diversidade cultural;
- Indústria cultural e consumo no Brasil.
4 - Identidade;
- Inserção do negro na sociedade de
5- Indústria cultural;
classes.
6 - Meios de comunicação de -
Integração
do
índio
na
sociedade
10
massa;
brasileira.
7 - Sociedade de consumo;
8 - Indústria cultural no Brasil;
9
-
Cultura
afro-brasileira
e
africana;
10 - Culturas Indígenas.
3- Trabalho, Produção 1 - O conceito de trabalho e o - O trabalho como fator que influencia
e Classes Sociais.
trabalho
nas
diferentes nas desigualdades sociais.
sociedades;
2
-
-
Desigualdades
estamentos,
castas,
Origens
históricas
da
globalização
sociais, econômica.
classes -
sociais;
Natureza
do
trabalho,
forças
condições de trabalho no Brasil.-
3 - Organização do trabalho nas
sociedades
capitalistas
e
suas
contradições;
4 - Globalização e Neoliberalismo;
5 - Relações de trabalho;
6 - Trabalho no Brasil.
3º ANO DO ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECIFÍCOS
ESTRUTURANTES
1-Surgimento
da 1 - Surgimento da Sociologia e -Surgimento da Sociologia.
Sociologia e Teorias Teorias Sociológicas.
-Teorias Sociológicas.
Sociológicas.
2-Poder,
Ideologia.
Política
e 1 - Formação e desenvolvimento -Origem do Estado.
do Estado Moderno;
-Função do Estado.
2 - Democracia, autoritarismo, -Estado totalitário.
totalitarismo;
- Estado democrático.
3 - Estado no Brasil;
-Estado autoritário.
5 - Conceitos de Poder;
- Conceitos de Poder.
11
e
6 - Conceitos de Ideologia
- Conceitos de Ideologia.
7 - Conceitos de dominação e - Conceitos de dominação e legitimidade.
legitimidade;
- Violência no Brasil e tipos de violência.
8 - As expressões da violência nas
sociedades contemporâneas.
3- Direito, Cidadania 1 - Direitos: civis, políticos e -Tipos de direitos.
e Movimentos Sociais. sociais;
- Função dos direitos humanos.
2 - Direitos humanos;
- Conceito de cidadania no Brasil.
3 - Conceitos de cidadania;
- Lutas no período colonial.
4 - Movimentos sociais;
- Abolicionismo.
5 - Movimentos sociais no Brasil;
- Movimentos sociais republicanos.
6 - A questão ambiental e os - Movimentos sociais contemporâneos.
movimentos ambientalistas;
- Inserção das ONG’S no Brasil.-
7 - A questão da ONG’S.
Os conteúdos referentes aos Desafios Contemporâneos: Educação
Ambiental; Educação Fiscal; Cidadania e Direitos Humanos; Enfrentamento à
Violência na Escola; Educação para as relações Étnico Raciais; Prevenção ao Uso
Indevido de Drogas; Educação Escolar Indígena; Gênero e Diversidade Sexual;
Diversidade Educacional e Educação do Campo, serão abordados em todas as três
séries, de acordo com a programação de atividades da escola.
3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Tendo em vista que aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos,
consequentemente a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de tudo
uma atitude ativa e participativa, o ensino de sociologia pressupõe metodologias
que levem o aluno como sujeito do aprendizado para que isso aconteça serão
utilizadas a leitura de textos individuais e em grupos, reflexões e debates dos
12
textos lidos relacionados com o contexto dos alunos, análises de filmes e
pesquisas.
Em Sociologia, devemos atentar especialmente para a proposição de
problematizações, contextualizações, investigações e análises, encaminhamentos
que podem ser realizados a partir de diferentes recursos, como leitura de textos
sociológicos, textos didáticos, textos jornalísticos e obras literárias.
Esses encaminhamentos podem, também, ser enriquecidos se lançarmos
mão de recursos audiovisuais que, assim como os textos, também são passiveis de
leitura. A utilização de filmes, imagens, músicas e charges constitui importante
elemento para que os alunos relacionem a teoria com sua prática social,
possibilitando a construção coletiva dos novos saberes.
Para a Sociologia, a pesquisa de campo, quando viável, deve ser proposta de
maneira que articule os dados levantados à teoria estudada, propiciando um
efetivo trabalho de compreensão e crítica de elementos da realidade social do
aluno.
Para que o aluno seja colocado como sujeito de seu aprendizado, faz-se
necessário a articulação constante entre teorias sociológicas e as análises,
problematizações e contextualizações propostas. Essa prática deve permitir que
os conteúdos estruturantes dialoguem constantemente entre si e permitir,
também, que o conhecimento sociológico dialogue com os conhecimentos
específicos das outras disciplinas que compõem a grade curricular do Ensino
Médio.
4. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
De
maneira
diagnóstica,
a
avaliação
formativa
deve
acontecer
identificando aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas e também
13
as que apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente possa ser
reorientado. Nesses termos, a avaliação formativa deve servir como instrumento
docente para a reformulação da prática através das informações colhidas. A
avaliação também se pretende continuada, processual, por estar presente em
todos os momentos da prática pedagógica e possibilitar a constante intervenção
para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
A avaliação em Sociologia tem o objetivo de verificar as relações entre as
reflexões de sala de aula e os comportamentos sociais, provocar mudanças na
forma de olhar os problemas sociais, a iniciativa e a autonomia para tomar
atitudes diferenciais e criativas para sair do senso comum. Esperando-se que os
alunos de forma crítica compreendam, entendam, identifiquem, reflitam,
percebam e analisem os assuntos em questão abordados.
5. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação será contínua de modo que as atividades realizadas em sala
serão avaliadas em forma de: Avaliação escrita (objetivas e dissertativas);
Avaliação oral na forma de seminários; Debates; Trabalhos em grupo e individual;
Discussões; Pesquisas; Análise de filmes, imagens e música; Interação nas
discussões em sala.
6. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
De acordo com o Projeto Político-Pedagógico da escola a recuperação de
estudos será paralela, cada avaliação/aferição de nota será seguida de uma
retomada de conteúdos por meio de atividades significativas, a aplicação da
Atividade Avaliativa de Recuperação será no final do bimestre englobando os
14
conteúdos não apropriados ou parcialmente apropriados pela turma no decorrer
do mesmo; evidenciando que o objetivo principal é uma recuperação de conteúdos
e não apenas a recuperação de notas.
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16
17
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