COLÉGIO ESTADUAL POLIVALENTE DE APUCARANA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Rua Rosa Stábile, 385 – Jd. Paulista - Apucarana – Pr - CEP 86811-050 Telefone: (43) 3423-7484 – E-mail: [email protected] Proposta de Trabalho Disciplinar – Disciplina: História 1.Título da proposta: Contextualizar a Ditadura Militar no Brasil a fim de permitir o conhecimento dos caminhos e descaminhos da democracia no Brasil promovendo uma reflexão sobre a necessidade de preservar as liberdades democráticas que, a duras penas, o brasileiro conquistou. 2. Conteúdos: a) Conteúdo estruturantes: Relações de Trabalho, Relações de Poder e Relações Culturais b) Conteúdo básico: O período da Ditadura Militar no Brasil (1964 -1985) c) Conteúdo(s) específico(s): A cultura como instrumentos de contestação do sistema político vigente.(música, charge, caricaturas, etc...) 3. Quantidade de aulas: 03 Etapa: Ensino Médio 4. Recursos a serem utilizados: - data show, livro didático, materiais impressos e internet. 5. Encaminhamentos metodológicos; 5.1. Explanação introdutória do tema a partir do texto abaixo: O que foi a Ditadura Militar? A ditadura Militar vigorou no Brasil entre 1964 e 1984 e caracterizou-se pelo alinhamento da economia nacional ao padrão de desenvolvimento capitalista em vigor nos anos 1960 e 1970, alinhamento este que se traduziu em autoritarismo do Estado (Atos Institucionais, censuras de toda ordem, repressão, torturas, ferrenha perseguição a opositores, tudo isso sob a vigência da Doutrina de Segurança Nacional), em um modelo econômico altamente concentrador de renda, que rompeu com certo equilíbrio existente entre o modelo político de tendências populistas e o modelo econômico de expansão da indústria vigentes no período anterior ao golpe civil-militar, em um conjunto de reformas políticas e institucionais que visavam a “reconstrução da nação” e a “restauração da ordem”, tudo isso se encaminhando para o endurecimento do regime instalado, defendido como necessário para o “desenvolvimento” social e econômico do país (CLARK; NASCIMENTO & SILVA, 2005). A ditadura, além de representar a parcela da burguesia que vislumbrava o alinhamento da economia brasileira ao capital internacional, também procurou dar cabo da “agitação revolucionária” que se fazia presente em nossa sociedade, configurada por uma grande constelação de organizações e movimentos: organizações de trabalhadores, político-partidárias, movimentos sociais, culturais, artísticos, lutas as mais diversas (como a levada a cabo pelo movimento estudantil), etc. O golpe de 1964 retirou do governo as frações da burguesia que, empunhando o populismo e o nacionalismo, cediam certos espaços para as classes populares no gerenciamento da sociedade política. Mesmo o tímido reformismo passou nos meses anteriores ao golpe, a ser tomado pela propaganda ideológica conservadora como “avanço do comunismo”. E para deter tal “avanço comunista”, grupos que desejavam a continuidade da internacionalização da economia brasileira utilizaram-se de políticos ambiciosos e do braço militar contaminado pelo anticomunismo para o desfecho do golpe. O golpe de 64 não provocou uma mudança efetiva no modelo econômico adotado pelo País. O golpe foi produzido no sentido de provocar uma mudança política que, ao invés de causar alteração no regime econômico, viesse a dar continuidade a tal modelo. Uma vez iniciado o novo regime, o governo passou a configurar-se como uma aliança entre a tecnoburocracia militar e civil e a burguesia industrial e financeira nacional. Institucionalizou-se um pacto autoritário baseado na aliança da burocracia com a burguesia e com as empresas multinacionais. Neste processo, a tecnoburocracia militar e civil acabou obtendo o controle exclusivo da sociedade política, racionalizando e ordenando a economia no sentido de favorecer o processo de acumulação e centralização do capital. A burguesia industrial, apesar de usufruir os benefícios proporcionados pela política governamental, passou, após 64, a ser tutelada pela tecnoburocracia militar e civil. Tal característica, associada à ausência de democracia política, colaborou para que, no processo de internacionalização da economia, algumas diretrizes governamentais fossem tomadas sem consulta previa a qualquer das partes interessadas que sustentavam o pacto autoritário. Assim é que a política salarial, agrícola, fiscal e, principalmente, a política educacional passaram a desconectar não somente as classes populares e setores médios, afastados de qualquer controle da sociedade política, mas ate mesmo as elites e classes medias altas que haviam dado apoio ao golpe. 5.2. Apresentação no data show de charges e da música de fundo “Pra não dizer que não falei das flores” a fim de levar os alunos a refletirem sobre: - as características econômicas, políticas e sociais do Brasil no contexto da ditadura militar; - os efeitos dos atos institucionais que promoveram a perda de garantias e direitos individuais; - as mudanças econômicas e sociais produzidas pelo regime militar; - a insatisfação existente em alguns setores da sociedade brasileira em relação ao regime militar; 5.3. Promover o debate em sala de aula sobre os problemas econômicos, sociais e políticos enfrentados pelo país durante o regime militar, mostrando qual a influência, nos dias atuais, das soluções encontradas naquele período. 6. Perspectiva de abordagem interdisciplinar. - arte: relação com a música, charges e quadrinhos produzidos na época. - língua portuguesa: relação com produção literária a respeito do período da ditadura. - sociologia: relação com os conceitos políticos, sociais e culturais da época trabalhada. 7. Material complementar: Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores Geraldo Vandré Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos, construções Caminhando e cantado e seguindo a canção Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer Pelos campos a fome em grandes plantações Pelas ruas marchando indecisos cordões Ainda fazem da flor seu mais forte refrão E acreditam nas flores vencendo o canhão Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer Há soldados armados, amados ou não Quase todos perdidos de armas na mão Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: De morrer pela pátria e viver sem razão Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer Nas escolas, nas ruas, campos, construções Somos todos soldados, armados ou não Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais, braços dados ou não Os amores na mente, as flores no chão A certeza na frente, a história na mão Caminhando e cantando e seguindo a canção Aprendendo e ensinando uma nova lição Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer Então, vem vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora e não espera acontecer. 8. Referências consultadas AZEVEDO, Gislane Campos. História em movimento. São Paulo: Ática, 2010. CLARK, Jorge Uilson; NASCIMENTO, Manoel Nelito Matheus & SILVA, Romeu Adriano. A Administração Escolar no Período do Governo Militar (1964-1984). Texto Inédito, 2005. SEED. Diretrizes Curriculares de História do Estado do Paraná, 2008. http://www.vagalume.com.br/geraldo-vandre (acesso dia 29/10/2014) http://institutohenfil.blogspot.com.br/ (acesso dia 29/10/2014) http://edisilva64.blogspot.com.br/2012/04/imagens-e-charges-da-ditadura.html (acesso dia 29/10/2014)