APRENDER E COMPETIR: INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E CRIATIVIDADE NA GESTÃO ORGANIZACIONAL Cíntia Cargnin Cavalheiro PRODETEC/LACTEC/Faculdades Opet. RESUMO Este artigo tem como objetivo analisar e comparar os pressupostos sobre aprendizagem individual e coletiva que evidenciam a manifestação da criatividade como diferencial competitivo nas organizações com os objetivos educacionais de uma Universidade Corporativa, verificando o papel da criatividade no desenvolvimento da empresa competitiva e identificando fatores facilitadores da criação de conhecimentos coletivos. Destaca-se que a estrutura organizacional e o modelo de gestão empresarial estão mudando e se tornando mais sofisticados, enfatizando a produção e utilização de conhecimentos por intermédio da educação permanente e da substituição do paradigma da sobrevivência para o paradigma da expansão, da criação, em busca de diferenciais competitivos para as estratégias empresariais. É preciso reinventar, afinal, o conhecimento está ao alcance de todos com o auxílio da criatividade, que por sua vez, é um importante diferencial competitivo nos negócios. Dá-se aí, uma das maiores importâncias do estudo para o desenvolvimento de um ambiente empresarial competitivo. Para obtenção dos objetivos traçados, optou-se como estratégia metodológica pela utilização das Pesquisas Bibliográficas e Explicativa, bem como pelo uso da Pesquisa Experimental. Palavras-chave: Inovação, Tecnologia, Criatividade e Competitividade. Introdução: Me proponho analisar e comparar os pressupostos sobre aprendizagem individual e coletiva que evidenciam a manifestação da criatividade como diferencial competitivo nas organizações com os objetivos educacionais de uma Universidade Corporativa, verificando o papel da criatividade no desenvolvimento da empresa competitiva e identificando fatores facilitadores da criação de conhecimentos coletivos. Em tempos de transformação nas organizações, compete ao gestor desenvolver a capacidade de aprender continuamente, buscando criar organizações que aprendem, traçando e adotando estratégias que visem potencializar as competências gerenciais que são essenciais para as organizações se manterem e se desenvolverem num mercado altamente competitivo (SENGE, 1990). A partir da percepção de tais necessidades de mercado, surgem diversos questionamentos tais como: como ativar a criatividade pessoal e gerenciá-la para o sucesso empresarial? Qual é a chave da sobrevivência com sucesso? Como avaliar o potencial criativo presente nas empresas para torná-lo uma vantagem competitiva? Qual é a necessidade de criação da Universidade Corporativa na empresa? As Universidades Corporativas estão preparadas para atender e estimular o potencial criativo dos funcionários para uma aprendizagem mais ampla, de acordo com os princípios de uma universidade? COMPETITIVIDADE, INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE A partir da década de 80, observaram-se mudanças substanciais na dinâmica do capitalismo mundial. No campo das políticas econômicas, reduziram-se consideravelmente, as barreiras à circulação dos capitais e estreitou-se a interdependências entre os países de diferentes economias nacionais, acelerando e difundindo o processo de inovação e tecnologia. As empresas tendem, então, a preocupar-se com sua qualidade competitiva. A diversidade de mudanças, centradas nos processos produtivos, levam a realidade organizacional ao desenvolvimento da flexibilização, para que haja sua adaptação às transformações econômicas, políticas e sociais – globalização – que ocorrem de forma rápida e contínua, isto é, as empresas são induzidas a buscar novos recursos e diferenciais competitivos. As exigências crescentes do mercado em expansão e a competitividade cada vez mais acirrada trazem consigo a necessidade da criação de novos métodos de gerenciamento do serviço e da gestão tecnológica nas empresas. Assim, a implantação de um ambiente de inovação que esteja constantemente evoluindo, isto é, aprimorando pessoas, processos, sistemas e formas gerenciais, passou a ser uma necessidade para assegurar a sobrevivência da empresa num mercado cada vez mais competitivo, onde nem todos sobreviverão. A Gestão do Conhecimento na Sociedade Atual Estamos vivendo na era do conhecimento, era essa, onde o mundo, principalmente o dos negócios, não pode mais ser considerado previsível, pois as mudanças são cada vez mais rápidas e descontínuas e, a maioria das empresas, foram criadas e estruturadas organizacionalmente para funcionarem bem num mundo mais estável e previsível. Desta forma, o estudo sobre a ativação da criatividade pessoal e sobre a implantação da Universidade Corporativa nas organizações passa a ser fundamental, principalmente, se associados a uma abordagem sistêmica (Quinta Disciplina) que, segundo Senge (1990), partindo da concepção da organização como um sistema aberto, desenvolve uma teoria voltada para a interdependência dos subsistemas organizacionais. Faz-se necessário destacar que a estrutura organizacional e o modelo de gestão empresarial estão mudando e se tornando mais sofisticados, enfatizando a produção e utilização de conhecimentos através da educação permanente e da substituição do paradigma da sobrevivência para o paradigma da expansão, da criação. É preciso reinventar, afinal, o conhecimento está ao alcance de todos com o auxílio da criatividade, que por sua vez, é um importante diferencial competitivo nos negócios. Dá-se aí, uma das maiores importâncias do estudo para o desenvolvimento de um ambiente empresarial competitivo. A CRIATIVIDADE COMO SISTEMA DE GERENCIAMENTO ORGANIZACIONAL A criatividade, considerada um sistema de gerenciamento organizacional, traz inovações contínuas, juntamente com a melhor forma de estar inserido no mercado e na sociedade, ou seja, partindo da flexibilidade e da inovação; visto que, no cenário atual, onde as empresas buscam maior competitividade e diferenciais de mercado, o foco não está somente nas tecnologias, mas também nas pessoas e em suas competências. Trata-se de uma gestão criativa por competências que possibilita a formação do capital intelectual da organização, maximizando os talentos existentes nesta. Atualmente, o sucesso competitivo das empresas depende muito de suas ações de inovação, quer seja mediante a adoção de novas tecnologias e produtos, como por meio de novas formas de gerenciamento da organização e até mesmo pela percepção de novas oportunidades em mercados novos ou conhecidos (PORTER 1998). A criatividade, que reflete numa inovação, é uma condição necessária para o sucesso de qualquer tipo de organização inserida em ambientes de alta competitividade; entretanto, inovar com criatividade suscita numa série de questões, em sua maioria, conflitantes com a realidade das empresas, que, segundo Zawislak (1996) já traz em seu conceito a definição de ser um local de transformação de matéria-prima em produtos finais. Assim, reflete-se a importância do estudo dos fatores facilitadores da criação de conhecimentos coletivos, visto que, para inovar é preciso que todos se sintam comprometidos com o processo, não existindo um grupo encarregado de primar pela criatividade, pois toda nova idéia deve ser bem-vinda, e a criatividade e a ousadia recompensadas, afinal, a inovação não tem limites e como já mencionado, não se restringe à área tecnológica, mas também à área de competências e habilidade, tendo que ser cultuada mediante os vários canais de comunicação interna e externa da organização, sendo estes abertos para garantir a autenticidade. Destaca-se que algumas pessoas que são boas em inovação e criatividade, não são necessariamente boas em operações, daí a necessidade de promover o encontro sistemático entre os geradores de idéias e aqueles que as podem defender e colocar em prática (GALBRAITH 1998). À medida que a inovação criativa é motivada, ela desenvolve pressões internas em busca da estabilidade e da competitividade, fazendo com que o arranjo organizacional supere facilmente os obstáculos criados a partir da implantação das Universidades Corporativas, que são altamente inovadoras por se tratarem de sistemas de aprendizagem muito eficazes, possuidores de um senso de autocrítica bastante apurado, o que conduz ao desenvolvimento de pessoas com visão para os negócios e ao fortalecimento e integração das relações empresa/funcionário, empresa/cliente, funcionário/cliente de forma mais ampla, equalizando o capital intelectual através das competências individuais e coletivas, o que traz consigo suma importância em seu estudo para o aspecto cultural e político do sistema social e organizacional. As expectativas para o trabalho mudaram consideravelmente nos últimos anos. Segundo Kao (1997), os indivíduos estão aperfeiçoando um novo senso de possibilidade, isto é, vêm em busca da satisfação pessoal e do respeito através da insistência de oportunizar o desenvolvimento de um trabalho criativo, onde a nova função está associada à imaginação, à inspiração, à engenhosidade e à iniciativa, em suma, está associada à criatividade. A criatividade, como força vital, produz continuamente as experiências e situações renovadas, um avanço para o novo, produzindo formas completamente novas de expressão da realidade, desta forma, as definições sobre criatividade envolvem a novidade e a singularidade, enfatizando os traços motivacionais e as características comportamentais dos indivíduos criadores. Tem-se percebido, com os mais diversos estudos e com a própria realidade, que a sobrevivência dos seres humanos depende de sua capacidade criadora, logo, os valores culturais devem ser preservados e comunicados às novas gerações, porém, também é importante que sejam renovados a fim de garantir a estabilidade e o progresso social. A criatividade é a capacidade inata de inovar, podendo ser desenvolvida a partir de estímulos circunstanciais. Assim, sendo um produto de nossa espécie, para desenvolver-se é influenciado pelos estímulos do meio em que o indivíduo está inserido, pois o insight criativo é a inter-relação entre os processos cognitivos. A criatividade pode e deve ser uma ferramenta das micro e pequenas empresas, pois, sem ela, será cada vez mais difícil sobreviver num mundo repleto de desafios que, pouco tempo atrás, não poderíamos nem imaginar. Atrelada à criatividade está a inovação, ocorrendo sempre que algo é criado para melhorar um sistema. CRIATIVIDADE E COMPETITIVIDADE Para o desenvolvimento de uma empresa competitiva, faz-se necessário motivar a iniciativa criativa permitindo assim, grande liberdade de ação individual, o que nos leva a obtenção de objetivos e metas pré-determinados. Todos na empresa devem ter metas a atingir para que possam crescer com seus êxitos e eventuais insucessos. A competitividade da indústria e dos serviços tornou-se uma das preocupações centrais nos dias de hoje por estar diretamente associada à capacidade da economia de preservar, gerar ou minimizar a redução de postos de trabalho. No final do século XX, a busca da competitividade levou as empresas a se reorganizarem, alterando seus processos de produção para formas mais eficientes. À medida que o mundo integra seus mercados e que a competição torna-se um fenômeno, em escala mundial, as empresas necessitam observar quais fatores deveriam ser considerados para maximizar suas chances de sucesso e a sobrevivência não só no curto prazo, mas, e principalmente, num horizonte mais distante. Nesse aspecto, as empresas definem novos padrões produtivos, adquirem qualidade, estabelecem novas prioridades, aumentam fluxos de capitais e agilizam tecnologias de informação e comunicação, favorecendo intercâmbios de idéias, de pessoas, e de imagens, entre outras. Para tanto, deverão desenvolver estratégias para obter vantagem competitiva em relação à guerra de mercado com outras organizações. Na visão moderna do gerenciamento, todos na empresa, sem exceção, devem gerenciar. Cada pessoa na empresa deve ter, constantemente, metas a serem atingidas. Isto não só é a principal força do aprendizado, mas é, também, a fonte de um ambiente saudável e humano dentro da organização. A Solução de Problemas, estendida a todas as pessoas da organização, permite um desabrochar de criatividade em toda empresa. Quando clientes se posicionam e exigem produtos e serviços de custo baixo e alta qualidade, por exemplo, as empresas criativas aproveitam a dica do mercado e aplicam novas práticas e estratégias. Se um mesmo produto ou serviço, de qualidade e preço similares é negociado por empresas concorrentes, que diferencial devem apresentar para garantir seu espaço no mercado? É fundamental que empresários, administradores e líderes abordem esta questão como um problema que deve ser resolvido sob a ótica da criatividade, sendo a criatividade dos funcionários que desenvolverá novos produtos, melhorará os existentes, reduzirá custos, simplificará os sistemas, processos e identificará novas oportunidades de negócios. O desenvolvimento do comportamento criativo se estabelece, entre outras vertentes, quando os estímulos circunstanciais são os de “necessidade de solução” (PREDEBON, 2001), desta forma, as pessoas criativas conseguem multiplicar suas alternativas e chegar a grandes idéias. Aquelas que não estão acostumadas a pensar criativamente não sabem como fazer isso ou acham que é impossível, ou pior ainda, rotulam-se de não criativas. Destaca-se, então, que o potencial criativo pode ser recuperado e desenvolvido através de técnicas de geração de idéias e treino, visto que, uma das habilidades mais valorizadas nas empresas modernas, é a facilidade com que os profissionais geram quantidades de novas idéias. Isto não quer dizer que todas, ou a maioria delas, serão aproveitáveis. Mas quanto maior o número de idéias criadas e avaliadas, maiores as chances de chegarmos a uma grande idéia. As empresas que já se conscientizaram de que a Inovação é o único meio para se manterem competitivas no mercado estimulam a criatividade de seus funcionários para obterem uma grande quantidade de idéias. Outras empresas utilizam também os seus clientes e fornecedores como fontes de idéias; no entanto, isto não basta. O primeiro passo é preparar todos os funcionários para pensarem criativamente, afinal, não importa o nível hierárquico. Qualquer ser humano pode ter uma grande idéia (HARMAN & HORMANN, 1990). EDUCAÇÃO E COMPETITIVIDADE: O APRENDER A APRENDER Numa visão moderna da educação, e isto é válido para a educação empresarial, temos que educar as pessoas para "aprender a aprender". O funcionário ideal não é aquele que tem mais conhecimentos acumulados, mas sim aquele que sabe resolver problemas. “O valor de uma pessoa reside na sua criatividade e em sua capacidade de resolver problemas” (FERNANDES, 1998). O processo de aprender a aprender coletivamente não nos foi instigado pela maioria dos sistemas escolares: crescemos sem saber o que é trabalhar e aprender em grupo. Assim, chegar a um alinhamento com um conjunto de pessoas e criar conhecimento/saber com elas é um árduo desafio. A educação é o foco para a competitividade, pois a melhor fonte de oportunidade satisfatórias e suficientes de trabalho dentro desta gama muito variada de atividades que estamos vivendo é a sociedade que aprende e evolui com consciência (HARMAN & HORMANN, 1990). Os gestores precisam do envolvimento de todas as pessoas da organização na edificação de uma cultura de aprendizagem coletiva e por outro lado têm que estar preparados para responder às expectativas, geradas por eles nessas pessoas, de influência nas decisões e práticas da empresa. Para criar organizações que aprendem, devemos entender os acordos não aparentes que temos feito sobre a maneira como nos agrupamos. Em vez de focar em programas de treinamento ou estruturas relacionadas à aprendizagem organizacional, precisamos primeiro explorar os acordos que as pessoas têm usado para se organizarem, uma vez que é através de tais acordos que nossas organizações tomam forma. Sendo assim, faz-se necessário que o trabalho não mais seja distribuído em tarefas fragmentadas e individualizadas, mas sim organizado em grupos que administrem conjuntos de tarefas, as denominadas por Tenório (2000) de “pequenas ‘ilhas’ de trabalhadores”. A aprendizagem pode ser entendida como um processo de mudança que é influenciado por diversos estímulos, podendo ou não alterar o comportamento do indivíduo. Senge (1990) apresenta o processo de aprendizagem como um ciclo contínuo, composto por aptidões e habilidades, conhecimentos e sensibilidade, atitudes e crenças. A partir do desenvolvimento destes elementos altera-se a compreensão do indivíduo, alterando os comportamentos mentais, através da interpretação da realidade, transformando-se, assim, a aprendizagem num ciclo reforçador do conhecimento. Salienta-se que, em uma organização, o processo de aprendizagem ocorre em três níveis, respectivamente: nível do indivíduo, do grupo e da organização. O conhecimento trata-se de um recurso que, se bem gerenciado, pode ser utilizado para melhorar o desempenho da empresa através do estímulo à aprendizagem organizacional, assim sendo, o conhecimento da empresa é “fruto das interações que ocorrem no ambiente de negócios e se desenvolve através do processo de aprendizagem” (OLIVEIRA Jr, 2001). O conhecimento pode ser desenvolvido interna ou externamente pela empresa ou através de relações de parcerias com empresas, universidades ou instituições externas às organizações, levando a possibilidade concreta de integração entre empresa e escola, surgindo assim, as Universidades Corporativas. AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA As Universidades Corporativas surgem a partir da mudança do paradigma da administração taylorista/fordista para a gestão flexível, impactando diretamente na formação de pessoas. Desta forma, a Universidade Corporativa tem em seu papel o desenvolvimento de pessoas e talentos, alinhando-se às estratégias de negócios, transformando-se assim, numa vantagem competitiva. Passamos, então, de uma mera reprodução de trabalho para uma gestão de conhecimentos, como conseqüência deste novo perfil profissional, surgem as áreas de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) das empresas. As tendências de mercado exigem cada vez mais que as pessoas estejam voltadas para o autodesenvolvimento e para uma aprendizagem contínua, fazendo-se necessário, a implementação de sistemas educacionais que privilegiem o desenvolvimento de atitudes e habilidades, não somente o conhecimento técnico. A partir desta perspectiva, surge um novo aspecto de vantagem competitiva sustentável, isto é, o comprometimento da empresa com a educação e o desenvolvimento de pessoas. Nasce, então, a idéia da Universidade Corporativa como sendo um veículo de alinhamento e desenvolvimento de talentos humanos com as metas e estratégias empresariais. Sendo fundamental que as práticas de T&D favoreçam o desenvolvimento do conhecimento criador e do empreendedorismo, volta-se à aprendizagem contínua, trazendo consigo a criação das Universidades Corporativas nas organizações preocupadas com a competitividade de mercado, visto que, esta se trata de um desenvolvimento de talentos e de habilidades para a inovação. Quebra-se, então, a postura da formação específica por área/cargo, aplicada anteriormente pela T&D, passando à gestão por competências propostas pelas Universidades Corporativas, pois, o conceito de universidade corporativa foi o marco da passagem do centro T&D tradicional para uma preocupação mais ampla e abrangente com a educação de todos os funcionários de uma empresa, na prática é a universidade corporativa que traz à tona a nova modalidade de educação corporativa onde as empresas criam um sistema de aprendizagem contínua e todos aprendem e trabalham, compreendendo e criando novas soluções para obtenção de metas e objetivos da empresa. As empresas estão percebendo a rápida obsolescência do conhecimento e a necessidade de não somente assimilar conhecimentos vinculados aos negócios da empresa, mas também de gerá-los, obrigando-se, assim, a implantação da gestão do conhecimento, promovida pelas Universidades Corporativas. “Aprender é um processo auto-organizativo no sentido de criação do novo”. (ASSMANN, 1998), vinculando-se este processo, também, à inteligência que para muitos estudiosos é capacidade para solução de problemas abstratos, ou ainda, a capacidade para distinguir problemas dignos de serem solucionados através de boas soluções, não somente de soluções aceitáveis, envolvendo o comportamento social. A inteligência está, também no saber se relacionar em grupo, isto é, na habilidade de se relacionar com o outro. Destaca-se que o estudo da inteligência não será completo se não for levado em conta os avanços tecnológicos e estruturais da sociedade, pois a inteligência não pode ser vista como uma capacidade global aplicada em todos os ambientes e sim como a capacidade de manejar uma tarefa complexa, situada num contexto específico. CONCLUSÃO As definições contempladas na metodologia de pesquisa relatam a maneira de condução determinada neste estudo, demonstrando classificações, desenhos, etapas e os passos que compõem a pesquisa. Assim, para obtenção dos resultados esperados no estudo, descritos no desenvolvimento do presente artigo, optou-se como estratégia metodológica pela utilização das pesquisas: Bibliográfica, objetivando o levantamento do que já foi escrito e publicado sobre o tema; Explicativa, visando a identificação dos fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, o que possibilitou o aprofundamento do conhecimento da realidade; e, como estratégia após a determinação do objeto de estudo, selecionaram-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definindo-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto, sendo esta a Pesquisa Experimental. A aprendizagem organizacional é muito mais complexa do que a aprendizagem individual, pois ocorre, em grande parte, em uma série de momentos individuais que os funcionários têm diariamente e depende da disposição dos organizacionalmente envolvidos para que se processe de forma eficiente e eficaz. É preciso que haja um estímulo freqüente à troca de informações entre todos os colaboradores da organização para que a transferência de informações, que se dará através da comunicação entre eles, resulte na formação de uma forte equipe de trabalho, onde a responsabilidade de criar um novo conhecimento é mútua, e não somente de um departamento específico. Afinal, conforme Reis e Carvalho apudt Bastos (2002), “o estímulo à inovação também acontece com a delegação de tarefas e confiança no funcionário em executá-la”. Criar uma cultura competitiva é tão importante quanto conceber estratégias inteligentes, afinal, a cultura é um foco que, muitas vezes, não é levado em consideração nos balanços das empresas; e quando aparecem, é tratado como um agente passivo ao desenvolvimento, ou seja, é tratado como uma fonte de conflitos e não de sinergia. A visão empresarial não está mais na fomentação de estratégias competitivas e sim na implantação de culturas empresariais competitivas. As inovações devem ser vistas como estratégias de sobrevivência, envolvendo não somente as inovações informacionais, mas também, as organizacionais. Tais inovações têm exigido novos comportamentos e ferramentas para seu monitoramento para que sejam, realmente, diferenciais organizacionais, aumentando o potencial interno da organização, bem como, permitindo o aproveitamento de oportunidades internas e externas ao ambiente. Assim, encontramos no contexto de tecnologia e competitividade, dois processos que contribuem para a Gestão de Tecnologias nas Organizações: Vigilância ou Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento. O primeiro é voltado ao meio externo e tem sua função primordial na coleta, tratamento, análise e disseminação de informações internas que possam subsidiar o apoio das decisões no ambiente interno. Já o segundo, é voltado ao meio interno e tem sua preocupação no trabalho em equipes e em rede visando a potencialização do capital intelectual. O processo criativo passa, inevitavelmente, pelo processo de inovação. Sendo a organização inovadora aquele que possui grande capacidade para aprender, isto é, as organizações abertas à autocrítica e que possuam um compromisso verdadeiro com o aperfeiçoamento contínuo. Faz-se necessário destacar que os recursos humanos são fundamentais para o processo de apreensão de conhecimento e de construção de capacidades tecnológicas para a organização, o que a torna competitiva para o mercado. Precisa-se, então, de um colaborador comprometido com a missão e com os objetivos organizacionais, dando a organização oportunidade ao colaborador para ser criativo, para que assim, o mesmo sinta-se responsável pelo processo e tenha liberdade para executá-lo. Cabe ressaltar, que a organização não deve criar um clima ameaçador na expectativa que o colaborador tenha a obrigação de criar e inovar. O papel da liderança torna-se responsável pela qualidade do ambiente de trabalho e na organização de idéias e práticas, tendo em vista que o ambiente influencia diretamente na relação entre aprendizagem organizacional e a expansão da criatividade e deve favorecer a liberdade de expressão, permitindo a autonomia individual, o que conduz a uma liderança participativa. Além do que, as pessoas apresentam idéias criativas a todo instante, todavia, nem sempre as percebem, tendo o líder também que ser sensível a tal percepção. Muitas vezes as pressões surgidas em momentos de crises são positivas para a inovação porque obriga os indivíduos a criarem soluções, porém, a pressão não pode ser exercida pela liderança coerciva, ela deve surgir da necessidade de uma situação, além disso, os indivíduos não podem estar a todo tempo sobre pressão. O processo criativo se dá com o diagnóstico das necessidades, a seguir, o brainstorm – a geração de idéias –, depois a análise da melhor alternativa e, por último, a implantação da idéia, que se bem aproveitada, dentro de um contexto inovador, torna-se uma grande vantagem competitiva. A organização que apresenta a capacidade de proporcionar a seus colaboradores um ambiente aberto à formulação de novas idéias e de troca em equipes e redes possui consigo um grande diferencial competitivo, organizando e gerenciando a Gestão do Conhecimento e as Inovações Competitivas. Os recursos humanos são peças-chave para o processo de retenção de conhecimentos e construção de capacidades tecnológicas, o que se torna uma grande fonte de inovação e competitividade empresarial. Assim sendo, ressalta-se que uma empresa/organização competitiva deve apresentar como uma de suas características básicas, dirigentes que não conduzam a organização de forma estanque e imutável e sim, profissionais capazes de aderir às mudanças de acordo com as tendências do mercado global, através de estratégias competitivas, que reajam de forma rápida e circunstancial aos eventos, harmonizando seu ambiente para garantir a competitividade da organização. REFERÊNCIAS ASSMANN, Hugo. Reencantar a Educação: rumo à sociedade aprendente. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1998. BASTOS, João Augusto Souza Leão de Almeida (Org.). Capacitação Tecnológica e Competitividade: o desafio para a empresa brasileira.Curitiba: IEL/PR, 2002. DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1993. FERNANDES, Cardoso Maury. Criatividade: Um Guia Prático – Preparandose para as Profissões do Futuro. São Paulo: Futura: 1998. GALBRAITH, Jay R.; LAWLER III, Edward E. & Associados. 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