Coroa-de-cristo

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INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA
TROPICAL E SUBTROPICAL
COROA-DE-CRISTO (Euphorbia milii Des Moulins)
COMO PLANTA DE VASO
CLAUDIA VAAMONDE VILLAR SIQUEIRA
Orientadora: Dra. Arlete Marchi Tavares de Melo
Co-orientador: Dr. Carlos Eduardo F. de Castro
Dissertação submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre
em Agricultura Tropical e Subtropical
Área de Concentração em Tecnologia de
Produção Agrícola.
Campinas, SP
Fevereiro 2009
Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação
do Instituto Agronômico
S618c
Siqueira, Claudia Vaamonde Villar
Coroa-de-cristo (Euphorbia milii des Moulins) como planta de vaso /
Claudia Vaamonde Villar Siqueira. Campinas, 2009. 51 fls.
Orientadora: Arlete Marchi Tavares de Melo
Co-orientador: Carlos Eduardo F. de Castro
Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Produção Agrícola) –
Instituto Agronômico
1. Floricultura 2. Mercado de flores 3. Caracterização morfológica
4. Enraizamento 5. Avaliação fenotípica I. Melo, Arlete Marchi Tavares de
II. Castro, Carlos Eduardo F. de III. Título
CDD. 635.9
...Foi quando levantei o olhar e vi um esquilo pular de uma grande árvore para outra.
Pareceu-me que ele se lançava para um galho tão distanciado do seu alcance, que o salto
seria um suicídio. De fato, errou o pulo, mas agarrou-se, ileso e tranqüilo, a outro ramo,
alguns metros mais abaixo. Depois, subiu para o seu objetivo.
Centenas de esquilos saltam desse jeito. Se não pretendem passar a vida na mesma
árvore, eles têm de arriscar-se sempre e sempre...
Por Lois Mattox Miller.
iii
À minha família,
OFEREÇO
Ao meu filho Bruno,
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
-
À Dra. Arlete Marchi Tavares de Melo e ao Dr. Carlos Eduardo Ferreira de Castro,
pela orientação, dedicação, credibilidade e atenção em todos os momentos;
-
Ao professor Dr. Cristiano Andrade, pela colaboração e conhecimentos transmitidos
em análises estatísticas;
-
Ao Instituto Agronômico, pela acolhida e oportunidade de realizar o curso de
mestrado;
-
Aos docentes e funcionários da Pós-Graduação do IAC, pelos ensinamentos e apoio
no decorrer do curso;
-
Aos amigos Valéria, Rebeca e José Rodrigues, pelo companheirismo, solidariedade,
apoio e colaboração;
-
À Comunidade Santa Rita de Cássia, por permitir oficialmente a minha participação
neste curso de mestrado e pela doação de vasos e composto orgânico, materiais
imprescindíveis à execução deste trabalho.
v
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................
ÍNDICE DE FIGURAS .........................................................................................
RESUMO ..............................................................................................................
ABSTRACT ..........................................................................................................
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................
2 REVISÃO DE LITERATURA ..........................................................................
2.1 A Coroa-de-cristo e Seus Usos .......................................................................
2.1.1 Origem e aspectos botânicos ........................................................................
2.2 Planta de Vaso .................................................................................................
2.3 Propagação por Estacas ...................................................................................
2.4 Substratos e Recipientes ..................................................................................
2.4.1 Substratos para o enraizamento ....................................................................
2.4.1.1 Tipos de substratos mais usados para a propagação .................................
2.5 Critérios de Avaliação como Plantas de Vaso ................................................
3 MATERIAL E MÉTODOS ...............................................................................
3.1 Etapa 1 - Caracterização Morfológica dos Acessos ........................................
3.1.1 Características do caule ................................................................................
3.1.1.1 Hábito de crescimento ...............................................................................
3.1.1.2 Ramificação do caule ................................................................................
3.1.1.3 Diâmetro do caule .....................................................................................
3.1.2 Características da folha ................................................................................
3.1.2.1 Persistência e caducidade ..........................................................................
3.1.2.2 Tamanho da folha ......................................................................................
3.1.3 Número de flores ..........................................................................................
3.1.4 Altura da planta ............................................................................................
3.2 Etapa 2 - Enraizamento de Estacas .................................................................
3.3 Etapa 3 – Adequação da Coroa-de-cristo para Cultivo em Vaso ....................
3.3.1 Avaliação do material vegetal ......................................................................
3.3.1.1 Conjunto 1 .................................................................................................
3.3.1.2 Conjunto 2 .................................................................................................
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................
4.1 Caracterização Morfológica dos Acessos .......................................................
4.2 Enraizamento de Estacas .................................................................................
4.3 Adequação da Coroa-de-cristo para Cultivo em Vaso – Conjunto 1...............
4.3.1 Altura da planta ............................................................................................
4.3.2 Número de brotações por planta ..................................................................
4.3.3 Persistência de flores e folhas ......................................................................
4.4 Adequação de Coroa-de-cristo para Cultivo em Vaso – Conjunto 2 ..............
4.4.1 Condição fitossanitária e nutricional ............................................................
4.4.2 Necessidade de condução .............................................................................
4.4.3 Agressividade ...............................................................................................
4.4.4 Atratividade da flor ......................................................................................
4.4.5 Preenchimento de vaso .................................................................................
4.4.6 Atratividade da planta ..................................................................................
4.4.7 Avaliação geral .............................................................................................
4.5 Considerações Finais ......................................................................................
5 CONCLUSÕES ................................................................................................
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................
vii
viii
ix
x
1
2
2
2
4
4
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9
10
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13
13
13
13
14
14
15
15
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15
16
16
19
19
19
19
22
22
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31
33
37
39
39
41
41
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43
43
44
47
49
50
vi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 -
Tabela 6 Tabela 7 -
Tabela 8 -
Tabela 9 -
Tabela 10 -
Tabela 11 -
Tabela 12 -
Tabela 13 -
Tipos de hábito de crescimento de genótipos de coroa-de-cristo
(E. milii) com as respectivas notas e imagens ilustrativas................
14
Número de flores por inflorescências de genótipos de coroa-decristo (E. milii) com as respectivas notas e imagens ilustrativas......
15
Resultados da análise química do composto orgânico utilizado no
experimento.Campinas, 2007............................................................
18
Avaliação de genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii)
cultivados em condição de vaso .......................................................
20
Caracterização morfológica e nota respectiva de 67 acessos de
coroa-de-cristo (E. milii), da coleção do Centro de Horticultura –
IAC. Campinas, 2007 .......................................................................
24
Descrição de genótipos de coroa-de-cristo (E. milii) com potencial
para o cultivo em vasos, com base na caracterização morfológica ..
26
Quadrados médios da porcentagem de enraizamento e do
comprimento de raiz de nove genótipos selecionados de coroa-decristo (E. milii) cultivados em areia e composto orgânico.
Campinas, 2007 ................................................................................
28
Quadrado médio do desdobramento de genótipos dentro de cada
nível de substrato relativos à porcentagem de enraizamento e ao
comprimento de raiz de nove genótipos selecionados de coroa-decristo (E. milii) cultivados em areia e composto orgânico.
Campinas, 2007 ................................................................................
28
Média geral de porcentagem de enraizamento e comprimento de
raiz e médias de porcentagem de enraizamento e comprimento de
raiz de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii)
cultivados em areia e composto orgânico. Campinas, 2007 ............
29
Altura de planta aos 60 dias após o plantio de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em dois
tamanhos de vaso. Campinas, 2007..................................................
32
Número de brotações por planta aos 60 e 120 dias após o plantio,
de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii)
cultivados em dois tamanhos de vaso. Campinas, 2007 ..................
34
Quadrado médio das características avaliadas dos nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) em condições de cultivo
em dois tipos de vaso (vaso 20 e vaso 15). Campinas, 2008 ...........
39
Notas de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii)
como planta de vaso. Campinas, 2009 .............................................
45
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 -
Figura 5 -
Figura 6 -
Figura 7 -
Figura 8 -
Figura 9 -
Figura 10 -
Figura 11 -
Figura 12 -
Figura 13 -
Figura 14 -
Figura 15 -
Preparo das estacas de nove genótipos selecionados de coroa-decristo (E. milii) para plantio em dois tipos de substratos .................
Experimento de enraizamento de estacas de nove genótipos de
coroa-de-cristo (E. milii) em areia e composto orgânico .................
Genótipos de coroa-de-cristo (E. milii) selecionados para
avaliação de adequação para cultivo em vaso. Campinas, 2007 ......
Porcentagem de enraizamento e comprimento de raiz de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em
areia e composto orgânico. Campinas, 2007 ...................................
Resposta diferenciada do genótipo 3 de coroa-de-cristo (E. milii)
ao enraizamento de estacas em areia e composto orgânico.
Campinas, 2007 ...............................................................................
Altura da planta aos 60, 120 e 540 dias após o plantio, de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em
vasos 20 (A) e 15 (B). Campinas, 2008 ...........................................
Número de brotações por planta aos 60 e 120 dias após o plantio,
de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii)
cultivados em vasos 20 (A) e 15 (B). Campinas, 2008.....................
Número de inflorescências por broto (A) e número de brotos por
planta (B) aos 540 dias após o plantio, de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii), cultivados em vaso 20.
Campinas, 2008 ...............................................................................
Número de inflorescências por broto (A) e número de brotos por
planta (B) aos 540 dias após o plantio, de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em vaso 15.
Campinas, 2008 ...............................................................................
Número de plantas com flores aos 60 e 120 dias após o plantio, de
nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii),
cultivados em vaso 20 (A) e vaso 15 (B). Campinas, 2008 .............
Número de plantas com folhas aos 60 e 120 dias após o plantio, de
nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii),
cultivados em vaso 20 (A) e vaso 15 (B). Campinas, 2008 .............
Número de botões por planta aos 540 dias após o plantio, de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii). cultivados em
vaso 20 (A) e vaso 15 (B). Campinas, 2008 ....................................
Número de flores aos 540 dias após o plantio, de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii), cultivados em vaso 20
(A) e vaso 15 (B). Campinas, 2008 .................................................
Condição fitossanitária e nutricional (A), necessidade de condução
(B), agressividade (C), atratividade da flor (D), preenchimento de
vaso (E) e atratividade da planta (F) aos 540 dias após o plantio,
de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii),
cultivados em dois tipos de vasos. Campinas, 2008 ........................
Genótipos de coroa-de-cristo (E. milii) adequados ao cultivo em
vaso 20 e vaso 15. Campinas, 2008 .................................................
17
18
27
30
30
33
35
36
36
37
37
38
38
40
46
viii
SIQUEIRA, Claudia Vaamonde Villar. Coroa-de-cristo (Euphorbia milii Des
Moulins) como planta de vaso. 2009. 51 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da
Produção Agrícola) – Pós-Graduação – IAC.
RESUMO
O trabalho teve por objetivos caracterizar morfologicamente, avaliar o enraizamento das
estacas em substrato e selecionar genótipos com adequação para cultivo em vaso de 67
acessos da coleção de coroa-de-cristo (Euphorbia milii Des Moulins) do Centro de
Horticultura – IAC, de forma a ampliar a oferta de produtos para o mercado de
floricultura. A experimentação foi desenvolvida em três etapas sendo que, na primeira,
fez-se a caracterização morfológica e a seleção dos melhores genótipos. Na segunda
etapa, avaliou-se o enraizamento de estacas dos genótipos selecionados na primeira
fase. Na terceira etapa, avaliaram-se os genótipos selecionados quanto à sua adequação
como planta de vaso. Para a segunda e terceira etapas, adotou-se delineamento de
blocos inteiramente casualizados, em fatorial 9x2 (genótipo x vaso; genótipo x
substrato), com cinco repetições e cinco estacas por parcela na segunda etapa, e dez
repetições e uma planta por parcela na terceira etapa. Como resultados da caracterização
morfológica, selecionaram-se nove genótipos (3, 6, 36, 38, 52, 54, 58, 60 e 64) que, no
conjunto dos parâmetros avaliados, apresentaram notas iguais ou superiores a sete. Na
avaliação dos substratos (areia e composto), houve diferenças significativas entre os
genótipos para porcentagem de enraizamento (destacando-se os acessos 52 em areia e
36 em composto orgânico). Houve ausência de interação entre os genótipos e os dois
tipos de substrato utilizados. Não houve diferenças estatísticas entre os genótipos para
comprimento de raiz entre os dois substratos. Na terceira etapa, verificou-se que os nove
genótipos selecionados mostraram-se adequados para o cultivo em vaso, atendendo às
características desejadas para essa finalidade.
Palavras-chave: floricultura, mercado
enraizamento, avaliação fenotípica.
de
flores,
caracterização
morfológica,
ix
SIQUEIRA, Claudia Vaamonde Villar. Crown-of-thorns (Euphorbia milii Des
Moulins) as potted-plant. 2009. 51 f. Dissertation (Master in Tropical and Subtropical
Agriculture) – Post-graduation – IAC.
ABSTRACT
The study aimed to characterize morphologically, to evaluate the rooting of cuttings in
substrate and selecting genotypes with suitability for cultivation in pot of 67 accessions
ofrom the collection of crown-of-thorns (Euphorbia milii Des Moulins) of the Centro de
Horticultura - IAC, in order to expand the supply products to the market. The
experiment was developed in three phases. In the first one it was carried out the
morphological characterization and selection of the best genotypes using a note scale
from 1 to 10. In the second phase it was evaluated the rooting cuttings of selected
genotypes in the first phase. In the third stage were evaluated the genotypes selected for
pots suitability production. For the second and third phases was used a completely
randomized block design with factorial 9x2 (genotype x pot; genotype x substrate), with
five replications and five cuttings per plot in the second phase, and ten replications, and
one plant per plot in the third phase. As a result of the morphological characterization,
nine genotypes were selected (3, 6, 36, 38, 52, 54, 58, 60 and 64) which showed notes
equal to or greater than seven in all evaluated parameters. For substrates evaluation
significant differences were found between genotypes for percentage of rooting (and the
accesses 52 and 36 showed an outstanding performance in sand and organic compost
cultivation, respectively). There was no interaction between genotypes and the two
types of substrate used. There were not statistical differences between the genotypes for
the root length for the two substrates. In the third phase, it was found that the nine
selected genotypes showed to be suitable as potted-plant considering the desired
characteristics for this purpose.
Key words: floriculture, flower market, morphological characterization, rooting,
phenotypic evaluation.
x
1 INTRODUÇÃO
O volume de negócios da floricultura nacional é expressivo e tem aumentado
muito nos últimos anos, atingindo R$ 2 bilhões em 2007. Além de sua importância
econômica, a floricultura brasileira ocupa 5.260 ha de área com o cultivo de flores e
plantas ornamentais, distribuído em cerca de 3.500 propriedades rurais. A atividade é
responsável por mais de 26.000 empregos diretos no campo e outros 40.000 nos demais
elos de sua cadeia produtiva: fornecimento, distribuição, transporte, comércio varejista e
arte floral.
A floricultura se faz presente também nas exportações. Contribuiu, em 2007,
com cerca de US$ 35,28 milhões na balança comercial brasileira (JUNQUEIRA &
PEETZ, 2007).
Na produção brasileira oriunda da floricultura, 60% são de flores de corte e os
outros 40% representam as plantas ornamentais envasadas ou para jardins.
As plantas comercializadas em vaso são classificadas como produto pronto para
uso. Tem-se observado um aumento de consumo decorrente da maior vida útil das
plantas nessa condição, bem como pelo potencial de exploração de maior gama de
produtos. Desse modo, a introdução de novos produtos é de grande importância para a
floricultura brasileira, pois cria novas opções de comércio e estimula o consumo.
Entre as várias espécies que têm seu uso reconhecido ou potencial para o cultivo
em vasos incluem-se aquelas da família Euphorbiaceae, dos gêneros Codiaeum (cróton),
Jatropha e Euphorbia. O gênero Euphorbia é constituído de várias espécies,
destacando-se E. pulcherrima Willd ex Klotz., a poinsétia ou bico-de-papagaio,
utilizada como planta ornamental para jardins e como planta de vaso, e E. milii Des
Moulins, a coroa-de-cristo, utilizada no Brasil apenas como planta ornamental para
jardins, com a função de proteção e segurança, pelo fato de possuir muitos espinhos no
caule (HUXLEY et al., 1999).
No panorama mundial, o interesse por coroa-de-cristo para o cultivo em vasos
tem crescido muito e novas cultivares são rotineiramente disponibilizadas, provenientes
de cruzamentos naturais ou induzidos, nos Estados Unidos, Alemanha e Tailândia. Os
programas de melhoramento voltados para essa espécie visam à obtenção de plantas
com flores de cores diversas, compactas e eretas, uma vez que as cultivares mais
disseminadas no mercado apresentam caules retorcidos que atingem entre 1,0 e 1,2 m de
1
altura, características pouco atrativas para o cultivo em vaso (MCLAUGHLIN &
GAROFALO, 2002). No Brasil, o seu cultivo como planta de vaso é praticamente
desconhecido, situação que pode ser atribuída a quase inexistente oferta de cultivares
com características adequadas a esse emprego.
O Centro de Horticultura, do Instituto Agronômico de Campinas, em 1987, por
intermédio do pesquisador Luiz Antonio Ferraz Mathes, introduziu diversos genótipos
de E. milii oriundos de viveiros dos Estados Unidos e da coleção de Roberto Burle
Marx, localizada no Rio de Janeiro.
Essa coleção foi identificada e vem sendo mantida em telado recoberto com tela
branca. Nessas condições, ocorreram cruzamentos naturais originando novos genótipos
que totalizaram 67 até 2006.
Decorrente da importância que E. milii vem conquistando no mercado como
planta de vaso e da necessidade constante de desenvolvimento de novos produtos para o
mercado nacional, tem-se como objetivos desse trabalho:
1. Caracterizar morfologicamente os genótipos de coroa-de-cristo da coleção mantida
no Centro de Horticultura, IAC.
2. Avaliar o enraizamento de estacas dos genótipos selecionados para produção em
vaso, em substratos diferentes.
3. Selecionar genótipos com adequação para cultivo em vaso.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2. 1 A Coroa-de-Cristo e Seus Usos
2.1.1 Origem e aspectos botânicos
A coroa-de-cristo, nativa da Ilha de Madagascar segundo MCLAUGHLIN &
GAROFALO (2002), é também conhecida popularmente no Brasil como “colchão de
noiva”, “dois irmãos”, “bem-casados”, coroa-de-espinhos”, "martírios", "duas amigas",
"coroa-de-nossa-senhora" entre outras denominações. Seu nome científico, Euphorbia
milii, foi proposto por Des Moulins, sendo milii em homenagem ao Barão PierreBernard Milius, governador francês da Ilha de Bourbon, atual Ilha Reunião, que levou
algumas dessas plantas para o Jardim Botânico de Bordeaux, em 1821. Euphorbia alude
a Euphorbus, médico grego do rei Juba II (cerca de 50 A.C a 19 D.C) da Numidia, atual
2
Argélia. O rei Juba foi o primeiro coletor dessa suculenta, denominando-a Euphorbia.
Existe uma lenda de que o caule dessa espécie foi usado em Cristo no momento da sua
crucificação. Os caules dessa planta são flexíveis e podem ser interligados como uma
coroa. Existem evidências de que espécies nativas de Madagascar tenham sido levadas
para o Oriente Médio antes da época de Cristo.
Ainda segundo MCLAUGHLIN & GAROFALO (2002), a espécie E. milii
integra a família Euphorbiaceae que compreende, em diversos gêneros, mais de 2000
espécies. Os gêneros mais conhecidos da família são Euphorbia (poinsétia e coroa-decristo), Codiaeum (cróton), Ricinus (mamona), Hevea (seringueira) e Manihot
(mandioca).
A maioria das espécies distribuídas nos gêneros dessa família possui, em seus
tubos lactíferos, uma seiva branca denominada látex (OMBRELLO, 2003). Esse látex
pode produzir dermatite grave em indivíduos suscetíveis. Geralmente, se ingerido em
grande quantidade, pode ser venenoso. No passado, apesar de suas propriedades tóxicas,
foi utilizado para fins medicinais. O látex contribui também para a proteção das plantas
contra inimigos naturais (OMBRELLO, 2003).
Segundo HUXLEY et al. (1999), a coroa-de-cristo é classificada como arbusto
perene, suculento e lactescente, podendo atingir 1,8 m de altura, muito ramificado, com
ramos compridos e contorcidos, providos de numerosos espinhos, com até 3,0 cm de
comprimento. É tolerante à seca e de fácil cultivo, sendo muito utilizada no paisagismo
subtropical e tropical.
O enfolhamento é iniciado nos ramos jovens e a planta pode desfolhar
completamente em condições de estresse. Tem folhas alternas simples inteiras,
obovadas e/ou espatuladas, glabras, membranosas e pecioladas, com até 3,5 cm de
comprimento e 1,5 cm de largura. O seu florescimento é contínuo, ocorrendo
praticamente o ano todo. As flores unissexuais estão reunidas em inflorescências tipo
ciátio, longo-pedunculadas com brácteas de cores variadas, com até 12 mm de largura e
invólucro campanulado com cinco glândulas apicais. Surgem geralmente nos ramos
novos, sozinhas ou em pares (HUXLEY et al., 1999).
No Brasil, a coroa-de-cristo é utilizada apenas em jardins pelo seu valor
ornamental e por sua agressividade, que permite o seu uso como proteção de divisas.
3
2.2 Plantas de Vaso
O sucesso comercial de uma nova planta envasada, não depende apenas de sua
qualidade estética e da facilidade de produção, mas também da durabilidade de pósprodução, o que vai garantir a aceitação do produto pelo consumidor1.
O cultivo de plantas em vasos depende de vários fatores a começar pelo
melhoramento genético e seleção de materiais mais produtivos, resistentes a pragas e
doenças, adaptados a diferentes climas e que garantam a introdução de novidades no
mercado. Envolve o emprego de técnicas de produção, específicas para cada espécie,
que vão desde estruturas especializadas ao uso de recipientes e substratos1.
Em um mercado saturado por culturas tradicionais, espécies não usuais ou
aquelas apresentadas de uma nova forma despertam a curiosidade e estimulam o
consumo, o que faz da novidade um componente importante da estratégia de
marketing1.
2.3 Propagação por Estacas
Segundo MACLAUGHLIN & GAROFALO (2002), a coroa-de-cristo pode ser
propagada por meio de sementes, enxertia e estaquia. A propagação via estaquia é
relativamente fácil e rápida, sendo a mais utilizada.
A estaca é a parte de um ramo, raiz ou folha que é retirada da planta original
com a finalidade de gerar uma nova planta. Ela é colocada em algum tipo de substrato e
onde formará raízes e crescerá, transformando-se em uma nova planta, geneticamente
idêntica a planta que lhe deu origem. A multiplicação por estacas é um método útil de
propagação de plantas que produzem ou não sementes, ou de espécies de plantas que
são difíceis de serem obtidas por meio de sementes (HILL, 1996).
Para as espécies que são facilmente propagadas, a estaquia apresenta diversas
vantagens: necessidade de pouco espaço, obtenção de grande número de mudas
(plantas) a partir de poucas matrizes; ser um método rápido, simples e barato e não
exigir o uso de técnicas especiais como a enxertia, bem como a planta matriz ser
reproduzida exatamente sem alterações genéticas (HILL, 1996).
1
GRAZIANO, T.T. Comunicação pessoal.
4
A condição nutricional da planta matriz e seu estado de sanidade são essenciais
para o enraizamento. De acordo com PRESTON et al. (1953), há evidências de que o
estado nutricional da planta matriz exerça influência sobre o desenvolvimento de raízes
e ramos nas estacas dela originadas. A condição da estaca é dada pelos níveis de
carboidrato e nitrogênio, ou relação entre carbono e nitrogênio. Essa relação é
particularmente importante para estacas de plantas perenes ou decíduas, onde é
imprescindível a existência de um elevado nível de produtos elaborados e um baixo
nível de nitrogênio livre ou solúvel. Freqüentemente, os efeitos da nutrição de plantas
matrizes no enraizamento de estacas são de difícil demonstração. Entretanto, um
programa de adubação deve assegurar que a planta receba uma fertilização balanceada e
que excesso de nitrogênio não seja aplicado no final do estádio de crescimento. O
nitrogênio é exigido no início e e durante a fase de crescimento visando estimular e
promover o desenvolvimento contínuo dos ramos. Deve ser ressaltado, contudo, que o
enraizamento pode ser inibido se o nível de nitrogênio for muito alto. O potássio
também assume grande importância na última fase do crescimento.
Ainda segundo PRESTON et al. (1953), o material mais adequado para a
confecção de estacas, pode ser determinado pela firmeza dos ramos, que indica o teor de
carboidratos da planta. De modo geral, as plantas matrizes devem apresentar um
vigoroso desenvolvimento e, por ocasião da retirada das estacas, não deve estar em fase
de florescimento.
Os fatores ambientais que afetam o enraizamento de estacas são a temperatura, a
umidade, a luz e o ar. O enraizamento da maioria das estacas de espécies herbáceas e
lenhosas é acelerado pelo calor, influência expressa na diminuição do tempo requerido
para o processo e elevada porcentagem de raízes obtidas. Nos locais de enraizamento,
temperaturas diurnas de 21-27 ºC e noturnas de 15 ºC são satisfatórias para promover o
enraizamento na maioria das espécies. Contudo, temperaturas demasiadamente altas
devem ser evitadas, pois estimulam o desenvolvimento das gemas antes do
desenvolvimento das raízes provocando a perda de água pelas folhas (PRESTON et al.,
1953).
PRESTON et al. (1953) relata que o suprimento de água adequado e uniforme é
essencial para o enraizamento. Além do suprimento uniforme de água para o substrato,
a manutenção de alta umidade no ar é benéfica para o processo. A importância da
umidade relaciona-se com sua influência na turgidez das estacas e com a eficiência das
funções fisiológicas de absorção, translocação e fotossíntese.
5
Em todos os tipos de crescimento, a luz é de primordial importância por ser a
fonte de energia para a fotossíntese. A intensidade de duração da luz deve ser de
magnitude suficiente para que se produzam carboidratos em quantidade superior à usada
pela respiração. De acordo com STOUTEMYER & CLOSE (1946), o fotoperíodo sobre
o qual ocorre o enraizamento também tem efeito sobre a iniciação de primórdios
radiculares, sendo os dias longos, os mais eficientes em promover a emissão de raízes.
A época do ano em que são feitas as estacas também exerce influência no
enraizamento devendo ser consideradas as estações de repouso ou estação de
crescimento, conforme os hábitos da planta matriz. Estacas semi-lenhosas ou herbáceas
podem ser preparadas durante a estação de crescimento, utilizando-se ramos túrgidos ou
parcialmente maduros (STOUTEMYER & CLOSE, 1946).
Além dos fatores ambientais, existem grandes diferenças entre espécies na
capacidade de enraizamento de estacas, sendo vários os fatores que condicionam o êxito
do processo. Segundo MACDONALD (1968), esses fatores podem ser divididos em
dois grupos principais:
-
Os que ocorrem antes da obtenção das estacas (pré-remoção) como juvenilidade,
condição fisiológica da planta matriz, localização das estacas na planta matriz,
estiolamento e época do ano;
-
Os que ocorrem posteriormente à confecção de estacas (pós-remoção) como o
manuseio, a polaridade e as lesões nos tecidos.
O local de obtenção de estacas na planta matriz, segundo MACDONALD
(1968), influencia a sua qualidade posterior, a capacidade de enraizamento e o hábito de
crescimento da planta regenerada. O efeito mais acentuado correlato ao local de
obtenção de estacas na planta matriz é visualizado na mudança de hábito resultante do
padrão de crescimento subseqüente ao enraizamento da estaca em certas espécies. O
fator juvenilidade aumenta do centro para a base das plantas matrizes, com estacas
retiradas desses locais enraizarão mais facilmente. Entretanto, a qualidade dessas
estacas poderá ser ruim se houver superbrotamento e falta de luz. Por outro lado, estacas
obtidas de locais muito próximos ao solo se tornam mais suscetíveis a infecções por
microorganismos.
Em grande parte das plantas, segundo HARTMANN & KESTER (1975), a
formação de raízes ocorre após a confecção das estacas. Em estacas caulinares
herbáceas, a maioria das raízes adventícias origina-se em grupos de células de paredes
finas ou parenquimotosas, que são capazes de se tornar meristemáticas. Nessas estacas,
6
essas células localizam-se superficialmente entre as faixas vasculares. As raízes iniciais
constituem-se de pequenos agrupamentos de células meristemáticas que, por divisões
contínuas, formam grupos compostos por pequenas células, que darão origem ao
primórdio radicular através de processos de desenvolvimento. A divisão celular
prossegue, com cada grupo de células formando estruturas da extremidade da raiz. O
novo primórdio radicular forma um sistema vascular que se conecta com os feixes
vasculares adjacentes. A extremidade da raiz cresce externamente através do córtex e da
epiderme, emergindo do caule. Desse modo, em um ramo, as raízes adventícias se
originam e crescem em direção ao exterior. Ao se tomar uma estaca pode-se ter grande
diversidade de material abarcando desde ramos terminais bastante suculentos de
crescimento do ano, até estacas lenhosas de muitos anos de idade.
As estacas caulinares constituem o principal tipo de estaca e podem ser lenhosas,
semi-lenhosas ou herbáceas. HARTMANN & KESTER (1976) relataram que as estacas
lenhosas são facilmente preparadas, não perecem facilmente, podem ser armazenadas e
transportadas para longas distâncias e quase não requerem equipamentos ou tratamentos
especiais durante o enraizamento. O material de propagação deve ser oriundo de plantas
sadias e vigorosas. Essas estacas são preparadas durante a estação de repouso vegetativo
das plantas e devem incluir, no mínimo, dois nós. O tamanho da estaca varia de 0,15 a
1,00 m. A porção terminal da estaca deve ser descartada e a porção basal cortada em
bisel. As porções central e basal fornecem as melhores estacas.
As estacas semi-lenhosas são obtidas de ramos jovens, geralmente, durante o
verão. As estacas possuem comprimento de 0,10 a 0,25 m, mantendo-se as folhas na sua
porção terminal. Quando as folhas são muito longas, deverão ser cortadas ao meio, para
se evitar a transpiração excessiva. Devem ser obtidas no período matutino para
manutenção de turgidez (HARTMANN & KESTER, 1976).
Segundo HARTMANN & KESTER (1976), as estacas herbáceas são
comumente feitas para plantas suculentas. Normalmente, são obtidas de ramos em
estado ativo de crescimento, exigindo manuseio rápido e cuidadoso por ocasião da
coleta, do preparo e do plantio. Possuem de 0,15 a 0,30 m de comprimento, com
manutenção das folhas da porção terminal. Sob condições adequadas, o enraizamento é
rápido e em alta porcentagem. Algumas estacas herbáceas que apresentam exsudados
devem ser mantidas em substratos secos por ocasião do plantio para evitar a incidência
de microorganismos patogênicos. Um sombreamento de 70-80 % é muitas vezes
exigido para assegurar o êxito do processo. São selecionadas durante a fase de
7
crescimento, anteriormente à intensiva lignificação dos tecidos. A propagação por
estacas herbáceas é um método muito comum para a rápida multiplicação de espécies de
fácil enraizamento.
Cuidados especiais devem ser tomados com estacas herbáceas. A coleta deve ser
feita nas primeiras horas do dia durante as épocas de temperatura mais baixa. No
processo de confecção, é importante certificar-se da existência de, no máximo, duas
gemas, responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento subseqüente da espécie a ser
propagada (HARTMANN & KESTER, 1976).
As estacas de coroa-de-cristo, segundo MACLAUGHLIN & GAROFALO
(2002) são preparadas com 7 a 10 cm, retiradas as folhas, submergidas em água para
coagulação do látex e submetidas ao murchamento natural à sombra por 48 horas.
Segundo SARDINHA (2008), as estacas devem incluir dois nós, sendo a parte basal da
estaca logo abaixo do nó e a secção do topo deve ser de 1,3 a 2,5 cm acima do nó.
2.4 Substratos e Recipientes
Os tipos de substrato e recipiente são fatores essenciais no crescimento das
plantas. O substrato é extremamente importante, uma vez que as plantas têm seu sistema
radicular limitado a determinado volume de meio, o qual deve permitir adequado
crescimento e desenvolvimento das mesmas.
Na tecnologia de produção em ambiente protegido para produção de mudas de
qualidade, o substrato é insumo básico, usado em substituição do solo (KAMPF, 2002).
Um substrato ideal seria um material que possuísse uma distribuição harmoniosa
entre as fases sólida, líquida e gasosa, tendo o pH adaptado à cultura, com poder tampão
razoável e constante. Além dos parâmetros físicos como densidade de volume,
porosidade e curvas de retenção de água (FIRMINO, 2002), um bom substrato deve
apresentar: alta capacidade de retenção de água; alto espaço de aeração, mesmo em
estado de saturação hídrica; estabilidade de estrutura ao longo do tempo; alta capacidade
de absorção; boa capacidade de tamponamento contra alterações do pH; ausência de
pragas e agentes patogênicos (ROBER, 2000).
GONÇALVES (1995) relatou que os substratos podem ser de origem animal
(esterco e farinhas de sangue, chifre e cascas), de origem vegetal (xaxim, esfagno, turfa,
carvão, fibra de coco e resíduos de beneficiamento como tortas, bagaços e cascas), de
origem mineral (vermiculita, perlita, granito, calcário, areia, cinasita) e de origem
8
sintética (lã de rocha, espuma fenólica e isopor). Muitos materiais diferentes podem ser
usados, como por exemplo, lodo de esgoto, composto orgânico, argila expandida,
serragem e acículas de pinus.
O uso de diferentes substratos, puros ou de misturas, fica a critério da
disponibilidade, das propriedades físicas, peso e custo (STRINGHETA, 1995).
Em cultivos sem solo, o maior problema agrotécnico é garantir o crescimento da
parte aérea com volume restrito para o desenvolvimento do sistema radicular. O
substrato serve pra fixar a planta, suprir suas necessidade de ar, água e nutrientes e
controlar a microflora (STRINGHETA, 1995).
Segundo SARDINHA (2008) as características de um substrato adequado
aferem-se pelos parâmetros: deve ser leve para a facilidade do transporte, fixar a planta
impedindo rupturas no sistema radicular, apresentar boa capacidade de drenagem e
retenção de água (boa proporção entre matéria orgânica, areia e argila), conter nutrientes
necessários para permitir um bom desenvolvimento e crescimento da planta e ser livre
de patógenos e ervas daninhas.
2.4.1 Substratos para o enraizamento
Segundo KAMPF (2002), a adequação do substrato é imprescindível para o
sucesso do enraizamento de estacas. Apesar dos diversos tipos de substrato disponíveis,
a própria literatura demonstra que os substratos que resultam em melhor enraizamento
são aqueles compostos de areia, ou em alguns casos, de misturas.
A porcentagem de enraizamento e a qualidade das raízes podem, muitas vezes,
se relacionar diretamente com o próprio substrato. Na prática tem sido verificado que
variações no desenvolvimento de raízes, concorrem para a elevação do custo do produto
final, uma vez que estacas não enraizadas ou com desenvolvimento radicular
insuficiente são descartadas (KAMPF, 2002).
Diferentes materiais têm sido usados, alguns de forma isolada, e outros em
combinação com um ou mais produtos alternativos. Os compostos usados no meio de
enraizamento são normalmente de ocorrência natural, embora nos últimos anos tenha
aumentado o interesse por produtos residuais ou supérfluos oriundos da atividade
industrial (GONÇALVES, 1995).
KAMPF (2002) relatou que substratos para enraizamento de estacas têm três
funções principais: sustentar as estacas, proporcionar umidade e permitir a penetração
de ar na porção basal das mesmas.
9
Um meio ideal de enraizamento é aquele que tem suficiente porosidade para
permitir a boa aeração além de elevada capacidade de retenção de água, mas ao mesmo
tempo em que seja muito bem drenado (STRINGHETA, 1995). O estado de sanidade do
substrato também é um fator muito importante.
Segundo STRINGHETA (1995), para a produção de raízes, é indispensável à
existência de oxigênio no substrato, embora as exigências quanto a esse elemento
variem em função das estacas.
Devem ser considerados para a escolha de um substrato: custo, qualidade,
estrutura física do substrato, possibilidade de combinação e padronização (SARDINHA,
2008).
Ainda segundo STRINGHETA (1995), muitos materiais e misturas de diferentes
fontes são úteis para a germinação de sementes e enraizamento de estacas. Para a
obtenção de resultados adequados, as seguintes características devem ser observadas:
a) O substrato deve ser suficientemente firme e denso para manter as estacas e sementes
no local durante o enraizamento ou germinação. Deve reter umidade suficiente para que
as irrigações não precisem ser constantes;
b) deve ser poroso, para promover uma drenagem eficiente;
c) precisa estar isento de sementes de ervas daninhas, nematóides e substâncias tóxicas;
d) não deve ter elevado nível de salinidade;
e) deve poder ser esterilizado sem que suas características sejam alteradas;
f) precisa ter uma adequada disponibilidade de nutrientes;
g) manutenção do pH entre 5,5 e 6,5.
2.4.1.1 Tipos de substratos mais usados para a propagação
a) Solo: dá-se o nome de solo à camada da crosta terrestre que modificada de diversos
modos nas suas propriedades físicas, e na sua composição química, fornece aos vegetais
o suporte em que se firmam e o meio de onde, através de suas raízes, obtém as
substâncias necessárias ao seu desenvolvimento. O solo é composto de materiais nos
estados sólido, líquido e gasoso. Para um desenvolvimento vegetal adequado, esses
materiais precisam se encontrar em proporções ideais. Compõem o solo as frações
argila, silte e areia. As proporções da mistura desses elementos dão aos solos aptidões e
propriedades diversas e facilitam a distinção de seus principais tipos. No solo arenoso
10
predomina a fração areia, existe baixa compacticidade, é altamente permeável à água e
de drenagem fácil (HARTMANN & KESTER, 1976).
b) Húmus: resulta da decomposição de materiais vegetais e animais sob a influência
direta de temperatura elevada e livre contato com o ar. A formação de húmus é
retardada pela ausência de umidade ou pela privação do ar. O húmus absorve e
concentra facilmente o calor do solo e é muito fértil em razão da sua porosidade e
natureza (HARTMANN & KESTER, 1976).
c) Terra vegetal: obtida pela decomposição anaeróbica de vegetais em mistura com o
solo (HARTMANN & KESTER, 1976).
d) Esfagno: tem a propriedade de absorver e armazenar água. Utilizado principalmente
para a alporquia (HARTMANN & KESTER, 1976).
e) Vermiculita: possui elevada capacidade de retenção de água, mantendo o substrato
sob condições ideais de umidade (HARTMANN & KESTER, 1976).
f) Compostos: a reação do solo (ou pH) é a medida da concentração dos íons
hidrogênio no solo. Embora não afete diretamente o enraizamento e emergência das
plântulas, existe uma série de efeitos indiretos incluindo a disponibilidade de nutrientes
às plantas jovens. O pH de 5,5 a 7,0 é considerado ideal para a maioria das plantas. Para
elevar o pH é recomendado o uso de calcário (HARTMANN & KESTER, 1976).
2.5 Critérios de Avaliação como Plantas de Vasos
São escassos os trabalhos publicados que explicitam o uso de critérios objetivos
para a avaliação da aptidão de plantas ornamentais, quer como flor de corte, quer como
planta envasada, ou para uso paisagístico. Até o início deste século, em sua maioria, os
resultados publicados atestavam como um novo produto no setor de flores e plantas
ornamentais, aquele que reunisse beleza.
Uma vez que beleza é uma característica variável altamente subjetiva, outros
indicadores mais objetivos devem ser propostos para avaliações de adequação de uso de
plantas ornamentais. Entre estes atratividade e agressividade vem sendo utilizados por
resultarem de algumas características mensuráveis.
11
Segundo FERREIRA (1986), atratividade é a qualidade do que é atrativo,
daquele ou do que têm poder, eficácia e aptidão de atrair; que incentiva, excita, estimula
e exerce fascinação; e agressividade é a qualidade do indivíduo agressivo, onde
prevalece como componente a disposição para condutas hostis.
Com base nestas definições, um trabalho pioneiro foi desenvolvido no Instituto
Agronômico que propôs o uso de critério de notas para o estabelecimento de parâmetros
objetivos de avaliação que incluíram características de caule e folha, de florescimento,
de ocorrência de pragas e doenças, adaptação a condições diversas de cultivo e
crescimento de plantas para definir o uso de espécies de Costus como plantas de vasos
(GONÇALVES et al., 2005).
12
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido no Centro de Horticultura, do Instituto Agronômico de
Campinas, situado no município de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil, na latitude
23°0'0"S, longitude. 47°8'0"W e, altitude de 780 metros acima do nível do mar.
Os ensaios foram realizados em condição de ambiente protegido, em estrutura
coberta com tela do tipo clarite 50 % e desenvolvidos em três etapas: caracterização
morfológica dos acessos, enraizamento de estacas e adequação para cultivo em vaso.
3.1 Etapa 1 - Caracterização Morfológica dos Acessos
A primeira etapa do trabalho foi constituída da caracterização morfológica de 67
genótipos de E. milii da coleção do Centro de Horticultura – IAC. Avaliaram-se
características da planta relacionadas ao caule, às folhas, às inflorescências e à altura,
atribuindo-se notas específicas e com pesos diferentes para cada observação. Por meio
da avaliação do conjunto de características obteve-se, para cada genótipo, uma nota
entre zero e dez, selecionando-se, para as etapas subseqüentes, aqueles com nota igual
ou superior a sete e com hastes vegetativas suficientes para a retirada de estacas visando
a produção de mudas homogêneas.
3.1.1 Características do caule
Foram determinados e avaliados, em cada genótipo da coleção, o hábito de
crescimento, as ramificações e o diâmetro.
3.1.1.1 Hábito de crescimento
O hábito de crescimento foi considerado um parâmetro de observação seletiva
para a condução de cultivo de coroa-de-cristo em vaso, eliminando-se aqueles genótipos
que apresentaram caule prostrado, característica que dificulta o manuseio e a condução
das plantas. Foi avaliado por meio de notas, utilizando-se o seguinte critério: nota 2,0 –
ereto; nota 0,5 – semiprostrado; nota 0,0 – prostrado (Tabela 1).
Os genótipos com caule semiprostrado, embora requeiram intervenções
adicionais de condução, permaneceram no ensaio, sendo submetido às avaliações
subseqüentes.
13
Tabela 1 – Tipos de hábito de crescimento de genótipos de coroa-de-cristo (E. milii)
com as respectivas notas e imagens ilustrativas. Campinas, 2009.
Hábito de crescimento
Nota
Prostrado
0,0
Semiprostrado
0,5
Ereto
2,0
Ilustração
3.1.1.2 Ramificação do caule
A ramificação das plantas no vaso foi avaliada por meio de notas, utilizando-se o
seguinte critério: nota 2,0 – ramificação a partir da base; nota 1,5 – ramificação no terço
inferior; nota 0,0 – ramificação na parte apical.
3.1.1.3 Diâmetro do caule
O diâmetro do caule das plantas foi avaliado por meio de notas, utilizando-se o
seguinte critério: nota 1,5 – diâmetro de 1,1 a 2,5 cm; nota 1,0 – diâmetro de 0,1 a 1,0
cm; nota 0,0 – diâmetro maior que 2,5 cm.
14
3.1.2 Características da folha
Foram avaliadas a persistência ou caducidade e o tamanho das folhas com
pontuação correspondente.
3.1.2.1 Persistência e caducidade
Foram avaliadas por meio de notas, atribuindo-se nota 0,0 quando caducas e
nota 1,0 quando persistentes.
3.1.2.2 Tamanho da folha
O tamanho da folha foi avaliado por meio de notas, utilizando-se o seguinte
critério: nota 0,5 – folha maior que 1,5 cm; nota 0,0 – folha menor que 1,5 cm.
3.1.3 Número de flores
Foi contado o número de flores distribuídas nas inflorescências, atribuindo-se
notas conforme consta na Tabela 2.
Tabela 2 - Número de flores por inflorescências de genótipos de coroa-de-cristo (E.
milii) com as respectivas notas e imagens ilustrativas. Campinas, 2009.
Número de flores
Nota
Até 8/inflorescência
0,0
Acima de
8/inflorescência
1,0
Ilustração
15
3.1.4 Altura da planta
A altura da planta foi avaliada por meio de notas, utilizando-se o seguinte
critério: nota 1,0 – altura da planta até 50 cm; nota 0,0 – altura da planta acima de 50
cm.
3.2 Etapa 2 - Enraizamento de Estacas
No experimento da segunda etapa avaliou-se o enraizamento de estacas de nove
genótipos selecionados dos 67 na etapa anterior, em dois tipos de substrato: areia lavada
de rio e composto orgânico (resíduos de folhas e ramos). Avaliaram-se a porcentagem
de enraizamento e o comprimento da raiz. A porcentagem de enraizamento foi obtida
mediante a contagem do número de estacas enraizadas, em relação ao total de estacas
plantadas. O comprimento foi mensurado utilizando-se régua graduada, e os dados
foram apresentados em centímetros.
As estacas de cada genótipo, conforme recomendação de HARTMANN &
KESTER (1976), PRESTON et al. (1953) e STOUTEMEYER & CLOSE (1946), foram
obtidas a partir do caule de plantas adultas e sadias e preparadas com 7 a 10 cm de
comprimento de forma a conter dois nós (mínimo de duas gemas). As estacas foram
preparadas com corte em forma de bisel, em sua porção basal, executado justamente
abaixo do nó.
A remoção do látex, inerente à espécie, foi realizada mergulhando-se as estacas
em água por um 1 minuto para a sua coagulação. Subseqüentemente, as estacas foram
submetidas à murcha natural, mantendo-as em local sombreado por 48 horas (Figura 1).
16
Figura 1 - Preparo das estacas de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E.
milii) para plantio em dois tipos de substratos. Campinas, 2007.
O plantio foi realizado em 28 de março de 2007, em vasos plásticos, de tamanho
15 (1,5 L), preenchidos com dois tipos de substrato: areia lavada de rio e composto
orgânico. A análise química do composto orgânico mostrou a seguinte composição
(Tabela 3).
17
Tabela 3 - Resultados da análise química do composto orgânico utilizado no
experimento. Campinas, 2007.
Determinação
pH
Nitrogênio total
Umidade
Carbono orgânico
Relação C/N
CTC
CTC/C
Valor
6,0
1%
45 %
15 %
18 %
300
20
Os vasos foram mantidos em bancadas, em telado coberto com clarite branco
50%. As estacas foram plantadas com leve inclinação. A irrigação, através de aspersão
aérea, foi realizada duas vezes por semana (Figura 2).
Figura 2 - Experimento de enraizamento de estacas de nove
genótipos de coroa-de-cristo (E. milii) em areia e composto
orgânico. Campinas, 2007.
O delineamento foi o de blocos inteiramente casualizados, em fatorial 9x2
(genótipos x substrato), com cinco repetições e cinco estacas por repetição, perfazendo
50 estacas por acesso e 450 estacas no total. Aos 45 dias do plantio, em 12 de maio de
2007, foram avaliados a porcentagem de enraizamento e o comprimento da raiz. Os
dados das avaliações foram submetidos à análise de variância e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
18
3.3 Etapa 3 - Adequação da Coroa-de-cristo para Cultivo em Vaso
A adequação do cultivo de coroa-de-cristo em condição de vaso foi avaliada
utilizando-se plantas vigorosas enraizadas em composto orgânico obtidas no ensaio
anterior dos genótipos 3, 6, 36, 38, 52, 54, 58, 60 e 64. Deu-se início a essa etapa em 12
de maio de 2007.
O plantio das mudas, no centro dos vasos, uma por recipiente, foi realizado em
vasos plásticos, de tamanhos 15 (1,5 L) e 20 (2,0 L), preenchidos com o mesmo
composto orgânico utilizado na etapa anterior. No plantio, as mudas foram enterradas
deixando-se 5 cm acima do nível do substrato.
Os vasos foram mantidos em bancadas, em telado coberto com tela branca 50%.
A irrigação, através de aspersão aérea, foi realizada duas vezes por semana.
O delineamento adotado foi o de blocos casualizados, em fatorial 9x2 (genótipos
x vasos), com 10 repetições, sendo uma planta por repetição, perfazendo 20 plantas por
genótipo e 180 plantas no total.
3.3.1 Avaliação do material vegetal
Foram realizados dois conjuntos de avaliações de características específicas,
com os resultados do primeiro influenciando as análises do segundo.
3.3.1.1 Conjunto 1
Foram mensurados a altura da planta, o número de brotações por planta e a
persistência de flores e folhas aos 60, 120 e 540 dias do plantio, em 12/07/07, 12/09/07
e 12/11/08. Para a avaliação da persistência de folhas, contou-se o número de plantas
com folhas. Para a avaliação de persistência de flores, consideraram-se o número de
flores abertas e o número de botões. Os dados de persistência de flores e folhas das três
mensurações, e de brotação aos 540 dias foram analisados por meio de estatística
descritiva. Os resultados foram mostrados por meio de gráficos de freqüência relativa
dos dados, com valores médios  o erro padrão. Os dados de brotação aos 60 e 120 dias
e altura da planta das três mensurações foram submetidos à análise de variância e as
médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5%.
19
3.3.1.2 Conjunto 2
As avaliações foram iniciadas em 12 de maio de 2008, após 12 meses do plantio.
O acompanhamento do desenvolvimento de cada genótipo foi realizado a cada 30 dias,
nos meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro. Utilizaram-se os dados da
ultima avaliação (novembro) para as análises estatísticas.
As avaliações de adequação dos genótipos de coroa-de-cristo para cultivo em
vaso consideraram os parâmetros: agressividade, preenchimento de vaso, atratividade
das flores e da planta, necessidade de condução (podas e tutoramento) e condição
fitossanitária e nutricional de cada indivíduo (Tabela 4).
Para cada um dos parâmetros considerados, foi desenvolvido critério próprio de
notas, variando de 1 a 10, representativo das ocorrências observadas em cada genótipo.
As notas foram atribuídas por quatro avaliadores treinados para o propósito, que
atuaram de forma independente. A nota final atribuída ao genótipo, no parâmetro
considerado, foi o resultado da média das notas atribuídas por cada avaliador.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste Tukey a 5%.
Tabela 4 - Avaliação de genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados
em condição de vaso.
Vaso: _____
Genótipo: _____
Altura da planta: _____
Flor:
( ) Presente
( ) Ausente
N° de flores: _____
N° de flores/brotação: _____
Folhas: ( ) Presentes ( ) Ausentes
N° de brotações: _____
Parâmetro
Agressividade da planta
Preenchimento de vaso
Atratividade das flores
Atratividade da planta
Necessidade de condução
Condição fitossanitária e
nutricional
Data: __________
Nota
( )1
( )2
( )3
( )4
( )5
( )6
( )7
( )8
( ) 9 ( ) 10
( )1
( )2
( )3
( )4
( )5
( )6
( )7
( )8
( ) 9 ( ) 10
( )1
( )2
( )3
( )4
( )5
( )6
( )7
( )8
( ) 9 ( ) 10
( )1
( )2
( )3
( )4
( )5
( )6
( )7
( )8
( ) 9 ( ) 10
( )1
( )2
( )3
( )4
( )5
( )6
( )7
( )8
( ) 9 ( ) 10
( )1
( )2
( )3
( )4
( )5
( )6
( )7
( )8
( ) 9 ( ) 10
20
A atribuição de notas para cada parâmetro considerou um conjunto de
indicadores descritos a seguir.
a) Agressividade da planta: hábito de crescimento, número e posição das
ramificações, diâmetro do caule, presença ou ausência de flores e folhas, tamanho das
folhas, tamanho e quantidade de espinhos e altura da planta. Foram considerados mais
agressivos os genótipos com notas baixas.
b) Atratividade da inflorescência: número de inflorescências por planta, cor, forma e
tamanho da flor. Foram considerados mais atrativos os genótipos cujas inflorescências
obtiveram nota mais alta.
c) Necessidade de condução: hábito de crescimento da planta, tipo de ramificação e
altura da planta. Genótipos que receberam as notas mais baixas necessitam de condução
das plantas.
d) Condição fitossanitária e nutricional: sintomas de deficiência nutricional,
incidência de pragas e ocorrência de doenças. Genótipos com as notas mais altas
apresentaram melhor condição fitossanitária e nutricional. Quanto maior a nota, melhor
é a condição da planta.
e) Preenchimento de vaso: altura da planta, número e tipo de brotação, presença de
folhas e flores, tamanho da folha e número de inflorescências. Consideraram-se mais
adequados para cultivo em vaso os genótipos que receberam as notas mais altas.
f) Atratividade da planta: agressividade, atratividade das flores, preenchimento de
vaso, necessidade de condução, condição fitossanitária e nutricional e equilíbrio
planta/vaso. Foram considerados mais atrativos os genótipos cujas plantas receberam
notas altas.
g) Avaliação geral: foram considerados adequados para o cultivo em vasos de tamanho
15 ou 20, os genótipos que se apresentaram pouco agressivos, com nenhuma ou pouca
necessidade de condução, atraentes tanto quanto às inflorescências e à planta, com bom
preenchimento do vaso e boa condição fitossanitária e nutricional.
21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização Morfológica dos Acessos
Os resultados obtidos referentes à caracterização morfológica dos 67 acessos
avaliados quanto ao hábito de crescimento, tipo de ramificação, diâmetro do caule,
persistência ou caducidade da folha e tamanho das folhas, número de flores por
inflorescência e altura da planta são apresentados na tabela 5.
Os genótipos 1, 4, 5, 9, 10, 11, 12, 13, 16, 18, 23, 26, 32, 45, 49, 59, 62 e 65,
foram eliminados por apresentarem hábito prostrado, condição considerada como
excludente para a recomendação de adequação da espécie para o cultivo e
comercialização em vasos.
Observou-se que os genótipos com hábito semiprostrado, quais sejam: 8, 17, 21,
25, 27, 33, 34, 35, 37, 40, 41, 42, 43, 47, 50, 56, 61,63 e 66, não obtiveram pontuação
que permitisse a sua indicação para o cultivo em vaso.
Para os genótipos com ramificação única ou basais atribuiu-se nota mais alta
(2,0), uma vez que essa característica é essencial para o cultivo de coroa-de-cristo em
vaso, influenciando positivamente a atratividade e minimizando a agressividade da
planta. Atribuiu-se nota 0 aos genótipos, com ramificações bifurcadas na porção
mediana ou ápice da planta, por ser, uma característica não desejável, diminuindo a
atratividade e aumentando a agressividade da planta, que não fica contida nos limites da
projeção do vaso.
O diâmetro do caule entre 1,1 e 2,5cm, por proporcionar uma melhor sustentação
da planta, foi considerado o ideal, atribuindo-se a nota maia alta (2,0). Para os genótipos
que apresentaram diâmetro maior que 2,6 cm, quando se observa um desequilíbrio na
relação planta-vaso, atribuíram-se nota 0, uma vez que há uma influencia direta desta
característica na atratividade e agressividade, variáveis importantes à condução em vaso
de coroa-de-cristo.
Os genótipos que apresentaram persistência das folhas obtiveram nota 1 devido a
esta característica proporcionar melhor e rápido preenchimento de vaso, bem como ser
componente fundamental da atratividade. A nota 0 foi atribuída a genótipos sem folhas,
uma vez que essa ausência contribui para salientar os espinhos e, portanto aumentam o
aspecto agressivo das plantas.
22
Atribuiu-se para o tamanho das folhas maiores que 1,6cm nota 0,5, por conferir
a planta maior valor ornamental, aumentando sua atratividade e favorecendo o
preenchimento de vaso.
Os genótipos que apresentaram quantidade de flores/inflorescência acima de 8
obtiveram notas 1 por serem mais atraentes devido a amenização da agressividade
pertinente à coroa-de-cristo.
Para os genótipos que apresentaram altura até 50 cm atribuiu-se nota igual a l,
por ser uma característica desejável ao equilíbrio do conjunto planta–vaso. Plantas com
altura superior a 50 cm, foram consideradas pouco adequadas para o cultivo em vasos
15 ou 20, recebendo nota 0.
Obtiveram pontuação igual ou superior a 7, os genótipos 3, 6, 22, 28, 36, 38, 39,
44, 52, 54, 57, 58, 60 e 64, os quais foram selecionados para etapa 2.
Com base nas avaliações efetuadas na etapa 1, foram selecionados para a etapa 2
do trabalho os genótipos 3, 6, 36, 38, 52, 54, 58, 60 e 64, descritos na Tabela 6 e que
podem ser visualizados na Figura 3.
23
Tabela 5 - Caracterização morfológica e nota respectiva de 67 acessos de E. milii., da coleção do Centro de Horticultura – IAC. Campinas, 2009. (Continua).
Genótipo
Hábito de crescimento
Diâmetro do caule
(cm)
Ramificação do caule
Tamanho da folha
(cm)
Prostrado
Semiprostrado
Ereto
No terço
inferior
A partir
da base
Na parte
apical
0,1 a 1
1,1 a 2,5
> 2,5
0
0,5
2
0
1,5
2,0
0,5
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
-
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
-
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1,5
1,5
-
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
-
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
1,0
1,0
1,0
-
Folha
Número de flores
Altura da planta
(cm)
< 1,5
> 1,5
Persiste
nte
Caduca
Até 8
Acima
de 12
Até 0,50
Acima
0,50
1,5
0
0,5
0
1
0
1
0
2
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
-
0
0
0
0
0
0
-
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
-
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1,0
1,0
1,0
-
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
-
Nota
Final
Nota
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
24
25
26
27
28
29
30
31
0,0
4,0
9,5
0,0
0,0
7,0
6,0
1,0
0,0
0,0
0.0
0,0
0,0
5,5
6,0
0,0
1,0
0,0
6,0
6,0
1,0
7,0
6,0
1.0
0,0
3,5
7,5
6,0
3,0
3,0
Continua ...
24
Continuação...
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
0
0
0
0
0
0
-
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
-
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
-
1,5
1,5
1,5
-
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
-
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
-
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
1,5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
-
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
-
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
00
0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
-
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2,0
2,0
2,0
-
0.0
3,0
5,5
4,0
7,0
1,0
7,5
7,0
6,5
6,5
1,0
2,0
7,0
0,0
5,5
1,0
5,5
0,0
2,0
3,0
9,0
4,5
7,0
3,0
1,0
7,5
7,0
0,0
7,0
4,5
0,0
1,0
7,0
0,0
1,0
6,5
25
Tabela 6 - Descrição de genótipos de coroa-de-cristo (E. milii) com potencial para o
cultivo em vasos, com base na caracterização morfológica.
Genótipo
Descrição
3
Caule ereto e com ramificações a partir do terço inferior, diâmetro entre 1,1 e 2,5 cm
e altura até 50 cm. Folhas maiores que 1,6 cm e persistentes. Flor de cor vermelho
vivo, com tamanho maior que 3 cm. Apresenta até 8 flores por inflorescência.
6
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 1,1 e 2,5 cm e altura
acima de 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor branca com
miolo amarelo e tamanho entre 1 e 3 cm. Apresenta até 8 flores por inflorescência.
22*
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 0,1 e 1,1 cm e altura
acima de 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor vermelho
intenso e tamanho acima de 3 cm. Apresenta mais de 8 flores por inflorescência.
28*
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 0,1 e 1,1 cm e altura
até 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e caducas. Flores de cor vermelho vivo e
tamanho entre 1 e 3 cm. Apresenta até 8 flores por inflorescência.
36
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 1,1 e 2,5 cm e altura
acima de 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor creme com
borda rosa e tamanho acima de 3 cm. Apresenta até 8 flores por inflorescência.
38
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 0,1 e 1,1 cm e altura
acima de 50 cm. Folhas maiores que 1,6 cm e persistentes. Flores de cor vermelho
vivo e tamanho acima de 3 cm. Apresenta mais de 8 flores por inflorescência.
39*
Caule semiprostrado e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 0,1 e 1,1 cm
e altura até 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor vermelho
e tamanho acima de 3 cm. Apresenta até 8 flores por inflorescência.
44*
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 1,1 e 2,5 cm e altura
até 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor creme com miolo
e borda vermelhos e tamanho entre 1 e 3 cm. Apresenta até 8 flores por
inflorescência.
52
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 1,1 e 2,5 cm e altura
até 50 cm. Folhas maiores que 1,6 cm e persistentes. Flores de cor vermelho claro e
tamanho entre 1 e 3 cm. Apresenta mais de 8 flores por inflorescência.
54
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 0,1 e 1,1 cm e altura
acima de 50 cm. Folhas menores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor amarelo
claro e tamanho maior que 3 cm. Apresenta até 8 flores por inflorescência.
57*
Caule ereto e único com diâmetro entre 1,1 a 2,5 cm e altura acima de 50 cm. Folhas
maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores cor rosa intenso e tamanho entre 1 e 3 cm.
Apresenta mais de 8 flores por inflorescência..
58
Caule ereto e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 1,1 a 2,5 cm e altura
acima de 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor branca com
miolo amarelo e tamanho entre 1 e 3cm. Apresenta até 8 flores por inflorescência.
60
Caule ereto e com ramificações a partir da base, com diâmetro entre 1,1 a 2,5 cm e
altura acima de 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor
branca com miolo amarelo e tamanho entre 1 e 3 cm. Apresenta até 8 flores por
inflorescência.
64
Caule semiprostrado e com ramificações a partir da base, diâmetro entre 0,1 e 1,1 cm
e altura acima de 50 cm. Folhas maiores que 1,5 cm e persistentes. Flores de cor
vermelha com miolo amarelo e tamanho maior que 3 cm. Apresenta até 8 flores por
inflorescência.
* Descartados devido à impossibilidade de obtenção de material propagativo (estacas) em quantidade
suficiente para atender as necessidades do trabalho.
26
Genótipo 3
Genótipo 6
Genótipo 36
Genótipo 38
Genótipo 52
Genótipo 54
Genótipo 58
Genótipo 60
Genótipo 64
Figura 3 - Genótipos de coroa de cristo (E. milii) selecionados para
avaliação de adequação para cultivo em vaso. Campinas, 2007.
4. 2 Enraizamento de Estacas
O resultado da análise de variância mostrou diferenças significativas entre os
genótipos e que não houve diferença entre os substratos e nem interação entre os
substratos e os genótipos no enraizamento das estacas de coroa-de-cristo, em areia e
composto (Tabela 7).
27
Tabela 7 - Quadrados médios da porcentagem de enraizamento e do comprimento de
raiz de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em areia e
composto orgânico. Campinas, 2007.
Quadrado Médio
Fonte de Variação
GL
Genótipo
8
Porcentagem de
enraizamento (%)
4260,00*
Comprimento
de raiz (cm)
8,601284*
Substrato
1
1604,44ns
4,710534ns
Genótipo x Substrato
8
0364,44ns
2,334494ns
Erro
72
0413,33
3,577812
* Significativo pelo teste Tukey (P<0,05)
ns: não significativo
O resultado da análise de variância do desdobramento de genótipos dentro de
cada nível de substrato mostrou diferenças significativas entre os genótipos para
porcentagem de enraizamento e diferenças não estatisticamente significativas para
comprimento de raiz (Tabela 8).
Tabela 8 - Quadrado médio do desdobramento de genótipos dentro de cada nível de
substrato relativos à porcentagem de enraizamento e ao comprimento de raiz de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em areia e composto
orgânico. Campinas, 2007.
Quadrado Médio
Fonte de Variação
GL
Genótipo/areia
8
Porcentagem de
enraizamento (%)
2215,56*
Genótipo/composto
8
2408,89*
Erro
72
413,33
Comprimento
de raiz (cm)
6,164875ns
4,770904ns
3,577812
* Significativo pelo teste Tukey (P<0,05)
ns: não significativo
Os resultados obtidos quanto ao percentual de enraizamento de estacas dos nove
genótipos de coroa-de-cristo selecionados visando adequação ao cultivo em vasos em
dois substratos, podem ser observados na Tabela 9.
28
Tabela 9 - Média geral de porcentagem de enraizamento e comprimento de raiz e
médias de porcentagem de enraizamento e comprimento de raiz de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em areia e composto orgânico.
Campinas, 2007.
Porcentagem de enraizamento (%)
Genótipo
Comprimento raiz (cm)
Média
geral
Areia
Composto
orgânico
Média
geral
Areia
Composto
orgânico
3
54 BCD
40 BCb
68 ABCa
3,166 AB
2,720 Aa
3,620 Aa
6
36 D
32 Ca
56 BCa
4,570 AB
4,980 Aa
4,160 Aa
36
82 AB
76 Aba
88 Aa
4,183 A
4,200 Aa
5,430 Aa
38
48 CD
40 BCa
56 ABCa
3,466 AB
3,460 Aa
3,480 Aa
52
84 A
84 Aa
84 Aa
4,471 AB
4,320 Aa
4,620 Aa
54
42 D
48 ABCa
36 Ca
1,953 B
1,460 Aa
2,440 Aa
58
80 AB
80 ABa
80 ABa
4,585 AB
3,380 Aa
5,590 Aa
60
34 D
32 Ca
36 Ca
4,320 AB
4,640 Aa
4,000 Aa
64
74 ABC
64 ABCa
84 Aa
4,421 AB
4,450 Aa
4,390 Aa
C.V. (%)
Erro Padrão
34,270
47,730
9,921
0,598
Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Letra maiúscula = desdobramento de genótipos dentro de cada substrato; Letra minúscula =
desdobramento de substratos dentro de cada genótipo .
Para porcentagem de enraizamento, os resultados mostraram respostas
significativas ao nível de genótipos, destacando-se os genótipos 52 e 36, cultivados em
areia e composto orgânico, respectivamente. Os genótipos 36 e 58, testados em areia, e
os genótipos 52, 58 e 64, em composto orgânico, também apresentaram enraizamento
superior a 70% (Tabela 9).
Podem ser observadas na Figura 4 as diferenças de porcentagem de
enraizamento de cada genótipo nos substratos utilizados.
Observa-se, de modo geral, e excetuando-se o genótipo 54, que o uso de
composto orgânico como substrato, favoreceu o enraizamento de estacas de coroa-decristo (Figura 4). Essa resposta parece ser proporcionada pela reação do genótipo às
características físicas, como densidade, porosidade e capacidade de retenção de água e
características químicas do substrato, conforme relatado por (FIRMINO, 2000).
29
100
areia
composto
Comprimento de raíz
(cm)
Porcentagem de enraizamento
areia
composto
6
80
60
40
20
5
4
3
2
1
0
0
3
6
36
38
52
54
58
60
64
3
6
36
Genótipo
38
52
54
58
60
64
Genótipo
Figura 4 - Porcentagem de enraizamento e comprimento de raiz de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em areia e
composto orgânico. Campinas, 2007.
A análise desdobramento de substrato dentro de cada nível de genótipo
demonstrou aumento significativo de 28% no enraizamento das estacas do genótipo 3
Porcentagem de enraizamento
com a utilização de composto orgânico como substrato, conforme expresso na Figura 5.
100
areia
composto
80
60
40
20
0
areia
composto
Genótipo 3
Figura 5 - Resposta diferenciada do genótipo 3 de
coroa-de-cristo (E. miili) ao enraizamento de estacas
em areia e composto orgânico. Campinas, 2007.
Os resultados apresentados evidenciam que não houve diferenças significativas
entre os substratos, porém, o uso de composto orgânico favoreceu o enraizamento.
Essas respostas parecem estar ligadas à disponibilidade de nutrientes no composto
orgânico.
30
Também ficou evidente que as respostas ao enraizamento foram relacionadas às
diferenças entre os genótipos. Essas diferenças podem ter sido promovidas por fatores
nutricionais e genéticos, pressuposição baseada em MACDONALD (1986), que relatou
a existência de grandes diferenças na capacidade de enraizamento de estacas de espécies
diversas.
Adicionalmente, os resultados obtidos confirmaram as informações de
MACLAUGHLIN & GAROFALO (2002) de que a propagação por estacas é um
procedimento relativamente fácil e rápido.
A técnica de preparo de estacas, com 7 a 10 cm, submersão em água para a
coagulação de látex e a murcha natural em sombra, recomendada por MACLAUGHLIN
& GAROFALO (2002) e a confecção de estacas com um mínimo de dois nós conforme
recomendação de SARDINHA (2008) mostrou-se adequada, visto o porcentual de
enraizamento obtido.
Os resultados referentes ao comprimento de raiz das estacas dos genótipos em
estudo, conforme expressos na Tabela 9, mostraram respostas não significativas ao nível
de genótipos, apresentando em areia, com o maior comprimento de raiz (4,98 cm), o
genótipo 6, e em composto orgânico, o genótipo 58 (5,59 cm).
Na Figura 4 podem ser observadas as diferenças de comprimento de raiz de cada
genótipo, nos substratos utilizados.
A análise de desdobramento de substrato dentro de cada nível de genótipo não
demonstrou resposta significativa nos genótipos estudados.
De forma geral, tanto o composto orgânico como a areia utilizada como
substrato mostraram-se adequados ao enraizamento de estacas, proporcionando a
obtenção de mudas com bom comprimento de raízes.
Alguns efeitos benéficos do composto orgânico podem estar associados ao
relatado por KAMPF (1995), STRINGHETA (1995), ROBER (2000), FIRMINO
(2002) e SARDINHA (2008).
4.3 Adequação da Coroa-de-cristo para Cultivo em Vaso – Conjunto 1
4.3.1 Altura da planta
Os dados referentes à altura da planta aos 60, 120 e 540 dias após o plantio
podem ser observados na Tabela 10.
31
Esses resultados mostraram respostas significativas quanto aos genótipos
selecionados e a influência do tamanho do vaso na altura da planta.
Tabela 10 - Altura de planta aos 60 dias após o plantio de nove genótipos selecionados
de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em dois tamanhos de vaso. Campinas, 2007.
Altura da planta (cm)
Genótipo
60 dias
120 dias
Vaso 20
Vaso 15
540 dias
Vaso 20
Vaso 15
Vaso 20
Vaso 15
3
10,3 Aa
8,6 Aa
12,0 Aa
10,0 Aa
28,3 Aba
22,9 ABb
6
5,5 Bb
10,1 Aa
04,5 Bb
11,4 Aa
28,6 Aba
28,0 Aa
36
10,8 Aa
9,7 Aa
12,2 Aa
12,1 Aa
32,9 Aa
24,2 ABb
38
7,3 ABa
8,1 Aa
08,7 ABa
09,5 Aa
28,2 Aba
20,0 Bb
52
9,8 Aa
8,5 Aa
09,0 Aa
10,5 Aa
11,3 Ca
11,3 Ca
54
9,2 Aa
9,3 Aa
11,2 Aa
11,5 Aa
34,1 Aa
29,3 Ab
58
8,1 ABa
8,5 Aa
10,2 ABa
10,5 Aa
31,4 Aa
23,4 ABb
60
7,9 ABa
8,5 Aa
08,2 ABa
10,1 Aa
32,3 Aa
26,7 Ab
64
8,8 ABa
9,3 Aa
09,3 ABa
10,6 Aa
23,5 Ba
18,4 Bb
C.V. (%)
Erro Padrão
28,7700
28,7700
18,2900
0,8000
1,1595
1,4611
Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Letra maiúscula = desdobramento de genótipos dentro de cada vaso; letra minúscula = desdobramento de
vaso dentro de cada genótipo.
Aos 60 dias, os resultados do desdobramento de vaso demonstrou que houve
diferença significativa no nível de vaso 20 apresentando-se os genótipo 6 e 36, com a
menor e maior altura de planta (5,5 cm e 10,8 cm).
No desdobramento de vaso dentro de cada nível de genótipo, os genótipos 6, 38,
54, 58, 60 e 64 mostraram maior altura de planta no vaso 15. A influência do tamanho
de vaso dentro de cada nível de genótipo mostrou um aumento significativo de 4,6 cm
na altura do genótipo 6 em vaso.
Aos 120 dias, os resultados do desdobramento de genótipo dentro de cada nível
de vaso mostroram diferença significativa no nível de vaso 20 destacando os genótipos
6 e 36 com a menor e maior altura de planta (4,5 cm e 12,2 cm) respectivamente.
Observou-se uma diminuição da altura dos genótipos 6 e 52 aos 120 dias quando
comparado aos 60dias. Este fato ocorreu devido à morte da brotação emitida
anteriormente. Exceto para os genótipos 3 e 36, os demais apresentaram maior altura de
planta em vaso 15. O desdobramento de vaso dentro de cada nível de genótipo
32
evidenciou o melhor desenvolvimento do genótipo 6 em vaso 15, observado na primeira
avaliação, efetuada em julho de 2007.
Aos 540 dias, a análise da altura média das plantas mostrou que os genótipos 54
e 52 atingiram a maior e menor altura respectivamente de 34,10 cm e 11,3 cm, ambos
em vaso 20. Observou-se que houve diferença significativa quanto ao tamanho de vaso
para esta característica, indicando que os genótipos atingiram maior altura em vaso 20.
Para o desdobramento de genótipo dentro de vaso, não houve diferença na altura
para os genótipos 6 e 52, em vasos 20 e 15.
Observa-se, na Figura 6, as respostas dos nove genótipos selecionados quanto à
altura da planta aos 60, 120 e 540 dias, em vasos 20 e 15, respectivamente.
A
60 dias
40
120 dias
540 dias
30
20
10
0
3
6 36 38 52 54 58 60 64
Vaso 15
Altura da planta
(cm)
Altura da planta
(cm)
Vaso 20
B
40
30
20
10
0
3
6 36 38 52 54 58 60 64
Genótipo
Genótipo
Figura 6 - Altura da planta aos 60, 120 e 540 dias após o plantio, de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em vasos 20 (A) e 15 (B).
Campinas, 2008.
Uma explicação para a maior altura da planta observada nos genótipos
estudados, aos 540 dias em vaso 20, pode estar relacionada ao maior volume de
substrato disponível, permitindo maior disponibilidade de nutrientes e desenvolvimento
radicular, com reflexos benéficos diretos na parte aérea da planta.
4.3.2 Número de brotaçõs por planta
Os dados referentes às brotações das plantas aos 60 e 120 dias após o plantio
podem ser observados na Tabela 11.
Os resultados de número de brotações por planta aos 60 e 120 dias mostraram
respostas significativas quanto aos genótipos selecionados e a influência do tamanho do
vaso nos genótipos selecionados.
33
Aos 60 dias, observou-se que o genótipo 36 (7,2 brotações/planta) e 64 (5,9
brotações/planta) apresentaram o maior número de brotações por planta em vaso 20 e
vaso 15, respectivamente. O genótipo 38 apresentou o menor número de brotações por
planta (0,3) nos diferentes tipos de vaso estudados.
Aos 60 e 120 dias a análise do desdobramento de genótipo dentro de cada nível
de vaso mostrou que houve diferenças significativas entre tamanho de vaso em relação
ao número de brotações por planta.
Tabela 11 - Número de brotações por planta aos 60 e 120 dias após o plantio, de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em dois tamanhos de
vaso. Campinas, 2007.
Número de brotações/planta
Genótipo
60 dias
120 dias
Vaso 20
Vaso 15
Vaso 20
Vaso 15
3
1,70 BCa
1,40 BCa
3,20 Ba
2,00 Ca
6
0,60 C
1,85 BCa
0,60 Ba
2,60 BCa
36
7,20 Aa
1,50 BCb
8,30 Aa
4,10 BCb
38
52
0,30 Ca
1,90 BCa
0,30 Ca
3,80 ABa
0,90 Ba
7,30 Aa
0,80 Ca
8,30 Aa
54
4,70 Aa
3,20 ABCa
6,80 Aa
5,80 ABa
58
1,20 Ca
1,70 BCa
2,10 Ba
2,20 Ca
60
64
0,40 Ca
0,60 BCa
0,10 Ba
1,00 Ca
5,60 Aa
5,90 Aa
9,50 Aa
8,90 Aa
C.V. (%)
Erro Padrão
28,7700
61,2200
0,7373
0,8013
Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Letra maiúscula = desdobramento de genótipos dentro de cada substrato; letra minúscula =
desdobramento de substrato dentro de cada genótipo.
A influência do tamanho de vaso dentro de cada nível de genótipo mostrou um
aumento significativo de 5,7 brotações/planta do genótipo 36 em vaso 20 aos 60 dias e
4,2 brotações/planta em vaso 15.
O genótipo 64, em vaso 20 e vaso 15, destacou-se com 9,5 brotações por planta
e 8,9 brotações/planta, respectivamente. Os genótipos 60 e 38 apresentaram os menores
valores em vaso 20 e 15, com 0,1 e 0,8 brotações/planta, respectivamente.
34
Observa-se, na Figura 7, as respostas dos nove genótipos selecionados quanto ao
número de brotações por planta aos 60 e 120 dias, em vaso 20 e vaso 15,
respectivamente.
Figura 7 - Número de brotações por planta aos 60 e 120 dias após o plantio, de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em vasos 20 (A) e 15
(B). Campinas, 2008.
Aos 540 dias, juntamente com o número de brotações por planta, foi avaliado o
número de inflorescências por broto.
De acordo com os resultados estatístico-descritivos mostrados nas figuras 8 e 9,
todos os genótipos emitiram brotações. Os genótipos 52 e 64 emitiram alto número de
brotações (mais que 10 brotações), em vasos 20 e 15, e ambos apresentaram o menor
número de inflorescências/broto (1,0). Os genótipos 58 e 60 apresentaram respostas
semelhantes em ambos os tamanhos de vaso com relação ao número de brotos por
planta sendo que o número de inflorescências do genótipo 60 foi superior em vaso 15
(3,9 inflorescências) e o genótipo 58 mostrou valores próximos em ambos os tipos de
vaso.
O genótipo 38, em vaso 20, e o genótipo 36, em vaso 15, apresentaram a maior
quantidade de inflorescências por broto, respectivamente de 5,1 e 4,3 inflorescências
(Figuras 8 e 9).
O genótipo 3 apresentou, em vaso 15, o menor número médio de brotações por
planta (1,6) e média de 3,6 inflorescências/broto. Em vaso 20, o menor número médio
de brotações foi observado nos genótipos 58 e 60, com 3,3 e 2,7 brotações/planta e
apresentando média de 2,0 e 3,6 inflorescências/broto, respectivamente (Figuras 8 e 9).
35
Comparando-se inflorescências/broto com número de brotações emitidas por
cada genótipo, conforme figuras 8 e 9, observa-se que, em vaso 20, o genótipo 38
apresentou maior número de inflorescências com o menor número de brotações. Em
vaso 15, os genótipos 52 e 64 apresentaram o menor número de inflorescências (1,0)
com o maior número de brotações (11,0).
Vaso 20
Vaso 20
A
N° de brotos/planta
N° de
inflores./broto
6
4
2
0
3
6
36
38
52
54
58
60
B
12
10
8
6
4
2
0
3
64
6
36
38
52
54
58
60
64
Genótipo
Genótipo
Figura 8 - Número de inflorescências por broto (A) e número de brotos por planta (B)
aos 540 dias após o plantio, de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii)
cultivados em vaso 20. Campinas, 2008.
A
6
4
'
2
0
3
6
36
38
52
54
58
60
Genótipo
64
B
Vaso 15
N° de brotos/planta
N° de inflores./broto
Vaso 15
12
10
8
6
4
2
0
3
6
36
38
52
54
58
60
64
Genótipo
Figura 9 - Número de inflorescências por broto (A) e número de brotos por planta (B)
aos 540 dias após o plantio, de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii)
cultivados em vaso 15. Campinas, 2008.
Face aos resultados obtidos, indubitavelmente, o número de brotos por planta é
uma característica associada ao genótipo, tendo pouco significado o tamanho do
recipiente utilizado para seu cultivo.
36
4.3.3 Persistência de flores e folhas
Pela freqüência dos dados observa-se que o florescimento do genótipo 64
manteve-se constante para os meses de julho e setembro em ambos os tipos de vaso e
que o número de plantas com folhas do genótipo 6 foi maior em vaso 15, provavelmente
relacionado a maior emissão de brotos deste genótipo nesta condição (Figuras 10 e 11).
A
60 dias
12
120 dias
8
4
0
3
Vaso 15
N° de plantas com
flores
N° de plantas com
flores
Vaso 20
B
12
8
4
0
6 36 38 52 54 58 60 64
3
Genótipo
6 36 38 52 54 58 60 64
Genótipo
Figura 10 - Número de plantas com flores aos 60 e 120 dias após o plantio, de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii), cultivados em vaso 20 (A) e
vaso 15 (B). Campinas, 2008.
A
60 dias
12
120 dias
8
4
0
3
6 36 38 52 54 58 60 64
Genótipo
Vaso 15
N° de plantas com
folhas
N° de plantas com
folhas
Vaso 20
B
12
8
4
0
3
6 36 38 52 54 58 60 64
Genótipo
Figura 11 - Número de plantas com folhas aos 60 e 120 dias após o plantio, de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii), cultivados em vaso 20 (A) e vaso
15 (B). Campinas, 2008.
37
Observa-se nas Figuras 12 e 13 que o genótipo 64 apresentou o maior número de
botões e flores abertas em ambos os tamanhos de vaso, demonstrando equilíbrio no
florescimento e aumentando a atratibilidade e diminuindo a agressividade da planta.
Vaso 15
A
N° de botões/planta
N° de botões/planta
Vaso 20
15
10
5
0
3
6
36
38
52 54
58
60
B
15
10
5
0
3
64
6
36
38
52
54
58
60
64
Genótipo
Genótipo
Figura 12 - Número de botões por planta aos 540 dias após o plantio, de nove
genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii), cultivados em vaso 20 (A) e vaso
15 (B). Campinas, 2008.
Vaso 15
A
N° de flores/planta
N° de flores/planta
Vaso 20
15
10
5
0
3
6
36 38 52 54 58 60 64
B
15
10
5
0
3
6
Genótipo
36 38 52 54 58 60 64
Genótipo
Figura 13 - Número de flores aos 540 dias após o plantio, de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii), cultivados em vaso 20 (A) e vaso 15 (B).
Campinas, 2008.
Comparando o florescimento entre os vasos (Figuras 12 e 13), observou-se uma
maior formação de inflorescências em vaso 20, provavelmente relacionada à altura de
planta e ao número de brotações/planta, a qual foi maior em vaso 20, fato que pode estar
relacionado com a disponibilidade de nutrientes do substrato.
38
4.4. Adequação de Coroa-de-cristo para Cultivo em Vaso – Conjunto 2
Os resultados observados para os parâmetros: agressividade, preenchimento de
vaso, atratibilidade das flores e da planta, necessidade de condução e condições
fitossanitárias. mostraram respostas significativas quanto aos genótipos selecionados, ao
tamanho de vasos e a influência do tamanho do vaso com os genótipos selecionados
(Tabela 12).
A significância do quadrado médio do tamanho de vaso e interação genótipo x
vaso indicam que todas as características estão envolvidas na adequação de E. milii
como planta de vaso, exceto para vaso com relação à atratividade da planta.
Tabela 12 - Quadrado médio das características avaliadas de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii), cultivados em dois tipos de vaso (vaso 20 e
vaso 15). Campinas, 2008.
Fonte de
Variação
Genótipo
GL
8
Quadrado Médio1
CF
NC
AP
AF
PV
AG
20,18500*
14,20101*
7,45139*
05,83347*
07,09360*
14,74364*
ns
33,62689*
10,75556*
22,68450*
Vaso
1
16,50139*
48,98450*
0,52272
Genótipo x Vaso
8
03,59639*
02,25962*
2,04547*
02,82589*
02,71568*
02,08350*
162
00,04897
00,27350
0,23352
00,10669
00,05294
00,16345
Erro
1
CF = Condição fitossanitária e nutricional; NC = Necessidade de condução; AP = Atratividade da
planta; AF = Atratividade da flor; PV= Preenchimento de vaso e AG = Agressividade da planta.
* Significativo pelo teste Tukey (P<0,05).
ns: não significativo.
4.4.1 Condição fitossanitária e nutricional
O desdobramento de genótipo dentro de cada vaso permite observar a
superioridade, quanto à condição fitossanitária e nutricional, do genótipo 64 em relação
aos demais, em ambos os tamanhos de vaso. O genótipo 58 obteve nota 5,3 sendo a
menor pontuação em vaso 15 (Figura 14 A)
Os genótipos 36 e 54; 3, 6 e 38; 38 e 52 são semelhantes entre si em condição de
vaso 20 e os genótipos 64 e 54; 54 e 3; 6, 38 e 52 são semelhantes em condição de vaso
15.
39
Condição fitossanitária e nutricional
Necessidade de condução
A
10
Vaso 20
B
10
Vaso 15
8
Nota
Nota
8
6
6
4
4
2
2
0
0
3
3
6
36
38
52
54
58
60
6
36
38
64
52
54
58
60
64
Genótipo
Genótipo
10
8
6
4
2
0
8
6
4
2
0
3
6
36
38
52
54
58
60
64
3
6
36
Preenchimento de vaso
Nota
6
36
38
52
54
52
54
58
60
64
Atratividade da planta
E
10
8
6
4
2
0
3
38
Genótipo
Genótipo
Nota
D
10
Nota
Nota
Atratividade das flores
C
Agressividade
58
60
64
F
10
8
6
4
2
0
3
6
36
38
52
54
58
60
64
Genótipo
Genótipo
Figura 14 - Condição fitossanitária e nutricional (A), necessidade de condução
(B), agressividade (C), atratividade da flor (D), preenchimento de vaso (E) e
atratividade da planta (F) aos 540 dias após o plantio de nove genótipos
selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) cultivados em dois tipos de vaso.
Campinas, 2008.
40
O desdobramento de vaso dentro de cada genótipo permitiu observar que os
genótipos 3, 54 e 60 apresentaram diferenças significativas em condição de vaso 15,
comparadas às condições de vaso 20. Foram atribuídas as notas 9,09; 9,20 e 8,24,
respectivamente aos genótipos em condição de vaso 15 e notas 8,50; 9,00 e 7,84 em
vaso 20.
As notas foram atribuídas considerando os sintomas apresentados pela planta,
fitossanitários ou nutricionais. Enquanto condição fitossanitária, foi observada a
incidência de formigas (lava-pés) e fumagina, principalmente em ramos mais velhos,
em alguns genótipos. Evidência de desequilibro nutricional foi rara, sendo apenas
observada clorose nas folhas no genótipo 52. Com exceção do genótipo 58, houve
respostas adequadas dos genótipos que obtiveram notas superiores a 7,00 e que parece
ser devido à adaptação às condições de cultivo, já que não houve adubação e controle
fitossanitário durante o período.
4.4.2 Necessidade de condução
Para o desdobramento do genótipo em cada tipo de vaso, observou-se que, em
vasos 20 e 15, o genótipo 58 apresentou as maiores notas, 8,90 e 7,57, respectivamente.
O desdobramento de vaso dentro de cada genótipo mostrou que os genótipos em
vaso 15 necessitam de condução mais acentuada para uma boa formação e equilíbrio
planta-vaso. Os genótipos 6, 38, 52 e 54 obtiveram notas menores que 7,00 em vaso 15,
assim como o genótipo 64 em vaso 20. Notas menores que 7,00 foram consideradas
negativas ao equilíbrio vaso-planta, necessitando de condução, representadas por podas
durante o cultivo visando a manutenção da altura e hábito de crescimento de planta, de
modo a respeitar o limite do vaso (Figura 14 B).
4.4.3 Agressividade
O genótipo 54, em vasos 20 e 15, obteve notas 6,10 e 6,60, respectivamente,
sendo considerado o mais agressivo dos genótipos avaliados. Os demais genótipos
obtiveram notas maiores que 7,00 (Figura 14 C).
A resposta do genótipo 54 parece estar relacionada ao tamanho dos espinhos,
que, embora pequenos, finos e aparentemente delicados, mostraram-se mais agressivos
dificultando o manuseio da planta.
41
A análise de desdobramento de genótipo dentro de cada vaso permitiu observar
que, em vaso 20, os genótipos 38 e 58 foram os menos agressivos, com notas 8,10 e
7,97, respectivamente, e em vaso 15, os genótipos 38 e 52, com notas 8,80 e 8,70,
respectivamente.
Observou-se que houve diferença significativa quanto ao tamanho de vaso para
esta característica, demonstrando serem os genótipos menos
agressivos quando
cultivados em vaso 15.
O desdobramento de vaso dentro de cada genótipo indicou que os genótipos 6 e
60 apresentaram maior agressividade em vaso 15, obtendo notas 7,44 e 7,50,
respectivamente.
O genótipo 58 obteve notas 7,97 e 7,89, para vaso 20 e vaso 15,
respectivamente. Não houve diferenças estatisticamente significativas, demonstrando
que a agressividade deste genótipo manifestou-se de modo indiferente quanto ao vaso
utilizado.
4.4.4 Atratividade da flor
Observou-se diferença significativa entre os vasos, onde a atratividade da flor na
maioria dos genótipos, ficou mais evidente em vaso 15. A única exceção observada foi
no genótipo 3 onde a atratividade da flor foi maior em vaso 20 (Figura 14 D).
O desdobramento de genótipos dentro de vaso mostrou que o genótipo 64 obteve
nota maior em ambos os tamanhos de vaso e que este não apresentou diferenças
significativas em relação aos genótipos 3 e 38, em vaso 20, e em relação aos genótipos
38 e 52, para vaso 15.
Observou-se que, em vaso, 20 o genótipo que obteve a menor nota (7,38) foi o
36 e, em vaso 15, foram os genótipos 6 e 58, que obtiveram nota 8,90.
A atratividade da flor foi diretamente influenciada pelo número de brotos e
persistência das flores, onde o contraste folhagem/florada contribuiu para evidenciar a
cor, a forma e o tamanho das inflorescências. No caso de plantas cultivadas em vaso 15,
essa afirmativa não se aplica, tendo altura atingida pela planta uma influência
significativa.
Quanto aos genótipos 3, 38 e 64, parece ser a arquitetura apresentada pela
planta, ou seja, a harmonia planta, flor e vaso, o fator que evidenciou a atratividade da
flor em vaso 20.
42
4.4.5 Preenchimento de vaso
Houve diferença significativa entre vasos, no componente preenchimento com
nota 8,96 para vaso 15 e 8,25 para vaso 20.
O preenchimento de vaso do genótipo 3 foi melhor em vaso 20, apresentando
um aumento significativo em 5,5%. Para os genótipos 6 e 64, a diferença de
preenchimento de vaso não foi significativa entre os vasos (Figura 14 E)
O desdobramento de genótipos dentro de vaso mostrou que o genótipo 64 obteve
nota 9,89 em vaso 20 e 10,00 em vaso 15. Os genótipos 36 e 54 apresentaram notas
10,00 e 9,80 de preenchimento de vasos 20 e 15, respectivamente. Esses resultados são
semelhantes estatisticamente aos do genótipo 64, em vaso 15.
Observou-se que o genótipo 52 apresentou a menor nota quanto ao
preenchimento de vaso, 6,33 em vaso 20 e 7,60 em vaso 15. Isto pode ter sido
conseqüência da baixa altura da planta (11,30 cm) atingida aos 540 dias em ambos os
tipos de vaso, que caracteriza um crescimento mais lento, embora o genótipo tenha
apresentado número elevado de brotações.
4.4.6 Atratividade da planta
O genótipo 64 obteve as notas mais elevadas com relação à atratividade da
planta, tanto em vaso 20 (9,30) como no vaso 15 (9,08). Os genótipos 52 e 60 obtiveram
as menores notas (7,31 e 7,22, respectivamente).
A análise de desdobramento dentro de cada genótipo permitiu observar que a
atratividade da planta dos genótipos 36 e 52 foi menor em vaso 20. Quanto aos
genótipos 6, 38 e 58 a atratividade foi menor em vaso 15.
As respostas observadas quanto aos genótipos 6, 38 e 52 parecem ser devidas ao
hábito de crescimento, que exigiu a condução das plantas para um melhor equilíbrio
entre planta-vaso. Quanto ao genótipo 36, o resultado obtido parece estar associado à
menor nota atribuída quanto à atratividade da flor em vaso 20. O genótipo 58 obteve
nota menor quanto à condição fitossanitária e nutricional (5,30), tornando a atratividade
da planta menor em vaso 15 (Figura 14 F).
43
4.4.7 Avaliação geral
Na Tabela 13, pode ser verificada a nota média final resultante das notas de cada
característica avaliada, em cada genótipo, sob cultivo em vaso 20 e vaso 15.
Os genótipos 3 e 36 apresentaram notas superiores a 7,00 em todas as
características avaliadas, permitindo ótima adequação ao cultivo em vaso.
O genótipo 3 obteve a maior nota final (8,78) em vaso 20 e manteve o equilíbrio
planta-vaso, apresentando altura adequada em ambos os tipos de vaso.
O genótipo 36 apresentou melhor média em vaso 15, embora com pouca
diferença do valor obtido em vaso 20, que também se mostrou adequado.
O genótipo 64 obteve a maior nota final (8,70) em vaso 15. Apresentou em
ambos os tipos de vaso, a necessidade de condução para manter o equilíbrio planta-vaso
e diminuir o efeito de agressividade evidenciado no cultivo em vaso 20, controlar o
hábito semiprostrado e a quantidade de ramificações que são emitidas da base.
O genótipo 52, como demonstrado na Tabela 7, obteve a menor nota final (7,29)
em vaso 20, devido à necessidade de condução para um melhor desenvolvimento e
manutenção da arquitetura da planta.
O genótipo 6 obteve menor nota final (7,35) em vaso 15, por apresentar nota
baixa na característica agressividade. Todas as demais características obtiveram notas
superiores a 7,00.
Os genótipos 38 e 60 mostraram-se adequados ao cultivo em vaso, porém
apresentam necessidade de condução em vaso 15 e vaso 20, respectivamente.
O genótipo 54 foi considerado o mais agressivo devido aos seus espinhos
pequenos e finos, porém, apresentou nota final igual ou superior a 8,00 em ambos os
tipos de vaso.
O genótipo 58 apresentou condições fitossanitárias e nutricionais inadequadas
em vaso 15, porém, isto não afetou sua nota final, que foi superior a 7,00, mantendo-o
adequado ao cultivo em vaso.
Devido às notas finais obtidas pelos nove genótipos de coroa-de-cristo
selecionados, todos mostraram-se aptos ao cultivo em vaso, visto terem obtido notas
finais elevadas nos dois tamanhos de vaso usados para cultivo.
A Figura 15 ilustra os resultados finais obtidos para os nove genótipos
selecionados nos dois tamanhos de vaso utilizados para o cultivo.
44
Tabela 13 - Notas de nove genótipos selecionados de coroa-de-cristo (E. milii) como planta de vaso. Campinas, 2009.
Genótipo
Condição
fitossanitária e
nutricional
Vaso 20
Vaso 15
Necessidade de
condução
Vaso 20
Vaso 15
Atratividade da
planta
Vaso 20
Vaso 15
Atratividade da flor
Preenchimento de
vaso
Agressividade da
planta
Vaso 20
Vaso 20
Vaso 20
Vaso 15
Vaso 15
Vaso 15
Altura da planta
Vaso 20
Vaso 15
Nota Final
Vaso 20 Vaso15
3
8,50 Cb
9,09 Ba
8,50 ABa 7,17 Aba
9,10 ABa 8,78 ABa 9,60 Aa
9,23 CDb 9,20 Ba
8,65 Bb 7,80 ABb
8,02 Ba 28,33 ABa 22,90 ABb
8,78
8,49
6
8,42 Ca
7,30 Eb
7,47 CDa 5,30 Eb
7,97 CDa 7,33 Db
8,90 Da
8,30 Ba 7,44 Ca
6,97 Cb 28,60 ABa 28,00 Aa
7,93
7,35
36
9,14 Ba
7,90 Db
7,16 DEa 7,10 ABa
7,45 Db
9,20 CDa 8,51 CDb
9,80 Aa 7,33 CDb
8,20 Ba 32,90 Aa
7,83
8,45
38
8,20 CDa 7,40 Eb
8,00 BCa 6,52 BCb
8,56 BCa 7,78 CDb 9,30 Ab
9,80 Aba
8,05 DEb
8,75 Ba 8,10 Ab
8,80 Aa 28,20 ABa 20,00 Bb
8,37
8,18
52
8,10 DEa 7,10 Eb
6,92 DEa 6,00 CDEb
7,31 Db
6,33 Fb
7,60 Ca 7,06 DEb
8,70 Aa 11,30 Ca
11,30 Ca
7,29
7,93
54
9,00 Bb
9,20 ABa 7,00 DEa 5,64 DEb
8,52 BCa 8,20 BCa 8,70 Bb
9,50 BCa 8,70 BCb
10,00 Aa 6,10 Fb
6,60 Da 34,10 Aa
29,30 Ab
8,00
8,19
58
7,22 Fa
5,30 Fb
8,90 Aa
7,57 Ab
8,33 Ca
7,83 CDb 8,33 BCb
8,90 Da
8,80 Ba 7,97 Aa
7,89 Ba 31,40 Aa
23,40 ABb
8,11
7,72
60
7,84 Eb
8,24 Ca
6,44 EFa
6,10 CDa
7,32 Da
7,22 Da
7,68 DEb
9,08 CDa 7,68 Eb
8,76 Ba 7,50 BCa
7,14 Cb 32,28 Aa
26,67 Ab
7,41
7,76
64
10,00 Aa
9,50 ABa 5,80 Fa
5,40 DEa
9,30 Aa
9,08 Aa
9,60 Ab
10,00 Aa
9,89 Aa
10,00 Aa 6,82 Eb
8,20 Ba 23,50 Ba
18,40 Bb
8,57
8,70
133,60
352,04
35,36
24,83
23,82
16,85
62,87
18,93
61,96
40,99
73,38
111,91
22,87
14,40
DMS
0,31
0,31
0,73
0,73
0,68
0.68
0,46
0,46
0,57
0,57
0,32
0,32
6,50
6,50
CV%
2,70
F
7,65
5,93
8,25 BCb
8,51 ABa 7,38 Eb
8,16 BCa 7,99 CDb 10,00 Aa
3,64
8,04 DEa
7,92 Eb
4,70
3,03
24,20 ABb
18,29
45
Genótipo 3
Vaso 20
Genótipo 6
Vaso 15
Vaso 20
Genótipo 36
Vaso 20
Genótipo 38
Vaso 15
Vaso 20
Genótipo 52
Vaso 20
Vaso 15
Genótipo 54
Vaso 15
Vaso 20
Genótipo 58
Vaso 20
Vaso 15
Vaso 15
Genótipo 60
Vaso 15
Vaso 20
Vaso 15
Genótipo 64
Vaso 20
Vaso 15
Figura 15 - Genótipos de coroa-de-cristo (E. milii) adequados ao cultivo em vaso 20 e
vaso 15. Campinas, 2009.
46
4.5 Considerações Finais
Alguns genótipos de coroa-de-cristo (E. milii) com ramos eretos, folhas
persistentes, florada significativa, bom preenchimento de vaso e com bom equilíbrio
planta-vaso, entre outras características, mostraram-se adequados para o cultivo e
comercialização como planta de vaso, constituindo-se em “novo produto” nacional ou
nova forma de apresentação de um produto já conhecido ao mercado. Entretanto, o
processo de desenvolvimento de um novo produto ou de uma nova forma de
apresentação, objetivo desse trabalho, não constituiu um processo de fácil elaboração.
Foi necessário superar dois desafios principais: o aspecto dito agressivo da planta e o
estabelecimento de critérios de avaliação de adequação da espécie como planta de vaso.
Observou-se que o aspecto agressivo, na realidade, não se constituiu de uma
condição limitante, pois os genótipos selecionados apresentaram desenvolvimento que
permitiu sua contenção dentro dos limites dos recipientes usados para cultivo.
Propiciou, desse modo, que se assemelhassem a outras suculentas, tais como cactáceas,
que também apresentam espinhos, mas que têm mercado consolidado, face à harmonia
do conjunto planta-vaso.
O estabelecimento de parâmetros de avaliação foi tarefa mais difícil. Ao
contrário das flores de corte, sobre as quais existem trabalhos publicados que
estabelecem parâmetros de avaliação, inexiste literatura que trate da adequação de uma
espécie como planta de vaso. Assim, esse trabalho demandou, muita observação sobre o
comportamento da espécie, em cultivo em vasos, para que se pudesse definir alguns
parâmetros objetivos de avaliação. Definidos esses parâmetros, uma segunda etapa
requereu o treinamento de equipe de avaliadores para padronização das avaliações.
Os parâmetros e o conjunto de avaliações propostos nesse trabalho, mostraramse suficientes para o fim proposto, visto o resultado obtido, que não coloca em dúvida a
existência de genótipos de coroa-de-cristo adequados ao cultivo em vaso. Entretanto,
face ao pioneirismo da proposta do trabalho, bem como dos métodos utilizados, os
parâmetros podem ser aperfeiçoados, incluindo-se até alguns novos, em avaliações com
o mesmo objetivo, tanto para a espécie estudada como para similares.
A mesma assertiva pode ser empregada quanto aos estudos estatísticos utilizados
podendo ser adotados, em trabalhos futuros semelhantes, métodos estatísticos
desenvolvidos para análises específicas.
47
O trabalho em si, inicialmente concentrado apenas em seus objetivos, criou
inúmeras perspectivas de aprofundamento de estudos fitotécnicos, incluindo o
melhoramento da espécie em questão, para ampliar o conhecimento ora existente sobre
o cultivo em vaso.
Outro aspecto relevante é que o desenvolvimento do trabalho permitiu a
recuperação e o uso aplicado de um banco de germoplasma institucional. Para o
atendimento dos objetivos do trabalho, foram necessários o resgate de informações e a
caracterização de cada acesso, a recuperação do vigor das plantas e a ampliação do
número de indivíduos, entre outros benefícios diretos conseguidos. Desse modo, e
considerando-se ser o patrimônio genético preservado um dos principais bens de um
país, as diversas vertentes do trabalho atenderam a diversos aspectos da pesquisa
fitotécnica e das estratégias dos recursos genéticos, além de permitir a ampliação da
oferta de produtos diferenciados ao mercado.
48
5 CONCLUSÕES
Observadas as condições experimentais adotadas para o desenvolvimento do trabalho,
conclui-se que:
a. O conjunto de descritores aplicados mostra-se suficiente para a caracterização
morfológica dos acessos avaliados.
b. Para o cultivo de coroa-de-cristo em vaso, mostram-se adequados os genótipos com
caule ereto e brotações basais, folhas persistentes, mais de oito flores por ramo,
altura não superior a 50 cm, rápido e adequado preenchimento do recipiente de
cultivo e que proporcionem grande harmonia entre planta-vaso.
c. A coroa-de-cristo pode ser propagada através de estacas apresentando enraizamento
satisfatório nos substratos areia lavada ou composto orgânico.
d. A forma de apresentação de coroa-de-cristo como planta de vaso, quando
considerados os parâmetros agressividade, preenchimento de vaso e atratividade
pode se constituir em uma nova opção ao mercado de plantas ornamentais.
49
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