ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO SETOR PRIVADO Professora Mírian DELIBERAÇÃO CVM No 539, DE 14 DE MARÇO DE 2008 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS - CPC PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade − “Estrutura para a Preparação e a Apresentação das Demonstrações Contábeis” (Framework for the Preparation and Presentation of Financial Statements) − (IASB) PRONUNCIAMENTO Conteúdo PREFÁCIO INTRODUÇÃO FINALIDADE ALCANCE USUÁRIOS E SUAS NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Posição patrimonial e financeira, desempenho e mutações na posição financeira Notas explicativas e demonstrações suplementares PRESSUPOSTOS BÁSICOS Regime de competência Continuidade CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Compreensibilidade Relevância Materialidade Confiabilidade Representação adequada Primazia da essência sobre a forma Neutralidade Prudência Integridade Comparabilidade Limitações na relevância e na confiabilidade das informações Tempestividade Equilíbrio entre custo e benefício Equilíbrio entre características qualitativas Visão verdadeira e apropriada ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Posição patrimonial e financeira Ativos Passivos Patrimônio Líquido Desempenho Receitas Despesas Ajustes para manutenção do capital RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Probabilidade de realização de benefício econômico futuro Confiabilidade da mensuração Reconhecimento de ativos Reconhecimento de passivos Reconhecimento de receitas Reconhecimento de despesas MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONCEITOS DE CAPITAL E MANUTENÇÃO DE CAPITAL Conceitos de capital Conceitos de manutenção do capital e determinação do lucro Item 1–4 5–8 9 – 11 12 – 14 15 – 20 21 26 29 31 33 – – – – 39 – 22 23 24 25 28 30 32 34 35 36 37 38 42 43 44 45 46 47 – 48 49 – 52 53 – 59 60 – 64 65 – 68 69 – 73 74 – 77 78 – 80 81 82 – 84 85 86 – 88 89 - 90 91 92 – 93 94 – 98 99 – 101 102 – 103 104 – 110 Prefácio As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, 1 podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis preparadas segundo esta Estrutura Conceitual. Demonstrações contábeis preparadas sob a égide desta Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: (a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações; (b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas; (c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; (d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; (e) determinar políticas tributárias; (f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; (g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou (h) regulamentar as atividades das entidades. As demonstrações contábeis são mais comumente preparadas segundo modelo contábil baseado no custo histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal. Outros modelos e conceitos podem ser considerados mais apropriados para atingir o objetivo de proporcionar informações que sejam úteis para tomada de decisões econômicas, embora não haja presentemente consenso nesse sentido. Esta Estrutura Conceitual foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma gama de modelos contábeis e conceitos de capital e sua manutenção. Pronunciamentos Conceituais Complementares serão emitidos. Introdução Finalidade 1. Esta Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a preparação e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a usuários externos. A finalidade desta Estrutura Conceitual é: (a) dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos e à revisão de Pronunciamentos existentes quando necessário; (b) dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação dos Pronunciamentos Técnicos e no tratamento de assuntos que ainda não tiverem sido objeto de Pronunciamentos Técnicos; (c) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstrações contábeis com os Pronunciamentos Técnicos; (d) poiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, preparadas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos; e (e) proporcionar, àqueles interessados, informações sobre o enfoque adotado na formulação dos Pronunciamentos Técnicos. 2. Esta Estrutura Conceitual não define normas ou procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou divulgação. 3. Não deverá haver conflito entre o estabelecido nesta Estrutura Conceitual e qualquer Pronunciamento Técnico. 4. Esta Estrutura Conceitual será revisada de tempos em tempos com base na experiência decorrente de sua utilização. Alcance 5. Esta Estrutura Conceitual aborda: (a) o objetivo das demonstrações contábeis; (b) as características qualitativas que determinam demonstrações contábeis; a utilidade das informações contidas nas 2 (c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que compõem as demonstrações contábeis; e (d) os conceitos de capital e de manutenção do capital. 6. Esta Estrutura Conceitual trata das demonstrações contábeis para fins gerais (daqui por diante designadas como "demonstrações contábeis"), inclusive das demonstrações contábeis consolidadas. Tais demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender às necessidades comuns de informações de um grande número de usuários. Alguns desses usuários talvez necessitem de informações, e tenham o poder de obtê-las, além daquelas contidas nas demonstrações contábeis. Muitos usuários, todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como a principal fonte de informações financeiras. Tais demonstrações, portanto, devem ser preparadas e apresentadas tendo em vista essas necessidades. Estão fora do alcance desta Estrutura Conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais, como, por exemplo, aquelas incluídas em prospectos para lançamentos de ações no mercado e ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais. Não obstante, esta Estrutura Conceitual pode ser aplicada na preparação dessas demonstrações para fins especiais, quando as exigências de tais demonstrações o permitirem. 7. As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, normalmente, o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a demonstração das mutações na posição financeira (demonstração dos fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e aceitável), a demonstração das mutações do patrimônio líquido, notas explicativas e outras demonstrações e material explicativo que são parte integrante dessas demonstrações contábeis. Podem também incluir quadros e informações suplementares baseados ou originados de demonstrações contábeis que se espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. Tais quadros e informações suplementares podem conter, por exemplo, informações financeiras sobre segmentos ou divisões industriais ou divisões situadas em diferentes locais e divulgações sobre os efeitos das mudanças de preços. As demonstrações contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração, relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro. 8. Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis de todas as entidades comerciais, industriais e outras de negócios que reportam, sejam no setor público ou no setor privado. Entidade que reporta é aquela para a qual existem usuários que se apóiam em suas demonstrações contábeis como fonte principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade. Usuários e suas necessidades de informação 9. Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público. Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informação. Essas necessidades incluem: (a) Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagarem dividendos. (b) Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego. (c) Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento. (d) Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estarão interessados em uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a não ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente importante. (e) Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo-prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. (f) Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes. (g) Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes. 3 10. Embora nem todas as necessidades de informações desses usuários possam ser satisfeitas pelas demonstrações contábeis, há necessidades que são comuns a todos os usuários. Como os investidores contribuem com o capital de risco para a entidade, o fornecimento de demonstrações contábeis que atendam às suas necessidades também atenderá à maior parte das necessidades de informação de outros usuários. 11. A Administração da entidade tem a responsabilidade primária pela preparação e apresentação das suas demonstrações contábeis. A Administração também está interessada nas informações contidas nas demonstrações contábeis, embora tenha acesso a informações adicionais que contribuem para o desempenho das suas responsabilidades de planejamento, tomada de decisões e controle. A Administração tem o poder de estabelecer a forma e o conteúdo de tais informações adicionais a fim de atender às suas próprias necessidades. A forma de divulgação de tais informações, entretanto, está fora do alcance desta Estrutura Conceitual. Não obstante, as demonstrações contábeis divulgadas são baseadas em informações utilizadas pela Administração sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira da entidade. O objetivo das Demonstrações Contábeis 12. O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica. 13. Demonstrações contábeis preparadas de acordo com o item 12 atendem às necessidades comuns da maioria dos usuários. Entretanto, as demonstrações contábeis não fornecem todas as informações que os usuários possam necessitar, uma vez que elas retratam os efeitos financeiros de acontecimentos passados e não incluem, necessariamente, informações não-financeiras. 14. Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da Administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação de contas da Administração fazem-no com a finalidade de estar em condições de tomar decisões econômicas que podem incluir, por exemplo, manter ou vender seus investimentos na entidade ou reeleger ou substituir a Administração. Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira 15. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários das demonstrações contábeis requerem uma avaliação da capacidade que a entidade tem para gerar caixa e equivalentes de caixa, e da época e grau de certeza dessa geração. Em última análise, essa capacidade determina, por exemplo, se a entidade poderá pagar seus empregados e fornecedores, os juros e amortizações dos seus empréstimos e fazer distribuições de lucros aos seus acionistas. Os usuários poderão melhor avaliar essa capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa se lhes forem fornecidas informações que focalizem a posição patrimonial e financeira, o resultado e as mutações na posição financeira da entidade. 16. A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos econômicos que ela controla, sua estrutura financeira, sua liquidez e solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados pela entidade e a sua capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para prever as futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos de caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são também úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja bem-sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As informações sobre liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após considerar os compromissos financeiros do respectivo período. Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. 17. As informações referentes ao desempenho da entidade, especialmente a sua rentabilidade, são requeridas com a finalidade de avaliar possíveis mudanças necessárias na composição dos recursos econômicos que provavelmente serão controlados pela entidade. As informações sobre as variações nos resultados são importantes nesse sentido. As informações sobre os resultados são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar fluxos de caixa a partir dos recursos atualmente controlados por ela. Também é útil para a avaliação da eficácia com que a entidade poderia usar recursos adicionais. 18. As informações referentes às mutações na posição financeira da entidade são úteis para avaliar as suas atividades de investimento, de financiamento e operacionais durante o período abrangido pelas demonstrações contábeis. Essas informações são úteis para fornecer ao usuário uma base para avaliar a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa e as suas necessidades de utilização desses recursos. Na elaboração de uma demonstração das mutações na posição financeira, os fundos podem ser definidos de várias maneiras, tais como recursos financeiros totais, capital circulante líquido, 4 ativos líquidos ou caixa. Nesta Estrutura Conceitual não foi feita nenhuma tentativa de especificar uma definição de fundos. 19. As informações sobre a posição patrimonial e financeira são principalmente fornecidas pelo balanço patrimonial. As informações sobre o desempenho são basicamente fornecidas na demonstração do resultado. As informações sobre as mutações na posição financeira são fornecidas nas demonstrações contábeis por meio de uma demonstração em separado, tal como a de fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos etc. 20. As partes componentes das demonstrações contábeis se inter-relacionam porque refletem diferentes aspectos das mesmas transações ou outros eventos. Embora cada demonstração apresente informações que são diferentes das outras, nenhuma provavelmente se presta a um único propósito, nem fornece todas as informações necessárias para necessidades específicas dos usuários. Por exemplo, uma demonstração do resultado fornece um retrato incompleto do desempenho da entidade, a não ser que seja usada em conjunto com o balanço patrimonial e a demonstração das mutações na posição financeira. Notas Explicativas e Demonstrações Suplementares 21. As demonstrações contábeis também englobam notas explicativas, quadros suplementares e outras informações. Por exemplo, poderão conter informações adicionais que sejam relevantes às necessidades dos usuários sobre itens constantes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado. Poderão incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a entidade e quaisquer recursos e/ou obrigações para os quais não exista obrigatoriedade de serem reconhecidos no balanço patrimonial (tais como reservas minerais). Informações sobre segmentos industriais ou geográficos e o efeito de mudanças de preços sobre a entidade podem também ser fornecidos sob a forma de informações suplementares. Pressupostos Básicos Regime de Competência 22. A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. O regime de competência pressupõe a confrontação entre receitas e despesas que é destacada nos itens 95 e 96. Continuidade 23. As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis terão que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada. Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis 24. As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro principais características qualitativas são: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade. Compreensibilidade 25. Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as informações com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância para as necessidades de tomada de decisão pelos usuários não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, inclusive sob o pretexto de que seria difícil para certos usuários as entenderem. Relevância 26. Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, 5 ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores. 27. As funções de previsão e confirmação das informações são inter-relacionadas. Por exemplo, informações sobre o nível atual e a estrutura dos ativos têm valor para os usuários na tentativa de prever a capacidade que a entidade tenha de aproveitar oportunidades e a sua capacidade de reagir a situações adversas. As mesmas informações têm o papel de confirmar as previsões passadas sobre, por exemplo, a forma na qual a entidade seria estruturada ou o resultado de operações planejadas. 28. Informações sobre a posição patrimonial e financeira e o desempenho passado são freqüentemente utilizadas como base para projetar a posição e o desempenho futuros, assim como outros assuntos nos quais os usuários estejam diretamente interessados, tais como pagamento de dividendos e salários, alterações no preço das ações e a capacidade que a entidade tenha de atender seus compromissos à medida que se tornem devidos. Para terem valor como previsão, as informações não precisam estar em forma de projeção explícita. A capacidade de fazer previsões com base nas demonstrações contábeis pode ser ampliada, entretanto, pela forma como as informações sobre transações e eventos anteriores são apresentadas. Por exemplo, o valor da demonstração do resultado como elemento de previsão é ampliado quando itens incomuns, anormais e esporádicos de receita ou despesa são divulgados separadamente. Materialidade 29. A relevância das informações é afetada pela sua natureza e materialidade. Em alguns casos, a natureza das informações, por si só, é suficiente para determinar a sua relevância. Por exemplo, reportar um novo segmento em que a entidade tenha passado a operar poderá afetar a avaliação dos riscos e oportunidades com que a entidade se depara, independentemente da materialidade dos resultados atingidos pelo novo segmento no período abrangido pelas demonstrações contábeis. Em outros casos, tanto a natureza quanto a materialidade são importantes; por exemplo: os valores dos estoques existentes em cada uma das suas principais classes, conforme a classificação apropriada ao negócio. 30. Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circunstâncias específicas de sua omissão ou distorção. Assim, materialidade proporciona um patamar ou ponto de corte ao invés de ser uma característica qualitativa primária que a informação necessita ter para ser útil. Confiabilidade 31. Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar. 32. Uma informação pode ser relevante, mas a tal ponto não confiável em sua natureza ou divulgação que o seu reconhecimento pode potencialmente distorcer as demonstrações contábeis. Por exemplo, se a validade legal e o valor de uma reclamação por danos em uma ação judicial movida contra a entidade são questionados, pode ser inadequado reconhecer o valor total da reclamação no balanço patrimonial, embora possa ser apropriado divulgar o valor e as circunstâncias da reclamação. Representação Adequada 33. Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar. Assim, por exemplo, o balanço patrimonial numa determinada data deve representar adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento. 34. A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de ser menos do que uma representação fiel daquilo que se propõe a retratar. Isso pode decorrer de dificuldades inerentes à identificação das transações ou outros eventos a serem avaliados ou à identificação e aplicação de técnicas de mensuração e apresentação que possam transmitir, adequadamente, informações que correspondam a tais transações e eventos. Em certos casos, a mensuração dos efeitos financeiros dos itens pode ser tão incerta que não é apropriado o seu reconhecimento nas demonstrações contábeis; por exemplo, embora muitas entidades gerem, internamente, ágio decorrente de expectativa de rentabilidade futura ao longo do tempo (goodwill), é usualmente difícil identificar ou mensurar esse ágio com confiabilidade. Em outros casos, entretanto, pode ser relevante reconhecer itens e divulgar o risco de erro envolvendo o seu reconhecimento e mensuração. Primazia da Essência sobre a Forma 35. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou 6 artificialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada. Neutralidade 36. Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser neutra, isto é, imparcial. As demonstrações contábeis não são neutras se, pela escolha ou apresentação da informação, elas induzirem a tomada de decisão ou um julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho predeterminado. Prudência 37. Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis. Integridade 38. Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não-confiável e deficiente em termos de sua relevância. Comparabilidade 39. Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira. Conseqüentemente, a mensuração e apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos períodos, e também por entidades diferentes. 40. Uma importante implicação da característica qualitativa da comparabilidade é que os usuários devem ser informados das práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis, de quaisquer mudanças nessas práticas e também o efeito de tais mudanças. Os usuários precisam ter informações suficientes que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas contábeis aplicadas a transações e eventos semelhantes, usadas pela mesma entidade de um período a outro e por diferentes entidades. A observância dos Pronunciamentos Técnicos, inclusive a divulgação das práticas contábeis utilizadas pela entidade, ajudam a atingir a comparabilidade. 41. A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com mera uniformidade e não se deve permitir que se torne um impedimento à introdução de normas contábeis aperfeiçoadas. Não é apropriado que uma entidade continue contabilizando da mesma maneira uma transação ou evento se a prática contábil adotada não está em conformidade com as características qualitativas de relevância e confiabilidade. Também é inapropriado manter práticas contábeis quando existem alternativas mais relevantes e confiáveis. 42. Tendo em vista que os usuários desejam comparar a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira ao longo do tempo, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as correspondentes informações de períodos anteriores. Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações Tempestividade 43. Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, 7 prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários. Equilíbrio entre Custo e Benefício 44. O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática, ao invés de uma característica qualitativa. Os benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é, entretanto, em essência, um exercício de julgamento. Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem os benefícios. Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários, além daqueles para os quais as informações foram preparadas; por exemplo, o fornecimento de maiores informações aos credores por empréstimos pode reduzir os custos financeiros da entidade. Por essas razões, é difícil aplicar o teste de custo-benefício em qualquer caso específico. Não obstante, os órgãos normativos em especial, assim como os elaboradores e usuários das demonstrações contábeis, devem estar conscientes dessa limitação. Equilíbrio entre Características Qualitativas 45. Na prática, é freqüentemente necessário um balanceamento entre as características qualitativas. Geralmente, o objetivo é atingir um equilíbrio apropriado entre as características, a fim de satisfazer aos objetivos das demonstrações contábeis. A importância relativa das características em diferentes casos é uma questão de julgamento profissional. Visão Verdadeira e Apropriada 46. Demonstrações contábeis são freqüentemente descritas como apresentando uma visão verdadeira e apropriada (true and fair view) da posição patrimonial e financeira, do desempenho e das mutações na posição financeira de uma entidade. Embora esta Estrutura Conceitual não trate diretamente de tais conceitos, a aplicação das principais características qualitativas e de normas e práticas de contabilidade apropriadas normalmente resultam em demonstrações contábeis que refletem aquilo que geralmente se entende como apresentação verdadeira e apropriada das referidas informações. Elementos das Demonstrações Contábeis 47. Demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros eventos, agrupando-os em classes de acordo com as suas características econômicas. Essas classes são chamadas de elementos das demonstrações contábeis. Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. A demonstração das mutações na posição financeira usualmente reflete os elementos da demonstração do resultado e as mutações nos elementos do balanço patrimonial; assim sendo, esta Estrutura Conceitual não identifica nenhum elemento que seja exclusivo dessa demonstração. 48. A apresentação desses elementos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado envolve um processo de subclassificação. Por exemplo, ativos e passivos podem ser classificados por sua natureza ou função nos negócios da entidade, a fim de mostrar as informações da maneira mais útil aos usuários para fins de tomada de decisões econômicas. Posição Patrimonial e Financeira 49. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue: (a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade; (b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos; (c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. 50. As definições de ativo e passivo identificam os seus aspectos essenciais, mas não tentam especificar os critérios que precisam ser atendidos para que possam ser reconhecidos no balanço patrimonial. Assim, as definições abrangem itens que não são reconhecidos como ativos ou passivos no balanço porque não satisfazem aos critérios de reconhecimento discutidos nos itens 82 a 98. Especificamente, a expectativa de que futuros benefícios econômicos fluam para a entidade ou deixem a entidade deve ser suficientemente certa para que seja atendido o critério de probabilidade do item 83, antes que um ativo ou um passivo seja reconhecido. 8 51. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se atentar para a sua essência e realidade econômica e não apenas sua forma legal. Assim, por exemplo, no caso do arrendamento financeiro, a essência e a realidade econômica são que o arrendatário adquire os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado pela maior parte da sua vida útil, como contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por esse direito um valor próximo do valor justo do ativo e o respectivo encargo financeiro. Dessa forma, o arrendamento financeiro dá origem a itens que satisfazem a definição de um ativo e um passivo e, portanto, são reconhecidos como tais no balanço patrimonial do arrendatário. 52. Balanços patrimoniais elaborados de acordo com os Pronunciamentos Técnicos devem incluir como ativo ou passivo itens que satisfaçam a essas definições. Ativos 53. O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. Tal potencial poderá ser produtivo, quando o recurso for parte integrante das atividades operacionais da entidade. Poderá também ter a forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa ou poderá ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso de um processo industrial alternativo que reduza os custos de produção. 54. A entidade geralmente usa os seus ativos na produção de mercadorias ou prestação de serviços capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos clientes. Tendo em vista que essas mercadorias ou serviços podem atender aos seus desejos ou necessidades, os clientes se dispõem a pagar por eles e contribuir assim para o fluxo de caixa da entidade. 55. Os benefícios econômicos futuros de um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, um ativo pode ser: (a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de mercadorias e serviços a serem vendidos pela entidade; (b) trocado por outros ativos; (c) usado para liquidar um passivo; ou (d) distribuído aos proprietários da entidade. 56. Muitos ativos, por exemplo, máquinas e equipamentos industriais, têm uma substância física. Entretanto, substância física não é essencial à existência de um ativo; dessa forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, são ativos, desde que deles sejam esperados benefícios econômicos futuros para a entidade e que eles sejam por ela controlados. 57. Muitos ativos, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão ligados a direitos legais, inclusive o direito de propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, o direito de propriedade não é essencial; assim, por exemplo, um imóvel objeto de arrendamento é um ativo, desde que a entidade controle os benefícios econômicos provenientes da propriedade. Embora a capacidade de uma entidade controlar os benefícios econômicos normalmente seja proveniente da existência de direitos legais, um item pode satisfazer a definição de um ativo mesmo quando não há controle legal. Por exemplo, o know-how obtido por meio de uma atividade de desenvolvimento de produto pode satisfazer a definição de ativo quando, mantendo o know-how em segredo, a entidade controla os benefícios econômicos provenientes desse ativo. 58. Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados. As entidades normalmente obtêm ativos comprando-os ou produzindo-os, mas outras transações ou eventos podem gerar ativos; por exemplo: um imóvel recebido do governo como parte de um programa para fomentar o crescimento econômico da região onde se localiza a entidade ou a descoberta de jazidas minerais. Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não podem resultar, por si mesmos, no reconhecimento de ativos; por isso, por exemplo, a intenção de adquirir estoques não atende, por si só, à definição de um ativo. 59. Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas ambas as atividades não necessariamente coincidem entre si. Assim, o fato de uma entidade ter incorrido num gasto pode fornecer evidência da sua busca por futuros benefícios econômicos, mas não é prova conclusiva de que a definição de ativo tenha sido obtida. Da mesma forma, a ausência de um gasto não impede que um item satisfaça a definição de ativo e se qualifique para reconhecimento no balanço patrimonial; por exemplo, itens que foram doados à entidade podem satisfazer a definição de ativo. Passivos 60. Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de uma certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em conseqüência de um contrato ou de requisitos estatutários. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por mercadorias e serviços recebidos. 9 Obrigações surgem também de práticas usuais de negócios, usos e costumes e o desejo de manter boas relações comerciais ou agir de maneira eqüitativa. Se, por exemplo, uma entidade decide, por uma questão de política mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois que expirou o período da garantia, as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos constituem-se passivos. 61. Deve-se fazer uma distinção entre uma obrigação presente e um compromisso futuro. A decisão da Administração de uma entidade de adquirir ativos no futuro não constitui, por si só, uma obrigação presente. A obrigação normalmente surge somente quando o ativo é recebido ou a entidade assina um acordo irrevogável de aquisição do ativo. Neste último caso, a natureza irrevogável do acordo significa que as conseqüências econômicas de deixar de cumprir a obrigação, por exemplo, por causa da existência de uma penalidade significativa, deixem a entidade com pouca ou nenhuma alternativa para evitar o desembolso de recursos em favor da outra parte. 62. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de recursos capazes de gerar benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte. A extinção de uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras, por exemplo, por meio de: (a) (b) (c) (d) (e) pagamento em dinheiro; transferência de outros ativos; prestação de serviços; substituição da obrigação por outra; ou conversão da obrigação em capital. Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos creditícios. 63. Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por exemplo, a aquisição de mercadorias e o uso de serviços resultam em contas a pagar (a não ser que pagos adiantadamente ou na entrega) e o recebimento de um empréstimo resulta na obrigação de liquidá-lo. Ou uma entidade pode ter a necessidade de reconhecer como passivo futuros abatimentos baseados no volume das compras anuais dos clientes; nesse caso, a venda das mercadorias no passado é a transação da qual deriva o passivo. 64. Alguns passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um elevado grau de estimativa. No Brasil esses passivos são descritos como provisões. A definição de passivo, constante do item 49, tem um enfoque amplo e assim, se a provisão envolve uma obrigação presente e satisfaz os demais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu valor tenha que ser estimado. Exemplos incluem provisões por pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos com garantias em vigor e provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria. Patrimônio Líquido 65. Embora o patrimônio líquido seja definido no item 49 como um valor residual, ele pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de apropriações de lucros e reservas para manutenção do capital podem ser demonstrados separadamente. Tais classificações podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários das demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que acionistas de uma entidade tenham direitos diferentes em relação ao recebimento de dividendos ou reembolso de capital. 66. A constituição de reservas é, às vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos. Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que concedem isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências para tais reservas. A existência e o valor de tais reservas legais, estatutárias e fiscais representam informações que podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários. As transferências para tais reservas são apropriações de lucros acumulados, portanto, não constituem despesas. 67. O valor pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial depende da mensuração dos ativos e passivos. Normalmente, o valor do patrimônio líquido somente por coincidência é igual ao valor de mercado das ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus ativos e liquidação de seus passivos numa base de item-por-item, ou da entidade como um todo, numa base de continuidade operacional. 68. Atividades comerciais e industriais, bem como outros negócios são freqüentemente exercidos por meio de firmas individuais, sociedades limitadas, entidades estatais e outras organizações cuja estrutura legal e regulamentar pode ser diferente daquela aplicável às sociedades por ações. Por exemplo, pode haver poucas restrições, ou nenhuma, sobre a distribuição aos proprietários ou outros beneficiários de 10 importâncias incluídas no patrimônio líquido. Independentemente desses fatos, a definição de patrimônio líquido e os outros aspectos desta Estrutura Conceitual que tratam do patrimônio líquido são igualmente aplicáveis a tais entidades. Desempenho 69. O resultado é freqüentemente usado como medida de desempenho ou como base para outras avaliações, tais como o retorno do investimento ou resultado por ação. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do resultado são as receitas e as despesas. O reconhecimento e mensuração das receitas e despesas e, conseqüentemente, do resultado, dependem em parte dos conceitos de capital e de manutenção do capital usados pela entidade na preparação de suas demonstrações contábeis. Esses conceitos são discutidos nos itens 102 a 110. 70. Receitas e despesas são definidas como segue: (a) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade; e (b) Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade. 71. As definições de receitas e despesas identificam os seus aspectos essenciais, mas não especificam os critérios que precisam ser satisfeitos para que sejam reconhecidas na demonstração do resultado. Os critérios para o reconhecimento das receitas e despesas são comentados nos itens 82 a 98. 72. As receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração do resultado de diferentes maneiras, de modo que prestem informações relevantes para a tomada de decisões. Por exemplo, é prática comum distinguir entre receitas e despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade e as demais. Essa distinção é feita porque a fonte de uma receita é relevante na avaliação da capacidade que a entidade tenha de gerar caixa ou equivalentes de caixa no futuro; por exemplo, receitas oriundas de atividades eventuais como a venda de um investimento de longo prazo normalmente não se repetem numa base regular. Nessa distinção, deve-se levar em conta a natureza da entidade e suas operações. Itens que resultam das atividades ordinárias de uma entidade podem ser incomuns em outras entidades. 73. A distinção entre itens de receitas e de despesas e a sua combinação de diferentes maneiras também permitem demonstrar várias formas de medir o desempenho da entidade, com maior ou menor abrangência de itens. Por exemplo, a demonstração do resultado pode apresentar a margem bruta, o lucro ou prejuízo das atividades ordinárias antes dos tributos sobre o resultado, o lucro ou o prejuízo das atividades ordinárias depois desses tributos e o lucro ou prejuízo líquido. Receitas 74. A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas como ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias de uma entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties e aluguéis. 75. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade, representando aumentos nos benefícios econômicos e, como tal, não diferem, em natureza, das receitas. Conseqüentemente, não são considerados como um elemento separado nesta Estrutura Conceitual. 76. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não-correntes. A definição de receita também inclui ganhos não realizados; por exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos negociáveis e os que resultam de aumentos no valor de ativos a longo prazo. Quando esses ganhos são reconhecidos na demonstração do resultado, eles são usualmente apresentados separadamente, porque sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. Esses ganhos são, na maioria das vezes, mostrados líquidos das respectivas despesas. 77. Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados por meio da receita; exemplos incluem caixa, contas a receber, mercadorias e serviços recebidos em troca de mercadorias e serviços fornecidos. A receita também pode resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a entidade pode fornecer mercadorias e serviços a um credor em liquidação da obrigação de pagar um empréstimo. Despesas 78. A definição de despesas abrange perdas assim como as despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade incluem, por exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de um desembolso 11 ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado. 79. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade, representando decréscimos nos benefícios econômicos e, como tal, não são de natureza diferente das demais despesas. Assim, não são consideradas como um elemento à parte nesta Estrutura Conceitual. 80. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que decorrem da venda de ativos não-correntes. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas, por exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de uma moeda estrangeira com relação aos empréstimos a pagar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na demonstração do resultado, elas são geralmente demonstradas separadamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. As perdas são geralmente demonstradas líquidas das respectivas receitas. Ajustes para Manutenção do Capital 81. A reavaliação ou a atualização de ativos e passivos dão margem a aumentos ou diminuições do patrimônio líquido. Embora tais aumentos ou diminuições se enquadrem na definição de receitas e de despesas, sob certos conceitos de manutenção do capital eles não são incluídos na demonstração do resultado. Em vez disso, tais itens são incluídos no patrimônio líquido como ajustes para manutenção do capital ou reservas de reavaliação. Esses conceitos de manutenção do capital são comentados nos itens 102 a 110 desta Estrutura Conceitual. Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Contábeis 82. Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado um item que se enquadre na definição de um elemento e que satisfaça os critérios de reconhecimento mencionados no item 83. Envolve a descrição do item, a atribuição do seu valor e a sua inclusão no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. Os itens que satisfazem os critérios de reconhecimento devem ser registrados no balanço ou na demonstração do resultado. A falta de reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis adotadas nem pelas notas ou material explicativo. 83. Um item que se enquadre na definição de ativo ou passivo deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis se: (a) for provável que algum benefício econômico futuro referente ao item venha a ser recebido ou entregue pela entidade; e (b) ele tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis. 84. Ao avaliar se um item se enquadra nesses critérios e, portanto, se qualifica para fins de reconhecimento nas demonstrações contábeis, é necessário considerar as observações sobre materialidade comentadas nos itens 29 e 30. O inter-relacionamento entre os elementos significa que um item que se enquadra na definição e nos critérios de reconhecimento de um determinado elemento, por exemplo, um ativo, requer automaticamente o reconhecimento de outro elemento, por exemplo, uma receita ou um passivo. Probabilidade de Realização de Benefício Econômico Futuro 85. O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para determinar o grau de incerteza com que os benefícios econômicos futuros referentes ao item venham a ser recebidos ou entregues pela entidade. O conceito está em conformidade com a incerteza que caracteriza o ambiente em que a entidade opera. As avaliações do grau de incerteza ligado ao fluxo de futuros benefícios econômicos são feitas com base na evidência disponível quando as demonstrações contábeis são preparadas. Por exemplo, quando é provável que uma conta a receber devida à entidade seja paga, é então justificável, na ausência de qualquer evidência em contrário, reconhecer a conta a receber como um ativo. Para uma grande quantidade de contas a receber, entretanto, algum grau de inadimplência é normalmente considerado provável; dessa forma, reconhece-se como uma despesa a esperada redução nos benefícios econômicos. Confiabilidade da Mensuração 86. O segundo critério para reconhecimento de um item é que ele possua um custo ou valor que possa ser determinado em bases confiáveis, conforme comentado nos itens 31 a 38 desta Estrutura Conceitual. Em muitos casos, o custo ou valor precisa ser estimado; o uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação das demonstrações contábeis e não prejudica a sua confiabilidade. Quando, entretanto, não puder ser feita uma estimativa razoável, o item não deve ser reconhecido no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. Por exemplo, o valor que se espera receber de uma ação judicial pode enquadrar-se nas definições tanto de um ativo como de uma receita, assim como nos critérios exigidos para reconhecimento; todavia, se não é possível determinar, em bases confiáveis, o valor que será 12 recebido, ele não deve ser reconhecido como um ativo ou uma receita; a existência da reclamação deverá ser, entretanto, divulgada nas notas explicativas ou demonstrações suplementares. 87. Um item que, em determinado momento, deixe de se enquadrar nos critérios de reconhecimento constantes do item 83, poderá qualificar-se para reconhecimento em data posterior como resultado de circunstâncias ou eventos subseqüentes. 88. Um item que possui as características de ativo, passivo, receita ou despesa, mas não atende aos critérios para reconhecimento, pode, entretanto, requerer divulgação nas notas e material explicativos ou em demonstrações suplementares. Isso será apropriado quando a divulgação do item for considerada relevante para a avaliação da posição patrimonial e financeira, do desempenho e das mutações na posição financeira da entidade por parte dos usuários das demonstrações contábeis. Reconhecimento de Ativos 89. Um ativo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder ser determinado em bases confiáveis. 90. Um ativo não é reconhecido no balanço patrimonial quando desembolsos tiverem sido incorridos ou comprometidos, dos quais seja improvável a geração de benefícios econômicos para a entidade após o período contábil corrente. Ao invés, tal transação é reconhecida como despesa na demonstração do resultado. Esse tratamento não implica dizer que a intenção da Administração ao incorrer na despesa não tenha sido a de gerar benefícios econômicos futuros para a entidade ou que a Administração tenha sido mal conduzida. A única implicação é que o grau de certeza quanto à geração de benefícios econômicos para a entidade, após o período contábil corrente, é insuficiente para justificar o reconhecimento de um ativo. Reconhecimento de Passivos 91. Um passivo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que uma saída de recursos envolvendo benefícios econômicos seja exigida em liquidação de uma obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará possa ser determinado em bases confiáveis. Na prática, as obrigações contratuais ainda não integralmente cumpridas de forma proporcional (por exemplo, obrigações decorrentes de pedidos de compra de produtos e mercadorias, mas ainda não recebidos) não são geralmente reconhecidas como passivos nas demonstrações contábeis. Contudo, tais obrigações podem enquadrar-se na definição de passivos e, desde que sejam atendidos os critérios de reconhecimento nas circunstâncias específicas, poderão qualificar-se para reconhecimento. Nesses casos, o reconhecimento do passivo exige o reconhecimento dos correspondentes ativo ou despesa. Reconhecimento de Receitas 92. A receita é reconhecida na demonstração do resultado quando resulta em um aumento, que possa ser determinado em bases confiáveis, nos benefícios econômicos futuros provenientes do aumento de um ativo ou da diminuição de um passivo. Isso significa, de fato, que o reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o reconhecimento de aumento de ativo ou de diminuição de passivo. Mas isso não significa que todo aumento de ativo ou redução de passivo corresponda a uma receita. 93. Os procedimentos normalmente adotados na prática para reconhecimento da receita, como por exemplo o requisito de que a receita deve ter sido ganha, são aplicações dos critérios de reconhecimento definidos nesta Estrutura Conceitual. Tais procedimentos são geralmente orientados para restringir o reconhecimento como receita àqueles itens que possam ser determinados em bases confiáveis e tenham um grau suficiente de certeza. Reconhecimento de Despesas 94. As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado quando surge um decréscimo, que possa ser determinado em bases confiáveis, nos futuros benefícios econômicos provenientes da diminuição de um ativo ou do aumento de um passivo. Isso significa, de fato, que o reconhecimento de despesa ocorre simultaneamente com o reconhecimento do aumento do passivo ou da diminuição do ativo (por exemplo, a provisão para obrigações trabalhistas ou a depreciação de um equipamento). 95. As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com base na associação direta entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse processo, usualmente chamado de confrontação entre despesas e receitas (Regime de Competência), envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado das receitas e despesas que resultem diretamente das mesmas transações ou outros eventos; por exemplo, os vários componentes de despesas que integram o custo das mercadorias vendidas devem ser reconhecidos na mesma data em que a receita derivada da venda das mercadorias é reconhecida. Entretanto, a aplicação do conceito de confrontação da receita e despesa de acordo com esta Estrutura Conceitual não autoriza o reconhecimento de itens no balanço patrimonial que não satisfaçam à definição de ativos ou passivos. 13 96. Quando se espera que os benefícios econômicos sejam gerados ao longo de vários períodos contábeis, e a confrontação com a correspondente receita somente possa ser feita de modo geral e indireto, as despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com base em procedimentos de alocação sistemática e racional. Muitas vezes isso é necessário ao reconhecer despesas associadas com o uso ou desgaste de ativos, tais como imobilizado, ágio, marcas e patentes; em tais casos, a despesa é designada como depreciação ou amortização. Esses procedimentos de alocação destinam-se a reconhecer despesas nos períodos contábeis em que os benefícios econômicos associados a tais itens sejam consumidos ou expirem. 97. Uma despesa é reconhecida imediatamente na demonstração do resultado quando um gasto não produz benefícios econômicos futuros ou quando, e na extensão em que os benefícios econômicos futuros não se qualificam, ou deixam de se qualificar, para reconhecimento no balanço patrimonial como um ativo. 98. Uma despesa é também reconhecida na demonstração do resultado quando um passivo é incorrido sem o correspondente reconhecimento de um ativo, como no caso de um passivo decorrente de garantia de produto. Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis 99. Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do resultado. Esse processo envolve a seleção de uma base específica de mensuração. 100. Diversas bases de mensuração são empregadas em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o seguinte: (a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não ser atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações, podendo também, em certas circunstâncias, ser atualizados monetariamente. (b) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço. (c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda numa forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade. (d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado, do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade. 101. A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na preparação de suas demonstrações contábeis é o custo histórico. Ele é normalmente combinado com outras bases de avaliação. Por exemplo, os estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, os títulos e ações negociáveis podem em determinadas circunstâncias ser mantidos a valor de mercado e os passivos decorrentes de pensões são mantidos pelo valor presente de tais benefícios no futuro. Além disso, em algumas circunstâncias entidades usam a base de custo corrente como uma resposta à incapacidade do modelo contábil de custo histórico enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos ativos não-monetários. Conceitos de Capital e de Manutenção de Capital Conceitos de Capital 102. O conceito financeiro de capital é adotado pela maioria das entidades na preparação de suas demonstrações contábeis. De acordo com o conceito financeiro de capital, tal como o dinheiro investido ou o seu poder de compra investido, o capital é sinônimo de ativo líquido ou patrimônio líquido da entidade. Por outro lado, segundo o conceito físico de capital, o capital é considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de produção diária. 103. A seleção do conceito de capital apropriado para a entidade deve ser baseada nas necessidades dos usuários das demonstrações contábeis. Assim, o conceito financeiro de capital deve ser adotado se os usuários das demonstrações contábeis estão principalmente interessados na manutenção do capital nominal investido ou no poder de compra do capital investido. Se, entretanto, a principal preocupação dos usuários 14 é com a capacidade operacional da entidade, o conceito físico de capital deve ser usado. O conceito escolhido indica a meta a ser atingida na determinação do lucro, embora possa haver dificuldades de mensuração em se tornar operacional esse conceito. Conceitos de Manutenção do Capital e Determinação do Lucro 104. Os conceitos de capital mencionados no item 102 dão origem aos seguintes conceitos de manutenção de capital: (a) Manutenção do capital financeiro. De acordo com esse conceito, o lucro é auferido somente se o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos líquidos no fim do período excede o seu montante financeiro (ou dinheiro) no começo do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o período. A manutenção do capital financeiro pode ser medida em qualquer unidade monetária nominal ou em unidades de poder aquisitivo constante. (b) Manutenção do capital físico. De acordo com esse conceito, o lucro é auferido somente se a capacidade física produtiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou os recursos ou fundos necessários para atingir essa capacidade) no fim do período excede a capacidade física produtiva no início do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o período. 105. O conceito de manutenção do capital está relacionado à forma como a entidade define o capital que ela procura manter. Ele representa um elo entre os conceitos de capital e os conceitos de lucro, pois fornece um ponto de referência para medição do lucro; é uma condição essencial para distinguir entre o retorno sobre o capital da entidade e a recuperação do capital; somente os ingressos de ativos que excedem os valores necessários para manutenção do capital podem ser considerados como lucro e, portanto, como retorno sobre o capital. Portanto, o lucro é o valor remanescente depois que as despesas (inclusive os ajustes de manutenção do capital, quando for apropriado) tiverem sido deduzidas do resultado. Se as despesas excederem a receita, o saldo será um prejuízo. 106. O conceito físico de manutenção de capital requer a adoção do custo corrente como base de avaliação. O conceito financeiro de manutenção do capital, entretanto, não requer o uso de uma base específica de mensuração. A escolha da base conforme este conceito depende do tipo de capital financeiro que a entidade está procurando manter. 107. A principal diferença entre os dois conceitos de manutenção do capital está no tratamento dos efeitos das mudanças nos preços dos ativos e passivos da entidade. Em termos gerais, uma entidade terá mantido seu capital se ela tiver tanto capital no fim do período como tinha no início, computados os efeitos das distribuições aos proprietários e seus aportes para o capital durante esse período. Qualquer valor além daquele necessário para manter o capital do início do período é lucro. 108. De acordo com o conceito financeiro de manutenção do capital, no qual o capital é definido em termos de unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento do capital monetário nominal no período. Assim, os aumentos nos preços de ativos mantidos no período, convencionalmente designados como ganhos de estocagem, são, conceitualmente, lucros. Poderão eles não ser reconhecidos como tais, entretanto, até que os ativos sejam vendidos mediante uma transação com terceiros. Quando o conceito financeiro de manutenção de capital é definido em termos de unidades de poder aquisitivo constante, o lucro representa o aumento do poder aquisitivo, no período, do capital investido. Assim, somente a parcela do aumento nos preços dos ativos que exceder o aumento no nível geral de preços é considerada como lucro. O restante do aumento é tratado como um ajuste para manutenção do capital e, conseqüentemente, como parte integrante do patrimônio líquido. 109. De acordo com o conceito físico de manutenção do capital, quando o capital é definido em termos de capacidade física produtiva, o lucro representa o aumento desse capital no período. Todas as mudanças de preços afetando ativos e passivos da entidade são vistas, nesse conceito, como mudanças na mensuração da capacidade física produtiva da entidade; dessa forma, devem ser tratadas como ajustes para manutenção do capital, que são parte do patrimônio líquido, e não como lucro. 110. A seleção das bases de mensuração e o conceito de manutenção do capital determinarão o modelo contábil usado na preparação das demonstrações contábeis. Diferentes modelos contábeis apresentam diferentes graus de relevância e confiabilidade e, como em outras áreas, a Administração deve procurar um equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, considerando também o consenso entre os agentes econômicos. Esta Estrutura Conceitual é aplicável a um elenco de modelos contábeis e orienta na preparação e apresentação das demonstrações contábeis elaboradas conforme o modelo escolhido. A análise das demonstrações contábeis é uma das técnicas contábeis e consiste na aplicação de modelos matemáticos que permitam ao analista formar convicção acerca da condição econômico-financeira das empresas. Lei nº 6.404-1976 atualizada até a Lei nº 11.941/2009 15 Exercício Social Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto. Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa. Demonstrações Financeiras Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. § 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". § 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral. § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009) I - apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). II - divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). III - fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e(Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). IV - indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o); (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) f) o número, espécies e classes das ações do capital social; Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009) g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e(Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). § 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) § 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). Escrituração Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. § 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. § 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). 16 § 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). § 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados. § 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 7o (Revogado pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). Balanço Patrimonial Grupo de Contas Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I - ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). II - ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941 de 2009). § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I - passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). II - passivo não-circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. Ativo Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V –(Revogado pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Passivo Exigível Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo nãocirculante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo nãocirculante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179. (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). Resultados de Exercícios Futuros Art. 181. Revogado pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). Patrimônio Líquido Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; c) (revogada); (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007) d) (revogada). (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007) § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. 17 § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177. (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. Critérios de Avaliação do Ativo Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007) II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização. VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007) 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. § 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) 18 § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. Critérios de Avaliação do Passivo Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço; II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; III - as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo não-circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). Critérios de Avaliação em Operações Societárias (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177, normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, participações societárias ou segmentos de negócios.(Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009) Correção Monetária Art. 185. (Revogado - Lei nº 7.730, de 1989) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. Demonstração do Resultado do Exercício Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. § 2o (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007) Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) III - (Revogado pela Lei nº 11.941 de 2009). IV - (Revogado pela Lei nº 11.941 de 2009). Lucro, Reservas e Dividendos Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. 19 Participações Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201. Lucro Líquido Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações de que trata o artigo 190. Proposta de Destinação do Lucro Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. Reservas e Retenção de Lucros Reserva Legal Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. Reservas Estatutárias Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e III - estabeleça o limite máximo da reserva. Reservas para Contingências Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. § 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. § 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda. Reserva de Incentivos Fiscais (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) Retenção de Lucros Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. § 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento. § 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Reserva de Lucros a Realizar Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) § 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) § 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) Limite da Constituição de Reservas e Retenção de Lucros 20 Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202). Limite do Saldo das Reservas de Lucro (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) Reserva de Capital Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para: I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único); II - resgate, reembolso ou compra de ações; III - resgate de partes beneficiárias; IV - incorporação ao capital social; V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º). Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. Dividendos Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17. § 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. § 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste. Dividendo Obrigatório Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001) b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001) II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197); (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) § 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria. § 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) § 3o A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações; (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condição prevista no inciso I. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à assembléia. § 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia. § 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) Sociedades Coligadas, Controladoras e Controladas 21 Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. § 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). § 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. § 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e controladas, que forem exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários. § 4o Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941 de 25 de maio de 2009). § 5o É presumida influência significativa quando a investidora for titular de vinte por cento ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la. (Incluído dada pela Lei nº 11.941 de 2009). ........................................................................... Responsabilidade Art. 245. Os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer sociedade coligada, controladora ou controlada, cumprindo-lhes zelar para que as operações entre as sociedades, se houver, observem condições estritamente comutativas, ou com pagamento compensatório adequado; e respondem perante a companhia pelas perdas e danos resultantes de atos praticados com infração ao disposto neste artigo. Sociedade Controladora Art. 246. A sociedade controladora será obrigada a reparar os danos que causar à companhia por atos praticados com infração ao disposto nos artigos 116 e 117. § 1º A ação para haver reparação cabe: a) a acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social; b) a qualquer acionista, desde que preste caução pelas custas e honorários de advogado devidos no caso de vir a ação ser julgada improcedente. § 2º A sociedade controladora, se condenada, além de reparar o dano e arcar com as custas, pagará honorários de advogado de 20% (vinte por cento) e prêmio de 5% (cinco por cento) ao autor da ação, calculados sobre o valor da indenização. Demonstrações Financeiras- Notas Explicativas Art. 247. As notas explicativas dos investimentos a que se refere o art. 248 devem conter informações precisas sobre as sociedades coligadas e controladas e suas relações com a companhia, indicando: (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009). I - a denominação da sociedade, seu capital social e patrimônio líquido; II - o número, espécies e classes das ações ou quotas de propriedade da companhia, e o preço de mercado das ações, se houver; III - o lucro líquido do exercício; IV - os créditos e obrigações entre a companhia e as sociedades coligadas e controladas; V - o montante das receitas e despesas em operações entre a companhia e as sociedades coligadas e controladas. Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento: a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia; b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia. Avaliação do Investimento em Coligadas e Controladas Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009). I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas; II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada; III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como resultado do exercício: a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos; c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. § 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas. § 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação previsto no número I. 22 RELATÓRIO DE ANÁLISE Análise de Cenário 1. A descrição da empresa. 2. O segmento econômico em que atua 3. As maiores concorrentes. 4. As políticas governamentais que afetam o segmento. 5. A performance global da empresa indicando total de ativos e PL. 6. Eventos subseqüentes que possam afetar positiva ou negativamente os negócios da empresa Análise Econômica 1. A situação do Patrimônio líquido 2. Fatores que determinaram a variação do PL 3. Políticas de constituição de reservas 4. Políticas de distribuição de dividendos 5. Grau de imobilização do patrimônio líquido 6. Grau de endividamento (a participação do capital de terceiros) 7. Origens de recursos 8. Garantias oferecidas aos credores Análise Financeira 1. Capacidade de pagamento 2. Disponibilidades para saldar dívidas 3. Liquidez 4. Rentabilidade ciclo financeiro 5. Necessidade de Investimento em Giro 6. Dinâmica do capital de giro Conclusão 1. Situação da empresa comparando seu desempenho com as principais concorrentes. 2. Opinião sobre o desempenho econômico-financeiro. 3. Recomendações sobre possíveis diretrizes a serem adotadas para manter o desempenho atual ou para reverter a situação. 4. Mencionar possíveis limitações de escopo ocorridas na coleta de dados, na qualidade das demonstrações e nas informações complementares. Anexos 1. Tabelas 2. Gráficos 3. Planilhas 4. Itens trabalhados não incluídos no corpo do relatório 5. Metodologia utilizada na coleta de dados 6. Detalhamento dos ajustes e reclassificações de contas 7. Fórmulas utilizadas 8. Dados das empresas utilizados para comparação 9. Referências bibliográficas 10. Softwares utilizados Conceitos Fundamentais para compreensão da aplicação das técnicas de análise contábil CLASSES DE CONTAS: na forma da Lei 6.404/76, são duas as classes de contas patrimoniais: as do ativo e as do passivo. GRUPOS DE CONTAS: são subdivisões das classes de contas, assim: Ativo (Classe) Ativo Circulante Ativo Não Circulante Passivo (Classe) Passivo Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Grupos Grupos Atenção: Observe que, sob a ótica da Lei 6.404/76, o Patrimônio Líquido é grupo de contas da classe do Passivo. Doutrinariamente, no entanto, o PL se difere do Passivo: Patrimônio Líquido: conjunto de contas não exigíveis; não têm natureza de dívidas. Passivo: são contas que representam os valores exigíveis (dívidas). SUBGRUPOS DE CONTAS: são subdivisões dos grupos de contas Exemplos: Ativo (Classe) Ativo Circulante (Grupo) 23 Disponibilidades Valores a Receber Impostos a Recuperar Instrumentos financeiros inclusive derivativos Estoques Despesas de Exercícios Seguintes Subgrupos CONTAS: representação dos elementos patrimoniais ou de resultado: Exemplos: Ativo (Classe) Ativo Circulante (Grupo) Disponibilidades (Subgrupo) Caixa Bancos – Conta Movimento Contas Numerário em Trânsito Aplicações de Liquidez Imediata SUBCONTAS: menor grau de detalhamento das contas. Exemplos: Ativo (Classe) Ativo Circulante (Grupo) Disponibilidades (Subgrupo) Caixa (Conta) Depósitos Bancários Banco de Desenvolvimento Regional e Nacional (BADERNA) Banco Brasil Brasileiro (BBB) Caixa Super Econômica Federal (CASEF) Subcontas RECLASSIFICAÇÃO DE CONTAS A rigor, antes de proceder à análise, devem ser eliminados os valores classificados no ativo que não se converterão em moeda como, por exemplo, as despesas antecipadas do ativo circulante e realizável a longo prazo, para se chegar ao conceito do que se denomina ativo real (se os montantes forem relevantes). Se no ativo houver duplicatas ou outros títulos descontados, para efeito de análise, o analista deve considerá-las entre os passivos, já que a empresa antecipou esses recursos em bancos e é devedora solidária: se seu cliente não pagar a duplicata ao banco, ela deverá fazê-lo. Mas isso se processa apenas em papéis de trabalho, em nada modificando a rotina de escrituração e elaboração de demonstrações financeiras da companhia. TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Para avaliar os demonstrativos contábeis em seus aspectos de evolução e composição, são aplicadas as seguintes técnicas: • Análise Vertical; • Análise Horizontal • Análise por Quocientes ANÁLISE POR QUOCIENTES O método de análise das demonstrações financeiras de uso mais disseminado é a análise por quocientes. Trata-se da forma mais indicada para tirar conclusões sobre solvência, rotação, e rentabilidade. Em seu desenvolvimento, poderão ser comparados, inclusive, elementos retirados de demonstrações financeiras diferentes, porém, elaboradas em uma mesma data. Na análise por quocientes pode-se chegar a indicadores: • estáticos ou patrimoniais - característica dos quocientes obtidos da relação entre elementos extraídos exclusivamente do balanço patrimonial como, por exemplo, os índices de liquidez. • dinâmicos ou operacionais – diz-se dos quocientes que surgem da análise de contas retiradas exclusivamente da demonstração do resultado do exercício como, por exemplo, as margens bruta, operacional e líquida. • de velocidade – obtidos pela comparação entre elementos patrimoniais e de resultado, como por exemplo, a rotação de estoque, e os prazos médios de pagamento ou recebimento. ANÁLISE DE LIQUIDEZ A análise de liquidez se faz por meio de indicadores estáticos com a intenção de se chegar a conclusões sobre a capacidade de pagamento das exigibilidades de uma empresa. Por eles os credores potenciais avaliam o risco de novas concessões de crédito, e os atuais verificam a possibilidade de não recebimento de empréstimos ou financiamentos que anteriormente concederam em favor da empresa avaliada. Mas, é preciso ressaltar que, o analista das demonstrações só forma suas convicções após a avaliação completa dos dados, isto é, não antes de aplicar todas as técnicas (análise vertical, horizontal e por quocientes). Os índices de liquidez são muito difundidos e de aplicação bastante usual em instituições financeiras. Apresentam-se em quatro índices básicos: • Liquidez Corrente (LC); • Liquidez Imediata (LI); • Liquidez Seca (LS); e 24 • Liquidez Geral (LG). Índice de Liquidez Corrente (LC) Denota a capacidade de pagamento a curto prazo da empresa. Teoricamente, o risco de crédito será maior na medida em que a liquidez seja menor. A rigor, a liquidez corrente indica quanto existe de ativo circulante para cada unidade monetária de dívida assumida no curto prazo, junto a terceiros. Portanto, avalia a capacidade de pagamento de dívidas de curto prazo, usando bens e valores circulantes. Liquidez Corrente (LC) = AC PC Considere: AC= Ativo Circulante PC= Passivo Circulante Da aplicação dessa fórmula pode resultar quociente: • igual a 1 = Nesse caso, existe R$ 1,00 de AC para cada R$ 1,00 de PC; • menor que 1= O AC é insuficiente para pagar o PC. • maior que 1 = O AC é mais que suficiente para cobrir o PC. Balanço Patrimonial Ativo Passivo Circulante Depósitos a vista (PF/PJ) Salários a pagar Empréstimos obtidos 200 Circulante Disponível Créditos a Receber Títulos e Valores mobiliários Estoques Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Imobilizado 20 90 40 50 250 160 50 40 70 Não Circulante Patrimônio Líquido 50 240 50 200 Total 450 Total 450 LC = 200 160 LC = 1,25 ou 125% Conclui-se que a empresa tem ativos circulantes para cobrir suas dívidas de curto prazo, na razão de R$ 1,25 de AC para cada R$ 1,00 de exigibilidades. Índice de Liquidez Imediata Mede o nível de recursos mantidos em disponibilidades para fazer frente a pagamentos imediatos relativos a obrigações previamente assumidas, ou a eventualidades. Ou seja, revela o percentual de dívidas de curto prazo que a empresa tem condições de liquidar imediatamente. Instituições que trabalham com volumes vultosos de operações à vista, precisam cuidar para que suas disponibilidades sejam suficientes para garantir seu funcionamento regular e ao mesmo tempo minimizar a manutenção de valores nessas contas, já que são ativos de reduzida rentabilidade. Obviamente as instituições evitam trabalhar com volumes elevados de disponibilidades, principalmente quando operam em contextos inflacionários. A liquidez imediata ou instantânea deve ser apenas a suficiente para fazer frentes aos pagamentos imediatos. Excedentes devem ser aplicados. Liquidez Imediata = Disponibilidades PC Balanço Patrimonial Ativo Circulante Caixa Depósitos bancários Créditos a Receber Estoques Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Imobilizado Total 10 20 80 30 Passivo 140 Circulante Depósitos a vista (PF/PJ) Salários a Pagar Empréstimos obtidos 160 60 100 300 Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Total 120 20 40 60 30 150 300 Neste caso, as disponibilidades são a soma das contas Caixa e Bancos. Liquidez Imediata = 30 25 120 Liquidez Imediata = 0,25 ou 25% Portanto, para essa empresa é possível quitar, instantaneamente, 25% das dívidas circulantes. Índice de Liquidez Seca Demonstra a porcentagem das dívidas de curto prazo em condições de serem liquidadas mediante a utilização dos itens monetários de maior liquidez, do ativo circulante. Ou seja, sem depender dos estoques sobre os quais a empresa não tem tanta capacidade de interferir em sua realização, pois são itens sujeitos a condições de mercado (poder aquisitivo, taxas de juros e outros). Liquidez Seca = AC – Estoques PC Balanço Patrimonial Ativo Passivo Circulante Caixa Depósitos bancários Operações de Crédito Estoques Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Investimentos e Imobilizado Intangível Total 10 20 30 40 20 50 30 100 Circulante Empréstimos contraídos no país Salários a Pagar Empréstimos obtidos 150 20 40 90 100 Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido 200 Total 10 40 200 Baseado em tais informações, a liquidez seca seria: Liquidez Seca = 100 – 40 150 Liquidez Seca = 0,4 ou 40% Como o quociente encontrado é inferior a um, isso significa que essa empresa depende da realização de seus estoques para ampliar sua capacidade de pagamento de curto prazo. Para o cálculo do índice de liquidez seca, alguns autores suprimem também as aplicações de recursos em despesas de exercícios seguintes (despesas antecipadas), uma vez que se trata de grupo de contas cuja destinação é a transformação em despesa, na medida da ocorrência de seu fato gerador. Isto é, não são valores que se traduzirão em capacidade de pagamento, pois não se convertem em moeda. Para eles a fórmula seria: Liquidez Seca = AC – Estoques PC * Despesas Antecipadas: Se não houve a reclassificação antes de iniciar a análise. Balanço Patrimonial Ativo Passivo Circulante Disponibilidades Operações de Crédito Estoques Despesas antecipadas Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Investimentos, Imobilizado e intangível Total 20 30 40 10 20 80 100 Circulante Recursos de aceites cambiais Salários a Pagar Empréstimos obtidos 200 Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido 200 Total 150 20 40 90 10 40 200 Nesse caso, a liquidez seca seria: Liquidez Seca = 100 – 40 – 10 150 Liquidez Seca = 0,3333 ou 33,33% Logo, desconsideradas as despesas de exercícios seguintes, a capacidade de pagamento de curto prazo dessa empresa, se resume a 1/3 do total das dívidas circulantes. Índice de Liquidez Geral 26 Revela a liquidez considerando a totalidade dos ativos realizáveis e dos passivos exigíveis. É usada como medida de segurança financeira de longo prazo. Tem-se por ideal, que não seja inferior à unidade. Caso se apresente com valores inferiores a 1, significa que a empresa tem ativos permanentes financiados com capital de terceiros, o que pode trazer dificuldades financeiras no longo prazo. Liquidez geral ou liquidez de longo prazo= AC+ARLP PC + PNC Considere: ARLP= Ativo Realizável a Longo Prazo PNC= Passivo Não Circulante Balanço Patrimonial ATIVO CIRCULANTE 100 Caixa 20 Créditos a Receber 40 Estoques 40 ATIVO NÃO CIRCULANTE 100 Realizável a Longo Prazo 20 Contas a receber 10 Empréstimos Concedidos 10 Imobilizado 80 Total PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores 20 Salários a Pagar 40 Empréstimos obtidos 70 130 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 20 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 200 Total 50 200 Com base em tais informações a liquidez geral seria: Liquidez geral = 100 + 20 130 + 20 Liquidez geral = 0,8 ou 80% Essa empresa não tem bens e direitos de curto e longo prazos suficientes para cobrir as dívidas assumidas no passivo circulante e não circulante. Logo, há valores do ativo não circulante imobilizado financiados com capitais de terceiros (o PL é de apenas R$ 50,00 e não cobre o ativo imobilizado de R$ 80,00). Assim, considerando-se exclusivamente as informações acima, se não sobrevierem novos fatos, a empresa poderá ter que se desfazer de parte de seu ativo permanente para saldar suas dívidas integralmente. É comum em concursos públicos o examinador solicitar a associação de conhecimentos da análise de liquidez com a evolução do capital circulante líquido da companhia. Por isso poderão ser exigidos conhecimentos sobre a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. A DOAR deve apresentar de forma ordenada e sumariada as operações que afetem o capital circulante líquido (CCL) da companhia, também denominado capital de giro líquido. A expressão ‘giro’ é utilizada para designar os recursos correntes ou de curto prazo das entidades. Ao permitir a identificação dos fenômenos que atingem o CCL a DOAR favorece ao analista das demonstrações contábeis conhecer a situação financeira de curto prazo da companhia e avaliar a capacidade de pagamento das obrigações circulantes da empresa. E, também, evidenciar a política de financiamentos e investimentos de recursos não circulantes da companhia. VARIAÇÕES NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL) A variação do capital circulante líquido liga-se à Demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR), e se correlaciona com a liquidez de curto prazo da empresa. Também chamada de “Fluxo de fundos”, essa demonstração deriva, basicamente, de uma analise das variações ocorridas na posição financeira da empresa (ativos e passivos circulantes), cuja diferença representa o “capital circulante liquido”. Esse demonstrativo permite a identificação dos fluxos financeiros que aumentam ou reduzem o capital circulante líquido, indicando suas origens (operações que elevaram o capital circulante líquido) e aplicações (operações que diminuam o capital circulante líquido). O CCL corresponde à diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante: CCL = AC – PC O capital circulante líquido pode apresentar diversas configurações, conforme modelo de estudo proposto por Assaf Neto e Tibúrcio Silva1. Para sua compreensão considere: AC= ativo circulante ARLP= ativo realizável a longo prazo AP= Ativo Permanente 1 ASSAF NETO A.; SILVA C.A.T. Administração do capital de Giro. Atlas, 2002, p. 17 27 PC= Passivo Circulante PNC= Passivo Não Circulante PL = Patrimônio líquido Veja como essas configurações podem ser assim ilustradas: 1. Quando o ativo circulante é maior que o passivo circulante, o CCL é positivo: AC PC CCL PNC ARLP PL Demais ANC O excesso do ativo circulante sobre o passivo circulante configura folga financeira de curto prazo. 2. Se o passivo circulante ultrapassar os valores realizáveis a curto prazo, então a empresa apresentará capital circulante negativo. AC PC CCN ARLP PNC Demais ANC PL 3. A inexistência de capital circulante líquido se apresenta quando os valores do ativo e passivo circulante se igualam: AC PC ARLP PNC PL Demais ANC Mas, como é possível à DOAR evidenciar as circunstâncias que afetam o capital circulante líquido? Se observarmos a fórmula do CCL, veremos como isso é possível: CCL = AC – PC a) Se o ativo circulante aumentar, sem que haja variação no passivo circulante de igual montante, teremos variação positiva do CCL. Assim: ↑CCL = ↑AC – PC b)Se o passivo circulante diminuir, sem que haja variação no ativo circulante reflexo equivalente, também teremos aumento do CCL. Assim: ↑CCL = AC – PC↓ Operações que como no modelo apresentado acima provocam aumento do CCL são apresentadas na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos como ORIGENS de Capital Circulante Líquido. c)No caso de o ativo circulante diminuir, sem que o passivo circulante reduza na mesma proporção o CCL da empresa diminui. ↓CCL = ↓AC – PC d) Na hipótese de o passivo circulante aumentar, sem reflexo proporcional no ativo de curto prazo, ocorre redução do CCL: ↓CCL = AC – PC↑ Quociente de Solvência Avalia a capacidade de pagamento do total das exigibilidades (capitais de terceiros) considerando o ativo total (AC + ARLP + AP), com o cuidado de não considerar os itens que não se realizarão em moeda (despesas 28 antecipadas). A idéia é verificar a existência ou não de passivo a descoberto, quando o ativo é insuficiente para saldar as dívidas do patrimônio, o que caracterizaria a insolvência. Quociente de Solvência= _____Ativo total____ Capital de Terceiros* Capital de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Balanço Patrimonial ATIVO Circulante Disponível Créditos a Receber Estoques Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Imobilizado 20 90 40 PASSIVO 150 Circulante Fornecedores Empréstimos obtidos 250 50 200 Total 120 50 70 Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido 40 240 400 Total 400 Observados os dados do balanço, teríamos: Quociente de Solvência= ____400____ 120 + 40 Quociente de Solvência = 2,5 Conclui-se que o ativo é capaz de cobrir até duas vezes e meia o total das dívidas já assumidas. Quociente de Endividamento Segundo Gitman (1997: 115) o endividamento de uma empresa tem relação com os recursos de terceiros. "A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros." A utilização de recursos de terceiros na formação dos ativos das empresas, pode alterar sua alavancagem financeira, termo utilizado para descrever a ampliação ou não do risco e do retorno ocasionados pelo uso de financiamento a custos determinados, como dívida e financiamentos onerosos. O endividamento revela a parcela do ativo que foi financiada com recursos de terceiros. Por decorrência, mostra o volume de recursos próprios que financiam o ativo e permite conclusões sobre a maior ou menor dependência de capitais de terceiros. Este indicador será obtido assim: Quociente de Endividamento= Capital de terceiros Ativo Ativo Circulante Ativo Não Circulante Total Balanço Patrimonial Passivo 150 Circulante 250 Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido 400 Total 300 200 (100) 400 Quociente de Endividamento =___500____ 400 Quociente de Endividamento = 1,25 Observe que, no cálculo do endividamento, interessam à empresa quocientes inferiores à unidade. Num caso como o demonstrado a empresa já atingiu um nível de endividamento insustentável para seu ativo que não é suficiente para saldar as exigibilidades, indicando situação líquida de passivo a descoberto. Composição de Endividamento Diz respeito à qualidade da dívida ao precisar o percentual de obrigações de curto prazo com que a empresa opera, naquele momento, em relação ao volume total de exigibilidades. Assim: Composição de Endividamento = _____PC_______ Exigível Total* * Exigível Total = PC + PNC 29 Balanço Patrimonial Passivo Ativo Circulante Não Circulante 240 Circulante 260 Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Total 500 Total Composição de Endividamento = __120____ 120 + 180 120 180 200 500 Composição de Endividamento = 0,4 ou 40% Portanto, 40% das dívidas dessa empresa vencem no curto prazo. ANÁLISE DE ROTAÇÃO, GIRO OU VELOCIDADE Indicadores de rotação são utilizados para identificar prazos de renovações de estoques, valores a receber e dívidas, e o número de vezes que isso acontece num dado período. Rotação de Estoques Esse indicador também conhecido por giro de estoques torna possível saber o número de vezes em que a empresa repôs integralmente seus bens de revenda, em um período considerado. Sua fórmula combina informações retiradas da demonstração do resultado do exercício (Custo da Mercadoria Vendida - CMV) e do Balanço Patrimonial (Estoque de Mercadorias). Rotação de Estoques (RE) = CMV_____ Estoque Médio Onde Estoque médio = Estoque Inicial + Estoque Final 2 Prazo médio de rotação de estoques = ______360__________ Rotação de Estoques ANÁLISE DA MARGEM, LUCRATIVIDADE OU RENTABILIDADE Demonstra a relação das diversas formas de lucro com o volume da receita operacional líquida (ROL). Os dados para essa análise são extraídos da Demonstração do Resultado do Exercício. Basicamente são: Margem Bruta: demonstra a margem de lucro bruto em relação à de receita líquida de vendas; Margem Operacional: revela o tamanho do lucro operacional em relação à ROL Margem líquida: mostra o percentual de lucro líquido que a empresa foi capaz se produzir, em comparação com a receita líquida de vendas. Margem Bruta =LOB x 100 ROL Margem Operacional = LOL x 100 ROL Margem Líquida = LLE x 100 ROL Considere: LOB: Lucro Operacional Bruto LOL: Lucro Operacional Líquido LLE: Lucro Líquido do Exercício ROL: Receita Operacional Líquida (+) (-) (=) (-) (=) (+) (-) (=) (+) Exemplo: DRE da Cia Amazonense Receita Operacional Bruta Deduções Abatimentos e Impostos Receita Operacional Líquida Custo da Mercadoria Vendida Lucro Operacional Bruto Demais Receitas Operacionais Despesas Operacionais Lucro Operacional Líquido Outras Receitas 31/12/2002 3.000,00 (500,00) 2.500,00 (1.300,00) 1.200,00 700,00 400,00 1.500,00 850,00 30 (-) (=) (-) (=) (-) (=) Outras Despesas Lucro antes da CSLL e IR CSLL Lucro ou Prejuízo antes do IR Imposto de Renda (IR) Lucro Líquido do Exercício (350,00) 2.000,00 (180,00) 1.820,00 (300,00) 1.520,00 A partir dos dados da Companhia Amazonense é possível calcular: Margem Bruta = 1.200 x 100 → 48%. 2.500 Margem Operacional = 1.500 x 100 → 60% 2.500 Margem Líquida = 1.520 x 100 → 60,8% 2.500 Outros Indicadores Econômico-Financeiros Ao relacionar a Demonstração do Resultado com o Balanço Patrimonial, surge ainda outro indicador. Rentabilidade do capital Próprio ou Retorno sobre o patrimônio Líquido (RSPL) Rentabilidade do Capital Próprio = LLE X 100 PL A Rentabilidade sobre o Capital Próprio (RCP), também denominada Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL), mostra a capacidade que a empresa tem de proporcionar aos sócios o retorno sobre capital aplicado, de tal sorte que ele possa comparar com outras possibilidades de investimentos. Suponha uma empresa que tem um patrimônio líquido avaliado em R$ 28.000,00 e que em um dado exercício social gerou um lucro líquido do exercício de R$ 5.600,00. Nesse caso a taxa de retorno sobre o capital próprio seria: Rentabilidade do Capital Próprio = 5.600 X 100 = 20% 28.000 A prevalecer os mesmos volumes médios de capital próprio e de lucro líquido do exercício por vários e sucessivos exercícios financeiros, isso significaria dizer que o retorno integral do investimento dos sócios levaria, em média, 5 anos. Retorno sobre o ativo O ROA representa a medida do lucro que foi gerado pelo ativo de uma empresa em relação ao ativo médio. ROA = Lucro Operacional Líquido x 100 Ativo Total Médio Considere as seguintes informações: 2006 LOL 142.000 Ativo 400.000 Ativo Total Médio 2007 142.000 420.000 410.000 2008 184.000 480.000 450.000 O valor do ativo médio é obtido pela média aritmética simples. Com base nestes valores, podemos então calcular o ROA para 2007 e 2008: 142.000 × 100 = 34,63% 410.000 184.000 = ×100 = 40,89% 450.000 ROA2007 = ROA2008 Portanto, as atividades da empresa conduziram a um lucro de, aproximadamente, 35% e 41% nos referidos exercícios sociais. ANÁLISE DAS IMOBILIZAÇÕES Objetiva saber se o ativo permanente se respalda totalmente no patrimônio líquido da empresa, ou se está parcialmente financiado com recursos de terceiros de longo e/ou curto prazos. Pode-se dizer que o uso de capitais de terceiros de curto prazo financiando o ativo permanente sugere uma situação potencial de insolvência. 31 1. Imobilização do Capital Próprio = Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo PL É desejável que dessa operação resultem valores menores que a unidade ou iguais a ela. Nesses casos, os capitais próprios são suficientes para financiar o ativo permanente. Valores superiores a um (1,00) traduzem o uso de recursos de terceiros no financiamento do ativo antes denominado permanente. É recomendável nessa hipótese que se verifique a utilização ou não de passivos circulantes lastreando o permanente, por meio da fórmula a seguir. 2. Imobilizações de Capital de Longo Prazo = Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo (ou de Recursos não correntes) PL + PNC • • • maior que 1 = Os capitais de longo prazo não são suficientes para financiar todo o ativo de cujo retorno de capital não tem data prevista para acontecer . Assim, há valores circulantes participando do financiamento do permanente. menor que 1 = O ativo antes denominado permanente é integralmente financiado por capitais de longo prazo. igual a 1= os capitais de longo prazo são suficientes para financiar o ativo antes chamado de permanente, sem sobras. Primeiro exemplo: Balanço Patrimonial Ativo Circulante Caixa 10 Depósitos bancários 20 Operações de crédito 80 Estoques 30 Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo 25 Imobilizado 135 Total 140 150 300 Passivo Circulante Depósitos de PF e PJ Salários a Pagar Empréstimos obtidos Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido 120 20 40 60 30 150 Total 300 1. Imobilização do Capital Próprio = 135 → 0,9 150 Essa é uma situação almejada pelas companhias: significa que a empresa não depende de capitais alheios para lastrear seu ativo permanente. Segundo exemplo: Balanço Patrimonial Ativo Circulante Não Circulante Realizável a Longo Prazo Imobilizado Total 90 310 50 260 400 Passivo Circulante Não Circulante Patrimônio Líquido Total 150 50 200 400 1. Imobilização do Capital Próprio = 260 → 1,3 200 Como o valor obtido foi superior à unidade, isso requer a avaliação pela fórmula da imobilização de recursos não correntes ou de capitais de longo prazo. 2. Imobilizações de Capital de Longo Prazo (ICLP ou IRNC) = ____260___ → 1,04 50 + 200 RETORNO SOBRE O CAPITAL EMPREGADO O retorno do capital empregado (aplicado) é o percentual obtido pelo lucro do período em relação ao investimento realizado (ativo). COMPONENTES DO RETORNO Os componentes do retorno estão demonstrados pela fórmula ou método Du Pont. Método ou Fórmula Du Pont Determina o Retorno do investimento entendendo que o que se ganha é produto do giro do ativo pela margem operacional, da seguinte forma: Margem Operacional x Giro do investimento (ou Rotação do Ativo). Isso é o mesmo que: Rentabilidade = LOL x ROL____ 32 ROL Onde: LOL = Lucro Operacional Líquido ROL = Receita Operacional Líquida Ativo (investimento) Simplificando a fórmula, podemos encontrar o retorno do investimento por: Rentabilidade = LOL x ROL____ ROL Ativo (investimento) Rentabilidade = LOL________ Ativo (Investimento) Se a questão não trouxer o valor do ativo, é só somar Passivo + Patrimônio Líquido para encontrar o mesmo valor do ativo. Não confunda Giro do Ativo (GAT) com Retorno sobre o Ativo Operacional (ROA): Retorno sobre o Ativo Operacional ROA= Lucro Operacional Ativo total – lucro líquido ALAVANCAGEM Alavancagem financeira é uma medida de eficiência na aplicação de recursos obtidos junto a terceiros e conseqüentes reflexos na ampliação ou redução do retorno dos capitais próprios. Um fator determinante para a identificação da vantagem ou desvantagem da utilização de capitais de terceiros são as despesas financeiras. Os ganhos da operação devem compensar os juros. GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) GAF= LLE PL____ LLE + DF Ativo Onde: LLE = Lucro Líquido do exercício PL = Patrimônio Líquido DF = Despesas financeiras (encargos financeiros) Perceba que o numerador da fórmula da alavancagem é o retorno sobre o patrimônio líquido, e que o denominador é o retorno do investimento acrescido das despesas financeiras. Na aplicação dessa fórmula conclui-se que: GAF > 1,00 - Alavancagem positiva. O uso de capital de terceiros favorece a rentabilidade do ativo. GAF = 1,00 - A utilização de capital de terceiros não altera a rentabilidade do investimento. GAF < 1,00 – A utilização de capital de terceiros reduz a rentabilidade do investimento. CONSIDERAÇÕES SOBRE ALAVANCAGEM FINANCEIRA O ativo da empresa é o conjunto de bens e direitos da companhia e deve ser registrado contabilmente com a indicação das fontes de recursos que lhe deram origem. Ativos podem ser financiados com capital próprio, com capital de terceiros, ou com os dois. Os capitais de terceiros que financiam os ativos podem ser classificados em: a) passivos não onerosos; b) passivos onerosos. PASSIVOS NÃO ONEROSOS Também chamados de passivos de funcionamento, não costumam provocar, pelo menos não de forma explícita, encargos financeiros. São inerentes à atividade da empresa. Exemplos: Fornecedores, Salários a pagar, Aluguéis a pagar, Dividendos a pagar, Impostos a recolher, Provisão para o imposto de renda e CSLL PASSIVOS ONEROSOS Também chamados de passivos de financiamento, sempre acarretam encargos financeiros. 33 Exemplos: Empréstimos a pagar de curto e longo prazo, Debêntures emitidas (a pagar) Financiamentos a pagar ATIVO LÍQUIDO Obtido pela diferença entre o Ativo Total e os Passivos Não Onerosos; Ativo total (-) Passivos não onerosos (=) Ativo líquido Esse é o montante que a empresa investiu, em termos efetivos, na empresa pela ação deliberada de aplicar recursos próprios ou de buscar recursos junto ao sistema financeiro ou mercado. ALÍQUOTA DE IMPOSTO DE RENDA E CSLL Obtida pela divisão entre o montante da provisão e o Lucro antes da Contribuição Social e do Imposto de Renda (LACSIR). Alíquota = Provisão para o imposto de renda LACSIR CUSTO DA DÍVIDA (Ki) O custo da dívida é um valor dedutível do imposto de renda e da Contribuição social sobre o Lucro (CSLL). A taxa praticada é obtida pela seguinte fórmula: Custo da Dívida (Ki) = Despesas financeiras Passivo Oneroso Se a empresa não depender de capital de terceiros com juros (dívida onerosa), não terá, em seu resultado, impactos relativos ao custo da dívida. GIRO DO ATIVO TOTAL (GAT) Mostra o grau de aproveitamento do ativo na geração de vendas e o número de vezes que o ativo foi renovado por essa razão. GAT= Receita Operacional Líquida Ativo total Médio O giro ou rotação do Ativo pode ser calculado com o Ativo Operacional para mostrar o número de vezes que se renovou o ativo operacional na geração de vendas. ROTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Mostra o número de vezes que se renovou o PL em decorrência da geração de vendas. Indica o grau de aproveitamento do capital próprio. RPL= Receita Operacional Líquida Patrimônio Líquido A Cia. Y possuía inicialmente situação mais desfavorável à alavancagem e por isso indicou que para cada 1% de acréscimo em seu nível de atividade , ela consegue um acréscimo de rentabilidade de 3% no lucro operacional. Lembre-se, esse acréscimo de rentabilidade é proporcionado pela melhor distribuição os custos fixos entre as unidade produzidas e vendidas, porém, eles não tinham participação tão significativa no custo total, quanto a primeira empresa.. EXERCÍCIOS Uma empresa industrial que possui em determinado momento um indicador de alavancagem operacional de 1, 4, que venha a experimentar uma redução no volume de vendas da ordem de 60%, verá seu lucro ser reduzido em 84%. Quando o retorno produzido pelo capital de terceiros for superior ao custo financeiro de sua captação, pode-se afirmar que, nesse caso, ocorreu uma alavancagem financeira maior que 1,0. Se a Cia. Z, fabricante de sandálias femininas observar uma redução de 40% em sua receita líquida de vendas e uma redução no lucro operacional de 50%, o cálculo do Grau de alavancagem operacional será igual a 0,8. (NCE) Com base nos dados abaixo calcule o grau de alavancagem da empresa XXX. Descrição Valor R$ Ativo Operacional 100.000, Patrimônio líquido 60.000, 34 Lucro Antes das Despesas Financeiras Lucro líquido a. b. c. d. e. Gabarito 1 2 3 C C E 20.000, 15.000, 2,2 1,25 0,45 0,8 1,00 4 b ANÁLISE HORIZONTAL A análise horizontal busca identificar a evolução dos diversos elementos patrimoniais e de resultados ao longo de um determinado período de tempo. É, basicamente, um processo de análise temporal da evolução dos elementos patrimoniais e/ ou de resultado de forma a expressar a relação entre o valor de uma conta ou grupo de contas, no exercício base para a comparação, e o valor apurado na data que se que comparar. Essa data base pode ser fixa ou móvel. Assim: 1º ano da série temporal..................... 100% Cada ano seguinte............................... X I) BASE FIXA Ano-base Percentual atribuído 2004 Vendas R$ 10.000 LLE* R$ 4.000 * Lucro Líquido do Exercício 100% 100% Ano comparado 2.005 R$ 8.000 R$ 2.000 Percentual identificado 80% 50% Ano comparado 2.006 R$ 13.000 R$ 5.000 Percentual identificado 130% 125% Análise temporal das vendas 2.005/2004: 10.000..................... 100 8.000....................... X X= 8.000 × 100 10.000 X= 80% O valor encontrado significa que as vendas do ano de 2.005 tiveram uma involução em relação ao ano anterior, que pode ser assim comprovada: % de Evolução = Índice encontrado – 100% ou seja, % de Evolução = 80% - 100% % de Evolução = - 20% Análise temporal das vendas 2.006/2004: 10.000..................... 100 13.000..................... X X= 13.000 × 100 10.000 X= 130% % de Evolução = 130% - 100% % de Evolução = 30% Nesse caso a conclusão é que as vendas de 2.006 superaram o volume de vendas de 2004, apresentando uma evolução favorável de 30%. Quanto ao lucro2.005/2004: 35 4.000..................... 100 2.000....................... X X= 2.000 × 100 4.000 X= 50% % de Evolução = 50% - 100% % de Evolução = - 50% Constata-se a retração do lucro líquido no período em análise, da ordem de 50% que valor anteriormente obtido. ANÁLISE HORIZONTAL EM BASE MÓVEL Nessa análise, a comparação é feita com os resultados do ano imediatamente anterior. Ano anterior.........................100% Ano atual.............................. X % de evolução = Número-índice – 100 % Série temporal Análise Horizontal (AH) 2003 2004 2005 2006 AH 04/03 AH 05/04 AH 06/05 AC 1.000 4.000 3.000 2.400 400% 75% 80% Análise temporal do ativo circulante em base móvel 04/03: 1.000..................... 100 4.000....................... X X= 4.000 × 100 1.000X= 400% % de Evolução = 400% - 100% % de Evolução = 300% AC em base móvel 05/04: 4.000..................... 100 3.000....................... X X= 3.000 × 100 4.000 X= 75% % de Evolução = 75% - 100% % de Evolução = -25% Houve redução de 25% do AC considerando o valor do exercício financeiro anterior. AC em base móvel 06/05: 3.000..................... 100 2.400....................... X X= 2.400 × 100 3.000 X= 80% % de Evolução = 80% - 100% % de Evolução = -20% Observe que, se considerarmos a evolução temporal a partir do segundo ano, o ativo circulante sofreu reduções por dois anos consecutivos. 36 ANÁLISE VERTICAL OU DE ESTRUTURA Determina a participação de cada elemento que compõe as demonstrações financeiras, em relação ao total de que é parte. O instrumento utilizado para a comparação é a porcentagem e os dados são extraídos de uma mesma demonstração financeira. Percentual de participação = Valor do elemento x 100 Valor Total Valor do elemento: é o que se pretende analisar Valor total: é o valor-base (ou de referência) para o cálculo dos percentuais. As bases mais adotadas são: No Balanço Patrimonial: Sintéticas: Total da classe Analíticas: Total da classe, total do grupo, total do subgrupo Bases Sintéticas no Balanço Patrimonial: Verifica o percentual representativo do grupo de contas na classe da qual é parte. Exemplo: Ativo Circulante × 100 Total do Ativo Bases Analíticas no Balanço Patrimonial: Verifica o percentual representativo: do subgrupo no grupo de contas em relação ao grupo; da conta no subgrupo, grupo ou classe; da sub-conta na conta, no subgrupo, no grupo ou na classe. Exemplo: Disponibilidades × 100 Ativo Circulante Na Demonstração do Resultado do Exercício: Sintéticas: Comparam-se os resultados em relação à receita líquida das vendas e serviços (ROL). Por exemplo: Lucro Operacional × 100 Receita Operacional Líquida (ROL) Analíticas: Comparam-se as contas em relação ao grupo a que pertençam ou à receita líquida de vendas. Assim: Custo da Mercadoria Vendida × 100 Receita Operacional Líquida (ROL) Na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados: Sintéticas: Os componentes dessa demonstração são comparados ao saldo à disposição da Assembléia Geral Ordinária (AGO). Análise Vertical Analítica Como se pode inferir, a análise vertical analítica se efetiva por mera aplicação de regra de três: Total da Classe ou do grupo................. 100% Conta analítica........................................ X 37 ATIVO Circulante 1990 100% Caixa.......................................................................... Duplicatas a receber.................................................. 30.000 1. 10.000 2. 20.000 Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo....................................... 70.000 20.000 Imobilizado.............................................................. TOTAL 50.000 100.000 10% 20% 3. 33,33% 4. 66,66% 100% 1) A conta Caixa em relação à classe de contas (ativo) 100.000 10.000 100% x X= 10% 2) A conta duplicatas a receber em relação à classe de contas do ativo. 100.000 20.000 100% x X= 20% 3) A conta Caixa em relação ao grupo do ativo circulante: 30.000 10.000 100% x X= 33,33% 4) A conta duplicatas a receber em relação ao grupo do ativo circulante 30.000 20.000 100% x X= 66,67% 1.2. ANÁLISE VERTICAL SINTÉTICA Total do Classe ou do grupo..................100% Subgrupo ou grupo.................................. X ATIVO Circulante Caixa.......................................................................... Duplicatas a receber.................................................. 1990 Análise de Estrutura 30.000 1. 30% 10.000 20.000 Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo....................................... 70.000 20.000 Imobilizado (AI) ........................................................... TOTAL 1. Ativo Circulante = 100.000 30.000 2. ARLP = 100.000 20.000 100% X 50.000 100.000 2. 20% 3. 30% 100% x = 30% (Relação do AC com o ativo) 100% X x = 20% (Relação do ARLP com o Ativo) 3. Ativo imobilizado= 100.000 100% 50.000 X x = 50% (Relação do AI com o Ativo) QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 49- (CGU – 2006) A empresa Comércio Operacional S/A apresenta os seguintes valores, em 31/12/2005: Contas Bancos conta Movimento Fornecedores Mercadorias em Estoque Impostos a Recolher Títulos a Receber Títulos a Pagar Investimentos Capital Social saldos R$ 100.000,00 R$ 170.000,00 R$ 180.000,00 R$ 30.000,00 R$ 300.000,00 R$ 210.000,00 R$ 80.000,00 R$ 300.000,00 38 Ativo Imobilizado Reservas de Lucro Lucros Acumulados R$ 220.000,00 R$ 75.000,00 R$ 45.000,00 Observações: 1 - dos títulos a pagar, R$ 25.000,00 venceram em 2005, R$ 115.000,00 vencerão em 2006 e R$70.000,00 vencerão em 2007; 2 - dos títulos a receber, R$ 45.000,00 venceram em 2005, R$ 195.000,00 vencerão em 2006 e R$ 60.000,00 vencerão em 2007; 3 - dos títulos a vencer em 2006, R$ 50.000,00 acham-se descontados em bancos. A análise contábil do balanço patrimonial originário das contas e saldos evidencia um quociente de liquidez seca ou acid test de a) 1,38. b) 1,15. c) 1,00. d) 0,87. e) 0,85. 50- (CGU- 2.006) A firma Special Comércio S/A é titular das contas abaixo relacionadas, apresentadas no livro Razão, em 31 de dezembro de 2005 antes da apuração do resultado do exercício: Caixa Contas a Receber Mercadorias Fornecedores Máquinas e Equipamentos Depreciação Acumulada Terrenos Empréstimos longo prazo Capital Social Lucros Acumulados Vendas de Mercadorias Despesas Administrativas e Gerais Despesas Comerciais Depreciação Despesas Financeiras Compras de Mercadorias R$ 100,00 R$ 3.680,00 R$ 400,00 R$ 5.160,00 R$ 1.500,00 R$ 280,00 R$ 3.400,00 R$ 2.400,00 R$ 1.260,00 R$ 100,00 R$19.600,00 R$ 2.000,00 R$ 1.800,00 R$ 120,00 R$ 800,00 R$ 15.000,00 Observações: 1- o estoque final foi avaliado em R$1.400,00; 2- considerar o ano comercial; 3- desconsiderar quaisquer implicações de ordem fiscal ou tributária; 4- o débito inicial de clientes era de R$1.120,00 e o crédito de fornecedores era de R$ 2.840,00; 5- no período, a empresa operou a prazo 3/4 do movimento de vendas e 2/3 do movimento de compras. A análise contábil a que foi submetida a empresa, no período, evidenciou quociente de a) lucratividade de 5%. b) endividamento de 52,65%. c) solvência de 77,14%. d) rotação no pagamento das dívidas de 187 dias. e) liquidez geral de 68,52%. Com relação aos conceitos e aplicações da análise contábil, julgue os itens subseqüentes. 86. (CLDF/2006) No exame da qualificação econômico-financeira dos licitantes, devem ser levados em conta índices que demonstrem a capacidade financeira em face dos compromissos a serem assumidos, bem como a garantia de capitais de terceiros e a rentabilidade ou lucratividade da empresa. 87. (CLDF/2006) Na reclassificação das contas para efeito de análise, é usual incluírem-se duplicatas descontadas no passivo, e não como conta redutora do ativo. Com essa providência, altera-se o quociente de liquidez corrente, mas não o capital circulante líquido. 88. (CLDF/2006) Considerem-se os seguintes dados, em reais, de um ente, em dois anos sucessivos, para aferição de carga tributária. ano 1 ano 2 PIB 1.500 1.800 impostos diretos 180 234 impostos indiretos 240 252 contribuições sociais 150 180 39 Nesse caso, é correto concluir que houve aumento da carga tributária do referido ente, e que esse aumento se deveu, principalmente, aos impostos diretos. 89. (CLDF/2006) Considere-se que um ente tenha apresentado, durante três períodos — P1, P2 e P3 —, a situação em suas contas conforme a tabela a seguir, cujos valores estão em R$ mil. P1 P2 P3 receita corrente líquida 500.000 600.000 550.000 despesas de pessoal 200.000 270.000 220.000 Nessa situação, independentemente dos efeitos inflacionários, é correto concluir que o comprometimento da receita corrente líquida com as despesas de pessoal aumentou no segundo período e retornou à situação inicial no terceiro período. 90. (CLDF/2006) Considere-se que a composição do endividamento (CE) seja dada por um quociente que relaciona as obrigações da entidade com terceiros, de acordo com a fórmula CE = [PC / (PC + PELP)] × 100, em que PC é o passivo circulante e PELP é o passivo exigível a longo prazo. Então, independentemente de outros fatores, quanto mais próximo de 100% for o valor de CE, maior será a dificuldade da entidade em honrar seus compromissos imediatos. 91. (CLDF/2006) Considere-se que, em determinado mês, em uma empresa comercial, tenham sido vendidos R$ 1.000.000,00 em mercadorias, mantendo-se um estoque médio de R$ 125.000,00. Nesse caso, o estoque levou, em média, 8 dias para ser vendido. 92. (CLDF/2006) Uma recomendação relevante para a elaboração de um relatório de análise é apresentar primeiro o sumário e a conclusão, deixando-se ao leitor interessado a procura do detalhe no item específico do próprio relatório. 14- (AFTE-MG 2005) As demonstrações financeiras da Cia. Abaptiste Comercial foram elaboradas com base nas contas e saldos abaixo: Caixa e Bancos R$ 200,00 Mercadorias R$ 620,00 Clientes R$ 400,00 Móveis e Máquinas R$ 2.000,00 Depreciação Acumulada R$ 180,00 Títulos a Receber a LP R$ 200,00 Fornecedores R$ 1.150,00 Contas a Pagar R$ 250,00 Empréstimos a Longo Prazo R$ 430,00 Capital Social R$ 1.400,00 Lucros Acumulados R$ 100,00 Vendas de Mercadorias R$ 5.120,00 Compras de Mercadorias R$ 3.160,00 Despesas Administrativas R$ 1.370,00 Despesas Financeiras R$ 500,00 Encargos de Depreciação R$ 180,00 Observações: 1. Desconsiderar quaisquer implicações fiscais ou tributárias. 2. O estoque final de mercadorias está avaliado em R$ 780,00. Promovendo-se a análise das demonstrações financeiras elaboradas com base nas informações supra, certamente, encontraremos um quociente percentual de Liquidez Corrente ou Comum equivalente a a) 43% b) 70% c) 86% d) 87% e) 99% 15- (AFTE-MG 2005)A empresa Anna Alisée S/A iniciou o exercício com estoque de mercadorias avaliadas em R$ 12.000,00 e contabilizou, durante o período, um custo de vendas no valor de R$ 81.000,00. Sabendo-se que o prazo médio de rotação dos estoques alcançou oitenta dias, podemos afirmar que a) o giro do estoque teve quociente igual a quatro. b) o estoque inicial foi um terço do estoque médio. c) o estoque médio foi avaliado em R$ 24.000,00. d) o estoque que vai a balanço é o dobro do estoque inicial. e) não há dados suficientes para efetuar os cálculos. Gabarito AFTE - Antes dos recursos 14 15 e d 40 Gabarito CGU 49 50 e e Gabarito CLDF 86 87 E C 88 E 89 C 90 C 91 E 92 C 1. (PF) Os quocientes de garantia de capitais de terceiros são apurados com a finalidade de medir o risco que a posição patrimonial de uma empresa oferece aos capitais que a financiam e são de grande utilidade nas análises feitas para orientar a concessão de créditos e financiamentos em geral e subsidiar tomadas de decisões de aplicações no mercado de capitais. Para esses fins, no Brasil há várias instituições especializadas em análise econômico-financeira, que é uma atividade permanente em muitas instituições financeiras e não financeiras. Esses quocientes de garantia de capitais de terceiros apresentam-se como: a) (passivo circulante + passivo exigível a longo prazo)/ patrimônio líquido b) (ativo circulante + ativo realizável a longo prazo) / ativo permanente c) (passivo circulante + passivo exigível a longo prazo)/ ativo real d) Resultado líquido do exercício / patrimônio líquido. e) Passivo exigível a longo prazo / imobilizado 2. Na análise da rentabilidade de uma entidade, vários índices e quocientes podem ser utilizados para permitir uma idéia clara e completa sobre seu desempenho, já que analisar a rentabilidade em termos absolutos, apenas, leva a uma utilidade informativa bastante limitada. Esses índices e quocientes ganham benefício à medida que haja maior coerência no conceito das informações relacionadas entre si. A respeito desse assunto, julgue os itens seguintes. a) A margem de lucro operacional pode ser calculada com base no lucro operacional sobre as vendas líquidas e será melhor quanto maior for o seu quociente. b) O giro do ativo é calculado com base nas despesas operacionais sobre o ativo total médio e será melhor quanto maior for o seu quociente. c)O retorno sobre o investimento é calculado com base na margem operacional dividida pelo giro do ativo e será melhor quanto maior for o seu quociente. d) O retorno sobre o patrimônio líquido pode ser calculado com base no lucro líquido sobre o patrimônio líquido e será melhor quanto maior for o seu quociente. e) O quociente obtido pelo total das receitas sobre as despesas operacionais é denominado alavancagem operacional. 3. A análise de balanços pode ser vista como a arte de extrair relações úteis para o objetivo econômico que se pretenda, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso. Há autores que consideram a análise de balanços uma arte, pois, embora existam cálculos razoavelmente formalizados, não existe forma científica ou metodologicamente comprovada de relacionar índices de maneira a obter um diagnóstico preciso. É provável, todavia, que analistas experientes, conhecendo igualmente bem o ramo de atuação da empresa, cheguem a conclusões bastante parecidas (mas, nunca idênticas) sobre a situação atual da companhia, embora sempre apontem tendências diferentes, pelo menos em grau, para o empreendimento. Os problemas começam a surgir da sintetização das várias informações dispersas, pois, em pontos ou quocientes isolados, é mais fácil haver certeza de conclusão ou opinião técnica. Acerca do assunto, julgue os itens. a) Na análise horizontal, as informações mais significativas dizem respeito aos aspectos de evolução dos números e preditividade de resultados. b) O quociente de liquidez geral piora à medida que haja aplicação em ativo imobilizado em valor superior ao acrescido nos capitais próprios e resultados de exercícios futuros, mantidos constantes os capitais de terceiros. c)O endividamento de uma empresa deve apresentar uma condição menor de risco para os seus financiadores à medida que haja decréscimo da rentabilidade. d) A elevada rentabilidade de uma empresa, combinada com o aumento da sua situação líquida circulante, pode explicar uma boa situação econômica e uma situação financeira ruim. e) A elevação do prazo concedido aos clientes de uma empresa deve trazer como conseqüência imediata a redução no volume de capital aplicado em contas a receber, mantido o volume de venda. Gabarito 1 2 CECEC CEECE 3 CCEEE (INSS 2001) Os quadros a seguir são demonstrações contábeis de uma empresa, realizadas em 30/09/2000. TEXTO CON – I 41 Balanço Patrimonial em R$ R$ passivo Circulante 691.500 Circulante Disponibilidades 15.000 Fornecedores Aplicações financeiras 2.000 Empréstimos bancários Contas a receber 160.000 Tributos devidos Estoques 500.000 Salários e encargos a pagar Despesas de exercício seguintes 12.000 Exigível a longo prazo Adiantamentos e outras 2.500 Empréstimos bancários Realizável a longo prazo 25.500 Tributos parcelados Empréstimos 12.000 Financiamentos Depósitos compulsórios 13.500 Patrimônio líquido Permanente 168.000 Capital social Investimentos 12.000 Reservas de capital Imobilizado 145.000 Reservas de lucros Diferido 11.000 Lucros acumulados Total 885.000 Total ativo R$ 240.000 120.000 50.000 45.000 25.000 325.000 150.000 60.000 115.000 320.000 135.000 120.000 40.000 25.000 885.000 Demonstração do Resultado do exercício Receita bruta de vendas 250.000 Impostos (42.500) Receita líquida de vendas 207.500 CMV (85.000) Lucro bruto 122.500 Despesas comerciais (36.000) Despesas gerais e administrativas (15.000) Despesas financeiras (36.000) Depreciação e amortização (12.500) Outras despesas (600) Lucro operacional 22.400 Resultado não operacional 0 Lucro antes de IR e CSLL 22.400 IR e CSLL (7.616) Lucro líquido 14.784 Questão 1 (CESPE INSS 2001) Julgue os itens abaixo, relativos às demonstrações contábeis apresentadas no texto CON-1. 1. A empresa, em análise, apesar de operar com um endividamento elevado, possuía, em 30/9/2000, recursos próprios para financiar o capital de giro. 2. O índice corrente elevado, superior a 2, e o estoque de mercadorias como o item mais representativo do ativo circulante demonstravam a boa situação financeira dessa empresa e não caracterizariam risco, mesmo que o eu ramo de atividade fosse o comércio atacadista de produtos perecíveis. 3. A rentabilidade do capital próprio, dada por lucro líquido/patrimônio líquido, era, em 30/9/2000, inferior e a 5% e caso a empresa não dependesse de capital de terceiros com encargos financeiros, esse percentual teria sido maior, apesar de ainda inferior a 7%, indicando a prática de alavancagem financeira negativa. 4. Considerando que essa empresa apresente histórico de muitos anos de resultado positivo, tanto operacional quanto não operacional, é correto concluir que, se ela tivesse baixado ativos obsoletos ou fora de atividade, que não possuam valor de salvado, com valor residual – custo menos depreciação acumulada – de R$ 15.000,00, teria apresentado resultado negativo. Questão 02 (INSS/ 2001) Ainda com relação às demonstrações contábeis do Texto CON-I, julgue os itens a seguir. 1. O aumento do capital social com as reservas existentes melhoraria a situação financeira e o seu nível de endividamento. 2. Caso não houvesse incidência de impostos sobre a receita bruta e os demais tributos mantidos, o lucro líquido seria superior a R$ 40.000,00. 3. O índice de liquidez geral em 30/09/2000 era inferior a 1,28. 4. A aquisição a prazo de bens do ativo imobilizado no valor de R$ 50.000,00, sem considerar outras alterações patrimoniais, aumentaria o nível de endividamento da empresa e diminuiria a sua liquidez. 5. O modelo de análise apresentado abaixo é denominado análise horizontal do demonstrativo de resultado apresentado. Demonstrativo do resultado do período encerrado em 30/9/2000 em R$ Receita bruta de vendas 250.000 Impostos (42.500) Receita líquida de vendas 207.500 análise 100% -17% 83% 42 CMV Lucro bruto Despesas comerciais Despesas gerais e administrativas Despesas financeiras Depreciação e amortização Outras despesas Lucro operacional Resultado não operacional Lucro antes de IR e CSLL IR e CSLL Lucro líquido (85.000) 122.500 (36.000) (15.000) (36.000) (12.500) (600) 22.400 0 22.400 (7.616) 14.784 Balanço Patrimonial em R$ R$ passivo Circulante 134.250 Circulante Disponibilidades 1.250 Fornecedores Contas a receber de vendas 85.000 Pessoal e encargos a pagar Estoques de mercadorias 46.000 Tributos devidos Despesas de exercício seguintes 2.000 Aluguéis e seguros a pagar Realizável a longo prazo 2.000 Dividendos Empréstimos 2.000 Empréstimos Patrimônio líquido Permanente 168.000 Capital social Investimentos 15.000 Reservas de capital Imobilizado 85.000 Reservas de lucros Diferido 2.000 Lucros acumulados Total 238.250 Total ativo 34% 49% -14,4% -6% -14,4% -5% -0,24% 8,86% 0,00% 8,96% -3,05% 5,91% R$ 100.000 45.000 15.000 19.000 2.500 15.000 3.500 138.250 100.000 2.500 3.000 32.750 238250 Demonstrativo do resultado do período encerrado em 30/9/2001 em R$ Receita bruta de vendas 850.000 Tributos sobre vendas (157.500) Receita líquida de vendas 692.750 CMV (381.705) Lucro bruto 311.045 Despesas comerciais (112.000) Despesas gerais e administrativas (125.000) Outras despesas e receitas (1.000) Despesas financeiras (12.500) Lucro antes de IR e CSLL 71.045 IR e CSLL (24.155) Lucro líquido 46.890 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (em R$ mil) de 2001 Origens Recursos gerados pela operação 65.000 Aumento do capital social 3.00 Total 68.000 Aplicações Aquisição de controlada 15.000 Aquisição de bens do imobilizado 38.500 Dividendos 15.000 Aplicações no diferido 2.000 Total 70.500 Variação do capital circulante líquido 2.500 Questão 3 (ICMS/Alagoas) Acerca de contabilidade avançada e das demonstrações contábeis da empresa Y, julgue os itens a seguir. 1.O índice de rentabilidade do capital próprio da empresa Y é menor que 30%. 2.Considerando, para a empresa Y, um ativo líquido de R$ 141.750 mil, o giro do ativo calculado com a receita bruta, foi maior que 6. (CESPE UnB – INMETRO) - Os quadros abaixo são demonstrações contábeis de uma empresa, realizadas no período compreendido entre 31/12/2000 e 31/3/2001. 43 Ativo 361.500 15.500 movimento 1. o trimestre 10.000 2.500 215.000 20.000 235.000 125.000 (12.000) 113.000 6.000 (500) 5.500 8.000 8.000 90.000 10.000 75.000 5.000 459.500 160 160 127.000 125.000 2.000 137.160 8.160 8.160 217.000 10.000 200.000 7.000 596.660 31/12/2000 circulante disponibilidades contas a receber de vendas estoque de mercadorias despesas do período seguinte Realizável a longo prazo empréstimos permanente investimentos imobilizado diferido total Passivo 31/12/2000 circulante fornecedores 240.300 120.000 pessoal e encargos a pagar movimento 1. o trimestre 101.800 12.000 31/3/2001 371.500 18.000 31/3/2001 342.100 132.000 35.000 3.000 38.000 tributos a pagar 5.000 12.000 57.000 aluguéis e seguros a pagar 7.800 (1.200) 6.600 12.500 20.000 219.200 80.000 40.000 30.000 69.200 459.500 0 76.000 35.360 O O O 35.360 137.160 12.500 96.000 254.560 80.000 40.000 30.000 104.560 596.660 dividendos a pagar empréstimos patrimônio liquido capital social reservas de capital reservas de lucros lucros acumulados total 4. Assinale a opção correta, considerando as informações do texto CE-I. A. De 31/12/2000 a 31/3/200 I houve elevação do capital circulante líquido. B. No primeiro trimestre de 2001, houve aumento do grau de endividamento. C. O acréscimo na conta de empréstimos teve destinação principal para o capital de giro. D. Caso essa empresa, que não possui item não-depreciável, tivesse orçado investir R$ 125.000,00. acréscimo do imobilizado, ela teria realizado a sua meta sem qualquer variação. E. Essa empresa operou com prejuízo no primeiro trimestre de 2001. 5. A empresa S/A Ursa Menor, ao fim do exercício social de 2001, apresenta as seguintes informações: Rentabilidade do capital social de R$ 2,20 por ação Quociente de solvência de 1,20 Índice de liquidez corrente ou comum de 0,44 Capital fixo ou permanente de R$ 380.00,00 Capital registrado na junta comercial de R$ 60.000,00 Não há resultados de exercícios futuros Não há valores de longo prazo. O uso das informações acima, naquilo que couber, conduz à conclusão de que, no exercício considerado, as demonstrações contábeis dessa empresa evidenciam. a) b) c) d) e) ativo circulante de 44% do ativo total reservas e lucros acumulados de R$ 40.000,00 capital próprio de R$ 60.000,00 total de capitais aplicados no valor de R$ 100.000,00 total de receitas no valor de R$ 132.000,00 Gabarito 1. CECE 2. ECCCE 3. EE 4. ECECE 5. B 44 OUTROS CONCURSOS Questão 01 (BACEN) A avaliação de desempenho econômico de uma empresa do ponto de vista econômico envolve considerações a respeito do comportamento das receitas, despesas, ativos e passivos utilizados no processo de geração de riquezas. Considerando-se a análise da taxa de rentabilidade do ativo e demais correlacionados de determinada empresa que apresenta vendas líquidas anuais de R$ 10.000,00 e ativo final de R$ 2.000,00, julgue os itens abaixo. 1. O giro do ativo de 5 vezes a margem líquida (lucro líquido/vendas líquidas x 100) entre 0,5% e 1%, a rentabilidade do ativo (lucro/ativo final x 100) será igual ou maior que 2,5% no período analisado. 2. Caso a margem líquida tenha se situado entre 2% e 3% no período em análise, é correto concluir que a rentabilidade do ativo tenha ficado entre 6% e 9%. 3. Caso a rentabilidade do investimento tenha se situado entre 8% e 10%, é correto afirmar que a margem líquida no período analisado tenha ficado acima de 1,5%. 4. O crescimento das vendas, mesmo com a redução da margem de lucro pode aumentar a rentabilidade final da empresa. 5. Assumindo que todo o ativo é financiado por capitais de terceiros, é correto afirmar que a rentabilidade do ativo é igual à do capital próprio. Questão 02 (AFRF) Das demonstrações financeiras das empresas Alfa e Beta foram extraídas as seguintes informações: Alfa Beta Margem operacional 0,40 0,57 Rotação de estoques 120 dias 171 dias Taxa de retorno sobre o investimento 20% 19% Ativo total $ 4.000,00 $ 6.000,00 a) b) c) d) e) Analisando os dados acima, podemos afirmar que as vendas líquidas da empresa Alfa: São menores que as vendas líquidas da empresa Beta porque seu quociente de margem operacional é menor. São iguais às vendas líquidas da empresa São maiores que a as vendas líquidas da empresa Beta São menores que as vendas líquidas da empresa Beta, porque seus estoques têm quociente de rotação maior. Não podem ser comparadas com as vendas líquidas da empresa Beta, por falta de informações. 03. (Fiscal PA) Quando o retorno produzido pelo capital de terceiros for superior ao custo financeiro de sua captação, pode-se afirmar que, nesse caso, ocorreu um (a): a) imobilização baixa de recursos próprios b) baixo nível de endividamento c) margem líquida superavitária d) alavancagem financeira favorável e) resultado operacional negativo. 04) (Transpetro) Uma empresa apresentou em dois exercícios consecutivos, os seguintes resultados: 2005 Itens 2004 Receita de vendas 50.000,00 100.000,00 Custo das vendas (25.000,00) (50.000,00) Lucro bruto 25.000,00 50.000,00 Despesas operacionais (15.000,00) (25.000,00) Lucro Operacional (lucro antes de juros e 10.000,00 25.000,00 imposto de renda) Com base nos dados acima, é correto afirmar que a alavancagem operacional da empresa é de: a) 1,25 b) 1,5 c) 1,75 d) 2.00 e) 2,5 Gabarito 01 CECCE 02 b 03 d 04 b QUESTÕES COMENTADAS DE PROVAS Na questão a seguir, julgue os itens conforme sejam Certos (C) ou Errados (E). Questão 01 (BACEN / 1997) As análises horizontal e vertical são utilizadas na avaliação da situação patrimonial, econômica e financeira de uma empresa como instrumentos facilitadores das conclusões a que se deseja chegar. A esse respeito, julgue os seguintes itens. 45 1) A análise vertical é utilizada quando se tem interesse em avaliar a evolução de um item patrimonial ao longo de vários períodos. 2) A análise horizontal facilita a avaliação da tendência de uma rubrica objeto de análise. 3) A avaliação da estrutura patrimonial é facilitada pela análise vertical. 4) Pode-se perfeitamente substituir os quocientes de liquidez pela análise horizontal. 5) A análise vertical da demonstração do resultado facilita a análise das margens bruta, operacional e líquida. COMENTÁRIOS À QUESTÃO: Errado – A evolução dos elementos patrimoniais e de resultado, ao longo do tempo, é avaliada pela análise horizontal. Certo – A verificação de tendências é feita a partir da análise evolutiva dos elementos patrimoniais ou de resultado, em uma série temporal passada, que serve de referência a projeções para o futuro. Certo – Análise vertical ou de estrutura são a mesma coisa. Por ela se identifica a relação entre o elemento e o grupo de contas ao qual pertence. Errado – Quocientes de liquidez avaliam a capacidade de pagamento e não podem ser substituídos pela análise horizontal, que demonstra a evolução dos componentes patrimoniais ou de resultado, ao longo do tempo. Certo – A análise vertical da demonstração do resultado do exercício é um facilitador da compreensão das margens bruta, operacional e líquida, pois por ela se pode analisar a rentabilidade em relação à receita líquida de vendas. Nas questões 2 e 3 identifique a única resposta correta. Questão 02 (AFTN) Na análise das demonstrações financeiras os processos mais utilizados são: vertical, por comparação e por diferenças vertical, médias móveis e por quocientes horizontal, por comparação e vertical vertical, horizontal e por quocientes por quocientes, horizontal e por projeção COMENTÁRIOS À QUESTÃO: Comumente os procedimentos de análise mais utilizados são o vertical, o horizontal e o por quocientes, pois interessa que as conclusões se façam após uma análise do conjunto dos indicadores encontrados. Forma convicção com melhor embasamento o analista que: se vale da análise horizontal, para checar o desempenho atual da empresa com relação a períodos anteriores; utilize a análise vertical para conhecer a composição geral das contas dentro do período em questão; estabelece relações entre os elementos que compõem as demonstrações financeiras, em estudos de solvência, rentabilidade e giro (ou rotação). Gabarito oficial: D Questão 03 (AFTN) A finalidade principal da análise horizontal é verificar: a) A situação específica de uma empresa. b) Se a empresa obteve lucro satisfatório em relação às aplicações efetuadas. c)A evolução dos elementos que formam as demonstrações financeiras. d) Verificar a participação percentual de cada elemento, no total da demonstração financeira. e) Estabelecer indicadores das participações dos grupos de contas no total da demonstração financeira. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Para procedermos à análise horizontal são necessários, no mínimo, dados relativos a dois períodos distintos. Desse modo acompanha-se um mesmo elemento em exercícios sociais diferentes ou em datas distintas, e se podem tirar conclusões sobre o comportamento dos grupos subgrupos, contas ou subcontas do balanço patrimonial ou da demonstração do resultado do exercício, numa série temporal. Gabarito Oficial: C ATIVO Circulante Disponível Contas a receber Estoques Despesas antecipadas Outras ARLP Títulos a receber Permanente Investimento Imobilizado líquido R$ 62.635 8.250 35.260 18.525 250 350 1.900 1.900 40.440 1.200 37.890 PASSIVO Circulante Fornecedor Tributos a pagar Salários a pagar Dividendos a pagar Empréstimos PELP Empréstimos REF PL Capital social R$ 55.400 20.200 9.500 10.200 3.500 12.000 7.000 7.000 378 42.197 20.000 46 Diferido líquido 1.350 Reservas de capital Reservas de lucros Lucros acumulados 104.975 Total Total 5.000 12.000 5.197 104.975 (Fiscal de Maceió) No que concerne ao cálculo de índices e coeficientes, julgues os itens de 4 a 7, com base no Balanço Patrimonial acima: 4.A liquidez corrente é superior a 1,1; 5.A liquidez geral é superior a 1,0 6.O grau de endividamento (capital de terceiros sobre capitais próprios) é inferior a 1,40. 7.A imobilização de capitais próprios é superior a 1,00 COMENTÁRIOS À QUESTÃO 4) C – Ao calcular a liquidez corrente encontra-se: AC = 62.635 = 1,13 PC 55.400 5) C - O índice de liquidez geral é: AC + ARLP = 62.635 + 1.900 = 1,03 PC + PELP 55.400 + 7.000 6) E – Essa empresa evidencia o seguinte grau de endividamento: Capital de terceiros = 55.400 + 7.000 = 1,48 PL 42.197 7) E – A imobilização de capital próprio apresenta: Ativo Permanente = 40.440 = 0,96 PL 42.197 Questões de Concursos Anteriores 1. (ESAF- AFTN) Dos balanços Patrimoniais de uma determinada empresa foram extraídos os seguintes dados: Grupos 1.982 1.983 1.984 AC 100 160 240 AP 250 400 600 PC 75 100 160 Calculando-se a liquidez corrente dos três anos, verifica-se que ela está melhor em: a) 1982, com quociente 4,67. b) 1983, com quociente 5,60. c) 1983, com quociente 1,60. d) 1984, com quociente 5,25. e) 1984, com quociente 1,50. 2. (ESAF-AFTN – com adaptações) De uma determinada empresa conseguiram-se os seguintes dados e informações inerentes aos exercícios sociais encerrados em 1983 e 1984, respectivamente: Contas 1983 1984 Estoques 35.900 64.100 CMV Zero 360.000 Duplicatas a Receber 25.000 35.000 Vendas a prazo Zero 240.000 Fornecedores 77.000 103.000 Compras a prazo zero 540.000 a) b) c) d) e) Com os dados acima, pede-se indicar o prazo médio da rotação de estoques será: 50 dias; 100 dias; 60 dias; 120 dias; 45 dias; 3. (ESAF- AFTN) O ativo circulante e o Passivo circulante de uma empresa estavam assim representados: 1.984 1.983 AC 163.472 390.944 PC 105.587 232.554 47 Assinale a alternativa que contém o valor das origens de recursos, sabendo-se que as aplicações montam em $ 70.995. a) $ 100.505 b) $ 227.472 c) $ 171.500 d) $ 126.967 e) $ 242.495 4. (ESAF – Auditor Prefeitura de Natal – RN) A fórmula “Imobilizado / Patrimônio Líquido” analisa: a) b) c) d) e) As relações de paralisação ou estagnação do giro financeiro do capital próprio. A rentabilidade do Patrimônio Líquido da empresa em relação ao Ativo Imobilizado. A excessiva imobilização, comprometendo a liquidez da empresa. A repercussão dos capitais de terceiros que, imobilizados, propiciam maior rentabilidade à empresa. O grau de liquidez seca que a imobilização propiciou à empresa. 5. (ESAF – Auditor Prefeitura de Natal – RN) A fórmula que representa o quociente de rentabilidade comum pode ser expressa por: a) Lucro do Período Capital Social b) c) Lucro do Período Patrimônio Líquido Lucro do Período Exigibilidades d) Lucro do Período Imobilizado e) Lucro do Período Investimentos 6. (Cespe - INSS) Uma empresa apresenta a seguinte estrutura patrimonial: ativo circulante = 5%; ativo realizável a longo prazo = 1%; ativo permanente = 94%; passivo circulante = 10%; exigível a longo prazo = 15% e patrimônio líquido = 75%.Com base nesses dados, julgue os itens seguintes: a) A liquidez corrente dessa empresa é menor que um. b) A liquidez geral dessa empresa é maior que um. c) O quociente de imobilização de capitais próprios é inferior a um. d) O capital de giro próprio dessa empresa é positivo. e) Essa estrutura patrimonial revela que pode tratar-se de uma empresa intensiva em capital. 7. (Cespe - INSS) Julgue as conclusões e análises das demonstrações contábeis apresentadas nos itens que se seguem. a) Abstraindo-se dos outros compromissos, uma empresa que possui um quociente de liquidez igual a 0,71, um prazo médio de renovação de circulante de 30 dias e um prazo médio de pagamentos de compromissos de curto prazo de 90 dias não se encontra em uma situação financeira difícil. b) Uma empresa com quociente de endividamento de 0,11 e que opera com prejuízo anual na base de 20% do seu patrimônio líquido deverá enfrentar sérias dificuldades financeiras ao longo do tempo, caso a situação de prejuízo não se reverta. c) Uma empresa que imobilizou totalmente o seu capital próprio e que necessita expandir a sua planta instalada só tem como opção o aumento de seu endividamento. d) Um índice de liquidez elevado e um prejuízo acentuado, em uma mesma empresa, são condições reveladoras de uma boa situação econômica contrastando com dificuldades financeiras. 8. (Cespe - INSS) Acerca da análise de balanços, julgue os itens abaixo. a) A margem de lucro sobre vendas é um indicador de avaliação da dependência de capitais de terceiros por parte da empresa. b) Uma situação de rentabilidade moderada e normalizada é adequada para um endividamento com prazo de pagamento alongado. c) A taxa de juros é um fator determinante do nível de endividamento que uma empresa pode assumir, em conjunto com o nível de rentabilidade esperado para os ativos. 9. (UFSC - Fiscal-SC) Para fins desta questão, assuma que: 48 Capital Circulante Líquido = CCL = AC - PC Liquidez corrente = LC = AC : PC Liquidez Geral = LG = (AC+ ARLP) : (PC + PELP) Uma empresa na qual a razão entre o PELP e o PC é 0,5, apresenta um CCL = R$ 500 e também, LC = LG = 2,0. É nulo o valor do grupo REF. A partir desta situação, a empresa adquire à vista por R$ 300 um item e o registra em seu Ativo Permanente. Imediatamente após a aquisição do item (e levando em consideração apenas o que foi informado) pode-se afirmar que a) Seu CCL se reduz e sua liquidez aumenta. b) Sua LC passa a ser de 1,4. É impossível calcular a nova LG, pois não foi fornecido o valor do ARLP antes da aquisição. c) Sua LC diminui e sua LG não se altera. d) Sua LC e sua LG passam a ser de, respectivamente, 1,4 e 1,6. e) Seu CCL não se modifica. 10. (ESAF-AFRF) A empresa simplificada, para conhecimento do o mercado, publicou as seguintes informações sobre seu patrimônio: I. II. III. IV. V. Não há recursos realizáveis a longo prazo. O quociente de solvência é de 2,5, mas apenas R$ 10.000,00 são exigibilidades de longo prazo. Estas, as exigibilidades não circulantes contidas no grupo Patrimonial chamado “Passivo Exigível a Longo Prazo”, têm um coeficiente de estrutura patrimonial (Análise vertical) igual a 0,05. 60% dos recursos aplicados estão financiados com capital próprio. O quociente de liquidez corrente é de 1,4, enquanto que a liquidez imediata alcança apenas o índice de 0,4. Considerando que os cálculos da análise supra indicada estão absolutamente corretos, não havendo nenhuma outra informação a ser utilizada, podemos afirmar que, no Balanço Patrimonial, o valor: do a) b) c) d) PL é $ 200.000,00. do AC é $ 120.000,00 do AP é $ 88.000,00 do PC é $ 80.000,00 das disponibilidades é de $ 28.000,00 11. (ESAF- AFTN) Considerando-se que os quocientes de rotação de estoques e de rentabilidade líquida do capital investido em estoques (Lucro líquido sobre vendas / custo de vendas), eram respectivamente, de 10,5 e 12%, podemos afirmar que o rendimento do capital aplicado em estoque foi de: a) b) c) d) e) 1,14% 0,875% 126% 22,5% 1,5% 12. (ESAF-AFTN) Os seguintes dados foram obtidos nos balanços de 31/12/87 ATIVO 1987 Circulante 14.000 Realizável a Longo Prazo 700 Permanente 28.300 TOTAIS 43.000 PASSIVO 1987 Circulante 20.000 Exigível a Longo Prazo 1.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital 22.000 TOTAIS 43.000 e 31/12/88: 1988 18.000 3.000 37.000 58.000 1988 24.000 34.000 58.000 Considerando-se que no período de 1/1/88 a 31/12/88 registrou-se uma inflação de 20%, pode-se afirmar que a liquidez geral: a) Em 1987 era maior que em 1988. b) Em 1988 era menor que o quociente de liquidez corrente. c) Em 1987 era igual ao quociente de liquidez corrente. d) Indica que não houve alteração na situação da empresa. 49 e) Indica que a situação da empresa em 1987 era mais favorável que em 1988. 13) (ESAF- AFRF) Considerando as informações abaixo: ATIVO Circulante Realizável a Longo Prazo 64.000Permanente TOTAL PASSIVO Circulante Exigível a Longo Prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAIS 1988 126.000 14.000 60.000 200.000 1988 50.000 20.000 130.000 200.000 1989 186.000 64.000 150.000 400.000 1989 90.000 10.000 300.000 400.000 Podemos afirmar que os quocientes de endividamento, em 1988 e 1989, foram, respectivamente, de: a) 0,40 e 0,50 b) 2,00 e 2,50 c) 2,86 e 4,00 d) 0,35 e 0,25 e) 0,50 e 0,40 Nas questões a seguir, julgue os itens: 14) (Cespe) Em relação ao capital circulante líquido (CCL) é correto afirmar: a) Em circunstância de elevação de inflação, a utilização do critério UEPS de avaliação de estoques reduz o capital circulante líquido. b) O equilíbrio financeiro fica evidenciado quando a aquisição de elementos permanentes é financiada com créditos de curto prazo. c)Um dos custos do investimento em capital de giro considerado nas decisões operacionais é o de oportunidade, definido pelos ganhos decorrentes da melhor alternativa não aproveitada. d) O capital circulante líquido é identificado como o excedente das aplicações a curto prazo em relação à capacidade de captação de recursos processados também a curto prazo. e) O capital circulante líquido é definido como o excedente dos recursos de longo prazo, próprios e de terceiros, alocados pela empresa, em relação ao montante também aplicado a longo prazo. 15) (Cespe) Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos assumidos com terceiros. A respeito, analise as assertivas. a) O índice de liquidez seca demonstra a porcentagem das dívidas a curto prazo em condições de serem pagas com a utilização de itens monetários do ativo circulante que possuam menor liquidez. b) A liquidez absoluta revela a porcentagem de dívidas de curto prazo em condições de serem liquidadas até o término do exercício seguinte. c)A liquidez geral é utilizada também como medida de segurança financeira da empresa a longo prazo. d) Para efeito de análise, a medida conservadora de classificar as duplicatas descontadas no passivo circulante não altera o índice de liquidez corrente. e) O quociente 1,5 encontrado no cálculo do índice de liquidez corrente indica a necessidade de suplementação de capital de giro. 16) (Cespe -Perito Contador da PF) A respeito da análise econômico financeira das empresas, julgue os itens seguintes: a) Se houver elevação do ativo circulante em R$ 1 milhão e do patrimônio líquido em R$ 2 milhões, ocorrerá um aumento da liquidez geral da empresa. b) A companhia com quociente de liquidez corrente abaixo de 1 que eleva tanto o seu ativo circulante como o passivo circulante em R$ 1 bilhão (valor relevante) apresentará um aumento nesse índice de liquidez corrente. c)A taxa de remuneração do capital próprio de determinada companhia tenderá a ser afetada positivamente caso a rentabilidade proveniente de novos ativos seja superior ao custo da dívida assumida para financiálos. d) O prazo médio de recebimento de vendas de um ano, de R$ 360.000,00, para contas a receber médio, líquido da provisão para devedores duvidosos, de R$ 30.000,00, estará em torno de 30 dias. e) O aumento do prazo de renovação de estoques, com a elevação de vendas e do custo das mercadorias vendidas, não requererá, necessariamente, capital para o financiamento desse ativo acrescido. 17) (Cespe) Uma empresa tem ativo circulante de R$ 1.800.000,00 e passivo circulante de R$ 700.000,00. Se fizer uma aquisição extra de mercadorias, a longo prazo, na importância de R$ 400.000,00: a) seu índice de liquidez a curto prazo será de R$ 2,00. b) reduzirá o seu capital circulante líquido. c)terá sua liquidez corrente elevada para 3,1. d) aumentará suas origens com capitais de terceiros. 50 e) Se vender, pelo custo, todo esse estoque agora adquirido, para receber também a longo prazo, deverá considerar esse valor como uma fonte de recursos. Gabarito 1 2. 3. c a c 4. c 5. b 6. CEEEC 7. CCEE 8. ECC 9. d 10. d 11. c 12. c 13. d 14. CECCC 15. EECEE 16. CCCCE 17. EECCE Auditor do ICMS de Alagoas Balanço Patrimonial em R$ mil R$ passivo Circulante 134.250 Circulante Disponibilidades 1.250 Fornecedores Contas a receber de vendas 85.000 Pessoal e encargos a pagar Estoques de mercadorias 46.000 Tributos devidos Despesas de exercício seguintes 2.000 Aluguéis e seguros a pagar Dividendos Realizável a longo prazo 2.000 Empréstimos Empréstimos 2.000 Patrimônio líquido Permanente 102.000 Capital social Investimentos 15.000 Reservas de capital Imobilizado 85.000 Reservas de lucros Diferido 2.000 Lucros acumulados Total 238.250 Total ativo R$ 100.000 45.000 15.000 19.000 2.500 15.000 3.500 138.250 100.000 2.500 3.000 32.750 238250 Demonstrativo do resultado do período encerrado em 30/9/2001 em R$mil Receita bruta de vendas 850.000 Tributos sobre vendas (157.250) Receita líquida de vendas 692.750 CMV (381.705) Lucro bruto 311.045 Despesas comerciais (112.000) Despesas gerais e administrativas (125.000) Despesas financeiras (1000) Outras despesas e receitas (2.000) Despesas não operacionais (12.500) Lucro antes de IR e CSLL 71.045 IR e CSLL (24.155) Lucro líquido 46.890 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (em R$ mil) de 2001 Origens Recursos gerados pela operação 65.000 Aumento do capital social 3.00 Total 68.000 Aplicações Aquisição de controlada 15.000 Aquisição de bens do imobilizado 38.500 Dividendos 15.000 Aplicações no diferido 2.000 Total 70.500 Variação do capital circulante líquido (2.500) Questão 1 (ICMS/Alagoas) Acerca de das demonstrações contábeis da empresa Y, julgue os itens a seguir. 3.O índice de rentabilidade do capital próprio da empresa Y é menor que 30%. 4.Considerando, para a empresa Y, um ativo líquido de R$ 141.750 mil, o giro do ativo calculado com a receita bruta, foi maior que 6. 5.O lucro líquido caso a empresa Y operasse sem capital de terceiros e despesas financeiras, seria de R$ 47.550,00 mil, considerando uma alíquota de IR e CSLL de 34%. 6.A rentabilidade do capital próprio da empresa Y foi maior com a dívida do que seria caso a dívida onerosa não existisse, porque o custo dela é inferior ao retorno do ativo, indicando uma alavancagem financeira positiva. 7.O retorno do ativo líquido de R$ 141.750,00mil, caso a empresa Y operasse sem dívida, seria de 33,5%. Questão 2 51 Ainda acerca das demonstrações contábeis da empresa Y, julgue os itens abaixo. 1.De acordo com a demonstração das origens e aplicações de recursos, a empresa fez as suas aplicações utilizando somente recursos próprios. 2.A demonstração das origens e aplicações de recursos evidencia uma variação negativa do capital circulante líquido, correspondendo a uma situação de capital circulante líquido negativo no balanço de final de período. 3.A margem de lucro líquido sobre as vendas líquidas é superior a 6%. 4.A margem de lucro bruto sobre as vendas líquidas é maior que 46%. 5.A rentabilidade apresentada pela empresa é muito baixa, considerando o custo do dinheiro no mercado e a rentabilidade média das empresas no mercado. Gabarito Auditor de ICMS de Alagoas 1. 2 EECCC CECEE energia a pagar abatimento de vendas abatimento sobre compras ações de outras companhias adiantamento de salários aluguel antecipado amortização acumulada aplicações financeiras de resgate imediato banco caixa capital social compras de mercadorias computadores contas a receber debêntures a pagar depreciação acumulada despesa de água e esgoto despesa de internet despesa de aluguel despesa de amortização despesa de depreciação despesa de energia despesa de exaustão despesa de honorários despesa de manutenção despesa de salários despesa de seguros despesa de telefone despesa financeira despesas administrativas despesas diversas despesas operacionais dividendos a pagar duplicatas a pagar após 5 anos edificações empréstimos a diretores empréstimos a pagar estoque final de mercadorias para revenda estoque inicial de mercadorias para revenda exaustão acumulada financiamentos a pagar financiamentos de longo prazo florestas e pastagens fornecedores fretes sobre compras fundos de investimentos gastos pré-operacionais honorários a pagar imposto de renda imposto de vendas impostos a pagar TCU 2007 875 520 850 852 800 321 5.584 258 652 882 27.926 2.200 3.200 335 3.522 12.580 558 665 5.540 212 448 998 332 774 2.250 3.250 4.410 548 2.540 554 3.200 470 850 25.780 4.150 2.200 1.200 258 20.200 16.500 25.800 7.850 24.580 1.140 450 2.211 12.580 280 6.200 4.450 2.200 52 impostos antecipados investimentos em controladas investimentos em debêntures lucros ou prejuízos acumulados máquinas e equipamentos material de consumo material de limpeza móveis e utensílios outras reservas prédios provisão para desvalorização de estoques receita de vendas receita financeira reserva de capital salários a pagar seguros antecipados seguros sobre compras telefone a pagar terrenos títulos a pagar títulos a receber após sete anos veículos 1.200 114 2.254 ?????? 9.980 147 150 4.470 209 33.250 80 65.817 4.500 2.100 114 700 330 250 12.500 1.258 1.200 32.500 Utilizando as informações do balancete de verificação de determinada empresa, apresentado ao lado, julgue os itens a seguir. 176. A empresa será incapaz de liquidar suas dívidas de curto prazo com os recursos advindos de seu ativo circulante. 177. O ativo total da empresa é superior a R$ 115.000. 178. O ativo permanente da empresa é igual a R$ 107.977. 179. O lucro antes do imposto de renda e da contribuição social é igual a R$ 16.526. 180. A empresa apresenta comprometimento de 40% de seu ativo total para cobrir obrigações com terceiros de curto e longo prazos. 181. O custo da mercadoria vendida apurado no período é igual a R$ 22.072. 182. A margem bruta obtida na apuração da demonstração do resultado do exercício (DRE) é superior a 60%. 183. O saldo da conta lucros ou prejuízos acumulados, antes da apuração da DRE, é igual a R$ 6.520. 184. O lucro obtido no período avaliado proporciona uma rentabilidade sobre o capital investido da ordem de 45%. 185. A lucratividade líquida da empresa, no período avaliado, é superior a 15%. 186. O saldo do patrimônio líquido, após a apuração do resultado do exercício, é igual a R$ 48.885. 187. O índice de solvência da empresa, no período avaliado, é superior a 1,5. 188. O índice de cobertura do capital próprio pelo imobilizado é de 35%. 189. O giro do capital próprio, no período em análise, corresponde a 1,58. 190. A rentabilidade financeira, no período em análise, é superior a 33%. Gabarito 176 177 E C 178 C 179 C 180 E 181 C 182 C 183 E 184 E 185 C 186 E 187 C 188 E 189 E 190 C 53