Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA Área: Saúde Biossegurança nas Ações de Saúde O que é Radiologia? Radiologia é a parte da ciência que estuda órgãos ou estruturas através da utilização dos raios-x, gerando uma imagem. No Brasil o Conselho Federal de Medicina reconhece a especialidade pelo nome de "Radiologia e Diagnóstico por imagem. EPI´s e EPC´s Prof. Espc. Thiago Vinicius Martins dos Anjos "É a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o meio ambiente" (Comissão de Biossegurança em Saúde) "É o conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam compromete a saúde do homem, dos animais, das plantas, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos." (Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz) De onde surgiu o conceito de Biossegurança? ♠ Rituais aos deuses – Garantir a prevenção de doenças individuais ou coletivas; ♠ Os Egípcios – As doenças se propagavam pelo toque; ♠ Os Hebreus – As doenças eram contraídas pelo contato com roupas e outros objetos usados pelos doentes; “Equipamento” de Proteção Individual ♠ Em 1656, durante o grande flagelo da peste ►Tentativa de prevenção de risco na Europa: Médico usando roupa e máscara de proteção BIOSSEGURANÇA RISCO Homem REDUÇÃO/ ELIMINAÇÃO Animais Meio Ambiente Qualidade dos Trabalhos FÍSICOS ERGONÔMICO ACIDENTE TIPOS DE RISCO QUÍMICO BIOLÓGICO Riscos de Acidentes Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. Ex: probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, eletricidade....... Riscos Ergonômicos Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. Ex: levantamento e transporte manual de peso, ritmo acelerado de trabalho, trabalho excessivo em computadores, monotonia, repetitividade, postura inadequada. Riscos Físicos São os provocados por barulhos, vibrações, calor, frios, radiações e perfurocortantes. Riscos Químicos As substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. Riscos Biológicos São as bactérias, fungos, vírus, parasitas entre outros Classificação dos Riscos Biológicos Distribuídos em 4 classes (grupos) por ordem crescente de risco. Critérios de classificação: * * * * * * Patogenicidade Virulência Transmissibilidade Profilaxia Tratamento Endemicidade Riscos Biológicos CLASSE 1 Microorganismos que nunca foram descritos como agente causal de doenças para o homem e que não constituem risco para o meio ambiente Escasso risco individual e comunitário. Ex: Latobacillus casei; Bacillus subtilis CLASSE 2 A exposição ao agente patogênico pode provocar infecção, porém se dispõe de medidas eficazes de tratamento e prevenção, sendo o risco de propagação limitado. Risco individual moderado; risco comunitário limitado. Exemplos: Schistosoma mansoni; Vírus da Hepatite A, B e C Citomegalovírus; Herpes Vírus; Sarampo; Salmonella Riscos Biológicos CLASSE 3 O agente pode provocar enfermidades graves, podendo propagar-se de uma pessoa infectada p/ outra, entretanto, existe profilaxia e/ou tratamento. Risco individual elevado, baixo risco comunitário Exemplo: Mycobacterium tuberculose CLASSE 4 Os agentes patogênicos representam grande ameaça para as pessoas e animais, c/ fácil propagação de um indivíduo ao outro, direta ou indiretamente, não existindo profilaxia e tratamento. Elevado risco individual e comunitário. Exemplo: Vírus Ebola Regras Básicas • • • • • • • • • • • • • • • • • • O vestuário deve ser: Cor Branca Confortáveis Discretas Avental de manga comprida Estar livre de partes que possam enganchar em maquinas ou objetos Calçados fechados e limpos O vestuário deve ser de uso exclusivo no trabalho Os EPIs devem fazer parte do vestuário de atendimento Deve ser evitado o uso de adornos, tais como brincos, colares, correntes, pulseiras, relógios, anéis e alianças, já que representam materiais de difícil descontaminação. Banho diário Cabelos limpos, presos (se compridos) Mãos sempre limpas Unhas curtas e bem cuidadas Maquiagem discreta Barba feita (homens) Desodorante de alta proteção Dentes escovados EPI e outros cuidados em biossegurança BARREIRAS Barreiras Primárias: EPIs Protege a roupa e a pele da contaminação Tecido resistente à penetração de líquidos Comprimento a abaixo do joelho e mangas longas descartável ou não Jaleco e gorro O Jaleco (limpo, não estéril) serve para proteger a pele e prevenir sujidade na roupa durante procedimentos que tenham probabilidade de gerar respingos ou contato de sangue, fluidos corporais, secreções ou excreções. O jaleco sujo deve ser removido após o descarte das luvas e as mãos devem ser lavados para evitar transferência de microrganismos para outros pacientes ou ambiente. O gorro estará indicado especificamente para profissionais que trabalham com procedimentos que envolvam dispersão de aerossóis, projeção de partículas, ou mesmo a queda de cabelo na área do procedimento. A lavagem domiciliar de aventais contaminados deve ser precedida de desinfecção, por 30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 0,02% (10ml de alvejante comercial a 2 a 2,5% para cada litro de água). Calçados Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles fechados de preferência impermeáveis (couro ou sintético). Evita-se os de tecido que umedecem e retém a sujeira. Escolher os calçados cômodos e do tipo antiderrapante. BARREIRAS Barreiras Primárias: EPIs Contato com sangue, fluidos do corpo, dejetos, trabalhos com microorganismos; NÃO usar luvas: fora do local de trabalho, para abrir portas, para atender o telefone. NUNCA reutilizar luvas. Descarte-as de maneira segura!!! Luvas As luvas protegem de sujidade grosseira. Devem ser usadas em procedimentos que envolvam sangue, fluidos corporais, secreções, excreções (exceto suor), membranas mucosas, pele não íntegra e durante a manipulação de artigos contaminados. Devem ser trocadas após contato com material biológico, entre as tarefas e procedimentos num mesmo paciente, pois podem conter uma alta concentração de microrganismos. Remover as luvas logo após usá-las, antes de tocar em artigos e superfícies sem material biológico e antes de atender outro paciente, evitando a dispersão de microrganismos ou material biológico aderido nas luvas. Lavar as mãos imediatamente após a retirada das luvas para evitar a transferência de microrganismos a outros pacientes e materiais, pois há repasse de germes para as mãos mesmo com o uso de luvas. Como devem ser as luvas e qual a sua função 1. LUVAS DESCARTÁVEIS para manipulação de materiais potencialmente infectantes, que são de látex ou material sintético. 2. LUVAS ANTIDERRAPANTE para manipulação de resíduos ou lavagem de material ou procedimento de limpeza em geral. 3. LUVAS RESISTENTES À TEMPERATURA para manipulação de materiais submetidos à aquecimento ou congelamento. Como devem ser e qual a função dos óculos, máscaras e protetor facial? Os óculos de proteção devem ser de material rígido e leve. Devem cobrir completamente a área dos olhos. Os óculos são utilizados junto com máscara descartável que deve proteger o resto do rosto. Uma outro opção para proteger seu rosto ► protetor facial. Máscaras, Óculos de Proteção ou Escudo Facial A máscara cirúrgica e óculos de proteção ou escudo facial são utilizados em procedimentos e servem para proteger as mucosas dos olhos, nariz e boca de respingos (gotículas) gerados pela fala, tosse ou espirro de pacientes ou durante atividades de assistência e de apoio. Elas podem ser de sangue, fluidos corporais, secreções e excreções ou líquidos contaminados como aquelas geradas durante a lavagem de materiais contaminados. Uma indicação de uso destes equipamentos é durante a manipulação de produtos como em áreas de expurgo ou de desinfecção de artigos onde existe o risco químico de contato. AVENTAL CIRÚRGICO Avental para uso do profissional em centro cirúrgico. Pode ser usado com a roupa cirúrgica sob o material. UTILIZAÇÃO: Avental especialmente para o médico cirurgião, pode ser retirado facilmente por um auxiliar sem interromper a cirurgia após o uso dos Raios-X. Avental Odontológico Avental para paciente em radiografia. Avental Padrão Avental padrão sem proteção nas costas, com alças cruzadas para maior conforto e segurança Utilização: Proteção para o técnico de radiologia, acompanhantes e auxiliares envolvidos nos exames onde o tempo de exposição não é prolongado. AVENTAL PANORÂMICO Avental odontológico para pacientes expostos à radiografia panorâmica. É a única técnica com filme extra oral que permite ao dentista visualizar a dentição inteira. AVENTAL TIPO CASACO Avental tipo casaco com proteção total nas costas. Para utilização em hemodinâmica e angiografia. Avental utilizado onde o tempo de exposição do profissional é muito prolongado, ou durante a utilização do intensificador de imagem. Hemodinâmica: estudo dos movimentos e pressões da circulação do sanguínea Angiografia: visualização da luz do vaso ao injetar contraste radiológico BIOMBO CURVO Em chumbo laminado, com rodízios e visor de vidro plumbífero de 7x13cm (Pb 1,92mm). Os biombos móveis só devem ser utilizados em equipamentos transportáveis, não sendo permitidos para aparelhos fixos. BIOMBO ODONTOLÓGICO Em chumbo laminado. Equivalência em chumbo de 1,00mmPb. Suporte em alumínio regulável e com rodinhas para fácil locomoção. Indicado para consultórios odontológicos que utilizam raios-X periapical. BIOMBO RETO Em chumbo laminado, com rodízios e visor de vidro plumbífero de 7x13cm (Pb 1,92mm). Os biombos móveis só devem ser utilizados em equipamentos transportáveis, não sendo permitidos para aparelhos fixos. CONJUNTO SAIA E BLUSA Saia em transpasse frontal com proteção em dobro para região genital. Blusa com fecho em velcro ajustável.. Utilização: Esse conjunto com o objetivo de dividir o peso e proporcionar ao usuário maior conforto. Utilizado onde o profissional fica exposto por um tempo prolongado ou onde há utilização do intensificador de imagem. Indicado para exames como hemodinâmica e angiografia. FAIXA ABDOMINAL A faixa abdominal é utilizada nos aventais tipo casaco para distribuição do peso entre os ombros e a cintura. LENÇOL PLUMBÍFERO Lençol de chumbo para revestimento de portas, paredes ou divisórias de salas de raios-X, com espessura e dimensões de acordo com a necessidade. LUVA PLUMBÍFERA Luvas de proteção para cirurgias e acompanhamentos. Em borracha com equivalência em chumbo de 0,50mmPb, proporciona total movimento e conforto ao usuário. Utilização: Para procedimentos cirúrgicos, proteção para acompanhantes e técnicos de raios-X. Na área veterinária é utilizada para segurar animais de médio e grande porte. MASSA BARITADA Massa baritada para revestimento em salas de raios-X composta de Carbonato de Bário extrafino, areia fina e liga de agregação. ÓCULOS DE PROTEÇÃO Óculos com lentes plumbíferas, com proteção frontal e proteção lateral (180°), ambos com equivalência em chumbo de 0,50mmPb Utilização: Os óculos são um acessório de proteção imprescindível, considerando que a visão, por sensibilidade do cristalino, é uma das áreas mais afetadas pela radiação. PORTA AVENTAIS Com apoio cilíndrico, aço pintado ou aço inoxidável, capacidade para até 03 aventais ou tipo cabide (basculante) com capacidade para 03, 04 ou 05 aventais. PROTETOR DE ÓRGÃOS GENITAIS Protetor para região genital, utilizado por paciente em exames que impossibilitam o uso de outros protetores. Utilização: Utilizado em raios-X de tórax e outros exames como, por exemplo, mamografia. PROTETOR DE TIREÓIDE Com fecho em velcro ajustável na nuca. Utilização: O protetor de tireóide é um acessório de proteção utilizado em todos os tipos de exames, exceto para radiografia odontológica panorâmica. VIDRO PLUMBÍFERO Vidro plumbífero com espessura de 8mm, proporcionando total transparência e perfeita visualização. VISOR PLUMBÍFERO Visor plumbífero em chapa de aço pintado revestido com chumbo, para utilização em biombos de alvenaria. A moldura deve ser instalada na parede e o vidro pode ser removido para limpeza ou troca. Milisievert (mSv) - A Dose Equivalente ( Sievert ), ou simplesmente DOSE nos Laudos de Dose Mensais, leva em conta o efeito biológico em tecidos vivos, produzido pela radiação absorvida. Além de usar EPI, que outros cuidados pessoais eu devo observar para me proteger? Não comer e beber no ambiente laboratorial; Não guardar alimentos e bebidas em armários, estantes, geladeiras ou freezer dos ambientes laboratoriais; Não fumar no ambiente hospitalar e no laboratório Proibir a entrada de pessoas não autorizadas POSSÍVEIS CAUSAS DE ACIDENTES: - Manutenção incorreta; - Mau uso dos EPIs; - Higiene do local de trabalho; - Jornada excessiva de trabalho; - Práticas de trabalho inadequadas; - Supervisão incorreta e/ou inapta. As radiografias oferecem algum risco aos pacientes? Embora tenhamos um certo risco radiobiológico no uso dos raios X, pesquisas científicas comprovam que o risco associado ao uso de técnicas radiográficas, das panorâmicas e das tomografias odontológicas é menor do que o risco da radiação de fundo ambiental (radiação cósmica, radiação do solo, raios ultravioleta) a que estamos expostos, querendo ou não. As doses de radiação das radiografias usadas, são extremamente pequenas. Mesmo assim, hoje dispomos de tecnologia para minimizar os possíveis danos oriundos das radiações ionizantes na rotina. Podemos citar o uso de eventuais plumbíferos, filmes ultra-rápidos, aparelhos calibrados e processamento automático. De posse desses conhecimentos, podemos afirmar que os riscos são infinitamente menores que os benefícios oriundos da Radiologia.