Ética - UNIPVirtual

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Unidade I
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL
Prof. Aguinaldo Pereira Alves
Introdução
Por que aprender Ética hoje?
ƒ
Uma sociedade em crise de princípios e
valores.
ƒ
A cultura do relativismo:
a) Niilismo.
Niilismo
b) Hedonismo.
c) Narcisismo.
ƒ
Paradoxo:
De um lado
lado, capitalismo incentiva o
individualismo na obtenção do lucro, de
outro, ele não sobrevive na ausência do
procedimento ético,
dificultado pelo individualismo.
Desvio do projeto original
ƒ A provável utopia dos fundadores do
capitalismo era que em nossa época a
tecnologia eliminaria as dificuldades e
percalços da existência humana.
ƒ Igual acesso aos bens econômicos para
todos os povos.
ƒ Hoje, vivemos em uma realidade repleta
de paradoxos.
Reconstrução de valores
ƒ Solução dos problemas atuais:
Reconstrução de valores que possam
orientar normas e padrões gerais e
coletivos de conduta.
ƒ Solucionar tais problemas nos obriga a
exigências, imperativos e valores que
vão em oposição à cultura do relativismo
atual.
A confiança é virtude essencial ao
Capitalismo.
ƒ A confiança (contratualidade) é virtude
essencial ao capitalismo.
ƒ
A existência de um “mercado”
pressupõe a confiabilidade entre as
partes.
ƒ Empresas, sendo “pessoas” jurídicas,
são manifestações corpóreas do
capitalismo, optantes, portanto, de
valores.
O ser humano é físico e metafísico
ƒ O ser humano é transcendente por
natureza. Os valores morais estão
relacionados à transcendência.
ƒ Retomar valores, reconstruir o viver
ético (restaurar a noção de “bem
comum”) em todas nossas atividades é a
exigência social fundamental atual. Um
dever.
O “bem comum” origina a Ética
ƒ Ética: do grego ethos = morada coletiva
e vida coletiva.
ƒ Daí o conceito ser usado para ações que
promovam o bem comum.
ƒ Ética (visão tradicional) = modo de ser
ou caráter conquistado por meio da
disciplina rígida.
Ética, moral e lei:
normas civilizatórias
ƒ Moral: coação interna para o dever, dada
pelas crenças (cultura).
ƒ Lei: coação externa para o dever, feita
pelos agentes do Estado.
ƒ Ética: imperativo voltado para o dever,
orientado pela razão.
Interatividade
Poderíamos
P
d í
relacionar
l i
ética,
éti
lei
l i e morall nos seguintes
i t
termos:
a)
Ética vem do grego ethos, que significa “modo de
ser” ou “caráter”. Já a lei é adquirida pelo homem e
na prática é o mesmo que moral.
b)
Toda lei visa coagir o indivíduo a adotar um
comportamento ético que a sociedade considera
como essencial para o bem comum. Esse
comportamento é dirigido por valores morais.
c)
Ética assenta-se num comportamento que não
corresponde a uma disposição natural, mas é algo
adquirido por hábito. Já a lei é, sempre, de caráter
natural,
t
l o que lhe
lh confere
f
um caráter
át moral.
l
d)
A moral é própria de todo ser humano. Assim, toda
lei e códigos de Ética nada mais são do que moral
racionalizada e escrita.
e)
A essência da ética é definir os traços básicos ou
fundamentais do comportamento moral.
A gênese da ética
ƒ A ética ocidental nasce na Antiguidade
clássica grega.
ƒ A concepção ética é histórica: há uma
reflexão sobre a sociedade real e a ideal.
ƒ A reflexão sobre a ética:
ƒ Busca da felicidade individual e do
bem comum.
Sócrates, Platão e Aristóteles
ƒ O primeiro filósofo que escreveu sobre
ética foi Aristóteles. Ele escreveu duas
obras a respeito:
ƒ Ética a Nicômaco (que era filho
dele).
ƒ Ética a Eudemo (que era aluno dele).
A ética como produto histórico
ƒ Quando surgem novas percepções,
valores ou costumes, é proposto pela
filosofia um novo agir ético.
ƒ O agir ético é sempre resultante de uma
reflexão (um dilema) entre o que o
indivíduo deve fazer e o que ele gostaria
de fazer.
O procedimento ético
ƒ A ação ética sempre deve buscar o bem
comum e consiste na recusa de todas as
ações que propiciem algum mal à
coletividade.
ƒ O ação ética é guiada pela razão e
estruturada pela noção de “dever”.
Ética e moral
ƒ A palavra moral origina-se do termo
latim “mos” (singular) e “mores” (plural),
que significa “costumes”.
ƒ E a palavra ética origina-se do termo
grego “ethos” e possui o mesmo
significado, ou seja, “costumes”.
Ética e moral tem origens
semânticas idênticas, mas...
ƒ Ética e moral são sinônimos perfeitos, só
modificados devido às diferentes línguas
de origem das duas palavras.
ƒ Entretanto, Kant define como moral o
conjunto de princípios gerais (valores
civilizatórios) e ética sua aplicação
concreta.
Ética:
moral praticada pela razão
ƒ Outros filósofos concordarão em
designar por moral a teoria dos deveres
para com os outros, e por ética a
doutrina de “salvação” e sabedoria
desvinculada de crenças religiosas.
ƒ Ética
É
e moral comportam virtudes.
Definições de ética
ƒ Ética é a prática de um conjunto de
valores morais que permitem a
permanência da civilização.
ƒ A ética é orientada por normas de
conduta que permitem a construção e
defesa do bem coletivo.
ƒ As práticas éticas independem de cultura
ou religião.
Virtudes que a Antiguidade nos
legou:
ƒ Platão: a harmonia entre sabedoria,
coragem e temperança produz a justiça.
ƒ Aristóteles: justiça, coragem, fortaleza e
sinceridade.
ƒ Aristóteles: a felicidade pessoal decorre
da prática do bem comum: equilíbrio
entre o excesso e a escassez.
ƒ O procedimento ético aproxima o
humano de sua concepção divina.
Formação da ética:
liberdade, igualdade e fraternidade
ƒ A moral cristã para a ética: Santo
Agostinho (A cidade de Deus e
Confissões) e São Tomás de Aquino
(Suma teológica).
ƒ Idade Média: no cristianismo o “divino”
deixa a natureza e realiza-se na figura de
uma pessoa: Jesus Cristo.
ƒ O cristianismo: a nova concepção de
amor.
ƒ A moral: a busca da p
perfeição,
ç , “a
imitação de Cristo”.
A nova noção de liberdade
ƒ O cristianismo subordinou o ideal de
virtude à idéia de dever e de obrigação.
ƒ Para os gregos antigos: os seres
humanos são autônomos.
ƒ Para o cristianismo, os humanos estão
sujeitos à vontade de Deus.
A nova noção de liberdade
ƒ Para os gregos antigos a virtude era um
talento natural.
ƒ Para o cristianismo, o que é moral ou
não é o uso que se faz desses dons
naturais.
ƒ Essa liberdade de escolha vai ser
chamada pelos filósofos de “livre
arbítrio”.
A noção de mérito
ƒ Ser livre é ter a capacidade de escolha
entre o bem e o mal. Se alguém for
“bom” é por mérito próprio, uma vez que
não é um dom natural.
ƒ O mérito construído pelo esforço
pessoal é valor fundamental da ética
cristã.
Legado do cristianismo:
senso de igualdade
ƒ O homem: filho de Deus, logo, todos são
irmãos.
ƒ Nova compreensão do que é a liberdade
(exercício do arbítrio).
ƒ Articula liberdade com vontade (dividida
entre o “bem e o mal”).
ƒ Vida virtuosa: vida de dever e de
obrigação.
Interatividade
Podemos afirmar que o pensamento cristão
contribuiu para a concepção ética ocidental
a partir da reflexão:
a) “Tudo que existe foi criado por Deus e,
por essa razão, devo respeitar a
natureza.”
b) “Faça o bem sem ver a quem.”
c) “Todos nascem livres e iguais em
dignidade e direitos.”
d) “Deus
Deus é o criador da vida e o ser
humano é cocriador com Deus.”
e) “A noção de justo e injusto é inerente
ao homem.”
A evolução da ética: a modernidade
ƒ Nova compreensão do mundo:
governado por leis naturais racionais e
impessoais.
ƒ O homem, por meio da razão, pode
compreender e dominar a natureza.
ƒ Os valores do cristianismo reformado,
incorporados à ética: disciplina ascética,
poupança, austeridade, vocação, dever.
Liberalismo
ƒ O pensamento liberal estabelece os
fundamentos da democracia moderna e
do capitalismo.
ƒ O pensamento liberal tem como pilares
basilares:
A liberdade pessoal;
A busca da felicidade e o individualismo
(tradicionalmente aplicados ao modelo
econômico.
O procedimento ético ocorre entre
indivíduos livres
ƒ É impossível a vigilância constante das
ações individuais numa sociedade de
direitos plenos.
ƒ A punição que a transgressão do agir
ético traz é de consciência individual.
ƒ Formação da consciência: valores
morais ensinados pelo entorno social.
Consciência
ƒ Consciência: capacidade de emissão de
juízos de valor.
ƒ A sociedade exige de nós uma conduta
pública de acordo com as virtudes
éticas.
ƒ As virtudes são adquiridas pelo “querer”
agir. Pelo esforço pessoal.
ƒ Ideia do mérito na modernidade: a
semente do individualismo.
A noção de dever
ƒ Ética envolve reflexão constante entre o
que “devo” fazer e o que “gostaria” de
fazer.
ƒ Ética é um conjunto de juízos valorativos
(racionais) que orientam nosso agir
sempre em função do dever.
Conceito de valor
ƒ O agir ético está estruturado em valores.
E há duas maneiras de definir valor:
a) Como unidade econômica.
b) Como construção mental elaborada
coletivamente pela visão de mundo de
nossa cultura.
Contribuições iluministas
ƒ O que diferencia o ser humano dos
demais animais é sua capacidade de
decidir por si só.
ƒ A liberdade propicia a capacidade de
aperfeiçoar-se ao longo da história.
ƒ Livre arbítrio e domínio das paixões: o
espírito crítico dota o homem de valores
morais.
ƒ O ser humano sempre busca o bem e ele
nasce intrinsecamente bom.
Immanuel Kant (1724-1804)
ƒ Voz da razão, ordens indiscutíveis:
imperativo categórico.
“Imperativo”: todo ser humano traz
consigo e não se pode fugir dele, é parte
de nós.
“Categórico”: é irracional pensar o
contrário daquilo que está por ele
imposto.
Para Kant:
ƒ É dever do indivíduo comportar-se
segundo um código moral interno,
coletivamente construído e presente em
todas as pessoas.
ƒ A lei moral tem a mesma força que a lei
natural.
Imperativos categóricos
ƒ Kant elaborou um imperativo categórico
da razão do agir ético:
ƒ “Age tendo a humanidade como fim e
jamais como meio.”
ƒ Não tratar os sujeitos como coisas
(meios): princípio ético da dignidade
humana.
Interatividade
Kant elaborou um imperativo categórico da
razão do agir ético: “Age tendo a humanidade
como fim e jamais como meio”. Isso significa:
a) O fim último de nossas ações deve ser a
humanidade e o ser humano é digno de
respeito absoluto.
b) Na medida do possível, não tratar os sujeitos
como coisas: princípio ético que dá
dignidade às pessoas.
c) E “age como se a máxima de tua ação
pudesse ser realizada por todos os homens
e para qualquer homem”
homem .
d) Que a universalidade da ética garante a
universalidade do sentido da ação.
e) Que a lei moral é a lei da razão; os seres
racionais são as encarnações da lei moral
em si.
A atualidade e o “vazio ético”
ƒ Na atual sociedade vivemos um “estado
de vazio ético”.
ƒ Paradoxo:
De um lado, o capitalismo incentiva o
individualismo na obtenção do lucro, de
outro, ele não sobrevive na ausência do
procedimento ético, dificultado pelo
individualismo.
Exigência ética de hoje
ƒ Exigência ética: responsabilidades
sociais e ambientais em relação ao
futuro (próximo e distante), pelo qual
somos todos responsáveis.
ƒ Viver em uma “sociedade em rede”
significa, entre outras coisas, que o que
acontecer a uma parte dela produzirá
consequências para o restante.
O “bem comum”: objetivo ético
ƒ O procedimento ético: produzir o “bem”
(coletivamente entendido), não propiciar
o mal à coletividade.
ƒ Bem comum (material e imaterial):
também é o do indivíduo.
ƒ Não é prerrogativa de uma única pessoa,
mas de todas.
ƒ Ética: regras de conduta em defesa da
comunidade, da vida.
Liberdade
ƒ Exercer a liberdade em sentido amplo
implica em sensibilizar-se pelos
interesses e necessidades gerais ou
universais.
ƒ A liberdade de uma pessoa deve
terminar onde começa a de outra.
ƒ Liberdade implica em respeito à
dignidade e aos direitos.
ƒ A justiça pode ser entendida como o
equilíbrio
q
entre direitos e deveres.
Meritocracia
ƒ A ética moderna vai repousar na ideia do
mérito: é nosso mérito agir em
conformidade com o bem comum e não
em conformidade com nossos desejos e
paixões.
ƒ E a modernidade vai valorizar toda a
ação de dever: é a ética moderna
fundamentalmente meritocrática de
inspiração democrática.
A noção de liberdade agregada de
novos valores
ƒ
Virtuoso é quem cumpre seu dever e
obrigações de acordo com as normas e
os valores coletivos, considerados
como universalmente válidos.
ƒ A capacidade humana de enfrentar com
suas próprias forças, e por meio de suas
decisões, as contingências e
adversidades consiste num ato de
liberdade.
Responsabilidade
ƒ A ideia de civilização assume o centro
ordenador do mundo, substituindo tanto
o cosmo antigo como a providência
medieval.
ƒ A responsabilidade é marca da honradez
virtuosa, pois não há liberdade sem
responsabilidade.
ƒ É nossa responsabilidade decidir pela
permanência (ou não) da civilização.
Tolerância
ƒ À ideia de civilização está subjacente à
compreensão da igualdade universal,
apesar das diferenças particulares.
ƒ E a tolerância, enquanto valor ético, é o
primeiro passo para a compreensão e
aceitação da existência do outro.
O “outro”
ƒ A atual percepção do “outro”:
Uma ameaça (a eliminar).
Um benefício (a preservar).
ƒ O desafio de compreender o “outro”
como um “eu fora de mim”
mim”, detentor das
mesmas necessidades, prerrogativas e
desafios da pessoa que eu sou.
Interatividade
A sociedade
i d d da
d informação
i f
ã está
tá num estado
t d de
d
“vazio ético”. Isso significa:
a) A atual fase do capitalismo destruiu nossa
noção de tempo e de história.
b) Um conceito paradoxal: o agente ou sujeito
moral e os valores morais ou virtudes
éticas.
c) Um estado em que as referências
tradicionais desaparecem e os fundamentos
metafísicos e religiosos da ética se
p
perderam.
d) O mesmo que performance, ou seja, busca
do prazer a curto prazo e a qualquer preço.
e) A situação da ciência atual, que adquiriu
uma auréola mágica e determinista que a
coloca acima da moral e da razão.
ATÉ A PRÓXIMA !
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