OpapeldavitaminaDnanutriçã odevacasleiteiras A vitamina D é um pró-hormônio, importante precursor necessário para a produção do hormônio 1,25 – dihidroxivitamina D, participante no metabolismo do cálcio. (NRC, 2001) Tem importante participação no transporte ativo do cálcio e do fósforo pelo tecido epitelial intestinal, além de poder estimular o aumento da reabsorção óssea de cálcio. Ambas as função são importantes para a manutenção da homeostase de cálcio e fósforo do organismo. Além disso, também estimula a produção de insulina, aumenta a produção de colina acetiltransferase em regiões do cérebro, promove diferenciação celular, alterações na estrutura da membrana celular e estimula função imunológica. (NRC, 2001; Souza,2003) É uma vitamina lipossolúvel, sendo absorvida do trato intestinal associada a gorduras. Uma vez absorvida, a vitamina D ocorre em concentrações relativamente baixas na corrente sanguínea, provavelmente devido ao seu rápido acúmulo no fígado. (Souza,2003) Para bovinos, a vitamina D pode ser suprida através de dieta ou por produção na epiderme e derme do animal, necessitando de irradiação solar para isso. Existem aproximadamente 10 provitaminas que após irradiação formam a vitamina D, sendo o colecalciferol (vitamina D3 que ocorre em animais) e ergocalciferol, vitamina D2 que ocorre predominantemente em plantas, as duas principais fontes de vitamina D. A atividade biológica de ambas as formas é considerada igual em bovinos, apesar da maior utilização da vitamina D3 nos suplementos. (NRC, 2001; Souza,2003) A quantidade ideal de vitamina D na dieta é difícil de ser mensurada. Isso ocorre porque animais expostos à luz solar em baixas latitudes podem não necessitar de suplementação dessa vitamina. Fenos secos à luz solar também podem prover toda a exigência nutricional dessa vitamina. Porém, a tendência de criar animais estabulados, principalmente vacas de alta produção, aumentou a necessidade de suplementá-los com vitamina D na dieta. (NRC, 2001) Para vacas secas e em lactação, o NRC (2001) recomenda a ingestão de 30 IU/kg de PV, baseando-se na quantidade necessária para manter os níveis adequados de cálcio. Porém, a concentração plasmática de vitamina D em vacas leiteiras suplementadas com os níveis sugeridos pelo NRC e estabuladas, com acesso limitado ao sol, são significativamente inferiores do que os níveis observados em vacas com ampla exposição solar. Isso pode indicar que essa recomendação não supre todas as necessidades dos animais, porém nenhum estudo ainda foi realizado a fim de sugerir uma correção em tais níveis de suplementação. (SPEARS et al., 2014) A redução da capacidade de manutenção da homeostase de cálcio e fósforo é o principal problema relacionado com a deficiência desse nutriente. Isso pode ocasionar o raquitismo de animais jovens e a osteomalácia em adultos. Os animais jovens apresentam aumento e dor nas articulações, além de fraqueza e baixo desenvolvimento. Já os adultos costumam ter como sequelas frequentes a laminite e fraturas pélvicas. (NRC, 2001) A quantidade máxima tolerável dessa vitamina é inversamente proporcional à quantidade de cálcio e fósforo na dieta. Os principais sintomas da intoxicação por vitamina D são: queda no consumo de alimentos, poliúria inicial que evolui para anúria, fezes ressecadas e queda na produção de leite. Na necropsia, um achado comum é a calcificação de tecidos moles como rins, aorta, abomaso e bronquíolos. (NRC, 2001) A febre do leite é uma doença de considerável frequência em sistemas leiteiros de alta produção. A vitamina D é muito estudada como uma possibilidade de nutriente que colaborára ccom a redução de incidência de casos e recidivas. Diversos trabalhos recomendam a administração de altas doses de vitamina D exógena , oral ou parenteral, 10 a 14 dias antes da data prevista para o parto, a fim de evitar a ocorrência de febre do leite. Esse procedimento aumentaria a absorção de cálcio pelo intestino, havendo um maior aproveitamento desse mineral da dieta. (GOFF et al, 1991; NRC, 2001) A vitamina D, além de essencial à vida dos animais, pode trazer diversos benefícios à saúde dos animais. Explorando esse nutriente da dieta dos animais, podese reduzir os prejuízos com doenças, além de manter animais cada vez mais sadios, o que reflete diretamente na produção leiteira e nos lucros. Referências bibliográficas GOFF, J. P.; REINHARDT, T. A.; HORST, R. L. Enzymes and Factors and Action in Normal Controlling Vitamin D Metabolism and Milk Fever Cows. J. Dairy Sci., V.74, P.40224032, 1991. NRC. 2001. Nutrient Requirements of Dairy Cattle. 7th ed. Natl. Acad. Press, Washington, DC. SOUZA, A. A. Deficiências vitamínicas em bovinos de corte – vitamina D Beefpoint. Publicado em: 05/09/2003. Disponível em: < http://www.beefpoint.com.br/radarestecnicos/nutricao/deficiencias-vitaminicas-em-bovinos-de-corte-vitamina-d-7111/> Acesso em: 05/01/2015 SPEARS, J. W.; WEISS, W. P. Invited Review: Mineral and vitamin nutrition in ruminants. The Professional Animal Scientist, v.30, p. 180-191, 2014.