MORTALIDADE INFANTIL: FATORES DE RISCO E ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL MORAES, Angela de Fátima Nogueira1; PERUCIO, Daniele Teixeira2; Shaiene Nogueira da Costa3; Solange Beatriz Billig Garces4; OLIVEIRA, Kelly de Moura5. Palavras-chave: Mortalidade Infantil. Cuidados. Saúde da Criança. Introdução O caminho mais correto para a obtenção de uma saúde positiva e seguro seria a prevenção, que por sua vez deveria começar desde a gestação com hábitos de uma boa alimentação, fatores ambientais e um acompanhamento de pré-natal adequado. O processo que norteia o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) na criança notadamente no primeiro ano de vida tem si mostrado o caminho mais afetivo para o seu pleno desenvolvimento e correção dos seus distúrbios. Tudo está relacionado a harmonia familiar, exercícios de comportamento, mental e ou afetivamente elemento herdado, maturacionais ou adquiridos, presença de distúrbios orgânicos, ambiental e ou nutricional, elemento de intervenção que se interponha entre criança, família e o ambiente. O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) tem sido ao logo do tempo utilizando como um bom indicativo das condições de vida e qualidade das intervenções perante a criança. É simples de ser calculado e reflete o estado de saúde da parcela mais vulnerável da população de criança de zero a três anos de vida. O CMI é definido pelo número de óbitos de menores de um ano de vida a cada mil nascidos vivos, em determinada áreas geográficas, períodos interpreta-se com a estimativa do risco de um nascido vivo menor durante seu primeiro ano de vida. (DUARTE, 2007). Objetiva-se nesta pesquisa analisar os índices de marcadores relevantes que contribuíram para a queda dos indicadores de mortalidade infantil no município de Ijui-RS 1 Acadêmica do Curso de Enfermagem – UNICRUZ – [email protected] Acadêmica do curso de Enfermagem – UNICRUZ – [email protected] 3 Acadêmica do Curso de Enfermagem – UNICRUZ – [email protected] 4 Profª do Centro de Ciências da Saúde da UNICRUZ. Especialista em Educação; Mestre em Ciências do Movimento Humano e Doutoranda em Ciências Sociais com ênfase em Políticas Públicas e Práticas Sociais pela UNISINOS - [email protected] 5 Msda. Docente do Curso de Enfermagem – UNICRUZ – [email protected] 2 analisando os fatores de risco para mortalidade infantil e identificando programas de combate a mortalidade infantil. Considerando que a mortalidade infantil é um dos marcadores do desenvolvimento humano, é necessário que se consiga diminuir cada vez mais até chegarmos a índices tão baixo quanto a de países de primeiro mundo. Para tanto se faz necessário uma análise criteriosa dos fatores que predispõem ao aumento e declínio deste. Metodologia Foi realizada uma pesquisa tipo revisão sistemática, com análise de documentos e banco de dados, com objetivo de coletar dados utilizando-se de recursos como textos, livros, publicações periódicas e anais. Foram utilizados registros do banco de dados do CMI do Ministério da Saúde, (2005-2007). Resultados e Discussões O coeficiente de mortalidade infantil (CMI) apresenta oscilações ao longo da década, com picos e declínios em anos específicos, uma vez que esta reflete as condições sócio-econômicas e a qualidade da assistência à saúde de uma população, tanto no que se refere aos pais da criança quanto da própria criança. O CMI neonatal que são os óbitos que ocorrem dos 0 aos 28 dias de vida é mais elevado em relação ao CMI tardia que se refere aos óbitos de crianças com mais de 28 dias até menores de um ano. Os óbitos que ocorrem no período neonatal podem ser atribuídos a problemas em relação ao pré-natal, assistência hospitalar ao parto perinatal e a má formação congênita. Já os óbitos referentes ao período infantil tardio podem estar relacionados à atenção primaria a saúde e também as condições sócio econômicas da população. O CMI tem sido ao longo do tempo, utilizado como um bom indicador das condições de vida e qualidade das intervenções perante as crianças. É simples de ser calculado e reflete o estado de saúde da parcela mais vulnerável da população: as crianças de 0 a 3 anos. Segundo Duarte (2007), o CMI é definido pelo número de óbitos de menores de um ano de idade a cada mil nascidos vivos, em determinada área geográfica e período, e interpreta-se com uma estimativa do risco de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro ano de vida. Valores altos no CMI nos anos de 1990 até 2001 mostram níveis precários de saúde, condições de vida e desenvolvimento sócio-econômico. Fatores que contribuem para que aconteça um caso de mortalidade infantil são: baixo peso ao nascer, gestantes <20 anos (10-19), partos normais, mães de10 a 14anos, duração gestação abaixo de 37 semanas, pré natal com 7 consultas ou mais, no entanto, pode-se observar que ouve uma redução na natalidade com relação ao pré natal observa-se um aumento no número de consultas (8,5%), de sete ou mais consultas conforme preconiza o ministério da saúde. Alguns fatores podem ter contribuído para melhora desse indicador, como o acesso facilitado busca precoce de gestante, programa de agente comunitário de saúde, entre outros. Segundo Novaes, Almeida e Ortiz (2004) a mortalidade infantil está reduzindo, no entanto, ainda é um problema importante em muitos municípios brasileiros. Os seus principais fatores determinantes estão identificados e aos reconhecimentos de que os serviços de saúde podem contribuir de forma significativa para a sua redução para a atuação na promoção a saúde, pela prevenção primária, diagnóstico e tratamento precoce e adequado das doenças prevalentes. Atualmente tem-se enfatizado também a importância do aleitamento natural uma vez que o leite materno é o melhor alimento do ponto de vista nutricional, reforça o sistema imunológico do bebê e pode exercer um importante papel preventivo quanto a alterações multifuncionais e ortodônticas. Segundo Giugliani, as principais causas de ganho de peso inadequado em crianças amamentadas estão associadas a fatores na mãe como: baixa produção de leite, problemas de técnica e manejo na lactação, posicionamento errado, pegada inadequada, mamadas infreqüentes e/ou curtas, esquema rígido de horários, ausência de mamadas noturnas, uso de protetores de mamilos, ingurgitamento mamário, mamilos muito planos ou invertidos; fatores na criança: baixa ingestão de leite; fatores físico/estruturais: lábio/palato leporino, freio da língua; iatrogenia: medicamentos na mãe ou na criança que deixe a criança sonolenta, uso de bicos de mamadeiras, chupetas outoprotetores de mamilo, mamadas curtas e/ou infreqüentes, separação mãe-bebê, uso de chupetas, suplementação com água/chás/líquidos, introdução precoce dos alimentos complementares, e ainda, baixo rendimento do leite ingerido apresentando vômitos e diarréia, má absorção e infecção, bem como o aumento das necessidades energéticas onde o recém-nascido é pequeno para a idade gestacional e possui doenças neurológicas. Assim pode-se dizer baseado nestas evidências que a recomendação de amamentação é exclusiva por aproximadamente 6 meses e a manutenção do aleitamento materno complementado até os 2 anos ou mais. No entanto, ainda é baixo o número de mulheres que cumprem com essa recomendação. Entre os fatores envolvidos nas taxas de aleitamento materno encontram-se o desconhecimento a importância do aleitamento materno para a saúde da criança e da mãe, algumas práticas e crenças culturais, a promoção inadequada de substitutos do leite materno, a falta de confiança da mãe quanto a sua capacidade de amamentar o seu filho e práticas inadequadas de serviços e profissionais de saúde. Nós, profissionais de saúde, desempenhamos um papel de extrema relevância na assistência à mulher-mãe-nutriz. Para tal, temos que nos ter mais conhecimentos atualizados e habilidades, tanto no manejo clínico da lactação como na técnica de aconselhamento. Conclusão Devido aos diversos fatores que podem levar a mortalidade infantil, é verificável a amplitude de alguns programas e projetos de saúde, visando melhorar a qualidade de vida de gestantes e seus futuros filhos durante seus primeiros anos de vida, iniciando seus cuidados desde o pré natal ao nascimento, orientando as mães quanto a necessidade do aleitamento materno e vacinas através de campanhas nacionais de multivacinações e intervenções hospitalares ainda no leito orientando assim a paciente aos cuidados com o RN, resultando em melhoras significativos na redução da mortalidade infantil. Bibliografia DUARTE, Cristina Maria Rabelais.Reflexos das políticas de saúde sobre as tendências da mortalidade infantil no Brasil:Revisão da literatura sobre a última década. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 07 , v. 23 , p. 02 ,jul. 2007. Disponível pelo site:<http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n7/02.pdf >. Acesso em: 27 out. 2009. NOVAES,Hillegonda Maria Dutilh.;ALMEIDA,Márcia Furquim de.; ORTIZ, Luis Patrício. Programas de melhoria da atenção às crianças no primeiro ano de vida: classificação de risco para recém-nascidos e programa de atenção integrada às doenças prevalentes na infância/AIDIPI. BVS saúde publica Brasil 2004. Disponível pelo site<:www.saudepublica.bvs.br/itd/mort/mort_intro.pdf>. Acesso em: 18 nov.2009. GIUGLIANI, Elsa R. J. O aleitamento materno na prática clínica. Disponível em <http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-s238/port.pdf>. Acesso em: 3 dez.2009. INFORME EPIDEMIOLÓGICO. Ijuí: Poder Executivo,2005-2007, ANO 02 – Anual.