http://www.seagri.ba.gov.br/noticias.asp?qact=view&exibir=clipping&notid=8732 Acesso: 02/12/2011 Controle ecológico de formigas Produtores do RS desenvolveram, junto com a Emater, um formicida natural, barato e eficiente Junto com o verão chegam as formigas, ávidas em se abastecer de comida para enfrentar o inverno. E, para não ter prejuízos com as espécies cortadeiras (saúvas e quenquéns), é preciso controlá-las, pois cortam folhas e flores, acabando com hortas, pomares, lavouras, pastos e até árvores. Curioso é que as formigas não preferem um tipo de folha em especial atacam plantas deficientes e fracas. E, diferente do que muitos pensam, as formigas cortadeiras não comem as folhas. Elas cortam-nas e levam-nas para o formigueiro e, lá, sob condições de alta umidade e temperatura, produzem, a partir das folhas, um fungo que alimenta a colônia. O produtor Roque Ataíde Rodrigues, de uma comunidade agroecológica em Santa Maria (RS), ainda se recorda dos prejuízos causados por formigas cortadeiras na área em que ele, com outras oito famílias, cultiva hortaliças, frutas, eucalipto, milho, soja, feijão e arroz e cria gado de corte e de leite e suínos. 'Chegamos a perder 80% de 36 mil árvores - entre nativas e eucaliptos - para as formigas.' Segundo ele, o nível de infestação era tão grande que, além das árvores, em um pomar com 1.400 pés de figo, as formigas acabaram com 40% da produção. Nos citros (tangerinas e laranjas), a situação não foi diferente: de cerca de 800 pés, 90% das árvores foram consumidas pelas cortadeiras. SOLUÇÃO ECOLÓGICA 'Como adotamos na comunidade o cultivo agroecológico, isto é, sem o uso de venenos ou nenhum outro tipo de insumo químico, as perdas foram enormes. Mesmo assim, não desistimos da produção orgânica e fomos atrás de uma solução ecológica para controlar as formigas', explica Rodrigues. Os produtores da comunidade buscaram, então, informações sobre repelentes naturais de formigas e, com a assessoria técnica da Emater, desenvolveram um formicida natural, de baixo custo e com ótima eficiência no controle de cortadeiras. 'Testamos vários produtos e receitas, até que chegamos a esse pó 100% natural', diz Rodrigues. De acordo com o produtor, já era sabido que as quenquéns que levavam folhas de gergelim preto ao formigueiro morriam em poucos dias. Eles também conheciam o efeito repelente das folhas de mamona. Em relação ao coentro, observaram que as formigas que atacavam a horta não chegavam perto do tempero. 'Juntamos essas informações, fomos incrementando a fórmula e chegamos ao formicida ecológico', conta. Segundo o produtor, o coentro e o gergelim são cultivados na comunidade e as folhas de mamona são colhidas nos brejos próximos. Apenas a cal virgem e o enxofre são comprados fora. 'A cal e o enxofre são produtos baratos e vendidos em qualquer loja de produtos agropecuários. Isso permite obter um produto extremamente barato', afirma. 'E, como a infestação não volta, a necessidade de aplicação vai diminuindo ao longo do tempo.' A utilização do formicida ecológico deu tão certo que, hoje, os produtores quase não vêem cortadeiras na área cultivada com hortaliças. 'O resultado foi altamente satisfatório e, há cerca de seis anos, não houve mais problemas com cortadeiras, especialmente com a cortadeira mineira, que se aprofunda no solo e faz galerias debaixo da terra', fala o técnico agrícola Olímpio João Zatta, da Emater de Santa Maria. 'Além disso, trata-se de um produto ecológico, que não agride a natureza.' Os efeitos do pó elaborado pelos produtores e pela Emater surgiram imediatamente após a aplicação. 'No dia seguinte as formigas já apareceram mortas', conta Rodrigues. De acordo com o técnico Zatta, o pó tem forte efeito repelente e age no formigueiro, desorganizando a colônia. 'As formigas ficam amuadas e morrem. O formigueiro desaparece', garante o técnico Zatta. http://sitiocurupira.wordpress.com/alternativas-ecologicas-para-prevencao-econtrole-de-pragas-e-doencas/ Acesso: 02/12/2011 Alternativas Ecológicas para Prevenção de “Pragas” e Doenças Armadilha para mosca da fruta (Anastrepha fraterculus) Algumas medidas preventivas podem ajudar a minimizar o ataque de insetos em seu pomar de frutas. O uso de armadilhas para atrair insetos como a mosca da fruta pode minimizar em muito a incidência. Nunca utilize as iscas/armadilhas quando houver flores na planta, pois irá atrair os insetos polinizadores como as abelhas. Abaixo uma ilustração adaptada do site www.todafruta.com.br Sugiro que façam furos pequenos (quadrado, triangular ou circular), com no máximo 5 mm de diâmetro. Furos grandes facilita a fuga. Estes furos devem ficar logo acima da altura da calda/solução atrativa, assim o inseto ao entrar só terá dois caminhos: para cima onde não há saída, ou para baixo onde o líquido afogará o inseto. Mesmo que a mosca tente voltar para o furo/saída corre o risco de cair na solução, (quase sempre cai). Para fazer a calda pode-se utilizar o suco da fruta do próprio pé. Acrescente um pouco de açúcar mascavo ou melado para a calda ficar mais atrativa. Caso não haja fruta madura pode-se utilizar vinagre de vinho e melado numa proporção de meio a meio. Deixe a isca pendurada por um arame na altura das frutas e sempre virada para o sol. Dicas importantes Nunca pulverize veneno/agrotóxico, pois irá eliminar os insetos predadores de suas “pragas” como o louva-deus, aranhas e joaninhas. Para quebrar o ciclo das “pragas/insetos indesejáveis”, nunca deixe os frutos ficarem no chão do pomar, pois as larvas completarão seu ciclo e botarão mais ovos em frutos não contaminados. Recolha estes frutos para alimentar galinhas, porcos, peixes do açude (tilápias e pacus adoram goiabas, araçás etc), ou faça um buraco e enterre estas frutas. Deixe pelo menos uns 20 cm de terra sobre as frutas. Também pode-se usar estes frutos para enriquecer a composteira. O calor gerado no núcleo da compostagem (60 a 70 graus) elimina boa parta das larvas, evitando que completem seu ciclo. Mesmo tomando todas estas medidas você não ira eliminar, por completo, todos estes insetos indesejáveis, mas terá muitas frutas sem larvas para o consumo humano. ___________________________________________ Como controlar lesmas e caracóis São muito comuns em lugares mais úmidos e sombreados, tornando-se um grande problema nas hortas, principalmente em época de chuvas. Para controlá-las, sugerimos usar: Sacos de aniagem úmidos: colocar sobre o solo sacos de aniagem umedecido nos locais de maior incidência de lesmas e caracóis, deixando durante um dia. Depois se retira o mesmo e as lesmas ficam agarradas embaixo, podemos então matá-las ou dá-las com alimento para as galinhas ou peixes. Isto funciona porque elas gostam de lugares úmidos e procurarão abrigo durante o dia embaixo dos sacos, ficando ali grudadas. Iscas de cerveja: colocar num recipiente de pouca fundura, 1 copo de cerveja e 1 colher de sal, enterrá-lo de forma que a altura da borda fique ao nível da terra. Eles são atraídos com o cheiro da cerveja, caem dentro e morrem. É considerado de grande eficácia. Infusão de losna (Artemísia): derramar 1 litro de água fervente sobre 30 gramas de folhas de losna. Tapar e deixar durante 10 minutos. Depois diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas e solo. Cinza ou cal: espalhar à noite, nas bordas dos viveiros ou canteiros uma faixa de 15 centímetros de largura de cinza ou cal, que grudam no corpo, matando-os. Repelente de lesma Ingredientes: 10 a 15 lesmas ou caracóis 10 litros de água quente Modo de preparar: catar as lesmas ou caracóis, sempre da mesma que se quer combater. Sobre ela derramar água quente. Deixar fermentar durante 2 a 3 dias dentro de um recipiente de vidro até estar com cheiro de podre. Modo de usar: filtrar e diluir esta quantidade em 5 a 10 litros de água e regar sobre as plantas atacadas, de preferência à tardinha. Repetir esta aplicação 2 a 3 vezes em intervalos de 5 dias. Lave muito bem os alimentos que forem consumidos in natura e espere pelos menos uns 5 dias desde a última aplicação. Fonte: Livro – Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças – Inês Burg e Paulo Mayer, Editora Grafit. _________________________________________________ O livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças” está em sua 30ª edição, sendo considerado por seus usuários um dos mais completos materiais de registro de conhecimentos tradicionais sobre práticas alternativas de prevenção e controle de pragas e doenças em plantas e animais. O livro contém mais de 70 receitas de biofertilizantes- como o supermagro, também orientações para elaboração de caldas – calda bordalesa, calda sulfocálcica – , de extratos e inseticidas naturais feitos a base de plantas. Também apresenta métodos para prevenção e controle de parasitas externos e internos em animais (vermes, lombrigas, carrapatos, pulgas, piolhos, ratos, etc). Além disso traz dicas sobre elaboração de compostagem e vermicompostagem e uma composição para fabricação caseira de sal mineral. Para adquirir o livro acesse a página http://agroecologiaealternativasecologicas.blogspot.com/ _________________________________________________ BIOFERTILIZANTE SUPERMAGRO Supermagro é um adubo líquido, proveniente de uma mistura de micronutrientes fermentados em um meio orgânico. O resultado da fermentação é uma parte sólida e uma líquida. O sólido é utilizado como adubo no solo e o líquido é utilizado como adubo foliar. Função: O biofertilizante é utilizado em adubação foliar como complemento à adubação do solo. Também atua como defensivo natural porque inibe o crescimento de fungos e bactérias causadores de doenças nas plantas, além de aumentar a resistência contra insetos e ácaros. Pode ser utilizado em culturas como maçã, uva, pêssego, tomate, batata e hortaliças em geral, bem como em grandes culturas como trigo, soja, feijão e cana-de-açúcar. Material Necessário 1 tambor de plástico com capacidade de 200 litros 40 kg de esterco fresco de gado não tratado com remédio Leite, água sem cloro, melado ou caldo de cana Ingredientes minerais Ingredientes Minerais 2 kg de Sulfato de Zinco 300 gramas de Enxofre ventilado (puro) 1 kg Sulfato de Magnésio ou sal amargo 500 gramas de Fosfato Bicálcico 100 gramas de Molibdato de Sódio 50 gramas de Sulfato de Cobalto 300 gramas de Sulfato de Ferro 300 gramas de Sulfato de Manganês 300 gramas de Sulfato de Cobre 2 kg de Cloreto ou Óxido de Cálcio ou 4 kg de calcário 1 kg e meio de Bórax ou Ácido Bórico 160 gramas de Cofermol (Cobalto, Ferro e Molibdênio) 2 kg e 400 gramas de Fosfato Natural 1 kg e 200 gramas de Cinza. Obs.: Para pulverizar em pessegueiro ou em outras plantas no período da floração, formular um supermagro sem colocar Sulfato de Cobre. Modo de Preparar: O adubo não deve ser feito em vasilha de ferro, lata ou madeira. Pode-se usar tambor de plástico limpo ou caixa de água de cimento amianto. Manter o mesmo coberto sem fechar completamente para saírem os gases. Não deixar entrar água da chuva ou sujeira. A água utilizada deve ser limpa (não deve ser usada água tratada) e o esterco deve ser de animais que não tenham recebido tratamento com remédios. Manter o tambor na sombra, pois o calor excessivo do sol, pode destruir parte dos nutrientes e as bactérias fermentadoras. Deve-se mexer o produto, pelo menos de dois em dois dias, desde o início (1° dia), até o final da fermentação. Como fazer 1° DIA: num tambor de 200 litros misturar 40 kg de esterco fresco, 2 litros de leite e 1 litro de melaço em 60 litros de água. Misturar bem e deixar fermentar durante 3 dias. Depois de cada 3 dias acrescentar os itens conforme indica abaixo. Foto ao lado: Gardel despejando esterco de gado e Mônica (estagiária) preparando para colocar melado e soro de leite. 4° DIA: desmanchar, em um pouco de água morna, o Sulfato de Zinco, 200 gramas de Fosfato Natural e 100 gramas de cinza, depois de fazer uma pasta acrescentar 2 litros de leite e l de melaço e misturar com os produtos do tambor. Deixar fermentar mais 3 dias. 7° DIA: desmanchar, em um pouco de água morna, o Sulfato de Magnésio ou sal amargo mais 200 gramas de Fosfato Natural e 100 gramas de cinza. Acrescentar 2 litros de leite e 1 litro de melaço. Deixar fermentar mais 3 dias. 10°DIA: desmanchar, em um pouco de água morna, o Fosfato Bicálcico, 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 2 litros de leite e 1 de melaço. Deixar fermentar mais 3 dias. 13° DIA: desmanchar, em água morna, o Enxofre, 200 gramas de Fosfato Natural e 100 gramas de cinza. Acrescentar 2 litros de leite e 1 de melaço. Deixar fermentar mais 3 dias. 16° DIA: desmanchar, em um pouco de água morna, o Cloreto ou Óxido de Cálcio ou calcário, mais 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 2 litros de leite e 1 de melaço. Deixar fermentar mais 3 dias. 19° DIA: desmanchar, em um pouco de água morna, o Bórax ou Ácido Bórico, 200 gramas de Fosfato Natural e 100 gramas de cinza. Acrescentar 2 litros de leite e 1 litro de melaço. Deixar fermentar mais dias. 22° DIA: desmanchar, em um pouco de égua, o Molibdato de Sódio, 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 1 litro de melaço e 2 litros de leite. Deixar fermentar mais 3 dias. 25° DIA: desmanchar, em um pouco de água, o Sulfato de Cobalto, 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 1 litro de melaço e 2 litros de leite. Deixar fermentar mais 3 dias. 28° DIA: desmanchar, em um pouco de água, o Sulfato de Ferro, 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 1 litro de melaço e 2 litros de leite. Deixar fermentar mais 3 dias. 31° DIA: desmanchar, em um pouco de água, o Sulfato de Manganês, 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 1 litro de melaço e 2 litros de leite. Deixar fermentar mais 3 dias. 34° DIA: desmanchar, em um pouco de água, o Sulfato de Cobre, 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 1 litro de melaço e 2 litros de leite. Deixar fermentar mais 3 dias. Foto ao lado: tambor plástico fechado e com um “sifão” para saída dos gases. Na saída do “sifão” fica uma garrafa pet com água para impedir a entrada de insetos. 37° DIA: desmanchar, em água morna, o Cofermol, 100 gramas de cinza e 200 gramas de Fosfato Natural. Acrescentar 2 litros de leite e 1 de melaço. Completar o restante do tambor com água, deixando descansar ou fermentar durante um mês. Quando constatar que finalizou a fermentação, o produto estará pronto para o uso. Filtrá-lo, usando tela fina de nylon. Para guardá-lo, pode-se usar garrafas plásticas e armazená-las à sombra. Sabe-se de agricultores que armazenaram o produto por 1 ano sem haver perda da validade. O tempo necessário até o produto ficar pronto, depende da estação. No verão, com o calor, é mais rápido. No inverno demora mais. Quando pronto o produto deve ter um cheiro bom, do contrário não fermentou de maneira correta, possivelmente pela falta de melaço ou leite. Quando o produto der sinal que não está fermentando (borbulhando) pode-se colocar um pouco de esterco fresco, para estimular a fermentação. O rendimento da receita está em torno de 90 litros de produto. Modo de Usar A dosagem recomendada sempre é em torno dos 2 a 6 %, dependendo da cultura e sua fase de desenvolvimento. Veja no quadro a seguir, alguns exemplos: Importante É preferível que se use concentrações menores de supermagro, em várias aplicações, que o efeito será mais satisfatório do que fazer poucas aplicações em doses maiores. Tomar o cuidado de não aplicar durante floração, pois o Cobre prejudica as flores. Controlar seu uso em melancia, melão ou pepino, pois estas plantas são muito sensíveis. Neste caso usar concentrações menores (2%), em maior número de aplicações, evitando o uso quando estas plantas são muito pequenas. O biofertilizante (supermagro) pode ser modificado de acordo com a planta que vamos pulverizar, ou seja, de acordo com aquilo que ela mais necessita e conforme as condições do solo. Existem diversos tipos de formulações e diversas formas de fazer o adubo, mas sem dúvida todas elas funcionam. Nunca se esquecer que, o uso de uma técnica isolada, como o biofertilizante enriquecido (supermagro), pode não trazer o resultado que esperamos. Para prática de uma agricultura orgânica ou ecológica necessitamos trabalhar com um conjunto de técnicas de cultivo e manejo, iniciando pelo solo, até reequilibrar o nosso sistema produtivo. LEMBRE-SE: A quantidade de supermagro na água de pulverização pode ser aumentada até 6 %, quando a planta estiver grande e aparecer problema de praga ou doença, aonde terá efeito de fungicida ou repelente. Existe outro modo de preparar o produto de forma mais prática. Da seguinte forma: colocar todos os ingredientes em pó sobre uma lona e misturá-los muito bem. Então, separar em 12 partes iguais, colocar em saquinhos e fechá-los. Estes saquinhos serão usados, misturando um a cada 3 dias, conforme roteiro acima. A diferença que no exemplo acima se coloca um produto a cada 3 dias e neste caso se coloca 1 mistura a cada 3 dias. O melaço e o leite devem ser colocados da mesma forma que o exemplo acima. Fonte do texto: Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças, de Inês Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer – Editora Grafit. Para pedidos e compras deste livro faça contato com os autores. Paulo Mayer e-mail: [email protected] , ou com a Inês Burg e-mail: [email protected] _____________________________________________________ Técnica do “capote” artificial Como colher frutos maduros sem ataque de insetos ou aves? 1º) Separe um grampeador e uma revista velha. 2º) Retire o excesso de folhas no entorno dos frutos. 3º) Envolva os frutos com a folha de revista na forma de um cone virado para baixo. 4º) Grampeie onde for necessário para fechar os frutos e formar um “capote” de proteção. Esta técnica aprendi com a Physalis (juá-de-capote). Ao observar os frutos da Physalis sempre perfeitos e sem ataques de insetos ou pássaros resolvi aplicar a mesma técnica nas ameixas de inverno, e como o resultado foi satisfatório apliquei nos pêssegos também. Os frutos amadurecem no próprio pé e seu sabor fica incomparável. A natureza é sabia e vive nos ensinado, é só abrir os olhos. Foto abaixo o “capote artificial” nos frutos do tomateiro de árvore. ________________________________________________ FORMIGAS CORTADEIRAS Formigas cortadeiras são insetos encontrados exclusivamente nas regiões tropicais e subtropicais das Américas. Estas formigas desenvolveram um avançado sistema agrícola baseado num mutualismo: elas se alimentam de um fungo específico que cresce nas câmaras subterrâneas de seus ninhos. As formigas cultivam seu fungo, fornecendo vegetais frescos e controlando organismos indesejados, como outros tipos de fungos. Quando as formigas trazem acidentalmente folhas tóxicas colônia, este secreta uma substância química que serve de aviso para quê as formigas não coletem mais este vegetal ou similares (iscas). Fonte da foto e texto: http://www.ahmaxi.com.br/ah/formigas.php As formigas cortadeiras têm causado sérios danos às culturas. Forçando-nos à busca de controle alternativas, aos produtos químicos utilizados. Dificuldades no controle e importância dos danos. Quase todas as plantas cultivadas podem ser atacadas, além de árvores, invasoras e pastagens.O que significa que as mesmas não dependem exclusivamente de algumas plantas. Grande número de formigueiros podem surgir numa área e se expandir para outro quando o controle não é feito de forma mais abrangente. Grande número de formigas por formigueiro. O combate pode ter custo elevado se não for acompanhado de práticas preventivas (manejo correto do solo) e regionalizado. Pela dificuldade de envolver comunidades como um todo. Resistência de algumas pessoas cujas propriedades se tornam foco de reinfestação. Danos econômicos significativos: 1 formigueiro adulto pode recolher até 1.000kg de folha e talos por ano; 1 formigueiro de 1m² pode matar 37 árvores, o que representa 8m³ de madeira/alqueire/ano; 10 formigueiros considerados velhos consomem até 21 kg de capim/dia que equivale a um boi e provoca uma redução de 50% da capacidade de pasto; Nas culturas já ocorre redução de produção a partir de 10% de perda da área foliar. Sobre predadores: 1 gavião consegue ingerir + – 37/kg insetos/ano Aves em geral atacam rainhas novas no ar ou na terra quando estão cavando ninho. 1 tamanduá mantém livre de formigas, uma área de 5 a 10 hectare As práticas de controle devem ser utilizadas em conjunto com a vizinhança, do contrário não trazem bons resultados. PREVENÇÃO DE DANOS: a) Tratamento de sementes: usar sabonete diluído em água para tratar semente de hortaliça. b) Barreiras físicas: proteger árvores e mudas, usar cones invertidos de lata, plástico, folha metálica. O princípio de funcionamento é impedir que formigas cheguem às folhas. Pneus e caneletas de água também funcionam mas são criatórios de mosquitos. c) Plantas repelentes ou tóxicas: hortelã, batata-doce, salsa, cenoura, mamona e gergelim funcionam como repelentes ou intoxicantes. Deve-se plantá-las em volta de áreas de cultivo.Elas funcionam bem quando a infestação é baixa. d) Produtos repelentes: casca de ovo moída, carvão vegetal moído e farinha de osso. Colocar numa faixa contínua em volta do local a ser protegido para afastar as cortadeiras. e) Plantas atraentes ou pasto alternativo: leucena, mandioca, cana-de-açúcar e o gergelim preto. Devemos manter estas plantas na área. Elas são mais atrativas do que as culturas. O gergelim, além de ótima isca também faz o controle. A semente do gergelim é tóxica e destrói o fungo que serve de alimentação às formigas. PERTURBAÇÃO DE COLÔNIAS: Os métodos aqui citados, funcionam mais no sentido de desorganizar as colônias, tornando-as inativas por meses.Quando repetimos as técnicas ou as aliamos a outras, podemos até matá-las ou obrigá-las a migrar para outro local. a) Compactação: técnicas simples e segura quando os formigueiros são novos ou superficiais. Consiste em provocar o desabamento das panelas e danificar as formigas e seu ninho, mantendo-as sempre ocupadas fazendo seu ninho.A atividade de corte pode até parar por dois meses. Este trabalho pode ser feito com soquete manual de construção. b) Químicos caseiros: várias substâncias químicas caseiras ou de fácil obtenção perturbam um formigueiro, como o sal, cinza, vinagre, cal e calcário. O sal e o vinagre não podem ser usados em terra de plantio, mas sim em calçadas, muros, estradas, pois inibirá o crescimento das plantas. LIMITAÇÃO DA PRODUÇÃO Pelo fato de não ser possível nem desejável a exterminação das formigas e sim manter baixa a infestação, torna-se necessário diminuir as revoadas com: a) Controle antes das revoadas: utilizando as técnicas já citadas. b) Criação e/ou preservação de inimigos naturais: na revoada, galinhas comuns ou da angola, pássaros, tatus, tamanduás podem evitar até 90% da reinfestação. DIMINUIÇÃO DE INFESTAÇÃO a) Aumento da biodiversidade: ou seja, do conjunto de espécies animais e vegetais em uma área (flores, fruto, culturas intercaladas ou em faixas, reflorestamento, marimbondos, aranhas, formigas não cortadeiras, pássaros, tatus, tamanduás, angolistas). Uma situação onde o ambiente é variado, nenhuma espécie se torna praga pois uma controla a outra mantendo um nível de infestação baixos. b) Manejo do solo: as formigas para se instalar preferem áreas limpas, sem vegetação rasteira, o que facilita a construção e aquecimento das panelas. Ou seja, o solo sem cobertura e pouca matéria orgânica é o ideal para elas. Devemos sempre trabalhar com um solo cheio de vida e rico em matéria orgânica. A resistência das plantas às pragas (inclusive a formigas), melhora com o manejo orgânico do solo, devido ao equilíbrio que permite existir entre os seres que habitam o solo, a presença de nutrientes variados. O sistema de plantio direto ou mesmo de cultivo mínimo, com cobertura de solo, estão comprovadamente, diminuindo a quantidade de formigueiros. c) Consorciação de plantas: as culturas mais atacadas devem ser plantadas consorciadas com culturas repelentes ou que afastam as cortadeiras. Esta é uma técnicas que evita prejuízos maiores em áreas muito infestadas. d) Planejamento da produção: planejar a rotação de culturas, espécies mais resistentes ao ataque, plantar culturas em suas épocas recomendadas e na densidade certa, sempre incluindo espécies de adubação verde e respeitar a sucessão de gramíneas e leguminosas. CONTROLE DAS COLÔNIAS Após trabalhar com métodos que previnem a infestação a um nível mais elevado, ou seja, o aumento do número de formigueiros, muitas vezes há a necessidade de se partir para o Controle das Colônias. Com os seguintes métodos. a) Métodos físicos: é uma ação direta sobre o formigueiro. Abrir o formigueiro (buraco), retirar o fungo e as crias (ovos), matar a rainha, ir matando as operárias, tentando prejudicar o máximo possível. O local, por conter nutrientes como Fósforo, Potássio, Cálcio e Magnésio pode servir depois para plantar uma muda. • Fogo: controla bem formigueiros pequenos, mas sempre tomando cuidado para não provocar incêndios. • Água quente: funciona para formigueiros pequenos. • Água corrente: é muito usada para controlar formigueiros grandes.Há necessidade de fazer um canal desviando água para o formigueiro quando possuímos água corrente próxima ou usar uma mangueira, deixando entrar água até encharcar. O formigueiro morrerá afogado ou doente. • Fumaça de escapamento (gás carbônico): dirigir o escapamento de motores a óleo para as bocas principais (olheiros de entrada), através de mangueiras por alguns minutos. Isto pode provocar morte por asfixia ou intoxicação. Deve-se procurar tapar os olheiros por onde começa a sair s fumaça e parar de colocá-la quando ela retornar pelo buraco por onde a colocamos. A fumaça é tóxica ao homem. • Caça à rainha: se consegue controle de 100% quando se mata formigueiros com 4 meses após a revoada. b) Métodos químicos caseiros: usar água com sal, vinagre, creolina, óleo queimado, querosene e gasolina. Podem controlar formigueiros médios. Porém não usar em áreas de plantio, pois podem poluir o solo. Estes produtos devem ser usados com cuidado, pois também causam poluição e intoxicam as pessoas se não forem bem utilizados. As seguintes receitas são mais eficientes: • Pegar 2 kg de cal virgem, desmanchar em 10 litros de água quente e aplicar diretamente sobre os olheiros principais das formigas. • Misturar 500 g de Bórax (ácido bórico) a 500 g de açúcar, misturar bem e jogar sobre os carreiros e olheiros. c) Métodos Biológicos: quando através do uso de microorganismos se controla a produção dos fungos com os quais as formigas se alimentam. A seguir um exemplo: Formicida Natural Ingredientes: 50 litros de água – 10 kg de esterco fresco – 1 kg de melado ou açúcar mascavo Modo de preparar: misturar bem todos os produtos, depois deixar fermentar durante uma semana. Modo de usar: coar com um pano e aplicar dentro do formigueiro na proporção 1:10, ou seja, 1 litro de produto para cada 10 litros de água, até inundar o formigueiro. Obs: a respeito do controle biológico ver também a utilização de Boveril e Metarril. Existem também já disponíveis fatores homeopáticos para controle de formigas. d) restos de formigueiros: quando abrimos um formigueiro podemos retirar o fungo e crias que podem ser moídos com milho, depois utilizados como isca prejudicial para outros formigueiros. e) plantas tóxicas: algumas plantas têm substâncias tóxicas para as formigas ou seu fungo • Mandioca brava: a água de mandioca e a raspa podem ser aplicados diretamente nos formigueiros, controlando-os em poucos dias.Tampar e socar as colônias após a aplicação. • Gergelim preto: é muito procuradas pelas cortadeiras, principalmente suas sementes que as formigas carregam. Funciona porque é tóxico para o fungo, mas não de modo imediato, assim como a maioria dos controles alternativos. O mais usado é o gergelim preto que é plantado em moitas ao redor das áreas ou dentro de áreas atacadas ou que devem ser protegidas. Este método deve ser usado como complemento dos outros. Semeadura deve ser feita no verão. • Angico: usar 1 kg de folhas e colocar de molho em 10 litros de água por 8 dias. Aplicar 1 litro desta solução para cada m² de área do formigueiro. • Outras plantas como: capim fedegoso, pessegueiro bravo, mamona, timbó, batatadoce, podem ser utilizadas com inseticida amassando-se as mesmas e fazendo um suco que, misturado à água é aplicado. Mas ainda está sendo testado para ver qual é a melhor idade da planta a ser usada, quais as formigas controlam, enfim, precisam ser usados em pequenas áreas para ver se funcionam. f) animais: tamanduás, tatus, galinhas da angola e comuns, passarinhos, consomem muitas formigas. Fonte do texto: Livro, Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças de Inês Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer, Editora Grafic ______________________________________________ ALELOPATIA O termo alelopatia foi criado em 1937 pelo pesquisador austríaco Hans Molisch com a união das palavras gregas allélon (mútuo) e pathos (prejuízo). Este fenômeno já era relatado desde a antiguidade e tem se tornado objeto de estudos de diversos pesquisadores ao longo dos séculos. Atualmente, alelopatia é definida como: “processo que envolve metabólitos secundários produzidos por plantas, algas, bactérias e fungos que influenciam o crescimento e desenvolvimento de sistemas biológicos. Segundo Molisch, alelopatia é “a capacidade de as plantas, superiores ou inferiores, produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de outras, influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento” As plantas produzem e estocam grande número de produtos do metabolismo secundário, os quais são posteriormente liberados para o ambiente. Tais compostos poderão afetar o crescimento, prejudicar o desenvolvimento normal e até mesmo inibir a germinação de outras espécies. Substâncias alelopáticas podem ser liberadas das plantas através da lixiviação dos tecidos, em que as toxinas solúveis em água são lixiviadas da parte aérea e das raízes; volatilização de compostos aromáticos das folhas, flores, caules e raízes sendo absorvidos por outras plantas; exudação pelas raízes, onde um grande número de compostos alelopáticos é liberado na rizosfera circundante, influindo direta ou indiretamente nas interações planta/planta. Estudos têm sido realizados com o intuito de se conhecer melhor as espécies de plantas com atividades alelopáticas e as substâncias com efeitos inibitórios, suas fontes e seu comportamento no ambiente com o objetivo de discutir uma possível aplicação destes compostos como bioerbicidas. No Brasil, em um dos primeiros estudos realizados, Almeida (1993) identificou potencialidades alelopáticas nas gramíneas forrageiras Brachiaria decumbens, Brachiaria humidicola e Brachiaria brizantha cv. Marandu em níveis que possibilitaram reduções expressivas na germinação de diferentes plantas. A Alelopatia é um conceito utilizado também para a aplicação de plantas companheiras, na agricultura alternativa. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alelopatia Plantas Companheiras São plantas pertencentes a espécies ou famílias, que se ajudam e complementam mutuamente, não apenas na ocupação do espaço e utilização de água, luz e nutrientes, mas também por meio de interações bioquímicas chamadas de Efeitos Alelopáticos. Estes podem ser tanto de natureza estimuladora quanto inibidora, não somente entre plantas, mas também em relação a insetos e outros animais. Seguem alguns exemplos : As plantas da família das solanáceas ( tomate, batata, pimentão, entre outras) e as da família das compostas (Cichoriaceae), como alfaces e chicórias combinam bem entre si. Estas famílias, por sua vez, também combinam com umbelíferas (Apiaceae) como cenoura, salsa, aipo, erva-doce, batata-salsa e com Liliáceas como o alho e a cebola. As cuburbitáceas (abóbora, pepino, melão, melancia, chuchu) associam-se bem com as solanáceas, com plantas leguminosas(feijão, ervilha) e gramíneas(milho, trigo), conforme seu hábito de crescimento e forma de cultivo; alternado-se fileiras -duplas tutoradas, por exemplo, de tomate, feijão-vagem e pepino, ou na tradicional associação de milho, feijão e abóbora. A regra geral para uma boa associação ou rotação de culturas é a de escolher sempre uma sequência de plantas de famílias diferentes. Plantas Antagônicas Algumas espécies possuem substâncias que afastam ou inibem a ação de insetos, como ocorre, por exemplo, com o piretro, presente no cravo-de-defunto e nos crisântemos. Como qualquer estratégia de manejo agroecológico, o uso de tais plantas não deve ser feito isoladamente e, sim, dentro de uma visão abrangente de promoção do equilibro ecológico em toda a propriedade agrícola. Quanto mais equilibrados estiverem o solo, as plantas e os animais, menor será a necessidade de se apelar para tais estratégias, aproximando a produção orgânica da situação ideal que é a de pouco intervir porque agroecossistema já se tornou capaz de se auto-regular. a) Cravo-de-defunto (Tagetes minuta) e ou Cravorana (Tagetes sp) silvestre. As plantas inteiras, principalmente no florescimento, são boas repelentes de insetos e nematóides (no solo). Usadas em bordadura das culturas ou em pulverizações na forma de extratos alcoólicos, atuam tanto por ação direta contra as pragas, quanto por “disfarce” das culturas pelo seu forte odor. Fórmula Geral: 200 gramas de planta verde, mascerados por 12 (doze) horas em álcool (aproximadamento 1 litro) e diluídos em 18 a 19 litros de água (20 litros para pulverização) b) Cinamomo (Melia azedorach L., família Meliaceae). O chá das folhas e o extraído acetônico-alcoólico dos frutos (ambos na dosagem média de 200 gramas para um volume final de 20 litros para pulverização) são inseticidas. Os frutos devem ser moídos e seu pó pode ser usado na conservação de grãos armazenados. Observação: É uma árvore ornamental comum no sul do Brasil, de origem asiática. c) Saboneteira ( Sapindus saponaria L.) Árvore nativa da América Tropical, usada como ornamental , possui nos frutos um efeito inseticida. Para se ter uma idéia de seu poder de ação, vale mencionar que seis frutos bastam para preservar 60 quilos de grãos armazenados. Os estratos podem ser feitos dos frutos amassados diretamente em água (uso imediato) ou conservados por extração acetônica e/ou alcoólica. Em ambos os casos, 200 gramas são suficientes para o volume de 20 litros de um pulverizador costal. d) Quássia ou Pau-amargo (Quassia amara, família Simarubaceae). Arbusto alto, nativo da América Central, com ação inseticida especialmente contra moscas e mosquitos, pelo alto teor de substâncias amargas na casca e madeira. Estas partes podem ser usadas em pó ou extrato acetônico-alcoólico, assim como os ramos e folhas, variando apenas a concentração: 200 gramas de cascas ou madeira moída. e) Mucuna-preta (Mucuna sp ou Stizolobium oterrium). Plantada associada ao milho, evita mais de 90% da instalação dos gorgulhos nas espigas. Atrativos ou “Plantas-Armadilhas” Muitas plantas possuem substâncias atrativas específicas para alguns insetos, que podem ser utilizadas como plantas-armadilha para várias pragas. A simples concentração dessas pragas já as torna mais vulneráveis a parasitas e predadores, assim como mais sujeitas a doenças, permitindo também a utilização de métodos agroecológicos de manejo de pragas e doenças. Seguem alguns exemplos de plantas atrativas de comprovada utilidade na horticultura: Porongo ou Cabaça (Lagenaria vulgaris). Plantado em bordadura (em forma de cercasvivas) ou com seus frutos cortados e espalhados na lavoura é o melhor atrativo para o besourinho ou vaquinha verde-amarela (Diabrotica speciosa). Tajujá (Cayaponia tayuya). Planta da família das cucurbitáceas, atrativa para as vaquinhas. Sua limitação consiste no fato de que as raízes que são a parte mais útil da planta, são de cultivo mais difícil que o do Porongo. Fonte: http://www.planetaorganico.com.br/alelopatia.htm